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Estudo

Orientado
De
Direito
Privado
Módulo 1 - Hermenêutica e interpretação
Hermenêutica é a arte da interpretação, é a ciência da interpretação.
Interpretação classifica-se quanto a espécie, métodos e efeitos.
Hermenêutica Jurídica: Interpreta a lei, aplica e integra o direito.

As normas são feitas de maneira geral e abstrata, para que diversos casos se
encaixem com elas. Nisso podemos fazer com que profissional do direito integre a
norma jurídica em um fato real usando a hermenêutica.

A) Norma jurídica: toda norma pode ser objeto de interpretação;


B) Sentido da norma: conhecer o significado das palavras e descobrir sua finalidade;
C) Alcance da norma: conhecer os fatos sociais e circunstâncias nas quais a norma
tem aplicação.

Espécies de Interpretação
Legal: a que se opera através de outra lei. (a legal também pode se chamar
autêntica);
Judicial: aquela feita através de decisões judiciais. (Sentenças, Acórdãos);
Administrativa: dada pelos órgãos de administração pública. (decisões, despachos);
Doutrinária: realizada por doutrinadores e juristas.

Métodos de Interpretação
Literal: toma por base, apenas o significado e alcance restrita do que está escrito na
lei. (A literal também pode se chamar gramatical)
Lógico-Sistemático: busca descobrir o sentido e o alcance da norma, a partir da
análise do conjunto do sistema jurídico.
Histórico: usa-se questões e contextos históricos.
Teleológico: busca a finalidade e a adaptação da norma em contextos sociais
atuais. (Também pode ser chamada de Finalístico ou Sociológico).

Efeitos da Interpretação
Extensiva: tem o alcance da norma mais amplo. Como se ele desse uma “grande
volta” para falar algo;
Restritiva: restringe o sentido da norma, usa apenas o “literal”;
Declarativa: quando as palavras expressam na medida da exata a respeito da lei.

Hermenêutica e Interpretação Integrada


Interpretação Integrada tem o sentido de tentar fazer as normas atenderem, ao
máximo possível, as estimações ligadas a valores efetivamente consideradas
legítimas pelo homem e pela sociedade, ou seja, dar ao ordenamento jurídico
condições plenas de responder às inquietudes e necessidades do homem, em cada
tempo.

Módulo 2 – Fontes do direito


As fontes do direito trata-se de sua origem, sua raiz, de onde se cria (material) e
como se aplica (formal). Juridicamente, indica o modo, as formas e os meios pelos
quais o direito se revela.

Fonte Material: se refere a matéria. Tem a ver com fatos que acontecem no meio
social. Quando uma lei vai ser criada, ela deve ter como referência os
acontecimentos daquela sociedade, influenciando na criação das normas jurídicas.

Fonte Formal: são um meio de exteriorizar o direito. É como o direito se torna


“palpável”.

Fonte Direta: são aquelas que de alguma forma emanam do poder público. (Lei,
jurisprudência).

Fonte Indireta: São aquelas que não emanam do poder público. (Costumes,
doutrinas).
Fonte Contratual: deriva de contratos, pode ser entre duas pessoas físicas,
jurídicas, empresas, etc.

Lei: é um preceito jurídico escrito, emanado do legislador, de caráter geral e


obrigatório. Dentro do meio das leis, existe uma hierarquia.

Sistema Piramidal
Imagine que nessa pirâmide, tenha quatro andares. Em cima, fica a Constituição
Federal, logo em baixo, temos os tratados internacionais de direitos fundamentais,
logos abaixo temos as leis ordinárias e complementares, e por fim, na parte mais
baixa da pirâmide, temos os regulamentos, decretos, portarias etc.

Lei complementar e Lei Ordinária


A Lei Complementar tem expressa previsão na Constituição Federal, e seu Quórum
é a maioria absoluta de 50% + 1 de TODOS os parlamentares.

A Lei Ordinária tem competência residual, e seu Quórum é a maioria simples de


50% + 1 dos presentes na seção.

Decretos e Regulamentos: São Conferidos pela Constituição Federal, ao poder


EXECUTIVO para emitir atos normativos, gerais e abstratos.

Portaria: acesso interno, ato administrativo. Instruções sobre a aplicação de leis ou


regulamentos.

Produção Internacional: emanadas entre Estados ou Entidade internacionais; devem


se submeter ao processo de ratificação pelo Congresso Nacional.

Usos e Costumes: “regras”, usos, considerados obrigatórios sem que o poder


público tenha estabelecido. (Exemplos: ficar cuidando da vida dos outros, é
considerado “errado” pela sociedade, porém não tem nenhuma lei que o impeça de
fazer isso).

Doutrina: seria a visão ou as visões e um ou de vários autores sobre determinado


assunto na área jurídica.
Jurisprudência: Histórico de decisões de tribunais sobre determinado assunto.

Analogia: método de interpretação das lacunas da lei, através da comparação de


casos diferentes, porém semelhantes.

Princípios gerais do direito


Estão expostos no sistema jurídico, de forma implícita ou explícita, mas nem sempre
tem existência própria autônoma.
Compõem o efeito da norma: A interpretação, inspiração e normatização.
Já os preceitos fundamentais, que devem ser observados são: a criação,
interpretação e aplicação.

Segurança e Certeza Jurídica:


O princípio que prega a previsibilidade e coerência na aplicação das leis.
A certeza e segurança jurídica fazem parte da essência do próprio Estado
Democrático de direito, compondo o sistema Constitucional como um todo.
Consiste no conjunto de condições que tornam possível as pessoas o conhecimento
antecipado e reflexivo das consequências diretas de seus atos e fatos.

Lembrete:
Eficácia: possibilidade da lei de produzir efeito;
Efetividade: possibilidade da lei de produzir efeitos reais na sociedade.

Módulo 3 – A Lei no Tempo e Espaço – Vigência e Revogação


Direito Natural: ele é subjetivo, envolve questões éticas e morais de cada grupo e
sociedade.
Direito Positivo: ele é objetivo, é o conjunto de normas gerais e legais, ou seja, são
as Normas e as Leis.

Norma: é uma regra, que se divide em duas partes: imperativas: obrigatórias


independente da sua vontade, e dispositivas: de autonomia e vontade “própria”.
IMPORTANTE: AS NORMAS DEVEM SER SEGUIDAS POR TODA A SOCIEDADE
IMPOSTA NAQUELA NORMA.

Ordenamento Jurídico: é o conjunto ou sistema de normas que regem a sociedade,


em determinado lugar e época.

As leis são como um “controle externo” ao comportamento humano, regendo suas


condutas.

Vamos agora para os sentidos da norma:


Sentido Amplo: é toda norma capaz de gerar direitos e obrigações
Sentido Restrito: gera direitos e obrigações. (Legislativo que cuida desse sentido)

TODA lei deve ter três princípios: generalidade, obrigatoriedade e permanência.

Decreto: é uma ordem emanada de uma autoridade superior ou órgão que


determina o cumprimento de alguma resolução;
Estatuto: regulamento que determina ou estabelece a norma;
Regimento: conjunto de regras que determinam certa função necessária a uma
organização;
Portaria: ato administrativo de qualquer autoridade pública, com instruções acerca
da aplicação de leis ou regulamentos.
Resolução: norma jurídica, elaborada e finalizada no âmbito legislativo, destinada a
assuntos do interesse interno do Congresso Nacional.

Vigência: é período compreendido entre a entrada da lei em vigor e sai revogação.

”Vacatio Legis”
(a imagem da vaquinha serve como associação, para sempre que vocês
esquecerem do significado de “Vacatio Legis”, lembrarem da vaquinha e aí sim,
voltar a se lembrar da matéria.) -Teoria da Assimilação

Vacatio legis: corresponde ao período entre a data da publicação da norma e o


início de sua vigência. Deve vir “expressa” na própria lei, como se fosse um “prazo”
de adaptação.
As leis terão eficácia:
Após o prazo previsto na própria lei;
Na data de publicação;
Após o período da “Vaquinha” (Vacatio Legis);
45 dias corridos após a publicação.

Revogação: tornar sem efeito uma norma. “Tirar o efeito da lei”; “acabar com sua
vigência”. Só poderá ser feito, se tiver outra lei a revogando.
Revogação expressa: está escrito na lei que ela “cancela” a anterior;
Revogação Tacitante: não é clara, não há menção expressa, porém, muda
totalmente a matéria tratada na antiga.
Agora vamos para o conteúdo após sua revogação:
Pode ser parcial: parte da norma continua em vigor, ou total: a norma anterior é
totalmente substituída.

A lei posterior revoga a anterior quando:


Declarar expressamente;
For incompatível;
Regular inteiramente a matéria tratada na lei anterior.
Repristinação: “voltar e a lei” “trazer a lei de volta”. Fazer com que “volte” sua vigência, porém isso
tem que estar expresso, é como se a lei voltasse dos “mortos vivos”.
Existem duas formas de repristinação:
A tácita: vedada pelo ordenamento jurídico, e a expressa: autorizada pelo
ordenamento jurídico.

Lei no Tempo:
Conflito das leis no tempo: a existência de duas leis, de datas diferentes, regulando
o mesmo assunto de modo diverso.
A Composição do tempo consiste em três momentos:
Efeito retroativo: alcança o passado;
Efeito imediato: alcança o presente;
Efeito prorrogado: alcança o futuro.

Retroatividade da lei nova:


Existem três situações em que a lei NÃO retroage, e são elas:
COISA JULGADA;
ATO JURÍDICO PERFEITO;
DIREITO ADQUIRIDO.

Eficácia da lei no espaço é o instituto jurídico que trata do conflito de normas de


países diferentes, face a situação de estrangeiros, ou seus bens, em um país,
buscando determinar qual é a norma que deverá ser aplicada.
Em questões sobre o começo e fim da personalidade, nome, capacidade e direitos
de família, deve ser aplicada a lei do país de domicílio da pessoa.
Obs:
Personalidade: “nascer vivo”;
Capacidade: “18 anos”;
Direito da família: “sucessão”;

Em relação aos bens, será aplicada a lei em que estão os respectivos bens.
Já a sucessão por morte deve ser aplicada a lei de domicílio do “de cujus” (da
pessoa que morreu). Exemplos: o nosso mini querido morre nos Estados Unidos,
será aplicada a lei dos EUA. Já quanto à capacidade do sucessor, usa-se a lei
vigente no país do sucessor.

Obs: LINDB: lei de introdução ao direito brasileiro.

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