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Bem jurídico: é tudo que tem a proteção do Estado, por exemplo direito a vida, proteção do

patrimônio, etc.

Conceito:

O Direito Penal pode ser conceituado como o conjunto de normas jurídicas que estabelecem
as infrações penais, fixam sanções e regulam as relações daí derivadas. Ele defende e tutela os
valores fundamentais dos cidadãos e motiva os infratores a não infringir o sistema jurídico-
penal.

 É pertencente ao ramo do Direito Público em razão de prestar-se à


regulamentação das relações entre o indivíduo e a sociedade, visando a
preservação das condições mínimas de subsistência do grupo social.
 É valorativo, pois estabelece valor por meio dos bens jurídicos tutelados,
sendo considerado relevante;
 É normativo porque se preocupa com o estudo das normas da lei penal;
 É finalista pois tem uma finalidade, os bens jurídicos tutelados;
 É sancionador pois impõe sanções aos infratores.

Classificação do Direito Penal:

 Direito Penal objetivo: é o conjunto de normas que definem as infrações e


determinam as sanções penais, também é conhecido como Direito Penal
Positivo, pois é imposto pelo Estado e você tem que seguir
independentemente da sua vontade.
 Direito Penal subjetivo: é o poder de punir do Estado.
 Direito Penal comum: é aquele que se aplica a todas as pessoas em geral.
Direito Penal especial: é aquele que se aplica a determinada classe de
pessoas, em razão de uma qualidade especial.
 Direito Penal adjetivo: é o conjunto de normas destinadas à aplicação do
Direito Penal substantivo.
 Direito Penal substantivo: é o conjunto de normas que estabelecem as
infrações e as sanções penais.

Fontes do Direito Penal:

 Fonte material ou de produção: é a produção da norma, onde o artigo 22 da


CF diz que cabe a União legislar sobre quase tudo, porém pode criar uma lei
complementar que dará a possibilidade de autorizar os Estados membros a
produzir legislações para seus assuntos.

 Fonte Formal ou de conhecimento: forma como o direito se exterioriza, meios


pelos quais se solidifica na nossa sociedade.
o Fonte formal imediata ou primária: é a Lei, pois a lei é o principal
instrumento de expressão do Direito penal.
o Forma formal mediata ou secundária: São os costumes e princípios
gerais do direito (instrumentos que nos auxilia na compreensão da lei.)

Daniel de Oliveira
Costumes: É algo que as pessoas em coletivo, repetem de maneira uniforme naquela região.

 Espécies de costumes:
o Contra legem: Contraria a lei, não são fontes do direito penal.
o Praeter legem (além da lei) / secondum legem (segundo a lei, conforme a lei):
são de acordo com a lei, pode ser utilizado no direito penal.

Princípios gerais do direito: São valores fundamentais que orientam o interprete no momento
de aplicar as normas jurídicas e na edição de tais.

Doutrinas: são as obras de pesquisadores do direito e pode ser utilizada como fonte imediata

Limitações das fontes formais secundarias ou mediatas:

 Principio da legalidade: não há crime se não estiver previsto em lei. Então limita os
costumes pois os costumes sozinhos não têm o poder de revogar a lei, também não
tem força para criar penas e crimes.

Infrações penais:

 crime (mais graves, ex.: homicídio, roubo)


 contravenção (menos graves, ex.: som alto, etc.)

Sanções:

 pena (aplicável apenas a imputáveis (maiores de 18 anos sem deficiência mental,


capazes.))
 Medida de segurança (Aplicáveis em inimputáveis (somente em portadores de
deficiência mental.))
o No caso de inimputáveis por deficiência mental, ele cumprirá essa medida de
segurança por tratamentos ambulatorial ou internação, e é preciso exames
médicos legais que comprovem seu estado.

Menores de 18 anos: inimputáveis

Até 12 anos incompletos: é considerado criança, então não comentem infrações penais, são
atuadas apenas pela medida protetiva (ECA). A medida protetiva tem o objetivo de avaliar e
observar a criança para o seu desenvolvimento não ser prejudicado.

12 completos até 18 incompletos: adolescentes, cometem apenas ato infracional, não sofrem
penas, apenas medida socioeducativa, podendo cumprir períodos privativos (Febem), porém
não podem correr riscos de vida para o adolescente, o objetivo da medida é educar o
adolescente. O tempo máximo permitido no caso de Febem é de 03 anos.

Daniel de Oliveira
Interpretação da Lei penal: O objetivo da atividade de interpretar a lei penal é buscar na lei o
seu significado e o seu alcance para promover a justiça de maneira mais efetiva.

Espécies de Interpretação:

 Quanto a origem:
o Autêntica ou legislativa:
 Poder posterior: Quando é criada uma nova lei para explicar uma lei
anterior.
 Contextual: Quando a explicação do conteúdo da lei está dentro da
própria lei
o Doutrinária: Realizada pelos pesquisadores do direito(doutrinador).
o Judicial: Interpretação feita pelos juízes e tribunais na análise do processo.
 Quanto aos meios empregados:
o Gramatical ou literal: É aquela interpretação que leva o sentido gramatical do
que está escrito, o sentido literal.
o Lógica ou sistêmica: É aquela analise que considera a interpretação como um
todo.
o Teleológica: Estuda a finalidade da lei para entender o seu alcance.
o Histórica: Busca entender a lei analisando o momento histórico em que a lei
foi criada ou editada.
 Quanto aos resultados:
o Declaratório: É quando eu não preciso ampliar e nem reduzir a interpretação
da lei, o texto já diz tudo.
o Restritiva: Quando o texto legal expressa mais do que o pretendido pelo
legislador, então o interprete reduz o alcance da lei, dando especificações.
o Extensiva: Quando o texto legal não expressa o suficiente, o pretendido pelo
legislador, então amplia o alcance da lei.

Interpretação analógica: Utiliza a interpretação analógica nos casos em que a lei traz uma
expressão genérica, que deve ser interpretada a partir de comparativos elencados no texto.

Integração da norma jurídica ou Analogia: É o mecanismo utilizado para preencher lacunas na


lei (empresta de outra lei para preencher a lacuna).

Espécies de analogia:

 In bonam partem: Quando beneficiar o réu. Pode empregar no direito penal


 In malam partem: Quando prejudica o réu. Não pode empregar no direito
penal.

Daniel de Oliveira
Eficácia da lei penal no tempo:

Vigência da lei: A partir do momento que ela passa a valer para todos.

 Vacatio Legis: período para as pessoas se acostumar com a lei, ou


suporte para tal, nesse período não está em vigência a lei. Em regra, 45
dias de sua publicação a lei entra em vigência, existem exceções,
quando a própria lei determinar o prazo para iniciar sua vigência.

Tempo do crime: Momento em que o crime foi praticado

Teorias:

 Teoria da atividade: Considera o tempo do crime no mento da


conduta (da ação ou omissão de algo), de grosso modo, no mento do
tiro.
 Teoria do resultado: Considera o tempo do crime no resultado.
Ex.: quando o infrator dar um tiro em alguém, o crime é praticado no
resultado de sua intenção, quando a pessoa morrer.
 Teoria Mista ou da ubiquidade: Nessa teoria, considera as duas teorias
anteriores, conforme a circunstância.

A Teoria adotada pelo código penal Brasileiro é a teoria da atividade .

O Conflito de leis penais: Ocorre em casos que o crime é praticado sob a vigência de uma lei
que foi posteriormente modificada por outra. Então nesse caso qual lei aplicar? Como regra,
aplicamos a lei vigente no tempo do crime, mas, possui uma exceção:

 Principio da retroatividade benéfica da lei penal: Quando aplica uma nova lei, a
vigente a um fato praticado antes da sua vigência, só aplicamos esse princípio em caso
de beneficiar o réu.

Como saber se uma lei pode ou não retroagir?

 Novatio Legis incriminadora: É quando a nova lei incrimina um comportamento, que


de acordo com a lei anterior (no momento que o crime foi praticado) esse
comportamento era licito, não é aplicada pois não beneficia o réu.
 Novatio Legis in Pejus: É uma nova lei que mantem a incriminação do comportamento
trazido pela lei anterior, mas agrava a situação do réu em algum aspecto, não é
aplicada pois não beneficia o réu.
 Novatio Legis in Mellius: É uma nova lei que mantem a incriminação do
comportamento, mas melhora a situação do réu em algum aspecto, ela retroage a lei
nova pois é benéfica ao réu.

Daniel de Oliveira
 Abolitio Criminis: É uma nova lei que descriminaliza um comportamento considerado
como crime na lei anterior, ela retroage a lei nova pois é benéfica ao réu.

Daniel de Oliveira

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