Você está na página 1de 29

Mapa Mental

Direito Penal
Lei penal no tempo
Art. 2º do CP

Regra: Abolitio criminis


A atividade da lei penal se dá no Art. 2º, caput, do CP
período de sua vigência.
Novatio legis in
Conceito: lei nova deixa de
considerar crime um fato; mellius
Exceções:
Art. 2º, parágrafo único, do CP
Apaga os efeitos penais da sentença
Ultratividade: lei revogada mais condenatória;
favorável continua gerando efeitos. Conceito: lei posterior que de qualquer
Os efeitos extrapenais permanecem. modo favorecer o agente;
Retroatividade: a lei mais benigna
prevalece sobre a mais severa. Aplica-se aos fatos anteriores, ainda que
decididos por sentença condenatória
transitada em julgado.

Aplicação da Lei Penal


Lei temporária e
Novatio legis lei excepcional
incriminadora Art. 3º do CP
Conceito: considera crime fato Autorrevogáveis;
anteriormente não incriminado; Crime permanente, crime Ultratividade.
Não retroage. continuado e a lei penal
mais benéfica
Novatio legis in pejus Leis excepcionais
Súmula nº 711 do STF: A lei penal mais São feitas para durar enquanto um
Art. 5º, XL, da CF/1988; grave aplica-se ao crime continuado estado anormal ocorrer.
ou ao crime permanente, se a sua
Conceito: nova lei mais vigência é anterior à cessação da
severa que a anterior; continuidade ou da permanência.
Não retroage. Leis temporárias
Editadas com período determinado
de duração.
Do tempo do crime
Art. 4º do CP Do lugar do crime
Teoria da atividade: se reputa praticado Art. 6º do CP
o delito no momento da conduta, não
Teoria da ubiquidade ou mista: é lugar do
importando o instante do resultado.
crime tanto onde houve a conduta quanto o
local onde se deu o resultado.
Territorialidade
Art. 5º do CP Incondicionada: art. 7º, I e
Pública: Extraterritorialidade art. 7º, § 1º, do CP.
Aeronaves/ embarcações Onde estiver
Art. 7º do CP Condicionada: art. 7º, II e
Privada/ mercantil:
Crime cometido fora do Brasil, art. 7º, § 2º, do CP.
Alto-mar
Aplicam-se as leis brasileiras aos mas o agente sujeita-se à lei
delitos cometidos dentro do brasileira.
território nacional.
Aplicação da Lei Penal
Conflito aparente de Princípio da consunção
normas
Princípio da
subsidiariedade Sequência de fatos delituosos, que,
A infração definida pela norma isoladamente, constituem crime,
Princípio da especialidade subsidiária, de menor gravidade que a da mas o agente responde por um
A norma especial afasta a norma principal, é absorvida por esta. único tipo penal.
aplicação da lei geral.
Fato típico
Fato humano que se enquadra
Desistência voluntária
perfeitamente no modelo legal de Art. 15 do CP
conduta proibida.
O agente cessa o seu comportamento
F
A Conduta
delitivo, não leva adiante a atividade Consequência
T executória;
O Postura de abstenção. O agente responde pelos atos
Resultado até então praticados, se típicos.
T
Í
P Relação de Causalidade Arrependimento eficaz
I
C O agente, após ter esgotado todos os
Tipicidade meios à sua disposição para a consumação
O
do delito, arrepende-se e impede que o
resultado se produza;
Causas absolutamente
Causas relativamente Postura ativa.
independentes
independentes
Encontram sua origem na própria
conduta praticada pelo agente;
Do Crime São causas que não têm origem
na conduta do agente;
Há uma quebra do nexo causal;
Não há, de regra, uma quebra do nexo
causal; São três as espécies de causas
Também são três as espécies de
Relação de causalidade absolutamente independentes:
causas relativamente independentes: ou nexo causal a) Preexistentes
a) Preexistentes Art. 13 do CP
Existiam antes da conduta do
A causa que efetivamente gerou o Relação de causa (conduta) e efeito agente e produzem o resultado
resultado já existia ao tempo da (resultado): nexo de causalidade. independentemente da sua atuação.
conduta do agente, que concorreu para
a sua produção. b) Concomitantes

b) Concomitantes
Tentativa Não têm nenhuma relação com a
Art. 14, II, do CP conduta e produzem o resultado
A causa que efetivamente produziu o independentemente desta, no
resultado surge no exato momento da entanto, por coincidência, atuam
conduta do agente. Para caracterizar ao menos crime tentado, deve o exatamente no instante em que a
agente passar pelos atos preparatórios e dar início ação é realizada.
c) Supervenientes (art. 13, §1°, do CP) à execução do delito, que, por razões alheias à
sua vontade, não alcance a consumação. c) Supervenientes
A causa que efetivamente produziu o
resultado ocorre depois da conduta São causas que atuam após a
praticada pelo agente. conduta.
Arrependimento
posterior
Art. 16 do CP
Erro de tipo acidental
Crime praticado sem violência ou grave
ameaça à pessoa;
O agente repara o dano provocado ou restitui
Excludentes de ilicitude
Erro quanto à pessoa
a coisa, de forma voluntária, até o Art. 23 do CP
recebimento da denúncia ou da queixa; Art. 20, § 3º, do CP)
Causa obrigatória de diminuição da pena. O agente desenvolve conduta voltada a atingir
a pessoa pretendida, mas, confundindo-se em
relação à sua identidade, atinge pessoa Estado de necessidade
Crime impossível diversa; Art. 24 do CP
Art. 17 do CP
Consideram-se as condições e qualidades da Conduta de quem, não tendo o dever legal de
vítima pretendida. enfrentar o perigo atual, o qual não provocou
Por ineficácia absoluta do meio: o meio de por sua vontade, sacrifica um bem jurídico
execução ou instrumento utilizado pelo agente ameaçado por esse perigo para salvar outro,
será incapaz de produzir qualquer resultado. próprio ou alheio, cuja perda não era razoável
Pela impropriedade absoluta do objeto:
compreende a pessoa ou coisa sobre o qual
recai a conduta do agente.
Do Crime exigir.

Erro na execução ou
Legítima defesa aberratio ictus
Art. 73 do CP
Art. 25 do CP Resultado diverso do pretendido
Exige a presença simultânea dos seguintes ou aberratio criminis Por acidente, o agente, em vez de atingir a
requisitos: pessoa pretendida, atinge pessoa diversa;
Art. 74 do CP
Por erro nos meios de execução, o agente, em
Agressão injusta; vez de atingir a pessoa pretendida, atinge
O agente pretendia praticar um crime, mas acaba
praticando crime diverso do pretendido. pessoa diversa.
Atual ou iminente;
Contra direito próprio ou alheio;
Reação com os meios necessários;
Consequências Consequências
Moderação no uso dos meios necessários; Resultado simples => o agente responde pelo
resultado produzido a título de culpa, se o fato é Resultado simples => consideram-se as
Elemento subjetivo: consciência de que previsto como crime culposo; condições e qualidades da vítima pretendida;
está reagindo a injusta agressão.
Resultado duplo => aplica-se a regra do
Resultado duplo => aplica-se a regra do concurso concurso formal de crimes.
formal de crimes.
Teoria do crime culposo
Art. 18, II, do CP

Modalidades de culpa Erro de tipo essencial


Imprudência: o agente pratica fato perigoso,
de forma intempestiva e precipitada; a) Invencível, inevitável, escusável:
Negligência: ausência de cautela e Qualquer pessoa, nas mesmas circunstâncias,
precaução; Falsa percepção da realidade; incorreria. Não poderia ser evitado.
Imperícia: falta de capacidade, preparo ou de O erro de tipo essencial pode ser:
Exclui o dolo e a culpa => atipicidade da
conhecimentos técnicos no exercício de conduta.
arte, profissão ou ofício.
b) Vencível, evitável ou inescusável:

Uma pessoa mais cautelosa e prudente, nas


Dolo Eventual
a) Previsão do resultado;
b) Assume o risco de produzir o resultado;
Do Crime mesmas circunstâncias, não incorreria.
Se o fato for punido sob a forma culposa => o
agente responderá por crime culposo.
c) Aceita o resultado.
Quando o tipo não admitir essa modalidade =>
exclusão do crime: fato atípico.
Erro de proibição
Culpa Consciente Art. 21 do CP
a) Previsão do resultado; Erro que incide sobre a ilicitude do fato;
b) Acredita que o resultado não irá ocorrer;
c) Considera ter habilidade para evitar o O agente tem consciência da conduta praticada, mas lhe
resultado. falta potencial consciência da ilicitude do fato. Pode ser:

Escusável, inevitável ou invencível: Inescusável ou evitável:


O erro sobre a ilicitude do fato é impossível de ser Não se justifica, pois, se tivesse havido um mínimo
evitado, valendo-se o ser humano da sua de empenho em se informar, o agente poderia ter
diligência ordinária. tido conhecimento da realidade.
Consequência: exclusão da culpabilidade. Consequência: causa de diminuição da pena de um
sexto a um terço.
Inimputabilidade por doença mental,
desenvolvimento mental incompleto ou
desenvolvimento mental retardado
Art. 26, caput, do CP

Doença mental torna o agente, no momento da Culpabilidade


conduta, inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento;
Elementos da culpabilidade Causas excludentes de culpabilidade
Aplicação de medida de segurança.
Imputabilidade; Inimputabilidade;
Potencial consciência da ilicitude; Falta de potencial consciência de
ilicitude;
Exigibilidade de conduta diversa.
Semi-imputabilidade Inexigibilidade de conduta diversa.

Art. 26, parágrafo único, do CP;

Não retira completamente a


Imputabilidade Penal Embriaguez
Art. 88, II, do CP
capacidade de compreensão
do caráter ilícito do fato e de
determinação de acordo com Voluntária Não exclui
esse entendimento; Culposa a
imputabilidade
Causa de diminuição Inimputabilidade por embriaguez completa
da pena. proveniente de caso fortuito ou força maior
Embriaguez acidental => proveniente INCOMPLETA
COMPLETA
de caso fortuito ou força maior Art. 28, § 2º, do CP
Art. 28, § 1º, do CP

Agente, ao tempo da ação ou da omissão, Redução da capacidade intelectiva ou


inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito volitiva do agente => diminuição da pena.
do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento => exclusão da imputabilidade.
Requisitos Arts. 29, 30 e 31 do CP Punibilidade
Pluralidade de condutas; Conceito: ocorre quando duas ou mais
pessoas, em conjugação de esforços e
Relevância causal das
comunhão de vontades, reúnem-se para Participação de menor importância
condutas;
a prática de um ou mais delitos. Art. 29, §1º, do CP
Liame subjetivo;

Identidade de infrações.
Cooperação
dolosamente distinta

Concurso de Pessoas Art. 29, §2º, do CP

Comunicabilidade dos elementares


e circunstâncias do crime
Comunicabilidade
Comunicabilidade Elementares
Circunstâncias objetivas sempre se
Circunstâncias Integram o tipo penal.
comunicam, desde que estejam dentro
do alcance de previsibilidade do agente.
Pessoais Objetivas

As circunstâncias e as condições de
Próprio agente Fato caráter pessoal não se comunicam,
salvo quando elementares do crime.
Penas restritivas de direitos e violência
doméstica ou familiar contra a mulher
Penas restritivas de
direitos
Art. 44 do CP Súmula 588 do STJ Reincidência
A prática de crime ou contravenção penal
contra a mulher com violência ou grave Art. 63 do CP
ameaça no ambiente doméstico
Conceito impossibilita a substituição da pena
privativa de liberdade por restritiva de
Penas substitutivas das privativas de direitos. Conceito
liberdade, expressamente previstas
em lei; Há reincidência somente quando o
novo crime for cometido após a
Para autores de infrações penais sentença condenatória de que não
consideradas mais leves. cabe mais recurso.

Requisitos objetivos
Aplicação
da Pena CRIME + CRIME = REINCIDENTE (art. 63 do
CP)
CRIME + CONTRAVENÇÃO = REINCIDENTE
a) Quantidade da pena aplicada: (art. 7º da LCP)
Nos crimes dolosos, praticados CONTRAVENÇÃO + CONTRAVENÇÃO =
sem violência ou grave ameaça, Requisitos subjetivos REINCIDENTE (art. 7º da LCP)
apenados com reclusão ou
detenção: pena de até 4 anos. CONTRAVENÇÃO + CRIME = NÃO
REINCIDENTE
Crime culposo: a substituição a) Réu não reincidente em crime doloso:
será possível independentemente
da quantidade da pena imposta. Exceção => art. 44, § 3º, do CP: Se, em face de
condenação anterior, a medida for socialmente
b) Natureza do crime cometido: recomendável e a reincidência não se tenha operado em
virtude da prática do mesmo crime, será possível aplicar a
Crimes dolosos: crimes cometidos substituição.
sem violência ou grave ameaça à
pessoa. b) A culpabilidade, os antecedentes, a conduta ou a personalidade
ou ainda os motivos e circunstâncias recomendarem a substituição.
Aplicação da pena
e reincidência Segunda fase da fixação da pena:
circunstâncias agravantes e atenuantes
Art. 68 do CP

Agravante
1ª fase: circunstâncias do art. 59 do CP; Somente pode ser aplicada se
expressamente prevista em lei. Terceira fase da aplicação da pena: causas
2ª fase: atenuantes e agravantes; de aumento e de diminuição da pena
3ª fase: causas de diminuição e de Atenuante Com a causa de aumento ou de
aumento. Pode ser aplicada embora não prevista diminuição de pena, o juiz pode aplicar
em lei, levando em conta circunstância pena acima da máxima ou inferior à
relevante, anterior ou posterior ao crime mínima cominada em abstrato.
Eficácia temporal da (art. 66 do CP).
condenação anterior para Crimes que não
efeito da reincidência
Art. 64, I, do CP Aplicação induzem reincidência
Art. 64, II, do CP

Não prevalece a condenação anterior se entre


a data do cumprimento ou extinção da pena e
a infração posterior tiver decorrido período de
da Pena Para efeito de reincidência, não se
consideram os crimes militares
próprios ou políticos.
tempo superior a 5 anos, computado o período
de prova da suspensão ou do livramento Concurso de crimes
condicional, se não ocorrer revogação.
Concurso formal perfeito
Art. 70, 1ª parte, do CP

Concurso material Concurso formal


Resulta de um único desígnio.
Art. 69, caput, do CP Art. 70, caput, do CP

Concurso formal imperfeito


Art. 70, 2ª parte, do CP
Pluralidade de condutas e pluralidade Unidade de conduta e
de resultados; pluralidade de crimes.
Resulta de desígnios autônomos;
As penas são somadas. Desígnio autônomo: o agente pretende, mediante
uma única conduta, atingir dois ou mais resultados.
Aplicação da pena no
concurso formal
Concurso formal perfeito
Concurso material benéfico
Aplica-se a pena do crime mais grave ou, se
iguais, somente uma delas, mas aumentada, em Art. 70, parágrafo único, do CP
qualquer caso, de um sexto até metade.

2 crimes = 1/6 aumento pena


3 crimes = 1/5 aumento pena Se da aplicação da regra da exasperação da pena,
no concurso formal, a pena tornar-se superior à
4 crimes = 1/4 aumento pena que resultaria se somadas, deve-se adotar o critério
5 crimes = 1/3 aumento pena do cúmulo material, porque, nesse caso, será mais
5 ou mais crimes = 1/2 aumento pena benéfico.

Aplicação da Pena
Concurso formal imperfeito Aplicação da pena
As penas devem ser somadas, adotando-
se o critério do cúmulo material. Crime continuado Crime continuado comum: aplica-
se a pena do crime mais grave,
Art. 71 do CP aumentada de 1/6 até 2/3.

2 crimes = 1/6 aumento pena


3 crimes = 1/5 aumento pena
Requisitos: Conceito: 4 crimes = 1/4 aumento pena
5 crimes = 1/3 aumento pena
6 crimes = 1/2 aumento pena
a) pluralidade de condutas; O agente, mediante mais de uma 7 crimes ou mais = 2/3 aumento pena
b) pluralidade de crimes da mesma espécie; ação ou omissão, pratica dois ou
c) nas mesmas condições de tempo, lugar, mais crimes da mesma espécie.
maneira de execução e outras semelhantes. Crime continuado específico: aplica-
se a pena do crime mais grave
aumentada até o triplo.
Requisitos objetivos Requisitos subjetivos
Art. 77 do CP

Pena privativa de liberdade;


Condenado não reincidente em crime Período de prova
Pena não superior a 2 anos (condenado maior doloso;
de 70 anos de idade ou em razão de saúde => Prazo em que a execução da pena
pena não superior a 4 anos); Circunstâncias judiciais favoráveis ao
agente. privativa de liberdade imposta fica
suspensa, mediante o cumprimento
Incabível ou não recomendável a substituição das condições estabelecidas.
por pena restritiva de direitos. Não cabe sursis
Art. 80 do CP
Conceito Pena restritiva de direitos;
Extinção da pena
Suspensão da execução da pena Pena de multa;
privativa de liberdade; Art. 82 do CP
Medida de segurança.
Condenado não reincidente à pena
Expirado o prazo de suspensão ou
Suspensão
não superior a 2 anos;
de prorrogação sem que tenha
Sursis etário ou humanitário: pena não havido motivo para a revogação, o
superior a 4 anos. juiz deve declarar extinta a pena

Condicional da Pena privativa de liberdade.

Causas de
revogação do sursis
Revogação obrigatória Revogação facultativa
Art. 81 do CP Art. 81, § 1º, do CP
Beneficiário é condenado, em sentença irrecorrível, Condenado deixa de cumprir qualquer
por crime doloso => se a nova condenação for outra condição imposta;
O condenado deverá cumprir integralmente somente à pena de multa, não haverá revogação do
a pena privativa de liberdade cuja execução benefício; Condenação irrecorrível, por crime
se encontrava suspensa, desconsiderando o culposo ou contravenção, à pena
tempo que permaneceu no período de Beneficiário frustra, embora solvente, a execução
de pena de multa ou não efetua, sem motivo privativa de liberdade e restritiva de
prova, ainda que tenha cumprido as direitos.
condições impostas. justificado, a reparação do dano;
Beneficiário descumpre a condição do § 1º do art. 78
do CP (prestação de serviços à comunidade ou
limitação de fim de semana).
Conceito Requisitos subjetivos
Destinado a antecipar o retorno do
condenado ao convívio social, mediante
determinadas condições e de forma
precária, desde que preenchidos os Bom comportamento durante a Não cometimento de falta grave nos últimos 12
requisitos legais. execução da pena; meses - STJ considera objetivo;
Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído;
Requisitos objetivos Súmula nº 441 do STJ: A falta grave não
Aptidão para prover a própria subsistência
interrompe o prazo para obtenção de
Art. 83, I, II, IV e V, do CP livramento condicional. mediante trabalho honesto.

Súmula nº 439/STJ: Admite-se o exame Constatação de condições pessoais que façam


criminológico pelas peculiaridades do presumir que o liberado não voltará a delinquir na
caso, desde que em decisão motivada. hipótese de condenado por crime doloso,
a) Natureza e quantidade da pena cometido com violência ou grave ameaça.
Somente pode ser concedido em
relação à pena privativa de liberdade;
Pena igual ou superior a 2 anos.
As causas de revogação
do livramento condicional
b) Cumprimento de parte da pena

Criminoso não reincidente em crime doloso


Livramento
e ostentar bons antecedentes => deverá
cumprir mais de 1/3 da pena privativa de
liberdade para obter o benefício; Condicional Causas de revogação obrigatória
Art. 86 do CP
Condenado reincidente em crime doloso => O liberado vem a ser condenado a pena
deverá cumprir mais da metade da pena privativa de liberdade, em sentença
privativa de liberdade; irrecorrível, por crime praticado durante
Livramento condicional vedado ou antes da concessão do livramento
Condenado por prática de tortura, crime condicional.
hediondo, tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, terrorismo e tráfico de pessoas Ao condenado pela prática de crime hediondo ou
=> desde que não seja reincidente específico equiparado, com resultado morte (art. 112, VI, a e c,
em tais delitos, deve cumprir mais de 2/3 da da LEP);
pena; Causas de revogação facultativa
Ao condenado expressamente em sentença, por Art. 87 do CP
Reincidente específico em crime hediondo ou integrar organização criminosa ou por crime
equiparado => não é admissível o livramento praticado por meio de organização criminosa, não Se o liberado deixar de cumprir qualquer
condicional. será facultada a progressão de regime de das obrigações constantes na sentença;
cumprimento de pena ou a obtenção do livramento
c) Reparação do dano, salvo efetiva condicional ou outros benefícios prisionais se
houver elementos probatórios que indiquem a Se o liberado for irrecorrivelmente
impossibilidade condenado, por crime ou contravenção, a
manutenção do vínculo associativo (art. 2º, § 9º, da pena que não seja privativa de liberdade.
Lei nº 12.850/2013);
O condenado não pode obter o livramento
condicional enquanto não reparar o dano
causado, salvo quando insolvente. Ao reincidente em crime hediondo ou equiparado.
Efeitos secundários
Efeitos genéricos
Art. 91 do CP
Efeitos principais

Automáticos: não é necessário o juiz declarar na sentença;

Indenizar o dano causado pelo crime; Aplicação de uma pena privativa de


liberdade, restritiva de direitos e/ou multa,
Perda em favor da União de bens de origem ilícita; além de medida de segurança (caso de
agente semi-imputável que revela
Confisco alargado => perda, como produto ou proveito periculosidade).
do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o
valor do patrimônio do condenado e aquele que seja
compatível com o seu rendimento lícito.

Efeitos da Condenação
Efeitos específicos
Art. 92 do CP

Não são automáticos: deve o juiz declará-los motivadamente na sentença.

Perda de cargo, função Incapacidade para o exercício do Inabilitação para dirigir veículo =>
pública ou mandato eletivo: poder familiar, tutela ou curatela => depende das seguintes condições:
a) quando aplicada pena privativa de liberdade depende das seguintes condições: a) crime doloso;
por tempo igual ou superior a 1 ano, nos crimes b) que o veículo tenha sido utilizado
praticados com abuso de poder ou violação de a) vínculo entre o autor do fato e a vítima;
b) crime doloso; “como meio” para a sua prática.
dever para com a Administração Pública;
b) quando for aplicada pena privativa de c) que seja cominada pena de reclusão.
liberdade por tempo superior a 4 anos nos
demais casos.
Morte do agente
Sendo personalíssima a responsabilidade penal, a
morte do agente faz com que o Estado perca o Perdão judicial
direito de punir, não se transmitindo a seus herdeiros
qualquer obrigação de natureza penal. O juiz, não obstante comprovada a prática da
infração penal pelo sujeito culpado, deixa de
aplicar a pena em face de justificadas
circunstâncias.
Anistia, graça ou indulto
Ex: art. 121, §5º, do CP e art. 180, §5º, do CP.
Anistia: é direcionada a fatos e não pessoas e a
competência é do Congresso Nacional (ex: Lei É uma decisão declaratória - não gera
6.683/79) - apaga todos os efeitos penais. reincidência (art. 120 do CP e Súmula 18 do
STJ).
Graça: de iniciativa do Presidente da República e
é individual - não apaga os efeitos penais
secundários - continua sendo reincidente se
cometer novo crime.
Extinção da
Indulto: de iniciativa do Presidente da República e
é coletivo - não apaga os efeitos penais
Punibilidade Renúncia ou perdão
secundários - continua sendo reincidente se do ofendido
cometer novo crime (Súmula 631 do STJ).
Queixa-crime
Cuidado: crimes hediondos ou equiparados
não possuem direito a anistia, graça ou Decadência, perempção Perdão do
indulto. Renúncia
e prescrição ofendido

Decadência: é a perda do direito de ação do


ofendido em face do decurso do tempo.
Renúncia: É a abdicação do ofendido ou
Abolitio criminis Perempção: é a perda do direito de demandar o de seu representante legal do direito de
querelado pelo mesmo crime em face de inércia promover a ação penal privada.
Lei posterior deixar de considerar do querelante, diante do que o Estado perde o jus
determinado fato como sendo puniendi - só é possível para crimes de ação penal Perdão do ofendido: é o ato pelo qual
criminoso. exclusivamente privada. iniciada a ação penal privada, o
Apaga todos os efeitos penais (se ofendido ou seu representante legal
cometer novo crime não será Prescrição: é a perda do direito de punir do desiste de seu prosseguimento.
reincidente). Estado pelo não exercício em determinado lapso
de tempo. Constitui causa de extinção da
Não apaga os efeitos civis da punibilidade (art. 107, IV, do CP).
prática delituosa.
Homicídio

Homicídio qualificado
Art. 121, § 2º, do CP

Mediante paga ou promessa Com emprego de veneno, fogo, explosivo, Para assegurar a execução, a ocultação, a
de recompensa, ou por outro asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou impunidade ou vantagem de outro crime;
motivo torpe; cruel, ou de que possa resultar perigo
comum; Contra agente de segurança pública;
Motivo fútil; Com emprego de arma de fogo de uso
À traição, de emboscada, ou mediante
dissimulação ou outro recurso que dificulte restrito ou proibido;
Feminicídio; ou torne impossível a defesa do ofendido; Contra menor de 14 anos.

Crimes
contra a Vida
Homicídio contra Feminicídio Homicídio funcional
menor de 14 anos
Art. 121, § 2º, VI, § 2º-A, do CP Art. 121, § 2º, VII, do CP
Art. 121, § 2º, IX, do CP

Causa de aumento de pena: Contexto de violência doméstica Praticado contra integrantes dos
e familiar; OU órgãos de segurança pública, bem
I – 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é como seus parentes consanguíneos
pessoa com deficiência ou com doença que Menosprezo ou discriminação à até terceiro grau;
implique o aumento de sua vulnerabilidade; condição de mulher.
II – 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, Necessário que o homicídio tenha
padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, sido praticado no exercício da
companheiro, tutor, curador, preceptor ou função ou em decorrência dela.
empregador da vítima ou por qualquer outro
título tiver autoridade sobre ela.
Infanticídio
Perdão judicial Art. 123 do CP
Art. 121, § 5º, do CP
Induzimento, instigação
Conceito ou auxílio a suicídio ou a
Aplicável somente ao autor do
Homicídio cometido pela mãe contra
automutilação
homicídio culposo.
seu filho, nascente ou recém-nascido,
sob a influência do estado puerperal.

Homicídio culposo Sujeitos do delito Consumação


Art. 121, § 3º, do CP A autora do infanticídio só pode ser a Crime formal => não mais exige para a sua
mãe; consumação a produção de um resultado
Terceiro pode responder por infanticídio naturalístico;
diante do concurso de agentes (art. 30 Consumação => basta a conduta de induzir,
Resulta de: do CP). instigar ou prestar auxílio ao suicídio ou à
automutilação.
1) Imprudência;

2) Negligência; Crimes contra Figuras qualificadoras

3) Imperícia.
a Vida Se resultar lesão corporal de natureza
grave ou gravíssima;
Se resultar morte.

Aborto
Arts. 124 a 128 do CP

Aborto provocado pela gestante ou com Aborto provocado por terceiro sem o
seu consentimento (art. 124) consentimento da gestante (art. 125 do CP)

Somente a gestante pode realizá-lo (isso não Não há o consentimento da gestante no


afasta a possibilidade de participação no crime); emprego dos meios ou manobras abortivas
por terceiro.
A própria mulher executa a ação material do
crime ou consente na prática abortiva.
Lesão corporal leve
ou simples Lesão corporal
Art. 129, caput, do CP gravíssima
Ofender a integridade corporal ou a Art. 129, § 2º, do CP Lesão corporal
saúde de outrem.
Incapacidade permanente para o trabalho;
seguida de morte
Lesão corporal grave Enfermidade incurável;
Art. 129, § 3º, do CP
Art. 129, § 1º, do CP
Perda ou inutilização do membro, O evento morte não deve ser
Incapacidade para as ocupações habituais, sentido ou função; desejado, nem ter o agente
por mais de 30 dias; assumido o risco de causá-lo,
Deformidade permanente; sob pena de responder pelo
Perigo de vida; crime de homicídio;
Aborto => o agente, ao lesionar a vítima,
Debilidade permanente de membro, sentido não quer nem mesmo assumir o risco do
advento do resultado agravador aborto. Não admite tentativa.
ou função;
Aceleração de parto.

Lesão Corporal
Lesão corporal contra Violência doméstica
agente de segurança pública Lesão corporal no contexto de Art. 129, § 9º, do CP
Art. 129, § 12, do CP violência doméstica e familiar
Praticada contra ascendente, descendente,
contra a mulher irmão, cônjuge ou companheiro, ou com
Praticada contra autoridade ou agente descrito Art. 129, §13, do CP quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
nos arts. 142 e 144 da CF/1988, integrantes do prevalecendo-se o agente das relações
sistema prisional e da Força Nacional de domésticas, de coabitação ou de
Segurança Pública, no exercício da função ou hospitalidade;
em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até Incide se a lesão corporal for de natureza leve.
terceiro grau, em razão dessa condição; Praticada contra a mulher, por razões Se for grave, gravíssima ou seguida de morte,
da condição do sexo feminino. incidirá, ainda, causa de aumento de pena em
Aumento da pena de um a dois terços; 1/3, nos termos do art. 129, § 10, do CP.
Crime hediondo.
Calúnia
Art. 138 do CP Difamação
Art. 139 do CP
Atribuir a outrem, falsamente, a prática de fato
definido como crime;
Desacreditar publicamente uma pessoa, ofendendo
O fato atribuído deve ser definido como crime; sua reputação;

O fato criminoso deve ser determinado => um Exemplo: espalhar o fato de que a vítima não pagou
caso concreto; aos credores “A”, “B” e “C”, quando as dívidas X, Y e
Z venceram;
A imputação de fato definido como crime deve
ser falsa; Se o agente imputar falsamente fato definido como
contravenção: difamação.
Se o fato for verdadeiro: não há crime de calúnia.

Crimes contra a Honra


Injúria qualificada: art. 140, §3º, do CP Injúria racial: art. 2º-A da Lei nº 7.716/89
Ação penal pública condicionada à representação. Ação penal Ação penal pública incondicionada.
Art. 145 do CP
Injúria real: art. 140, §2º, do CP Delito cometido contra funcionário
Resultando lesão física na vítima: ação penal público, no exercício das suas funções
pública incondicionada (alguns autores entendem Ação penal pública condicionada à representação.
que se trata de ação penal pública condicionada à
representação). Regra
Ação penal privada
Delito cometido contra o Presidente da
República ou Chefe de Governo Estrangeiro Exceções Súmula nº 714 do STF: É concorrente a
legitimidade do ofendido, mediante queixa, e
Ação penal pública condicionada à requisição do do Ministério Público, condicionada à
Ministro da Justiça. representação do ofendido, para a ação penal
por crime contra a honra de servidor público
em razão do exercício de suas funções.
Injúria
Art. 140 do CP

Ofensa à dignidade ou ao decoro de outrem. É suficiente que o ato seja revestido de idoneidade ofensiva.

Consumação
Calúnia, difamação e injúria
Quando a vítima toma ciência da imputação ofensiva,
independentemente de sentir-se ou não atingida em sua ESCRITA:
honra subjetiva.
Admite tentativa

Causa de aumento de pena:

Art. 2º-A, parágrafo único, da Lei 7.716/89;


Crimes contra VERBAL:

Concurso de 2 ou mais pessoas. a Honra Não admite tentativa

Injúria qualificada Injúria real


Injúria racial
Art. 140, § 3º do CP Art. 140, § 2º do CP
Art. 2º-A da Lei 7.716/89

Injúria em razão de raça, cor, Se a injúria consiste na utilização Se a injúria consiste em violência
etnia ou procedência nacional. de elementos referentes a ou vias de fato, que, por sua
religião ou à condição de pessoa natureza ou pelo meio empregado,
idosa ou com deficiência. se considerem aviltantes.
Furto
Art. 155 do CP
Roubo
Art. 157 do CP Roubo próprio Roubo impróprio

Conceito Conceito
Meios violentos
Retirar de outrem bem móvel, sem a sua permissão. Retirar de outrem bem móvel, sem a
sua permissão, com o emprego de
Furto noturno: Art. 155, § 1° do CP grave ameaça ou violência contra a Antes ou Após a subtração
pessoa, ou, por qualquer outro durante a da coisa a fim de
Furto privilegiado: Art. 155, § 2° do CP meio, reduzir à impossibilidade de execução da assegurar a
resistência. subtração. impunidade.
Furto qualificado: Art. 155, § 4° do CP

Crimes contra o Aumento de pena:

Patrimônio Roubo majorado -


art. 157, § 2° do CP

Extorsão
Art. 158 do CP
Dano
Art. 163 do CP
A diferença em relação ao roubo concentra- Extorsão qualificada
se no fato de a extorsão exigir a participação Art. 158, §§ 2° e 3° do CP
ativa da vítima fazendo alguma coisa,
tolerando que se faça ou deixando de fazer
algo em virtude da ameaça ou da violência Destruir, inutilizar ou
sofrida. deteriorar coisa alheia.
Extorsão mediante sequestro
Art. 159 do CP

São formas qualificadas conforme o art. 159, § 1°


Consistente na finalidade de obtenção, do CP: É o dolo. Não há a forma
para si ou para outrem, de qualquer culposa.
vantagem como condição ou preço de
resgate. a) sequestro por mais de 24 horas;
b) sequestro de menor de 18 ou maior de 60 anos;
c) sequestro praticado por bando ou quadrilha.
Apropriação indébita Estelionato
Art. 168 do CP Art. 171 do CP

Regra: crime de ação penal pública condicionada


A apropriação indébita propriamente dita ocorre à representação - art. 171, § 5º, do CP.
quando o sujeito realiza ato demonstrativo de que
inverteu o título da posse, como a venda, doação, Consiste em induzir ou manter alguém em erro,
consumo, penhor, ocultação etc. mediante o emprego de artifício, ardil, ou
qualquer meio fraudulento, a fim de obter, para si
Na negativa de restituição, o sujeito afirma ou para outrem, vantagem ilícita em prejuízo
claramente ao ofendido que não devolverá o objeto alheio.
material.

Crimes contra o
Aumento de pena:
Patrimônio
Em depósito necessário;
Na qualidade de tutor, curador,
síndico, liquidatário, inventariante,
Receptação
testamenteiro ou depositário Art. 180 do CP
judicial;
Em razão de ofício, emprego ou Escusas absolutórias
profissão.
Art. 181 a 183 do CP
Fato de adquirir, receber, transportar,
conduzir ou ocultar, em proveito
a) Cônjuge, na constância da sociedade próprio ou alheio, coisa que sabe ser
conjugal; Imunidade absoluta produto de crime, ou influir para que
terceiro, de boa-fé, a adquira, receba
Hipóteses ou oculte.
b) Ascendente ou descendente, seja o
parentesco legítimo ou ilegítimo, seja
civil ou natural.
Estupro Consumação: prática do ato de libidinagem.
Art. 213 do CP Tentativa: quando iniciada a execução, o ato
sexual visado não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente.
Conduta típica: Conduta típica:
Formas qualificadas: art. 213, §§ 1º e 2º, do CP.
Constranger = impedir a liberdade, forçar ou Prática de conjunção carnal ou de ato
coagir para obter a conjunção carnal. libidinoso diverso contra homens ou
Ato libidinoso = destinado a satisfazer a Violação sexual mulheres, mediante fraude ou outro meio
lascívia, o apetite sexual do agente. que impeça ou dificulte a livre manifestação
Conjunção carnal = é a cópula vagínica. mediante fraude de vontade da vítima.
Art. 215 do CP Cuidado
Sujeito passivo: Se a vítima estiver absolutamente embriagada,
Consuma-se o delito com a prática do absolutamente narcotizada, dormindo, em
Atualmente, o estupro poderá ter como ato de libidinagem. estados de inconsciência, elevada senilidade,
sujeito passivo homens ou mulheres, quando deficiência física que a incapacite de resistir
constrangidos à prática de atos libidinosos etc., teremos estupro contra vulnerável.
de qualquer natureza.

Crimes contra a
Importunação sexual
Dignidade Sexual
Art. 215-A do CP Cuidado
Estupro de vulnerável
Incide o crime de estupro de vulnerável Art. 217-A do CP
Atenção: crime que contém subsidiariedade independentemente do consentimento da
expressa, ou seja, aplicam-se as penas da vítima ou do fato de ela ter mantido
importunação sexual se a conduta não relações sexuais anteriormente ao crime Conduta típica
Conduta típica:
caracteriza crime mais grave. (art. 217-A, § 5º, do CP).
A consumação ocorrerá com a conjunção 1) Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
Praticar ato libidinoso, carnal ou ato libidinoso diverso da libidinoso com menor de 14 anos;
Conduta típica: 2) Com pessoa portadora de enfermidade ou
com o propósito de conjunção carnal.
satisfazer sua lascívia deficiência mental ou incapaz de
ou a de terceiro. discernimento para a prática do ato;
Formas qualificadas: art. 217-A, §§ 3º e 4º, 3) Ou que, por qualquer outra causa, não
Cuidado do CP. apresenta condições de oferecer resistência.
Se o agente se masturbar em praça pública, sem
visar a uma pessoa determinada, estará praticando Ação penal: art. 225 do CP.
o crime de ato obsceno (art. 233 do CP). Se o agente não sabia que a
Importante: vítima era menor de 14 anos de
Importante: nos crimes contra a dignidade idade, pode incidir o erro de
A consumação ocorre com a prática do ato sexual, a ação penal será sempre pública tipo (art. 20, caput, do CP).
libidinoso. incondicionada.
Falsificação de
documento público Moeda falsa
Art. 297 do CP
Art. 289 do CP

Conduta típica
Conduta típica Consumação e tentativa
Falsidade material, ou seja, aquela que
diz respeito à forma do documento; Falsificar, fabricando ou alterando, moeda O crime consuma-se no momento da
metálica ou papel-moeda de curso legal fabricação ou da alteração da moeda,
Falsificar: significa formar, criar um no País ou no estrangeiro; desde que idônea a iludir;
documento;
Alterar: significa modificar o documento. É essencial que a falsificação seja A tentativa é possível.
convincente, isto é, capaz de iludir os
destinatários da moeda.
Falsificação de
documento particular
Consumação e tentativa
O crime consuma-se com a falsificação Crimes contra a Art. 298 do CP

Fé Pública
ou alteração do documento, sendo
prescindível o uso efetivo deste;
Conduta típica
A tentativa é possível;
Também se trata de falsidade material, ou
Súmula nº 17 do STJ: “Quando o falso se seja, aquela que diz respeito à forma do
exaure no estelionato, sem mais documento;
potencialidade lesiva, é por este
absorvido” => Regra de que o crime-fim Falsidade ideológica Falsificar: significa formar, criar um
absorve o crime-meio. documento;
Art. 299 do CP
Alterar: significa modificar o documento.

Conduta típica Consumação e tentativa


O documento é formalmente perfeito, Consuma-se com a omissão ou a inserção Consumação e tentativa
sendo, no entanto, falsa a ideia nele contida; da declaração falsa ou diversa da que
deveria constar; O crime consuma-se com a falsificação
Crime de ação múltipla. Ações nucleares ou alteração do documento, sendo
típicas previstas: prescindível o uso efetivo deste;
Trata-se de crime formal; prescinde-se,
a) Omitir: deixar de inserir ou não mencionar; portanto, da ocorrência efetiva do dano,
bastando a capacidade de lesar terceiro. A tentativa é possível.
b) Inserir: colocar ou introduzir;
c) Fazer inserir: proporcionar que se introduza.
Peculato
Conduta típica Art. 312 do CP

Peculato-desvio (art.
Peculato-apropriação
(art. 312, caput, 1ª 312, caput, 2ª parte, Peculato-furto (art. Corrupção passiva
parte, do CP): do CP): 312, § 1º, do CP):
Art. 317 do CP

O agente tem a posse (ou O agente tem a posse O agente não tem a posse
detenção) lícita do bem da coisa e lhe dá ou detenção do bem, mas Conduta típica
móvel, público ou particular, destinação diversa da se vale da facilidade que lhe
e inverte esse título, pois exigida por lei, agindo proporciona a qualidade de Três são as condutas típicas previstas:
passa a comportar-se como em proveito próprio funcionário público para
se dono fosse. ou de terceiro. realizar a subtração. Solicitar: o funcionário solicita
vantagem;
Receber: o funcionário recebe a

Sujeitos do delito Crimes contra a vantagem indevida;

Aceitar a promessa de recebê-la:


A condição especial funcionário
público, como elementar do crime de
peculato, comunica-se ao particular que
Administração basta que o funcionário concorde
com o recebimento da vantagem.

eventualmente concorra, na condição


de coautor ou partícipe, para a prática
do crime, nos termos do art. 30 do CP.
Pública
Consumação e tentativa
Crime formal: a consumação ocorre
Concussão com o ato de solicitar, receber ou
Peculato culposo (art. 312, § 2º, do CP) aceitar a promessa de vantagem
Art. 316 do CP indevida.
Funcionário público que, por negligência,
imprudência ou imperícia, concorre para a
prática de crime de outrem; Conduta típica
Art. 312, § 3º, do CP => Reparação do dano: A ação nuclear consubstancia-se no verbo Figura privilegiada (art. 317, § 2º)
exigir vantagem indevida.
a) antes do trânsito em julgado da O agente pratica, deixa de praticar ou
sentença criminal: extinção da retarda o ato de ofício, não em virtude
punibilidade; Consumação e tentativa
do recebimento de vantagem indevida,
Crime formal: a consumação ocorre com a mas cedendo a pedido ou influência de
b) após o trânsito em julgado da sentença mera exigência da vantagem indevida, outrem.
criminal: redução da pena pela metade. independentemente de sua efetiva obtenção.
Desobediência Resistência
Art. 330 do CP Art. 329 do CP Prevaricação
Art. 319 do CP

Conduta típica Conduta típica


Conduta típica
Desobedecer a ordem legal de Opor-se o particular à execução de
funcionário público. ato legal mediante o emprego de O funcionário público retarda ou deixa de
violência ou ameaça. praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
o pratica contra disposição expressa de
Desacato lei, para satisfazer interesse ou sentimento
pessoal.
Art. 331 do CP

Crimes contra a
Conduta típica Corrupção ativa
Qualquer ato ou emprego de palavras
Administração Art. 333 do CP
que causem vexame, humilhação, falta de
respeito ao funcionário público; Pública Conduta típica
No exercício da função, OU em razão do
exercício da função.
OFERECER vantagem indevida;
PROMETER vantagem indevida.
Descaminho Contrabando
Art. 334 do CP Art. 334-A do CP
Consumação e tentativa

Conduta típica Crime formal: a consumação se dá com


Conduta típica a simples oferta ou promessa de
vantagem indevida por parte do agente
O agente busca iludir, mediante o emprego É a clandestina importação ou exportação de ao funcionário público.
de fraude, o pagamento de direito ou mercadorias cuja entrada no País, ou saída
imposto devido em face de entrada e saída dele, é absoluta ou relativamente proibida.
de mercadoria não proibida.
Falso testemunho
ou falsa perícia
Art. 342 do CP
Conduta típica
Trata-se de crime de ação múltipla, pois três são Sujeitos do delito Retratação
as ações típicas: Art. 342, § 2º, do CP
São sujeitos ativos desse delito a
testemunha, o perito, o contador, o
“Fazer afirmação falsa”; tradutor ou o intérprete que atue em Se o agente, antes da sentença no
processo judicial, ou administrativo, processo em que ocorreu o falso
“Negar a verdade”; inquérito policial ou em juízo arbitral. testemunho, declarar a verdade:

“Calar a verdade”. Extinção da punibilidade.

Crimes contra a
Administração da Justiça
Comunicação falsa de Conduta típica Denunciação caluniosa
crime ou de contravenção O agente dá causa à instauração de: Art. 339 do CP

Art. 340 do CP
Inquérito policial;
Procedimento investigatório criminal;
Elemento subjetivo:
Processo judicial;
O agente comunica à autoridade a Processo administrativo disciplinar;
prática de crime ou contravenção
penal que não se verificou; Inquérito civil;
Ação de improbidade administrativa.
Não há a imputação a uma pessoa Dolo: imprescindível que o
determinada da prática de crime. denunciante saiba (dolo direto)
Contra pessoa, imputando-lhe crime, infração
ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe que o denunciado é inocente.
inocente.
É possível a tentativa.
Conduta típica
Consuma-se no momento em que, prestado o
efetivo auxílio, o agente favorecido obtém êxito
em sua ocultação, ainda que momentaneamente.

O agente presta auxílio, de


qualquer natureza, a quem acaba Consumação e tentativa Escusa absolutória
de cometer um crime, com a Art. 348, § 2º do CP
finalidade de subtraí-lo à ação da
autoridade.
Favorecimento pessoal
Delito acessório: sua tipificação
fica na dependência da existência Art. 348 do CP
Se quem presta o auxílio é ascendente,
de um crime antecedente, que descendente, cônjuge ou irmão do
pode ser de qualquer natureza. criminoso, fica isento de pena.

Crimes contra a
Administração da Justiça
Favorecimento real
Art. 349 do CP Delito acessório: sua tipificação fica na Consumação e tentativa
dependência da existência de um crime
antecedente, que pode ser de qualquer
Conduta típica natureza.
O crime consuma-se no momento
em que o agente presta auxílio,
independentemente de saber se o
Somente haverá o crime de agente conseguiu ou não tornar
O agente presta a criminoso, fora seguro o proveito do crime
dos casos de coautoria ou de favorecimento real se o agente não
estava previamente ajustado com os anterior.
receptação, auxílio destinado a
tornar seguro o proveito do crime autores do delito antecedente. Se
houve prévio ajuste, o agente É possível a tentativa.
responderá pelo mesmo delito, em
concurso de pessoas.

Você também pode gostar