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1.

DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS

1.1. DIREITO A LIBERDADE

O direito à liberdade pertence à primeira geraçã o dos direitos fundamentais e


expressa um dos direitos mais ansiados pela sociedade.
Esta ideia de liberdade trazida pela Constituiçã o Federal é bem ampla e
abrange liberdades como locomoçã o, pensamento, reuniã o, consciê ncia, entre
outros. Conforme analisaremos a seguir:

Liberdade de Açã o: De acordo com o inciso II da Carta Magna:

II. Ningué m será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma


coisa senã o em virtude de lei.

Esta é a liberdade em sentido amplo. Aqui a Constituiçã o traz que o particular


só será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, se houver lei ou norma que venha
a proibir ou compelir determinada atitude ou comportamento. Por este motivo, este
inciso també m é chamado de Princı́pio da Legalidade.

A liberdade poderá , no entanto, ser entendida de duas formas diferentes, de


acordo com o seu destinatá rio:

ara o particular : A liberdade signi ica “fazer tudo aquilo que nã o lhe é proibido.”
P
Há aqui uma autonomia de vontade.
Para o agente público : Para o agente pú blico, a liberdade signi ica “fazer apenas o
que a lei manda ou permite”.

Liberdade de Manifestaçã o do Pensamento e Direito de Resposta

Assim como os demais direitos fundamentais, o direito à manifestaçã o do


pensamento nã o é absoluto. A pró pria Constituiçã o faz restriçã o ao anonimato.

IV. E livre a manifestaçã o do pensamento, sendo vedado o


anonimato;

A exigê ncia da vedaçã o ao anonimato citada acima, nã o impede o jornalista de


resguardar o sigilo de suas fontes. No entanto, em caso de opçã o pelo resguardo do
sigilo da fonte, em casos de informaçõ es injuriosas, caluniosas ou difamantes, será o
jornalista quem responderá perante o Poder Judiciá rio.
XIV – é assegurado a todo o acesso à informaçã o e
resguardado o sigilo da fonte, quando necessá rio ao exercı́cio
pro issional;
A vedaçã o ao anonimato, alé m de ser uma garantia à liberdade do
pensamento, traz consigo a possibilidade do exercı́cio do direito de resposta
constante do inciso V.

V. E assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,


alé m da indenizaçã o por dano material, moral ou à imagem.

O termo “proporcional ao agravo” signi ica que a resposta deverá ser o mesmo
veı́culo de comunicaçã o, pelo mesmo tempo e com o mesmo destaque que foi dado
à notı́cia injuriosa.
A lei 13.188/2015 regulamenta o direito de resposta e assegura que o
exercı́cio deste direito seja de forma gratuita, conforme texto do Art. 2°.

“Art. 2° Ao ofendido em maté ria divulgada, publicada ou


transmitida por veı́culo de comunicaçã o social é assegurado o
direito de resposta ou reti icaçã o, gratuito e proporcional ao
agravo”.

Se liga!!!

1. De acordo com o Art. 3° da Lei 13.188/2015, o prazo para o exercı́cio do direito


de resposta é decadencial de 60 dias;
2. As indenizaçõ es por dano Material, Moral e à Imagem sã o cumulativas;
3. O direito de resposta se dá nas esferas cı́vel, administrativa e penal.

Direito – Indenizaçã o

Dano Material Perda inanceira

Dano Moral Ligado ao sofrimento da pessoa


Dano à Imagem Como a pessoa icou perante a
sociedade diante da agressã o

E a denú ncia anô nima?

De acordo com o entendimento do STF, a denú ncia anô nima poderá servir
como ferramenta de comunicaçã o de crime, no entanto, nã o poderá servir como
amparo para a instauraçã o de inqué rito policial, ou como fundamento para a
condenaçã o de qualquer indivı́duo.

Liberdade de Consciê ncia e Crença

De acordo com o inciso VI:


VI – é inviolá vel a liberdade de consciê ncia e de crença, sendo
assegurado o livre exercı́cio dos cultos religiosos e garantida,
na forma da lei, a proteçã o aos locais de culto e suas liturgias;

Este inciso marca a liberdade religiosa do Brasil, que se consagra como um


Estado laico, leigo ou nã o confessional. Isso nã o quer dizer que o Brasil é um Paı́s
ateu, mas sim que deve respeitar as convicçõ es religiosas existentes.

No Brasil existe uma relaçã o de separaçã o entre Estados e Igreja. Esta vedaçã o
está expressa na Carta Magna (Art. 19,I, CF)

“Art. 19 E vedado à Uniã o, aos Estados, ao Distrito Federal e


aos Municı́pios.

I – Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná -las,


embaraçar- lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus
representantes relaçõ es de dependê ncias ou aliança,
ressalvada, na forma da lei, a colaboraçã o de interesse
pú blico”.

Enquanto a liberdade de crença está ligada à convicçã o ı́ntima do indivı́duo, a


liberdade de culto está relacionada à exteriorizaçã o desta convicçã o. Sendo assim, a
Carta Magna se preocupou nã o somente em garantir a liberdade de culto, mas
també m em proteger os locais de culto e liturgias, contra a açã o de terceiros.

Outros incisos interessantes:

VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestaçã o de


assistê ncia religiosa nas entidades civis e militares de
internaçã o coletiva;

Aqui o Estado garante o exercı́cio do direito de crença també m daqueles que


estã o custodiados, enfermos ou em quaisquer outros locais de internaçã o coletiva.

Escusa de Consciê ncia

VIII – ningué m será privado de direitos por motivo de crença


religiosa ou de convicçã o ilosó ica ou polı́tica, salvo se as
invocar para eximir-se de obrigaçã o legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestaçã o alternativa, ixada em lei;

O inciso VII permite que qualquer indivı́duo deixe de cumprir uma obrigaçã o
imposta por convicçã o religiosa, ilosó ica ou polı́tica, sem que sofra qualquer
puniçã o. No entanto, no caso de obrigaçã o a todos imposta, caso o indivı́duo se
recuse a cumprir, será -lhe oferecida uma prestaçã o alternativa. Se ainda assim, o
indivı́duo se recusar a cumprir essa prestaçã o, ele sofrerá as puniçõ es previstas no
Art. 15, IV.
Art. E vedada a cassaçã o de direitos polı́ticos, cuja perda ou
suspensã o só se dará nos casos de: IV – recusa de cumprir
obrigaçã o a todos imposta ou prestaçã o alternativa, nos
termos do art. 5°, VIII;

Em relaçã o à presença de sı́mbolos religiosos em repartiçõ es pú blicas, o STF


entende que tais sı́mbolos nã o destituem a laicidade do Paı́s, mas fazem parte da
cultura.
Já no que diz respeito ao ensino religioso nas escolas pú blicas de ensino
fundamental, a matrı́cula será facultativa.

Art. 210. Serã o ixados conteú dos mı́nimos para o ensino


fundamental, de maneira a assegurar formaçã o bá sica comum
e respeito aos valores culturais e artı́sticos, nacionais e
regionais. § 1° O ensino religioso, de matrı́cula facultativa,
constituirá disciplina dos horá rios normais das escolas
pú blicas de ensino fundamental.

O conteú do ministrado deve ser nã o confessional (conhecimento da histó ria e


caracterı́sticas das diversas religiõ es) ou interconfessional (princı́pios comuns a
diversas religiõ es).

2. EXERCÍCIOS

1. A liberdade de manifestaçã o de pensamento pode ser exercida de modo


anô nimo, se assim o preferir o indivı́duo.

( ) certo ( ) errado

2. De acordo com a CF, e com base no direito à escusa de consciê ncia, o


indivı́duo pode se recusar a praticar atos que con litem com suas convicçõ es
religiosas, polı́ticas ou ilosó icas, sem que essa recusa implique restriçõ es a seus
direitos.

( ) certo ( ) errado

3. No Brasil, está garantida a liberdade do exercı́cio de culto religioso, uma vez


que é inviolá vel a liberdade de consciê ncia e de crença.

( ) certo ( ) errado

3. GABARITO

1 - Errado
2 - Certo
3 - Certo

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