Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Rita, já qualificada nos autos, por seu advogado infra-assinado, com procuração
em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por não se
conformar com a decisão de fls., interpor RECURSO DE APELAÇÃO, com base
no art. 593, I, do Código de Processo Penal. Assim, requer seja recebido e
processado o presente recurso, já com as razões inclusas, remetendo-se os autos
ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado X.
Nestes termos,
Pede deferimento,
APELANTE: Rita
APELADO: Ministério Público
Processo n. ...
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO
No dia 10.11.2011, Rita foi presa em flagrante após ter furtado de uma grande
rede de farmácia 5 (cinco) tintas de cabelo. Para realizar a subtração das tintas, a
apelante arrebentou a fechadura do armário que estavam os itens. O montante
dos bens subtraídos foi de R$ 49,95.
Eis a síntese.
III- DO DIREITO
a) Do mérito
Tal é o caso. Narram os autos que a apelante subtraiu, insta-se dizer que de uma
grande rede de farmácias. O valor subtraído do porte da empresa é irrisório, ou
seja, não houve uma lesão jurídica ao bem tutelado que venha justificar a
aplicação da lei penal e uma consequente condenação. Além de que na conduta
da ré não houve configurada a violência ou grave ameaça, não havendo nenhuma
periculosidade social e a reprovabilidade do seu comportamento foi mínima.
Imperioso reconhecermos de maneira silogística que o fato não constitui infração
penal.
Nas esteiras da referida súmula, a reincidência penal não pode ser considerada
como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância
judicial. Logo, com base na súmula 241 do Superior Tribunal de Justiça, requer
que seja afastado o agravamento de pena por maus antecedentes.
b.2) da reincidência
O art. 63, do Código Penal aduz que se verifica a reincidência quando o agente
comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. Ou seja, o Código Penal
estabelece que a reincidência se configura quando o agente comete novo crime
depois do trânsito em julgado de condenação anterior.
Ora, devemos observar que o ilícito de estelionato fora cometido pela apelante no
dia 10.11.2011, e o trânsito em julgado da sentença pelo crime de estelionato se
deu em 15.05.2012, de modo que é errôneo tal sentença ser utilizada como motivo
para reconhecer reincidência, como muito bem elenca os termos do art. 63, do
Código Penal.
Como muito bem aduz o art. 44, inciso I, do Código Penal, as penas restritivas de
direito substituem as penas privativas de liberdade quando aplicada pena privativa
de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência
ou grave ameaça à pessoa.
O art. 33, §2º, c), do Código Penal dispõe que o condenado não reincidente, cuja
pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em
regime aberto, de modo que a decisão proferida pelo magistrado colide
tenazmente com o tipificado na lei.
Requer-se então que o regime de cumprimento da pena seja o aberto, nos termos
do art. 33, §2º, c, do Código Penal, c/c a súmula 719 do Supremo Tribunal
Federal.
b.6) da multa
Subsidiariamente se requer:
f) seja aplicado o regime aberto de cumprimento de pena, nos termos do art. 33,
§2º, c, do Código Penal, c/c súmula 719 do Supremo Tribunal Federal;
g) sejam os dias-multa aplicado em seu mínimo legal, ou seja, 10 dias, nos termos
do art. 49 do Código Penal.
Termos em que,
Pede deferimento,