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DIREITOS FUNDAMENTAIS

DIREITOS FUNDAMENTAIS

São os direitos humanos positivados na


constituição federal, ou seja, são os
reconhecidos como tais no ordenamento
jurídico interno de um país. Assim, o
conteúdo dos dois é essencialmente o
mesmo, o que difere é o plano em que
estão consagrados.
DIREITOS FUNDAMENTAIS

Os Direitos Fundamentais também são os meios


para se alcançar os objetivos da República:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e
reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS – ART. 5º/CF

• Direitos individuais são limitações (direitos negativos)


impostas pela soberania popular aos poderes
constituídos, para resguardar direitos indispensáveis à
pessoa humana.
• O Artigo 5º da Constituição Federal (CF) de 1988 conta
com 78 incisos que determinam quais são nossos
direitos fundamentais, como a Igualdade de Gênero, a
Liberdade de Manifestação do Pensamento e a
Liberdade de Locomoção, que têm como objetivo
assegurar uma VIDA DIGNA, LIVRE E IGUALITÁRIA a
todos os cidadãos de nosso País.
ART. 5º, CAPUT/CF

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem


distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
DIREITO À VIDA E À INTEGRIDADE FÍSICA (art.
5º, caput/CF)
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País
a inviolabilidade do direito à vida (...)

O direito à vida é relativizado no próprio art. 5º,


XLVII quando diz que não haverá pena de morte,
exceto em caso de guerra:
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada,
nos termos do art. 84, XIX;
IGUALDADE OU ISONOMIA (art. 5º, I, da CF/88)

I - homens e mulheres são iguais em


direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, o que compreende os
brasileiros natos, naturalizados e estrangeiros,
residentes ou não no país.

➢ Igualdade formal X igualdade material


LEGALIDADE (art. 5º, II, da CF/88)

II - ninguém será obrigado a fazer ou


deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei;
Atinge os particulares que, diante da omissão da
lei, podem fazer ou deixar de fazer tudo o que a lei
não proíba. Isso não significa que não estejam
vinculados à lei, mas diferentemente dos
servidores públicos, que se submetem ao princípio
da legalidade, previsto no art. 37/CF, podem optar
pela ação ou omissão em caso de lacuna na
legislação.
LIBERDADE DE EXPRESSÃO (art. 5º, IV/CF)

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo


vedado o anonimato;
Obviamente a liberdade de expressão possui, como todo
direito fundamental, a característica da relatividade, ou seja,
não se trata de direito absoluto. O seu exercício em excesso,
quando provocar violação de outros direitos fundamentais,
enseja o direito de resposta proporcional ao agravo,
além de indenização por dano material, moral ou à imagem,
previsto no art. 5º, V/CF, que poderá ser exercido por
pessoas físicas ou pessoas jurídicas.
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
agravo, além da indenização por dano material, moral
ou à imagem;
LIBERDADE DE CRENÇA RELIGIOSA OU DE CONVICÇÃO
FILOSÓFICA OU POLÍTICA (art. 5º, VIII, da CF/88)
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e
a suas liturgias;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença
religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as
invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
Evidencia a adoção pela CF/88 de um Estado laico. Também
chamada de escusa de consciência, esse direito fundamental
possibilita que o indivíduo se recuse a cumprir obrigações que
colidam com suas convicções religiosas.
INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, DA VIDA PRIVADA,
DA HONRA E DA IMAGEM (art. 5º, X, da CF/88)

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e


a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação;
Em caso de violação, é assegurado o direito à indenização
por dano material ou moral decorrente de sua violação.
➢ Intimidade X Vida Privada
➢ Honra objetiva X honra subjetiva X imagem
➢ Dano material X dano moral
INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, DA VIDA PRIVADA,
DA HONRA E DA IMAGEM (art. 5º, X, da CF/88)

Vida pública
INVIOLABILIDADE DOMICILIAR (art. 5º, XI, da CF/88)
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
por determinação judicial;
O citado dispositivo elenca três hipóteses em que a
inviolabilidade de domicílio é excepcionada nos casos de:
1) Flagrante delito ou desastre;
2) Prestação de socorro; e
3) Durante o dia, por determinação judicial.
SIGILO DE CORRESPONDÊNCIA, DE DADOS E DAS
COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS (art. 5º, XII, da CF/88)
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal;

A quebra do sigilo das comunicações telefônicas é


ressalvada no dispositivo constitucional desde que seja
realizada em investigação criminal ou instrução
processual penal, por ordem judicial.
➢ E-mail é direito fundamental protegido pelo art. 5º, XII/CF?
LIVRE EXERCÍCIO DE QUALQUER PROFISSÃO
(art. 5º, XIII, da CF/88)

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho,


ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer;

Fica determinado que se atenda às qualificações


profissionais que a lei estabelecer, podendo,
assim, a norma infraconstitucional restringir o
âmbito de atuação da proteção aqui prevista.
DIREITO DE REUNIÃO (art. 5º, XVI, da CF/88)

XVI - todos podem reunir-se pacificamente,


sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde
que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente;

A garantia do direito de reunião se coaduna com a


liberdade de expressão e com o regime
democrático.
DIREITO DE ASSOCIAÇÃO (art. 5º, XVII a XXI/CF)
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de
cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão
judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente
autorizadas, têm legitimidade para representar seus
filiados judicial ou extrajudicialmente;
DIREITO DE ASSOCIAÇÃO (art. 5º, XVII a XXI/CF)

A CF/88 considera pleno o direito de associação


para fins lícitos, mas veda a associação de caráter
paramilitar, ou seja, de grupos armados, que
atuam paralelamente à lei, com objetivos político-
partidários, religiosos ou ideológicos.
DIREITO DE PROPRIEDADE (art. 5º, XXII a XXVI/CF)
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social,
mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade
competente poderá usar de propriedade particular, assegurada
ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei,
desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora
para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade
produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
desenvolvimento;
DIREITO DE PROPRIEDADE (art. 5º, XXII a XXVI/CF)
A CF/88 assegura o direito de propriedade, consagrado pela
1ª geração de direitos, atinentes à liberdade, devendo atender
à sua função social.
Art. 186. A função social é cumprida quando a
propriedade rural atende, simultaneamente, segundo
critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos
seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis
e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações
de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos
proprietários e dos trabalhadores.
INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO (art. 5º,
XXXV, da CF/88)

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do


Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

Princípio que afirma que a lei não poderá excluir


lesão ou ameaça a direito da apreciação do
Poder Judiciário.
O DIREITO ADQUIRIDO, DO ATO JURÍDICO PERFEITO
E DA COISA JULGADA (art. 5º, XXXVI, da CF/88)

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o


ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico


perfeito e a coisa julgada, em consonância com o princípio
da segurança jurídica.
PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA
(art. 5º, XL, da CF/88)

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para


beneficiar o réu;

A lei não poderá retroagir, salvo se isso ocorrer


em benefício do réu.
PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL (art. 5º,
XXXVII e LIII, da CF/88)

LIII - ninguém será processado nem


sentenciado senão pela autoridade
competente
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de
exceção;
Compreende a garantia de não haver juízo ou
tribunal de exceção.
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
(art. 5º, LIV, da CF/88)

LIV - ninguém será privado da liberdade


ou de seus bens sem o devido processo
legal;

Trata-se de cláusula de proteção contra a


tirania do Estado.
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA
(art. 5º, LV, da CF/88)
LV - aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes;
O contraditório consiste no direito do réu a ser ouvido e na
proibição de que haja decisão sem que se tenha ouvido os
interessados.
A ampla defesa corresponde ao direito da parte de se
utilizar de todos os meios a seu dispor para alcançar seu
direito, seja através de provas ou de recursos. Assim, o juiz
não pode negar à parte o direito a apresentar determinada
prova, exceto se ela for repetitiva, irrelevante ou for
utilizada apenas para atrasar o processo.
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
(art. 5º, LVII, da CF/88)

LVII - ninguém será considerado culpado


até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;

Ninguém será culpado até o trânsito em julgado


de sentença penal condenatória transitada em
julgado.
DIREITOS SOCIAIS – DIREITOS POSITIVOS

Estão na CF/88 eminentemente localizados do art.


6º ao art. 11, mas há outros, tais como a
assistência social, situados fora desse rol. Eles
são apontados como exemplos dos direitos de 2ª
geração. Vale notar que o art. 6º, da CF/88,
corresponde à norma programática, de EFICÁCIA
LIMITADA, ou seja, depende de regulação por
norma infraconstitucional para a produção de seus
regulares efeitos.
DIREITOS SOCIAIS – DIREITOS POSITIVOS

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho,


a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social: (...)
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
(...)
Art. 9º É assegurado o direito de greve, (...)
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores
nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais
ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a
eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de
promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado. 21ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2017.

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. 40 ª ed. São
Paulo: Malheiros, 2017.

MORAES, Alexandre de. 33ª ed. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2017.

BONAVIDES, Paulo. 32ª ed. Curso de Direito Constitucional. São Paulo:


Malheiros , 2017.

BULOS, Uadi Lammêgo. Direito Constitucional ao alcance de todos. 7ª ed. São


Paulo: Saraiva, 2017.

Mendes, Gilmar Ferreira; Branco, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito


Constitucional.12ª Ed. Saraiva: São Paulo, 2017.

Barroso, Luís Roberto. Curso De Direito Constitucional Contemporâneo. 6ª Ed.


São Paulo: Saraiva, 2017.
ARTIGO 5º - PARÁGRAFOS da CF/88

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias


fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por
ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a
República Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

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