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Artigo 1.º
Fontes imediatas
1. São fontes imediatas do direito as leis e as normas corporativas.
2. Consideram-se leis todas as disposições genéricas provindas dos
órgãos estaduais competentes; são normas corporativas as regras dita-
das pelos organismos representativos das diferentes categorias morais,
culturais, económicas ou profissionais, no domínio das suas atribui-
ções, bem como os respectivos estatutos e regulamentos internos.
3. As normas corporativas não podem contrariar as disposições le-
gais de carácter imperativo.
4. A lei
Artigo 5.º
Começo da vigência da lei
1. A lei só se torna obrigatória depois de publicada no jornal oficial.
2. Entre a publicação e a vigência da lei decorrerá o tempo que a
própria lei fixar ou, na falta de fixação, o que for determinado em legis-
lação especial.
As leis têm uma vida limitada pela entrada em vigor e pela cessa-
ção da vigência. Sobre a entrada em vigor nada mais há a acrescentar.
Sobre a cessação da vigência é fenómeno de fácil observação leis que se
sucedem umas às outras, revogando as mais antigas, para, mais tarde,
serem elas também revogadas por outras mais recentes. O art.º 7.º do
Código Civil preceitua, da seguinte maneira, a cessação da vigência da
lei:
Artigo 7.º
Cessação da vigência da lei
1. Quando se não destine a ter vigência temporária, a lei só deixa
de vigorar se for revogada por outra lei.
2. A revogação pode resultar de declaração expressa, da incompati-
bilidade entre as novas disposições e as regras precedentes ou da cir-
cunstância de a nova lei regular toda a matéria da lei anterior.
3. A lei geral não revoga a lei especial, excepto se outra for a inten-
ção inequívoca do legislador.
4. A revogação da lei revogatória não importa o renascimento da lei
que esta revogara.
Quando a lei foi criada para vigorar só enquanto durar uma deter-
minada situação (uma guerra, uma epidemia, etc.).
2. Por revogação quando surge uma nova lei que vem substituir
uma anterior. Pode ser:
Artigo 10.º
Integração das lacunas da lei
1. Os casos que a lei não preveja são regulados segundo a norma
aplicável aos casos análogos.
2. Há analogia sempre que no caso omisso procedam as razões jus-
tificativas da regulamentação do caso previsto na lei.
3. Na falta de caso análogo, a situação é resolvida segundo a norma
que o próprio intérprete criaria, se houvesse de legislar dentro do espíri-
to do sistema.
1.ª Situação:
Suponhamos que o senhor A comete, em 1 de Setembro de 2002,
um delito grave, punível, na altura, com prisão até 6 meses. Antes do
julgamento, em Julho de 2003, a lei é modificada, deixando o facto de
ser considerado criminoso. Em Fevereiro de 2004, também por hipóte-
se, surgiu uma nova lei considerando de novo o acto punível, mas agora
com multa até 750 Euros. A pergunta que se coloca é esta: qual das
três leis deverá efectivamente aplicar-se ao senhor A?
2.ª Situação:
O senhor B, que é casado, morre sem testamento. Suponhamos
que, nos termos da lei em vigor, a herança cabe não à mulher ou filhos,
mas sim aos irmãos do falecido. No próprio dia em que a herança iria
passar legalmente para as suas mãos, surge uma nova lei que manda
atribuir a herança ao cônjuge sobrevivo. Pergunta: a quem caberá, efec-
tivamente, a herança do senhor B?
5. O costume
Artigo 3.º
Valor jurídico dos usos
1. Os usos que não forem contrários aos princípios da boa fé são
juridicamente atendíveis quando a lei o determine.
2. As normas corporativas prevalecem sobre os usos.
Artigo 348.º
Direito consuetudinário, local ou estrangeiro
1. Àquele que invocar direito consuetudinário, local ou estrangeiro,
compete fazer a prova da sua existência e conteúdo; mas o tribunal de-
ve procurar, oficiosamente, obter o respectivo conhecimento.
2. O conhecimento oficioso incumbe também ao tribunal, sempre
que este tenha de decidir com base no direito consuetudinário, local ou
estrangeiro, e nenhuma das partes o tenha invocado, ou a parte contrá-
ria tenha reconhecido a sua existência e conteúdo ou não haja deduzido
oposição.
3. Na impossibilidade de determinar o conteúdo do direito aplicá-
vel, o tribunal recorrerá às regras do direito comum português.
6. A jurisprudência
7. A doutrina
8. Os tratados internacionais
Artigo 8.º
Direito internacional
1. As normas e os princípios de direito internacional geral ou co-
mum fazem parte integrante do direito português.
2. As normas constantes de convenções internacionais regularmen-
te ratificadas ou aprovadas vigoram na ordem interna após a sua publi-
cação oficial e enquanto vincularem internacionalmente o Estado portu-
guês.
3. As normas emanadas dos órgãos competentes das organizações
internacionais de que Portugal seja parte vigoram directamente na or-
dem interna, desde que tal se encontre estabelecido nos respectivos tra-
tados constitutivos.
4. As disposições dos tratados que regem a União Europeia e as
normas emanadas das suas instituições, no exercício das respectivas
competências, são aplicáveis na ordem interna, nos termos definidos
pelo direito da União, com respeito pelos princípios fundamentais do
Estado de direito democrático.