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ATIVIDADE FINAL

Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo - Especialização em Legislativo, Território


e Gestão Democrática da Cidade

POLÍTICAS PÚBLICAS: DA AGENDA À AVALIAÇÃO

Prof. André Galindo

Aluno: Gabriel Bornelli Figueiredo

1- A partir da leitura do texto “Políticas públicas: um debate conceitual e reflexões referentes à


prática da análise de políticas públicas no Brasil” de Klaus Frey apresente com as suas palavras,
mas baseado nos conceitos do autor, o que significa os seguintes conceitos: a) Policy; b) Politics; c)
Polity; d) Policy Network; e) Policy Arena; f) Policy Cicle

Resposta:
a) Policy: este termo equivale ao que no Brasil nomeamos como “Política Pública”, sendo o resultado
concreto do processo político. Elas correspondem aos resultados efetivos das ações propostas por
um governo para a resolução de algum problema da sociedade.

b) Politics: é o processo de negociação e disputa política entre os diversos atores (agentes políticos,
partidos, etc.) para alcançar os objetivos de seus programas e concretizar uma “política pública”

c) Polity: esta dimensão refere-se ao ordenamento institucional, abrangendo a estrutura institucional


do estado e às normas jurídicas às quais este está submetido

d) Policy Network: corresponde às relações estabelecidas, mas que não são institucionalizadas,
entre grupos dos poderes executivo e legislativo e da sociedade civil organizada nos processos de
formulação e implementação de políticas públicas. Em geral, por estarem ligados a uma pasta
específica (saúde, educação, meio ambiente, etc.) é criada uma relação de cumplicidade entre
membros dos diferentes grupos pois, ainda que tenham objetivos específicos distintos, em geral
atuam em conjunto para defender o fortalecimento da pasta em questão.

e) Policy Arena: são os processos de conflitos e consensos entre os atores durante os processos de
formulação e implementação de políticas públicas resultantes das diferenças nas expectativas e
reações das pessoas a uma determinada política.

f) Policy Cicle: os ciclos de políticas públicas correspondem às etapas pelas quais uma política
pública passa desde a etapa de identificação do problema até a avaliação, passando pelas etapas
de formulação e implementação.

2 - (...) A partir da leitura da introdução desse artigo, mas utilizando-se das suas próprias palavras
apresente as definições dos seguintes conceitos: a) Fluxo de problemas; b) Fluxo de soluções; c)
Fluxo político; d) Janela de oportunidade

Resposta:
a) Fluxo de Problemas: é o dispositivo da teoria que analisa as razões que levam à identificação de
um problema e à sua inserção na pauta do governo, elencando três acontecimentos principais: 1) a
análise de indicadores que indiquem a ocorrência de um situação relevante / grave; 2) a ocorrência
de eventos, crises, desastres, etc, (ex: pandemia como a COVID-19, rompimento de uma barragem,
etc.); 3) as análises resultantes do monitoramento sobre o orçamento.

b) Fluxo de Soluções: são as ideias e propostas que serão disputadas entre os diversos atores
envolvidos e que resultarão na implementação de uma solução para o problema identificado. Neste
contexto, algumas propostas serão descartadas e outras serão parcialmente ou totalmente
aproveitadas na formulação da solução final.

c) Fluxo Político: são fatores que, isoladamente mas principalmente combinados, contribuirão para a
viabilização de uma nova política pública, sendo considerados três elementos fundamentais: a) o
clima político, reflexo dos anseios da sociedade; b) as pressões exercidas por grupos organizados;
c) a mudança de governo, especialmente no início de um novo governo que é considerado o
momento mais adequado para a entrada de novas demandas.

d) Janela de Oportunidade: é o momento onde ocorre a convergência dos três fluxos descritos
anteriormente (identificação de um problema + identificação alternartivas + momento político
favorável) e que se configura como o momento ideal para que os empreendedores possam
apresentar suas propostas.

3- Descreva com suas palavras uma definição para os conceitos de “Atores” e “Redes Sociais”
contido no artigo “Redes sociais e poder no Estado brasileiro: aprendizados a partir de políticas
urbanas” de Eduardo Marques publicado na Revista de Ciências Sociais no ano de 2006.

Resposta:
a) Atores: no contexto do artigo, os atores são definidos como os grupos da sociedade que são
detentores de instrumentos de poder e, a partir disto, disputam os recursos do estado com o objetivo
de atender às suas demandas e anseios. Enquanto, para alguns teóricos, o conjunto de atores
atuantes na política seja dinâmico, outros defendem que, em função das desigualdades de riqueza
os atores políticos que vencem as disputas são quase sempre os mesmos.

b) Redes Sociais: são estruturas sociais originadas a partir das interações e vínculos entre indivíduos,
entidades e organizações, que por sua vez influenciam o fluxo de bens, informações e poder. A
posição de um indivíduo nesta rede lhe dá acesso diferenciado a bens e instrumentos de poder. A
partir desta estrutura, obtém-se que certas alianças ou conflitos são mais ou menos prováveis, e
influenciam os resultados da política.

4 – (...) Nesse sentido recebe destaque o artigo escrito por Francisco Fonseca e publicado no
Cadernos EBRAPE no ano de 2013 com o título de “Dimensões críticas das políticas públicas”.
Fazendo uso desse artigo aponte de maneira resumida quais as limitações que se impõem às
políticas públicas brasileiras baseadas nos seguintes aspectos: a) Capitalismo contemporâneo; b)
Travas no sistema político; c) Bloqueio da mídia

Resposta:
A partir da combinação entre capital financeiro e produtivo, o “Capital” passou a deter o controle
sobre a produção, a circulação, e a organização de trabalho, de modo que o Estado, estruturalmente
impedido de controlar os meios de produção; refém, cada vez mais, do processo de acumulação de
capital, necessário para a arrecadação dos impostos; e limitado institucionalmente, pelas regras do
governo democrático-representativo, fica impossibilitado de implementar políticas públicas que
impeçam a “barbárie do Capital”. Um exemplo utilizado no artigo e que ilustra esta limitação vincula
a obsolescência programada, que é um instrumento utilizado pelas empresas para aumentar a
demanda por seus produtos, e a necessidade de implementação de políticas que visem a redução
nos impactos da atividade produtiva ao meio ambiente. Neste cenário, os interesses do capital
prevalecem sobre os interesses da sociedade, no caso o planeta, e, muitas vezes, este é defendido
pela própria população, a partir do efeito de agressivas campanhas de marketing.
Sob o ponto de vista do sistema político, a não realização de uma reforma política e adoção de um
sistema moldado durante a ditadura militar, fazem com que instrumentos instituídos, como o
financiamento privado de campanhas e a coligação com partidos, que muitas vezes nem têm uma
ideologia clara, para obtenção de tempo no rádio e na televisão, resultam no fato de que, para
viabilizar um governo, seja necessário assumir compromissos com os grupos que viabilizam uma
eleição (elites política e econômica). Desta forma, as políticas públicas assumidas, especialmente
para promoção de direitos sociais, são “tímidas”, e geralmente estão atreladas à concessão de outras
benesses para satisfazer os anseios das elites e evitar a transformação social, de fato.
Por fim, no que se refere ao papel da mídia, o incentivo ao sistema oligopólico durante o regime
militar, e a ausência de medidas para reverter esta política nos anos seguintes, resultou no fato de
os meios de comunicação serem meros “negócios privados”, expressando os interesses materiais e
ideológicos das classes médias e do capital (anunciantes), aceitando apenas as políticas que não
contrariem os interesses "empresarial" (incluindo a própria mídia), "agrário" e do "mercado
financeiro". Quando uma política contrária aos interesses da mídia é inserida na agenda do governo,
há uma mobilização para vetá-la ou, ao menos, para adequar seus objetivos quanto ao que se
pretende alcançar, tornando seus efeitos inócuos ou minorados.

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