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O caput do Art. 5° elenca os cincos grupos de direitos previstos no artigo 5°, a saber:
Art. 5° “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo aos
brasileiros e aos estrangeiros e aos residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Para entendermos o que são os direitos e garantias, devemos lembrar que garantias não
se referem às ações, mas sim às proteções que as pessoas possuem frente ao Estado
ou às demais pessoas. São proteções para que se possa exercer um direito. Em suma,
direitos são bens e vantagens conferidos pela norma, enquanto as garantias são os meios
destinados a fazer valer esses direitos, são instrumentos pelos quais se asseguram o
exercício e o gozo daqueles bem e vantagens. Os direitos e garantias fundamentais não
são absolutos, são relativos, comportando duas exceções, segundo a doutrina: o direito de
não ser torturado e o direito de não ser escravizado. Os aqui previstos (art.5º e seus 78
incisos) são considerados cláusulas pétreas; não são exaustivos, pois de acordo com o §2º
do art. 5º, não se excluem outros,
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Princípio da Legalidade
A legalidade pode ser entendida de duas formas:
Para o cidadão – O particular pode fazer tudo que a lei não proíba;
Para o administrador público – Só pode fazer aquilo que a lei autoriza ou permite.
Imperativo de consciência
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta
e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; Pode ser alegado, por exemplo,
no caso do serviço militar obrigatório, mas não poderá a pessoa recusar-se a cumprir a
prestação alternativa imposta (art.145, §1º). A recusa em cumprir a obrigação legal ou a
prestação alternativa, é motivo de suspensão dos direitos políticos do cidadão (art.15, IV).
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Inviolabilidade da vida privada, honra e imagem
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado
o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Pessoa jurídica também pode sofrer dano moral.
Inviolabilidade de domicílio
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
O domicílio não possuiu uma inviolabilidade absoluta, poderá alguém adentrar se tiver o
consentimento do morador ou sem o consentimento do morador em casos de:
Flagrante delito
Desastre
Prestar socorro
Ordem judicial, somente durante o dia
Inviolabilidade de comunicações
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e
das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
Direito de reunião
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Muito cobrado em provas. Requisitos:
Pacificamente;
Sem armas;
Não frustrar outra reunião;
Avisar as autoridades competentes (dispensa a autorização, basta o simples aviso)
Direito de propriedade
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
Defesa do consumidor
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
Direito de terceira geração/dimensão (fraternidade). Direito de titularidade coletiva,
supraindividual.
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Desapropriação
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
Além da regra genérica, temos ainda no texto constitucional, as três hipóteses de
desapropriação disciplinadas de forma específica:
Desapropriação Urbana – Art. 182, §4º
Desapropriação rural – Art.184
Desapropriação confiscatória – Art.243
Requisição Administrativa
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
Legalidade penal
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
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Proteção aos direitos e liberdades fundamentais
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
Crimes Inafiançáveis
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
OBS: O STF decidiu que homofobia é crime equiparado ao racismo, tornando-a um crime
inafiançável e imprescritível.
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
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Extradição
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
Extradição é um pedido que um país faz a outro, quando alguém que está no território deste
país foi condenado ou está sendo processado por alguma infração penal no país que pediu
a extradição.
Provas ilícitas
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
Decorre do princípio dos “frutos da árvore envenenada”, o qual diz que a admissão no
processo de uma prova ilícita irá contaminar, tornando igualmente nulo todos os atos
processuais que decorrerem dela.
Presunção de inocência
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
Ninguém precisa provar que não fez alguma coisa, quem acusa alguém de algo é que deve
provar que este algo aconteceu.
Identificação criminal
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas
hipóteses previstas em lei;
A identificação civil é atestada por qualquer documento público que permita a identificação,
como: carteira de identidade, de trabalho, passaporte.
Prisão
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;
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Demais direitos dos presos
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso
além do tempo fixado na sentença;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;
Precisa de advogado;
Oneroso (regra);
Natureza residual;
Prazo (decadencial) de 120 dias para impetração, a contar do conhecimento do ato a
ser impugnado
Não cabe ônus de sucumbência, sem prejuízo de sanções em caso de má-fé
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Legitimação ativa: pessoa física e jurídica, nacionais ou estrangeiras, agentes
políticos, o MP, entre outros
Para conferir efetiva aplicabilidade e eficácia ao texto constitucional, para que este
não se torne letra morta, em razão da omissão do legislador ordinário
Se já existe a norma regulamentadora do direito previsto na CF/88, ainda que
inconstitucional, NÃO será mais cabível mandado de injunção (STF)
Impetrado por qualquer pessoa, física ou jurídica
Cabe mandado de injunção coletivo
O STF, sobre o alcance da decisão, ora tem adotado a posição concretista individual
(eficácia inter partes), ora a posição concretista geral (eficácia erga omnes), para
tornar exercitável o direito não regulamentado
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Requisitos: requerimento administrativo e negativa pela autoridade em atendê-lo
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Remédios Administrativos
Direito de petição (art.5, XXXIV, “a”)
Natureza democrática e informal, assegurando ao indivíduo, participação política e
fiscalização na gestão da coisa pública
Não há necessidade de advogado
Não há pagamento de taxa
Legitimação universal: qualquer pessoa
Direito de petição é gênero no qual reclamações, impugnações e recursos
administrativos estão inseridos
Em caso de negativa ou omissão, cabível Mandado de Segurança!!!