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6.1 – Autonomia: o direito processual penal não é submisso ao direito material, isto
porque, tem princípios e regras próprias e especializantes.
7.2 – Direito Penal: somente através de processo penal é que se pode aplicar
praticamente o Direito Penal; ele é o único instrumento de execução para os casos
concretos. Enquanto o Direito Penal enumera as condutas puníveis e as
respectivas sanções a elas cominadas, o Direito Processual Penal disciplina o
processo, isto é, a atividade desempenhada pelos órgãos estatais com o escopo
de estabelecer se a lei penal foi violada e qual pena deve ser imposta ao autor da
transgressão.
7.3 – Direito Administrativo: a lei penal é aplicada através do processo por meio de
agentes da Administração Pública (juiz, promotor de justiça, delegado de polícia).
8.2 – Fontes formais: são fontes de cognição e conhecimento. São as que revelam
o direito. Dividem-se em fontes formais imediatas e mediatas:
b) Fontes formais mediatas: fazem parte desse rol os costumes, princípios gerais
do direito, doutrina, jurisprudência
9.8 – Interpretação analógica: o legislador não pode prever todas as situações que
poderiam ocorrer na vida em sociedade, e que seriam similares àquelas por ele já
elencadas. Assim, o legislador se vale de uma fórmula genérica, devendo-se
interpretar a lei de acordo com casos anteriores. A interpretação analógica é
diferente da analogia, pois naquela há, após uma enumeração casuística, uma
formulação genérica que deve ser interpretada de acordo com os casos
anteriormente elencados. Vale dizer, na interpretação analógica, existe norma, a
qual regula o caso de modo expresso, embora genericamente. A analogia é forma
de integração, não havendo norma regulando o caso. Existem duas formas de
analogia: in bonam partem (em benefício do agente) e in malam partem (em
prejuízo do agente). No âmbito do direito penal só é possível a analogia in bonam
partem. A interpretação analógica é perfeitamente possível no direito penal, já que
a analogia só é possível in bonam parten
Ex: Quando a lei se refere a “quaisquer outros elementos”, no art. 6º, IX, do CPP,
está mencionando outros dados referentes à vida pregressa do indiciado; quando
tem a expressão “fato análogo”, como no art. 254, do CP inclui no rol crimes
previstos no mesmo capítulo da lei penal; art. 121, § 2º, II e IV, do CP - motivo fútil
ou qualquer outro meio que impossibilite a defesa da vítima); art. 71, caput do CP
(crime continuado) – referência a condições semelhantes às de lugar, tempo,
maneira de execução; art. 61, II, c, do Código Penal – a outro recurso análogo à
traição, emboscada, dissimulação (circunstâncias agravantes); art. 306, do Código
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10.3 – Principio da verdade real: no processo penal o juiz tem o dever de investigar
como os fatos se passaram na realidade, não se conformado com a verdade formal
constante dos autos. Desse modo, o juiz poderá, no curso da instrução ou antes de
proferir sentença, determinar, de ofício, diligências para dirimir dúvidas sobre ponto
relevante. Esse princípio é próprio do processo penal, já que no cível o juiz deve
conformar-se com a verdade trazida aos autos pelas partes, embora não seja um
mero inerte na produção de provas. Ex: confissão.
da ação penal pública, nem do recurso interposto (arts. 42 e 576). Exceção: ação
penal de iniciativa privada, em que se admite o perdão, a perempção e a
desistência, dada a disponibilidade sobre o conteúdo do processo. Também nos
Juizados Especiais Criminais, o princípio da indisponibilidade apresenta-se
mitigado, por força do permissivo constitucional da transação em matéria penal,
versando sobre infrações de menor potencial ofensivo.
10.9 – Principio da iniciativa das partes: o juiz não pode dar início ao processo sem
a iniciativa da parte. Cabe ao Ministério Público promover privativamente a ação
penal pública (art. 129, I, da CF) e ao ofendido, a ação penal privada, inclusive a
subsidiária da pública (arts. 29 e 30 do CP e art. 5º, LIX, da CF).
havendo dúvida o juiz absolver o réu, não podendo assim condená-lo, sob pena de
exercício arbitrário de poder.
Esse princípio admite exceções previstas no ordenamento jurídico como as prisões
preventivas, anteriores ao trânsito em julgado da sentença condenatória. Nesse
caso não haverá violação ao princípio do estado de inocência, segundo sinaliza o
STJ na súmula n° 9, "A exigência de prisão provisória, para apelar, não ofende a
garantia constitucional da presunção de inocência". No entanto muitas críticas
foram feitas acerca dessa posição do Superior Tribunal de Justiça, sendo que
ainda há alguns doutrinadores firmes em posição divergente a essa. Vale ressaltar
que o juiz deve observar no caso concreto se há mesmo a necessidade da
restrição antecipada da liberdade do acusado, bem como o efeito de desobrigar ao
réu a prova da sua inocência posto que cabe ao Ministério Público provar a culpa
do acusado. Em razão desse princípio ficou superada a determinação contida no
art. 393, inciso II, do Código de Processo Penal, o qual determina o lançamento do
nome do réu no rol dos culpados. Assim, só pode o nome do réu ser lançado no rol
dos culpados após o trânsito um julgado da sentença penal condenatória.
10.11 – Principio do Favor rei (in dúbio pro réu): a dúvida sempre beneficia o
acusado. Se houver duas interpretações, deve-se optar pela mais benéfica; na
dúvida, absolve-se o réu, por insuficiência de provas; só a defesa possui certos
recursos, como os embargos infringentes; só cabe ação rescisória penal em favor
do réu (revisão criminal).
que protege o particular contra qualquer atividade estatal que, sendo arbitrária,
desproporcional ou razoável, constitua violação a qualquer direito fundamental.
b) Devido Processo legal Formal: tem como conteúdo certas garantias de natureza
processual, conferidas às partes tanto no trâmite do processo quanto no que diz
respeito à sua relação com o Poder Judiciário.
10.13 – Principio da inadmissibilidade de provas obtidas por meios ilícitos (art. 5°,
inciso LVI, CF): a Constituição Federal consagrou o princípio de que “são
inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos” (art.5.º. LVI).
Assim, requisito básico para uma prova ser produzida é o de que ela seja lícita e
legítima. Por força do sistema da inadmissibilidade, a prova ilícita sequer pode ser
juntada aos autos. E se juntada, deve ser desentranhada, conforme redação dada
ao art. 157 do CPP pela Lei nº. 11.690/2008.
A doutrina faz ainda uma distinção entre prova ilícita e prova ilegítima. A prova
ilícita viola uma regra de direito material, como a confissão obtida mediante a
prática de tortura, a interceptação de comunicação telefônica sem ordem de juiz, a
apreensão de documentos realizada em diligência de busca domiciliar sem o
mandado judicial etc.). Por sua vez, a prova ilegítima viola uma regra de direito
processual, como a exibição de documento fora do prazo e da forma preconizada
no art. 479 do CPP. Para a doutrina dominante a prova ilícita só pode ser utilizada
se em favor do réu. O fundamento dessa conclusão é o princípio da razoabilidade
(entre a inadmissibilidade da prova e a presunção de inocência, deve preponderar
esta última). Mas Eugênio Pacelli de Oliveira entende que isso pode ser
flexibilizado, também baseado nos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade.
Por sua vez, a prova ilícita por derivação, criada pelo direito americano foi
positivada no direito pátrio, também pela Lei nº 11.690/2008, que alterou a redação
do § 1º, do art. 157, do CPP. Assim, não só as provas obtidas ilicitamente são
proibidas (busca domiciliar sem mandado judicial, escuta telefônica sem
autorização da autoridade judiciária competente), como também as denominadas
“provas ilícitas por derivação”. Mediante tortura (conduta ilícita), obtém-se a
informação da localização da res furtiva, que é apreendida regularmente através de
mandado de busca e apreensão. Mediante escuta telefônica sem autorização legal
(prova ilícita) obtém-se informação do lugar em que se encontra o entorpecente,
que, a seguir, é apreendido com todas as formalidades legais. Esse conceito de
prova ilícita por derivação vem da doutrina “fruit of the poisonous tree”, leia-se, fruto
da árvore envenenada”, adotada nos Estados Unidos desde de 1914.
Não há, por assim dizer, partes, mas, no mínimo, interessados, que
não integram o processo e são desprovidos de qualquer poder de
intervir no ofício do órgão julgador, mantendo-se como reles
espectadores desse mister, indo â presença da autoridade apenas
quando a isso chamados. Não havendo propriamente partes ou
sujeitos processuais (que não o juiz), não se lhes reconhecem, nem
ao menos ao acusado, direitos naquele processo. Não se envolve o
réu, destarte, nem complexo de relações jurídico-processuais,
senão para lhe impor deveres, como o de se submeter aos
métodos de reconstrução histórica dos fatos arbitrados pelo juiz.
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O sistema misto, por sua vez, pode ser dividido em sistema misto com
juizado de instrução inquisitório e sistema misto com juizado de instrução
contraditório.
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na
fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação.