Princípios no processo Penal
terça-feira, 8 de agosto de 2023 19:19
Força normativa dos princípios
Regras: Normas dotadas de conteúdo suficiente à aplicação da
consequência jurídica
Princípios: Normas abstratas que fundamentam e significam as regras e
contribuem pra o "fechamento" e organização do sistema - não são
literais.
• Presunção de inocência: 1. princípio fundamental, 2. Dever
acusatório, 3. Regra de tratamento. Art. 8 convenção americana
KDH, art. 5 da cf, art. 283 cpp (foi objeto de discussão)prisão:
flagrante, medida cautelar ou condenação transitada em julgado,
art. cpp386;
• Jurisdicionalidade: Nulla poena, Nulla culpa sine judicio, art. 5 cf,
LXI, XXXVII, art. 53 cf, Que não pode ter pena no Brasil sem um
processo judicial, o processo é o caminho para a pena;
• Contraditório: art. 5 cf, LV, direito a informação e o direito reação
do processo, as partes do processo tem acesso a todos os dados
do processo, vale tanto para acusação quanto para defesa, so vale
depois que vira processo, ou seja, vira ação penal, no
investigatório mitigado ou preliminar, paridade de armas, ou seja,
igualdade das duas partes;
• Ampla defesa: Conjunto de instrumentos (defesa técnica: defesa
constituída, outorgada com procuração, defensor público,
defensor dativo, ou seja, adv. selecionado pelo juiz, vale ressaltar
que a defesa técnica é obrigatório/ e auto defesa: exercida pelo
próprio acusa no momento do seu interrogatório e pode ser
positiva, quando ele opta por falar, e a negativa, quando o mesmo
opta por ficar em silêncio, vale ressaltar que auto defesa é
facultativa) pelos quais os réu pode apresentar reação, ou seja, os
instrumentos que apenas o réu tem para sua defesa, ou seja, para
executar o contraditório;
• Publicidade: art. 5, LX, XXXI acesso à informação, XCII. Inquérito
policial é sigiloso;
• Ação (demanda): Ne Procedat judex ex officio, não se tem início
de processo por parte do juiz, tem que haver provocação, art. 129
CF, art 24 cpp (ação penal pública) art 29 e 30 do cpp (ação
privada)
• Não auto-incriminação: Estabelece que ninguém é obrigado a
fornecer provas contra si mesmo art. 63, LXIII, cf. habeas corpos
27459.
• Devido processo legal: art. 5, LIV, cf. é garantido o devido
processo legal, ou seja, não se pode burlar os processos que estão
nas leis, tem que se cumprir exatamente o que manda a lei. Não
cabe medidas cautelares além das que já existem no rol taxativo.
• Proporcionalidade:
é um conceito fundamental no direito e na ética que busca
equilibrar a tomada de decisões quando direitos fundamentais
entram em conflito. Ele exige que medidas restritivas ou
intervenções do Estado sejam proporcionais ao objetivo legítimo
que se busca alcançar. Isso implica que as restrições não devem
ser excessivas em relação aos benefícios pretendidos, e a ação
deve ser a menos intrusiva possível. O princípio é aplicado em
várias áreas do direito, como liberdade de expressão, direitos
humanos e direito administrativo, visando garantir a justiça e a
proteção dos indivíduos diante de decisões governamentais ou
restrições legais. Art. 282, I, II, CPP.
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• Oficialidade: A percepção penal é dever dos órgãos oficiais.
é um conceito jurídico que atribui ao Estado o papel central de
iniciar e conduzir processos legais e investigações em casos de
infrações criminais. Isso significa que, em muitos sistemas legais,
somente o Estado tem o poder de iniciar ação penal contra
indivíduos acusados de cometer crimes. Esse princípio busca
garantir a imparcialidade e a equidade nos processos judiciais,
evitando que pessoas ou grupos exerçam influência indevida
sobre a aplicação da lei. Dessa forma, o Estado assume a
responsabilidade de defender a ordem pública, proteger os
direitos dos cidadãos e manter a justiça por meio da condução das
investigações e processos legais.
• Oficiosidade (apenas em caso de ação penal pública
incondicional): O ministério público não precisa ser acionado para
ajuizar ação penal.
• Obrigatoriedade: Quando o MP é provocado o mesmo tem a
obrigação de agir, seja para ajuizar uma ação penal ou para pedir a
arquivação ou solicitar mais diligencias (produzir mais provas).
• Indispensabilidade: Tem vinculação penal pública.
O princípio da indisponibilidade no direito penal estabelece que os
interesses públicos e a aplicação da lei têm prioridade sobre os
interesses individuais das partes envolvidas em um processo
criminal. Isso significa que o Ministério Público, como
representante do Estado, não pode abrir mão de promover a ação
penal ou de prosseguir com a investigação mesmo que a vítima ou
o acusado desejem encerrar o caso. Esse princípio visa garantir
que a justiça seja feita de maneira imparcial e que os crimes não
fiquem impunes devido a acordos ou influências particulares. A
indisponibilidade reforça a importância da aplicação uniforme da
lei e da proteção da sociedade, evitando que casos criminais sejam
tratados de forma discricionária ou negociável.
• Motivação das decisões: Art. 93, IX CF. art. 315, §2, I ao VI.
princípio da motivação das decisões é um conceito essencial no
sistema jurídico que exige que as decisões tomadas por
autoridades judiciais e administrativas sejam devidamente
justificadas e fundamentadas. Isso significa que ao emitir uma
decisão, é necessário apresentar os argumentos, fatos e bases
legais que embasaram o veredicto. Esse princípio busca garantir a
transparência, a imparcialidade e a qualidade das decisões,
permitindo que as partes envolvidas compreendam as razões por
trás do resultado. Além disso, a motivação das decisões também
facilita a possibilidade de recurso, contribuindo para a justiça e a
legalidade no sistema judicial e administrativo.
• Princípio da verdade real (necessidade de desconstrução): É uma
herança inquisitória. O princípio da verdade real é um fundamento
no sistema jurídico que enfatiza a busca pela verdade objetiva nos
processos legais. Ele exige que os tribunais e autoridades
investigativas procurem obter e apresentar a versão mais precisa
dos fatos, independentemente das versões apresentadas pelas
partes envolvidas. Isso implica na realização de uma investigação
completa e imparcial para descobrir a verdade substancial por trás
de um caso. Diferente do princípio da verdade formal, que se
concentra apenas nas evidências apresentadas pelas partes, o
princípio da verdade real busca superar possíveis manipulações,
ocultações ou deturpações de informações. O objetivo é garantir
que a justiça seja feita com base em fatos reais e não em versões
distorcidas dos eventos. Vedação da prova ilícita.
OBS: Princípio nunca é literal, ele depende de interpretação, podendo
está implícito.
Já a regra não deixa aberto para interpretação.
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito
ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude
de condenação criminal transitada em julgado. (Redação
dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 1o As medidas cautelares previstas neste Título não se
aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou
alternativamente cominada pena privativa de
liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a
qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à
inviolabilidade do domicílio.
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte
dispositiva, desde que reconheça:
II - não haver prova da existência do fato;
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;
VII – não existir prova suficiente para a condenação.
OBS2: Plena defesa: No jure o adv. pode levantar argumentos
diferentes, art 5 CF, XXXVIII
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe
der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
Princípio da homogeneidade:
O princípio da homogeneidade, também conhecido como princípio da
igualdade ou princípio da isonomia, é um conceito central no direito e na
ética que busca tratar igualmente os indivíduos que se encontram em
situações similares e diferentemente os que estão em situações
diferentes. Isso implica que não se deve discriminar ou tratar de forma
desigual pessoas que estejam em condições iguais, garantindo equidade
e justiça nas decisões e políticas públicas. O princípio da homogeneidade
é fundamental para prevenir a arbitrariedade, promover a inclusão
social e assegurar que os direitos e deveres sejam aplicados de maneira
imparcial na sociedade e no sistema jurídico.