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DIREITO CONSTITUCIONAL I

 1° Bimestre

1. Conceito de Constituição

 Considerada como a lei suprema, ou a lei de maior ordem jurídica, a


Constituição dispõe sobre a organização dos poderes, a organização do
Estado, direitos e garantias fundamentais, ordem social e econômica da
sociedade a qual se aplica.
 A Constituição tem por objeto o estabelecimento da estrutura do Estado,
de seus órgãos – fixando inclusive, regimes políticos; o modo de aquisição de
poder, bem como a forma e os limites de sua atuação, buscando por fim,
assegurar os direitos e garantias dos indivíduos

1.1. Movimento do Constitucionalismo

 Surgiu em face da necessidade da elaboração de textos escritos, a


fim de evitar os abusos de poder (absolutismo).
 Com sua elaboração, as Constituições passaram a visar a separação
dos poderes (limitando a atuação do Estado) e as garantias dos direitos
individuais – protegendo e assegurando direitos à população.

2. Concepções de Constituição

 Concepção Sociológica – Ferdinand Lassale

 Constituição é formada pelos fatores reais de poder.


 Dentro de cada sociedade, existe o que é chamando de fatores reais de
poder, que são correspondentes aos poderes políticos, econômicos,
religiosos e militar – segundo Lassale, é justamente a somatória desses
fatores reais de poder, presentes e únicos de cada sociedade, que
formam uma Constituição.
 Os tais fatores reais de poder, para o autor são também o conjunto de
forças que atuam politicamente, com base nas leis, isto é, na
Constituição, com a finalidade de conservar as instituições jurídicas já
vigentes no país – sendo estes os que de fato regem as sociedades,
assumindo uma representação de força ativa e eficaz que informa todas
as leis e instituições políticas da sociedade em questão.
 Posto isto, Lassale compreende que de nada serve aquilo que está
meramente previsto em uma folha de papel, se não estiver ajustado à
realidade da sociedade e aos seus fatores reais de poder – e, no mais, o
autor também afirma que com a mudança comportamental de uma
sociedade, passa a existir a necessidade do registro dessa mudança, como
forma de adequação aos “novos” fatores reais de poder – é possível
verificar, ante o exposto que o autor em questão não considera as
Constituições Jurídicas como válidas, posto que estas não levam em
consideração os fatores reais de poder, sendo diferente portanto, da
sociedade a qual ela se aplica.

 Concepção Política – Carl Schmitt

 Constituição é uma decisão política fundamental.


 Carl Schmitt faz uma diferenciação entre Constituição e Lei
Constitucional – todas as leis, incluindo as leis constitucionais
dependem para sua validez, de uma decisão política prévia que em
regra, é adotada por um poder ou autoridade politicamente
existente (alguém que represente, ou seja a própria sociedade), isto
nada mais é do que a própria Constituição.
 Schimitt faz tal diferenciação para defender a hipótese de apesar de
um governante não poder ir contra a Constituição, este, em casos
excepcionais pode deixar de cumprir com as leis constitucionais –
podem ser suspensas ou violadas pelas medidas do Estado de
Exceção.
 Isso porque, o simples ato de contrariar uma lei constitucional, não
fere a decisão política fundamental na qual a Constituição se
sustenta.
 O autor por fim, defendia que a análise propriamente dita da
constitucionalidade, deveria ficar a cargo do chefe do Poder
Executivo.

 Concepção Jurídica – Hans Kelsen

 Constituição é a lei mais importante do ordenamento jurídico e o


pressuposto de validade de todas as leis, que são inferiores a ela.
 Kelsen defende a teoria de que o direito funciona como um sistema
hierarquizado¸ ondem existes normas inferiores e normas
superiores, sendo que as a validade das normas inferiores, advém
das normas superiores, e a Constituição é a norma suprema, que da
validade a todas as demais.
 Para Kelsen, uma Constituição pode ter dois sentidos. O primeiro
deles é o lógico jurídico – que define que a Carta obtém sua validade
a partir da chamada norma hipotética fundamental, que parte da
razão humana. O segundo sentido, por sua vez, é o jurídico positivo,
que apresenta a Constituição como a norma positivada mais alta da
hierarquia do sistema jurídico.
3. Classificação das Constituições

 Conteúdo das Constituições

 Constituição Formal

o Todas as normas que foram tidas pelo poder Constituinte


como normas constitucionais – todos os dispositivos
presentes na Constituição, independentemente de seu
conteúdo.
o Constituição tida como documento solene positivado.

 Constituição Material

o Conjunto de normas que versem diretamente sobre o Direito


Constitucional – matéria e direito constitucional
(organização do Estado; aquisição e exercício do poder;
direitos e garantias fundamentais)
o Não necessariamente estão presentes exclusivamente no texto
constitucional, podendo estar inclusas em tratados
internacionais, por exemplo.

 Constituições Outorgadas

o Constituições que são impostas aos indivíduos, isto é, não


contam com a participação popular para seu
estabelecimento.
o BR.: 1824, 1937, 1967, 1969.

 Constituições Democráticas – Promulgadas

o Elaborada pelos representantes do povo, que por este foram


escolhidos.
o BR.: 1891, 1934, 1946 e 1988.

 Constituições Rígidas

o Possuem limitações formais, materiais (cláusulas pétreas) e


circunstâncias, que impedem que seu procedimento de
alteração seja simples.
 Constituições Semirrígidas

o Parte seu conteúdo possui procedimento de alteração


dificultoso, e o restante pode ser considerada de fácil alteração.

 Constituições Flexíveis

o Procedimento para alteração semelhante ao de uma lei


ordinária.

4. Normas Constitucionais

 Normas de Eficiência Plena

o Aplicabilidade direta, imediata e integral


o Seu próprio texto se faz suficiente para sua eficiência e aplicabilidade

o Autoaplicáveis - Diretas

 Independem de lei posterior, que as regulamente ou lhe


complete o sentido a ser produzido
 Não dependem de normas regulamentadoras para
produzir seus efeitos.

o Imediatas

 Produz todos os seus efeitos desde a promulgação da CF.

o Não-Restringíveis - Integral

 Não há leis no ordenamento que possam as limitar


 Não podem sofrer limitações ou restrições em sua
aplicação.

 Normas de Eficácia Contida

o Aplicabilidade direta e imediata, mas possivelmente não integral.


o Autoaplicáveis
o Imediatas
o Restringíveis
 Estão sujeitas a limitações ou restrições, que podem ser
advindas de outras normas (constitucionais ou não), ou ainda
de conceitos éticos jurídicos indeterminados.
 Normas de Eficácia Limitada

o Não são Autoaplicáveis

 Dependem de complementação legislativa para que possam


produzir seus devidos efeitos.

o Mediata

Apenas a promulgação do texto constitucional não é suficiente


para que esta possa produzir todos os seus efeitos.
o Reduzida

 Grau de eficácia restrito.

5. Impacto da Constituição na Ordem Jurídica Anterior

 Nova Constituição e Constituição Anterior

 Com a promulgação de uma nova Constituição, a anterior é


revogada em sua totalidade.

 Desconstitucionalização

Parte minoritária da doutrina defende este fenômeno, alegando


que a nova Constituição promulgada recepcionaria os
preceitos (em grau de legislação ordinária), da Constituição
anterior, que fossem com ela compatíveis.

 Nova Constituição e a Legislação Ordinária Anterior

 A nova Constituição promulgada, recepciona a legislação ordinária


com ela compatível, conferindo-lhe um novo fundamento de validade
 Aquilo que não for considerado compatível, isto é, o que não for
recepcionado será revogado em sua totalidade.

 Nova Constituição e a Legislação já Revogada pela Constituição Anterior


 Como forma de garantir a segurança jurídica, está expresso em lei (art.
2° da LINDB) que as leis anteriormente revogadas não são
restauradas com a perda de vigência da lei que as revogou –
promulgação de uma nova CF que revoga a anterior.

6. Interpretação Constitucional

 Hans Kelsen – Múltiplas Intepretações

 Kelsen defende a tese de que a interpretação envolve dois atos, o ato


de conhecimento (função jurídico-científica) e um ato de vontade,
que representaria da verdade, uma escolha, onde apenas uma forma de
interpretação deverá ser levada como base (função jurídico-política).

 Flávia Piovesan

 Os atos de escolha das possibilidades de detrimento de uma


alternativa de interpretação em relação a outra, devem ser sempre
guiados pela principiologia constitucional.

 Princípios de Interpretação Constitucional

 Princípio da Supremacia Constitucional

o A Constituição é o pressuposto de validade de todos as


demais normas jurídicas, que hierarquicamente, encontram-
se abaixo desta norma suprema.
o Todos os atos normativos devem ser compatíveis com a
Constituição quanto a sua materialidade e formalidade –
devem ter conteúdo harmonioso com o da CF e devem ser
elaborados conforme os procedimentos estabelecidos na Carta,
sob pena de serem considerados inválidos.

 Princípio da Unidade Constitucional

o A Constituição deve ser interpretada de maneira integrada,


não podendo uma norma ser isolada, ou tirada do contexto
constitucional
o Não existe hierarquia entre as normas constitucionais
originárias, e estas não podem ser consideradas
inconstitucionais.
 Princípio da Efetividade Constitucional

o Conrad Hesse, defende a tese de que de todos os dispositivos


constitucionais, deve-se sempre tentar extrair a maior
eficácia possível.

 Princípio da Interpretação conforme a Constituição

o O texto constitucional, onde estão intrínsecos seus valores,


deve ser interpretado à luz da própria Constituição.

 Princípio da Razoabilidade ou Proporcionalidade

o O objetivo desse princípio é verificar a constitucionalidade


das leis e atos normativos que regulam as normas
constitucionais.

o Adequação

 O meio usado é adequado ao fim almejado.

o Necessidade

 A medida é de fato necessária ao caso – nesta etapa


verifica-se a existência de outras possibilidades, com
talvez um ônus menor, que se aplicaria ao caso.

o Proporcionalidade em Sentido Estrito

 Avalia-se se a restrição foi aplicada foi excessiva ou


não.

7. Poder Constituinte

 Poder que elabora a Constituição – a supremacia desta, advém justamente


do poder constituinte, que se figura como poder executivo, legislativo e
judiciário.

 Poder Constituinte Originário

 Inicial
o Inicia uma nova ordem jurídica, sem limites e sem
condicionamentos
o Tem seu surgimento anterior a elaboração das leis

 Incondicional

o Pode ser exercido de qualquer maneira, isto é¸ não possui formas


preestabelecidas para sua manifestação efetiva.

 Ilimitado

o Não encontra limites legais – as demais normas não podem limitá-


lo.

 Histórico Condicional
 Revolucionário

 Poder Constituinte Derivado

 Derivado

o Deriva de uma ordem já pré-estabelecida – Poder Constituinte


Originário.

 Condicionado

o Possui formar de manifestação de seu exercício estipuladas no


texto constitucional.

 Limitado

o Tem seus limites na própria Constituição.

 Reformador
o Poder que permite que o texto constitucional seja
modificado, a partir das emendas constitucionais.
o Art. 3º ADCT

 Decorrente
o A cada estado membro confere-se a possibilidade de
elaboração de suas próprias constituições estaduais, que são
limitadas pela Constituição Federal.
 2º Bimestre

1. Controle de Constitucionalidade

 É a defesa da Constituição, observando seus valores para afastar aqueles que


lhe são impróprios;
o Manutenção dos valores que presidem a sociedade, pela exclusão de
escolhas feitas contra os princípios comuns;

 Verificação de compatibilidade das leis com a Constituição Federal;


o Supremacia da Constituição Federal;
 Todas as normas que integram a ordenação jurídica nacional
só serão válidas se se conformarem com as normas
constitucionais federais;
 Pirâmide de Kelsen.

o Constituição como norma jurídica fundamental;

o Rigidez Constitucional – art. 60 § 2º CF.


 Toda autoridade só encontra fundamento na Constituição e só
ela confere poderes, atribuições e competências
governamentais;
 Difícil modificação do texto constitucional – Constituição
Rígida;
 “A proposta será discutida e votada em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se
aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos
dos respectivos membros” (art. 60 ª§ 2º CF).

 O Supremo Tribunal Federal é o órgão competente (garantido pela própria


CF) para realização do controle de constitucionalidade;

 Em casos de declaração de lei inconstitucional, esta será nula e retroage desde


a data de sua elaboração;
o Sanção para conduta violadora da Constituição – teoria da nulidade.

 Sistema de Controle de Constitucionalidade


o Defesa da supremacia constitucional contra a inconstitucionalidade;

o Controle Político
 Quando entrega a verificação de inconstitucionalidade a órgão
de natureza política;
 Poder Legislativo (comissões);
 Poder Executivo (Veto Político e Jurídico).

o Controle Jurisdicional
 Em casos em que a Constituição outorga ao Poder Judiciário a
faculdade de declarar a inconstitucionalidade de lei ou outros
atos de Poder Público.

o Controle Misto
 Quando a Constituição submete certas categorias de lei ao
controle e outros ao controle jurisdicional.

 Sistema Brasileiro de Controle de Constitucionalidade – sistema


jurisdicional
o Inconstitucionalidade por ação ou omissão;

o O controle é jurisdicional e o exercício do controle por via de exceção


e por ação direta de inconstitucionalidade e ação declaratória de
constitucionalidade;

o Competência do STF;

o Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos


membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público – art.
97 CF.

2. Critérios de Exercício de Controle de Constitucionalidade

 Controle Difuso

o Qualquer juiz ou tribunal pode reconhecer a inconstitucionalidade de


determinado ato jurídico, dentro de um caso concreto;
 Permissão dada a todo e qualquer juiz ou tribunal para realizar,
no caso concreto, a análise sobre a compatibilidade de
ordenamento jurídico com a Constituição;

o Tem finalidade a obtenção da declaração de inconstitucionalidade,


somente para isentar, no caso concreto, a lei ou ato normativo
produzidos em desacordo com a Constituição;
 A norma só será inconstitucional dentro do caso concreto –
efeito Inter Partes;

o A inconstitucionalidade não é a questão principal da lide;


 Isto é, a inconstitucionalidade aparece de forma incidental
no caso concreto;
 Ela pode ser alegada por todas as partes da lide – incluindo
o juiz.
 A declaração de inconstitucionalidade é necessária, nesse
caso, apenas para o deslinde do caso concreto;

 Controle Concentrado

o Tem por finalidade a obtenção de inconstitucionalidade de lei ou ato


normativo em tese, independentemente da existência de um caso
concreto, visando-se à obtenção da invalidação da lei, a fim de
garantir a segurança das relações jurídicas, que não podem ser
baseadas em normas inconstitucionais;

o Controle feito apenas por um órgão, cuja função é unicamente versar


sobre a constitucionalidade das leis;

o A declaração de inconstitucionalidade é o objeto principal da ação;

o No Controle Concentrado, é necessário a demonstração de relevante


interesse público (temas de repercussão geral) somada a manifestação
de 2/3 do Tribunal;
 Supremo Tribunal Federal (STF);

o Admite-se o ingresso de terceiros à causa para contribuir para a


solução da lide – Amicus Curiae;

3. Inconstitucionalidade

 Toda inconstitucionalidade deve ser excluída do ordenamento jurídico posto


que representa uma negação dele;

 A conformidade com os ditames constitucionais vai além da atuação positiva,


uma vez que a omissão na aplicação das normas, quando determinado pela
Constituição, também constitui como conduta inconstitucional;
o Norma inconstitucional por ação;
o Norma inconstitucional por omissão.

 Inconstitucionalidade é a contrariedade à Constituição Federal, à Constituição


Estadual e a Lei Orgânica do Distrito Federal;
o Não há inconstitucionalidade se houver contrariedade à Lei Orgânica
do Município.

 Inconstitucionalidade por Ação


o Produção de atos legislativos ou administrativos que contrariem
normas ou princípios constitucionais;

o Lei contrária à CF.

 Inconstitucionalidade por Omissão


o Ocorre quando o legislador constitucional (poder constituinte)
incumbiu o legislador ordinário ou complementar a praticar
determinadas ações, e este, não foi feito pelo legislador;

o Norma constitucional que não foi cumprida.

4. Via de Ação de Direta de Inconstitucionalidade (ADI)

 Art. 102, inc. 1º, alínea a da CF


o “Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe: I – processar e julgar, originalmente: a) a
ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal
ou estadual e ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato
normativo federal”.

 Busca verificar se o texto normativo está em consonância com o texto


Constitucional;

 Controle Concentrado de Constitucionalidade;


o Competência exclusiva do STF;
o O objeto principal da lide é a inconstitucionalidade do ato normativo;
 Processo Objetivo;
o Estará no polo passivo da ADI àquele que elaborou o ato normativo a
ser julgado;
o Para o devido início do julgamento da ADI, é necessária a presença de
no mínimo 8 Ministros;
 Para julgamento procedente da ADI (declaração de
inconstitucionalidade da norma) é necessário o voto de 6
Ministros;

 Legitimidade Ativa
o Art. 103 CF
o Presidente da República;
o Procurador Geral da República;
o Mesa da Câmara e do Senado;
o Mesa das Assembleias Legislativas e da Câmara Legislativa do DF;
 No caso das mesas, são somente essas que possuem a
faculdade de propor ADIs, não a figura dos deputados ou
senadores;
o Governadores;
o Entidades de Classe de Âmbito Nacional;
 Deve estar presente em ao menos 1/3 no território da
Federação (9 Estados);
o Partidos Políticos com representação no Congresso;
o Conselho Federal da OAB;
o Confederações Sindicais.
 Junção de três federações, que por sua vez são formadas por
três sindicatos;

o Legitimados Universais

 Aqueles que podem propor a ADI em todos os casos em que


está se faz possível;

o Legitimados Especiais

 Devem respeitar o requisito da pertinência temática, que é a


necessidade de existência de conexão do objeto da ADI e
atividade que é desempenhada pelo legitimado;
 Mesas das Assembleias Legislativas e da Câmara
Legislativa do Distrito Federal;
 Governadores;
 Entidades de Classe;
 Confederações Sindicais.
 Objeto da ADI

o Atos normativos primários, estaduais e federais;


 Atos normativos que tiram o seu fundamento de validade do
próprio texto constitucional, produzidos pelos Estados-
membros ou no âmbito federal;

o Art. 59 da CF
 Emendas Constitucionais;
 Leis Complementares;
 Leis Ordinárias;
 Leis Delegadas;
 Medidas Provisórias;
 Decretos Legislativos;
 Resoluções;
 Decretos Autônomos;
 Tratados Internacionais.

o Não podem ser objeto de ADIs:


 Atos normativos municipais;
 Sumulas;
 Norma constitucional originaria,
 Leis revogadas,
 Lei anterior ao texto constitucional/88;
 Projeto de Emenda à Constituição;
 Projeto de Lei;
 Atos de efeitos concretos;
 Atos de efeito secundário;

 Efeitos
o Eficácia Subjetiva
 Eficácia Vinculante e Erga Omnes;
 A inconstitucionalidade da norma valerá para todos.

o Eficácia Temporal
 Ex Tunc – retroativa;
 A ADI retroage até o momento em que a norma
ingressou no ordenamento jurídica;

 Em caso de concordância de 2/3 dos Ministros justificada pela


razão de segurança jurídica, é possível que o Tribunal module
os efeitos da decisão – que inicialmente tinha efeitos ex tunc, e
mediante tal concordância, terá efeitos ex nunc, isto é, não terá
efeitos retroativos;

5. Via de Exceção ou Defesa – Via de Controle Difuso


 Seguindo a lógica do controle difuso, a via de exceção tem por finalidade
apenas a isenção, dentro de um caso concreto, a lei ou ato normativo que se
encontra em desacordo com o texto constitucional;
o Logo, a norma só será inconstitucional dentro do caso, tendo,
portanto, efeito Inter Partes;
o Não sendo a matéria principal da lide, a inconstitucionalidade aparece
na via de exceção, de maneira incidental, e com objetivo único de
solver a lide do caso concreto;
o Será o julgador da inconstitucionalidade, o juiz federal, podendo
qualquer uma dar partes (incluindo o magistrado) alegar essa violação
da Constituição Federal;

6. Via de Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO)

 Art. 103 § 2º CF
o “Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para
tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao poder
competente para a adoção das providencias necessárias e em se
tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias”.

 Objetiva a emissão de uma lei ou de um ato administrativo normativo


destinado a proceder à regulamentação de uma norma constitucional que não
possui autoexecutividade (normas de eficácia limitada);

 Se insere no contencioso jurisdicional abstrato de competência exclusiva do


Supremo Tribunal Federal e, declarada a inconstitucionalidade por omissão,
será dada ciência ao poder competente para a adoção das providencias
necessárias, nos termos do art. 103 §2º da CF.

 Efeitos Erga Omnes;


o Inerente a todos.

7. Mandado de Injunção – Remédio Constitucional

 Art. 5º, inc. LXXXI


o “Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício de direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania”.
o Sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne
inviável os exercícios dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
o Deve existir um nexo de causalidade entre a omissão do legislador e a
impossibilidade de exercício de um direito ou liberdade constitucional
ou prerrogativa inerente aos princípios constitucionais;

 Reconhecendo o juiz ou tribunal que o direito que a Constituição concede é


ineficaz ou inviável em razão da ausência de norma infraconstitucional, o juiz
ou tribunal, por força do próprio mandado de injunção, fará a integração do
direito à ordem jurídica, tornando-o eficaz e passível de ser exercido;

 Pode ser impetrante de ação, qualquer pessoa, física ou jurídica que esteja
inviabilizada e exercer direito subjetivo fundamental por conta da ausência de
regulamentação do texto constitucional;
o Isto é, a interposição do mandado de injunção, será feita apenas nos
casos em que exista a necessidade de uma norma regulamentadora à
uma norma constitucional (normas de eficácia limitada) – quando,
esta falta de regulamentação afete os direitos e liberdades já
garantidos na Constituição, e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania;

 O mandado de injunção pode ser impetrado contra qualquer poder, órgão ou


autoridade com atribuição para editar norma regulamentadora;

 Teoria Concretista;

o O judiciário deve adotar uma postura ativa, isto é não basta apenas o
reconhecimento da omissão legislativa, é necessário, nos casos de
mandado de injunção, que seja efetivada a concretização do direito;

o Concretista Geral
 O alcance irá além do caso concreto em análise, atingindo
todos os titulares do direito enquanto a omissão legislativa
permanecer;
 Efeito Erga Omnes;

o Concretista Individual
 Os efeitos da decisão se limitam as partes do caso concreto;
 Efeito Inter Partes;

 Concretista Individual Direta


 A implementação do direito para o autor deverá ser
realizada pelo Judiciário de forma direta e
imediatamente;

 Concretista Individual Indireta


 Não cabe ao judiciário, nesses casos, a concretização
imediata do direito do autor da ação.
 Primeiro, o órgão omisso será comunicado e haverá um
prazo para suprir a omissão, contudo, se a norma
regulamentadora não for devidamente elaborada, então
as providencias necessárias para a concretização do
direito deverão ser realizadas pelo Judiciário

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