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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Constitucionalização do direito; A CF: lei de hierarquia superior, sentido estrito, valor


normativo, lei máxima, elaborada pelo poder constituinte originário.
O conjunto de princípios e normas que regulam a aplicação jurisdicional do Direito Penal,
bem como as atividades persecutórias da Polícia Judiciária, e a estruturação dos órgãos da função
jurisdicional e respectivos auxiliares.
Instrumento destinado à realização do jus puniendi do Estado e cujo desenvolvimento será
regido por um conjunto de normas, preceitos e princípios que compõem o direito processual.

FINALIDADE DO DIREITO PROCESSUAL PENAL


Há duas finalidades, ditas como clássicas, do Direito Processual Penal:

Finalidade Imediata ou Direita – Fazer valer o direito de punir do Estado (jus puniendi). No
Estado democrático de Direito, essa finalidade é levada a efeito, considerando também a tutela dos
direitos fundamentais do cidadão em face do summa potestas no contexto da persecução criminal.
Atenção!
Ao mesmo tempo em que o Estado exerce o seu direito de punir, não pode fazê-lo de qualquer
forma. O Estado tem a prerrogativa constitucional de levar a termo a sanção penal por meio do
devido processo; mas, ao mesmo tempo, pôr a salvo os direitos e garantias fundamentais do
investigado e do réu.
Finalidade Mediata ou Indireta – Promover a proteção da sociedade, da paz social e a defesa
dos interesses da coletividade.

SISTEMAS DE SUCESSÃO DE LEIS PROCESSUAIS NO TEMPO:


1 – Sistema da unidade processual: o processo (conjunto de atos) é uma unidade. Deve ser
regulamentado por uma única lei. Aplica-se a lei em vigor no início do processo (ultrativa);
2 – Sistema das fases processuais: O processo é composto de fases (fase postulatória, ordinatória,
instrutória, decisória e recursal). Cada uma pode ser regulada por uma lei diferente.
3 – Sistema do isolamento dos atos processuais: a lei nova é aplicável aos atos processuais
futuros, mas não atinge os atos praticados sob a vigência da lei anterior.
Sistema adotado: sistema do isolamento dos atos processuais (art. 2º do CPP).
REGRA: princípio do tempus regit actum / efeito imediato / aplicação imediata: o ato
processual será realizado conforme as regras processuais estabelecidas pela Lei que vigorar no
momento de sua realização (ainda que a Lei tenha entrado em vigor durante o processo).
OBS: aplica às normas puramente processuais.
EXCEÇÃO:
Normas materiais inseridas em Lei Processual (heterotopia): aplicam-se as regras de aplicação da
lei penal no tempo (se benéfica retroage);
Normas híbridas (ou mistas): aplicam-se as regras de aplicação da lei penal no tempo (retroage se
benéfica).
Normas referentes à prisão preventiva e à fiança, desde que favoráveis ao réu.
Normas relativas à execução penal: aplicam-se as regras de aplicação da lei penal no tempo
(retroage se benéfica).
CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
Podem ser apontadas 3 características básicas do Direito Processual Penal:
1. Autonomia – O DPP não é hierarquicamente subordinado ou inferior ao Direito Penal
material e tem seus princípios e regras próprios.
2. Instrumentalidade – É instrumento de consecução do Direito Penal material.
3. Normatividade – É uma disciplina normativa com codificação própria (Código de Processo
Penal – CPP).
Atenção! O Direito Processual Penal possui essência normativa devido à demanda de segurança
jurídica. O processo penal deve ser regulamentado por lei e seus procedimentos devem ser
conhecidos, inclusive referendados pela Constituição Federal. Não há tentativa e erro em processo
penal.

FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL


Dizem respeito à origem das normas processuais, que podem ser apreciadas sob dois
ângulos, gerando, assim, a divisão entre as fontes que são criadoras (materiais) e as que são de
expressão da norma (formais) do processo penal.

Das Fontes Materiais


São as fontes criadoras do Direito, também denominadas de fontes de criação ou de
produção. Assim, a fonte material por excelência é o Estado. No caso do direito processual, o art.
22, I, da Constituição Federal, dispõe que a legislação sobre o assunto compete privativamente à
União, que é, portanto, a fonte material do processo penal.
O art. 22, parágrafo único, da Carta Magna estabelece que Lei Complementar (LC)
poderá autorizar Estados a legislar sobre matéria processual.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,
espacial e do trabalho;
(...)
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo.
De outro lado, o seu art. 24, IX, ordena que é concorrente a competência da União com os
Estados e o Distrito Federal para legislar a respeito de procedimentos em matéria de procedimentos
processuais. Aqui encontram-se, por exemplo, as normas de organização judiciária estadual.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
(...)
XI – procedimentos em matéria processual;
Por óbvio, a competência dos Estados-membros é residual, no sentido de suprir omissões
ou especificar minúcias procedimentais, posto que a legislação estadual não pode contrariar a
federal, que lhe é superior.
Ou seja, a fonte material (criadora) das leis processuais é a União e, subsidiariamente, os
Estados e o Distrito Federal.

Das Fontes Formais ou de Cognição


São fontes de revelação (de cognição) e dizem respeito aos meios pelos quais o direito se
exterioriza.
Dividem-se em fontes formais imediatas e mediatas.
 Das Fontes Formais Imediatas:
São as leis em sentido amplo, abrangendo a Lex Excelsa, a legislação infraconstitucional,
os tratados, as convenções e as regras de direito internacional aprovados pelo Congresso
Nacional.
 Das Fontes Formais Mediatas:
1. Costumes: cabedal de práticas sociais reiteradas que são observadas pela sociedade com
uma consciência de obrigatoriedade.
Os costumes podem ser secundum legem (de acordo com a lei), praeter legem (suprem
lacunas da lei) e contra legem (contra a lei), e estes têm aplicação vedada.
Atenção!
Não é admitido no ordenamento jurídico brasileiro o costume contra legem (contra a
lei). O costume não afasta a lei: mesmo que em uma determinada região do Brasil exista
um costume que vai de encontro com uma lei, esta será sempre observada.

Princípios Gerais do Direito


Premissas éticas extraídas do ordenamento jurídico. O CPP, no seu art. 3º, ordena
expressamente que pode ser suplementado pelos princípios gerais do direito.
Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem
como o suplemento dos princípios gerais de direito.
3. Doutrina: opinião dos estudiosos do Direito sobre temas jurídicos. Mesmo não possuindo
força vinculativa, a doutrina exerce forte influência tanto no processo legislativo, quanto na
aplicação da lei.
4. Analogia: Consiste em aplicar a um determinado caso não previsto pela lei o que o
legislador aplicou a um outro caso, quando há igualdade de condições. Isso, pois devido à
infinidade de casuísticas possíveis, nunca será possível ao ordenamento jurídico estabelecer uma
previsão normativa que esgote todas as hipóteses factuais.
Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem
como o suplemento dos princípios gerais de direito.
5. Jurisprudência – É o entendimento consubstanciado em decisões judiciais reiteradas dos
Pretórios sobre determinados temas levados aos tribunais para pacificação.
Sobre as Súmulas Vinculantes do STF, com previsão no art. 103-A da Carta Magna:
O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante de-
cisão de dois terços de seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à admi nistração
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à
sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
Recomenda-se a lição de AVENA sobre a Súmula Vinculante, enquanto fonte do Direito
Processual Penal:
(...) apesar de vinculante, tal ordem de enunciado não possui força de lei,
devendo ser classificado como fonte formal mediata, mesmo porque não emana do
Poder Legislativo, apenas retratando a jurisprudência consolidada pela maioria de dois
terços (voto de oito Ministros) do STF. Em que pesem as divergências, este último
entendimento parece dominante na doutrina.
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO PROCESSO PENAL

NE PROCEDAT IUDEX EX OFFICIO (INICIATIVA DAS PARTES, INÉRCIA)


 O juiz não pode dar inicio ao processo penal pois implicaria na violação da sua imparcialidade;
 o MP é o titular da ação penal publica (APP);
 Sistema acusatório x inquisitivo;
 O juiz pode determinar a realização de diligencias que atender necessárias para o deslinde do
processo;
 busca pela verdade real/material; não formal.

DEVIDO PROCESSO LEGAL


 Base principal do direito processual brasileiro;
 “Ninguém poderá sofrer privação de sua liberdade ou de seus bens sem que haja um processo
prévio”.
 Acusado deve ser ouvido pessoalmente.
 Direito de arrolhar testemunhas, contradizer todas as provas e argumentos.

 DPL em sentido formal


Obediência ao rito previsto na lei processual e as regras para o processo.
 DPL em sentido material
Estado age de maneira razoável, proporcional e adequada.

Postulados
Ampla defesa
 Dar ao acusado instrumentos para o exercício da defesa;
 previsão legal de recursos, produção de provas e assistência jurídica integral e gratuita;
 defesa técnica e irrenunciável;
 autodefesa: renunciável, direito ao silencio.
Contraditório
 Contradizer argumentos e provas
 Salvo se o juiz não puder esperar a manifestação do acusado.

Direitos constitucionais do preso


 Ter a prisão relaxada, quando ilegal
 Não ser criminalmente identificado
 Comunicação da sua prisão ao juiz e a família
 Id dos responsáveis: prisão/interrogatório
 Ser informado de seus clientes, assegurada a assistência da família e advogado.

Prisão: Admitida: por ordem escrita, flagrante delito, transgressão militar ou crime militar.
Vedada: quando admitida liberdade provisória, habeas corpus.

Presunção da inocência
 Maior pilar de um estado democrático de direito
 “nenhuma pessoa pode ser considerada culpada antes do trânsito em julgado se sentença penal
condenatória irrecorrível”.
 In dubio pro reo / favor rei
havendo duvidas = decisão em favor do acusado.
 Violam o princípio: IP e ações penais em curso como maus antecedentes.
 Não violam o princípio: prisões provisórias; regressão de regime de cumprimento de pena.
VEDAÇÃO DAS PROVAS ILÍCITAS
 Livre convencimento motivado do juiz
 Não se admitem provas obtidas por meios ilícitos.
Provas: Ilícitas: violam normas de direito material
Ilegítimas: violam normas de direito processual.
** são admitidas as provas ilícitas quando esta for a única forma de se obter a
absolvição do réu.

MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS


 O juiz deve fundamentar todas as decisões
 Transparência
Pontos controvertidos: decisão de recebimento de denuncia ou queixa não precisa de
fundamentação complexa; as decisões do tribunal do júri não são fundamentadas.

PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS


 Atos e decisões judiciais serão publicadas, de acesso livre a qualquer um do povo
 Fundamentadas todas as decisões, salvo TJ
 A lei poderá restringir a publicidade quando a defesa da intimidade ou interesse social exigirem
(segredo de justiça)
 Aos procuradores das partes nunca se pode negar publicidade dos atos processuais

ISONOMIA PROCESSUAL
 Os votos do tribunal do júri são sigilosos
 Sessão secreta é acessível aos procuradores
 Todos são iguais perante a lei

DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO


 As decisões judiciais devem estar sujeitas a revisão por outro órgão do judiciário
 Toda decisão deve estar sujeita a recurso

JUIZ NATURAL E PROMOTOR NATURAL


 Ninguém será processado, nem sentenciado senão pela autoridade competente, previamente
determinada
 Vedada a formação de tribunal ou juízo de exceção
 As varas especializadas não ofendem o principio

VEDAÇÃO A AUTOINCRIMINAÇÃO
 Direito ao silêncio
 Direito a ampla defesa
 Presunção da inocência

Outras disposições
 Direitos constitucionais do preso
 Tribunal do júri
 Menoridade penal
 Execução penal
 Provas ilícitas, sigilo de correspondência, interceptação telefônica;
INQUÉRITO POLICIAL

 Procedimento administrativo, de caráter pré-processual, cuja finalidade é apurar materialidade e


autoria de determinadas infrações penais, fornecendo os subsídios necessários par que a ação
penal possa ser validamente ajuizada.
 Infração penal: ius puniendi – processo criminal
 PERSECUÇÃO PENAL = investigação + processo criminal
 Apurar fatos e reunir elementos (materialidade e autoria)
 Polícia Judiciária: PC e PF
 É procedimento administrativo e não judicial (Pré-processual)
 Não há contraditório e ampla defesa

CARACTERÍSTICAS

S.E.I D.O.I.D.Ã.O

 Administrativo: não é fase de processo, é presidido pela autoridade policial (DELEGADO).


 Inquisitivo: pré-processual; não há acusação, nem acusado.
 Oficiosidade/Oficial: é presidido por órgão oficial; em crimes de APPI a instauração do
inquérito independe de provocação.
 Escrito: todos os atos serão reduzidos a termo e rubricados pela autoridade competente.
 Indisponibilidade: uma vez instaurado o inquérito pela autoridade policial, não pode por
ele ser arquivado; atribuição exclusiva do judiciário.
 Dispensabilidade: é dispensável ao ajuizamento da ação penal, não obrigatório.
 Discricionariedade: não há padrão; não faz exigência de formalidades, podendo ser
conduzido pela autoridade policial com discricionariedade, isto é, a autoridade aplica as
diligencias necessárias de acordo com cada caso concreto.
 Sigiloso: em relação as pessoas do povo; advogado tem acesso ao que já foi documentado.

INSTAURAÇÃO DO IP
 Variam de acordo com a natureza da ação
 Pode ser de acordo com a ação penal
 Ação Penal
o Publica
 Incondicionada
 Ex officio

Requisição do MP ou Juiz

Requerimento do ofendido ou seu representante legal (pode ser
indeferido, cabendo recurso para o chefe de policia)
 A.P.F.D (auto de prisão em flagrante delito)
 Condicionada à representação
 Após o oferecimento da denúncia, a representação é irretratável.
Somente é cabível a retratação antes de a denúncia ser oferecida, isto
é, antes de ela ser protocolada na Justiça. Quem representou é que
pode se retratar. Note que a retratação da representação somente
pode acontecer até o oferecimento da denúncia.
o Privada

Instauração do IP da APPI
 De oficio
o Ex officio
o Tomando a autoridade policial conhecimento sobre o fato
 Notitia criminis  Delatio criminis
 Mediata: atividade rotineira  Simples: qualquer do povo
 Imediata: expediente formal  Postulatória: própria vitima
 Coercitiva: prisão em  Inqualificada: denúncia
flagrante anônima; verificada a
procedência da denúncia;
 Requisição do juiz ou MP
o Obrigatoriedade cumprida pelo delegado
o Requisitar = exigir
o Pode recusar quando
 Manifestamente ilegal
 Não contiver elementos fáticos mínimos
 Requerimento da vítima ou representante
o O delegado não é obrigado se entender que não há indícios de infração penal
o Requisitos:
 Narração do fato (circunstancias)
 Individualização do indiciado (características, razoes, motivos)
 Nomeação de testemunhas
o Cabe recurso ao chefe de policia
o Quando depender de representação não poderá sem ela ser iniciado.
 Auto de Prisão em Flagrante (APF)
o Ex officio
o Não há provocação

Instauração do IP na APPCR
 Representação do ofendido ou representante
o Delatio criminis postulatória
o Autorização da vitima
o Não exige formalidade
o PRAZO: 6 meses a contar da data que tomou conhecimento da autoria do fato
(Extinção de punibilidade)
o Vitima menor de 18 anos: representante legal
 Prazo decadencial ao completar dezoito anos
o Autor sendo o próprio representante: nomeia-se curador
 Requisição do Juiz ou MP
o Com representação da vitima; manifestação
 APF
o Com representação
 Prazo de vinte e quatro horas do momento da prisão (solta)
 6 MESES
 Requisição do ministro da justiça
o É dirigida ao MP; não obrigatório
o Não há prazo decadencial; ate prescrever
o Crimes:
 Estrangeiro contra brasileiro
 Honra do PR
 Honra do chefe de governo estrangeiro
Instauração do IP na AP Privada
 Requerimento da vitima ou representante
o Se falecido: cônjuge, ascendente, descendente, irmão
o Prazo: seis meses
 Requerimento do juiz ou MP
o Autorização do ofendido
 APF (mesmo anterior)

DENÚNCIA ANONIMA pode ensejar a instauração do inquérito policial? Por si só, NÃO.

NOTITIA CRIMINIS
 Notitia criminis de cognição imediata: atividades rotineiras
 Notitia criminis cognição mediata: expediente formal
 Notitia criminis cognição coercitiva: lavratura do APF
 Delatio Criminis
o Delatio Criminis simples: qualquer do povo
o Delatio criminis postulatória: ofendido, rl, sucessores.
o Delatio criminis inqualificada: denúncia anônima.

TRANCAMENTO DE INQUERITO
 Se não houver dúvida sobre atipicidade
 Causa extinta de punibilidade
 Ausência de justa causa
 *habeas corpus

TRAMITAÇÃO DO IP
Como se desenvolve:
 Diligencias investigatórias
o Art 6º do cpp
 Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e a conservação das
coisas, até a chegada dos peritos
 Apreender objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais
 Colher todas as provas que servirem para esclarecimento do fato e suas circunstancias
 Ouvir o ofendido
 Ouvir o indiciado (interrogatório em sede policial)
 Proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações
 Determinar exame de corpo de delito: indispensável nos crimes que deixam vestígios; e
outras pericias.
 Identificação do indiciado (datiloscópico) + antecedentes. Analisado com cautela pois a
constituição diz que o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal
(admitida em casos excepcionais)
 Averiguar vida pregressa, existência de filhos;
o Observância de regras processuais
o Reprodução simulada dos fatos
 Reconstituição da dinâmica criminosa
 É cabível desde que não contrarie a moralidade e a ordem pública.
 O suspeito/indiciado não é obrigado a participar pois é vedada a autoincriminação (produzir
provas contra si)

INDICIADO PODE REQUERER DILIGENCIAS? Sim, mas fica a critério do chefe de polícia,
ressalvado o corpo de delito que não pode ser negado.

DILIGENCIAS EM OUTRA CIRCUNSCRIÇÃO POLICIAL: a autoridade poderá realizar


diligencias em outra circunscrição, dependendo do caso. Se o município onde se deu o inquérito não
for sede de comarca, o delegado poderá realizar diligencias urgentes.

OUTRAS INCUBENCIAS DA AUTORIDADE POLICIAL


 Fornecer as autoridades judiciarias as informações necessárias a instrução e
julgamento dos processos
 Realizar as diligencias requisitadas pelo juiz ou pelo ministério publico
 Cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciarias
 Representar acerca da prisão preventiva e temporárias tambem

PODER DE REQUISIÇÃO DO DELEGADO DE POLICIA:


 Determinados crimes: informações cadastrais de vítimas e suspeitos requisitados pelo MP
ou autoridade policial
 Sequestro e cárcere privado
 Redução a condição análoga de escravo
 Tráfico de pessoas
 Extorsão mediante restrição de liberdade (relâmpago)
 Extorsão mediante sequestro
 Facilitação de envio de criança/adolescente ao exterior
o O ofendido e o indiciado podem requerer diligencias a critério da autoridade policial
 Forças armadas
 O indiciado poderá constituir defensor
 Citado na instauração, prazo de 24 horas
 Esgotado o prazo a instituição vinculada se responsabiliza
o Exame de corpo de delito é obrigatório nos crimes que deixam vestígios
o Identificação criminal somente quando o investigado não for civilmente identificado
o Coleta de material genético = quando for indispensável, banco de dados sigiloso
o Nomeação de curador para menores

FORMAS DE TRAMITAÇÃO
 O sigilo é moderado
 O indiciado deve ser alertado sobre o direito a um advogado no interrogatório
 Incomunicabilidade do preso (não pode)

INDICIAMENTO
 Ato pelo qual se atribui a um suspeito a autoria ao fato no bojo do IP
 Especifica alvo das investigações
 Direciona as investigações
 Não desconstitui o caráter sigiloso do inquérito
 É privativo da autoridade policial (delegado)

INVESTIGAÇÃO CONTRA AGENTES DE SEGURANÇA PÚBLICA


 Inserido pelo pacote anticrime**
o Fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional – o
indiciado poderá constituir defensor.
o Rol de agentes integrantes: PF, PRF, PFF, PC, PM, CBM, PP, integrantes das
Forças Armadas quando em missão da GLO (garantia da lei e da ordem).
o Regramento: indiciado deve ser CITADO para ciência da instauração da
investigação, podendo constituir defensor no prazo de 48h. Caso não o faça,
devera ser intimada a instituição a que estava vinculado à época da ocorrência
dos fatos, para que indique defensor no prazo de 24h.

CONCLUSÃO DO IP

 A não conclusão do inquérito policial no prazo legal acarreta a nulidade do


procedimento.
 Não pode ser prorrogado se o indiciado estiver preso
o Regra geral: 10 dias se preso (a partir da efetivação da prisão, o próprio dia
entra no computo do prazo – prazo penal); 30 dias se solto (a partir da
instauração do IP, a partir do primeiro dia útil – prazo processual)
 Pacote anticrime: cabe ao juízo das garantias prorrogar o prazo
quando tiver prezo o indiciado. Por até 15 dias.
o Crimes Federais: 15+15 dias se preso, 30 dias se solto
o IP Militar: 20 dias se preso, 40+20 dias se solto
o Lei de drogas: 30+30 dias se preso, 90+90 dias se solto
o Crimes contra a economia popular: 10 dias se preso, 10 se solto

 Disposições do CPP sobre o encerramento do IP


o Autoridade policial fara minucioso relatório e enviar ao juiz (pode indicar
outras testemunhas)
o Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem a prova,
acompanharão os autos do IP
o O IP acompanhara a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou
outra.

ARQUIVAMENTO
 Arquivamento de coisa julgada:
 atipicidade da conduta (não poderá ser desarquivado pois faz coisa julgada material)
 extinção da punibilidade
 excludente de ilicitude

 MP ------------ JUIZ -------------- DISCORDA ------------ chefe do MP


Arquivamento Arquivamento ou não

 Arquivamento Implícito
 O Ministério Público deixa de oferecer a denúncia acerca de determinado
indiciado (subjetivo) ou fato (objetivo), sem sua expressa manifestação ou
justificação deste procedimento e sem determinar o arquivamento.
 Este arquivamento se consuma quando o Juiz não se pronuncia na forma
do art. 28 com relação a quem ou ao que foi omitido na peça acusatória.
 Arquivamento implícito não é admitido pela jurisprudência pátria
 O arquivamento implícito poderia ser objetivo (quando a omissão se dá
com relação às infrações praticadas) ou subjetivo (quando a omissão se dá
com relação aos acusados)
 O arquivamento implícito ocorre quando Ministério Público ou Juiz, cada um
em sua função processual, não percebem a ausência de um fato investigado
ou de um dos indiciados na peça inaugural da ação penal
 Caso o Juiz perceba o equívoco do membro do Ministério Público e inste o
órgão do MP a se pronunciar sobre todos os fatos e as pessoas tratados na
investigação policial, o MP poderá aditar e acrescentar o que foi omitido,
não configurando o arquivamento implícito
 Mas se o juiz nada perceber e o Ministério Público se omitir, o MP, no
curso da instrução criminal, fica impedido de aditar a denúncia para
incluir a autoria omitida na relação processual, pois o MP tinha
conhecimento da autoria que participou do delito antes do oferecimento da
denúncia, quando teve acesso aos autos do IP, e deixou de incluí-la na peça
processual, logo ocorre o denominado arquivamento implícito.

O ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL FAZ COISA JULGADA FORMAL OU


MATERIAL?
Segundo a doutrina, o arquivamento do inquérito policial pode fazer coisa julgada
formal ou material, a depender da situação concreta, veja:

1) COISA JULGADA FORMAL


A coisa julgada formal leva a imutabilidade dentro do processo, sendo hipóteses:
a) Falta de pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal;
b) Falta de justa causa para o exercício da ação penal.

2) COISA JULGADA MATERIAL


A coisa julgada material causa a imutabilidade dentro e fora do processo.
São hipóteses:
a) ATIPICIDADE FORMAL OU MATERIAL
b) CAUSA EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE
Salvo inimputabilidade.
c) EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Salvo, diante de certidão de óbito falsa.
d) EXCLUDENTE DE ILICITUDE (Aqui, há divergência entre STF e STJ)
- STF - HC 95.211 (CESPE LEVA ESSA ENTENDIMENTO)
Faz coisa julgada formal.
- STJ
Faz coisa julgada material
AÇÃO PENAL
 O instrumento que dá início ao processo penal, através do qual o estado executa o poder
dever de agir; ius puniendi.
 Busca pela verdade material, buscando os direitos e garantias do indivíduo.
 Ato inicial do processo penal

Condições:
 Possibilidade jurídica do pedido. Conduta que de amolde a um fato típico.
 Interesse de agir
o Necessidade: sempre existe
o Adequação: via cleita
 Legitimidade ad causam para ser parte do processo
o Ativa: acusador. (cônjuge, ascendente, descendente, irmão)
o Passiva: acusado, réu. Só quem participou da infração penal. Se morte, extinta a
punibilidade.
Justa causa – Natureza? Existência de elementos mínimos. **

ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL


 Publica: titularidade do MP, cabe a ele processar o infrator ajuizando a denúncia.
o Incondicionada (regra no brasil)
o Condicionada (autorização de alguém)
 Representação do ofendido
 Requisição do MJ
 Privada: confere ao ofendido a titularidade da ação.
o Exclusiva, propriamente dita
o Personalíssima, só o ofendido pode processar o infrator
o Subsidiaria da publica, DADA pela omissão do MP
Ação Penal Publica Incondicionada
 Titularidade: Ministério publico
 Princípios: O.D.I.O
o Obrigatoriedade (mitigado, atenuado; ex.: transação penal, menor potencial
ofensivo; acordo de não persecução penal)
o Indisponibilidade (não pode abrir mão da ação penal)
o Oficialidade – órgão oficial do estado. Ministério publico
o Divisibilidade
Representação do ofendido:
 Condição de procedibilidade
 Legitimidade para oferecer a representação
o Ofendido maior de 18 anos
o Menor de 18 ou incapaz: representante legal
o Óbito: sucessores (cônjuge, ascendente, descendente, irmão)
 Condição de procedibilidade da ação penal
 Formalidade: não é necessária grande formalidade.
 Destinatário: MP, chefe de policia
 Prazo: 6 meses a contar da ciência da autoria. Decai do direito de representação, gera
a extinção da punibilidade do infrator.
 Abrangência da representação – é divisível? NÃO.
 Retratação é cabível: até o oferecimento da denúncia.
 É cabível retratação da retratação: voltar atras do ato de voltar atras. Pode representar
novamente. Dentro de seis meses.
 Retratação em crimes que envolvem violência doméstica e familiar contra mulher.
Requisição do Ministro da Justiça.
 Destinatário é sempre o MP
 Prazo: a qualquer tempo
o Desde que não extinta a punibilidade
 Cabe retratação? Prevalece o entendimento de que não cabe, por ser procedimento
administrativo.
Ação penal privada exclusiva
 Legitimidade para ajuizar a queixa-crime
o Ofendido maior de 18 anos – próprio ofendido
o Ofendido menor ou incapaz: representante legal
o Óbito: sucessores
o Prazo: 6 meses da ciência da autoria.
 Decadência, extinção da punibilidade.
 Princípios:
o Oportunidade
o Disponibilidade (pode abrir mão)
o Indivisibilidade +importante deve ajuizar a queixa contra todos os infratores
 Atuação do MP (custos legis)
o Aditar a queixa crime (apenas aspectos formais, não essenciais)
o Velar pela indivisibilidade da ação penal privada
 Renuncia x Perdão do ofendido x Perempção
o Só cabem na ação penal privada exceto na subsidiaria da publica
o Geram a extinção da punibilidade
o RENUNCIA
 Anterior ao ajuizamento da ação penal
 Tacita ou expressa
 Indivisível
 Unilateral. Não depende de aceitação
o PERDÃO DO OFENDIDO
 Posterior ao ajuizamento da ação penal, durante o processo
 Tácito ou expresso
 Indivisível
 Bilateral, depende de aceitação por parte do réu
o PEREMPÇÃO
 Punição ao querelante negligente
 Hipóteses
 Querelante deixa de promover o andamento do processo
durante trinta dias seguidos.
 Falecendo o querelante, ou sobrevindo incapacidade, não
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do
prazo de 60 dias, qualquer legitimado.
 Querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente.
 Querelante deixar de formular o pedido de condenação nas
alegações.
 Sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem
deixar sucessor.
Ação penal privada personalíssima
 Regramento
o Mesmas regras da exclusiva, com uma diferença: só o próprio ofendido pode
ajuizar a ação penal.
Ação penal privada subsidiária da pública
 Legitimidade
o Ofendido, RL, sucessores
o Ocorre quando há inercia do MP
 Não cabe se o MP:
o Ajuíza a denuncia
o Requer o arquivamento do IP
o Requisita novas diligencias
 Prazo: 6 meses a partir do esgotamento do prazo para o MP, se consuma a inercia
o Sob pena de decadência impropria
 O MP continua com legitimidade para ajuizar a ação
 Atuação do MP
o Opinar pela rejeição
o Aditar a queixa crime
o Intervir em todos os termos do processo
o Repudiar a queixa crime
o Retomar o processo como parte principal
 Quando houver negligência por parte do querelante
REQUISITOS FORMAIS DE DENÚNCIA OU QUEIXA
 Exposição do fato criminoso
 Qualificação do acusado
 Classificação do delito (tipificação do delito)
 Rol de testemunhas
 Endereçamento
 Redação em vernáculo (português)
 Subscrição

ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL


 Art 28-A
o Não sendo caso de arquivamento
 Pressupostos
o Infração sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4
anos
o O acordo deve se mostrar necessário e suficiente para a reprovação e
prevenção do crime
o O autor deve ter confessado o delito
 Condições
o Reparação do dano à vitima (salvo impossibilidade de fazê-lo)
o Renuncia voluntaria a bens e direitos que sejam instrumentos, produtos ou
proveitos do crime.
o Prestar serviço a comunidade (pena mínima reduzida de 1/3 a 2/3)
o Pagar prestação pecuniária entidade publica ou de interesse social
o Cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo MP, desde que
proporcional e compatível com a infração penal imputada.
 Não cabimento
o Se for cabível a transação penal
o Se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que
indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se
insignificantes as infrações penais pretéritas.
o Ter sido o agente beneficiado nos cinco anos anteriores ao cometimento
da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou
suspensão condicional do processo
o Nos crimes praticados no âmbito de violência domestica ou familiar, ou
praticados contra a mulher por razoes da condição de sexo feminino, em
favor do agressor.
 Formalização
o Tratativas entre MP, investigado e seu defensor.
o Por escrito
o Homologado pelo juiz, em audiência
o Não constara de certidão de antecedentes criminais, salvo para impedir novo
acordo nos próximos cinco anos.
 Recusa de homologação pelo juiz
o O acordo não tende os requisitos legais
o Sejam inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições acordadas.
 Execução do acordo
o Perante o juízo da execução penal
o Vítima deve ser intimada acerca da homologação e eventual descumprimento
o O acordo não faz coisa julgada material
o Cumprimento do acordo gera extinção da punibilidade
o Recusa de oferecimento de proposta – cabe recurso à instancia superior do
MP
PRISÕES CAUTELARES

 02 espécies de penas privativas de liberdade.


 Prisão pena
o Punição, sentença penal condenatória irrecorrível.
o STF relativizou: execução provisória da pena mesmo sem ter acabado o processo*.
o Tem como fundamento a culpa do acusado.
 Prisão não pena (cautelar)
o Medida de natureza cautelar (necessidade de evitar danos; risco).
o Garantir o desenvolvimento da instrução penal; dotada de excepcionalidade
o Aplicação penal.
o Evitar a pratica de novas infrações.
o 3 modalidades
 Flagrante (CPP)
 Preventiva (CPP)
 Temporária (Lei 7960/89)

CONCEITO DE PRISAO CAUTELAR

Trata-se de uma medida de NATUREZA CAUTELAR (cautela = cuidado, a fim de


se evitar um prejuízo), cuja finalidade pode ser garantir o regular desenvolvimento da
instrução processual, a aplicação da lei penal ou, nos casos expressamente previstos em lei,
evitar a prática de novas infrações penais.

ESPÉCIES

PRISAO EM FLAGRANTE
 Natureza - tem como fundamento a prática de um fato com aparência de fato típico. Possui
natureza administrativa, pois não depende de autorização judicial para sua realização.
 Sujeitos – A prisão em flagrante pode ser efetuada por:
o Ativo
 Qualquer do povo (facultativamente)
 A autoridade policial e seus agentes (obrigatoriamente)
o Passivo

Espécies de prisão em flagrante


 § Flagrante próprio (art. 302, I e II do CPP) – Será considerado flagrante próprio, ou
propriamente dito, a situação do indivíduo que está cometendo o fato criminoso (inciso I) ou
que acaba de cometer este fato (inciso II). Também chamado de flagrante real,
verdadeiro ou propriamente dito.
 § Flagrante impróprio (art. 302, III do CPP) – Aqui, embora o agente não tenha sido
encontrado pelas autoridades no local do fato, é necessário que haja uma perseguição, uma
busca pelo indivíduo, ao final da qual, ele acaba preso. Também chamado de imperfeito,
irreal ou “quase flagrante”.
 § Flagrante presumido (art. 302, IV do CPP) – Temos as mesmas características do
flagrante impróprio, com a diferença que a Doutrina não exige que tenha havida qualquer
perseguição ao suposto infrator, desde que ele seja surpreendido, logo depois do crime, com
objetos (armas, papéis, etc....) que façam presumir que ele foi o autor do delito. Também
chamado de flagrante ficto ou assimilado.

OBS.: Caso o infrator se apresente espontaneamente, não será possível sua prisão em flagrante.
Prisão em flagrante em situações especiais
 Crimes habituais - Não cabe prisão em flagrante, pois o crime não se consuma em
apenas um ato, exigindo-se uma sequência de atos isolados para que o fato seja típico
(maioria da Doutrina e da Jurisprudência). Parte minoritária, no entanto, entende
possível, se quando a autoridade policial surpreender o infrator praticando um dos
atos, já se tenha prova inequívoca da realização dos outros atos necessários à
caracterização do fato típico (Minoritário). Há decisões jurisprudenciais nesse último
sentido (possível, desde que haja prova da habitualidade).
 Crimes permanentes - O flagrante pode ser realizado em qualquer momento durante
a execução do crime, logo após ou logo depois.
 Crimes continuados - Por se tratar de um conjunto de crimes que são tratados como um
só para efeito de aplicação da pena, pode haver flagrante quando da ocorrência de
qualquer dos delitos.

Modalidades especiais de flagrante


 § Flagrante esperado – A autoridade policial toma conhecimento de que será praticada
uma infração penal e se desloca para o local onde o crime acontecerá. Iniciados os atos
executórios, ou até mesmo havendo a consumação, a autoridade procede à prisão em
flagrante. TRATA-SE DE MODALIDADE VÁLIDA DE PRISÃO EM
FLAGRANTE.
 § Flagrante provocado ou preparado – Aqui a autoridade instiga o infrator a cometer
o crime, criando a situação para que ele cometa o delito e seja preso em flagrante. É o
famoso “a ocasião faz o ladrão”. NÃO é VÁLIDA, pois quem efetuou a prisão criou
uma situação que torna impossível a consumação do delito, tratando-se, portanto, de
crime impossível. Súmula 145 do STF. OBS.: A Doutrina e a Jurisprudência, no
entanto, vêm admitindo a validade de flagrante preparado quando o agente provocador
instiga o infrator a praticar um crime apenas para prendê-lo por crime diverso.
 § Flagrante forjado – Aqui o fato típico não ocorreu, sendo simulado pela autoridade
policial para incriminar falsamente alguém. ABSOLUTAMENTE ILEGAL.
 § Flagrante diferido (ou retardado; protelado) – A autoridade policial retarda a
realização da prisão em flagrante, a fim de, permanecendo “à surdina”, obter maiores
informações e capturar mais integrantes do bando. Trata-se de tática da polícia (admitida
apenas em determinadas leis penais especiais).

Não cabe prisão em flagrante:


 Menores de dezoito anos
 Presidente da república
 Juízes membros do MP, salvo crime inafiançável
 Parlamentares do CN (deputados), salvo crime inafiançável
 Diplomatas estrangeiros e chefes de estado estrangeiro
 Infrator que espontaneamente se apresenta
 Autor de crime de menor potencial ofensivo
 Pessoa em posse de entorpecente para uso próprio

Prisão condição: Apresentado o preso a autoridade competente

AUTO DE PRISAO EM FLAGRANTE

 Lavrado pela autoridade policial do local onde ocorreu a prisão ou local mais próximo;
 Pode ser lavrado pelo juiz nos crimes cometidos em sua presença;
 Procedimento:
o Ouvir o condutor
o Ouvir as testemunhas
o Ouvir a vítima, se possível
o Ouvir o preso (interrogatório)

OBS.: A ausência de testemunhas não impede a lavratura do APF. Neste caso deverão assina o
APF, junto com o condutor, duas pessoas que tenha presenciado a apresentação do preso à
autoridade.

Comunicação à família e às autoridades – A autoridade, após lavrado o APF deverá:


 § Imediatamente - Comunicar a prisão e o local em que está preso ao juiz competente, ao
MP e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
 § Em 24h (a contar da prisão) - Remeter os autos do APF ao Juiz competente e, se o preso
não tiver advogado, à Defensoria Pública. No mesmo prazo, deve ser entregue ao preso a
NOTA DE CULPA, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor
e os das testemunhas.

OBS.: No APF deve constar expressamente a informação acerca da existência de filhos,


respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. Tal exigência foi introduzida no CPP pela Lei
13.257/16.

E quando o Juiz receber o Auto de Prisão em Flagrante, o que deve fazer?


 Três hipóteses:
o Relaxar a prisão ilegal – Se houver alguma ilegalidade na prisão
o Converter a prisão em prisão preventiva – Caso estejam presentes os
requisitos para tal, bem como se mostrarem inadequadas ou insuficientes as
outras medidas cautelares
o Conceder a liberdade provisória, com ou sem fiança, a depender do caso –
Quando não for o caso de decretação da preventiva ou relaxamento da prisão.
 A ilegalidade implica em relaxamento da prisão e não a concessão de liberdade
 Audiência de custodia:
o Verificar legalidade da prisão e eventual ocorrência de excessos
o Pacto de San Rose da costa rica
o Prazo de vinte e quatro horas, contados da comunicação
o Se não realizada no prazo: responderá nas três esferas e ensejara ilegalidade da
prisão e deverá ser relaxada pela autoridade competente
o Se o agente for reincidente, de organização criminosa, portar arma; denegar
liberdade provisória.
 No âmbito do Direito Processual Penal, é importante diferenciar a prisão penal, decorrente
da sentença condenatória com trânsito em julgado, da prisão cautelar, que serve para
garantir o exercício do jus puniendi do Estado (direito de punir estatal).
o Prisão penal: sentença condenatória
o Prisão cautelar: garantia do Jus Puniendi
 Dessa forma, é de suma importância realçar que a prisão cautelar não pode ser sinônimo de
sanção, muito embora a sociedade veja na prisão preventiva (hipótese de prisão cautelar) um
instrumento contra a impunidade.

PRISÃO PREVENTIVA
Conceito - A prisão preventiva é o que se pode chamar de prisão cautela por excelência, pois é
aquela que é determinada pelo Juiz no bojo do Processo Criminal ou da Investigação Policial, de
forma a garantir que seja evitado algum prejuízo.

Decretação, revogação e substituição - O Juiz pode, a qualquer momento, revogar a decisão,


decretar novamente a preventiva ou substituí-la por outra medida, desde que entenda que tais
medidas são as mais adequadas na situação (sempre de maneira fundamentada).

Legitimados – A preventiva pode ser decretada pelo Juiz:


 § De ofício (somente durante o processo)
 § A requerimento do MP
 § Por representação da autoridade policial
 § A requerimento do querelante ou do assistente de acusação

Cabimento
 Pressupostos (fumus comissi delicti)
• Prova da materialidade do delito (existência do crime)
• Indícios suficientes de autoria

 Requisitos (periculum libertatis)


• Garantia da ordem pública – A perturbação da ordem pública pode ser
conceituada como o abalo provocado na sociedade em razão da prática de um delito
de consequências graves. Assim, a prisão preventiva se justificaria para restabelecer
a tranquilidade social, a sensação de paz em um determinado local (um bairro, uma
cidade, um estado, ou até mesmo no país inteiro). A jurisprudência, contudo, vem
entendendo que é possível o reconhecimento da “ameaça à ordem pública” quando
haja alta probabilidade de que o agente volte a delinquir.
• Garantia da Ordem Econômica – Esta hipótese é direcionada aos crimes do
colarinho branco, àquelas hipóteses em que o agente pratica delitos contra
instituições financeiras e entidades públicas, causando sérios prejuízos financeiros.
• Conveniência da Instrução Criminal – Tem a finalidade de evitar que o indivíduo
ameace testemunhas, tente destruir provas, etc. Em resumo, busca evitar que a
instrução do processo seja prejudicada em razão da liberdade do réu.
• Segurança na aplicação da Lei penal – Busca evitar que o indivíduo Fuja, de
forma a se furtar à aplicação da pena que possivelmente lhe será imposta.

OBS.: Pode ser decretada a preventiva, ainda, quando houver descumprimento de alguma das
obrigações impostas pelo Juiz como medida cautelar diversa da prisão:

Presentes os pressupostos e requisitos, pode ser decretada a preventiva em relação a qualquer


crime? Não, somente nas hipóteses do art. 313 do CPP:
§ Crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4
(quatro) anos.
§ Se o infrator tiver o sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada
em julgado (desde que tenha ultrapassado menos de cinco anos desde a extinção da
punibilidade)
§ Se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das
medidas protetivas de urgência.
§ Quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não
fornecer elementos suficientes para esclarecer a dúvida, devendo o preso ser colocado
imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a
manutenção da prisão.

Vedação à decretação da preventiva


A prisão preventiva em nenhum caso poderá decretada se o juiz verificar, pelas
provas constantes dos autos, ter o agente praticado o crime amparado por excludente de
ilicitude (Ex.: legítima defesa).

PRISAO TEMPORARIA

 Conceito - A prisão temporária é uma modalidade de prisão cautelar que não se


encontra no CPP, estando regulamentada na Lei 7.960/89. Esta Lei não sofreu alteração
pela Lei 12.403/11. Possui prazo certo e só pode ser determinada DURANTE A
INVESTIGAÇÃO POLICIAL.

 Caberá prisão temporária:


o imprescindível para as investigações do inquérito policial;
o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao
esclarecimento de sua identidade;
o houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal,
de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
 homicídio doloso
 sequestro ou cárcere privado
 roubo
 extorsão
 extorsão mediante sequestro
 estupro
 atentado violento ao pudor
 rapto violento
 epidemia com resultado de morte
 envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal
qualificado pela morte
 quadrilha ou bando
 genocídio
 tráfico de drogas
 crimes contra o sistema financeiro
 crimes previstos na Lei de Terrorismo.
 A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade
policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias,
prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. *Hediondos e
TTT = 30 + 30
o Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o
Ministério Público.
o O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado
dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da
representação ou do requerimento.
o O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do Advogado,
determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos
da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito.
o Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma
das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.
o O mandado de prisão conterá necessariamente o período de duração da prisão
temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso
deverá ser libertado
o prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado judicial.
o Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto
imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.
o Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela
custódia deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr
imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da
prorrogação da prisão temporária ou da decretação da prisão preventiva.
o Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de
prisão temporária.
 Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos demais
detentos.

EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA

 DÚVIDA: É possível a execução provisória da pena (cumprimento da pena antes do


esgotamento de todos os recursos)?
MUITO IMPORTANTE: A resposta é NÃO.
Apesar das diversas mudanças de entendimento ao longo dos últimos anos, no final
de 2019, o STF fixou entendimento no sentido de não ser possível a execução provisória da
pena. Tal decisão tem efeito vinculante, pois foi decidida em Ação Declaratória de
Constitucionalidade (ADC), que entendeu pela compatibilidade do art. 283 do CPP com a
CF/88:
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante
delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade
judiciária competente, em decorrência de sentença
condenatória transitada em julgado ou, no curso da
investigação ou do processo, em virtude de prisão
temporária ou prisão preventiva.

 CUIDADO: A decisão não impede que condenados provisórios continuem presos por força
de prisão preventiva concedida pelo juiz.

DÚVIDA: E em relação ao Tribunal do Júri, é possível a prisão antes do esgotamento de todos


os recursos cabíveis?
 Alteração legislativa! Lei no 13.964/19 pacote anticrimes
 A resposta é SIM.
 A Lei no 13.964/2019 alterou o art. 492, I, alínea “e”, do CPP, para a seguinte redação:
Art. 492, I – no caso de condenação: (...)
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em
que se encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva, ou,
no caso de condenação a uma pena igual ou superior a 15 (quinze)
anos de reclusão, determinará a execução provisória das penas,
com expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízo
do conhecimento de recursos que vierem a ser interpostos;
 Assim, por expressa previsão legal, é possível a execução provisória da pena proferida pelo
Tribunal do Júri quando:

TRIBUNAL DO JÚRI
o Requisitos da prisão preventiva
o Condenação igual ou superior a 15 anos de reclusão

LIBERDADE PROVISORIA
 Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva
 Fiança (DEL): pena privativa de liberdade não superior a quatro anos;
 Nos demais casos fiança (juiz): decidir em 48 horas
 Não será concedida fiança:
o Racismo
o Trafico, tortura e terrorismo
o Hediondos
o Grupos armados civis ou militares
 Outros casos:
o quebrado fiança anteriormente
o prisão civil ou militar
o presentes os motivos para preventiva

GARANTIAS RELATIVAS À PRISÃO


 Não há prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia
 COM ou SEM fiança, poderá haver liberdade provisória
 Deve ser imediatamente relaxada quando ilegal
 O preso tem direito a identificação dos seus algozes
 Pra ser preso deve haver uma FLOR (flagrante delito ou ordem escrita e fundamentada)
 Comunicada imediatamente à família, ao juiz ou a pessoa por ele indica.
TEORIA GERAL DA PROVA

Conceito de prova - Elemento produzido pelas partes ou mesmo pelo Juiz, visando à formação
do convencimento deste (Juiz) acerca de determinado fato.

Objeto de prova - O fato que precisa ser provado para que a causa seja decidida, pois sobre ele
existe incerteza. Em regra, só os fatos são objeto de prova (Exceção: direito municipal, estadual ou
estrangeiro, pois a parte que alega deve provar-lhes o teor e a vigência).

Fatos que independem de prova:


• Fatos evidentes (axiomáticos, intuitivos): São fatos que decorrem de um raciocínio lógico,
intuitivo, decorrente de alguma situação que gera a lógica conclusão de outro fato;
• Fatos notórios: São aqueles que pertencem ao conhecimento comum de todas as pessoas.
• Presunções legais: São fatos que a lei presume tenham ocorrido. Podem ser relativas ou
absolutas.
• Fatos inúteis: São aqueles que não possuem qualquer relevância para a causa, sendo
absolutamente dispensáveis e, até mesmo, podendo ser dispensada a sua apreciação pelo Juiz.

CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS


§ Provas diretas – Aquelas que provam o próprio fato, de maneira direta.
§ Provas indiretas – Aquelas que não provam diretamente o fato, mas por uma
dedução lógica, acabam por prová-lo.
§ Provas plenas – Aquelas que trazem a possibilidade de um juízo de certeza quanto
ao fato que buscam provar, possibilitando ao Juiz fundamentar sua decisão de mérito em
apenas uma delas, se for o caso.
§ Provas não-plenas – Apenas ajudam a reforçar a convicção do Juiz, contribuindo
na formação de sua certeza, mas não possuem o poder de formar a convicção do Juiz, que
não pode fundamentar sua decisão de mérito apenas numa prova não-plena.
§ Provas reais – Aquelas que se baseiam em algum objeto, e não derivam de uma
pessoa.
§ Provas pessoais – São aquelas que derivam de uma pessoa.
§ Prova típica – Seu procedimento está previsto na Lei.
§ Prova atípica – Duas correntes:
1) É somente aquela que não está prevista na Legislação (este conceito se
confunde com o de prova inominada);
2) É tanto aquela que está prevista na Lei, mas seu procedimento não, quanto
aquela em que nem ela nem seu procedimento estão previstos na Legislação.
§ Prova anômala – É a prova típica, só que utilizada para fim diverso daquele para o
qual foi originalmente prevista.
§ Prova irritual – É aquela em que há procedimento previsto na Lei, só que este
procedimento não é respeitado quando da colheita da prova.
§ Prova “fora da terra” – É aquela realizada perante juízo distinto daquele perante o
qual tramita o processo.
§ Prova crítica – É utilizada como sinônimo de “prova pericial”.

OBS.: PROVA EMPRESTADA - É aquela que, tendo sido produzida em outro processo, vem a
ser apresentada no processo corrente, de forma a também neste produzir os seus efeitos. A Doutrina
e a Jurisprudência, entretanto, exigem que a prova emprestada tenha sido produzida em processo
que envolveu as mesmas partes (identidade de partes) e tenha sido submetida ao contraditório.

SISTEMA ADOTADO QUANTO À APRECIAÇÃO DA PROVA


REGRA - Sistema do livre convencimento motivado da prova (ou livre convencimento regrado,
ou livre convencimento baseado em provas ou persuasão racional). O Juiz deve valorar a prova
produzida da maneira que entender mais conveniente, de acordo com sua análise dos fatos
comprovados nos autos.
EXCEÇÃO – Adota-se, excepcionalmente:
§ Prova tarifada – Adotada em alguns casos (ex.: necessidade de que a prova da
morte do acusado, para fins de extinção da punibilidade se dê por meio da certidão de óbito).
§ Íntima convicção – Adotada no caso dos julgamentos pelo Tribunal do Júri.

PRINCÍPIOS QUE REGEM A PRODUÇÃO PROBATÓRIA


§ Princípio do contraditório – Todas as provas produzidas por uma das partes
podem ser contraditadas (contraprova) pela outra parte;
§ Princípio da comunhão da prova (ou da aquisição da prova) – A prova é
produzida por uma das partes ou determinada pelo Juiz, mas uma vez integrada aos autos,
deixa de pertencer àquele que a produziu, passando a ser parte integrante do processo,
podendo ser utilizada em benefício de qualquer das partes.
§ Princípio da oralidade – Sempre que for possível, as provas devem ser
produzidas oralmente na presença do Juiz.
Subprincípio da concentração – Sempre que possível as provas devem ser
concentradas na audiência.
Subprincípio da publicidade – Os atos processuais não devem ser praticados de
maneira secreta, sendo vedado ao Juiz apresentar obstáculos à publicidade dos atos
processuais.
Subprincípio da imediação – o Juiz, sempre que possível, deve ter contato físico
com a prova, no ato de sua produção, a fim de que melhor possa formar sua convicção.
§ Princípio da autorresponsabilidade das partes – As partes respondem pelo ônus
da produção da prova acerca do fato que tenham de provar.
§ Princípio da não auto-incriminação (ou Nemo tenetur se detegere) – Por este
princípio entende-se a não obrigatoriedade que a parte tem de produzir prova contra si
mesma.

ETAPAS DA PRODUÇÃO DA PROVA


§ Proposição – A produção da prova é requerida ao Juiz, podendo ocorrer em momento ordinário
ou extraordinário.
§ Admissão – É o ato mediante o qual o Juiz defere ou não a produção de uma prova.
§ Produção – É o momento em que a prova é trazida para dentro do processo.
§ Valoração – É o momento no qual o Juiz aprecia cada prova produzida e lhe atribui o valor que
julgar pertinente.

ÔNUS DA PROVA
Encargo conferido a uma das partes referente à produção probatória relativa ao fato por ela alegado.

PRODUÇÃO PROBATÓRIA PELO JUIZ


É possível:
Na produção antecipada de provas – Provas consideradas urgentes e relevantes,
observando-se a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida (é constitucional –
STF e STJ). OBS.: É necessário que exista um procedimento investigatório em andamento
(IP em curso, por exemplo), e algum requerimento posto à sua apreciação (ainda que não
seja o requerimento de prova).
Na produção de provas após iniciada a fase de instrução do processo – Para
dirimir dúvida sobre ponto relevante (busca da verdade real). Não se exige a cautelaridade
da medida.

PROVAS ILEGAIS
Provas ilícitas - São consideradas provas ilícitas aquelas produzidas mediante violação de normas
de direito material (normas constitucionais ou legais). Ex.: Prova obtida mediante tortura.
Provas ilícitas por derivação - São aquelas provas que, embora sejam lícitas em sua essência,
derivam de uma prova ilícita, daí o nome “provas ilícitas por derivação”. Ex.: Prova obtida
mediante depoimento válido. Contudo, só se descobriu a testemunha em razão de uma interceptação
telefônica ilegal. Poderá ser utilizada no processo se ficar comprovado que:
§ Não havia nexo de causalidade entre a prova ilícita e a prova derivada
§ Embora havendo nexo de causalidade, a derivada poderia ter sido obtida por fonte
independente ou seria, inevitavelmente, descoberta pela autoridade.

Provas ilegítimas - São provas obtidas mediante violação a normas de caráter eminentemente
processual, sem que haja nenhum reflexo de violação a normas constitucionais.

CONSEQUÊNCIAS PROCESSUAIS DO RECONHECIMENTO DA ILEGALIDADE DA


PROVA
Provas ilícitas - Declarada sua ilicitude, elas deverão ser desentranhadas do processo e, após estar
preclusa a decisão que determinou o desentranhamento, serão inutilizadas pelo Juiz.
OBS.: Há forte entendimento no sentido de que a prova, ainda que seja ilícita, deverá ser utilizada
no processo, desde que seja a única prova capaz de conduzir à absolvição do réu ou comprovar fato
importante para sua defesa, em razão do princípio da proporcionalidade.
Prova obtida mediante excludente de ilicitude?
Prova válida (Doutrina, STF e STJ).
Recurso cabível contra a decisão referente à ilicitude da prova?
§ Decisão que RECONHECE A ILICITUDE da prova – Cabe RESE, nos termos do
art. 581, XIII do CPP.
§ Decisão que RECONHECE A ILICITUDE da prova apenas na sentença – Cabe
APELAÇÃO.
§ Decisão que NÃO RECONHECE a ilicitude da prova – Não cabe recurso (seria
possível o manejo de HC ou MS).

CONSEQUÊNCIAS PROCESSUAIS DO RECONHECIMENTO DA ILEGITIMIDADE DA


PROVA
§ Prova decorrente de violação à norma processual de caráter absoluto
(nulidade absoluta) - jamais poderá ser utilizada no processo, pois as nulidades absolutas,
são questões de ordem pública e são insanáveis (STF e STJ estão relativizando isso, ao
fundamento de que não pode ser declarada qualquer nulidade sem comprovação da
ocorrência de prejuízo).
§ Prova decorrente de violação à norma processual de caráter relativo (nulidade
relativa) - poderá ser utilizada, desde que não haja impugnação à sua ilegalidade ou tenha
sido sanada a irregularidade em tempo oportuno.
DA PROVA

 Livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar


exclusivamente na investigação; ressalvadas provas cautelares, repetíveis e antecipadas.
 A prova de alegação incumbirá a quem fizer
 Facultado ao juiz
o Produção antecipada, urgentes e relevantes, adequação e proporcionalidade
o Diligencia para dirimir duvida
 São inadmissíveis e desentranhadas do processo as provas ilícitas; as derivadas das ilícitas,
salvo nexo de causalidade ou quando puderem ser obtidas de fonte independente
 A prova declarada inadmissível será inutilizada

CORPO DE DELITO
 Indispensável nos crimes que deixam vestígios, não podendo supri-lo a confissão do acusado
 Prioridade nos crimes de violência domestica ou familiar; e contra criança, adolescente, idoso e
deficiente
 Poderá ser feito a qualquer dia e qualquer hora
 Não sendo possível por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a
falta.

CADEIA DE CUSTODIA
 Procedimentos para manter e documentar a história cronológica do vestígio, preservação do
local do crime;
 Etapas: reconhecimento, isolamento, fixação, coleta, acondicionamento, transporte,
recebimento, processamento, armazenamento, descarte;

 a coleta de vestígios será realizada por perito oficial com diploma


 na falta de perito: duas pessoas idôneas, com diploma, preferencialmente na área,
habilitação técnica, compromisso de bem,
 o juiz não ficara adstrito ao laudo, podendo aceita-lo ou rejeita-lo, no todo ou em parte.
 Salvo o corpo de delito o juiz pode negar pericia requerida pelas partes quando achar
desnecessário ao esclarecimento da verdade

INTERROGATORIO DO ACUSADO
 Perante autoridade judiciaria; qualificado e interrogado na presença do seu defensor.
 Videoconferência: de oficio ou a requerimento das partes, intimadas com dez dias de
antecedência.
o Prevenir risco a segurança pública, viabilizar a participação do reu no referido ato
processual, influencia do reu no animo de testemunha ou da vitima, ordem publica,
 Existência de filhos, idades e se possuem deficiência; nome e contato de eventual
responsável
 Direito de permanecer calado; o silencio não importara em confissão
 Duas partes
o Sobre a pessoa: residência, meio de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar
onde exerce atividade, vida pregressa, se foi preso ou processado
o Sobre os fatos: acusação, onde estava, provas, conhece vitima ou testemunha,
instrumento, objeto do crime, sua defesa.
o Prestar esclarecimento e indicar provas
o Se confessar: motivos e circunstancias
o Mais de um acusado: interrogados separadamente
o Juiz poderá proceder a novo interrogatório a todo tempo
CONFISSAO
 Valor apreciado pelo juiz em confronto com as demais provas
 Dividivel e retratável

OFENDIDO
 Qualificado e perguntado sobre as circunstancias da infração
 Se deixar de comparecer será conduzido
 Ofendido será comunicado do ingresso e saída do acusado
 Preservação da intimidade, podendo o juiz determinar segredo de justiça

TESTEMUNHAS
 Palavra de honra, promessa de dizer a verdade
 Oralmente
 Não poderá eximir-se da obrigação de depor
 Proibidas de depor as pessoas que devam guardar segredo (função, ministério, oficio ou
profissão)
 Poderá o juiz ouvir testemunhas além das indicadas pelas partes
 Inquiridas de forma que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outra
 Incomunicabilidade das testemunhas
 Afirmação falsa, calou ou negou: instauração de inquérito
 Perguntas formuladas pelas partes, não induzir resposta
 O juiz não poderá complementar a inquirição
 O juiz não permitira apreciações pessoais
 As partes poderão contraditar as testemunhas
 Depoimento reduzido a termo
 Testemunha faltosa = multa
 Enfermidade ou velhice: onde estiverem
 Testemunha que mora fora = carta precatória

RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS


 Descrever a pessoa
 A pessoa sera colocada ao lado de outras semelhantes
 Receio, intimidação, influencia: que esta não veja aquela
 Auto pormenorizado: autoridade, pessoa e duas testemunhas
 Reconhecimento de objeto
 Efetuar o reconhecimento cada um separado evitando-se comunicação

ACAREAÇÃO
 Entre acusados, entre testemunhas, entre acusado e testemunha, entre acusado ou testemunha
e a pessoa ofendida, entre pessoas ofendidas; sempre que divergirem em suas declarações

DOCUMENTOS
 Poderão ser apresentadas em qualquer fase do processo
 Quaisquer escritos, instrumentos ou papeis, públicos ou particulares
 Foto autenticada tem valor de original
 Cartas particulares não serão admitidas

INDÍCIOS
 Circunstancias conhecida e provada que tendo relação com o fato possa induzir a existência
de outra
BUSCA E APREENSAO
 Domiciliar ou pessoal
 Fundadas razoes
 Pessoal: fundada suspeita: arma proibida ou objetos, busca em mulher sera feita por outra
mulher
 Domiciliar: precedida de expedição de mandado
 De oficio ou a requerimento
 Mandado de busca
o Indicar, o mais precisamente possível
o Motivo e fins
o Subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade
o De dia, salvo se o morador consentir a noite
o Desobediência: arrombada a porta e forcada a entrada
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL

 Dispõe sobre a identificação criminal do civilmente identificado


 O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nos casos
previstos nesta Lei.
 A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos:
I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho;
III – carteira profissional;
IV – passaporte;
V – carteira de identificação funcional;
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado.
**documentos de identificação militares.
 Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal
quando:
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações
conflitantes entre si;
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais(poderá incluir a
coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético.)
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do
documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.

** As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra
forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.

 Quando houver necessidade de identificação criminal evitar o constrangimento do


identificado.
 incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados aos autos da
comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de
investigação.
 Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser armazenados em banco de
dados de perfis genéticos, gerenciado por unidade oficial de perícia criminal.
o não poderão revelar traços somáticos ou comportamentais das pessoas, exceto
determinação genética de gênero, consoante as normas constitucionais e
internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e dados genéticos.
o Os dados terão caráter sigiloso, respondendo civil, penal e administrativamente
aquele que permitir ou promover sua utilização para fins diversos
o As informações obtidas a partir da coincidência de perfis genéticos deverão ser
consignadas em laudo pericial firmado por perito oficial devidamente habilitado.
 É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados de antecedentes
ou em informações não destinadas ao juízo criminal, antes do trânsito em julgado da
sentença condenatória.
 No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou absolvição, é facultado ao
indiciado ou ao réu, após o arquivamento definitivo do inquérito, ou trânsito em julgado da
sentença, requerer a retirada da identificação fotográfica do inquérito ou processo,
desde que apresente provas de sua identificação civil.
 A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá no término do prazo
estabelecido em lei para a prescrição do delito
 A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá
o I - no caso de absolvição do acusado; ou
o II - no caso de condenação do acusado, mediante requerimento, após decorridos 20
(vinte) anos do cumprimento da pena.
 A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso
 Criação do Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais.
o tem como objetivo armazenar dados de registros biométricos, de impressões
digitais e, quando possível, de íris, face e voz, para subsidiar investigações criminais
o Poderão ser colhidos os registros dos presos provisórios ou definitivos quando não
tiverem sido extraídos por ocasião da identificação criminal.
o Poderão integrar ou com ele interoperar, os dados de registros constantes em
quaisquer bancos de dados geridos por órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário das esferas federal, estadual e distrital, inclusive pelo Tribunal Superior
Eleitoral e pelos Institutos de Identificação Civil
o No caso de bancos de dados de identificação de natureza civil, administrativa ou
eleitoral, a integração ou o compartilhamento dos registros do Banco Nacional
Multibiométrico e de Impressões Digitais será limitado às impressões digitais e às
informações necessárias para identificação do seu titular
o A integração ou a interoperação dos dados de registros multibiométricos
constantes de outros bancos de dados com o Banco Nacional Multibiométrico e de
Impressões Digitais ocorrerá por meio de acordo ou convênio com a unidade gestora.
o Os dados terão caráter sigiloso, e aquele que permitir ou promover sua utilização
para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão judicial responderá civil,
penal e administrativamente
o As informações obtidas a partir da coincidência de registros biométricos
relacionados a crimes deverão ser consignadas em laudo pericial firmado por perito
oficial habilitado.
o É vedada a comercialização, total ou parcial
o A autoridade policial e o Ministério Público poderão requerer ao juiz competente, no
caso de inquérito ou ação penal instaurados, o acesso

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