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3º Ano-2022
O Tutor:
Discente:
3º ANO
NOME DO ACADÊMICO:
TRABALHO DE CAMPO
TITULO DO TRABALHO:
CAPÍTULO - 1. ............................................................................................................................. 1
1.Introdução .................................................................................................................................... 1
1.2.Objectivos ................................................................................................................................ 2
1.3.Metodologia .............................................................................................................................. 2
CAPÍTULO - 2 ............................................................................................................................. 3
1.4. O MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL): Bloco Económicos de Natureza
Intergovernamental ....................................................................................................................... 3
1.4.1. Origem .................................................................................................................................. 3
1.4.2. O Aspecto Jurídico ................................................................................................................ 4
1.4.3.As Sanções no âmbito do Mercosul ....................................................................................... 6
1.5. Supranacionalidade .................................................................................................................. 7
1.5.1. Supranacionalidade no Mercosul .......................................................................................... 9
1.5.1.1. Alterações no modelo do bloco.......................................................................................... 9
1.5.1.2. Condições de aplicabilidade ............................................................................................ 11
1.5.1.3.Vantagens e desvantagens da Supranacionalidade no Mercosul ...................................... 12
2.Considerações Finais ................................................................................................................. 14
3.Referências Bibliográficas ......................................................................................................... 15
CAPÍTULO - 1
1.Introdução
A partir da segunda metade do século XX, estabelecem-se, no mundo, várias tentativas formais
de integração regional, motivadas, principalmente, pela possibilidade de superar crises e pela
necessidade de estabelecer processos de desenvolvimento económico de forma mancomunada. E
como consequência, visando a uma melhor inserção na ordem económica mundial, os países se
reuniram em grupos, realizando integrações de diversos fins, não só por ordem económica, mas
também social, política, cultural e ambiental. Assim sendo, o presente trabalho de campo, tem
como objectivo, analisar os Blocos Económicos ( Mercado Comum do Sul )
1
1.2.Objectivos
Geral
Específicos
1.3.Metodologia
2
CAPÍTULO – 2
1.4.1. Origem
1
O Mercosul foi criado em 1991, com a assinatura do Tratado de Assunção, pelos países
signatários: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Dentre seus objectivos, o mais
importante era o de se estabelecer um mercado comum, a fim de fortificar as economias dos
países-membros, proporcionando, assim, uma inserção competitiva no mundo globalizado,
conforme previsto no artigo 1º do Tratado de Assunção.
A integração na América Latina remonta aos idos de 1826, com os ideários do líder venezuelano
Simón Bolívar. Este almejava uma América unida, livre e independente; um homem à frente de
seu tempo. Pode-se dizer que a possibilidade para a formação de uma integração latina teve seu
início efectivamente nos anos 1960, com a criação da Associação Latino-Americana de Livre
Comércio – ALALC, originada com a assinatura do Tratado de Montevidéu. Esta foi a primeira
tentativa de se criar uma zona de livre comércio na região.
2
As Características básicas do Mercosul no âmbito da sua formação na fase transitória foram:
___________________________
1
Módulo: Direito de Integração Regional (DIR) ( pag.120), ISCED
2
Idem, 121
3
• A livre circulação de bens e serviços;
e;
De carácter transitório, o Mercosul nasceu com o Tratado de Assunção, no qual duas etapas eram
previstas para a viabilização da realização do Mercado Comum no Cone Sul: uma fase provisória
e uma segunda etapa definitiva. A primeira fase, realizada com a assinatura do Tratado de
Assunção, também conhecida como fase transitória, durou até a assinatura do Protocolo de Ouro
Preto, que deu origem à segunda etapa, oportunidade em que se instituiu a personalidade jurídica
de direito internacional ao presente bloco.3
Foi também o Protocolo de Ouro Preto, assinado em 1994, que instituiu a estrutura do Mercosul,
composta pelos órgãos: CMC – Conselho do Mercado Comum; GMC – Grupo Mercado
Comum; CCM – Comissão de Comércio do Mercosul; CPC – Comissão Parlamentar Conjunta;
FCES – Foro Consultivo Económico-Social; SAM – Secretaria Administrativa do Mercosul.
4
americano está exposto no preâmbulo do Tratado de Assunção, em que expressa a vontade dos
Estados partes de se integrarem para a respectiva inserção no mercado mundial, aprofundando
suas relações também em outras áreas que não só comercial. (Machado e Del’Olmo, 2011, p. 94).
A uniformidade europeia não está presente nos países integrantes do Mercado Comum do Sul,
haja vista que Brasil e Uruguai não adaptaram suas Constituições, de forma a facilitar a recepção
das
_________________________
3
Artigo 34 do Protocolo de Ouro Preto: é ʿʿO Mercosul terá personalidade jurídica de Direito
Internacionalʾʾ.
5
normas emanadas pela integração no qual estão inseridos. Por isso, pode-se ressaltar que o Brasil
adopta o sistema dualista, em que se distingue uma norma internacional da de direito interno,
considerando-as independentes umas das outras. Contudo, para o sistema dualista, as normas
internacionais só serão devidamente aplicadas na legislação interna de um país quando forem
devidamente recepcionadas pelo direito interno (kelsen, 2005). Certo é que nem todos os países
que compõem o bloco se baseiam na teoria monista.
Nas palavras do professor Tavares (2007, p. 13), é ʿʿcerto que o Mercosul vem passando por
dificuldades de efectivo desenvolvimento desde a sua criação, porque não se conseguiu
implantar efectivamente um espaço supranacional nos moldes daquele estruturado pela UEʾʾ. No
que concerne à estrutura institucional do Mercosul, muitas são as dificuldades para a
concretização da mesma segundo as sábias palavras de Basso:
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do Bloco Económico. Para se garantir a efectividade das normas são instituídos dois princípios˸ o
da reciprocidade e o da pacta sunt servanda.
Outra medida adoptada diz respeito a cláusula da nação mais favorecida, onde um Estado-parte
que conceder privilégios a um País, que não faça parte do Bloco Económico, terá a obrigação de
conceder o mesmo privilégio aos Estados-partes do Mercosul. O sistema de solução de
controvérsias adoptado pelo Protocolo de Olivos busca o avanço no sistema de sanções ao criar
um Tribunal de Revisão Permanente, que apesar de não ter as características de um Tribunal de
Justiça, com jurisdição obrigatória e que prevê sanções ao Estado infractor, possibilita através da
emissão de laudos a resolução dos conflitos.
Portanto, podemos perceber que as normas instituídas pelo Mercosul, estão sujeitas as
disposições dos Estados-partes, posto que não exista no sistema de sanções do bloco económico
um órgão institucional para julgar os litígios correspondentes e fazer com que suas normas sejam
obedecidas.
1.5. Supranacionalidade
Por ser o modelo escolhido pelo bloco mais avançado no processo de integração, a
supranacionalidade é uma característica desejada por muitas nações e suas regiões, pois tem
grande importância no “sucesso” alçando pela UE, ainda que para chegar nessa fase de
comunitarismo não seja tão simples e rápido. “Um dos principais suportes do Direito
Comunitário é o instituto da supranacionalidade, que contribuiu decisivamente para a
consolidação dos objectivos da União Europeia, possibilitando o desenvolvimento de políticas
comunitárias compatíveis com a legislação dos Estados-membros e uniformidade na tomada de
7
decisões, com base no primado e na aplicabilidade direta das normas comunitárias.” (GOMES,
2018).
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1.5.1. Supranacionalidade no Mercosul
Por ser o bloco económico em que o Brasil está inserido, o MERCOSUL e seu sucesso são
imprescindíveis para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos brasileiros e de todos os
cidadãos da américa latina.
O grande impasse desta alteração diz respeito ao quanto a adopção de estruturas supranacionais
no MERCOSUL ajudaria no desenvolvimento do processo de integração da região latino-
americana. Para tanto, o exemplo europeu demonstra grande valia para o entendimento do tema
9
no âmbito do MERCOSUL, porém, evidentemente que está afastada a possibilidade da simples
cópia do modelo, das estruturas e das categorias europeias para o MERCOSUL, tendo em vista a
história de cada bloco. “Embora, as metas dos dois blocos sejam diferentes, muitos estudiosos
afirmam que o fator supranacional seria benéfico para a melhoria e o desenvolvimento do
MERCOSUL. É possível notar a ausência de supranacionalidade no MERCOSUL através da
análise do Tratado de Assunção e do Protocolo de Ouro Preto. Segundo o artigo 38 do
Protocolo de Ouro Preto, as decisões do MERCOSUL devem ser tomadas por consenso dos
países membros e devem ser incorporadas à ordem jurídica interna para serem efetivadas. O
artigo 2 do mesmo protocolo também ressalta o caráter intergovernamental do bloco. […] Nota-
se também no MERCOSUL, a ausência do Direito Comunitário entre os países. Observando-se
a adoção das ordens jurídicas nacionais em detrimento do Direito comum aos países, sendo que
as decisões tomadas pelos órgãos MERCOSULinos possuem caráter recomendatório e são
adotadas pelos países de acordo com seus interesses.”. (SILVA; PINTO, 2016).
Nesse sentido, ficou observado a divisão de opinião entre os países do MERCOSUL quanto a
qual instituto de integração poderia ser aplicado ao bloco, sendo os dois maiores países aceitando
a regra do consenso e os dois menores renunciando a sua posição em torno de instituições com
carácter supranacional. Siqueira (2006) completa com outros motivos pelos quais,
principalmente o Brasil, reluta em alterar o modelo do bloco: “A capacidade de exercer pesada
influência política talvez seja o ponto que mais amedronte aqueles que são contrários à
formação dos blocos econômicos, pois tira de cena o tradicional jogo político praticado há
centenas de anos e a herança colonial, no caso do Mercosul, deixada no relacionamento sócio-
político por Portugal e Espanha nos Estados-membros.”.
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Ainda que a questão da supranacionalidade tenha entrado em pauta pelo governo
brasileiro: “[…] em 1993, quando o Itamaraty realizou um debate com importantes juristas
especializados em integração com a finalidade de se discutir a questão da supranacionalidade
no Mercosul. O objetivo final era preparar a posição brasileira nas reuniões
intergovernamentais ante os assuntos institucionais que aconteceriam em junho de
1993.” (SIQUEIRA, 2006).
Deste modo, até os tempos atuais, todo o sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL é
submetido ao controle das autoridades do Poder Executivo. Os negociadores brasileiros
argumentam que seria precipitada a criação de um tribunal com características supranacionais
anteriores a um aperfeiçoamento do bloco do cone sul. Entretanto, todos consentem que o bloco
deverá abraçar níveis mais elevados de independência jurídica. Se a busca de formação de um
bloco regional tem como suporte a ideia de que a integração pode levar a minora os problemas
socioeconómicos dos países envolvidos e a desenvolver suas potencialidades e fortalecer o
Continente Sul-americano no cenário mundial, mister se faz que se modifiquem as formas de
actuar, realizando as devidas reformas constitucionais, buscando, por um lado, ampliar as áreas
que comportam iniciativas integracionistas, e por outro, possibilitando a criação de um direito
comunitário e de órgãos com poder supranacional que atribua ao MERCOSUL um verdadeiro
status de comunidade, com todas as instituições que lhe são inerentes.
Dando atenção a Constituição pátria, percebe-se em seu histórico que a carta de 1988 dá ênfase a
soberania nacional, sendo este o grande obstáculo para a supranacionalidade. Porém o conceito
de soberania está desfasado frente a globalização, tanto que hoje se fala em soberania relativa, a
qual é mais compatível com a supremacia de Direito Internacional e ao estabelecimento de uma
ordem jurídica dessa natureza no cenário político mundial. Nogueira (2006) analisa a
constituição brasileira e a soberania: “Acredita-se que para ocorrer a aceitação da
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supranacionalidade por parte de nossa Constituição, necessário se faz uma avaliação da
política interna, possibilitando uma flexibilização do conceito de soberania, em consequência,
ocorra a mudança da teoria dualística arraigada na Carta Magna. Observa- se, contudo, que a
Constituição brasileira não pode ficar a mercê concepções ultrapassadas, que clamam por uma
soberania absoluta, em meio às revoluções e às inovações, ocasionadas pelos processos de
globalização e mundialização, pois na medida em que continuar com conceito ultrapassado há a
possibilidade de subjugar-se aos interesses de potências que podem aproveitar da fragilidade.
Verifica-se que a Constituição brasileira não vislumbrou que na medida em que o Estado
suprime parte do seu poder de independência soberana, cresce a sua posição estratégica em
relação à comunidade internacional e que não haverá perda, mas delegações ao seu exercício,
visando ao benefício comum.”.
1.5.1.3.1. Desvantagens
Se faz necessário tal destacamento de vantagens e desvantagens tendo em vista que o estudo da
supranacionalidade se dá apenas com base no exemplo europeu, tornando restrita suas
consequências a aquele continente, sem o conhecimento de como seria sua funcionalidade em
outra região, com aspectos, necessidades, cultura e carga histórica completamente diferentes.
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Outro ponto negativo da implementação do instituto estudado, seria sobre as identidades dos
indivíduos e como poderiam perder sua construção cultural e histórica, sendo que o Estado
influencia nessas relações de seus cidadãos como um colectivo distinto. Nesse prisma, Furtado
(2016) disserta sobre o assunto: “A crítica a que se referem é que não existiriam mais franceses,
espanhóis ou mesmo ingleses, e sim que haveria somente europeus. Esta visão do bloco europeu
se refere à questão da nação e do nacionalismo, em que cada povo seria caracterizado como
uma nação com território, cultura e história próprios.”.
1.5.1.3.2.Vantagens
Agora as vantagens, benefícios e possíveis resultados económicos que podem ser atingidos pelos
membros do bloco após a implementação do instituto da supranacionalidade: “a.1) Possibilita
uma maior integração do bloco económico, devido à presença de órgãos com competência
própria que adoptam suas decisões no interesse da integração, independentemente dos
interesses particulares dos Estados; a.2) possibilita o aprofundamento da integração, pois, com
a adopção por parte dos Estados de uma política única comunitária, os conflitos podem ser
resolvidos de forma mais fácil, sempre em prol do bloco económico; a.3) prestigia a sociedade
civil, reconhecendo os direitos do cidadão como sujeito activo e passivo das normas
comunitárias, o que possibilita a sua participação efectiva no processo de integração; a.4)
finalmente torna possível um verdadeiro ordenamento jurídico comunitário, com uniformidade
na interpretação e aplicação das normas comunitárias tanto por tribunal comunitário quanto
pelos tribunais nacionais.”. (GOMES, 2018).
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2.Considerações finais
Não há indícios de formação de uma ordem jurídica com carácter supranacional que leve à
completa integração dos Estados integrantes do MERCOSUL. As possibilidades de vir a existir
um direito comunitário do MERCOSUL estão limitadas, por um lado pelas Constituições dos
Estados-Partes (principalmente do Brasil e Uruguai) e por outro, pela noção tradicional de
soberania e independência que envolve a vontade política dos governantes dos países que o
integram. Parece ser conveniente aos países que as decisões sejam tomadas por consenso e que
as competências não sejam delegadas a determinados órgãos.
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3.Referências Bibliográficas
GOMES, Eduardo Biacchi (2001). Blocos Económicos e Soluções de Controvérsias, Jurúa, Curitiba;
KELSEN, Hans (2005). Teoria Geral do Direito e do Estado, Martins Fontes, São Paulo;
PEDROSO, Joseane Ceolin Mariani de Andrade. Mercosul e Supranacionalidade: Um estudo à luz das
constituições. 2007. 85 p. Dissertação de mestrado (Mestrado em integração latino-americana)-
Universidade Federal de Santa Maria – UFSM-RS, Santa Maria, RS, Brasil, 2007
PEROTTI, A. D. La supranacionalidad. Desde la óptica del sistema Mercosur (M) y desde óptica del
derecho constitucional de sus Estados partes. In: Revista de Direito Administrativo & Constitucional, n.
1, p. 127 e 128, 1999.
SILVA, Bianca Guimarães; PINTO, Renan dos Santos. MERCOSUL e supranacionalidade: os novos
rumos do conceito de soberania com o advento da globalização. 2016.
TAVARES, Fernando Horta (2007). Princípios do Direito Comunitário: Autonomia e Princípios, Belo
Horizonte;
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