Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Penal
Direito Processual Penal
“É um conjunto de normas e princípios que regulam a aplicação
jurisdicional do direito penal objetivo, a sistematização dos
órgãos de jurisdição e respectivos auxiliares, bem como a
persecução penal” (José Frederico Marques).
Conceito
“É uma sequência de fatos, atos e negócios jurídicos que a lei
impõe (normas imperativas) ou dispõe (regras técnicas e normas
puramente ordenatórias) para a averiguação do crime e da
autoria e para o julgamento de ilicitude e da culpabilidade”(Hélio
Tornaghi)
Acusatória: a a forma de processo onde as funções de acusar,
defender e julgar são atribuídas a órgãos diferentes.
Lei Penal
O Código de Processo Penal é válido em todo território nacional, é
único no país. Os Estados-Membros não podem legislar sobre
processos, somente sobre procedimentos.
Lei processual no espaço Todo processo penal segue somente o CPP?
Resp.: Nem todo processo segue estritamente o CPP. Ex.:
Drogas, Crime Militar, Crime Eleitoral etc. Estes crimes têm
seus procedimentos próprios.
Lei processual sem reflexos penais é regida pelo Princípio da
Aplicação Imediata. Ex.: Lei que muda competência, o STJ diz que
a lei processual se aplica imediatamente.
Lei processual com reflexos de lei penal – aplicam-se dois
Lei penal no tempo princípios:
Princípio da Retroatividade – se a lei for mais benigna ao réu;
Princípio da Irretroatividade – se a lei for mais severa ao réu.
Ex.: Lei que cuida de fiança é uma lei processual, mas tem reflexos
penais, portanto, se ela beneficiar o réu, ela retroage.
Inquérito Policial
Peça investigatória destinada a colher elementos a respeito do fato
delituoso e sua autoria que sirvam de base à ação penal.
É o conjunto de diligências realizadas pela polícia judiciária,
Conceito
visando a apuração de uma infração penal e sua autoria, para
possibilitar que o titular da ação penal ingresse em Juízo, pedindo a
aplicação da Lei Penal em concreto.
Peça investigatória, escrita, inquisitória e sigilosa, preparatória da
ação penal.
Não é essencial ao oferecimento da denúncia, sempre que o MP
Natureza jurídica possa, por outros meios (Procedimento Investigatório Criminal
do próprio MP, informações obtidas por órgãos de controle
como COAF, BC, CGU, RFB, etc.) obter os elementos de
autoria e materialidade necessários.
Sempre que houver prisão em flagrante ou por Portaria da
autoridade policial nas hipóteses de:
1. Mediante Simples Notitia Criminis (Boletim de Ocorrência, p.
ex.);
2. Requerimento da vítima ou ofendido (Delatio Criminis);
Instauração
3. Requisição do Ministro da Justiça (Trata-se de condição
suspensiva de procedibilidade por razões de ordem política nos
crimes praticados contra a honra do Presidente da República ou
Chefes de Governos estrangeiros, dentre outros);
4. Requisição do Ministério Público ou do Juiz.
Instrução Rol do art. 6º CPP
Características e observações É presidido pela autoridade policial (delegado de polícia)
É uma peça informativa, logo é ele uma peça administrativa.
Os vícios do IP não afetam a ação penal futura.
É dispensável (art. 27 CPP)
É uma peça escrita (art. 9º CPP)
É sigiloso (art. 20 do CPP)
importantes
É inquisitivo: não há contraditório e nem ampla defesa, pois é uma
peça administrativa.
Todos os atos devem ser regulados por lei.
Não possui valor probatório, salvo quando repetido em juízo.
Exceções: as provas cautelares já mencionadas acima
Indiciar é atribuir a autoria de uma infração penal a uma
determinada pessoa.
Indiciamento Consequência: de investigado passa a ser indiciado
Ato privativo do delegado de polícia
Indiciamento não vincula o MP
Regra geral (art. 10)
Prazos Indiciado solto: 30 dias
Indiciado preso: 10 dias
Art. 16 CPP: pode ser devolvido para a polícia, quando o
Devolução Ministério Público achar que falta uma diligência imprescindível
para a denúncia.
Não pode ser arquivado pela autoridade policial (art. 17 CPP)
Arquivamento pelo Promotor Natural, submetendo tal decisão à
Arquivamento instância revisora (art. 28)
Contra tal decisão cabe recurso da vítima no prazo de 30 dias
(art. 28, §1º)
Ação Penal
É um direito público subjetivo, abstrato e autônomo de pedir a
Conceito
aplicação do direito penal positivo ao caso concreto.
Ação Penal Pública: titularidade privativa do MP, promovida
através de denúncia. É a regra.
Pode ser:
1. Incondicionada: não depende de nenhuma condição para ser
exercida;
2. Condicionada: depende de:
a) Requisição do Ministro da Justiça
Espécies Não tem prazo, não cabe retratação, não vincula o MP (pode
não denunciar);
b) Representação do ofendido
Prazo de 6 meses, é retratável até o oferecimento da denúncia,
não exige forma específica, não é divisível (não pode
representar contra um só autor)
Ação Penal Privada: promovida por iniciativa do ofendido ou
de seu representante legal através que Queixa-crime (querela).
Princípios da ação penal Legalidade ou Obrigatoriedade: presentes os elementos que
incondicionada autorizam a propositura da Ação penal, o MP não poderá desistir,
transigir, ou fazer acordo, para encerramento da mesma
Indisponibilidade: desde que proposta a ação penal, o MP não
poderá desistir, transigir ou fazer acordo, para encerramento desta.
Oficialidade: significa que a ação penal pública é de iniciativa do
MP e se desenvolve por impulso oficial.
Oportunidade: cabe ao ofendido ou seu representante legal a
faculdade de exercer ou não o direito de ação.
Disponibilidade: mesmo que proposta a ação penal, o querelante
Princípios da ação penal
poderá desistir, renunciar ou conceder o perdão ao querelado.
privada
Indivisibilidade: a queixa-crime deverá ser proposta contra todos
os que participaram da infração penal, não podendo haver exclusão
de ninguém.