Você está na página 1de 13

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG

Curso de Direito – Unidade Contagem


Direito Processual Penal IP Prisões e Medidas Cautelares Prof.
Cristiano Ferreira
Primeiro Exercício 2º/2023

Nome : Leticia Veríssimo Ribeiro


01 - Considerando o Direito Processual Penal e o Estado Democrático de Direito, o que
são os direitos e garantias fundamentais previstos em nossa Constituição? Fundamente
sua resposta.

Os direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição de um Estado Democrático de


Direito são elementos essenciais que asseguram a proteção dos indivíduos contra possíveis
abusos do poder estatal e garantem a dignidade, liberdade e igualdade de todos os cidadãos.
No contexto do Direito Processual Penal, esses direitos desempenham um papel crucial, uma
vez que regulam a maneira como o sistema de justiça criminal trata os suspeitos, acusados e
condenados, visando garantir um processo justo e equitativo.
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 estabelece um amplo conjunto de direitos e garantias
fundamentais. Alguns exemplos desses direitos no âmbito do Direito Processual Penal incluem:
 Princípio do Devido Processo Legal:Esse princípio garante que todas as pessoas
tenham direito a um processo justo, com todas as garantias necessárias para a defesa
de seus interesses. Isso inclui a notificação adequada das acusações, o direito a um
advogado, o direito a produção de provas e o direito a um julgamento imparcial.
 Presunção de Inocência:Todos são considerados inocentes até que se prove o
contrário de forma conclusiva. Isso implica que o ônus de provar a culpa recai sobre o
Estado, e não sobre o acusado. A presunção de inocência visa proteger os indivíduos
de serem tratados como culpados sem um devido processo legal.
 Direito ao Silêncio:O acusado não pode ser obrigado a produzir provas contra si
mesmo. Ele tem o direito de permanecer em silêncio durante o interrogatório, e esse
silêncio não pode ser usado como prova de culpa.
 Direito à Ampla Defesa e Contraditório: O acusado tem o direito de se defender
adequadamente, apresentando provas, questionando testemunhas e argumentando
sua versão dos fatos. Além disso, é garantido o contraditório, ou seja, todas as partes
devem ter oportunidade de se manifestar sobre as provas e argumentos apresentados.
 Direito à Não Autoincriminação:Ninguém pode ser compelido a produzir provas que o
incriminem. Isso está relacionado ao direito ao silêncio e à proteção contra a
autoincriminação.
 Habeas Corpus:Esse é um instrumento jurídico que protege o direito de qualquer
pessoa de não ser detida ou presa ilegalmente. É uma forma de garantir a liberdade
individual contra prisões arbitrárias.
 Direito à Privacidade:Mesmo em processos criminais, os indivíduos têm direito à
privacidade, o que implica que as investigações e a coleta de evidências devem ser
realizadas de forma respeitosa e justificada.
 Vedação à Tortura e Tratamento Desumano ou Degradante: Ninguém pode ser
submetido a tortura ou a tratamento desumano ou degradante, sob qualquer
circunstância.
 Garantia do Juiz Natural:Ninguém pode ser processado ou julgado por um tribunal de
exceção ou por um juiz que não seja competente para o caso. Isso visa evitar a
arbitrariedade na escolha do julgador.
Esses são apenas alguns exemplos dos direitos e garantias fundamentais presentes na
Constituição Brasileira. Eles são fundamentais para equilibrar o poder estatal e proteger os
indivíduos contra abusos no contexto do sistema de justiça criminal, assegurando que o
processo penal seja justo, transparente e respeitoso com os direitos humanos.

02 - Por qual motivo, podemos afirmar que o termo “divisão de poderes” uma expressão
equivocada? Fundamente de acordo com a Constituição.
A ideia da divisão de poderes seria para evitar a concentração absoluta do poder nas mãos do
soberano, comum no Estado absoluto, que precede as revoluções burguesas, buscando evitar
o abuso de poder e garantir a liberdade dos indivíduos.

1
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG
Curso de Direito – Unidade Contagem
Direito Processual Penal IP Prisões e Medidas Cautelares Prof.
Cristiano Ferreira
Primeiro Exercício 2º/2023
03 - Em que consiste o denominado monopólio da jurisdição penal? Fundamente sua
resposta de acordo com a doutrina.
O "monopólio da jurisdição penal" é um princípio fundamental do sistema jurídico em muitos
países. Ele se refere ao poder exclusivo do Estado de conduzir processos penais, julgar
indivíduos acusados de crimes e impor sanções penais. Esse princípio implica que somente o
sistema de justiça do Estado, geralmente representado por tribunais e juízes, tem a autoridade
legal para lidar com casos criminais e determinar a culpa ou inocência de uma pessoa, bem
como impor penas em conformidade com a lei.

elementos do monopólio da jurisdição penal:

 Exclusividade Estatal: A autoridade para conduzir processos criminais, julgar acusados


e impor punições é reservada exclusivamente ao Estado. Isso significa que indivíduos
ou grupos privados não têm o poder de iniciar processos criminais ou realizar
julgamentos criminais.
 Separação de Poderes: O monopólio da jurisdição penal está relacionado à separação
de poderes entre os ramos do governo. O Judiciário, que é uma parte independente do
governo, é responsável por garantir que os processos criminais sejam conduzidos de
maneira imparcial e justa.
 Garantia de Direitos Fundamentais:O sistema de justiça penal do Estado é obrigado a
respeitar os direitos fundamentais dos acusados, incluindo o direito a um julgamento
justo, o direito a um advogado, o direito de permanecer em silêncio e o direito a um
devido processo legal.
 Devido Processo Legal:O monopólio da jurisdição penal também implica que todos os
procedimentos legais e processos judiciais devem ser conduzidos de acordo com a lei e
os princípios do devido processo legal, garantindo a proteção dos direitos dos acusados.
 Responsabilidade do Estado: O Estado é responsável por garantir que seus agentes,
incluindo a polícia, promotores e juízes, ajam de maneira justa e em conformidade com
a lei durante o processo penal. Isso inclui investigações imparciais, acusações baseadas
em evidências sólidas e julgamentos justos.

O monopólio da jurisdição penal é fundamental para a preservação do Estado de direito e a


proteção dos direitos individuais em um sistema democrático. Ele ajuda a evitar o abuso de poder
por parte de indivíduos ou grupos privados e garante que os processos criminais sejam
conduzidos de acordo com padrões legais e éticos estabelecidos.

04 - Explique e fundamente (de acordo com a legislação) as funções do delegado de


polícia.
As funções do delegado de polícia são fundamentadas na legislação de cada país e podem
variar em detalhes, mas em geral, o delegado de polícia é um agente público encarregado de
conduzir investigações criminais, manter a ordem pública e aplicar a lei. Abaixo, vou explicar e
fundamentar as principais funções de um delegado de polícia, com base na legislação
brasileira como exemplo:
 Instauração e Coordenação de Inquéritos Policiais: O delegado de polícia é responsável
por instaurar inquéritos policiais para investigar crimes. O Código de Processo Penal
Brasileiro, em seu artigo 4º, estabelece que a polícia judiciária é exercida pelas
autoridades policiais, que têm a responsabilidade de apurar infrações penais.
 Presidência de Flagrantes:O delegado de polícia tem o poder de presidir o procedimento
de prisão em flagrante delito, de acordo com o artigo 304 do Código de Processo Penal
Brasileiro. Isso significa que ele decide se uma pessoa detida em flagrante deve ser
mantida sob custódia ou liberada.
 Interrogatório de Suspeitos:O delegado de polícia tem o direito de interrogar suspeitos
de crimes, conforme estabelecido no artigo 6º, inciso V, do Código de Processo Penal
Brasileiro. Esse interrogatório é uma etapa importante na investigação criminal.
 Requisição de Perícias e Provas:O delegado pode requisitar perícias técnicas, exames e
outras provas que julgar necessárias para a investigação, de acordo com o artigo 6º,
2
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG
Curso de Direito – Unidade Contagem
Direito Processual Penal IP Prisões e Medidas Cautelares Prof.
Cristiano Ferreira
Primeiro Exercício 2º/2023
inciso VII, do Código de Processo Penal Brasileiro.
 Recolhimento de Depoimentos de Testemunhas:O delegado de polícia pode colher
depoimentos de testemunhas e vítimas durante a investigação, conforme o artigo 6º,
inciso VIII, do Código de Processo Penal Brasileiro.
 Elaboração de Relatórios e Encaminhamento ao Poder Judiciário:** O delegado de
polícia é responsável por elaborar relatórios de investigação e encaminhá-los ao Poder
Judiciário, ao Ministério Público e à autoridade policial superior, quando necessário, de
acordo com o artigo 10 do Código de Processo Penal Brasileiro.
 Determinação de Medidas Cautelares:O delegado pode determinar medidas cautelares,
como a prisão preventiva, quando considerar necessário para a investigação ou para
garantir a ordem pública. Essas medidas estão previstas no Código de Processo Penal
Brasileiro.
 Execução de Mandados de Prisão:O delegado de polícia pode executar mandados de
prisão expedidos pela autoridade judiciária, conforme estabelecido no artigo 2º, inciso III,
do Código de Processo Penal Brasileiro.
 Participação em Ações de Policiamento e Combate ao Crime:Além das funções
investigativas, o delegado pode atuar em operações de policiamento e combate ao
crime, coordenando equipes policiais.

Essas funções do delegado de polícia são fundamentadas na legislação brasileira,


especificamente no Código de Processo Penal e em outras leis relacionadas à atividade
policial. Vale ressaltar que a atuação do delegado deve ser pautada pelo respeito aos direitos
humanos e às garantias individuais dos cidadãos, garantindo assim um tratamento justo e legal
durante a investigação e o processo penal.

05 - Explique e fundamente (de acordo com a legislação) as funções do Ministério


Público enquanto titular da ação penal.
O Ministério Público (MP) é uma instituição essencial à função jurisdicional do Estado, e sua
função principal, em relação à ação penal, é atuar como titular da ação penal pública. Isso
significa que o MP tem a responsabilidade de promover a persecução penal em nome do
Estado, representando a sociedade nos casos de crimes.
 Promover a Ação Penal Pública:De acordo com a Constituição Federal Brasileira de
1988, em seu artigo 129, inciso I, é atribuição do Ministério Público promover,
privativamente, a ação penal pública. Isso significa que o MP tem o poder exclusivo de
apresentar denúncias criminais contra os acusados perante o Poder Judiciário.
 Realizar Investigação Preliminar:Embora a investigação criminal seja conduzida
principalmente pela polícia, o MP tem a prerrogativa de realizar investigações
preliminares para reunir evidências e decidir se deve ou não oferecer uma denúncia.
Essa prerrogativa está prevista na Lei Complementar nº 75/1993, que dispõe sobre a
organização, as atribuições e o estatuto do Ministério Público da União.
 Oferecer Denúncias e Requisitar Abertura de Inquéritos:O MP tem a autoridade para
apresentar denúncias criminais contra os suspeitos à autoridade judiciária competente.
Além disso, pode requisitar a abertura de inquéritos policiais quando achar necessário
para a apuração de crimes.
 Acompanhar o Processo Penal: O MP tem o direito de acompanhar todo o processo
penal, desde a fase de investigação até o julgamento final. Isso inclui a participação em
audiências, a apresentação de alegações finais e a requisição de diligências.
 Defender os Interesses da Sociedade: O Ministério Público atua como defensor dos
interesses da sociedade como um todo. Isso implica buscar a justiça e a aplicação
correta da lei, garantindo que os direitos das vítimas e da sociedade sejam protegidos
durante o processo penal.
 Recorrer de Decisões Judiciais:O MP tem o direito de recorrer de decisões judiciais que
considere contrárias à lei ou aos interesses da justiça, buscando a revisão de sentenças
ou acórdãos que considera inadequados.
 Propor Acordos e Transações: O MP também pode propor acordos e transações penais,
nos termos da lei, para crimes de menor potencial ofensivo, com o objetivo de solucionar
3
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG
Curso de Direito – Unidade Contagem
Direito Processual Penal IP Prisões e Medidas Cautelares Prof.
Cristiano Ferreira
Primeiro Exercício 2º/2023
casos de forma mais rápida e eficiente.

As funções do Ministério Público enquanto titular da ação penal são fundamentadas não
apenas na Constituição Federal, mas também em leis específicas que regulamentam o
funcionamento do Ministério Público e o processo penal. A atuação do MP tem como objetivo
primordial a busca da justiça, a defesa da sociedade e a proteção dos direitos dos cidadãos,
garantindo um processo penal justo e equitativo.

06 - Explique e fundamente (de acordo com a legislação) as funções da Magistratura no


sistema de persecução penal.

A magistratura desempenha um papel fundamental no sistema de persecução penal. Os


magistrados, também conhecidos como juízes, são responsáveis por tomar decisões imparciais
e justas em casos criminais, garantindo que o processo penal seja conduzido de acordo com a
lei. As funções da magistratura no sistema de persecução penal incluem:
 Controle da Legalidade:Os juízes são responsáveis por garantir que todo o processo
penal seja conduzido dentro dos limites da lei. Eles devem assegurar que todas as
etapas da investigação, acusação e julgamento estejam em conformidade com os
princípios legais e constitucionais.
 Recebimento e Avaliação de Denúncias: Os magistrados recebem as denúncias
apresentadas pelo Ministério Público ou por outras partes interessadas e avaliam se
elas cumprem os requisitos legais para seguir adiante no processo. Eles decidem se
há indícios suficientes de crime para justificar um julgamento.
 Decisões sobre Medidas Cautelares: Os juízes têm o poder de determinar medidas
cautelares, como prisão preventiva, prisão domiciliar, ou outras medidas restritivas da
liberdade, com base na avaliação da necessidade de proteger a ordem pública e
garantir a presença do acusado no processo.
 Condução de Audiências e Julgamentos:Os magistrados presidem audiências de
instrução e julgamento, ou seja, as fases em que as provas são apresentadas,
testemunhas são ouvidas e argumentos legais são apresentados. Eles tomam
decisões durante o julgamento, como a aceitação ou rejeição de evidências, e, no final,
proferem a sentença.
 Garantia do Devido Processo Legal: Os juízes têm a responsabilidade de assegurar
que o devido processo legal seja seguido rigorosamente. Isso inclui garantir o direito a
um julgamento justo, o direito a um advogado, o direito de confrontar testemunhas e o
direito a um recurso adequado.
 Decisão Final e Imposição de Penas: Após a conclusão do julgamento, os magistrados
proferem a decisão final, declarando o réu culpado ou inocente. Se o réu for
considerado culpado, o juiz também impõe a pena de acordo com a lei.
 Revisão de Decisões em Instâncias Superiores:Em sistemas judiciários com múltiplas
instâncias, os juízes de instâncias superiores têm a função de revisar as decisões de
tribunais inferiores para garantir que a lei tenha sido aplicada corretamente e que a
justiça tenha sido feita.
 Proteção dos Direitos Fundamentais:Os magistrados desempenham um papel crucial
na proteção dos direitos fundamentais dos acusados, garantindo que sejam tratados
com dignidade e respeito durante todo o processo penal.

As funções da magistratura no sistema de persecução penal são fundamentadas na legislação


específica de cada país e, muitas vezes, na Constituição. É essencial que os juízes atuem de
forma imparcial, seguindo os princípios do Estado de direito e respeitando os direitos
fundamentais, a fim de garantir um sistema de justiça criminal justo e eficaz.

07 - Explique e fundamente (de acordo com a legislação) as funções do Advogado no


sistema de persecução penal.

O advogado desempenha um papel essencial no sistema de persecução penal, representando

4
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG
Curso de Direito – Unidade Contagem
Direito Processual Penal IP Prisões e Medidas Cautelares Prof.
Cristiano Ferreira
Primeiro Exercício 2º/2023
os interesses dos acusados e garantindo que seus direitos e garantias legais sejam protegidos
durante todo o processo penal. Suas funções são fundamentadas em leis e regulamentos
específicos e incluem:
 Assistência Jurídica:O advogado fornece assistência jurídica ao acusado desde o início
do processo penal, garantindo que ele compreenda seus direitos e as implicações
legais do caso. Isso inclui explicar o processo, a natureza das acusações e as
possíveis consequências legais.
 Defesa do Cliente:O advogado representa ativamente os interesses do acusado,
buscando a melhor estratégia de defesa possível. Isso pode incluir a apresentação de
evidências favoráveis, a contestação de evidências apresentadas pelo Ministério
Público e a argumentação perante o tribunal.
 Presença durante Interrogatórios e Audiências: O advogado tem o direito de estar
presente durante interrogatórios policiais e audiências judiciais com o cliente. Além
disso, ele pode fazer perguntas, apresentar objeções e garantir que o acusado não
faça declarações autoincriminatórias.
 Preparação e Apresentação de Defesa: O advogado é responsável por preparar e
apresentar a defesa do cliente, o que pode envolver a coleta de evidências, a
contratação de peritos, a elaboração de argumentos legais e a apresentação de
alegações finais.
 Garantia do Devido Processo Legal: O advogado desempenha um papel crucial na
garantia do devido processo legal. Ele assegura que todos os procedimentos legais
sejam seguidos, que o acusado tenha o direito a um julgamento justo e que seus
direitos fundamentais sejam respeitados.
 Negociação de Acordos: O advogado pode negociar acordos com o Ministério Público,
como acordos de colaboração premiada ou acordos de delação, em nome do cliente.
Isso pode resultar em benefícios, como redução de pena ou benefícios para o cliente.
 Recurso de Decisões: Se o acusado for condenado, o advogado pode recorrer da
decisão em instâncias superiores, buscando a revisão da sentença ou da condenação.
 Proteção do Sigilo Profissional: O advogado tem o dever ético e legal de proteger o
sigilo profissional e não divulgar informações confidenciais fornecidas pelo cliente,
exceto em circunstâncias limitadas permitidas por lei.
As funções do advogado no sistema de persecução penal são fundamentadas em princípios
legais, como o direito à assistência jurídica, o direito à defesa, o direito a um julgamento justo e
o direito ao devido processo legal. Em muitos países, esses princípios são consagrados em
suas constituições e em leis de processo penal. O advogado desempenha um papel crucial na
proteção dos direitos dos acusados e na busca por justiça no sistema de justiça criminal.

08 - Em que consiste o denominado poder de polícia? Explique e fundamente.


O poder de polícia é um conceito jurídico que se refere ao poder que o Estado detém para
regulamentar e controlar diversas atividades e condutas da sociedade em prol do interesse
público, visando garantir a ordem, a segurança, a saúde, o meio ambiente, a moralidade
pública e outros valores coletivos. Esse poder é uma prerrogativa estatal para limitar direitos
individuais quando necessário para o bem-estar geral.
 Atuação do Estado: O poder de polícia é exercido exclusivamente pelo Estado e suas
autoridades, como órgãos administrativos e agentes públicos.
 Objetivo do Interesse Público: O poder de polícia é utilizado para promover o interesse
público e a segurança da coletividade. Ele busca equilibrar os direitos individuais com o
bem-estar da sociedade como um todo.
 Limitação de Direitos Individuais: O exercício do poder de polícia pode resultar na
limitação de direitos individuais, como a liberdade de ação, propriedade, liberdade de
expressão e outros, quando necessário para alcançar seus objetivos.
 Base Legal: O poder de polícia deve estar fundamentado em leis, regulamentos e
normas que autorizam o Estado a intervir em determinadas situações.
 Discrição Administrativa:O poder de polícia muitas vezes envolve a capacidade
discricionária das autoridades administrativas para tomar decisões com base em
critérios objetivos e proporcionais.
5
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG
Curso de Direito – Unidade Contagem
Direito Processual Penal IP Prisões e Medidas Cautelares Prof.
Cristiano Ferreira
Primeiro Exercício 2º/2023
 Ações Preventivas e Repressivas: O poder de polícia pode ser exercido tanto de forma
preventiva, estabelecendo regras e regulamentos, quanto de forma repressiva,
aplicando penalidades e medidas corretivas quando as normas são infringidas.
 Atividades Reguladas: O poder de polícia é aplicado a uma ampla variedade de
atividades, como trânsito, meio ambiente, segurança pública, saúde pública, urbanismo,
entre outras.
 Devido Processo Legal: Mesmo ao exercer o poder de polícia, o Estado deve respeitar o
devido processo legal, garantindo que os indivíduos afetados tenham a oportunidade de
contestar as decisões e ações das autoridades.

É importante notar que o poder de polícia é uma parte essencial do Estado de direito e da
governança, permitindo ao Estado equilibrar os interesses individuais com o interesse público
e manter a ordem e a segurança na sociedade. No entanto, seu exercício deve ser razoável,
proporcional e estar de acordo com as leis e os princípios democráticos para evitar abusos e
proteger os direitos fundamentais dos cidadãos.

09 – Quais são as funções policiais delimitadas no CPP? Fundamente sua resposta.


O poder de polícia é um conceito jurídico que se refere ao poder que o Estado detém para
regulamentar e controlar diversas atividades e condutas da sociedade em prol do interesse
público, visando garantir a ordem, a segurança, a saúde, o meio ambiente, a moralidade pública e
outros valores coletivos. Esse poder é uma prerrogativa estatal para limitar direitos individuais
quando necessário para o bem-estar geral.

 Atuação do Estado:O poder de polícia é exercido exclusivamente pelo Estado e suas


autoridades, como órgãos administrativos e agentes públicos.
 Objetivo do Interesse PúblicoO poder de polícia é utilizado para promover o interesse
público e a segurança da coletividade. Ele busca equilibrar os direitos individuais com o
bem-estar da sociedade como um todo.
 Limitação de Direitos Individuais:O exercício do poder de polícia pode resultar na
limitação de direitos individuais, como a liberdade de ação, propriedade, liberdade de
expressão e outros, quando necessário para alcançar seus objetivos.
 Base Legal:O poder de polícia deve estar fundamentado em leis, regulamentos e
normas que autorizam o Estado a intervir em determinadas situações.
 Discrição Administrativa:O poder de polícia muitas vezes envolve a capacidade
discricionária das autoridades administrativas para tomar decisões com base em
critérios objetivos e proporcionais.
 Ações Preventivas e Repressivas:O poder de polícia pode ser exercido tanto de forma
preventiva, estabelecendo regras e regulamentos, quanto de forma repressiva,
aplicando penalidades e medidas corretivas quando as normas são infringidas.
 Atividades Reguladas: O poder de polícia é aplicado a uma ampla variedade de
atividades, como trânsito, meio ambiente, segurança pública, saúde pública, urbanismo,
entre outras.
 Devido Processo Legal: Mesmo ao exercer o poder de polícia, o Estado deve respeitar o
devido processo legal, garantindo que os indivíduos afetados tenham a oportunidade de
contestar as decisões e ações das autoridades.

É importante notar que o poder de polícia é uma parte essencial do Estado de direito e da
governança, permitindo ao Estado equilibrar os interesses individuais com o interesse público e
manter a ordem e a segurança na sociedade. No entanto, seu exercício deve ser razoável,
proporcional e estar de acordo com as leis e os princípios democráticos para evitar abusos e
proteger os direitos fundamentais dos cidadãos.

10 - O que são e quais são os chamados sistemas processuais aplicados ao


Processo Penal? Qual é o sistema adotado no Brasil? Fundamente sua resposta.
Os sistemas processuais aplicados ao Processo Penal são abordagens ou modelos que
orientam a forma como os processos criminais são conduzidos, organizados e estruturados em
6
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG
Curso de Direito – Unidade Contagem
Direito Processual Penal IP Prisões e Medidas Cautelares Prof.
Cristiano Ferreira
Primeiro Exercício 2º/2023
um sistema jurídico. Cada sistema processual tem suas características distintas em relação à
divisão de poderes, às garantias processuais, ao papel das partes e ao papel do juiz. Os
principais sistemas processuais aplicados ao Processo Penal incluem:

 Sistema Inquisitório:No sistema inquisitório, o juiz desempenha um papel ativo na


investigação e na coleta de provas, muitas vezes atuando como acusador e juiz ao
mesmo tempo. O réu e sua defesa têm um papel secundário, e o processo é conduzido
de maneira mais secreta. Esse sistema era predominante em muitos sistemas legais
europeus na Idade Média.
 Sistema Acusatório:No sistema acusatório, as funções de investigação, acusação e
julgamento são separadas. O papel do juiz é ser imparcial e garantir que o processo
seja justo. O Ministério Público ou outra parte acusadora tem a responsabilidade de
apresentar a acusação, enquanto a defesa e o réu têm o direito de se defender e
contestar as acusações. Esse sistema é amplamente adotado em sistemas legais
baseados no modelo adversarial, como o sistema dos países de tradição anglo-
saxônica.
 Sistema Misto:Alguns sistemas legais adotam uma abordagem mista, combinando
elementos do sistema inquisitório e do sistema acusatório. Nesses sistemas, o juiz pode
ter um papel mais ativo na investigação preliminar, mas a separação de funções entre
acusação e defesa é mantida durante o julgamento. Esse sistema visa equilibrar a
necessidade de uma investigação eficaz com a garantia de um julgamento justo.
 Sistema Adversarial:No sistema adversarial, o processo penal é tratado como uma
disputa entre partes adversárias: a acusação e a defesa. Cada parte tem o ônus de
apresentar provas, argumentar seus casos e contestar o caso da outra parte perante um
juiz imparcial. Esse sistema é característico de muitos sistemas legais de tradição anglo-
saxônica, como o sistema dos Estados Unidos.
 Sistema Acusatório Formal e Sistema Acusatório Material:Alguns sistemas legais
adotam uma distinção entre o sistema acusatório formal e o sistema acusatório material.
No sistema acusatório formal, a separação de funções é estrita, com uma divisão rígida
entre acusação e defesa. No sistema acusatório material, embora a divisão de funções
seja mantida, o juiz pode ter um papel mais ativo na direção do processo.

A escolha entre esses sistemas processuais varia de acordo com a tradição jurídica, a cultura e
as leis de cada país. Cada sistema tem suas vantagens e desvantagens, e o objetivo é garantir
um julgamento justo e imparcial enquanto se busca a verdade e a justiça em um processo penal.

11 - Qual é a diferença entre o conflito (negativo e positivo) de competência e o conflito


(negativo e positivo) de atribuição? Conceitue explique e fundamente sua resposta.

Existem conflitos negativos de competência (quando ambas os juízes dizem que não são
competentes para julgar a causa) e conflitos positivos (quando dois juízes se dizem
competentes para a mesma causa).

 Conflito de Competência: O conflito de competência ocorre quando há uma disputa


entre dois ou mais órgãos judiciais ou tribunais sobre qual deles tem a competência
legal para julgar um caso específico. Isso ocorre quando diferentes tribunais
reivindicam jurisdição sobre o mesmo caso.O conflito de competência pode ser
"positivo" quando mais de um tribunal se declara competente para julgar o caso, ou
"negativo" quando nenhum tribunal se considera competente.Normalmente, um tribunal
superior ou uma instância superior do sistema judiciário é responsável por resolver o
conflito e determinar qual tribunal deve julgar o caso.
 Conflito de Atribuição:O conflito de atribuição refere-se a uma disputa entre diferentes
autoridades administrativas ou órgãos públicos sobre qual deles tem a atribuição legal
para realizar determinada ação ou tarefa administrativa. Essas disputas ocorrem
quando diferentes órgãos reivindicam competência para desempenhar uma função
administrativa específica.O conflito de atribuição pode ser "positivo" quando mais de
7
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG
Curso de Direito – Unidade Contagem
Direito Processual Penal IP Prisões e Medidas Cautelares Prof.
Cristiano Ferreira
Primeiro Exercício 2º/2023
uma autoridade reivindica a atribuição para realizar a ação, ou "negativo" quando
nenhuma autoridade aceita a responsabilidade pela ação.Normalmente, a resolução de
conflitos de atribuição envolve decisões administrativas ou judiciais que determinam
qual órgão ou autoridade deve assumir a atribuição em questão.

A diferença entre o conflito de competência e o conflito de atribuição está no contexto em que


ocorrem e nas partes envolvidas. O conflito de competência envolve disputas entre tribunais ou
órgãos judiciais quanto à jurisdição sobre um caso, enquanto o conflito de atribuição envolve
disputas entre autoridades administrativas quanto à atribuição de responsabilidades para ações
ou tarefas administrativas específicas. Ambos os tipos de conflito são resolvidos com base na
interpretação das leis e regulamentos aplicáveis à situação específica.

12 - Diante dos crimes materiais, em que consiste a denominada tarifação probatória


segundo o Código de Processo Penal brasileiro? Conceitue fundamente sua resposta.
A "tarifação probatória" é um conceito importante no contexto dos crimes materiais no Código de
Processo Penal (CPP) brasileiro. Essa expressão refere-se à quantidade e ao tipo de prova
necessária para comprovar a materialidade e a autoria de um crime que exige, para sua
configuração, a produção de resultados materiais, ou seja, a ocorrência de um evento concreto.
Vou conceituar e fundamentar a "tarifação probatória" de acordo com o CPP brasileiro:

A tarifação probatória, em crimes materiais, implica que a comprovação desses delitos requer a
produção de provas concretas e específicas que estabeleçam não apenas a prática da conduta
criminosa (materialidade) mas também a autoria do crime. Isso significa que, para que alguém
seja condenado por um crime material, o tribunal deve estar convencido, além de qualquer
dúvida razoável, de que o evento criminoso de fato ocorreu e de que a pessoa acusada foi a
responsável por ele. A necessidade de tarifação probatória em crimes materiais está
fundamentada em princípios fundamentais do direito penal, como a presunção de inocência e o
princípio do in dubio pro reo (em caso de dúvida, a favor do réu). Esses princípios estabelecem
que a condenação penal deve ser baseada em provas robustas e convincentes, de modo a
evitar condenações injustas.

No CPP brasileiro, a tarifação probatória é regida por uma série de dispositivos legais que
estabelecem os requisitos para a prova da materialidade e autoria de crimes. Alguns desses
requisitos incluem:

 Materialidade:É necessário apresentar provas materiais que demonstrem que o crime


realmente ocorreu. Isso pode envolver, por exemplo, a apresentação de objetos
apreendidos, laudos periciais, relatórios de investigação, testemunhas oculares, etc.
 Autenticidade: As provas apresentadas devem ser autênticas e verificáveis. Isso
significa que a origem e a integridade das provas devem ser comprovadas.
 Contraditório e Ampla Defesa:acusado tem o direito de se defender e contestar as
provas apresentadas pelo Ministério Público, o que inclui a possibilidade de questionar a
forma como as provas foram obtidas e apresentadas.
 Prova Além da Dúvida Razoável: A condenação requer que o tribunal esteja convencido,
"além da dúvida razoável", da culpabilidade do acusado. Isso significa que não deve
haver dúvida substancial sobre a materialidade ou autoria do crime.

A tarifação probatória, portanto, representa a necessidade de um rigoroso processo de produção


e análise de provas em crimes materiais, a fim de garantir a justiça e a proteção dos direitos do
acusado. O CPP brasileiro estabelece as regras e procedimentos que devem ser seguidos para
alcançar essa convicção além da dúvida razoável no contexto desses crimes.

13 - Explique e fundamente onde está o equívoco em se afirmar o prazo de 24 horas


para a fuga do indivíduo do estado de flagrância.
A afirmação de que existe um prazo fixo de 24 horas para que um indivíduo fuja do estado de
flagrância está equivocada. Não há uma regra legal que estabeleça um prazo específico de 24
8
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG
Curso de Direito – Unidade Contagem
Direito Processual Penal IP Prisões e Medidas Cautelares Prof.
Cristiano Ferreira
Primeiro Exercício 2º/2023
horas para que alguém perca o status de flagrante. A situação de flagrância depende da
constatação de que alguém está cometendo um crime no momento da prisão ou que foi
perseguido logo após a prática do delito.

Aqui estão as razões pelas quais essa afirmação é equivocada:

 Flagrante é uma situação momentânea: O flagrante ocorre no exato momento em que o


crime está sendo cometido (flagrante próprio) ou imediatamente após sua prática
(flagrante impróprio). Não há necessariamente um prazo de 24 horas envolvido. O que
importa é que a pessoa seja surpreendida no ato criminoso ou nas proximidades
imediatas após a prática do crime.
 Variações de flagrante:Existem diferentes formas de flagrante, como flagrante delito
(quando o crime está ocorrendo), flagrante quase delito (quando o indivíduo é
perseguido imediatamente após a prática do crime) e flagrante ficto (quando a pessoa é
encontrada em posse de objetos, documentos ou instrumentos que façam presumir a
prática de um crime). Em nenhum desses casos há um prazo fixo de 24 horas.
 Atuação imediata das autoridades: O importante é que as autoridades atuem de forma
imediata após a constatação do flagrante, seja para prender o indivíduo em flagrante,
seja para iniciar as investigações. Não há um limite de tempo específico para essa
atuação, mas espera-se que seja o mais rápido possível para preservar a integridade
das provas e dos fatos.
 Circunstâncias individuais: Cada caso de flagrante pode ter circunstâncias específicas
que afetam a forma como ele é tratado. Por exemplo, se uma pessoa comete um crime
e foge, sua perseguição pode levar mais ou menos tempo, dependendo das
circunstâncias.

A ideia de que há um prazo fixo de 24 horas para que um indivíduo fuja do estado de flagrância
não está em conformidade com as disposições legais sobre flagrante no direito penal. A
situação de flagrante é avaliada com base nas circunstâncias específicas de cada caso, levando
em consideração se o crime está ocorrendo, acabou de ocorrer ou se há indícios claros de que
ocorreu. O importante é que as autoridades ajam com celeridade para preservar as evidências e
garantir a aplicação da lei.

14 – Em que consiste e qual a finalidade da chamada audiência de custódia?


Fundamente sua resposta.
A audiência de custódia é um procedimento legal que consiste na apresentação de uma
pessoa presa em flagrante delito a um juiz ou autoridade judicial logo após sua detenção. Sua
finalidade principal é garantir o respeito aos direitos fundamentais do detido, proporcionar uma
revisão imparcial das circunstâncias da prisão e prevenir abusos por parte das autoridades
policiais. Abaixo, fundamentarei a finalidade e importância da audiência de custódia:
 Garantia de Direitos Humanos e Dignidade:A audiência de custódia é uma medida
que visa proteger os direitos humanos e a dignidade das pessoas presas. Ela
assegura que a pessoa detida seja informada sobre seus direitos, incluindo o direito
de permanecer em silêncio, o direito à assistência de um advogado, o direito de ser
examinado por um médico se necessário e o direito de ser tratado de forma digna.
 Prevenção de Tortura e Maus-Tratos:Ao proporcionar um encontro com um juiz
imediatamente após a prisão, a audiência de custódia ajuda a prevenir a ocorrência
de tortura, maus-tratos e abusos durante a custódia. A presença de um juiz
independente permite que a pessoa detida relate qualquer violência sofrida e que
medidas adequadas sejam tomadas.
 Verificação da Legalidade da Prisão:Durante a audiência de custódia, o juiz revisa
as circunstâncias da prisão para garantir que tenha sido realizada de acordo com os
princípios legais. Isso inclui avaliar se a prisão foi feita em flagrante, se houve um
mandado de prisão válido ou se a detenção respeitou os limites de tempo
estabelecidos por lei.Decisão sobre a Necessidade da Prisão Preventiva:O juiz
também decide se a prisão deve ser mantida ou se a pessoa deve ser liberada sob
9
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG
Curso de Direito – Unidade Contagem
Direito Processual Penal IP Prisões e Medidas Cautelares Prof.
Cristiano Ferreira
Primeiro Exercício 2º/2023
certas condições, como pagamento de fiança ou medidas alternativas à prisão. Essa
decisão leva em consideração a gravidade do crime, o risco de fuga e o perigo à
sociedade.
 Promoção da Justiça e da Eficiência Processual: A audiência de custódia contribui
para a justiça e a eficiência no sistema de justiça criminal. Ela ajuda a evitar a prisão
arbitrária, que pode levar à superlotação carcerária, e permite que pessoas não
culpadas sejam liberadas rapidamente, caso não haja evidências suficientes para
justificar a prisão.
 Transparência e Responsabilização:Ao tornar o processo de prisão mais
transparente e sujeito a escrutínio judicial, a audiência de custódia promove a
responsabilização das autoridades policiais e ajuda a prevenir abusos.

A audiência de custódia é uma prática importante em sistemas jurídicos que buscam proteger
os direitos humanos, garantir o devido processo legal e evitar prisões arbitrárias. Ela contribui
para a preservação da dignidade e dos direitos das pessoas presas, ao mesmo tempo em que
busca a justiça e a eficiência no sistema de justiça criminal.

15 – Em conformidade com as recentes modificações do CPP, efetuadas pelo chamado


pacote de lei anticrimes, podemos afirmar, de acordo com a legislação, se nosso sistema
processual é inquisitório ou acusatório? Fundamente sua resposta.
O sistema processual brasileiro, mesmo após as modificações introduzidas pelo chamado
"pacote de lei anticrimes," ainda é predominantemente acusatório. Embora haja influências de
elementos inquisitórios, o sistema continua a ser essencialmente acusatório.
O sistema acusatório se caracteriza pela separação das funções de investigação, acusação e
julgamento. Nele, o Ministério Público ou outra parte acusadora é responsável por apresentar a
acusação, enquanto a defesa e o réu têm o direito de se defender e contestar as acusações. O
juiz desempenha o papel de árbitro imparcial, garantindo um julgamento justo e equitativo.

 Separação de Funções:Mesmo após as modificações introduzidas pelo "pacote de lei


anticrimes," a separação de funções entre acusação, defesa e julgamento permanece
inalterada. O Ministério Público continua a ser o órgão responsável pela acusação, e a
defesa tem a oportunidade de contestar as acusações.
 Presunção de Inocência:O princípio da presunção de inocência continua sendo um pilar
do sistema processual brasileiro. O réu é considerado inocente até que sua culpa seja
provada além de qualquer dúvida razoável, o que reflete um elemento fundamental do
sistema acusatório.
 Devido Processo Legal: O devido processo legal é uma garantia constitucional que
assegura o direito a um julgamento justo. Isso implica que as partes têm o direito de
serem ouvidas, de apresentar provas e de confrontar testemunhas, princípios alinhados
com o sistema acusatório.
 Contraditório e Ampla Defesa:O sistema legal brasileiro continua a enfatizar o
contraditório e a ampla defesa, que são componentes centrais do sistema acusatório. As
partes têm o direito de contestar as alegações, apresentar provas e participar
ativamente do processo.
 Atuação Judicial Imparcial:O juiz, como terceiro imparcial, tem o papel de garantir que o
processo seja conduzido de maneira justa e equilibrada, sem favorecer nenhuma das
partes.

Embora existam elementos de influência inquisitória, como a possibilidade de o juiz sugerir provas
de ofício e o controle do juiz sobre a investigação, esses elementos não são suficientes para
transformar o sistema processual brasileiro em um sistema predominantemente inquisitório. O
sistema continua a ser essencialmente acusatório, com ênfase na separação de funções,
presunção de inocência, contraditório, ampla defesa e atuação judicial imparcial.

16 – Qual é a diferença entre a contagem de prazo no direito processual, em relação ao


direito material? Fundamente sua resposta.
1
0
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG
Curso de Direito – Unidade Contagem
Direito Processual Penal IP Prisões e Medidas Cautelares Prof.
Cristiano Ferreira
Primeiro Exercício 2º/2023
A contagem de prazo no direito processual e no direito material difere em relação à sua
finalidade, ao seu início e ao modo como são calculados.

Direito Processual:

 No direito processual, a contagem de prazos tem a finalidade de determinar os


momentos e prazos para a prática de atos processuais, como apresentar
petições, contestar ações, produzir provas, entre outros. Esses prazos são
estabelecidos para regular o procedimento e garantir que o processo seja
conduzido de forma ordenada e eficiente.
 Os prazos no direito processual geralmente começam a correr a partir de um
evento processual específico, como a citação da parte, a intimação de uma
decisão judicial ou a publicação de uma notificação. O início dos prazos está
relacionado à dinâmica do processo e ao cumprimento das etapas do
procedimento.
 A contagem de prazo no direito processual geralmente segue regras
específicas, que podem variar de acordo com o tipo de processo e a jurisdição.
Pode ser contado em dias úteis ou corridos, e existem normas para a contagem
de prazos em feriados, fins de semana e em situações excepcionais.

Direito Material:

 No direito material, a contagem de prazos refere-se a períodos de tempo estabelecidos


por leis substantivas para a realização de atos ou o cumprimento de obrigações. Esses
prazos são normalmente relacionados à prescrição de direitos, à decadência de ações
ou ao cumprimento de obrigações contratuais, fiscais, entre outros.
 Os prazos no direito material começam a correr a partir de eventos substantivos, como o
surgimento de uma dívida, a ocorrência de um ato ilícito ou a realização de um contrato.
Eles estão ligados aos direitos e obrigações das partes em relação ao mérito da
questão.
 A contagem de prazo no direito material geralmente segue regras estabelecidas nas leis
substantivas específicas que regulam a matéria em questão. Esses prazos podem ser
contados em dias corridos e geralmente não consideram feriados ou fins de semana, a
menos que a lei expressamente disponha o contrário.

A principal diferença entre a contagem de prazo no direito processual e no direito material está
na sua finalidade, início e forma de cálculo. No direito processual, os prazos regulam o
procedimento e começam a correr a partir de eventos processuais, enquanto no direito material,
eles estão relacionados aos direitos e obrigações das partes e começam a correr a partir de
eventos substantivos, como o surgimento de uma obrigação. Cada área possui regras
específicas para a contagem de prazos, e é fundamental seguir essas regras para garantir a
observância do devido processo e o cumprimento das obrigações legais.

17 - O que é e qual é o papel desempenhado pelo denominado juiz de garantias?


Fundamente sua resposta.
O "juiz de garantias" é um conceito jurídico que se refere a um modelo de processo penal
adotado em alguns países com o objetivo de separar as funções do juiz que decide sobre a
prisão preventiva e o mérito da causa (juiz de instrução ou julgamento) daquele que
supervisiona e protege os direitos e garantias fundamentais dos acusados durante a fase de
investigação, a chamada fase de instrução.
O papel do juiz de garantias é assegurar que os direitos individuais dos suspeitos ou acusados
sejam protegidos desde o início da investigação, garantindo um processo penal justo e
imparcial. Suas principais funções incluem:

 Supervisão da Investigação: O juiz de garantias é responsável por autorizar medidas


1
1
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG
Curso de Direito – Unidade Contagem
Direito Processual Penal IP Prisões e Medidas Cautelares Prof.
Cristiano Ferreira
Primeiro Exercício 2º/2023
de busca e apreensão, escutas telefônicas e prisões temporárias durante a fase de
investigação. Ele deve garantir que todas essas medidas sejam justificadas e
proporcionais à gravidade do caso.
 Proteção dos Direitos Fundamentais: O juiz de garantias deve assegurar que os
direitos fundamentais dos suspeitos sejam respeitados, incluindo o direito a um
advogado, o direito de permanecer em silêncio, o direito a um julgamento justo, entre
outros.
 Controle de Prisões Preventivas: Ele decide sobre a legalidade e a necessidade de
prisões preventivas, garantindo que elas sejam usadas apenas quando estritamente
necessárias, evitando prisões arbitrárias.
 Resolução de Conflitos:O juiz de garantias também pode mediar conflitos entre as
partes envolvidas, incluindo o Ministério Público e a defesa, para garantir que o
processo siga de forma justa e eficiente.
 Tomada de Decisões Imparciais: Durante a fase de instrução, o juiz de garantias não
deve participar do julgamento da causa. Sua função é garantir que a investigação seja
conduzida de forma justa e imparcial, sem estar envolvido na avaliação final das
provas.

É importante notar que a existência do juiz de garantias pode variar de país para país, e nem
todos os sistemas legais o adotam. A ideia por trás desse modelo é reforçar a imparcialidade e
a proteção dos direitos dos acusados no sistema de justiça criminal, garantindo que a
investigação seja conduzida de maneira mais justa e equilibrada. No entanto, sua
implementação pode levantar questões práticas e orçamentárias em alguns sistemas judiciais.

18- Quais são os prazos estabelecidos para o término do inquérito policial? Fundamente
sua resposta.
O prazo estabelecido para o término do inquérito policial consiste no artigo 10 Codigo Penal
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em
flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em
que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante
fiança ou sem ela.
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz
competente.
§ 2 º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas,
mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
3 º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá
requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no
prazo marcado pelo juiz.

19 – Quais são os prazos estabelecidos para o oferecimento da denúncia e da queixa


crime? Fundamente sua resposta.

Os prazos para o oferecimento da denúncia e da queixa-crime podem variar de acordo com o


tipo de infração penal e as circunstâncias específicas do caso. Esses prazos estão
estabelecidos no Código de Processo Penal (CPP) e são importantes para garantir a celeridade
e a segurança jurídica no processo penal.
A denúncia é a peça inicial do processo penal em que o Ministério Público apresenta
formalmente as acusações contra o indivíduo supostamente envolvido em um crime.

Exemplo : Artigo 46 Codigo Penal


Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado
da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15
dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à
autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público
receber novamente os autos.
§ 1o Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da
denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a
1
2
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG
Curso de Direito – Unidade Contagem
Direito Processual Penal IP Prisões e Medidas Cautelares Prof.
Cristiano Ferreira
Primeiro Exercício 2º/2023
representação
§ 2o O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da data em que o órgão do
Ministério Público receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-
á que não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do processo.
A queixa-crime é uma peça inicial alternativa à denúncia, utilizada em casos em que o ofendido
deseja atuar como parte acusadora. Normalmente o prazo da queixa crime é decadencial 6
meses . Exemplo : Artigo 42 Codigo Penal

20– Quais são as principais características do inquérito policial? Fundamente sua


resposta.
É * ESCRITA : todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a
escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. Não existe Inquérito Policial
oral, apenas escrito.
I * INQUISITIVO: o acusado se dá de foema inativa Inqusitivo é contrário de acusatório. É algo
feito para apurar fatos , como por exemplos a investigação lida com o poder política com
ausencia de contraditório.
D* DISPENSÁVEL:O inquérito policial é dispensavel.O promotor de justica pode oferecer
denúncia sem inqueríto.
O * OFICIALIDADE:A grande maioria dos fatos administrativossao por orgão oficial e todo
inquerito.
S* SIGILOSO:Trabalho de apuração de autoria e materialidade pode passar pelo sigilo. O sigilo
é mantido no periodo de apuraç
O*OFICIOSIDADE:Agir por oficio.

1
3

Você também pode gostar