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3º ano
Trabalho de campo
Tema:
Papel da liderança e da sociedade civil na formulação das políticas Públicas
O/A Tutor/a:
1. Introdução..................................................................................................................................1
1.2.Ojectivos....................................................................................................................................2
1.3.Metodologia...............................................................................................................................2
CAPITULO II................................................................................................................................3
ENQUADRAMENTO TEÓRICO...............................................................................................3
2.Conclusão
3.Referências Bibliográficas
CAPITULO I
1. Introdução
No Sector Público surge a importância de uma administração voltada para o bem social, que
atenda às necessidades de uma sociedade, que seja eficiente e pautada pela ética. Neste cenário,
novas competências de liderança são demandadas, no qual a figura do líder precisa ter a
habilidade de compreender esse ambiente, relacionando-se mais activamente com as pessoas e
promovendo interacções. As instituições públicas precisam de gestores que sejam líderes, que
coordenem a construção colectiva e a implementação responsável das acções.
A sociedade civil é um conceito que vêm sendo discutido nos meandros académicos. Desde
Hobbes, Kant, Hegel, Marx e Gramsci5 e outros que, evoluindo em contexto temporal, político e
socioeconómico, tentaram explicar as várias transformações, dinâmicas e rupturas que o conceito
de sociedade civil tem sofrido. As várias percepções académicas reforçam a complexidade de
entender o conceito de sociedade civil de uma forma uniforme e consensual.
Assim sendo, o presente trabalho de pesquisa, tem como objectivo, analisar o Papel da
Liderança e da Sociedade Civil na formulação das Políticas Públicas.
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1.2.Objectivos
Geral
Específicos
1.3.Metodologia
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CAPITULO II
ENQUADRAMENTO TEÓRICO
Actualmente, é comum se afirmar que a função do Estado é promover o bem estar da sociedade.
Para tanto, ele necessita desenvolver uma série de acções e actuar directamente em diferentes
áreas, tais como saúde, educação, meio ambiente. Para atingir resultados em diversas áreas e
promover o bem-estar da sociedade, os governos se utilizam das Políticas Públicas que podem
ser definidas da seguinte forma: “(...) Políticas Públicas são um conjunto de acções e decisões do
governo, voltadas para a solução (ou não) de problemas da sociedade (...).”
Entende - se por ̋ Políticas Púbicas o conjunto de acções colectivas viradas para a garantia dos
direitos sociais, configurando um compromisso público que visa dar conta da determinada
demanda, numa determinada área ou em diversas áreas. Expressa a transformação daquilo que é
do âmbito privado em acções colectivas no espaço público ̋. ( Guareschi, Comunello, Nardini &
Hoenischi, pág. 180).
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Portanto , Política Pública deve ser entendida como uma ̋ linha condutora e∕ou directora, ou
ainda uma tendência de uma acção colectiva que procura concretizar direitos sociais
declarados e garantidos em leis. É mediante as políticas que são distribuídos ou redistribuídos
bens sociais, em resposta às demandas da Sociedade. Por isso, o direito que as fundamenta é
direito colectivo e não individual ̋. ( Pereira, citada por Degennszaij, 2000։ 59).
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http://www.mp.ce.gov.br/nespeciais/promulher/manuais/MANUAL%20DE%20POLITICAS
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1.4.1. Formulação de Politicas Públicas
A legitimidade do governo (poder político) na formulação de politicas é lhe dado por meio do
sufrágio eleitoral em que o cidadão é levado a eleger o seu representante e consequentemente, as
suas politicas governamentais.
Assim para, Lasswell (1984։26) citado por Pedone (1982:22), entende por uma política pública
quem ganha o quê, como e quando. Assim sendo, a política pública para este autor é vista como
um plano de acção orientado para um certo objectivo, metas preestabelecidas e um alvo concreto.
Para Pedone (ibid), o sub processo de formulação de politicas públicas não é independente da
forma como decorre captação e entrada de alguns assuntos na agenda política e o seu processo de
tomada de decisão e assim como o contexto político, económico e social das praticas politicas, e
dos grupos que possam influenciar ou são afectados pela política.
Fazendo fé, a afirmação acima de Pedone de que o contexto político, económico e social onde
decorre o processo de formulação de politicas públicas, e a capacidade dos grupos que possam
influenciar este processo e são afectados aparecem como factores “fortemente” condicionadores
da natureza do processo, isto é, quanto mais “aberto ou fechado” for o sistema político e a fraca
ou forte capacidade (técnica e financeira) dos grupos ao arredor da política maior ou menor a
possibilidade de influenciar as politicas públicas ou governamentais.
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Para Monteiro (1982:8) a política pública é um curso de acção conscientemente escolhido e
orientado para um determinado fim. E para este autor se equipara uma política pública a uma
política governamental.
O papel da liderança na institucionalização das políticas públicas vai muito além de buscar
desenhar uma boa política pública nos seus aspectos técnicos. Esse é apenas o ponto de partida.
Ela deve conseguir criar conexão entre as diferentes esferas e conectar interesses, criando
diálogos entre os envolvidos. A capacidade de articulação é sim o grande diferencial de uma
liderança capaz de criar políticas públicas institucionalizadas e perenes, políticas que sejam para
além de governo e se tornem políticas de Estado.
A liderança não se institui com Portarias. A liderança pressupõe envolvimento com o trabalho e
com os trabalhadores. Pressupõe empatia, não obrigatoriamente, simpatia. É própria de quem é
capaz de respeitar o funcionário e fazer-se respeitar, por sua capacidade.
De modo geral, salienta Encinas (2012), as organizações públicas, do mesmo modo que as
organizações privadas, dependem com mais frequência da habilidade do líder para influenciar
seus subordinados, a fim de que os objectivos gerais sejam atingidos, o que se acentua ainda
mais com as limitações estruturais e legais aos quais os gestores públicos estão submetidos, no
qual o uso das palavras, das ideias e principalmente do comportamento deste constitui como
instrumento de grande valor para inspirar confiança e um perfil profissional a ser seguido.
O campo da responsabilidade também nos remete para a área da ética na liderança, porque os
bons líderes são aqueles que ajudam com que os sonhos das pessoas a se tornem realidade (Gill,
2006, p. 12). Esta é a essência mais pura do que uma boa liderança e uma boa governação devem
alcançar, todavia à semelhança de outros aspectos da vida é uma ideia que peca pela sua
dimensão utópica.
O caminho da mudança societária é o caminho da política, mas para esta mudança ser ordenada é
preciso vencer o problema epistémico do homem político, ou seja, formar a exactidão do
proceder da consciência do líder político como condição para que os resultados práticos das
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políticas públicas e da administração pública sejam exatos, sob a seguinte visão: “Ao invés de
colher a leitura é preciso colher o leitor; ao invés da objetificação, colher o que vê, ou seja, o pré-
ordenador-base que se antecipa em modo causal àqueles efeitos, a tudo o que é extraposto, que é
efémero” (MENEGHETTI, 2005, p. 92).
O líder deve ser capaz de desempenhar as actividades técnicas (habilidade técnica), ter
entendimento sobre a motivação individual e grupal (habilidade humana) e coordenar e integrar
todas as actividades da organização. Entretanto, vale destacar que dependendo do nível
organizacional no qual o líder está inserido será necessário focar mais em uma determinada
habilidade.
Segundo Sogge (ibid) a relação Estado/sociedade civil sempre foi marcada pela natureza do
exercício do poder político vigente, isto é, a influência da sociedade civil nas politicas públicas
foi sempre posta a reboque dos constrangimentos e incentivos do sistema político vigente.
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Ao abordarem a questão sobre a relação Estado/sociedade civil, Monteiro & José argumentam
que “o surgimento de movimentos sociais ou organizações sociais foi sempre dificultado desde o
regime colonial, posteriormente pelo regime político e o modelo de governação adoptado no pós
independência, sendo caracterizado por um regime de partido único e por uma economia
centralmente planificada” (1995:57).
A participação política das organizações da sociedade civil nos processos decisórios é visto por
muitos autores como um condimento necessário e imprescindível para o fortalecimento de uma
democracia participativa. Por sua vez Pedone afirma que as necessidades públicas induzem a
participação da sociedade civil na formulação e implementação dos programas do Governo
(1982: 10).
Nesta perspectiva Kulipossa (1997:30), a firma que com a proliferação de várias Organizações
da Sociedade Civil na década de 90, e “em muitos debates no seio da sociedade Moçambicana
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sobre a emergência destas organizações sociais em Moçambique, argumentam que estas criarão
plataforma para melhor governação”.
Para o caso de Moçambique, como bem mostra Canhanga (2007), a degradação das condições
sociais e económicas esteve ainda aliada a calamidades naturais (secas e cheias), à guerra civil,
que durou cerca de 16 anos, destruindo infra-estruturas económicas e sociais. Perante estes
constrangimentos, mostrava-se importante o envolvimento de outros actores no processo de
tomada de decisões, na formulação de políticas públicas e havia necessidade de partilhar o poder
com outros actores locais, pois reconhece-se a capacidade das comunidades locais na busca de
soluções dos seus próprios problemas.
1. O Problema
Identificar um problema público não é uma tarefa difícil. Desde catástrofes naturais que afectem
a vida das pessoas de determinada região aos congestionamentos das grandes cidades, violência
(infantil, contra mulher), são problemas públicos. De modo geral, toda situação pública que
afecta a vida das pessoas e se torna insatisfatória para elas pode ser percebido como um
problema.
2. A Agenda
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Depois de admitida a existência de um problema público, pode-se formular questões como: O
governo deve se envolver com ele? De que maneira? Existe capital social, político e económico
para incluir o problema na agenda do governo? Assim, identificado o problema público segue-se
a formação de uma agenda: aqui o problema adquire status de “problema público” dos quais
devem resultar acções e políticas públicas direccionadas para a solução do mesmo. Essas acções
devem ser previstas através de uma agenda que pode ser: um programa de governo, um
planejamento orçamentário ou uma simples lista de acções ou assuntos de alguma entidade. “A
montagem da agenda parte da constatação de um determinado problema, a conotação pública
deste problema e a sua entrada na pauta das preocupações do Governo” (WÖHLKE, 2016, p.
65).
3. Formulação de Alternativas
4. Tomada de Decisão
Ao tomar a decisão de implementar uma política pública acredita-se que houve, no mínimo, um
equilíbrio entre as forças existentes no período anterior à tomada de decisão. Charles Lindblom
(1959) afirma que as soluções também vão se ajustando ao problema, assim como, por vezes, os
problemas se adequam às soluções apresentadas. A presença de diversos tipos de interesses na
tomada de decisão pode interromper a condução de uma acção. Ela pode não sair do campo
teórico; mesmo a racionalidade esbarra em factores díspares para sua concretização. Após o
processo de elaboração das políticas públicas temos a tomada de decisão para sua
implementação. A tomada de decisão é a resposta que os atores políticos assumem mediante a
busca de alternativas para solucionar um problema público.
5. Implementação
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A implementação constitui a aplicação da política pela máquina burocrática de governo:
transformar intenções políticas em acções concretas. “Esta fase pressupõe que uma vez
delimitada a política pública, com a decisão tomada, com os recursos disponíveis e com o
desenho institucional elaborado, de modo lógico, os insumos transformam-se em acções”
(WÖHLKE, 2016, p. 72).
6. Avaliação
Depois de colocar em prática uma determinada política pública torna-se necessário avaliar os
efeitos e em que medida as metas foram atingidas (ou não); consiste em uma análise a posteriori
dos efeitos produzidos pelas políticas públicas: seu sucesso ou suas falhas. É possível também
fazer uma avaliação anterior à implementação, no sentido de avaliar a efectividade da acção.
Uma outra forma de avaliar a política pública é ao longo de sua implementação, no sentido de
monitorar o processo de implementação para fins de ajustes imediatos. Neste último caso a
avaliação da política pública pode levar à:
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Aos grupos que integram o Sistema Político, apresentando reivindicações ou executando
acções, que serão transformadas em Políticas Públicas, denominamos de Actores. No processo
de discussão, criação e execução das Políticas Públicas, encontramos basicamente dois tipos de
atores: os ‘estatais’ (oriundos do Governo ou do Estado) e os ‘privados’ (oriundos da Sociedade
Civil). Os atores estatais são aqueles que exercem funções públicas no Estado, tendo sido eleitos
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pela sociedade para um cargo por tempo determinado (os políticos), ou actuando de forma
permanente, como os servidores públicos (que operam a burocracia).
Existe importante diferença no modo de agir de cada um desses segmentos. Os políticos são
eleitos com base em suas propostas de políticas apresentadas para a população durante o período
eleitoral e buscam tentar realizá-las. As Políticas Públicas são definidas no Poder Legislativo, o
que insere os Parlamentares (vereadores e deputados) nesse processo.
Entretanto, as propostas das Políticas Públicas partem do Poder Executivo, e é esse Poder que
efectivamente as coloca em prática. Cabe aos servidores públicos (a burocracia) oferecer as
informações necessárias ao processo de tomada de decisão dos políticos, bem como
operacionalizar as Políticas Públicas definidas. Em princípio, a burocracia é politicamente
neutra, mas frequentemente age de acordo com interesses pessoais, ajudando ou dificultando as
acções governamentais.
Assim, o funcionalismo público compõe um elemento essencial para o bom desempenho das
directrizes adoptadas pelo governo. Já os atores privados são aqueles que não possuem vínculo
directo com a estrutura administrativa do Estado. Fazem parte desse grupo:
• A imprensa;
• Os centros de pesquisa;
• Os sindicatos patronais;
• Os sindicatos de trabalhadores;
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http://www.mp.ce.gov.br/nespeciais/promulher/manuais/MANUAL%20DE%20POLITICAS
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%20P%C3%9ABLICAS.pdf
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2.Conclusão
Deste trabalho de pesquisa, concluiu-se que, o processo de formulação de uma política pública
envolve a identificação dos diversos actores e dos diferentes interesses que permeiam a luta por
inclusão de determinada questão na agenda pública e, posteriormente, a sua regulamentação
como política publica. Assim, pode-se perceber a razão e a necessidade de mobilização de
grupos de representantes da Sociedade Civil e do Estado que discutem e fundamentam os seus
argumento, no sentido de regulamentar os direitos sociais e formular uma política pública que
expresse os interesses e as necessidades de todos os cidadãos ou, no mínimo, de todos os
envolvidos.
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3. Referências Bibliográficas
Cash, Katherine e Sanchez, Diana (2003). Redução da pobreza ou repetição de erros? Uma
critica da sociedade civil aos documentos de estratégias de redução da pobreza. Save the
Children Sweden and The Swedish Jubliee Network (SL).
Kuliposa, Fedelix Pius (1997). Programa de reforma dos órgãos locais ( PROL). Editado por
Guambe M, José Elija e Bernharde Weimer, Maputo.
LASSWELL, H. D. Politics: Who Gets What, When, How. Cleveland: Meridian Books,
[1936]1956.
Lundin, Iraê (2002).Uma Leitura Analítica sobre Espaços Socias que Moçambique Abriu e
Cultivar a Paz IN: Mazula, Brazão (2002). Moçambique: 10 Anos de Paz, editor CEDE, Maputo.
Monteiro, Viana Jorge (1982). Fundamentos da politica pública, Editora Idea, Rio de Janeiro.
Pedone, Luiz (1982). Formulação, Implementação e Avaliação de politicas públicas (SL).
Noberto, Bobbio (1982). O conceito de sociedade civil. Edição Geral, Rio de Janeiro;
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RODRIGUES, Marta M. Assumpção. Políticas Públicas. São Paulo: Publifolha, 2011. (Coleção
Folha Explica).
Sogge, David (1997). Moçambique: Perspectivas e o Sector Civil. Edição do Autor, Amesterdão;
SECCHI, Leonardo. Políticas Públicas: conceitos, esquemas de análises, casos práticos. São
Paulo: CENGAGE Learning, 2012.
Sites da Internet
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/lider-na-administracao-publica#12-
LIDERANCA
http://monografias.uem.mz:8080/bitstream/123456789/118/1/2010%20-%20Langa%2C
%20Ernesto%20Salvador.pdf
http://www.mp.ce.gov.br/nespeciais/promulher/manuais/MANUAL%20DE%20POLITICAS
%20P%C3%9ABLICAS.pdf
https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/politicas-publicas-e-processos-de-gestao/
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