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• do verbo latino legere, que significa “ler” – norma escrita, que se lê, em oposição às normas
costumeiras, que não são escritas.
• ligare, que significa “ligar”, “obrigar”, “vincular”. A lei obriga ou liga a pessoa a uma certa
maneira de agir .
• Eligere, que significa “eleger”, escolher, porque a lei é a norma escolhida pelo legislador
como o melhor preceito para dirigir a atividade humana.
• a lei em sentido universal, ou lei cósmica, que se aplica a todos os setores da natureza;
• a lei humana, ética, ou moral, que regulam o uso e o abuso de liberdade (respeito à
dignidade humana, dever de não mentir, solidariedade, etc.);
• a lei jurídica, constituída pelas normas de conduta impostas pela autoridade social2.
O vocábulo “lei jurídica”, em sentido amplo, abrange todas as normas jurídicas – a lei
escrita, o costume jurídico, a jurisprudência, etc. Como definir a lei em sentido jurídico? Existem
três acepções diferentes do termo “lei” no campo do direito:
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Aula com base em Hélio Capel
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Somente esta última nos interessa para efeito dos presentes estudos.
Profa. Ma. Caroline Vargas Barbosa
profcarol.vargas@gmail.com
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Entendida a norma jurídica como conceito mais amplo do que a lei em sentido estrito,
nos prenderemos agora na análise da lei neste último sentido, para melhor compreendermos o
conceito de lei e suas características, para só depois classificarmos definitivamente todas as normas
jurídicas, onde de fato as leis e as normas jurídicas serão exemplificadas.
É uma regra de direito geral, abstrata e permanente, proclamada obrigatória pela vontade da
autoridade legislativa competente e expressa de forma escrita.
a) Elemento material: a norma jurídica é, em regra, uma norma de direito “geral”, “abstrata” e
“permanente”. A generalidade da norma jurídica consiste em que ela obriga a todos os membros da
sociedade que se achem igual situação jurídica. É dirigida a todos os homens residentes no País, a
todos os cidadãos de uma cidade, a todos os funcionários públicos, a todos os pais, a todos os
vereadores, enfim, é geral para alcançar todas as pessoas de um mesmo grupo.
a.1) Abstrata: não é destinada a um determinado caso concreto, mas sim, define normas de "dever-
ser", "dever-fazer", ou "dever-deixar-de-fazer" para o futuro, para várias situações possíveis. Dispõe
sobre ações ou situações definidas “abstratamente”, alcançando todos os eventos da mesma espécie
que ocorrerem no futuro. Exemplo: Art. 121 do Código Penal: Matar alguém, pena: 6 a 20 anos.
a.2) Permanente: A lei é uma norma permanente, isto é, tem continuidade no tempo e se aplica
indefinidamente aos casos ocorrentes, enquanto não for revogada ou não se esgotar o tempo de sua
vigência.
b) Elemento formal: é ainda necessário que esse preceito seja declarado obrigatório por decisão do
órgão legislativo competente. É esse, na terminologia jurídica usual, o aspecto “formal” ou
“orgânico” da lei. Mas qual é o órgão ou autoridade competente para exercer esse poder? Quem é o
legislador?
Para entender:
No Brasil, a Constituição estabelece que “O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se
compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal” (art. 44). O art. 48 diz que cabe ao Congresso Nacional,
com a sanção do Presidente da República, dispor sobre todas as matérias de competência da União. Nos Estados,
as Assembleias Legislativas são as casas onde são elaboradas as leis estaduais, pelos Deputados Estaduais. Nos
municípios, o poder legislativo é exercido pelos vereadores, que elabora as leis municipais nas Câmaras dos
Vereadores.
c) Elemento Instrumental: sua forma escrita. A lei é sempre formulada num texto escrito dividido
em artigos, parágrafos e incisos e, muitas vezes, em capítulos, títulos, seções, etc. Por ser escrita,
distingue-se a lei do “costume jurídico”, que também é norma jurídica, mas não escrita. Veremos
mais adiante o que são os costumes jurídicos.
Não se confunde validade formal e a validade material. Validade formal se verifica com
o cumprimento das exigências legais para o procedimento de criação da norma jurídica, enquanto
validade material sugere a sintonia do seu conteúdo como o sistema jurídico posto e
hierarquicamente constituído.
Diante disto, podemos afirmar que a norma jurídica só será válida se preencher todos os
requisitos da validade formal e estiver em sintonia com a validade material.
b) Vigência
O artigo 1° da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro institui que “salvo
disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de
oficialmente publicada”. A vigência é propriedade das regras jurídicas que estão prontas para
propagar efeitos, tão logo aconteçam, no mundo fático, os eventos que elas descrevem. Sendo
válida, a norma pode iniciar sua vigência, que é a aptidão para produzir seus efeitos no mundo
jurídico e no mundo fático.
Segundo Paulo de Barros Carvalho, “Viger é ter força para disciplinar, para reger,
cumprindo a norma seus objetivos finais”.
Não se confundem vigência e validade. Validade é a condição de estar a norma
integrada ao ordenamento jurídico, formal e materialmente. Vigência é a própria existência fática da
norma no universo jurídico, o que ocorre após sua publicação e, se for o caso, transcurso do período
da vacatio legis (vacância da lei, que estudaremos em ponto posterior).
Uma norma pode ser válida e não ser vigente, uma vez que pode está submetida a uma
condição suspensiva ou de vacância, ou, ainda, ter tido sua vigência encerrada. Por outro lado, a
validade sempre será pressuposto para a vigência, consequentemente todas as normas vigentes terão
que ser necessariamente válidas.
A norma será vigente quando puder ser exigida.
c) Eficácia
A eficácia está relacionada com a produção de efeitos. Paulo de Barros Carvalho divide este
instituto em Eficácia Técnica, Eficácia Jurídica e Eficácia Social.
EFICÁCIA TÉCNICA
quando a lei descreve fatos que, uma vez ocorridos, tenham aptidão de irradiar efeitos
jurídicos.
EFICÁCIA JURÍDICA
está presente quando os fatos jurídicos desencadeiam as consequências que o ordenamento
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
prevê. Está relacionada com o fato de o Estado ter aparato jurídico para fazer a norma ser
cumprida. Isto é, se os agentes estatais têm condições de fazer a norma ser exigida.
EFICÁCIA SOCIAL
ocorre quando há produção concreta de resultados na ordem dos fatos sociais. A norma pode
ser válida, estar em vigência, mas não ter eficácia social. Isso pode ocorrer por dois motivos:
a) impossibilidade material ou ausência de condições (ex. norma que prevê obrigação de uso
de certo equipamento para certa atividade, mas que ainda não está disponível ou acessível a
todos os que devem observar, como aconteceu no início de exigências como a de ponto
eletrônico no trabalho ou de cadeirinha para criança no automóvel); b) por desobediência a
norma, quando a norma não tem sucesso, ou no popular, quando a norma “não pega” (ex.:
norma que prevê o fim das sacolinhas plásticas nos supermercados).
3. CLASSIFICAÇÕES
I) Quanto à hierarquia: vimos na aula 8
II) Quanto à obrigatoriedade: Com base na sua força obrigatória, as leis podem ser
a) Leis Imperativas: (CF Art. 5º II) Possuem obrigatoriedade absoluta. Vale dizer, mandam
ou proíbem de modo incondicionado – não podem deixar de ser aplicadas. Podem nos
obrigar a fazer algo (imperativa positivamente) ou a não fazer algo (proibitiva). Podem
Assim ser subdivididas em:
Ex.: Regime obrigatório de separação de bens “Não podem alistar-se como eleitores os
(CC/2002) estrangeiros e, durante o período do serviço
militar obrigatório, os conscritos.” (Constituição
Federal, art. 14, § 2º).
Permissivas: Supletivas
Corresponde ao Direito Faculdade. Ela nos Suprem a falta de manifestação da vontade das
permite fazer algo mas não nos obriga. “É partes. Só se aplicam quando os interessados não
lícito aos nubentes, antes de celebrado o disciplinarem suas relações. Ex.: “Efetuar-se-á o
casamento, estipular, quanto aos seus bens o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as
que lhes aprouver” (CC, art. 1.639). “O partes convencionarem diversamente, ou se o
consumidor pode desistir do contrato no contrário resultar da lei, da natureza da
prazo de 7 (sete) dias a contar de sua obrigação ou das circunstâncias.” (CC, art. 327).
assinatura ou do ato do recebimento do
produto ou serviço, sempre que a contratação
de fornecimento de produtos ou serviços
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
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Ato nulo x ato anulável
- Ato nulo não produz efeito nunca.
- Ato anulável produz efeito enquanto não anulado.
VII) Quanto à esfera do poder público onde se origina (competências previstas na CF/88)
LEIS FEDERAIS LEIS ESTADUAIS LEIS MUNICIPAIS
São elaboradas no São aquelas preparadas nas Têm sua origem nas Câmaras
Congresso Nacional, poder assembleias legislativas de Municipais ou Câmaras de
Legislativo. Valem para todo cada Estado. São válidas e Vereadores, valem
o território Nacional. aplicáveis somente no Estado exclusivamente no município
onde foram discutidas, onde foram aprovadas. A Lei
votadas e aprovadas. A Lei Municipal não pode contrariar
Estadual não pode contrariar a a Lei Estadual nem a Lei
Lei Federal. Federal.
Para refletir: Pense na validade, vigência e eficácia na charge abaixo e disserte sobre: