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PARECER JURÍDICO

SOLICITANTE - Antônio Dias de Faria, Ativista, solteiro, portador do RG 7896343-8,


CPF 051.198.460-95, Residente na rua Presidente Prudente, número 500, Bairro
Morada do Sol, Cáceres - MT.

ASSUNTO - Manifestação Irregular.

EMENTA - Constituição Federal de 1988, Emenda Constitucional nº 95 de


(15/12/2016), Declaração Universal dos Direitos Humanos, Pacto de San José da Costa
Rica, LEI No 5.250, DE 9 DE FEVEREIRO DE 1967, Responsabilidade Civil e Código
Penal.

RELATÓRIO
Antônio, líder ativista que defende a proibição do uso de quaisquer drogas, cientifica
comunica as autoridades sobre a realização de manifestação contra projeto de lei sobre a
liberação do uso de entorpecentes, pedindo e conseguindo uma liberação para tal.
Marina, líder ativista do movimento pela liberação do uso de toda e qualquer droga, ao
tomar conhecimento de tal evento, resolve, então, sem solicitar autorização à autoridade
competente, marcar, para o mesmo dia e local, manifestação favorável ao citado projeto
de lei, de forma a impedir a propagação das ideias defendidas por Antônio.

FUNDAMENTAÇÃO
O direito à manifestação é a garantia constitucional à livre manifestação do pensamento,
Disposto no art. 5º da Constituição Federal de 1988, este direito é um dos pilares da
democracia. Seu direito de manifestar pode ser exercido em qualquer lugar do país
sendo assegurado pelo Art. Da CF.
Art. 5º, § IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado
o anonimato; 
Art. 5º, § XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,
em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que
não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local,
sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.
Art. 5º, § XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
vedada a de caráter paramilitar.

Além disso, este direito também é garantido pelo art. 220 da Lei Maior qual rege: “Art.
220 – A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob
qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o
disposto nesta Constituição.”
A manifestação é uma forma de se expressar e qual gera um ambiente para ocorrer um
debate em espaço público, através delas descobrimos quais são necessidades de uma
sociedade e como resolver certos conflitos Apesar de livre, é importante ressaltar que a
manifestação não pode infringir outros direitos, que também são assegurados pela
Constituição Federal.
O direito à manifestação está previsto nos artigos 18, 19 e 20 da Declaração Universal
dos Direitos Humanos, observe: 

Art. 18: Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento,


consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou
crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela
prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público
ou em particular.
Art. 19: Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e
expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e
de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios,
independentemente de fronteiras.
Art. 20: Todo o homem tem direito à liberdade de reunião e
associação pacíficas.

Nota se que o senhor Antônio segue todo um rito qual é necessário para que haja uma
manifestação pacifica, e dentro dos parâmetros da legalidade exercendo seu simples
direito de liberdade de expressão, qual nem próprio o Estado pode reprimi ló de exercer,
contendo assegurado pela Constituição Federal, lei especifica e até mesmo os Direitos
Humanos.
O direito à manifestação também é tratado no Pacto de San José da Costa Rica,
conhecida como liberdade de pensamento e de expressão

Art. 13 – 1. Toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamento e


de expressão. Esse direito inclui a liberdade de procurar, receber e difundir
informações e ideias de qualquer natureza, sem considerações de fronteiras,
verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por
qualquer meio de sua escolha.
Art. 13 – 2. O exercício do direito previsto no inciso precedente não
pode estar sujeito à censura prévia, mas a responsabilidades ulteriores, que
devem ser expressamente previstas em lei e que se façam necessárias para
assegurar: a) o respeito dos direitos e da reputação das demais pessoas; b) a
proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da saúde ou da moral
públicas.

A Lei específica LEI No 5.250, DE 9 DE FEVEREIRO DE 1967. Qual Regula a


liberdade de manifestação do pensamento e de informação.
Art. . 1º É livre a manifestação do pensamento e a procura, o
recebimento e a difusão de informações ou ideias, por qualquer meio, e sem
dependência de censura, respondendo cada um, nos termos da lei, pelos
abusos que cometer.
        § 1º Não será tolerada a propaganda de guerra, de processos de
subversão da ordem política e social ou de preconceitos de raça ou classe.

Decisão dos magistrados do Supremo Tribunal Federal sobre o assunto abordado.


RE 806339 / SE PAULO EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO
COM REPERCUSSÃO GERAL. DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO
DE MANIFESTAÇÃO. DIREITO DE REUNIÃO E DE EXPRESSÃO.
AVISO PRÉVIO. DESNECESSIDADE. PROVIMENTO DO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. 1. Em uma sociedade democrática, o espaço público
não é apenas um lugar de circulação, mas também de participação. Há um
custo módico na convivência democrática e é em relação a ele que eventual
restrição a tão relevante direito deve ser estimada. 2. O aviso ou notificação
prévia visa permitir que o poder público zele para que o exercício do direito
de reunião se dê de forma pacífica e que não frustre outra reunião no mesmo
local. Para que seja viabilizado, basta que a notificação seja efetiva, isto é,
que permita ao poder público realizar a segurança da manifestação ou
reunião. 3. Manifestações espontâneas não estão proibidas nem pelo texto
constitucional, nem pelos tratados de direitos humanos. A inexistência de
notificação não torna ipso facto ilegal a reunião. 4. A notificação não precisa
ser pessoal ou registrada, porque implica reconhecer como necessária uma
organização que a própria Constituição não exigiu. 5. As manifestações
pacíficas gozam de presunção de legalidade, vale dizer, caso não seja
possível a notificação, os organizadores não devem ser punidos por sanções
criminais ou administrativas que resultem multa ou prisão. 6. Tese fixada: A
exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é
satisfeita com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar
para que seu exercício se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra
reunião no mesmo local.

É importante dizer que a responsabilidade civil vem descrita no Código Civil, que trata
das obrigações. Contendo a obrigação de indenizar e da indenização. A
responsabilidade civil é tratada no artigo 927 do CC, que dita "aquele que, por ato
ilícito (Arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo". É aquela via
de regra, segue esses três elementos: a conduta culposa do agente; a ocorrência de dano;
e o nexo causal entre a conduta do agente e o dano causado.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente
de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.

A câmara dos deputados tenta inserir um projeto de Lei visando a desordem Pública, o
que acontece em especifico neste caso a PL 1409/2019 - Art. 286-A. Provocar ou
infundir pânico generalizado durante manifestações públicas. Pena – detenção, de 2
(dois) anos a 4 (quatro) anos, e multa.
O senhor Antônio procurando apenas exercer um de seus direitos, sendo ele
fundamental, descrito no Art.5º da CF, um dos pilares de nossa democracia, havendo
com que este exercício fosse infligido por Mariana. Pelo fato que, enquanto o senhor
Antônio procurou as entidades legais e as notificou dizendo qual iria fazer uma
manifestação pacifica e organizada, apresentando local, data e hora. A senhora Marina
em um ato de revolta e ódio quanto ao movimento do senhor Antônio, resolve marcar
uma manifestação também contra as diretrizes de tal senhor. Assim incentivando a
espalhar o ódio e o crime. Pois a mesma não relatou as autoridades legais para tal
organização, deste modo contradizendo aquilo que nosso ordenamento jurídico abrange
como os incisos IV e XVI do Art. Da CF os mesmos relatam “é livre uma manifestação,
porém não pode ser anônima, dizendo mais, até pode ser sem uma autorização, desde
que não atrapalhe outra reunião convocada para tal local, ( SENDO APENAS EXIGIDO
PRÉVIO AVISO À AUTORIDADE COMPETENTE ). A Norma 5.250/1967 relata em seu
Art. 1º “§ 1º Não será tolerada a propaganda de guerra, de processos de subversão da
ordem política e social ou de preconceitos de raça ou classe.”

CONCLUSÃO

Desta forma, é nítido que as intenções da senhora Marina eram apenas de atrapalhar a
manifestação pacífica do senhor Antônio. Incentivando ao crime e ao o ódio, contra o
grupo qual diverge de sua opinião. Devendo ser responsabilizada de acordo com as
normas civis sendo responsabilizada civilmente cometendo um ato ilícito, assim o
senhor Antônio tendo o direito de receber uma multa, calculada de acordo com seu dano
sofrido. E também devendo ser responsabilizada Penalmente de acordo com o Art. 286
CP – o mesmo relata sobre a incitação ao crime, o artigo 20 parágrafo 2 relatando sobre
incitação ao ódio, do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (PIDCP)
estabelece que “Todo o apelo ao ódio nacional, racial e religioso que constitua
uma incitação à discriminação, à hostilidade ou à violência deve ser interditado pela
lei”. O caso deve ser averiguado com muita atenção, pois se trata de uma pessoa
querendo causar a desordem pública, assim trazendo vários prejuízos para uma
sociedade. Afirmo em dizer que os direitos do senhor Antônio estão todos resguardados
perante o ordenamento jurídico.
Cáceres, 18 de setembro de 2021.

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