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CURSO DE DIREITO
PARÁ,
2023
2
A ESPETACULARIZAÇÃO DO PROCESSO PENAL E SUA
REPERCUSSÃO NOS JULGAMENTOS CRIMINAIS
RESUMO
INTRODUÇÃO
1 Graduando Direito pela Instituição Estácio de Sá
No cenário do direito penal, a interseção entre os princípios fundamentais, a
atuação do tribunal do júri, o papel dos meios de comunicação e a influência da
mídia no processo penal são áreas de constante debate e reflexão. Esses
elementos desempenham papéis cruciais na garantia dos direitos individuais, na
busca pela justiça e na manutenção da integridade do sistema de justiça criminal.
Neste artigo, será explorado esses temas fundamentais em cinco títulos
distintos, cada um contribuindo para uma compreensão mais abrangente dos
desafios e dilemas enfrentados no contexto do processo penal.
Inicialmente, será abordado os princípios fundamentais do direito penal, como
a presunção de inocência, o devido processo legal e o contraditório, que servem
como salvaguardas essenciais para garantir a equidade e a justiça no tratamento
dos acusados. Em seguida, será apresentado o universo do tribunal do júri,
destacando sua história, evolução e importância na participação popular na
administração da justiça.
Na sequência, será explorado a relação entre os meios de comunicação
social e a liberdade de informação, examinando como a cobertura midiática de
casos criminais pode influenciar a opinião pública, os jurados e até mesmo o próprio
sistema judicial, bem como será destacado a importância da ética jornalística e da
responsabilidade na divulgação de informações sobre processos penais.
No quarto item, será investigado mais a fundo a influência da mídia no
processo penal, examinando como a espetacularização do direito penal pode
comprometer princípios fundamentais como a presunção de inocência e o devido
processo legal. Para finalizar será abordado um estudo de casos emblemático para
ilustrar os impactos da cobertura midiática sensacionalista em julgamentos criminais,
utilizando do caso de Isabella Nardoni, uma tragédia que reverberou em todo o
Brasil, para contextualizar e exemplificar os temas discutidos ao longo deste artigo.
Ao explorar a influência da mídia, a atuação do tribunal do júri e os princípios
fundamentais do direito penal nesse caso específico, buscaremos extrair lições e
insights que possam contribuir para uma reflexão crítica sobre o sistema de justiça
criminal e seu funcionamento na sociedade contemporânea.
Art. 5º (...)
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória;
(...)
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
(BRASIL, 1988)
Artº 10:
Todo ser humano tem direito a um julgamento justo e público por parte de
um tribunal independente e imparcial, com plena igualdade, para determinar
seus direitos e responsabilidades ou diante de qualquer acusação criminal
contra si. (UNICEF 1948)
Assim, o princípio em análise determina que o juiz deve conduzir o processo
de forma a assegurar a prevalência da parte que esteja de posse da verdade
substancial, utilizando-o como meio de promover a justiça.
2. O TRIBUNAL DO JÚRI
5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda
apologia ao ódio nacional, racial ou religioso que constitua incitamento à
discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência. ( CONVENÇÃO
AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (1969). Pacto de San José da
Costa Rica).
O Estado não pode partir do orçamento de que uma pessoa é culpada até
que se prove o contrário. A presunção de inocência é uma garantia
fundamental que assegura a proteção dos direitos individuais e humanos
adquiridos de um indivíduo sem a comprovação legal, é uma violação grave
dos princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito.(Barroso,
2015, pg. 583).
5. ESTUDO DE CASO
Isabella Nardoni foi uma menina brasileira que morreu no ano de 2008 à
idade de cinco anos. Sua morte foi um caso de grande repercussão no Brasil, já que
seu pai e sua madrasta foram acusados e condenados por seu assassinato.
Na noite de 29 de março de 2008, Isabella passou o fim de semana com seu
pai biológico, Alexandre Nardoni, e sua madrasta, Anna Carolina Jatobá, no
apartamento deles em São Paulo.
Essa noite, após uma discussão culminou com Isabella caiu da janela do
sexto andar do edifício.
Os vizinhos do prédio ligaram para a polícia depois de ouvir gritos e ver
alguém jogar algo da sacada. Quando a polícia chegou, encontrou Isabella no chão,
gravemente ferida. Ela foi levada para um hospital próximo, mas não pôde ser salva.
A investigação revelou que o pai de Isabella, Alexandre Nardoni, estava
segurando-a no colo minutos antes de sua queda. Além disso, foram encontradas
provas de que Anna Carolina Jatobá participou da discussão que levou à morte de
Isabella. Ambos foram presos e julgados por homicídio qualificado.
O caso foi altamente midiático e causou comoção no Brasil. Tanto o padrasto
quanto a mãe de Isabella negaram ter cometido o crime, mas as provas obtidas pela
acusação foram suficientes para condená-los à prisão. Alexandre Nardoni foi
condenado a 31 anos de prisão e Anna Carolina Jatobá a 26 anos e 8 meses de
prisão.
Durante o período do delito, o Juiz Maurício Fossen concluiu que havia provas
que apontavam para a responsabilidade do casal pelos crimes, e ordenou a
detenção cautelar. É evidente que essa decisão foi influenciada pelo sentimento
público. As condições da prisão foram atingidas da seguinte forma:
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral. 22. ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2017