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MATERIAL DIDÁTICO DE
ACOMPANHAMENTO DE
AULAS
NATAL/RN
2020
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AULA 01
1. Escorço Histórico
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O silêncio não é um fator que identifica culpa ou inocência.
(nemo tenetur se detegere)
1.2.1.3 Contraditório
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postulatória) para defender os interesses do acusado. (Art. 5º, inciso
LV, CF)
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1.2.1.8 Verdade Real (Processual)
1.2.1.9 Publicidade
Proporcionalidade e Razoabilidade
Proporcionalidade: A representação do procedimento de
aplicação/interpretação da norma, com o fim de concretizar direitos
fundamentais. De um modo formal, o seu ponto de partida está
respaldado no princípio da legalidade e, em uma perspectiva
material, trata-se do alcance de uma finalidade, justificada
racionalmente.
• • Necessidade, adequação e proporcionalidade em sentido
estrito.
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* conteúdo de direcionamento para estudos, com caráter
complementar. Recomenda-se a utilização de obras jurídicas
relacionadas ao tema.
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Aula 02
1. Sistemas Processuais
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HC 82.507/SE no STF: Impossibilidade do Juiz requerer
diligências após o Ministério Público requerer o arquivamento
do inquérito policial.
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1.2.1. Sistema Acusatório Puro (Sistema de Partes)
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Sujeitos processuais principais: juiz e partes.
Sujeitos processuais secundários: servidores, auxiliares do
Judiciário, assistente de acusação e testemunhas.
Do Estado-Juiz
Importante considerar a terminologia “Estado-Juiz” para caracterizar
aquele que assume uma função estatal na relação processual, qual
seja, a de dizer o direito (jurisdicionar).
Impende considerar é a imparcialidade do juízo como fator primordial
para manutenção de sua função, diante o sistema acusatório a qual
nos submetemos e o que se denomina como o mais apropriado para
um Estado Democrático. Nesse ínterim, surgem os impedimentos, as
incompatibilidades e as hipóteses de suspeição do juiz, tratadas de
um modo mais específico nos arts. 112 e 252 a 256, do CPP.
As hipóteses de impedimento referem-se ao objeto do processo,
cujas situações infringem diretamente no processo. O rol é taxativo
(arts. 252 e 253, do CPP), e deve ser reconhecida de ofício pelo juiz,
e em segundo caso, com a possibilidade de arguição por uma das
partes, a qualquer tempo, seguindo o mesmo rito da exceção de
suspeição.
Por outro lado, os casos de suspeição afetam o juiz enquanto sujeito
do processo, pois existe vinculação do julgador a uma das partes.
Esse rol é exemplificativo, podendo utilizar-se de hipóteses não
previstas no art. 254, do CPP. Quando não reconhecida ex officio pelo
magistrado, pode ser arguida pelas partes, por exceção, podendo ser
atingido pelo instituto da preclusão processual.
As incompatibilidades são aquelas invocadas, por razões de foro
íntimo, reconhecendo o julgador à possibilidade de influência na
formação do seu convencimento. (art. 112, do CPP)
No contexto processual penal, o juiz é intrinsecamente vinculado a
determinados poderes, para obter os fins almejados na função
estatal que lhe foi atribuída: a) poderes de polícia ou administrativa:
visa manter a ordem na tramitação do processo; b) poderes
jurisdicionais: visam a condução do processo para que se possa
alcançar o resultado concreto pretendido.
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Do Ministério Público
Primeiramente, importante asseverar a figura constitucional do
Ministério Público instituída no art. 129, inciso I, da Constituição
Federal, como titular da ação penal (art. 257 e 258, CPP), bem como
se revela como defensor da ordem jurídica, do regime democrático e
dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Esse órgão é norteado como princípio da independência funcional
(art. 127, §1º, CF), ou seja, autonomia suficiente para desenvolver
as tarefas que lhes foram designadas, trata-se, pois, de uma
prerrogativa essencial.
Seria possível uma parte imparcial? O Ministério Público
atuando na promoção da ação penal, ou seja, como parte, deve
se ater a imparcialidade subjetiva (causas de impedimentos,
suspeições e incompatibilidades), não devendo possuir
imparcialidade objetiva quanto ao papel que assume na
acusação.
A imparcialidade está vinculada a honestidade dos órgãos
públicos.
Ovídio Baptista enuncia que a neutralidade judicial é mitológica,
ou seja, até o juiz possua tendência em suas decisões.
Custos legis (lei) transpassando para a concepção de Custos
juris (direito), atuando nessa posição o Ministério Público deve
respeitar tanto a imparcialidade objetiva, quanto a subjetiva.
O Ministério Público é dividido em Ministério Público da União
(Chefe: Procurador-Geral da República) e Ministério Público dos
Estados (Procurador-Geral de Justiça), aquele é subdividido
em: a) Ministério Público Federal; b) Ministério Público do
Trabalho; c) Ministério Público Militar; e d) Ministério Público do
Distrito Federal e Territórios.
Ação Penal Privada Subsidiária (Ministério Público como
interveniente adesivo obrigatório – amplitude de poderes – art.
29, CPP)
As mesmas hipóteses de impedimentos, incompatibilidades e
suspeições do Estado-Juiz se aplica ao Ministério Público.
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legais que se subordinam os servidores e os auxiliares (peritos e
intérpretes) do Judiciário.
Existe, também, a necessidade de se preservar a imparcialidade
diante do caso penal submetido a essas figuras processuais, logo, tais
sujeitos devem observar as normas que dizem respeito às hipóteses
suspeição e impedimento do Estado-Juiz.
Assistente de acusação
Esse sujeito processual é aliado à figura do acusador (Ministério
Público), nos casos em que se faca presente a figura do ofendido ou
seu representante legal, e os sucessores legitimados do art. 31, do
CPP. (art. 268, CPP).
A justificativa para essa figura pode se dar a partir da legitimidade do
ofendido em buscar a reparação dos danos (ação civil ex delicto) e
adequada aplicação da pena, sob a salvaguarda da vítima (art. 271,
CPP).
Lênio Streck emitiu opinião contrária a figura do assistente de
acusação, em virtude do Ministério Público possuir o “dominus litis”,
em razão do art. 129, inciso I, da CF, não seria permitido perpassar
ou dividir com outro, o papel acusador, bem como, evidencia que o
assistente de acusação seria uma espécie instrumento de vingança
privada.
Como contraponto, é interessante trazer à tona a ação penal privada
subsidiária como fator de comparação a figura do assistente de
acusação, visto que se ao particular é permitido intentar aquela
demanda privada, se infere que ele também pode ser assistente de
acusação.
Possibilidade de interposição de recursos (art. 584, §1º e 598,
do CPP);
Possibilidade de requerer a decretação de prisão preventiva
(art. 311, do CPP);
A admissão do assistente de acusação será permitida até o
trânsito em julgado (art. 269, do CPP)
Observar as súmulas nº. 208 e 210 do Supremo Tribunal
Federal.
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Acusado e Defensor
Com o advento do contexto democrático de 1988, observa-se o
surgimento de direitos e garantias essenciais para o acusado e o
defensor, visto que surgiu a adequação para um modelo estritamente
acusatório (ainda que, ortodoxo). O acusado é aquele a quem é
imputada a prática de uma infração penal e o defensor seria aquele
responsável pela defesa técnica do acusado. Podemos citar uma série
de garantias a ambas as partes, após a envergadura da Constituição
de 1988 e a maximização de direitos e garantias fundamentais, senão
vejamos:
Direito ao silêncio e à não autoincriminação. (Nemo tenetur se
detegere)
Direito de ter respeitada a sua integridade física e moral. (art.
5º, inciso XLIX, da CF)
Direito de ser processado e sentenciado pela autoridade
competente. (art. 5º, inciso LIII, CF)
Direito ao devido processo legal. (art. 5º, inciso LIV, CF)
Direito ao contraditório e a ampla defesa. (art. 5º, inciso LV,
CF)
Direito a presunção de inocência até o trânsito em julgado. (art.
5º, inciso LVII, CF)
Direito de não ser preso, senão em flagrante ou mediante
ordem escrita emanada da autoridade judiciária competente,
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei. (art. 5º, LXI, CF e art. 282, CPP)
Direito a ser informado de seus direitos quando preso, entre os
quais, o de permanecer calado, bem como de assistência da
família e do advogado. (art. 5º, LXIII, CF e art. 306, §2º, CPP)
Direito de não ser preso nem mantido na prisão, quando a lei
admitir liberdade provisória, com ou sem fiança. (art. 5º, LXVI,
CF)
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* conteúdo de direcionamento para estudos, com caráter
complementar. Recomenda-se a utilização de obras jurídicas
relacionadas ao tema.
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Aula 03
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às fases subsequentes e da lei antiga à fase em curso no
momento da modificação legislativa.
Norma processual vs material (penal): a primeira possui
aplicação imediata e a segunda observa o caráter benéfico e
maléfico para com o réu, visando assegurar direitos e
garantias, podendo possuir efeitos retroativos e ultrativos.
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O Superior Tribunal de Justiça, acolhendo a segunda corrente,
afirmou que a redação do art. 366 do Código de Processo Penal
(Alteração da Lei Federal nº. 9.271/1996) apenas poderia ser
aplicável aos fatos cometidos após sua vigência, não podendo
retroagir para alcançar fatos que lhe fossem anteriores. A suspensão
da prescrição foi considerada como prejuízo ao réu, logo não pode ser
aplicada a parte da norma que implica a suspensão do processo, o
que enseja, que mesmo à revelia do acusado citado por edital, os
fatos anteriores a norma de 1996 podem continuar sendo apurados.
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imunidade se os fatos delitivos decorrerem do desempenho de
suas funções.
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do réu condenado não se confunde com a extradição, já que o
TPI integra a própria Justiça Brasileira, sendo um órgão especial
do nosso Judiciário.
IV – Tribunal Especial.
Tratam-se das hipóteses de infrações tratadas pelo antigo Tribunal de
Segurança Nacional (Constituição de 1937), entidade que não existe
mais. Atualmente, os tais crimes são tratados pela Lei Federal nº.
7.170/83, sendo tratados pela Justiça Federal, que correspondem
àquelas práticas ilícitas que afrontam a segurança da nação, do povo.
V – Crimes de imprensa.
A Lei Federal nº. 5.250/1967 (Lei de Imprensa) previa procedimento
específico para tratar dessa espécie de infrações, entretanto tal
legislação não foi recepcionada pela Constituição Federal, conforme
demarca o julgamento da ADPF nº. 130-7, pelo Supremo Tribunal
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Federal, logo caso existam infrações nesse sentido, devem ser
disciplinas pelo Código Penal e de Processo Penal.
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relacionadas ao tema.
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Aula 04
Assunto: Inquérito policial e suas implicações
1. A persecução penal.
A persecução penal ou criminal se caracteriza pelo procedimento de
apuração das infrações e pode ser dividido em duas fases: a)
investigação preliminar: procedimento inquisitivo formalizado no
inquérito policial; b) instrução processual: fase do processo
responsável pela produção e apreciação das provas no processo
judicial.
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Verificação de procedência de informações (VPI)
Discricionário
Condução do procedimento da forma que a autoridade policial achar
conveniente. Existe uma faculdade em atender ou não determinados
requerimentos do acusado e seu defensor ou pela própria vítima,
porém, não pode restringir certos direitos e garantias fundamentais
estatuídas na forma de atos obrigatórios, tais como, o exame de
corpo e delito.
Inexistência de hierarquia entre juízes, promotores e
delegados.
Escrito
A forma do procedimento deve ser escrita, de maneira a fornecer
elementos para subsidiar a ação penal (art. 9º, CPP). Os atos
produzidos oralmente serão reduzidos a termo.
Possibilidade de aceitação de registros audiovisuais, de acordo
com a interpretação progressiva da lei.
Sigiloso
A regra do procedimento do inquérito é a vedação de divulgação de
informações para elucidação dos fatos, não se estendendo ao
Ministério Público e ao juiz.
O sigilo pode ser interno ou externo, sendo o primeiro aquele
vinculado a limitação de acesso aos autos do inquérito pelo
investigado e seu defensor. Já o segundo corresponde a
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impossibilidade de divulgação de informações essenciais dom
inquérito ao público em geral, principalmente através da mídia.
O art. 7º, incisos XIII a XV, e §1º da Lei Federal nº.
8.906/1994 (Estatuto da OAB) permite a consulta ao inquérito
pelo advogado, afastando o sigilo que lhe é atrelado, para fins
de instrumentalização do trabalho do defensor.
A súmula vinculante nº. 14, do Supremo Tribunal Federal
estabeleceu o marco para o acesso aos autos pelo advogado,
indicando que tudo que esteja documentado, integrando o
inquérito, é permitido ao advogado, visualizar. Interessante
observar que em algumas hipóteses, a existência de mandato é
essencial (quando existir sigilo externo).
Lawfare: estratégia jurídica de dominação de uma parte em
detrimento da outra, mediante manipulação de meios legais
disponíveis para mitigar o sigilo das investigações em
detrimento das garantias do investigado. Trata-se de abuso de
direito, utilizado, muitas das vezes, pelo acusador. Trial by
media (publicidade ostensiva): conceito próximo ao de lawfare
e refere-se ao propósito de afastar o sigilo das investigações,
com prejuízo ao princípio da paridade de armas, valendo-se da
mídia para tanto, por exemplo.
Oficial
A autoridade policial (delegado) é o presidente do procedimento de
inquérito policial, cuja atribuição se designa por ser membro de órgão
estatal (art. 144, §4º, CF)
Oficioso
Na hipótese de crime de ação penal pública incondicionada, a
autoridade policial deve agir ex officio, instaurando o inquérito e
apurando os fatos correspondentes, visto que a atuação decorre de
imperativo legal (art. 5º, inciso I, CPP).
Crimes de ação penal púbica condicionada ou privada
dependem de manifestação da vítima, para que se inicie o
inquérito de ofício.
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Indisponível
Uma vez iniciado o inquérito policial, o delegado não pode desistir ou
dele dispor. Com a percepção de situação que exclua o crime, o
delegado não deve nem sequer iniciar o procedimento. (art. 17, CPP)
Inquisitivo
O inquérito policial é inquisitivo, visto que todas as suas atribuições
correspondem nas mãos de uma única pessoa: a autoridade policial,
bem como existe uma limitação do contraditório e da ampla defesa,
cuja justificativa é a celeridade nas investigações.
Fatores de mitigação: habeas corpus para trancamento do
inquérito policial; requerimentos, intervenções (razões e
quesitos).
Autoritário
O delegado de polícia que preside o inquérito policial é uma
autoridade pública. (art. 144, §4º, CPP)
Dispensável
O inquérito policial é dispensável, visto que o Ministério Público
(titular da ação penal pública) pode dispensar a sua realização, na
existência de outros elementos que possam fornecer informações
suficientes para a propositura da ação penal.
O inquérito acompanhará a denúncia ou a queixa, se servir
como base para essas iniciais acusatórias. (art. 12, CPP)
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indispensáveis para viabilizar a propositura da demanda penal, em
razão da teoria dos poderes implícitos. (implied powers theory).
Espontânea
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somente se inicia, mediante representação da vítima (condição de
procedibilidade).
e) Requisição do Ministro da Justiça: trata-se de condição de
procedibilidade para a persecução criminal em infrações que exigem
essa requisição (segurança nacional)
Coercitiva
Refere-se aquela em que a comunicação do fato criminoso dar-se-á
mediante a prisão em flagrante do suposto infrator, podendo ser feita
pelos próprios agentes de segurança pública ou particulares. (art.
301, CPP)
4. Providências investigativas.
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V - ouvir o indiciado, com observância, no que for
aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll,
deste Livro, devendo o respectivo termo ser
assinado por duas testemunhas que Ihe tenham
ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e
coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a
exame de corpo de delito e a quaisquer outras
perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo
processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar
aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o
ponto de vista individual, familiar e social, sua
condição econômica, sua atitude e estado de
ânimo antes e depois do crime e durante ele, e
quaisquer outros elementos que contribuírem para
a apreciação do seu temperamento e caráter.
X - colher informações sobre a existência de filhos,
respectivas idades e se possuem alguma
deficiência e o nome e o contato de eventual
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado
pela pessoa presa.
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a
infração sido praticada de determinado modo, a
autoridade policial poderá proceder à reprodução
simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a
moralidade ou a ordem pública.
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profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo
as hipóteses de excludentes de ilicitude.
Prazos especiais
6. Termo circunstanciado
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Verificar o art. 48 da Lei de Drogas.
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Aula 05
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2.1. Arquivamento direto
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2.2. Arquivamento indireto
Trata-se da hipótese em que o Ministério Público requer a remessa
dos autos para Juízo diverso por entender que o primeiro é
incompetente, situação em que esse poderá aceitar ou não. Caso
haja aceitação, ocorre a efetivação do arquivamento indireto, por
outro lado, ocorrendo discordância, aplica-se o art. 28 do Código de
Processo Penal.
Verificar jurisprudência: CAT 43-4, STJ.
Com a Lei Anticrime, deixa de ser aplicável.
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No art. 395 do CPP são prescritas hipóteses em que a ação penal não
preenche determinados pressupostos que são essenciais para o
desenvolvimento regular do processo, os dois primeiros incisos se
referem às condições da ação, quais sejam, o interesse, a
legitimidade ou a representação do ofendido, bem como
determinadas situações que se fazem necessárias para a conclusão
do feito e que são antevistas, com fundamento no Princípio da
economia processual.
As hipóteses do art. 395 do CPP consolidam, em regra, tão
somente, coisa julgada formal, visto que permitem o re-
exercício da ação penal. A única hipótese que faz coisa julgada
material e formal é a de falta de justa causa atipicidade
material (p. ex.: vítima que possui o desejo de não ver o
agente supostamente responsável pela contravenção de vias de
fato, processado, levando em consideração o crime de lesão
corporal leve).
As situações do art. 397 do CPP constituem, em regra, coisa
julgada material e formal, uma vez que houve manifestação do
Estado pelas hipóteses de absolvição sumária, excluindo o fato
do conceito de crime. Ressalva-se apenas, divergência
jurisprudencial entre o STJ e o STF, em que aquele entende
pela existência de certeza jurídica na promoção do
arquivamento por excludentes de ilicitude, enquanto que este
entende pelo caráter rebus sic standibus, em razão da
possibilidade de modificação com o surgimento de elementos
novos.
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ajuizamento de ação penal, antes não oferecida em razão de
arquivamento de inquérito.
Novas provas vs noticias de novas provas.
O Superior Tribunal de Justiça, no RHC 200501786256 e no HC
200201039877, definiu os pressupostos de “prova nova”,
determinando que fosse: a) formalmente nova – fonte já
conhecida, que já foi objeto de apreciação nas investigações
arquivadas e que segue nova “roupagem”, nova interpretação
ou aduz elemento desconhecido; b) substancialmente nova:
fonte desconhecida, de natureza inédita; e c) aptidão para
alterar o cenário probatório – possibilidade de modificação do
cotejo das provas ou elementos.
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4. Teoria Geral da Ação Penal
Trata-se do direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz a
aplicação da lei penal ao caso concreto (direito objetivo).
Características
a) Autônomo: Independência do direito material. O direito de
ação é preexistente ao ius puniendi do Estado (ocorrência da
infração penal).
b) Abstrato: O seu exercício não se vincula ao resultado do
processo (improcedência ou procedência).
c) Subjetivo: Possui titularidade referenciada na legislação.
d) Público: É proveniente do caráter coletivo que a sociedade
impõe ao processamento e a condenação do réu.
e) Instrumental: É um meio para alcançar os fins almejados.
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Observação: Possibilidade jurídica do pedido relativizada em
função da emendatio libelli.
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Aula 06
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1.1.2. Ação penal pública condicionada.
Representação
Essa condição de procedibilidade da ação penal é o fator de
autorização para que se promova a ação penal ou se instaure
inquérito policial. Podendo ser realizada pela vítima ou seu
representante legal, bem como por procurador com poderes
especiais. A sua exteriorização não depende de rigor formal, ou seja,
oralmente ou por escrito, seja na delegacia ou perante o magistrado
(art. 39, CPP).
O STJ admitiu a fungibilidade de queixa crime para
representação, em virtude do engano na hora da avaliação se
era crime de iniciativa privada ou pública condicionada.
O prazo decadencial é de 6 (seis) meses, contados da ciência
do autor do fato criminoso, observando o que preleciona o art.
10, do Código de Processo Penal.
A regra geral é que até o oferecimento da denúncia, o ofendido
pode se retratar da representação, independente de audiência
específica (art. 25, CPP). No entanto, a Lei Federal n º. 11.
340/2006 (Maria da Penha) implica em prazo diferenciado para
a retratação, podendo ser realizada até o recebimento da
denúncia, com audiência designada para tal fim (art. 16).
Questão de relevo é a jurisprudência acerca da Lei Federal nº.
11.340/2006, tendo em vista que o Supremo Tribunal Federal,
na ADI nº. 4424 e ADC nº. 19 fixou entendimento de que o art.
41 é constitucional, assegurando assim a inaplicabilidade da Lei
41
Federal nº. 9.099/1995 (especialmente o seu art. 88), bem
como a interpretação conforme a constituição de que o crime
de lesão corporal leve é tem melhor adequação com a ação
penal pública incondicionada.
No art. 74, parágrafo único, da Lei Federal nº. 9.099/1995 está
prevista a possibilidade legal de renúncia a representação no
acordo homologado para composição de danos civis.
O art. 34, CPP está tacitamente revogado, em virtude da
capacidade absoluta para os maiores de 18 anos. Na ausência
de representante legal, a jurisprudência tem admitido que
qualquer pessoa responsável pelo menor, pode oferecer
representação.
O prazo decadencial para representar começa a fluir do alcance
da maioridade.
A sucessão do direito de representar (nos casos de
morte/ausência declarada por decisão judicial) está prevista no
art. 31, do CPP, onde foi prescrito um rol com ordem legal de
parentes: cônjuge/companheiro, ascendente, descendente e
irmão.
O curador especial (art. 33, CPP) é a figura para oferecer
representação, nos casos de ausência de representante legal de
menores, enfermos mentais ou pessoas sem o discernimento
mental necessário, bem como quando houver conflito de
interesses (abuso do pátrio poder em crimes sexuais, etc.)
A representação não vincula ao Ministério Público oferecer
denúncia, em respeito a sua independência funcional, bem
como a sua titularidade na ação penal pública. Uma única
representação aproveita aos demais réus, em razão da
indivisibilidade da ação penal (posição majoritária – Tourinho
Filho).
Com o advento da Lei Anticrime, o crime de estelionato
(art. 171, CP) se configura como de ação penal pública
condicionada (art. 171, §5º, CP). As exceções
(incondicionada), dizem respeito ao crime de estelionato
cometido contra a Administração Pública, criança e
adolescente, pessoa com deficiência mental e maior de
70 (setenta) anos de idade ou incapaz.
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1.1.3. Princípios da ação penal pública
Oficialidade
Refere-se a condição estatal que o titular da ação penal pública
possui, dando caráter oficial a essa inicial acusatória.
Indisponibilidade
Princípio decorrente da obrigatoriedade da ação penal (vide abaixo),
cujo fito é determinar a impossibilidade do Ministério Público desistir
da ação penal após sua promoção, bem como de eventuais recursos
que foram interpostos.
Obrigatoriedade
O Ministério Público é obrigado a promover ação penal, quando exista
razão para tanto, não podendo se eximir desse dever legal de iniciar
a persecução processual penal.
Plea bargain (transação penal, acordo de não persecução penal
e acordo de leniência) não sugerem mitigação, se classificando
como uma “ação penal não convencional” (penas restritivas de
direitos, etc.)
Indivisibilidade
Trata-se da premissa que assegura que é dever do titular da ação
penal pública, ofertar a denúncia em face de todos os envolvidos.
Nesse sentido, a doutrina majoritária vem entendendo pela
inaplicabilidade desse princípio a ação penal pública.
Sendo posição minoritária na doutrina, mas a prevalente nos
Tribunais Superiores, observa-se o entendimento de que o Ministério
Público pode incluir novos corréus a posteriori, sem falar em renúncia
do direito de ação, em momento anterior, sendo inaplicável a ação
penal pública, essa premissa (REP 388.473).
Intranscedência
A responsabilidade processual penal é adstrito a quem se imputa a
prática delituosa.
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Prazos específicos
10 (dez) dias – crimes eleitorais.
10 (dez) dias – tráfico de drogas.
48 (quarenta e oito) horas – abuso de autoridade.
2 (dois) dias – crimes contra a economia popular.
A data do termo de vista conta como o primeiro dia para oferta de
denúncia. Existindo vários réus, uns presos e outros não, conta-se
como se todos tivessem presos.
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complementar. Recomenda-se a utilização de obras jurídicas
relacionadas ao tema
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Aula 07
Assunto: Ação Penal Privada e Ação Civil ex delicto
1.1. Titularidade
45
Ação penal privada propriamente dita
Trata-se daquela que pode ser exercida tanto pelo ofendido como por
seu representante legal, em crimes que somente se procedam
mediante iniciativa privada.
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Os crimes contra a propriedade imaterial possuem prazo decadencial
diferenciado (30 dias), cujo termo inicial é da homologação do laudo
(art. 529, CPP).
1.5. Aditamento
Querelante
Eugênio Pacelli aduz que este pode aditar a queixa para lanças fatos
novos, encontram como limitação somente o fato da matéria não
condizer com a ação penal privada e a inobservância do prazo
decadencial.
Ministério Público
Na ação privada propriamente dita, o Ministério Público não tem
legitimidade para aditar, incluindo corréu, visto o que preleciona a
Súmula n. 16 das Mesas de Processo Penal da Faculdade de Direito
da USP, entretanto, é permitido ao MP aditar como custos legis, com
o fim de acrescentar elementos que influam na fixação da pena.
O art. 46, §2º, CPP, assegura para que em 3 (três) dias o MP adite a
queixa, sob pena de seu silêncio, expressar assentimento.
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Decorre do princípio da oportunidade, visto que a vítima pode
escolher em mover ou não a ação penal.
É ato unilateral (não depende de aceitação), voluntário, pré-
processual e irretratável (extinção de punibilidade).
A renúncia se estenderá a todos os imputados (art. 49, CPP). A
renúncia tácita admite todos os meios de prova (art. 57, CPP) e a
expressa é feita através de declaração assinada pelo ofendido ou seu
representante legal, ou ainda, por procurador com poderes especiais.
1.7. Perdão
1.8. Perempção
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I – Inércia por período ininterrupto e injustificado por prazo igual a
30 (trinta) dias pela parte querelante.
II – Não comparecimento ao processo dos legitimados a suceder no
direito de queixa, no prazo de 60 (sessenta) dias, independente de
intimação judicial.
III – Não comparecimento aos atos do processo, sem motivo
justificado, a que deva estar presente, bem como deixar de realizar
pedido de condenação no ato de alegações finais (em regra, debate
oral, exceção é a proposição de memoriais).
1.9. Princípios
Oportunidade
É a premissa que assegura a escolha para o ofendido em promover
ou não a queixa, facultando-lhe a opção de se manter inerte e deixar
o prazo decadencial transcorrer in albis.
Disponibilidade
Trata-se da possibilidade de desistir da ação penal privada, seja
através do perdão (ato voluntário) ou da perempção (sanção). A
queixa é baseada no interesse do ofendido, que pode arrepender-se
ou dispor do seu direito de ação.
Indivisibilidade
O art. 48 do CPP prevê que a ação penal privada deve respeitar
rigorosamente o princípio da indivisibilidade, ajuizando a demanda
em face de todos os envolvidos, uma vez que o parquet fiscalizará
para garantir a prevalência desse Princípio.
Os Tribunais Superiores vem tornando obrigatória somente
para a queixa, o repeito a indivisibilidade da ação penal.
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Intranscedência
A ação penal privada deve ser proposta somente em face de quem
tem correlação indiciária com a materialidade do crime, visto que a
responsabilidade penal é pessoal.
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Serão discutidas as provas acerca do fato e da autoria do delito.
o Art. 64, CPP.
2.2. Legitimidade
2.3. Competência
Em razão da matéria
Juízo Cível
Território
Lugar do ato ou fato (minoritária)
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Lugar do seu domicílio ou local do fato, bem como o domicilio do réu
(majoritária)
Sistema da confusão
Duas pretensões desenvolvidas em ação única no juízo criminal.
Pedido condenatório (criminal) e reparatório (danos civis)
Sistema da união
Duas ações, civil e penal, se desenvolvendo em um processo único.
Podendo ser movidas por pessoas distintas, contra responsáveis
diversos. São duas pretensões e dois pedidos, tramitando no mesmo
processo.
Sistema da livre escolha
A parte opta pelo pleito reparatório na esfera cível ou na esfera
penal.
Sistema da Separação
Era o modelo adotado no Brasil, até o ingresso da Lei Federal nº.
9.099/1995 e em função do art. 387, inciso IV, do CPP (2008), visto
que ambos mitigaram a separação de esferas para tratar de cada
pedido (reparatório e condenatório).
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2.6. Sentenças absolutórias, decisões penais e seus efeitos
civis.
Decisão de arquivamento do IP
Regra: Não faz coisa julgada material/ Ação civil ex delicto
Exceção: (causa real de ilicitude)
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* conteúdo de direcionamento para estudos, com caráter
complementar. Recomenda-se a utilização de obras jurídicas
relacionadas ao tema
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Aula 08
1. Jurisdição Penal
1.1. Conceito
1.2. Classificação
a) Quanto à matéria;
b) Quanto ao objeto;
c) Quanto ao grau de jurisdição;
1.3. Princípios
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1.3.3. Princípio da indeclinabilidade
Impossibilidade de se dispor de realizar ou da lei afastar a prestação
jurisdicional (art. 5º, inciso XXXV, CF).
2. Competência
Trata-se da delimitação da jurisdição, de maneira a ensejar que um
Juiz não pode julgar todos os casos.
Vide art. 69, CPP.
Ratione loci, ratione materiae e ratione personae.
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Observância do interesse público nas competências em razão da
pessoa e da matéria, visto que não caracteriza somente as partes, o
cumprimento dessa regra de fixação, logo, ambas são competências
de caráter absoluto.
Nulidade absoluta.
Nulidade relativa.
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relacionadas ao tema
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Aula 09
Assunto: Competência Penal (segunda parte)
1. Competência Penal
Refere-se à medida de jurisdição incumbida a determinado Juiz para
apreciar determinada matéria penal, logo, possui caráter objetivo e
concreto.
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Crimes Eleitorais – no mesmo grau de jurisdição da respectiva
Jurisdição Competente e conexão com crimes comuns.
Súmula Vinculante nº. 45 do STF e a incidência da Competência
do Tribunal do Júri. (exceção: STJ fixou entendimento de que
não se aplica a referida súmula aos Deputados Estaduais).
Hipóteses Constitucionais:
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1.1.3. Ratione loci (Competência em razão do lugar):
Observância do local atribuído ao suposto cometimento da infração
penal, cuja avaliação ensejará o foro competente para processamento
e julgamento da demanda, podendo ser: determinado Conselho de
Justiça na esfera da Justiça Militar; determinada Zona no caso da
Justiça Eleitoral; a Seção/Subseção na Justiça Federal e a Comarca
na Justiça Estadual.
Necessidade de provocação do interessado (incompetência –
infraconstitucional – Súmula nº. 33 do STJ – preclusão).
“Onde ocorreu o delito?”.
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1.1.7. Distribuição: É o critério determinado pelas regras de
organização judiciária, em que na mesma hipótese de juízos
igualmente competentes para a matéria.
Juiz Natural.
Prevenção a partir da distribuição dos autos.
1.2.1. Conexão.
Ocorre na hipótese se duas ou mais infrações estiverem
umbilicalmente vinculadas entres si, conforme o art. 76, do Código de
Processo Penal, o que vai propiciar ao Julgador uma perfeita visão do
quadro probatório, e assim, melhor conhecimento da situação fática.
a) por simultaneidade.
Hipótese de conexão intersubjetiva sem a existência de prévio ajuste
entre eles, existindo uma unidade de desígnios.
b) Conexão intersubjetiva por concurso .
Hipótese com existência de conluio ou liame subjetivo na intenção de
cometerem dois ou mais delitos.
c) Conexão intersubjetiva por reciprocidade.
Hipótese em que existem lesões recíprocas, cometidas por duas
pessoas, uma contra a outra.
Rixa – continência (crime único – três ou mais pessoas
cometendo crimes ao mesmo tempo)
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1.2.1.2. Conexão objetiva (art. 76, II, CPP).
O liame dessa conexão está na motivação de uma delas que a
relaciona com à outra infração.
a) teleológica
A motivação do primeiro delito esteja relacionada ao cometimento do
segundo delito, facilitando-a.
Não pode haver aplicação do Princípio da Consunção.
b) consequencial
Quando a infração for cometida visando ocultar a outra ou
cometimento de infração para garantir a impunidade da outra ou
assegurar a vantagem de outra infração penal.
1.2.2. Continência
a) por cumulação subjetiva
Ocorre quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma
infração penal. Crime único cometido por duas ou mais pessoas em
coautoria ou participação.
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1.3.1. Obrigatória
Previsão legal no art. 79 do Código de Processo Penal.
1.3.2. Facultativa
Previsão legal no art. 80 do Código de Processo Penal.
a) Crimes únicos
Rito Comum
Rito do Júri
b) Crimes Conexos
Rito Comum
Rito do Júri.
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Aula 10
Assunto: Prisões, medidas cautelares diversas e liberdade no curso
do processo
1. Introdução.
A prisão é o cerceamento da liberdade, e pode ser subdivida em
prisão carcer ad poenam (prisão definitiva – após o trânsito em
julgado) e a prisão ad custodiam (prisão processual ou provisória).
Presunção da inocência (art. 5.º, inciso LVII, CF).
Ordem fundamentada e escrita (art. 5º, inciso LXI, CF).
Excepcionalidade da prisão provisória.
2. Prisão em flagrante.
Trata-se de segregação processual prevista no art. 5º, inciso LXI, CF,
cuja situação fática implica que houve visualização do autor do delito
cometendo a suposta prática criminosa e o consequente
encaminhamento até à autoridade policial. O art. 302 do Código de
Processo Penal estabelece a concepção de flagrância. Vejamos:
a) Flagrante facultativo e obrigatório (art. 301, CPP)
b) Flagrante próprio
c) Flagrante impróprio
d) Flagrante presumido
e) Flagrante provocado
f) Flagrante esperado
g) Flagrante forjado
h) Flagrante retardado ou ação controlada
i) Flagrante cataléptico
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Crimes de ação privada A prisão é possível, mas o auto
só pode ser lavrado se o ofendido
requerer.
Crimes de ação penal pública O ato prisional é possível, mas a
condicionada lavratura do auto pressupõe a
prévia representação da vítima.
Infrações de menor potencial Termo Circunstanciado (Assumir
ofensivo o compromisso de ser
imediatamente levado ao JECrim
ou se comprometer dele mesmo
ir.
Homicídio e lesão culposa na Se caso houver prestação de
direção de veículo automotor socorro imediata, a prisão em
flagrante torna-se vedada.
Crimes permanentes A prisão em flagrante pode ser
efetuada enquanto durar a
permanência.
Crimes continuados O flagrante é possível em razão
de cada um dos ilícitos que
constituem a continuidade forem
cometidos.
Crime habitual Possibilidade do flagrante, dês
que a autoridade tenha
constatado a realização de vários
atos que indiquem a
habitualidade.
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Necessidade de entrega da nota de culpa
Ao receber o APF, o Juiz (Audiência de custódia) deve: a)
relaxar a prisão ilegal (ausência de formalidade essencial;
ausência de motivo para prisão em flagrante; atipicidade do
fato e excesso do prazo; b) converter em prisão preventiva,
observando os pressupostos dos arts. 312 e 313 do CPP ou; c)
conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
3. Audiência de custódia.
Momento de apresentação do custodiado ao Poder Judiciário, para
observar os motivos da prisão em flagrante e se existem motivos
para decretação de segregação cautelar. Sua realização deverá
ocorrer no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conforme a aplicação
da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José
da Costa Rica), no art. 7º, item 5, 1ª parte.
ADI 5240 (Provimento do TJSP) e ADPF 347 (julgamento da
cautelar)
Resolução nº. 213/2015.
Vedação dos agentes policiais responsáveis pela
prisão/investigação.
Atendimento prévio e reservado por advogado por ela
constituído ou defensor público, sem a presença de agentes
policiais.
Abstenção de apreciação do mérito.
Aplicação às prisões cautelares ou definitivas, nos termos da
Resolução nº. 213/2015.
Previsão expressa na Lei Anticrime (art. 310, CPP).
4. Prisão preventiva.
Modalidade de prisão processual determinada exclusivamente por
autoridade judiciária, e desde que presentes os pressupostos dos
arts. 312 e 313 do Código de Processo Penal.
Fumus commissi delicti e periculum libertatis (pressupostos).
Medida excepcional, tendo em vista a presunção da inocência.
Necessidade de análise do caso concreto, visto que o
ordenamento jurídico exige adequação e proporcionalidade e
fundamentação suficiente (não pode encampar os argumentos
acusatórios) para o cerceamento da liberdade.
Decisão interlocutória simples (RESE e HC).
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STJ (RHC 75.716/MG) – Necessidade de oitiva da defesa,
quando não ensejar riscos para o sucesso.
Descumprimento de medidas cautelares; Conversão do
flagrante e demonstração das necessidades no curso do
processo.
Garantia da ordem pública e/ou da ordem econômica,
conveniência da instrução criminal, garantia da futura aplicação
da lei penal, descumprimento de obrigações impostas por
medidas cautelares aplicadas (fundamentos).
Crimes dolosos com pena maxima superior a 4 anos;
condenação anterior definitiva por outro crime doloso no prazo
de 5 anos da reincidência; crime resultante de violência
doméstica para garantir a execução de medidas protetivas de
urgência (condições de admissibilidade)
Dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou insuficiência de
elementos para esclarecimento.
Indícios de excludentes de ilicitude e pena diversa do
cerceamento de liberdade (vedação).
Formalidades do mandado (art. 285, CPP).
Jurisprudência e a estipulação de prazos, em virtude da
impossibilidade de prisão indeterminada. Excesso de prazo em
razão da defesa (Súmula 64/STJ) Entendimento doutrinário:
120/125 dias.
Término da instrução ficará superada a alegação de
constrangimento ilegal (Súmula 52/STJ).
Avaliação da razoabilidade e proporcionalidade, caso a caso.
Prisão preventiva domiciliar (faculdade): arts. 317 e 318, do
CPP. Monitoração eletrônica.
Lei anticrime: Revisão da prisão preventiva (90 dias),
fundamentação idônea da decisão judicial (art. 315, §2º, CPP)
5. Prisão temporária.
Modalidade de prisão processual, decretada por tempo determinado,
destinada a possibilitar as investigações de crimes graves, durante o
inquérito policial, conforme a Lei Federal nº. 7.960/89.
Requisitos cumulativos: Crimes do inciso III do art. 1º, e desde
que existam as hipóteses ou do inciso I ou do inciso II.
Cabimento de RESE.
Prazo prorrogável (extrema e comprovada necessidade) de 5
dias. 30 dias (Hediondos)
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6. Medidas cautelares diversas da prisão.
São medidas cautelares a serem avaliadas, a priori e em regra, antes
da decretação de prisão cautelar, cujas situações estão presentes no
art. 319 e 320, CPP.
Com o advento da Lei Anticrime, as medidas cautelares
não podem ser decretadas de ofício, tendo em vista a
necessidade de requerimento das partes ou
representação da autoridade policial. (art. 282, CPP)
Além disso, existe previsão expressa, de intimação da
parte contrária, para se manifestar em 5 (cinco) dias,
para oitiva da outra parte, ressalvada os casos de
urgência ou perigo de ineficácia da medida.
A prisão preventiva só pode ser decretada, após análise
individualizada do não cabimento das medidas
cautelares.
Necessidade de reavaliação (CNJ)
Fiança: direito do réu, que lhe permite mediante caução e
cumprimento de certas obrigações, ficar em liberdade durante o
processo, desde que preenchidos os pressupostos.
Autoridade Policial: pena máxima igual ou inferior a 4 anos.
Art. 322 e seguintes, do CPP.
Crimes inafiançáveis (art. 323, CPP)
Situações inafiançáveis (art. 324, CPP).
Monitoração eletrônica.
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Aula 11
Assunto: Questões e processos incidentes
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