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Introdução

Compreende-se que a expressão fontes do direito é usada com diversos significados. Assim,
uma perspectiva histórica diz-se que a revolução francesa foi a fonte do Direito napoleônico ou que o
Direito romano é uma fonte do Direito ocidental poder-se-á ainda dizer que a Assembleia da República
foi a fonte de determinados regimes jurídicos, querendo com isso significar que foi o órgão que
legislou. Para a ciência do Direito o significado relevante da expressão fonte do Direito é o sentido
técnico jurídico da expressão, ou seja, o modo de formação e revelação das normas jurídicas ou nas
palavras de Oliveira Ascenção “ a manifestação ou fenômeno social que tem o sentido de conter uma
norma jurídica. As fontes históricas do direito indicam a gêneses das modernas instruções jurídicas:
épocas, locais, as razões que determinaram a sua formação. A pesquisa pode limitar-se aos
antecedentes históricos mais recentes ou se aprofundar no passado, na busca das concepções originas.

 Objectivo geral: connhecer as principais fontes do direito.


 Objetivos especificos: identificar as principais fontes do direito : compreender a classificacao
das principais fontes do direito.

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A origem eo conceito das classificações das fontes

As doutrinas jurídicas não se apresentam uniforme quanto ao estudo das fontes do direito. Entre
os doutrinadores do direito nao ha uma grande diversidade de opiniões quanto ao tema, principalmente
quanto ao elenco das fontes. Fonte provém do latim que significa nascente de agua. Distinguimos três
espécies de fontes de direito: históricos, matérias e formais.

1. Fontes históricas: apesar de o direito ser um produto em constante transformação, contém


muitas ideias permanentes, que se conservam presentes na ordem jurídica. A evolução dos
costumes e o progresso induzem o legislador a criar novas formas de aplicação para esses
princípios. As fontes historicas do Direito indicam a geneses das modernas instituicoes
juridicas: a epoca, locais, as rawoes que determinaram a sua formacao. A pesquisa pode limitar-
se aos antecedentes historicos mais recentes ou se aprofundar no passado,na busca das
concepcoes originais. Esta ordem de estudo é significativa não apenas para memorização do
Direito mas também para melhor compreensão dos quadros normativos atuais.

2. Fontes matériais: por fontes matériais ou genéticas entendemos os factores que criam o direito
(executivo, judiciário, legislativo, etc.), dando origem aos dispositivos validos. São fontes
matérias todas as autoridades, pessoa, grupos, e situações que influenciam a criação do direito
em determinada sociedade. O Direito não é um produto arbitrário da vontade do legislador, mas
uma criação que se lastreia no querer social. E a sociedade, como dentro de relações de vida
como sede de acontecimentos que envolvem o homem, quem fornece ao legislador os
elementos necessários a formação dos estudos jurídicos. Como causa produtora do direito, as
fontes materiais são constituídas pelos factos sociais, pelos problemas que na sociedade e que
são condicionados pelos chamados factores do Direito, como a Moral, a Econômica, a
Geográfica, etc,
 Diretas: são representadas pelos órgãos elaboradores do Direito Positivo, como a
sociedade que cria o Direito conconsuetudinario, o Poder Legislativo, que constrói as leis
e o Judiciário que produz a jurisprudência.
 Indiretas: são identificadas com os factores jurídicos.

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3. Fontes formais: o Direito Positivo apresenta-se aos seus destinatários por diversas formas de
expressão, notadamente pela lei e costume. Fontes formais são os meios de expressão do Direito,
as formas pelas quais as normas jurídicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas para que um
processo jurídico constitua fonte formal é necessário que o poder de criar o Direito. Criar o
Direito significa introduzir no ordenamento jurídico novas normas jurídicas. Os órgãos que
possuem a capacidade para criar regras de condutas sócias? O elenco das fontes formais varia de
acordo com os sistemas jurídicos e também em razão das diferentes fases históricas.

 Fontes formais (escritas)


1. Lei: e a forma moderna de produção do Direito Positivo. E ato do Poder Legislativo, que
estabelece normas de acordo com os interesses sócias. Não constitui como outrora, a expressão
de uma vontade individual, pois traduz as aspirações coletiva. Apesar de uma elaboração
intelectual que exige técnica especifica, não tem por base os artifícios da razão, pois se estrutura
na realidade social. A sua fonte material é representada pelos próprios factos e valores que a
sociedade oferece.
Factores da crise do Direito escrito: a) o deeretismo, isto é, excesso de leis; b) vícios do
parlamentarismo, de vez que o legislativo se perde em discussões inúteis, sem atender às
exigências dos tempos modernos.

Classificações das leis

a) Lei em sentido amplo - em sentido amplo, emprega-se o vocabulario lei para


indicar o jusscriptum. É uma referência genérica que atinge a lei própriamente, a
medida provisória e ao decreto.
b) Lei em sentido estrito - neste sentido, lei é o preceito comum e obrigatório,
emanado do Poder Legislativo, no âmbito de sua competencia.
c) Lei subistantiva e lei adjetiva - lei substantiva ou material é aquela que reúne
normas de conduta social que definem os direito e deveres das pessoas, em suas
relações de vida. As leis relativas ao Direito Civil, Penal, Comercial, normalmente
são dessa natureza. Lei adjetiva ou formal conciste em um agrupamento de regras

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que definem os procedimentos a serem cumpridos no andamento das questões
forense.

Exemplo: leis sobre Direito Processual Civil, Direito Processual Penal. As leis que reúnem
normas substantivas e adjetivas são denomindas institutos unos. Ex: Lei de Falencias. A Lei
substantiva é, naturalmente, a lei principal, que deve ser conhecida por todos, enquanto a adjetiva
é de natureza apenas instrumental e o seu conhecimento é necessário somente aqueles que
participam nas ações judicias: advogados, juízes, promotores.

Sanção, coerção e coação da lei

 Sanção: É o ato de punir por uma norma infringida, quem não obedece ao comando primário
das normas jurídicas. Sanção jurídica uma consequência jurídica estatuída numa norma que se
impõe a quem infringir determinada regra. É uma consequência desfavorável normativamente
prevista para o caso de violação de uma regra, e pela qual se reforça a imperatividade desta.
 Coerção: É o efeito psicológico da sanção e que tem função preventiva. Age sobre o
destinatário como um aviso: se ele não cumprir a norma jurídica, poderá sofrer os efeitos
concretos da sanção. Coerção é o ato de induzir, pressionar ou compelir alguém a fazer algo
pela força, intimidação ou ameaça.
 Coação: o último estágio da aplicação da sanção: é a sua aplicação forçada, contra a vontade do
agente que descumpriu a norma. A coerção e a coação estão diretamente ligadas com a sanção,
pois, ambas visam, no seu interim, a punição, a aplicação de uma pena para quem descumpre
“ordens”.

Quanto à hierarquia

I. Constituição: conjunto de normas (regras e princípios) supremas do ordenamento jurídico de


um país. A Constituição limita o poder, organiza o Estado e define direitos e garantias
fundamentais.
II. Leis Infraconstitucionais: tecnicamente não há hierarquia entre as leis infraconstitucionais, o
que as diferem é o órgão competente para sua edição e o quórum necessário para sua aprovação.

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São elas: leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, decretos-leis, medidas
provisórias, decretos legislativos, resoluções do poder legislativo.
a) Lei complementar: é uma lei que tem como propósito complementar, explicar, adicionar
algo à constituição. A lei complementar diferencia-se da lei ordinária desde o quorum para
sua formação. A lei complementar como o próprio nome diz tem o propósito de
complementar.
b) Lei ordinária: o seu campo material é alcançado por exclusão, se a Constituição não exige
a elaboração de lei complementar então a lei competente para tratar daquela matéria é a lei
ordinária.
c) Medida provisória: a (MP) é adotada pelo Presidente da República, mediante ato
unipessoal, somente em caso de urgência e relevância, sem a participação do Poder
Legislativo, que somente será chamado a discuti-la em momento posterior. A medida
provisória, assim, embora tenha força de lei, não é verdadeiramente uma lei, no sentido
técnico estrito deste termo, visto que não existiu processo legislativo prévio à sua
formação.
d) Decreto: Um decreto é uma ordem emanada de uma autoridade superior ou órgão (civil,
militar, leigo ou eclesiástico) que determina o cumprimento de uma resolução. No sistema
jurídico brasileiro, os decretos são atos administrativos da competência dos chefes dos
poderes executivos (presidente, governadores e prefeitos). Decreto é a forma de que se
revestem do atos individuais ou gerais, emanados do Chefe do Poder executivo Presidente
da República, Governador e Prefeito.
e) Decreto legislativo: é a norma jurídica que vem abaixo das emendas a Constituição, leis
complementares, leis ordinárias e medidas provisórias.
f) Decretos Regulamentares: Na verdade não são leis no sentido estrito da palavra, mas sim
atos do Poder Executivo, com a finalidade de prover situações previstas na lei em sentido
técnico, para explicitá-la e dar-lhe execução.
g) Normas Internas: Assim como os decretos regulamentares também não são leis no
sentido estrito da palavra, mas têm por finalidade disciplinar situações específicas,
notadamente na Administração Público. Ex. Despachos, Estatutos, Regimentos internos.

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2. Jurisprudência: a jurisprudencia consiste na aplicacao de um criterio normativo de um juiz a
outros casos semelhantes. Ja vimos que a jurisprudencia tem a maior importancia nalguns
sistemas juridicos, por exemplo, e em especial no sistema anglo-saxonico. Nestes sistemas os
tribunais estao vinculados aos criterios de decisao adoptadas pelos tribunais superiores,
constrituindo a sedimentacao das decisoes judiciais uma importante formas de criacao de
normas juridicas
3. Doutrina: A Doutrina consiste na exposição, explicação e sistematização do Direito,
consubstanciada nas manifestações dos estudiosos, jurisperitos ou jurisconsultos, através de
tratados, livros didáticos, monografias, conferências, etc. A doutrina é resultado do estudo que
pensadores juristas e filósofos do direito É por meio da doutrina que os conceitos operacionais
do Direito são elaborados.

A doutrina, mediante seus argumentos de autoridade, está também vinculada à dogmática (norma)
jurídica. A prática reiterada de juristas a respeito de determinado assunto, gera interpretação da lei e a
possibilidade de conceitos operacionais pode influenciar um ordenamento jurídico, assim como
também preencher lacunas, auxiliando os intérpretes aplicadores na confecção de suas sentenças, desde
que sob beneplácito dos tribunais.

 Fontes não escrita

1. Costume: Assim como a lei, também o costume é importante fonte do Direito e, dependendo de
se considerar este ou aquele Estado, este ou aquele momento histórico, poderá uma dessas fontes ser
preponderante em relação à outra. Não há negar, contudo, a precedência histórica do costume, a mais
espontânea fonte do Direito e, de certa forma, também a mais normal, consubstanciada nessas normas
de conduta, oriundas dos usos e costumes, em decorrência da necessidade de regulamentação da
convivência humana em sociedade.

O costume consiste, portanto, na prática de uma determinada forma de conduta, repetida de maneira
uniforme e constante pelos membros da comunidade. A Doutrina costuma exigir a concorrência de dois
elementos para a caracterização do costume jurídico, o elemento objetivo e o elemento subjetivo. O
elemento objetivo ou material do costume corresponde à prática, inveterada e universal, de uma
determinada forma de conduta.

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O elemento subjetivo ou espiritual consiste no consenso, na convicção da necessidade social
daquela prática. Em nossa sistemática, o costume é colocado em posição secundária, conforme decorre
das disposições da Lei de Introdução ao Código Civil, que determina que “Quando a lei for omissa, o
juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito."

2. Analogia: Alguns doutrinadores como, por exemplo, Pablo Stolze Gagliano, admitem que a
analogia, os princípios gerais de direito e a eqüidade, também possa ser considerada fonte,
apesar de constar como meio de integração das lacunas (espaços) da lei. Usar a analogia
significa aplicar ao caso em concreto uma solução já aplicada a um caso semelhante (um caso
que possui mais semelhanças do que divergências).

3. Princípios gerais de direito: São postulados que procuram fundamentarem todo o sistema
jurídico, não tendo necessariamente uma correspondência positivada equivalente. São ideias
jurídicas gerais que sustentam, dão base ao ordenamento jurídico e não necessariamente
precisam estar escritos para serem válidos.

4. Equidade: Na concepção aristotélica equidade significa justiça do caso concreto. É a


possibilidade do juiz de julgar de acordo com seus ditames. Ë faculdade que o magistrado
possui de valer-se de seus próprios critérios de justiça, não estando vinculado a métodos de
concepção e interpretação préestabelecidos. É certo que o julgador deve sempre aplicar
humanamente o direito, e decidir dentro dos limites da norma. Entretanto, apesar desta atitude
também demonstrar uma forma de equidade, utilizamos o termo no direito de forma mais
restrita, com o sentido de que o julgador utiliza-se de tal instituto quando se desapega à norma,
e julga de acordo com a sua razão, com a sua consciência, com aquilo que ele entende ser justo
(este tipo de equidade possui aplicação limitada pelo direito. O ordenamento somente admite
sua utilização quando expressamente autorizado em lei.

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Conclusão

Concluimos que a fonte direito positivo nasce, evolui e morre. Isto envolve o problema das
fontes do direito problema que em termos aproximado se pode enunciar assim: de onde vem o direito
objectivo, como se forma, como surge.

Esta enunciacao no entanto, tem o seu que de equivoco. O problema das fontes do direito não
deve confundir-se, nem com a questao filosofica do fundamento da sua obrigatoriedade nem com a
questao sociololgica das suas causas geneticas.

Contudo concluimos que as principais fontes do direito são fontes historicas, materiais e
formais.

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Referencias Bibliograficas

RIBEIRO (manuel de Almeida), Introducao ao Direito para as Ciencias Sociais – Reimpressao


(Dezembro de 2006)

TELLES (Inocencio Galvao), Introducao ao Estudo do Direito – Volume I, 11.a Edicao Reimpressao.

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