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ALEGAÇÕES FINAIS
1
nos termos a seguir aduzidos:
Douto e Ínclito Julgador:
A Representante do Ministério
Público desta comarca ofereceu e foi recebida denúncia
contra o acusado, que ora faz suas últimas alegações, ao qual
foi imputada a conduta descrita no art. 157, § 3º, in fine, e
Art. 288, parágrafo único, do Código Penal, e Art. 244-B c/c
o art. 29, ambos do Código Penal Brasileiro.
2
Segundo a denuncia, verifica-se
ainda, que a vitima deste feito, assustada com a investida dos
adolescentes, desceu da moto, fazendo menção de correr,
ocasião em que o adolescente Diego Felipe desferiu um golpe
de faca-peixeira em seu pescoço, caindo a vitima ao chão,
havendo Vitor subtraído do seu bolso um celular, quebrado o
“chip”, saindo Diego a guiar a mato levando no bagageiro a
pessoa de Vitor.
3
Parágrafo único do Código Penal, e Art. 244-B c/c o art. 29
ambos do Código Penal Brasileiro.
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Na verdade, o que se busca para a
máxima efetividade do processo penal é o ponto de equilíbrio
entre a eficiência da coerção estatal e o respeito aos direitos
fundamentais consagrados na Constituição Federal.
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finalidade do processo é permitir aos órgãos de persecução a
apuração da verdade e a punição dos autores de infrações
penais. Essa posição de maior predominância a acusação do
que a defesa do acusado, pois eficiente seria o processo que
permitisse aos órgãos de persecução penal a apuração dos
fatos criminosos e a condenação dos seus autores. (...)
Finalmente, terceira posição entende que a finalidade do
processo penal é a obtenção de um resultado justo que se
legitime pelo procedimento adequado. Deve equilibrar as
posições das partes, sem dar predominância a qualquer delas,
procurando compensar eventuais desigualdades naturais ou
jurídicas entre elas. Eficiente, nessa ótica, é o processo justo
que assegure a ambas as partes os exercícios de seus direitos e
as proteja com as garantias constitucionais”.
6
“ninguém será privado da
liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal”
7
Regimental em agravo de
instrumento n. 142.847; SP – rel.
Min. Marco Aurélio, Diário da
Justiça, Seção I, 5 fev. 1993, p.
849), e aos acusados em geral,
conforme texto constitucional
expresso (art.5, LV).
2. DAS PROVAS
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colhidas em sede de “Termo de apresentação de
adolescente” e em “declarações prestadas na delegacia”.
9
É invalida a prova produzida sem a
presença do juiz.
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E recorde-se, ainda, a percuciente
observação de Alberto Silva Franco, quando o Juiz do Tribunal
de Alçada Criminal de São Paulo, que ponderou, “com lógica
irredutível, que se uma condenação pudesse ter por
suporte probatório apenas elementos retirados do inquérito
policial, ficaria o Ministério Público, no limiar das própria
ação penal, exonerado de comprovar a acusação, dando por
provado o que pretendia provar, e a instrução criminal se
transformaria numa atividade inconseqüente (TACrim,
julgados. 66/454)”.
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Entende-se por prova emprestada
aquela que é produzida num processo, sendo depois
transportada documentalmente para outro, visando a gerar
efeitos neste.
12
(TJSP, Ap. 84.806-3, 6ª C., j. 21.11.1990, rel. Des. Reynaldo
Ayrosa, RT 667/267).
13
Também nesta mesma linha, o
Superior Tribunal de Justiça. In Litteres:
14
No mais como demonstrada pelas
Jurisprudências pátrias, é ilícita a prova emprestada em que a parte
não tenha participado do processo originário, bem como que a
prova não foi realizada pelo Juiz Presidente.
5. DA NEGATIVA DE AUTORIA
No entanto, há inúmeras
contradições acerca das Alegações Finais oferecidas pelo
Ministério Público em que pede a lavra de douta representante
do ministério público.
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Em depoimento prestado em se de
audiência de instrução o menor Diego Felipe de Oliveira,
declarou que João pegou a arma com o acusado Cláudio. Já
nas palavras do menor Vitor, João Paulo comprou a arma
“umas duas semanas antes” e que a faca não veio de
Claudio.
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a caracterização da co-
participação delitiva.” (TACreimSP
– Ap. 1.034.819/1 – Órgão Julgador:
12ª Cãmara – Rel. João Morenghi –
RJTACrim 34/335).
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do delito, como o que não dispara arma de fogo contra a
vítima, mas estava no local, armado, ou não, e aquele que é
responsável por guiar um automóvel em momento de assalto,
e há morte de vítima.
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independentes, a lei é expressa ao declarar que excluem a
responsabilidade do agente para o qual tenham por si só
contribuído.
“O princípio, no entanto,
permanece um só. A lei não
pretende que a conduta seja
subjugada por fatores outros,
sejam antecedentes, sejam
concomitantes ou supervenientes.
Aquilo que importa é que a conduta,
no complexo do processo causal,
consiga manter sua posição
determinante na produção do
resultado (COSTA JR., 1996, p.
110)”.
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dados pelos menores, sem o crivo do contraditório, deixa
duvidas acerta da co-participação do acusado.
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REFORMA DA SENTENÇA. RECURSO
PROVIDO. DECISÃO UNÂNIME.
Em obediência ao princípio do in
dubio pro réu, não há juízo de certeza quanto à efetiva
participação do acusado no roubo da vítima, mormente por
não existir conteúdo probatório acerca de sua co-
participação.
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É clara a falta de conteúdo
probatório, em que se pedi a condenação do acusado.
NO MÉRITO
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não praticou e nem participou, e não poderia ter outra
conduta, senão prova a sua inocência.
Nestes Termos,
Pede e espera deferimento.
Pesqueira, 27 de Janeiro de 2012.
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