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Direito Penal

O direito penal tem a sua missão mediata que é o controle social e


a limitação do poder punitivo estatal, e a sua missão imediata que é
assegurar os bens jurídicos.
Categorias do direito penal
• Direito penal substantivo e adjetivo:
Substantivo: corresponde ao direito material, que cria as
figuras criminosas e contravencionais.
Adjetivo: é o que seria o direito processual, trata das normas
destinadas a instrumentalizar a atuação do Estado diante da
ocorrência de um crime.
• Direito penal objetivo e subjetivo:
Objetivo: é o conjunto de leis penais em vigor no país,
devendo observar a legalidade.
Subjetivo: (jus puniendi) refere-se ao direito de punir do
Estado, ou seja, a capacidade que o Estado tem de produzir e
fazer cumprir suas normas.
• Direito penal de emergência, promocional e simbólico:
Emergência: atendendo as demandas de criminalização cria
normas de repressão, afastando-se não rara as vezes do seu
importante caráter subsidiário e fragmentário, assumindo a
feição punitiva, ignorando as garantias do cidadão
Promocional: é quando o Estado atua visando objetivos
políticos, empregando leis penais como instrumento para
promoção de seus interesses.
Simbólico: é aquele que não reúne os meios necessários para
a sua aplicação.
• Direito penal de intervenção: esse no caso parte da premissa
de que o direito penal não deve ser alargado, mas utilizado
apenas na proteção de bens jurídicos individuais (vida,
integridade física, liberdade individual, honra, propriedade
etc.) e daqueles que causem perigo concreto.
• Direito penal como produção de contextos da vida em
sociedade: é formulado por Gunther Stratenwerth, na qual
esse deve-se relegar ao segundo plano a proteção dos
interesses estritamente individuais, dando enfoque máximo a
proteção dos interesses difusos, da coletividade, protegendo
as futuras gerações.
• Direito penal garantista: estabelece critérios de racionalidade
e civilidade a intervenção penal, deslegitimando normas ou
formas de controle social que sobreponham aos direitos e
garantias individuais. Assim o garantismo exerce a função de
estabelecer o objetivo e os limites de atuação do direito penal.

Transação penal: envolve crimes de menor potencial ofensivo,


pena máxima não superior a 2 anos. É um instituto pré-
processual, concedido antes do processo ser iniciado. Não
pressupõe confissão ou reconhecimento de culpa por parte do
autor dos fatos. (medida despenalizadora que se aceita e
cumprida, evita o oferecimento da denuncia ou queixa-crime)
Suspenção condicional do processo: envolve crimes de médio
potencial ofensivo. Pena mínima não superior a 1 ano. É instituto
processual concedido após o processo ser iniciado. Não
pressupõe confissão ou reconhecimento de culpa do acusado.
(se aceita e cumprida evitam sentença, extinguindo o direito de
punir do Estado)
Colaboração premiada: abrange crimes envolvendo
organizações criminosas. Pode ser concedida de forma pré-
processual e até mesmo na fase de execução penal. Pressupõe
confissão e reconhecimento de culpa por parte do colaborador.
(sua colaboração em troca de um prêmio, que pode ser o perdão
judicial, redução de pena, ou excepcionalmente o arquivamento
da investigação pelo MP)
Acordo de não persecução penal: envolve crimes sem violência
ou grave ameaça. Pena mínima inferior a 4 anos. São excluídos
os crimes praticados no âmbito da violência doméstica ou
familiar, ou praticados contra mulher por razão da sua condição
de sexo feminino, em favor do agressor. É instituto pré-
processual concedido antes do ser iniciado, pressupõe confissão
do investigado. (se aceito evitam o oferecimento da denúncia,
extinguindo a punibilidade)
Velocidades do direito penal:
1. Penas privativas de liberdade, garantista, e com uma
atuação mais demorada.
2. Penas alternativa, flexibilizada, tende a ser mais célere.
3. Penas privativas de liberdade, flexibilizando para situações
atípicas, permitindo assim ser mais célere.

Fonte material é a fonte de produção da norma. A fonte do direito


penal é a União art.22,I CF/88
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial,
penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre


questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

Fonte formal é o instrumento de exteriorização do direito penal, o


modo como as regras são reveladas.

As fontes formais se classificam em:

• Imediata: a lei é a única fonte formal imediata do direito penal.


• Mediata: abrange os costumes e os princípios gerais do
direito.

Características e classificação da lei penal

Características:

• Exclusividade: somente a lei define infrações, crimes e


contravenções e comina sansões penais, pena e medida de
segurança.
• Imperatividade: a lei é imposta a todos, independente da
vontade.
• Generalidade: todos devem acatar a lei penal, mesmos os
inimputáveis, vez que passiveis de medidas de segurança.
• Impessoalidade: dirige-se abstratamente aos fatos futuros e
não a pessoa, sendo assim imposto a todos indistintamente.

Classificação:

• lei penal incriminadora: define as infrações penais e


comina sansões que lhes são inerentes
• lei penal não incriminadora: também chamada de lei penal
em sentido amplo. Não tem a finalidade de criar condutas
puníveis nem cominar sansões a elas relativas,
subdividindo em: justificante, permissiva e exculpante
justificante: a lei penal não incriminadora que torna licita
determinadas condutas que normalmente sofreriam
reprimenda estatal, ex: legitima defesa art.25 CP

permissiva exculpante: se verifica quando elimina a


culpabilidade.

Norma explicativa ou interpelativa: se destinam a


esclarecer o conteúdo da norma.

Obs: será complementar a lei penal não incriminadora que


tem a função de delimitar a aplicação das leis
incriminadoras.

A lei penal por extensão ou integrativa: é aquela utilizada


para viabilizar a tipicidade de alguns fatos.

Formas de interpretação:

Quanto ao sujeito que a interpreta ou quanto a origem, a


interpretação podem ser autênticas ou legislativas, doutrinaria ou
cientifica e jurisprudencial.

• Autêntica: é aquela fornecida pela própria lei.


• Doutrinaria: é a interpretação feita pelos estudiosos, pelos
jurisconsultos. Não se trata de interpretação de observância
obrigatória.
• Jurisprudencial: corresponde ao significado dado as leis pelos
tribunais, à medida que lhes é exigida a análise do caso
concreto. Podendo adquirir o caráter vinculante (art. 103-a,
CF/88, incluído pela EC nº45/2004)

Os modos que a lei pode ser interpretada são: gramatical,


teleológica, histórica, sistemática, progressiva e lógica.

• Gramatical: é a interpretação que considera o sentido literal


da palavra, correspondente a sua etimologia.
• Teleológica: trata-se, portanto, de um método de
interpretação guiado pela finalidade da norma, que visa
alinhar os princípios de justiça e do bem comum as
necessidades que o dispositivo legal busca atender, LINDB
art.5
• Histórica: é aquela que indaga a origem da lei,
identificando os fundamentos da sua criação.
• Sistemática: é a interpretação da lei em conjunto com a
legislação que integra o sistema do qual faz parte, bem
como os princípio gerais de direito.
• Progressiva: representa a busca do significado legal de
acordo com o progresso da ciência.
• Lógica: se baseia na razão, utilizando métodos dedutivos,
indutivos e da dialética para encontrar o sentido da lei.

Quanto ao resultado: declarativa, restritiva e extensiva:

• Declarativa: é aquela em que a letra da lei corresponde


exatamente aquilo que o legislador quis dizer.
• Restritiva: é a interpretação que reduz o alcance das palavras
da lei para que corresponda a vontade do texto.
• Extensiva: amplia-se o alcance das palavras da lei para que
corresponda a vontade do texto.

Interpretação da lei penal (Analogia)

A analogia consiste no complexo meios dos quais de vale o


intérprete para suprimir lacunas no direito positivo, e integrá-lo com
elementos buscados no próprio direito. A doutrina é uníssona ao
permitir que este recurso desde que estejam presentes os
requisitos:

1. Certeza de que sua aplicação será favorável ao réu (in bonam


partem)
2. Existência de uma efetiva lacuna legal a ser preenchida.

A analogia pode ser classificada em analogia legis ou legal, e


analogia iures ou jurídica.

• Analogia legis: é caracterizada pela utilização de outra


disposição normativa para integrar a lacuna existente no
ordenamento jurídico.
• Analogia iures: se caracteriza pelo emprego de um principio
geral do direito para regular um caso semelhante, também
diante da inexistência de norma aplicável dentro do
ordenamento jurídico.

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