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1ª Fase | 36º Exame de Ordem

Direito Penal

Direito Penal
Prof. Arnaldo Quaresma
Prof. Nidal Ahmad
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal

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@profarnaldoquaresma
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Direito Penal

1. Lei Penal no Tempo

*Para todos verem: esquema

Abolitio criminis
Retroatividade da lei
penal mais benéfica
Novatio legis in
mellius
Princípios
Lei incriminadora
Irretroatividade da lei
penal mais gravosa
Novatio legis in
pejus

1.1 Retroatividade da lei penal mais benéfica


1.1.1 Abolitio criminis
Lei que revoga uma infração penal.

Art. 2º, do Código Penal

Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
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*Para todos verem: esquema

Cessam todos
os efeitos
penais

Permanecem
Efeitos os efeitos
extrapenais

Extinção da
punibilidade

1.1.2 Novatio legis in mellius


Lei mais favorável ao réu.

Art. 2º, parágrafo único, do Código Penal.

A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda
que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

Súmula 611, do STF. Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo


das execuções a aplicação de lei mais benigna.

1.2 Irretroatividade da lei penal mais gravosa


1.2.1 Novatio legis in pejus
Lei que piora a situação do réu.

1.2.2 Novatio legis incriminadora


Lei que cria uma infração penal.
Só pode ser aplicada a fatos que ocorridos após o início da vigência da lei.
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1.3 Situações Especiais


1.3.1 Crimes permanentes
A consumação se prolonga no tempo.
Exemplo: Sequestro, extorsão mediante sequestro, tráfico de drogas (ter em depósito ou
guardar).
Se, durante a permanência do crime, entra em vigor lei mais grave, aplica-se a lei mais
grave.

Súmula 711 do STF. A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

2. Tempo do Crime

Art. 4º, do Código Penal

Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o
momento do resultado.

Considera tempo do crime o momento da atividade, ou seja, da ação ou omissão. Aplica-


se, portanto, a teoria da atividade.
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3. Lugar do Crime

Art. 6º, do Código Penal

Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte,
bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

Considera-se lugar do crime tanto o lugar da conduta (ação/omissão) quanto o lugar do


resultado. Aplica-se a teoria da ubiquidade.
• Lugar do crime é diferente de competência do juízo, tendo relevância para verificação da
aplicação da lei penal brasileira a fatos praticados no Brasil, mas com resultado no
exterior, ou para fatos praticados no exterior e o resultado ocorrer no Brasil.

*Para todos verem: esquema

L UGAR
U BIQUIDADE
T EMPO
A TIVIDADE
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4. Territorialidade

Art. 5º, do Código Penal

Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao
crime cometido no território nacional.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações
e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se
encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território
nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

• É a regra geral. Trata-se de uma territorialidade mitigada;


• Aplica-se a lei penal brasileira para os crimes cometidos dentro do território nacional.

*Para todos verem: esquema

Tudo aquilo que


corresponde ao
Real/físico território
brasileiro de
fato.

Território De natureza pública


nacional Pública
ou esteja a serviço
do Brasil em
qualquer lugar do
mundo.
Por extensão/
Navios ou
flutuante/ aeronaves Só serão território
jurídico brasileiro quando
estiverem em área
internacional, ou
Privado seja, navegando ou
sobrevoando espaço
correspondente a
alto-mar.
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5. Crimes Omissivos

5.1 Crimes omissivos próprios


• Tipo penal específico descrevendo a conduta omissiva.
• O agente tem o dever de agir.
• Não admite tentativa.

Exemplo:

Omissão de socorro

Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente
perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública.

5.2 Crimes Omissivos Impróprios


Não há tipo penal específico. O agente tem o dever de agir para impedir o resultado e,
se deixar de agir, responde pelo resultado produzido.

Art. 13, § 2º, do Código Penal

A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado.

Relevância da omissão
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
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Quem tem o dever jurídico de agir:

*Para todos verem: esquema

Lei

Garantidor

Quem criou o risco

6. Desistência Voluntária, Arrependimento Eficaz

Art. 15, do Código Penal

O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o


resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

*Para todos verem: esquema

Início da execução do delito

Não consumação por vontade


própria
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6.1 Desistência voluntária


• O sujeito inicia a execução do delito, mas interrompe os atos executórios;
• Não esgota a sua potencialidade lesiva.

6.2 Arrependimento eficaz


• Antes da consumação possui uma postura ativa para impedir o resultado;
• Esgota a sua potencialidade lesiva.

6.3 Efeitos
• Jamais o sujeito responderá por tentativa;
• Responde pelos atos até então praticados;
• Se não for eficaz o arrependimento, ou seja, se o resultado se produzir, o sujeito
responderá pelo delito na modalidade consumada.

7. Arrependimento Posterior

Art. 16, do Código Penal

Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída
a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será
reduzida de um a dois terços.

• Incide depois da consumação do delito;


• É causa de diminuição da pena de 1/3 a 2/3.
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7.1 Requisitos

*Para todos verem: esquema

Crimes praticados sem violência ou grave ameaça.

Restituição da coisa ou reparação do dano que provocou.

Até o recebimento da denúncia ou queixa-crime.

8. Crime Impossível

Art. 17, do Código Penal.

Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade
do objeto, é impossível consumar-se o crime.

*Para todos verem: esquema

Instrumento
Ineficácia absoluta do
meio
Modo de execução
Crime impossível

Coisa ou pessoa sobre


Impropriedade absoluta
a qual recai a conduta
do objeto
do sujeito

• Neste caso, o fato é atípico;


• Se a ineficácia ou impropriedade for relativa, o sujeito vai responder pela tentativa.
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9. Erro de Tipo Essencial e Erro De Proibição

9.1 Erro de tipo

Art. 20, do Código Penal

O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por
crime culposo, se previsto em lei.

• Trata-se de erro sobre o elemento constitutivo do tipo, ou seja, sobre as expressões que
contam no tipo penal;
• O sujeito pratica a conduta sem saber que está praticando um crime, sob uma falsa
percepção da realidade.

* Para todos verem: esquema

Falsa percepção
da realidade fática

Erro de tipo Praticar conduta sem saber


essencial que está comentendo crime

Não sabe o que


está fazendo
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9.1.1. Efeitos

* Para todos verem: esquema

Erro de tipo vencível/evitável Erro de tipo invencível/inevitável

• Casos em que uma pessoa mais • Casos em que qualquer pessoa


cautelosa não erraria; também erraria;
• Exclui o dolo e responde pela culpa, • Exclui o dolo e a culpa e o fato é
se previsto em lei. atípico.

9.2 Erro de proibição

Art. 21, do Código Penal

O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de


pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência
da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.

• Nesse caso, o erro recai sobre a ilicitude do fato;


• O sujeito sabe o que está fazendo, mas falta potencial consciência de que a conduta é
ilícita.
* Para todos verem: esquema

O sujeito sabe o que


faz

Erro sobre a ilicitudade


Erro de proibição
do fato

Supõe ser permitido,


quando, na verdade, era
proibido
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9.2.1. Efeitos

* Para todos verem: esquema

Evitável Inevitável

• Responde pelo delito; • Isento de pena;


• Terá a pena reduzida de 1/6 a 1/3. • Causa excludente de culpabilidade.

10. Erro de Tipo Acidental

10.1 Erro sobre a pessoa

Art. 20, § 3º, do Código Penal

O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram,
neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente
queria praticar o crime.

* Para todos verem: esquema

Pretende atingir
Erro na Atinge pessoa
determinada
identificação diversa
pessoa

• Consideram-se as condições ou qualidades da vítima pretendida. Ignora-se as condições


da vítima efetivamente atingida.
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10.2 Erro na execução: “aberratio ictus”

Art. 73, do Código Penal

Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a
pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o
crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser
também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste
Código.

* Para todos verem: esquema

Pretende atingir Erro nos meios


Atinge pessoa
determinada de execução
diversa
pessoa ou acidente

• Consideram-se as condições ou qualidades da vítima pretendida. Efeitos idênticos ao do


art. 20, §3º do Código Penal;
• Se houver resultado duplo, ou seja, atinge a pessoa pretendida e outra pessoa, incide o
concurso formal de crimes.

10.3 Resultado diverso do pretendido: “aberratio criminis”

Art. 74, do Código Penal

Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém
resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime
culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
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* Para todos verem: esquema

Pretende atingir Acidente ou


Atinge bem
um bem Erro nos meios
jurídico diverso
jurídico de execução

• Responde pelo resultado que produziu na modalidade culposa, desde que tenha previsão
legal;
• Se houver resultado duplo, ou seja, atinge a pessoa pretendida e outra pessoa, incide o
concurso formal de crimes.

11. Excludentes de Ilicitude

11.1 Causas excludentes de ilicitude

* Para todos verem: esquema

Fato
Ilícito Culpável Crime
típico
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Estado de
necessidade

Legítima defesa
Exclusão da
ilicitude
Art. 23 do CP
Estrito
cumprimento de
um dever legal

Exercício regular
de um direito

11.2 Estado de necessidade

Art. 24 do Código Penal

Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que
não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida
de um a dois terços.

* Para todos verem: esquema

- Ação humana
Se salvar de - Evento da
Fato típico situação de natureza
perigo - Comportamento
animal
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• Comportamento animal: É considerado estado de necessidade quando o animal ataca


por instinto. Quando o animal for instigado por alguém para atacar, será considerada
legítima defesa.
• Quem, por sua vontade, provocou a situação de perigo, não poderá alegar estado de
necessidade.
• A conduta tem que ser inevitável para cessar o perigo. Se existir outro modo menos
lesivo de evitar o perigo, não poderá alegar estado de necessidade.
• Critério de proporcionalidade: O bem protegido deve ser de igual ou maior valor que o
bem sacrificado.
• Aquele que tem o dever legal de enfrentar o perigo, não poderá alegar estado de
necessidade.

11.3 Legítima defesa

Art. 25, do Código Penal

Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

Parágrafo único - Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se


também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de
agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes.

* Para todos verem: esquema

Repelir uma
Atual ou
Fato típico injusta
iminente
agressão

Critério de proporcionalidade:
• Meio necessário e suficiente para fazer cessar a agressão;
• Uso moderado desse meio.
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Novidade do Pacote Anticrime: Legítima defesa do Agente de Segurança Pública


• Observados os requisitos do caput;
• Crime com vítima refém.

11.4 Estrito cumprimento de um dever legal e exercício regular de um direito

* Para todos verem: esquema

Estrito cumprimento de um Exercício regular de um


dever legal direito

• Agente público • Cidadão comum


• Fato típico • Fato típico
• Cumprimento de um dever • Exercício regular de um
imposto pela lei direito

12. Excludentes de Culpabilidade

* Para todos verem: esquema

Fato
Ilícito Culpável Crime
típico
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12.1 Elementos da culpabilidade


* Para todos verem: esquema

Imputabilidade

Potencial consciência da ilicitude

Exigibilidade de conduta diversa

* Para todos verem: esquema

Enfermidade mental

Inimputabilidade
Embriaguez completa
e acidental

Falta de potencial
Causas excludentes consciência da Erro de proibição
ilicitude

Coação moral
irresistível
Inexigibilidade de
conduta diversa
Obediência
hierárquica

12.2 Inimputabilidade pela Doença mental ou desenvolvimento mental


incompleto ou retardado

Art. 26, do Código Penal

É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
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12.2.1 Critério biopsicológico


• Desenvolvimento mental incompleto ou retardado
• Inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito da sua conduta

12.2.2 Natureza jurídica da sentença


• Sentença absolutória imprópria.

* Para todos verem: esquema

Internação
Medida de
segurança
Tratamento
ambulatorial

Art. 97, do Código Penal

Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto
como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial.

• O tempo de duração da medida de segurança será a pena máxima cominada ao delito.


Súmula 527 STJ.
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12.3 Embriaguez completa e acidental

Art. 28, § 1º, do Código Penal

É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força
maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

• Completa: em decorrência da embriaguez, o sujeito será inteiramente incapaz de


compreender o caráter ilícito da conduta;
• Acidental: caso fortuito ou força maior.

12.3.1 Natureza jurídica da sentença


• Sentença absolutória própria.

12.4 Falta de potencial consciência da ilicitude


12.4.1 Erro de proibição
O sujeito supõe que uma conduta é permitida, quando é proibida.
• Se for inevitável: isento de pena.
• Se for evitável: responde pelo delito com uma causa de redução da pena.

12.5 Inexigibilidade de conduta diversa

Art. 22, do Código Penal

Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não


manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
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* Para todos verem: esquema

Coação moral irresistível


• Figura do coator que, por meio de grave ameaça, faz com que o coagido
pratique fato típico e ilícito;
• Não era exigível que o coagido resistisse.

Obediência hierárquica
• Figura do superior hierárquico que, por meio de uma ordem não
manifestamente ilegal, faz com que o subordinado pratique um fato típico
e ilícito;
• O subordinado será isento de pena e somente o superior hierárquico
responderá pelo delito.

• Coação física irresistível: o coator emprega força física sobre o coagido e retira a sua
vontade. O fato é atípico.

13. Concurso de Pessoas

13.1 Conceito
• 2 ou mais pessoas contribuem para prática de um crime.

* Para todos verem: esquema

Autor Partícipe
• Quem executa a ação descrita no • Quem contribui de qualquer modo
verbo nuclear do tipo. para a prática delituosa, sem
executar a ação descrita no verbo
nuclear do tipo.
• Induz, instiga ou auxilia o autor.
• É acessória a conduta do autor - o
autor precisa, ao menos, tentar
praticar o delito.
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Art. 31 do Código Penal

O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não


são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

13.2 Requisitos do concurso de pessoas


* Para todos verem: esquema

Pluralidade de condutas

Relevância causal das condutas

Liame subjetivo (vínculo subjetivo)


• Ainda que não tenha ocorrido ajuste prévio

Identidade de infrações
• Teoria monista - Todos respondem pelas penas cominadas ao delito

13.3 Punibilidade

Art. 29 do Código Penal

Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida
de sua culpabilidade.

13.4 Participação de menor importância

Art. 29 do Código Penal

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um


terço.
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13.5 Cooperação dolosamente distinta

Art. 29 do Código Penal

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena
deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais
grave.

13.6 Circunstâncias incomunicáveis

Art. 30 do Código Penal

Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando


elementares do crime.

13.7 Participação
• Deve ser antes ou durante a execução do delito;
• Se a participação for posterior, pode responder por outro delito (ex: favorecimento real).
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14. Concurso de Crimes

* Para todos verem: esquema

Pluralidade de crimes

Concurso material Pluralidade de condutas

Sistema de cúmula
material (penas somadas)

Pluralidade de crimes
Concurso de crimes

Concurso formal Unidade de conduta

Pena depende se perfeito


ou imperfeito

Pluralidade de crimes

Pluralidade de condutas

Crime continuado
Crimes da mesma espécie,
praticados nas mesmas
condições de tempo, local
e modo de execução

Exasperação da pena
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14.1 Concurso Material

Art. 69 do Código Penal

Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos
ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No
caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.

14.2. Concurso Formal

Art. 70 do Código Penal

Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou
não, aplicasse-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas
aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto,
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.

* Para todos verem: esquema

Concurso formal perfeito Concurso formal imperfeito


• Sem desígnios autônomos; • Desígnios autônomos;
• Exasperação da pena; • Cúmulo material.
• Pena do crime mais grave e aumenta de 1/6
até 1/2.

14.3 Crime continuado

Art. 71 do Código Penal

Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da
mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes,
devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplicasse-lhe a pena de um
só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um
sexto a dois terços.
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14.3.1. Crime continuado específico

Art. 71 do Código Penal

Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou
grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta
social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena
de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as
regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.

14.4. Concurso material benéfico


• Quando a exasperação da pena é mais prejudicial do que caso as penas fossem somadas;
• Neste caso, utiliza-se o cúmulo material.

Art. 70 do Código Penal

Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste
Código.

15. Da Suspensão condicional da execução da pena


(SURSIS)

15.1 Conceito
Trata-se de um instituto de política criminal, tendo por fim a suspensão da execução da
pena privativa de liberdade, evitando o recolhimento ao cárcere do condenado não reincidente
condenado à pena não superior a 02 anos (ou a 04 anos, na hipótese de sursis etário ou
humanitário), mediante o cumprimento de determinadas condições, fixadas pelo juiz, durante o
período de prova.
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15.2 Requisitos
a) Pena privativa de liberdade
Quanto à qualidade da pena, somente a pena privativa de liberdade, seja reclusão, seja
detenção, admite a suspensão condicional da execução da pena.
Não cabe “sursis” em relação à pena restritiva de direitos e à pena de multa. É o que se
extrai do artigo 80 do Código Penal, segundo o qual “a suspensão não se estende às penas
restritivas de direitos nem à multa”.

b) Quantidade da pena privativa de liberdade


Como regra geral, a quantidade da pena imposta na sentença não pode ser superior a 02
(dois) anos, ainda que resulte, no concurso de crimes, de sanções inferiores a ela.
Tratando-se, entretanto, de condenado maior de setenta anos de idade, ao tempo da
sentença ou do acórdão (sursis etário) ou em razão de saúde (sursis humanitário ou profilático),
a pena aplicada pode ser igual ou inferior a quatro anos (CP, art. 77, § 2º).

c) Impossibilidade de substituição por pena restritiva de direitos


Somente se aplica o “sursis” quando incabível ou não recomendável a substituição da
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (CP, art. 77, III).

d) Condenado não reincidente em crime doloso


Nem toda reincidência impede a concessão do sursis, mas somente a reincidência em
crime doloso. Isso quer dizer que a condenação anterior, mesmo definitiva, por crime culposo ou
por simples contravenção, por si só, não é causa impeditiva da suspensão condicional da pena.
Todavia, a reincidência, ainda que em crime doloso, em decorrência de anterior
condenação a pena de multa, não impede a concessão do “sursis’ (CP, art. 77, § 1º).

e) Circunstâncias judiciais favoráveis ao agente


Não é indispensável que todas as circunstâncias sejam favoráveis, como ocorre com
sursis especial. Basta que, no geral, não sejam desfavoráveis de modo a criar dúvidas fundadas
sobre a possibilidade de o condenado voltar a delinquir.
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15.3. Causas de revogação do SURSIS


a) Revogação obrigatória
A revogação obrigatória decorre de lei, não ficando ao critério do Magistrado decretá-la
ou não. A margem de discricionariedade do Magistrado é limitada pela lei, sendo seu dever
revogar o benefício.
Nos termos do artigo 81 do Código Penal, a suspensão condicional da execução da pena
será revogada, no curso do prazo, o beneficiário:
I. é condenado, sem sentença irrecorrível, por crime doloso.
A lei não faz ressalva no sentido de que a condenação deva ser por crime praticado no
curso da suspensão condicional da pena. Logo, não se mostra relevante se o crime foi praticado
antes ou depois ao início da suspensão condicional da pena. Basta que tenha havido sentença
condenatória transitada em julgado pela prática de crime doloso, independentemente de quando
foi praticado.
Todavia, se a nova condenação se referir somente à pena de multa, não haverá revogação
do benefício. Com efeito, se a condenação anterior à pena de multa, mesmo por crime doloso,
não impede a concessão do sursis (CP, art. 77, § 1º), também não pode ser causa de revogação
do benefício.
II. frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo
justificado, a reparação do dano.
Trata-se da hipótese de o condenado solvente criar embaraços para frustrar a execução
da pena de multa que obstem a cobrança da multa, não efetuando o seu pagamento.
III. descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código.
Como ocorre na hipótese da reparação do dano, somente o descumprimento injustificado
a prestação de serviços à comunidade ou da limitação de fim de semana ensejará a revogação
do benefício.

b) Revogação facultativa
Incidindo uma causa de revogação facultativa do “sursis” ficará a critério do juiz revogar
ou não o benefício.
As hipóteses de revogação facultativa estão previstas no art. 81, § 1º, do Código Penal.
Nesse caso, o juiz não está obrigado a revogar o benefício, podendo optar por advertir
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal

novamente o sentenciado, prorrogar o período de prova até o máximo ou exacerbar as condições


impostas, conforme dispõe o artigo 81, § 3º, do Código Penal.
São duas as hipóteses de revogação facultativa:
I. o condenado deixa de cumprir qualquer outra condição imposta.
Na hipótese de revogação facultativa, a decisão fica sujeita à discricionariedade do juiz,
que, em vez de revogar a suspensão, poderá prorrogar o período de prova. Aqui a lei refere-se
às condições legais previstas para o sursis especial (CP, art. 78, § 2º) e às condições judiciais
que houverem sido determinadas (CP, art. 79).
II. condenação irrecorrível, por crime culposo ou contravenção, à pena privativa de
liberdade e restritiva de direitos.
Essa hipótese afasta a condenação à pena de multa, já que se refere especificamente às
outras duas modalidades de penas.
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal

1. Crimes Contra a Vida: Homicídio, Auxílio ao Suicídio e


Infanticídio

1.1 Crimes contra a vida

1.1.1 Homicídio
• Bicomum
• Livre execução
• A depender da forma, pode ser qualificado
• Crime material: exige resultado

Art. 121 do Código Penal

Matar alguém.
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

*Para todos verem: esquema

Qualquer
Sujeito ativo
pessoa
Crime
bicomum
Sujeito Qualquer
Passivo pessoa
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Direito Penal

1.1.2 Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio ou automutilação

Art. 122 do Código Penal

Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça.


Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos,
se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.

Parágrafo único - A pena é duplicada:


I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.

1.1.3 Infanticídio

Art. 123 do Código Penal

Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após.
Pena - detenção, de dois a seis anos.

1.1 Princípio da especialidade

*Para todos verem: esquema

Sujeito Próprio
passivo: filho

Sujeito
Mãe
ativo:

Elemento Influência do
estado puerperal
subjetivo: (perícia)

Elemento Durante o parto


temporal: ou logo após
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Direito Penal

Marco inicial: início do parto (eliminação da vida humana após o início do parto).
Antes do início do parto: aborto.

Atenção ao erro sobre a pessoa: art. 20, §3º, do CP.

2. Lesão Corporal

2.1 Lesões corporais

Art. 129 do Código Penal

Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem.


Pena - detenção, de três meses a um ano.

• Não tem intenção de matar nem assume o risco. A intenção é lesionar a vítima.
Regra geral: dolosa.
Simples: caput.

2.1.1 Culposa
Não varia de acordo com a intensidade, sempre será culposa (se agindo com negligência,
imprudência ou imperícia).

Art. 129 do Código Penal

§ 6° Se a lesão é culposa:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
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Direito Penal

2.1.2 Grave

Art. 129 do Código Penal

§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.

2.1.3 Gravíssima

Art. 129 do Código Penal

§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;II - enfermidade incurável;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.Seguida de morte:

§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado,nem


assumiu o risco de produzi-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

2.2 Violência doméstica

Art. 129 do Código Penal

§9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou
com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

2.3 Lesão funcional


É crime hediondo.
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal

Art. 129 do Código Penal

§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro
ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de
um a dois terços.

3. Crimes Contra a Honra

3.1 Crimes contra a honra

Reputação
Calúnia e
Honra objetiva social do
difamação
indivíduo
Bem jurídico:
honra
Imagem pessoal
Honra subjetiva perante ele Injúria
mesmo

3.1.1 Calúnia
Imputação falsa de fato definido como crime. Tem certeza de que está imputando um
crime a um inocente. O fato precisa ser um CRIME. Via de regra, cabe exceção da verdade.

3.1.2 Injúria
Imputação de uma qualidade negativa.
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Direito Penal

3.1.3 Difamação
Imputação de um fato ofensivo à reputação do indivíduo (que não é crime). Pode ser
contravenção penal. Via de rega, não cabe exceção da verdade.

3.2 Causas de aumento de pena

Art. 141 do Código Penal

As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é


cometido.
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
II.- contra funcionário público, em razão de suas funções, ou contra os Presidentes do Senado
Federal, da Câmara dos Deputados ou do Supremo Tribunal Federal;
III.- na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação
ou da injúria.
IV.– contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de
injúria.

3.3 Retratação

Art. 143 do Código Penal

O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação,fica


isento de pena.

Parágrafo único - Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação
utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assimdesejar o ofendido, pelos
mesmos meios em que se praticou a ofensa.

3.4 Ação penal

Art. 145 do Código Penal

Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando,no caso
do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.

Parágrafo único - Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do


caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no casodo inciso II do
mesmo artigo, bem como no caso do § 3º do art. 140 deste Código.
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal

Súmula 714 do STF. É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do


ministério público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime
contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções.

4. Crimes Contra o Patrimônio

4.1 Furto
• Ação nuclear é subtrair;
• Agente não tem a posse anterior do bem.

Art. 155 do Código Penal

Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:


Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena
de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.

4.2 Apropriação indébito

Art. 168 do Código Penal

Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção.


Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

• Ação nuclear é apropriar-se;


• Dolo é posterior: primeiro o agente tem a posse legítima.
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal

4.3 Roubo
Ação nuclear é subtrair.
• Meios executórios: violência, grave ameaça ou violência imprópria;
• Violência imprópria: emprega meio para incapacitar a possibilidade de resistência davítima.

4.4 Estelionato
Fraude com intuito de induzir a vítima em erro, fazendo com que apropria vítima entregue
a vantagem indevida.

Art. 171 do Código Penal

Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo
alguémem erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.

4.5 Roubos hediondos

Art. 157 do Código Penal

§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:


V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.

§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):


I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;

§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito
ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.

§ 3º Se da violência resulta:
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;II – morte,
a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.

4.6 Furto hediondo

Art. 155 do Código Penal

§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de


explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal

5. Crimes Contra a Dignidade Sexual

5.1 Ação penal

Art. 225 do Código Penal

Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública
incondicionada.

5.1.1 Causas de aumento de pena

Art. 226 do Código Penal

A pena é aumentada:
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas;II - de
metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge,
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver
autoridade sobre ela;
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado:
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes;
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima.

5.2 Estupro

Art. 213 do Código Penal

Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou
permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. Constranger alguém a ter conjunção carnal ou ato
libidinoso diverso.
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal

Qualquer
Sujeito ativo
pessoa
Crime
bicomum
Sujeito Qualquer
Passivo pessoa

• Tipo penal misto alternativo: mesmo que faça duas condutas, haverá apenas um crime.
• Pode-se falar em crime de estupro mesmo que não haja contato físico.

Sujeito Qualquer
passivo pessoa
5.2.1 Qualificado

Art. 213 do Código Penal

§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor


de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.

§ 2º Se da conduta resulta morte:


Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.

5.3 Estupro de vulnerável

Art. 217-A do Código Penal

Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena -
reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.

§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se independentemente


do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao
crime.

• Ter conjunção carnal ou praticar ato libidinoso diverso com menor de 14 anos (ainda que
não haja violência, ainda que haja o consentimento da vítima).
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal

5.3.1 Outras pessoas consideradas vulneráveis

Art. 217-A do Código Penal

§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato,
ouque, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.

• Cuidar o erro de tipo.

6. Crimes contra a Fé Pública: Falsidade de Documento Público e


Falsidade Ideológica

• Somente crimes dolosos;


• Falsificar;
• Em alguns casos, há aumento de pena para funcionário público;
• Não se aplica o princípio da insignificância.

6.1 Moeda Falsa

Art. 289 do Código Penal

Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou


no estrangeiro:
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à
circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e
multa.
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal

6.2 Documento público

Art. 297 do Código Penal

Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro.


Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

6.3 Documento particular

Art. 298 do Código Penal

Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro:


Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de
crédito ou débito.

6.4 Falsidade Ideológica


• Documento formalmente é verdadeiro, mas apresenta um vício quanto ao conteúdo;
• Documento público ou particular.

Art. 299 do Código Penal

Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir
oufazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar
direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três
anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular.

Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do


cargo,ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena
de sextaparte.
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal

6.5 Uso de documento falso

Art. 304 do Código Penal

Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302.
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

7. Crimes contra a Administração Pública: Peculato, Prevaricação e


Denunciação Caluniosa

Súmula 599 do STJ. O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a


Administração Pública.

• Exceção: crime de descaminho.

7.1 Funcionário Público

Art. 327 do Código Penal

Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade


paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para
a execução de atividade típica da Administração Pública.
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal

7.2 Vantagem indevida

* Para todos verem: esquema

Funcionário Público Particular


• Exigir - 316 • Oferecer - 333
• Solicitar - 317 • Prometer - 333
• Receber - 317
• Aceitar - 317

7.3 Prevaricação

Art. 319 do Código Penal

Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição


expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
1) FGV - 2022 - OAB - XXXIV Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q59
Após ter sido exonerado do cargo em comissão que ocupava há mais de dez anos, Lúcio, abatido com a
perda financeira que iria sofrer, vai a um bar situado na porta da repartição estadual em que trabalhava e
começa a beber para tentar esquecer os problemas financeiros que viria a encontrar. Duas horas depois,
completamente embriagado, na saída do trabalho, encontra seu chefe Plínio, que fora o responsável por
sua exoneração. Assim, com a intenção de causar a morte de Plínio, resolve empurrá-lo na direção de
um ônibus que trafegava pela rua, vindo a vítima efetivamente a ser atropelada. Levado para o hospital
totalmente consciente, mas com uma lesão significativa na perna a justificar o recebimento de
analgésicos, Plinio vem a falecer, reconhecendo o auto de necropsia que a causa da morte foi unicamente
envenenamento, decorrente de erro na medicação que lhe fora ministrada ao chegar ao hospital, já que
o remédio estaria fora de validade e sequer seria adequado no tratamento da perna da vítima. Lúcio foi
denunciado, perante o Tribunal do Júri, pela prática do crime de homicídio consumado, imputando a
denúncia a agravante da embriaguez preordenada. Confirmados os fatos, no momento das alegações
finais da primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, sob o ponto de vista técnico, a defesa deverá
pleitear:
A) o afastamento da agravante da embriaguez, ainda que adequada a pronúncia pelo crime de homicídio
consumado.
B) o afastamento, na pronúncia, da forma consumada do crime, bem como o afastamento da agravante
da embriaguez.
C) o afastamento, na pronúncia, da forma consumada do crime, ainda que possível a manutenção da
agravante da embriaguez.
D) a desclassificação para o crime de lesão corporal seguida de morte, bem como o afastamento da
agravante da embriaguez.

2) FGV - 2021 - OAB - XXXIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q61
João e Carlos procuram Paulo para que, juntos, pratiquem um crime de roubo de carga. Apesar de se
recusar a acompanhá-los na ação delituosa, Paulo oferece a garagem de sua casa para a guarda da
carga roubada, conduta que seria fundamental na empreitada criminosa, já que João e Carlos não teriam
outro local para esconder os bens subtraídos. Apenas por terem conseguido o acordo com Paulo, João e
Carlos operam a subtração. Ao chegarem à casa de Paulo, este lhes informa que a garagem estava
ocupada naquele momento e não poderia mais ser utilizada. Assim, o trio que dividiria os lucros procura
o vizinho Pedro e, após contarem o ocorrido, pedem a garagem emprestada por um tempo, proposta que
é aceita por Pedro. Sendo todos os fatos apurados e recuperada a carga na garagem de Pedro, as
famílias de Paulo e Pedro procuram um(a) advogado(a) para saber acerca da situação jurídica deles.
Na ocasião da assistência jurídica, o(a) advogado(a) deverá esclarecer que:
A) ambos poderão ser responsabilizados pelo crime de roubo majorado.
B) Paulo poderá ser responsabilizado pelo crime de roubo majorado, enquanto Pedro, apenas pelo crime
de receptação.
C) Paulo poderá ser responsabilizado pelo crime de roubo majorado, enquanto Pedro, apenas pelo crime
de favorecimento real.
D) Pedro e Paulo poderão ser responsabilizados pelo crime de favorecimento real.

3) FGV - 2021 - OAB - XXXIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q63
Vitor foi condenado pela prática de um crime de lesão corporal leve no contexto da violência doméstica e
familiar contra a mulher, sendo aplicada pena privativa de liberdade de três meses de detenção, a ser
cumprida em regime aberto, já que era primário e de bons antecedentes. Considerando a natureza do
delito, o juiz deixou de substituir a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos e não aplicou
qualquer outro dispositivo legal que impedisse o recolhimento do autor ao cárcere. No momento da
apelação, a defesa técnica de Vitor, de acordo com a legislação brasileira,
A) não poderá requerer a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, mas poderá
pleitear a suspensão condicional da pena, que, inclusive, admite que seja fixada prestação de serviços à
comunidade e limitação de final de semana por espaço de tempo.
B) não poderá requerer a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, mas poderá
pleitear a suspensão condicional da pena, que não admite que seja fixada como condição o cumprimento
de prestação de serviços à comunidade.
C) não poderá requerer a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos e nem a
suspensão condicional da pena, mas poderá pleitear que o regime aberto seja cumprido em prisão
domiciliar com tornozeleira eletrônica.
D) poderá requerer a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, que, contudo,
não poderá ser apenas de prestação pecuniária por expressa vedação legal.

4) FGV - 2021 - OAB - XXXII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q58
João, em 17/06/2015, foi condenado pela prática de crime militar próprio. Após cumprir a pena respectiva,
João, em 30/02/2018, veio a praticar um crime de roubo com violência real, sendo denunciado pelo órgão
ministerial. No curso da instrução criminal, João reparou o dano causado à vítima, bem como, quando
interrogado, admitiu a prática do delito. No momento da sentença condenatória, o magistrado reconheceu
a agravante da reincidência, não reconhecendo atenuantes da pena e nem causas de aumento e de
diminuição da reprimenda penal. Considerando as informações expostas, em sede de apelação, o
advogado de João poderá requerer
A) o reconhecimento da atenuante da confissão e da causa de diminuição de pena do arrependimento
posterior, mas não o afastamento da agravante da reincidência.
B) o reconhecimento das atenuantes da reparação do dano e da confissão, mas não o afastamento da
agravante da reincidência.
C) o reconhecimento das atenuantes da confissão e da reparação do dano e o afastamento da agravante
da reincidência.
D) o reconhecimento da atenuante da confissão e da causa de diminuição de pena do arrependimento
posterior, bem como o afastamento da agravante da reincidência.

5) FGV - 2021 - OAB - XXXII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q62
Paulo e Júlia viajaram para Portugal, em novembro de 2019, em comemoração ao aniversário de um ano
de casamento. Na cidade de Lisboa, dentro do quarto do hotel, por ciúmes da esposa que teria olhado
para terceira pessoa durante o jantar, Paulo veio a agredi-la, causando-lhe lesões leves reconhecidas no
laudo próprio. Com a intervenção de funcionários do hotel que ouviram os gritos da vítima, Paulo acabou
encaminhado para Delegacia, sendo liberado mediante o pagamento de fiança e autorizado seu retorno
ao Brasil. Paulo, na semana seguinte, retornou para o Brasil, sem que houvesse qualquer ação penal em
seu desfavor em Portugal, enquanto Júlia permaneceu em Lisboa. Ciente de que o fato já era do
conhecimento das autoridades brasileiras e preocupado com sua situação jurídica no país, Paulo procura
você, na condição de advogado(a), para obter sua orientação. Considerando apenas as informações
narradas, você, como advogado(a), deve esclarecer que a lei brasileira
A) não poderá ser aplicada, tendo em vista que houve prisão em flagrante em Portugal e em razão da
vedação do bis in idem.
B) poderá ser aplicada diante do retorno de Paulo ao Brasil, independentemente do retorno de Júlia e de
sua manifestação de vontade sobre o interesse de ver o autor responsabilizado criminalmente.
C) poderá ser aplicada, desde que Júlia retorne ao país e ofereça representação no prazo decadencial
de seis meses.
D) poderá ser aplicada, ainda que Paulo venha a ser denunciado e absolvido pela justiça de Portugal.

6) FGV - 2020 - OAB - XXXI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q59
Maria, em uma loja de departamento, apresentou roupas no valor de R$ 1.200 (mil e duzentos reais) ao
caixa, buscando efetuar o pagamento por meio de um cheque de terceira pessoa, inclusive assinando
como se fosse a titular da conta. Na ocasião, não foi exigido qualquer documento de identidade. Todavia,
o caixa da loja desconfiou do seu nervosismo no preenchimento do cheque, apesar da assinatura perfeita,
e consultou o banco sacado, constatando que aquele documento constava como furtado. Assim, Maria
foi presa em flagrante naquele momento e, posteriormente, denunciada pelos crimes de estelionato e
falsificação de documento público, em concurso material. Confirmados os fatos, o advogado de Maria, no
momento das alegações finais, sob o ponto de vista técnico, deverá buscar o reconhecimento
A) do concurso formal entre os crimes de estelionato consumado e falsificação de documento público.
B) do concurso formal entre os crimes de estelionato tentado e falsificação de documento particular.
C) de crime único de estelionato, na forma consumada, afastando-se o concurso de crimes.
D) de crime único de estelionato, na forma tentada, afastando-se o concurso de crimes.

7) FGV - 2019 - OAB - XXX Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q61
Regina dá à luz seu primeiro filho, Davi. Logo após realizado o parto, ela, sob influência do estado
puerperal, comparece ao berçário da maternidade, no intuito de matar Davi. No entanto, pensando tratar-
se de seu filho, ela, com uma corda, asfixia Bruno, filho recém-nascido do casal Marta e Rogério,
causando-lhe a morte. Descobertos os fatos, Regina é denunciada pelo crime de homicídio qualificado
pela asfixia com causa de aumento de pena pela idade da vítima.
Diante dos fatos acima narrados, o(a) advogado(a) de Regina, em alegações finais da primeira fase do
procedimento do Tribunal do Júri, deverá requerer
A) o afastamento da qualificadora, devendo Regina responder pelo crime de homicídio simples com causa
de aumento, diante do erro de tipo.
B) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro sobre a pessoa, não podendo ser
reconhecida a agravante pelo fato de quem se pretendia atingir ser descendente da agente.
C) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro na execução (aberratio ictus), podendo
ser reconhecida a agravante de o crime ser contra descendente, já que são consideradas as
características de quem se pretendia atingir.
D) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro sobre a pessoa, podendo ser reconhecida
a agravante de o crime ser contra descendente, já que são consideradas as características de quem se
pretendia atingir.

8) FGV - 2018 - OAB - XXVI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q63
Cadu, com o objetivo de matar toda uma família de inimigos, pratica, durante cinco dias consecutivos,
crimes de homicídio doloso, cada dia causando a morte de cada um dos cinco integrantes da família,
sempre com o mesmo modus operandi e no mesmo local. Os fatos, porém, foram descobertos, e o autor,
denunciado pelos cinco crimes de homicídio, em concurso material.
Com base nas informações expostas e nas previsões do Código Penal, provada a autoria delitiva em
relação a todos os delitos, o advogado de Cadu:
A) não poderá buscar o reconhecimento da continuidade delitiva, tendo em vista que os crimes foram
praticados com violência à pessoa, somente cabendo reconhecimento do concurso material.
B) não poderá buscar o reconhecimento de continuidade delitiva, tendo em vista que os crimes foram
praticados com violência à pessoa, podendo, porém, o advogado pleitear o reconhecimento do concurso
formal de delitos.
C) poderá buscar o reconhecimento da continuidade delitiva, mesmo sendo o delito praticado com
violência contra a pessoa, cabendo, apenas, aplicação da regra de exasperação da pena de 1/6 a 2/3.
D) poderá buscar o reconhecimento da continuidade delitiva, mas, diante da violência contra a pessoa e
da diversidade de vítimas, a pena mais grave poderá ser aumentada em até o triplo.

9) FGV - 2022 - OAB - 35º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q58

Para satisfazer sentimento pessoal, já que tinha grande relação de amizade com Joana, Alan, na condição
de funcionário público, deixou de praticar ato de ofício em benefício da amiga. O supervisor de Alan,
todavia, identificou o ocorrido e praticou o ato que Alan havia omitido, informando os fatos em
procedimento administrativo próprio. Após a conclusão do procedimento administrativo, o Ministério
Público denunciou Alan pelo crime de corrupção passiva consumado, destacando que a vantagem obtida
poderia ser de qualquer natureza para tipificação do delito. Confirmados os fatos durante a instrução,
caberá à defesa técnica de Alan pleitear sob o ponto de vista técnico, no momento das alegações finais,

A) o reconhecimento da tentativa em relação ao crime de corrupção passiva.


B) a desclassificação para o crime de prevaricação, na forma tentada.
C) a desclassificação para o crime de prevaricação, na forma consumada.
D) o reconhecimento da prática do crime de condescendência criminosa, na forma consumada

10) FGV - 2022 - OAB - 34º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q62

Durante uma festa de confraternização entre amigos da faculdade, em 1º de junho de 2020, começou
uma discussão entre Plinio e Carlos, tendo a mãe de Plínio procurado intervir para colocar fim à briga.
Nesse momento, Carlos passou a ofender a mãe de Plinio, chamando-a de “macumbeira”, que “deveria
estar em um terreiro”. Revoltadas, pessoas que presenciaram o ocorrido compareceram ao Ministério
Público e narraram os fatos. A mãe de Plinio disse, em sua residência, que não pretendia manter discórdia
com colegas do filho, não tendo comparecido à Delegacia e nem ao órgão ministerial para tratar do
evento. O Ministério Público, em 2 de dezembro de 2020, denunciou Carlos pelo crime de racismo, trazido
pela Lei nº 7.716/89. Você, como advogado(a) de Carlos, deverá alegar, em sua defesa, que deverá

A) ocorrer extinção da punibilidade, pois não houve a indispensável representação da vítima, apesar de,
efetivamente, o crime praticado ter sido de racismo.
B) haver desclassificação para o crime de injúria simples, que é de ação penal privada, não tendo o
Ministério Público legitimidade para oferecimento da denúncia.
C) haver desclassificação para o crime de injúria qualificada pela utilização de elementos referentes à
religião, que é de ação penal privada, não tendo o Ministério Público legitimidade para oferecimento de
denúncia.
D) haver desclassificação para o crime de injúria qualificada pela utilização de elementos referentes à
religião, que é de ação penal pública condicionada, justificando extinção da punibilidade por não ter
havido representação por parte da vítima.

11) FGV - 2021 - OAB - 32º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q59

Francisco foi vítima de uma contravenção penal de vias de fato, pois, enquanto estava de costas para o
autor, recebeu um tapa em sua cabeça. Acreditando que a infração teria sido praticada por Roberto, seu
desafeto que estava no local, compareceu em sede policial e narrou o ocorrido, apontando, de maneira
precipitada, o rival como autor. Diante disso, foi instaurado procedimento investigatório em desfavor de
Roberto, sendo, posteriormente, verificado em câmeras de segurança que, na verdade, um desconhecido
teria praticado o ato. Ao tomar conhecimento dos fatos, antes mesmo de ouvir Roberto ou Francisco, o
Ministério Público ofereceu denúncia em face deste, por denunciação caluniosa. Considerando apenas
as informações expostas, você, como advogado(a) de Francisco, deverá, sob o ponto de vista técnico,
pleitear

A) a absolvição, pois Francisco deu causa à instauração de investigação policial imputando a Roberto a
prática de contravenção, e não crime.
B) extinção da punibilidade diante da ausência de representação, já que o crime é de ação penal pública
condicionada à representação.
C) reconhecimento de causa de diminuição de pena em razão da tentativa, pois não foi proposta ação
penal em face de Roberto.
D) a absolvição, pois o tipo penal exige dolo direto por parte do agente.

12) FGV - 2021 - OAB - 33º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q60
Vitor, embora não tenha prestado concurso público, está exercendo, transitoriamente e sem receber
qualquer remuneração, uma função pública. Em razão do exercício dessa função pública, Vitor aceita
promessa de José, particular, de lhe pagar R$ 500,00 (quinhentos reais) em troca de um auxílio
relacionado ao exercício dessa função. Ocorre que, apesar do auxílio, José não fez a transferência do
valor prometido. Os fatos são descobertos pelo superior hierárquico de Vitor, que o indaga sobre o
ocorrido. Na ocasião, Vitor confirma o acontecido, mas esclarece que não acreditava estar causando
prejuízo para a Administração Pública. Em seguida, preocupado com as consequências jurídicas de seus
atos, Vitor procura seu advogado em busca de assegurar que sua conduta fora legítima.
Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Vitor deverá esclarecer que sua conduta

A) não configura crime em razão de a função ser apenas transitória, logo não pode ser
considerado funcionário público para efeitos penais, apesar de o recebimento de remuneração ser
dispensável a tal conceito.
B) não configura crime em razão de não receber remuneração pela prestação da função pública, logo
não pode ser considerado funcionário público para efeitos penais, apesar de o exercício da função
transitória não afastar, por si só, tal conceito.
C) configura crime de corrupção ativa, na sua modalidade tentada.
D) configura crime de corrupção passiva, na sua modalidade consumada.

13) FGV - 2021 - OAB - 31º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q60
Durante uma reunião de condomínio, Paulo, com o animus de ofender a honra objetiva do
condômino Arthur, funcionário público, mesmo sabendo que o ofendido foi absolvido daquela
imputação por decisão transitada em julgado, afirmou que Artur não tem condições morais para
conviver naquele prédio, porquanto se apropriara de dinheiro do condomínio quando exercia a função
de síndico. Inconformado com a ofensa à sua honra, Arthur ofereceu queixa-crime em face de Paulo,
imputando-lhe a prática do crime de calúnia. Preocupado com as consequências de seu ato, após
ser regularmente citado, Paulo procura você, como advogado(a), para assistência técnica.
Considerando apenas as informações expostas, você deverá esclarecer que a conduta de Paulo
configura crime de
A) difamação, não de calúnia, cabendo exceção da verdade por parte de Paulo.
B) injúria, não de calúnia, de modo que não cabe exceção da verdade por parte de Paulo.
C) calúnia efetivamente imputado, não cabendo exceção da verdade por parte de Paulo.
D) calúnia efetivamente imputado, sendo possível o oferecimento da exceção da verdade por parte
de Paulo.
Gabaritos Das Questões:

1-B 2-C 3-A 4-C 5-B 6-D 7-B 8-D 9-C 10 - D

11 - D

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