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Faculdade de Direito
2º Ano 2023
O Tutor:
Discente:
CURSO DE DIREITO
2º ANO
TRABALHO DE CAMPO
TITULO DO TRABALHO:
1.Introdução .................................................................................................................................... 1
1.1. Objectivos ............................................................................................................................... 2
1.2. Metodologia ............................................................................................................................. 3
Quadro Teórico .............................................................................................................................. 4
1.3. ILICITUDE ............................................................................................................................. 4
1.3.1. Juízo de ilicitude ................................................................................................................... 5
1.3.2. DAS CAUSAS DE EXCLUSÃO E JUSTIFICACAO DE ILICITUDE.............................. 5
1.3.2.1. A exclusão da ilicitude divide-se em categorias, as de situação justificante e deacção
justificada ........................................................................................................................................ 7
1.3.2.2. Elementos objetivos e subjetivos das causas de exclusãoda ilicitude................................ 9
1.3.2.3. Justificação do facto e exclusão da culpa ........................................................................ 10
1.3.2.3.1. Estado de Necessidade .................................................................................................. 11
1.3.2.3.2. Legítima Defesa ........................................................................................................... 12
1.3.2.3.3.Conflito de deveres ........................................................................................................ 13
1.3.2.3.4. Obediência indevida desculpante ................................................................................. 14
1.3.2.3.5. Consentimento do ofendido ......................................................................................... 15
1.3.2.3.6. Consentimento presumido ........................................................................................... 15
1.4. Considerações finais .............................................................................................................. 16
1.5. Referências Bibliográficas ..................................................................................................... 17
1.INTRODUÇÃO
O presente trabalho de campo tem como objecto de estudo causas da exclusão de ilicitude, mais
especificamente o Instituto da legítima defesa própria ou alheia, Estado de necessidade, o
conflito de deveres, obediência indevida desculpante, consentimento do ofendido e
consentimento presumido.
1
1.1.Objectivos
Geral :
Específicos:
2
1.2.Metodologia
3
QUADRO TEÓRICO
1.3. ILICITITUDE
Segundo o autor Cleber Masson (2015, p.413) ilicitude é a contrariedade entre o fato típico
praticado por alguém e o ordenamento jurídico, capaz de lesionar ou expor a perigo de lesão
bens jurídicos penalmente tutelados.
Tudo que vem a ser contrário ao fato típico, aquilo que corresponde a uma conduta praticada no
mundo físico, real descrita em lei, ou seja, toda posição contraria a lei provoca a ilicitude no
ordenamento jurídico, tornando o fato definido como crime ou infração penal, ensejando a
aplicação de uma pena para o indivíduo que transgrediu a lei.
É a contrariedade de uma conduta com o direito, causando efetiva lesão a um bem jurídico
protegido. Trata-se de um prisma que leva em consideração o aspecto formal da antijuridicidade
(contrariedade da conduta com o Direito), bem como o seu lado material (causando lesão a um
bem jurídico tutelado) (NUCCI, 2013, p. 262).
A norma penal dirige-se a todos, de maneira indistinta. Até os inimputáveis realizam condutas
ilícitas, contrárias ao Direito, mas serão absolvidos por falta de culpabilidade.
condutas antijurídicas, porque a norma penal não se dirige aos inimputáveis, na medida em que
eles não a compreendem. Essa teoria não é aceita, porque a inimputabilidade figura no Código
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Penal como causa de exclusão da culpabilidade, não como uma justificativa, que são as causas de
exclusão da antijuridicidade.
É um juízo que é feito pela ordem jurídica, um juízo generalizado, um juízo de desvalor que
incide sobre o facto praticado, ou seja:
- A ordem jurídica fórmula um juízo negativo sobre quem adopta um determinado facto que a
ordem jurídica considera um facto proibido;
Neste sentido tem-se que o juízo de ilicitude é um juízo de desvalor generalizado que incide
sobre o próprio facto.
Esta parte irá abordar as causas de justificação, mais especificamente as excludentesde ilicitude
Mostrando que o agente pratica actos tipificados, porém, com amparo legal para actuar diante
5
desses percalços normativos, mas ainda assim, dentro de limites, semo cometimento de excessos,
logo que, sempre que houver perde-se o apoio da legis.3
O Direito Penal é formado por normas incriminadoras e também por normas permissivas que
autorizam, no caso concreto e em virtude de determinadascircunstâncias, a realização de uma
conduta, em princípio, proibida. Essas normas permissivas têm, portanto, a capacidade de excluir
a antijuridicidade da conduta típica.4
Diante do acolhimento da teoria da tipicidade como indício da ilicitude, uma vez praticado o
facto típico, isto é, o comportamento humano previsto em lei como crime oucontravenção penal,
presume-se o seu carácter ilícito, Tendo uma excludente deilicitude presente, estará excluída a
infracção penal. Crime e contravenção penal deixamde existir, pois o facto típico não é contrário
ao Direito. Ao contrário, a ele se amolda.5
As diversas terminologias empregadas pela doutrina para se referir às causas legais deexclusão
da antijuridicidade, tais como causas excludentes de ilicitude, causasexcludentes de
antijuridicidade, causas de justificação, causas justificantes, causas deexclusão do crime, entre
outras. No entanto, destaca a mais usual pelo legislador nacional que optou pelo uso da
termologia ‘exclusão da ilicitude dando lugar àcorrespondente alusão às causas de exclusão da
ilicitude. Contudo, considera maisadequado, sob a perspectiva dogmática, o uso do termo
exclusão da antijuridicidade e,em consequência, da expressão causas de exclusão da
antijuridicidade, [excludentes deantijuridicidade, como sinônimo de causas de justificação. 6
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https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/causas_de_exclusao_da_antijuridicidade.pdf
Acedido em 17 de Março de 2023 9:00
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https://octalberto.wixsite.com/octalberto/g4-ilicitude
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https://pt.scribd.com/document/467977715/Causas-de-Exclusao-e-Justificacao-de-Ilicitude#
Acedido em 17 de Março de 2023 9:15
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1.3.2.1. A exclusão da ilicitude divide-se em categorias, as de situação justificante e deacção
justificada
O estudo das justificações pode ser simplificado pelo método de organizar seuselementos
constitutivos nas categorias de situação justificante e de acção.7
Isso significa que diante de um acto justificado não cabe legítima defesa, porque se esta
pressupõe, como veremos, uma agressão injusta, não pode ser exercida contra umcomportamento
valorado como lícito, a participação no acto justificado do autor também será considerada como
justificada.
7
como consequência do princípio de acessoriedade limitada da participação, não será possível
aplicar pena, impor medida de segurança, nem qualquer outro tipo de sanção aoautor de uma
conduta justificada, pois esta passa a ser considerada lícita em todos osâmbitos do ordenamento
jurídico.11
Além das causas genéricas ou gerais, previstas na parte Geral do Código Penal, há de seatentar às
causas específicas ou especiais, que “podem ser definidas como as previstasna Parte Especial do
Código Penal, com aplicação unicamente a determinados crimes,ou seja, somente àqueles delitos
a que expressamente se referem. 14
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Ainda sobre o tema, na mesma corrente a exclusão da ilicitude em leis de cunho extra penal e
ainda afirma que essa relação legal, contudo, não impede a formulação decausas supra legais de
exclusão da ilicitude. 15
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A doutrina apresenta uma discussão acerca do reconhecimento de uma causa deexclusão de
ilicitude, se depende somente dos requisitos legalmente previstos,relacionados ao aspecto
exterior do facto, ou se está condicionado também a umA antijuridicidade, entendida como
relação de contrariedade entre o facto e a norma jurídica, tem sido definida, por um sector
doutrinário, como puramente objectiva, sendoindiferente, por isso, a relação anímica entre o
agente e o facto justificado.
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No entanto,segundo o entendimento majoritário, assim como há elementos objectivos e
subjectivosno tipo penal, originando a divisão em tipo objectivo e tipo subjectivo, nas causas de
justificação que excluem a antijuridicidade, há igualmente componentes objectivos esubjectivos.
Por isso, não basta que estejam presentes os pressupostos objectivos deuma causa de justificação,
sendo necessário que o agente tenha consciência de agir acobertado por uma excludente, isto é,
com conhecimento da situação justificante e comvontade de evitar um dano pessoal ou alheio
18
Em outros termos, a partir do momento em que se adopta uma concepção do injusto
quedistingue o desvalor da ação do desvalor do resultado, é necessária a presença doelemento
subjectivo em todas as causas de justificação, isto é, não basta que ocorraobjectivamente a
situação de excludente de antijuridicidade, mas é necessário que oautor conheça a situação
justificante e tenha a vontade de actuar de forma autorizada,isto é, de forma juridicamente
permitida. Mutatis mutandis , como se exige o dolo paraa configuração do tipo, exige-se,
igualmente, o mesmo “dolo” de agir autorizadamente. Não estará, por exemplo, amparado em
legítima defesa quem agir movido por vingança,ainda que se comprove, posteriormente, que a
vítima estava prestes a sacar sua arma para matá-lo. Em outras palavras, só age em legítima
defesa quem o faz com animusdefendendi. Isso significa que a presença do elemento subjectivo
da causa de justificação afasta o desvalor da acção, pois, na verdade, age conforme ao
Direito,consequentemente, desenvolve uma acção valiosa. Quando, ao contrário, está ausente
oelemento subjectivo de justificação, o desvalor da acção persiste.
As causas que excluem a ilicitude e a culpa esta previsto no artigo 51 do código penal:
o estado de necessidade;
a legítima defesa própria ou alheia;
o conflito de deveres;
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a obediência legalmente devida aos seus superiores legítimos, salvo se houver excesso
nos actos ou na forma de execução;
os que praticam o facto violentados por qualquer força estranha, física eirresistível;
os que praticam o facto dominados por medo insuperável de um mal igual oumaior,
iminente ou em começo de execução;
Assim, o estado de necessidade exige a existência de um perigo atual, uma situação limite, que
confronte dois interesses legítimos que, pelas circunstâncias, não podem ser ambos salvos,
devendo um deles perecer em favor do outro.
a) realidade do mal;
11
b) impossibilidade de recorrer à força pública;
1. Só pode verificar-se a justificação do facto, nos termos da alínea b), do número 1 do artigo 51,
quando concorrerem os seguintes requisitos:
a) agressão ilegal em execução ou iminente, que não seja motivada por provocação, ofensa ou
qualquer crime actual praticado pelo que defende;
A legítima defesa é hoje tida pela quase generalidade da doutrina como uma causa de
exclusão da ilicitude, constituindo o exercício de um direito – o direito de defesa.Com efeito, e
12
conforme é também entendimento unânime, a protecção dos indivíduos dentrode um Estado
de Direito Democrático deve, em linha de princípio, ser garantida pelaautoridade
pública. O Estado detém o monopólio de uso da força, sendo apenas a ele que, emprincípio, é
lícito usar essa força para garantir a protecção dos seus cidadãos e garantir,igualmente, o império
do Direito sobre a ilicitude. 19
Conforme Beleza (sa), Assim e parafraseando Teresa Beleza, a ideia básica da legítima
defesaconsiste no entendimento de que se uma pessoa é agredida, não podendo usar os
meiosnormais de repressão dessa agressão, como chamar a policia ou fazer queixa ao tribunal
emtempo útil, pode, em principio, agir por suas próprias mãos para garantir a sua defesa.A
legítima defesa aparece, portanto, como uma situação de exercício de um direito, o direitode
defesa.
É por este motivo que a legitima defesa deve situar-se no campo da exclusão da ilicitude enão no
campo da exclusão da culpa como no passado chegou a ser defendido. Com efeito, deacordo com
o Prof. Eduardo Correia (2000) “por todos lados, na verdade, se considera que [alegítima defesa]
exclui a ilicitude – até porque constitui o exercício de um direito: o direito delegitima defesa – o
uso de um meio necessário e exigido para a defesa de uma agressão actual e ilícita de bens
jurídicos do agente ou terceiro ”
1.3.2.3.3.Conflito de deveres
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https://www.studocu.com/row/document/universidade-catolica-de-mocambique/direito-
penal/direito-penal-trabalho-de-campo/8398011, acedido em 17 de Marçode 2023
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Existe conflito de deveres sempre que o agente seja confrontado com a concorrência de
deveres jurídicos ou ordens legítimas de autoridade e se lhe põe a opção de escolher de entre
eles, aquele ou aqueles que deve sacrificar em detrimento dos demais
Atrás dos deveres ou ordens há valores jurídicos que o agente tem de considerar, sendo pelo
prisma desses valores que se vai fazer a escolha daquele ou daqueles que devem ter a primazia e
que justificam assim a licitude ou ilicitude da conduta assumida.
Age sem culpa o servidor público que cumpre uma ordem sem conhecer que ela conduz à prática
de um crime, não sendo isso evidente no quadro das circunstâncias por ele representadas.
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Em contraponto foi consagrada a exclusão da responsabilidade disciplinar do funcionário que
actue no cumprimento de ordens ou instruções emanadas de legítimo superior hierárquico e em
matéria de serviço. Mas essa exclusão exige a reclamação da ordem ou o pedido da sua
transmissão ou confirmação por escrito, por parte do funcionário, com base na ilegalidade.
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http://www.asapol.net/asapol/legislacao/new/C%C3%B3digo%20Penal%20%20%20Anotado.
pdf
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Idem
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1.3.2.3.5. Consentimento do ofendido
1. Além dos casos especialmente previstos na lei, o consentimento exclui a ilicitude do facto
quando se referir a interesses jurídicos livremente disponíveis e o facto não ofender os bons
costumes.
2. O consentimento pode ser expresso por qualquer meio que traduza uma vontade séria, livre e
esclarecida do titular do interesse juridicamente protegido e pode ser livremente revogado até à
execução do facto.
3. O consentimento só é eficaz se for prestado por maior de 16 anos que possua o discernimento
necessário para avaliar o seu sentido e alcance no momento em que o presta.
4. Se o consentimento não for conhecido do agente, este é punível com a pena aplicável à
tentativa.
Asim sendo sem prejuizo aos artigos anteriores, age sem culpa quem actua em circunstâncias tais
que não seria razoável exigir e dele esperar comportamento diferente. (artigo 58 do Código
Penal).
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1.4.Considerações Finais
Por tudo isso, fica claro dizer que nem toda conduta humana em que há uma ação tipificada em
lei será considerada uma infração penal, pois, existe a causa de excludente das ilicitude. Sendo
assim, quando o agente agir em legítima defesa a uma agressão injusta, atual ou iminente, estado
de neccessidade, conflito de deveres, obediência indevida desculpante, consentimento do
ofendido e consentimento presumido estará acobertado pelo instituto da excludente da
antijuridicidade ou ilicitude.
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1.5.Referências Bibliográficas
MASSON, Cleber. Direito penal esquematizado. Parte geral. V. 1. 9ª. Ed. Rev. Atual e ampl. Rio
de Janeiro: Forense. São Paulo: Método, 2015.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal – 10ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013
Legislação
Internet
https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/causas_de_exclusao_da_antijuridicidade.pdf
Acedido em 17 de Março de 2023 9:00
https://octalberto.wixsite.com/octalberto/g4-ilicitude
https://pt.scribd.com/document/467977715/Causas-de-Exclusao-e-Justificacao-de-Ilicitude#
Acedido em 17 de Março de 2023 9:15
https://www.studocu.com/row/document/universidade-catolica-de-mocambique/direito-
penal/direito-penal-trabalho-de-campo/8398011, acedido em 17 de Marçode 2023
http://www.asapol.net/asapol/legislacao/new/C%C3%B3digo%20Penal%20%20%20Anotado.pd
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