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06.04.

2023

MMXXlII

Introdução ao Estudo do Direito

Direito Objetivo e Direitos Subjetivos

É importante relevar que, quando se fala de Direito objetivo, tem-se presente ao "corpo"
normativo, constituído por um conjunto de normas jurídicas e princípios jurídicos que
disciplinam um determinado sector das relações sociais.
Ex: O Direito da família; o Direito Constitucional, o direito das sucessões; Direito do Trabalho;
Direito, Administrativo; Direito fiscal etc. etc.
O Direito objetivo, é a norma de agir, é a regra de conduta. É objetivo porque está acima dos
indivíduos que governa.

Já o direito subjetivo > é um direito, uma faculdade ou poder reconhecido pela ordem
jurídica. Ou seja pelo Direito objetivo 'a um determinado sujeito.
Diz-se subjetivo porque se insere nele como uma sua prerrogativa.
É o poder de cada um tem de agir ou exigir um comportamento de outrém outrém.
Ex.1: a livre expressão do pensamento, é um poder de actuar, o direito a greve, o direito ao
voto.
Ex 2: O direito à educação, o direito a saúde, são poderes de exigir da administração pública
actuações. Desde a criação e manutenção de escolas públicas até a construção e
funcionamento de hospitais e centros de saúde pública.
Trata-se de direitos das pessoas

Os direitos subjetivos classificam-se em disponíveis e indisponíveis.


Os direitos subjetivos disponíveis > São aqueles direitos que se podem desligar do seu titular.
Ex: direito de propriedade ( Art. 37 CRA)
Venda de um imóvel.
Os direitos subjetivos indisponíveis > são aqueles que não podem ser dissociados do seu
titular, por serem direitos intransmissíveis.
Ex: direito na vida; voto; ao bom nome; a honra. Portanto todos os direitos de personalidade.
Entre o Direito objetivo e o direito subjetivo, existem ligações, já que é o Direito objetivo que,
modifica e extingui o direito subjetivo. Portanto o Direito objetivo antecede o direito subjetivo.
06.04.2023

Introdução ao Estudo do Direito

As Fontes do Direito

As regras do Direito Positivo qualquer que seja o fundamento filosófico da sua legitimidade e a
origem causal ou genética do seu conteúdo, nascem de uma actividade criadora e toma uma
expressão sensível através da qual podem ser conhecidas por aqueles que têm de as aplicar
de lhe obedecer.
Ora chama-se fontes de Direito em sentido técnico-juridico o processo de criação das normas
jurídicas e o modo como se elas se revelam.

A actividade de elaboração das normas constitui fonte de Direito em sentido técnico. O texto
(lei) no qual a actividade se concretiza também é fonte de Direito.

Assim temos as fonte iuris essendi - actividade: preparação da lei, apresentação ( projeto,
proposta de lei) , discussão, aprovação, promulgação.

Fonte iuris cognoscendi - texto no qual se consulta o Direito: República, Códigos, Leis.

As fontes do direito são classificsfas em fontes imediatas e fontes mediatas.


As fontes imediatas, são aquelas das quais surgem diretamente regras de conduta. E são a Lei
e as normas corporativas.
E as fontes mediatas, não são fontes direta do direito. São aquelas aquelas que auxiliam na
criação das normas. E são o costume, jurisprudência e o Costume.

1-° Lei: é um texto, acto normativo de uma ou mais regras emanadas com a observância das
formas estabelecidas por uma autoridade competente, para pautar critérios de solução de
casos concretos.

Em sentido material, a lei é o acto legislativo com conteúdo normativo. Toda expressão de
uma regra jurídica, independentemente do órgão do qual emana. (Ex. Desde a Constituição
aos Regulamentos).

Em sentido formal, é atividade exercida por um determinado órgão ou determinados órgãos


especificamente qualificados segundo formas solenes estabelecidas pela Constituição.
06.04.2023

Características da Lei:
Generalidade abstração
A generalidade está presente quando a lei possui destinatários indeterminados e
indeterminaveis. . Ao passo que a abstração está configurada quando a lei disciplina
abstractamente as situações que estão no seu comando normativo.

Elaboração da Lei.
(Fases)

✓ Formação da lei
✓ Promulgação
✓ Publicação
✓ Entrada em vigor.

_ Formacão da lei: a lei começa por um Projeto ou Proposta apresentados 'a Assembleia
Nacional, pelos deputados, grupos parlamentares ou pelo Presidente da República.
Trata-se da iniciativa legislativa. (Art. 167 CRA).
Trata-se da elaboração de um texto, debatido na generalidade e especialidade, votação e
aprovação.

_ Promulgação: acto pelo qual o Presidente da República atesta solenemente a existência da


lei e ordena que ela seja cumprida, no pressuposto de que esta foi regularmente aprovada nos
termos constitucionais. Com a promulgação, o Chefe do Estado dá ordem para que os
cidadãos a cumpram.

_ Publicação: é o meio de levar a lei ao conhecimento geral dos indivíduos. ( Diário da


República)
A lei antes de ser publicada, tem existência jurídica, mas não um valor prático.

_ Entrada em Vigor: Uma vez publicada no Diário da República, decorre sobre essa
publicação o tempo necessário que se chama " vacatio legis" ( Art. 5 cc) para que a lei seja
conhecida e estudada.

As normas corporativas ( fonte imediata): São regras ditadas pelos organismos


representativos das diferentes categorias, morais, culturais, económicas ou profissionais, no
domínio das suas atribuições, bem como os respectivos estatutos e regulamentos internos.

2° Costume como fonte do Direito

É a regra social, derivada da prática reiterada e prolongada, o que resulta numa convicção de
obrigatoriedade de acordo com a sociedade e a cultura em particular.

>> Requisitos do costume: são dois fundamentalmente:


06.04.2023

1° O uso - é a observância habitual de certa conduta. Constitui o elemento material do


costume, é a ação externa deve ser geral e racional.

2° A consciência da sua obrigatoriedade jurídica. Trata-se do elemento espiritual,


psicológico. A convocação de que a observância corresponde 'a uma exigência juridica,
obedecendo a um imperativo de justiça. A ideia que se generaliza na consciência dos homens
converte o uso em costume, dando-lhe o vinho de fonte de Direito.

Tipos de costume

Existem três tipos de costumes.


- O costume secundum legem. Que concide com a lei, nada lhe acrescentando, mas
antes a confirmação na convivência social que se consubstancia. ( Art. 7 CRA)
- Contra legem . Costume contrário à lei. O qual não encontra um acolhimento na ordem
jurídica angolana.
- Costume praeter legem. Vai além da lei apresentado regras em aspectos que não foram
trocados pelas normas legais, alargando o campo da juridicidade.

3° Jurisprudência: Conjunto de decisões dos tribunais da mesma instância ou do Tribunal


Supremo ou Constitucional proferidas num mesma sentido sobre uma dada questão jurídica.

4° Doutrina: pareceres dos jurisconsultos relativamente à temáticas de natureza jurídica.

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