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POLÍTICAS
EDUCACIONAIS:
ESTADO E GOVERNO
Professor (a) :

Dra. Vânia de Fátima Matias de Souza

Objetivos de aprendizagem
• Discutir acerca das relações existentes entre Estado, Governo e Sociedade.

• Compreender os caminhos históricos da construção das políticas públicas com foco no ensino superior no Brasil.

• Refletir acerca das políticas educacionais para o ensino superior e sua relação com os organismos internacionais.
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• Compreendendo a História da constituição do Ensino Superior: as relações entre Estado, Governo e Sociedade

• Construção das Políticas Públicas para o Ensino Superior

• Políticas Educacionais para o Ensino Superior e as relações com organismos internacionais

Introdução
As reflexões acerca das Políticas Públicas e as suas relações com o campo de atuação e profissionalização da Educação têm se
tornado uma tônica constante nos debates sobre os caminhos e perspectivas para a área. Afinal, não é possível projetar ações
futuras para a Educação se não a considerarmos uma área inserida em um contexto conjuntural das políticas públicas do Estado
promovidas e implementadas a partir das demandas e necessidades da sociedade civil.

Você já compreendeu que as políticas são ou deveriam ser elaboradas a partir de projetos de governo que comungam com os
interesses das diversas categorias da sociedade, mas nem sempre é essa a realidade. Então, deve estar se questionando: qual a
relação existente entre o Ensino Superior e as políticas públicas?

Para essa reflexão, neste estudo, faremos algumas reflexões acerca da atuação do tripé: Estado, Sociedade e Políticas Públicas no
contexto educacional. Isto porque entendemos que, historicamente, no campo do Ensino Superior, as reformas educativas levadas
a efeito em nosso país e nos outros países da América Latina desde o final da década de 70, com o objetivo de adequar o sistema
educacional ao pro- cesso de reestruturação produtiva e aos novos rumos do Estado, vêm reafirmando a centralidade da formação
dos profissionais da educação.

No quadro das políticas educacionais neoliberais e das reformas educativas, a educação constitui-se em elemento facilitador
importante dos processos de acumulação capitalista e, em decorrência disso, a formação de professores ganha importância
estratégica para a realização dessas reformas no âmbito da escola e da educação básica (AGUIAR, 1997; FREITAS, 1994, 1995).
Por consequência, essas ações acabaram refletindo mudanças no campo do Ensino Superior, chegando na atualidade com uma
nova roupagem e uma nova estruturação. diante da situação, precisamos entender essas políticas para compreendermos as
mudanças ocorridas ao longo dos tempos no Ensino Superior. Vamos à leitura!
Avançar

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UNICESUMAR | UNIVERSO EAD


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COMPREENDENDO A HISTÓRIA DA
CONSTITUIÇÃO DO ENSINO
SUPERIOR: AS RELAÇÕES ENTRE
ESTADO, GOVERNO E SOCIEDADE
Discutir sobre o tema Política e sua relação com o campo do Ensino Superior tem se constituído em uma ação necessária para o
fazer docente. Isso porque se trata de uma área de conhecimentos presente na sociedade contemporânea com enfoques que
tratam das questões das políticas ligadas à qualidade no ensino; financiamento; ampliação/expansão de vagas e formação
profissional no Ensino Superior, dentre outras temáticas que abrangem as discussões do Ensino Superior e trazem consigo também
discussões acerca da concepção de homem e profissional que se espera para a atuação na sociedade contemporânea. Em uma
sociedade do conhecimento, na qual a pluralidade de acessos a informações ocorre de forma dinâmica e mutável; as reflexões
acerca das políticas para o Ensino Superior no país tornam-se uma dinâmica de compreensão e busca pelo entendimento acerca
das mudanças conjunturais e estruturais pelas quais a sociedade brasileira tem passado. Isso tem acontecido especialmente nas
últimas décadas e influenciado de maneira significativa o campo do Ensino Superior.

Nessa dinâmica, você já deve ter se questionado: quais as implicações das ações político-governamentais e das políticas públicas
para o Ensino Superior e como essas ações influenciam e interferem no desenvolvimento da qualidade da educação brasileira? Os
caminhos e ações educativas ocorrem no âmbito do Ensino Superior e trazem consigo os contornos delineados a partir das
relações sociais e políticas tecidas na sociedade. Estas, em geral, são refletidas na prática cotidiana escolar como ações
determinantes que estruturam e efetivam a prática docente a partir da organização curricular, das dimensões estruturais e
pedagógicas do contexto educacional.

Tendo esse olhar, entendemos o campo do Ensino Superior como uma área de conhecimento que integra e dialoga com outros
campos de intervenção profissional e acadêmica, nesse contexto, desenvolve sua ação educativa integrando os saberes e
conhecimentos produzidos ao longo da história da sociedade. Por essa razão, os conceitos e estrutura das Políticas Públicas torna-
se uma tarefa imprescindível.

Nessa perspectiva, as políticas públicas são entendidas como o conjunto de normas e leis que regulamentam determinada
sociedade em determinado período, e são formadas a partir de perspectivas ideológicas e partidárias que constituem um governo,
afinal, este é o responsável por direcionar as ações do Estado a partir das necessidades e interesses da sociedade civil. De acordo
com Souza (2006),

pode-se resumir política pública como o campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, colocar o
[...]

governo em ação e/ou analisar essa ação (variável independente) e, quando necessário, propor mudanças no
rumo ou curso dessas ações (variável dependente). A formulação de políticas públicas constitui-se no
estágio em que os governos democráticos traduzem seus propósitos e plataformas eleitorais em programas
e ações que produzirão resultados ou mudanças no mundo real (SOUZA, 2006, p. 26).

As Políticas Públicas nesse sentido se constituem por meio da legislação de um Governo; por esse motivo, é fundamental
entendermos o que significa uma lei e, ao buscarmos o significado delas, vamos encontrar, em Montesquieu (1960), uma definição
que nos ajuda a compreendê-las, isto porque, para ele, as leis são entendidas como as ações necessárias para regulação das
relações humanas e que, portanto, tornaram-se necessárias nas relações entre todas as derivações da natureza das coisas, desde a
divindade até o mundo material, principalmente na vida do homem. Em se tratando de uma conceituação, é importante considerar
dois planos: um mais abstrato e outro mais concreto.

No primeiro, o Estado se apresenta como o locus da condensação do tecido social, tendo presente as
estruturas de poder, de dominação e os conflitos; no segundo, a máquina governamental e o seu principal
referente, em que se considera os recursos de poder que operam na sua definição (AZEVEDO, 1997, p. 5).

É importante termos a compreensão de que o conceito de Políticas Públicas se altera em cada momento da história, mas que, em
geral, mantém-se e se sustenta como sendo a materialização das ações do estado estas são “o Estado em ação” (AZEVEDO,1997, p.
60), que possui como funções oportunizar, normatizar e levar a sociedade civil aos projetos e ações que favoreçam o
desenvolvimento dos sujeitos integrantes dessa sociedade ou de determinado contexto social.

Por esse motivo, temos ações governamentais no campo das políticas nas esferas municipais, estaduais e federais, cuja ações são
delineadas a partir de cada realidade e com foco no atendimento das necessidades que são apresentadas. Höfling (2001), ao
discutir as Políticas Públicas, define Estado, Governo e Políticas Públicas como a representação descrita dos objetivos existentes
na relação prescrita entre eles no contexto social, mas que se encontra historicamente determinada modo de produção capitalista,
o que significa dizer que

o Estado é um conjunto de instituições permanentes – como órgãos legislativos, tribunais, exército e


[...]

outras que não formam um bloco monolítico necessariamente – que possibilitam a ação do governo; e
Governo é o conjunto de programas e projetos que parte da sociedade (políticos, técnicos, organismos da
sociedade civil e outros). O governo assume e desempenha as funções do Estado por um período
determinado. As políticas públicas re- presentam o Estado em ação, ou seja, o Estado executando um
projeto de governo, através de ações e programas voltados para alguns setores da sociedade. (HÖFLING,
2001, p. 31)

As políticas públicas são gestadas e implementadas a partir de demandas ora provenientes da sociedade civil, ora descritas pela
própria sociedade mas que decorrem sempre das necessidades contextuais e estruturais da sociedade em dado momento
histórico. Portanto, as políticas públicas estão vinculadas às estratégias de um governo, seus projetos e ideais, marcados pelas
ações na e para a sociedade.
Contudo, ainda há que se considerar, na construção das políticas públicas, a relação existente entre o governo e a sociedade que,
de acordo com Friedman (1988, p. 33), é uma relação que ocorre a partir de uma linha tênue de ações, afinal “o papel do governo –
representante do Estado – é fazer algo que o mercado não pode executar por si só, isto é, determinar, arbitrar e pôr em vigor as
regras do jogo".

Na concepção dos economistas neoliberais, a liberdade de mercado está pautada na livre concorrência.
Dessa forma, o mercado se autorregula e o governo só interfere quando julgar necessária sua ação no
sentido de manter a ordem social, caso esta esteja sendo ameaçada. Esses são, pois, os papéis básicos do
governo numa sociedade livre – prover os meios para modificar as regras, regular as diferenças sobre seu
significado, e garantir o cumprimento das regras por aqueles que, de outra forma, não se submeteriam a elas
(FRIEDMAN, 1988, p. 31).

De uma forma simples, podemos dizer que as políticas públicas são a concretização das ações do governo. Em síntese, as políticas
públicas, sancionadas por meio de projetos, medidas provisórias, sendo consolidadas nas leis, promovem (ou deveriam promover)
ações de um Estado que permite a sua sociedade civil progredir, tendo acesso aos direitos básicos sociais, tais como saúde,
educação, moradia, transporte e cultura, desenvolvendo assim a ciência e a tecnologia, configurando uma história social de direitos
a todos.

É importante destacar que as questões ideológicas que marcam as políticas públicas por meio da gestão dos governos acabam
sendo realizadas de acordo com os grupos político-partidários que ocupam as pastas governamentais. Por essa razão, o processo
democrático, de escolha dos governantes, é um ato essencial em uma sociedade que busca a garantia dos direitos da sociedade,
afinal, de acordo com Souza (2006, p. 36),

as ações efetivadas por meio da política pública permitem distinguir entre o que o governo pretende
[...]

fazer e o que, de fato, faz. É um termo abrangente e não se limita a leis e regras. É uma ação intencional, com
objetivos a serem alcançados. Embora tenha impactos no curto prazo, é uma política de longo prazo.

Portanto, as políticas públicas se apresentam de formas diferenciadas de acordo com cada período de governo, seguindo suas
respectivas intenções político-partidárias mas, em geral, estarão voltadas aos temas e interesses da área da saúde, transporte,
segurança, moradia, educação, cultura e outros. Tendo essa compreensão, destacaremos as Políticas Públicas que influenciaram e
influenciam de maneira efetiva a área de atuação da Educação, ou seja, as políticas sociais e as educacionais que têm se efetivado
como ações governamentais que direcionam e regem desde a regulamentação profissional até a ação curricular exercida pelo
profissional que atua no contexto escolar. A compreensão do caminho das políticas, de certa maneira, nos auxilia a entendermos
como ocorrem o desenvolvimento e a implementação do Ensino Superior no país.
CONSTRUÇÃO DAS POLÍTICAS
PÚBLICAS PARA O ENSINO SUPERIOR

Quando estudamos as questões relativas às políticas voltadas ao Ensino Superior, pre- cisamos navegar pelas questões históricas
da própria sociedade para entendermos os caminhos traçados para o ensino. Saiba que, de acordo com Giles (1987, p. 79),

[...]desde o século XI até a primeira metade do século XII, a tarefa de providenciar o ensino cabia
principalmente às escolas catedralísticas, na segunda metade do século, devido principalmente à
proliferação das cidades e aos, movimentos inspirados pela burguesia em ascensão, houve uma mudança
radical. A força do movimento das corporações também contribuiu para o surgimento de nova força
educativa.

De acordo com Cunha (1980, p. 21)

o ensino desenvolvido nos cursos de Filosofia e Teologia no Brasil, do século VXI e XVIII, só pode ser
entendido como atividade de aparelho educacional posto a serviço da exploração da Colônia pela
Metrópole. [...] Os diplomados pelas escolas superiores destinavam-se a viabilizar essa dominação.

N o período Jesuítico no Brasil,

os estabelecimentos de ensino dos jesuítas seguiam as normas padroniza- das, as quais previam um
currículo único para estudos escolares dividido em dois graus, supondo o domínio das técnicas elementares
da leitura, escrita e cálculo: os studia inferiora, correspondentes ao ensino secundário, e os studia superiora,
correspondentes aos estudos universitários”(BRANDÃO, 1997, p. 05).

Essas transformações sobre o objetivo e finalidade do Ensino Superior passavam a descrever o tipo de sociedade que se estava
construindo. Os enfoques das ações político-governamentais estavam sempre atrelados às questões da construção da sociedade
brasileira, a exemplo do que aconteceu no período jesuítico no Brasil, segundo Saviani (2010, p. 5 - 6):

[...]embora alguns dos colégios jesuítas no período colonial mantivessem cursos de filosofia e teologia, o que
dá respaldo à tese de que já existia ensino superior nessa época no Brasil, os cursos superiores
propriamente ditos começaram a ser instalados no Brasil a partir de 1808 com a chegada de D. João VI
[...]nas primeiras décadas republicanas arrefeceu-se a iniciativa oficial e surgiram faculdades e também
esboços de universidades no âmbito particular. Uma delas foi a Universidade do Paraná que, fundada em
1912, iniciou seus cursos em 1913 e em 1920, por indução do governo federal, até ser reconstituída em
1946 e federalizada em 1951, [...] se tratava de cursos superiores isolados, isto é, não articulados no âmbito
de universidades. Após a Revolução de 1930 que se retomou o protagonismo do Estado nacional na
educação com a criação, já em outubro desse ano, do Ministério da Educação e Saúde Pública e com os
decretos da chamada Reforma Francisco Campos em 1931, entre os quais se situam o que estabeleceu o
Estatuto das Universidades Brasileiras.

Segundo Cunha (1980, p. 231) ,

no Brasil, o liberalismo foi submetido a toda sorte de arranjos ideológicos: conviveu com as ideias que
[...]

defendiam a monarquia e a escravidão, associou-se ao positivismo e, na Primeira República, serviu


admiravelmente bem para legitimar a ditadura das oligarquias e a repressão aos trabalhadores. No campo
educacional, o liberalismo foi evocado, no tempo do Império para legitimar a igualdade das escolas
particulares às escolas estatais e a para justificar a frequência livre dos estudantes das escolas superiores e
a introdução da livre-docência (liberdade de ensinar e de aprender) em todos os tempos, para fundamentar
a necessidade de se estender a instrução elementar a todos os cidadãos. Na Era Vargas, as ideias de
Fernando de Azevedo expressas já no seu projeto/pesquisa de 1926, e largamente difundidas após 1930,
forneceram a mais importante referência da primeira vertente do liberalismo: a elitista.

A partir da década de 40 e ao longo da década de 50 ocorre o processo de criação das universidades federais, de modo geral, nas
capitais dos estados federados entendendo-se pelas décadas de 60 e 70 (SAVIANI, 2010, p. 7). De acordo com Trindade (2000, p.
,

122), em uma retrospectiva da instituição universitária, é possível identificar quatro períodos:

Do século XII até o Renascimento, caracterizado como período da invenção da universidade em plena Idade
Média em que se constituiu o modelo da universidade tradicional, a partir das experiências precursoras de
Paris e Bolonha, da sua implantação em todo território europeu sob a proteção da Igreja. (p. 122); No século
XV, época em que a universidade renascentista recebe o impacto das transformações comerciais do
capitalismo e do humanismo literário e artístico, mas sofre também os efeitos da Reforma e da Contra-
Reforma; A partir do século XVII, período marcado por descobertas científicas em vários campos do saber, e
do Iluminismo do XVIII, a universidade começou a institucionalizar a ciência; No século XIX, implantou-se a
universidade estatal moderna, e essa etapa, que se desdobra até os nossos dias, introduz uma nova relação
entre Estado e universidade.
Segundo Cacete (2014),

Do ponto de vista político, o período que se estende de 1930 aos anos de 1970 foi marcado pelo
rompimento com a velha ordem oligárquica brasileira e pelo aparecimento, evolução e destruição do
populismo. No confronto das forças que desejavam a internacionalização da economia e as que defendiam
um desenvolvimento independente, teremos a vitória da primeira no âmbito da ruptura que se estabelece
nos anos de 1960. A partir de 1930, temos uma sociedade que lenta, mas progressivamente,
industrializava-se com uma concentração cada vez mais ampla da população nos centros urbanos, o que
contribuiu para a promoção de exigências cada vez maiores em relação à educação. Foi particularmente na
região sudeste, sobretudo em São Paulo e Rio de Janeiro, onde a demanda por ensino, e particularmente
ensino superior, foi mais sentida (CACETE, 2014, p. 1063).

Os anos de 1930 e 1940 marcaram a construção de uma sociedade que buscava caminhos para modernizar os diversos setores
sociais, mas ainda de forma muito atrelada a um perfil de governo que estava sendo centralizador. Logo, as mudanças mais
significativas passam a ocorrer apenas nos anos de 1960 que, segundo Cacete (2014, p. 1067),

No início dos anos 1960, já se prenunciavam as mudanças significativas que iriam ocorrer no âmbito do
ensino superior e, particularmente, no que diz respeito ao rumo que tomariam as faculdades de filosofia.
Com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 4.024, promulgada em 20 de
dezembro de 1961, após um longo período de debates nos órgãos legislativo.

Período Monárquico (1808 – 1889) - “As primeiras Instituições de ensino superior foram criadas apenas em
1808 e as primeiras universidades são ainda mais recentes, datando de década de 1930”. Primeira
República: entre 1889 e 1918 foram criadas, no Brasil, 56 novas escolas superiores, a grande maioria
privada. Era assim dividido o cenário da educação naquele momento: de um lado, instituições católicas,
empenhadas em oferecer uma alternativa confessional ao ensino público e, de outra, iniciativas de elites
locais que buscavam dotar seus estados de estabelecimentos de ensino superior. A Década de 20 e o
Movimento de Modernização do Ensino (...). Nos anos 30, quando foram criadas as primeiras escolas
superiores até 1934, o modelo de ensino superior foi o da formação para profissões liberais tradicionais,
como direito e medicina, ou para as engenharias. A reforma do governo Vargas instituiu as universidades,
mas não propôs a eliminação das escolas autônomas e nem negou a liberdade para a iniciativa privada. De
1945 a 1964, A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1961, legitimou e ampliou o
sistema existente, preocupou-se basicamente em estabelecer mecanismos de controle da expansão do
ensino superior e do conteúdo a ser trabalho (adaptado de Durham, 2005, p. 201 - 203).

Em 1961, com a promulgação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Lei nº 4024/1961 expõe que

De acordo com Saviani (2010, p. 8), em virtude do golpe militar, a legislação educacional necessitava de
adequações, as quais ocorreram parcialmente, mediante a aprovação de uma nova lei de diretrizes e bases
da educação, pois o governo militar considerou inadequada uma mudança completa. Bastava, portanto,
ajustá-la ao novo quadro político. As mudanças se efetivaram por meio da Lei n. 5.540/68, que reformulou o
ensino superior. Assim como a Lei n. 5.692/71, de 11 de agosto de 1971, modificou os ensinos primários e
médio, que passaram a ser denominados de ensino de primeiro e segundo graus. Desse modo, os
dispositivos da Lei n. 4.024/61 foram revogados e substituídos pelas duas novas leis.

Na linha temporal das questões sociais e políticas que influenciaram o campo do Ensino Superior, podemos perceber que, na
década de 70, houve um aumento da demanda relacionada a esse nível educacional o que gerou uma ampliação dos recursos
federais e do orçamento destinado à educação. Já na década de 80, um período marcado pela transição política da sociedade, a
qual resultou na Constituição em 1988, trouxe novos acenos e roupagens para o setor da educação. Segundo Saviani,

A Constituição de 1988 incorporou várias das reivindicações relativas ao ensino superior. Consagrou a
autonomia universitária, estabeleceu a indissociabilidade entre ensino pesquisa e extensão, garantiu a
gratuidade nos estabelecimentos oficiais, assegurou o ingresso por concurso público e o regime jurídico
único. Nesse contexto, a demanda dos dirigentes de instituições de ensino superior públicas e de seu corpo
docente encaminhou-se na direção de uma dotação orçamentária que viabilizasse o exercício pleno da
autonomia e, da parte dos alunos e da sociedade, de modo geral, o que se passou a reivindicar foi a expansão
das vagas das universidades públicas (SAVIANI, 2010, p. 10).

Mudanças surgiram no campo do Ensino Superior a partir do Decreto 2.306, de 19 de agosto de 1997, que regulamentou o sistema
federal de ensino em consonância com a nova LDB. Esse decreto introduz, na classificação acadêmica das instituições de ensino
superior, a distinção entre universidades e centros universitários (SAVIANI, 2010, p. 11).

Para Saviani (2010, p. 13),

A partir da década de 1990, num processo que está em curso nos dias atuais, emerge nova mudança
caracterizada pela diversificação das formas de organização das instituições de ensino superior alterando-
se o modelo de universidade na direção do modelo anglo-saxônico na versão norte-americana. Em
consequência dessa mudança freou-se o processo de expansão das universidades públicas, especialmente
as federais, estimulando-se a expansão de instituições privadas com e sem fins lucrativos e, em menor
medida, das instituições estaduais. Essa foi a política adotada nos oito anos do governo FHC, o que se
evidenciou na proposta formulada pelo MEC para o Plano Nacional de Educação apresentada em 1997. O
percurso histórico do Ensino Superior no Brasil ocorreu de acordo com as ideologias de cada Governo, para
as políticas neoliberais, que consolidaram a dicotomia entre o ensino público e o privado.

POLÍTICAS EDUCACIONAIS PARA O


ENSINO SUPERIOR E AS RELAÇÕES
COM ORGANISMOS INTERNACIONAIS

Como sabemos, as ações político-governamentais ocorrem na atualidade a partir das premissas e das regulações advindas tanto
das necessidades internas quanto externas do país. Isto porque, no mundo globalizado, no qual as informações são diluídas
rapidamente e as expectativas sociais são geradas e exigidas por diversas demandas, há que se entender que o campo das políticas
são marcadas, também, pelas relações e interações com influências dos organismos internacionais, as quais, no conjunto das ações
das políticas neoliberais, buscam regular as ações, inclusive no campo da educação dos países membros.

Alguns traços da concepção “tradicional” do BM sobre educação superior para os países em desenvolvimento podem ser
encontrados no conhecido documento La Enseñanza Superior - Las lecciones derivadas de la experiência (BM, 1994) e, mais
recentemente, no documento The Financing and Management of Higher Education: A Status Report on Worldwide Reforms (BM, 1998).

No primeiro documento, ressalta-se, antes de tudo, a importância da educação superior para o desenvolvimento econômico e
social, argumentando-se, inclusive, com base nas supostas taxas de rentabilidade social, estimadas em 10% “ou mais” que
indicariam “que os investimentos neste nível da educação contribuem para aumentar a produtividade do trabalho e produzir um
maior crescimento econômico no longo prazo”(BM, 1994). Um exame sumário das razões da crise da educação superior nos países
em desenvolvimento - encabeçadas pelos limitados e mal utilizados recur sos públicos - introduz a apresentação das quatro
orientações chave para a reforma:

fomentar a maior diferenciação das instituições, incluindo o desenvolvimen- to de instituições privadas;


[...]

proporcionar incentivos para que as instituições diversifiquem as fontes de financiamento, por exemplo, a
participação dos estudantes nos gastos e a estreita vinculação entre o financiamento fiscal e os resultados;
redefinir a função do governo no ensino superior; adotar políticas destinadas a outorgar prioridade aos
objetivos da qualidade e da equidade (BM, 1994, p. 28-29).

É preciso entender que as ações político-governamentais influenciadas pelas ações das agências e organismos internacionais e
multilaterais, tais como ONU, UNESCO, UNICEF, BANCO MUNDIAL, BIRD, FMI, dentre outras, influenciam o campo da formação
das políticas do ensino superior no que se refere aos princípios educativos, mas com enfoque nos campos ideológicos referentes à
formação, desenvolvimento e tecnologias que buscam direcionar os rumos da sociedade.

De acordo com Morais (2001), o destaque deve ser dado aos documentos orientadores provenientes do Banco Mundial que, a
partir dos anos de 1970, passaram a representar-se como uma agência que passa a influenciar diretamente a formação e
qualificação da mão de obra, refletindo-se no campo de ação e intervenção investigativa do Ensino Superior, tanto no Brasil como
nos países da América Latina.

O Ensino Superior passa, então, por reformulações nos anos de 1980, em especial a partir do processo de redemocratização,
período em que foi preciso reajustar os objetivos do país e da educação para atender as novas demandas do mercado e as reformas
do ensino decorrentes desse momento da história.

O artigo 205 da Constituição Federal de 1988 aponta que“a educação, direito de todos e dever do Estado e da Família, será
promovida e incentivada pela colaboração da sociedade” (BRASIL, 1988, s/p), além disso apresenta também no discurso implícito a
necessidade de adequar-se aos sistemas internacionais que tornam o campo da educação um vínculo direto ligado ao processo de
desenvolvimento da sociedade perante os demais países.

Segundo Sguissardi (2000), o país, no que se refere aos ajustes educacionais do Ensino Superior, em especial, a partir dos anos 80 e
90, sempre esteve atrelado aos objetivos dessas agências, seja por ordem financeiras ou por questões ideológicas sobre a
formação e os pressupostos do mercado.
Uma questão que tem se tornado muito significativa nos anos 2000 no campo do Ensino Superior está ligada a influentes agências,
como Banco Mundial, que, por meio de suas cartas, orientações e diretrizes para os países em desenvolvimento, passa a ditar as
diretrizes para as políticas de intervenção e implementação de ações, e re- cursos destinados a esse campo da educação. Um
exemplo dessa influência ocorre na ampliação de ações como a efetivação do Enem como possibilidade de ingresso nas IES, ou
programas de governo, como o PROUNI, que passa a dar maior abrangência número de vagas ofertas no ensino superior.

É importante sabermos que a influência dessas agências internacionais está sempre atrelada a questões de recursos financeiros
aos países em desenvolvimento, isso significa que, em geral, as ações orientadas nos documentos estarão sempre condicionadas a
fatores de ordem econômica e a ações estabelecidas como metas que devem ser cumpridas pelos países membros dessas agências.
Destaca-se que, nessa relação de orientações, metas e propositivas estabelecidas, tem-se de forma efetivada a questão da
manutenção do sistema capitalista incutido nas ações, uma vez que vão essas metas influenciar sobremaneira em questões
econômicas, culturais e políticas da formação da sociedade no campo da atuação e direcionamento profissional da população, ou
seja, as mudanças, reformas e perspectivas educacionais passam a ser regidas pelos documentos, bem como a oferta dos cursos ou
os campos de maior investimento no Ensino Superior que passam a ser tratados de acordo com as metas estabelecidas nestes
documentos.

De acordo com Sperller (2012, p. 57), o “modelo que se tenta impor, nos dias de hoje, é o que vigora no mundo anglo-saxônico e, em
torno dele, grandes manobras se efetuam em organizações como a OCDE, a UNESCO e o Banco Mundial”.

Para saber mais sobre os documentos da UNESCO que influenciam o campo da Educação Superior no Brasil
e na América Latina clique no botão abaixo, neste endereço você encontrará todos os documentos com
essas discussões.

Acesse o site

Outro exemplo da ação das agências, junto ao processo de desenvolvimento do Ensino Superior, pode ser notada no documento
divulgado e amplamente cotado como indicações para a educação em todos os países da América Latina, - o Documento“Educação:
um tesouro a descobrir. O Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, produzido por
Delors (1996), determinava pistas e recomen dações no capítulo 9 sobre a ação das agências e suas metas junto aos países
membros:

necessidade de uma cooperação internacional – que deve ser repensa- da radicalmente – é válida
[...]

também para a área da educação; trata-se de uma questão que implica não só os responsáveis pelas
políticas educativas e os professores, mas também todos os atores da vida coletiva. Ajudar no
fortalecimento dos sistemas educacionais nacionais ao encorajar as alianças e a cooperação entre os
ministérios em nível regional, e entre países que enfrentam problemas semelhantes. • Ajudar os países a
enfatizar a dimensão internacional do ensino ministrado (programas de estudo, recurso às tecnologias da
informação, cooperação internacional). De acordo com uma iniciativa de prospecção, criar um observatório
UNESCO das novas tecnologias da informação, de sua evolução e de seu impacto previsível, não só sobre os
sistemas educacionais, mas também sobre as sociedades modernas. • Incentivar, por intermédio da
UNESCO, a cooperação intelectual na área da educação: Cátedras UNESCO, Escolas Associadas, partilha
equitativa do saber entre países, divulgação das tecnologias da informação, intercâmbio de estudantes e de
pesquisadores.• Fortalecer a ação normativa da UNESCO a serviço de seus Estados Membros, por exemplo,
no que diz respeito à harmonização das legislações nacionais com os instrumentos internacionais (DELORS,
1996, p. 37).
Outro documento importante delineado como marco nesse contexto foi a Conferência Mundial Sobre o Ensino Superior, realizada
pela Unesco, em 1998, a qual passa a de terminar, no artigo 11, que:

Avaliação da qualidade

a) A qualidade em educação superior é um conceito multidimensional que deve envolver todas as suas
funções e atividades: ensino e programas aca- dêmicos, pesquisa e fomento da ciência, provisão de pessoal,
estudantes, edifícios, instalações, equipamentos, serviços de extensão à comunidade

e o ambiente acadêmico em geral. Uma auto-avaliação interna transparente e uma revisão externa com
especialistas independentes, se possível com reconhecimento internacional, são vitais para assegurar a
qualidade. Devem ser criadas instâncias nacionais independentes e definidas normas comparativas de
qualidade, reconhecidas no plano internacional. Visando a levar em conta a diversidade e evitar a
uniformidade, deve-se dar a devida atenção aos contextos institucionais, nacionais e regionais específicos.
Os protagonistas devem ser parte integrante do processo de avaliação institucional.

b) A qualidade requer também que a educação superior seja caracterizada por sua dimensão internacional:
intercâmbio de conhecimentos, criação de redes interativas, mobilidade de professores e estudantes, e
projetos de pesquisa internacionais, levando-se sempre em conta os valores culturais e as situações
nacionais.

c) Para atingir e manter a qualidade nacional, regional ou internacional, certos componentes são
particularmente relevantes, principalmente a seleção cuidadosa e o treinamento contínuo de pessoal,
particularmente a promoção de programas apropriados para o aperfeiçoamento do pessoal acadêmico,
incluindo a metodologia do processo de ensino e aprendizagem, e mediante a mobilidade entre países,
instituições de educação superior, os estabelecimentos de educação superior e o mundo do trabalho, assim
como entre estudantes de cada país e de distintos países. As novas tecnologias de informação são um
importante instrumento neste processo, devido ao seu impacto na aquisição de conhecimentos teóricos e
práticos (UNESCO, 1999, s/p).

A privatização vem sendo utilizada com a finalidade de reduzir a presença do Estado tanto na área
produtiva quanto na área social. Como consequência, as políticas sociais têm sido direcionadas à população
de baixa renda, aliviando a miséria dos excluídos, mantendo, entretanto, a desigualdade social e a pobreza.
Na área educacional, a política de focalização se manifesta por meio da priorização dos recursos da União
para o atendimento ao ensino fundamental; pela criação de bolsas para os estudantes do ensino superior
privado, a exemplo do Programa Universidade para Todos (PROUNI); e pela redução dos investimentos
públicos nas instituições de ensino superior públicas.

Fonte: adaptado de Chaves (2010)

Outro destaque sobre as definições tratadas a partir da Conferência foi o fato de estabelecer “todo tipo de estudos, treinamento
ou formação para pesquisa em nível pós-secundário, oferecido por universidades ou outros estabelecimentos educacionais
aprovados como instituições de educação superior pelas autoridades competentes do Estado”(UNESCO, p. 11, 1999). Esta
delimitação passa, então, a atrelar-se à questão das competências do Ensino Superior ligadas às propositivas de ação com foco na
qualidade e avaliação no Ensino Superior. Esses elementos “qualidade e avaliação” passam, nesse sentido, a ser o ponto central das
políticas com foco no ensino superior.
Segundo Shiroma, Moraes e Evangelista (2004, p. 77), essas ações desencadeadas pelas agências e organismos multilaterais
influenciaram “na condução das políticas públicas, nas instâncias tripartites, envolvendo empresários e trabalhadores para discutir
com o governo os rumos da educação brasileira”.

As relações existentes entre as políticas públicas com foco no Ensino Superior na educação brasileira são orquestradas
efetivamente desde dos anos 1990 no país, a partir das deliberativas das agências e organismos internacionais, uma vez que os
documentos a enseñanza superior las lecciones derivadas de la experiencia elaborado e divulgado em 1994 pelo Banco Mundial, e o
: ,

documento a Unesco Política de mudança e desenvolvimento no Ensino Superior de 1999, trouxeram uma nova visão sobre as
perspectivas do ensino superior para com a sua função junto à sociedade.

Essa perspectiva de um Ensino Superior atrelado às ações mercadológicas que circundam a esfera da sociedade está representada
no Relatório Sintético sobre as Tendências e Desenvolvimentos na Educação Superior desde a Conferência Mundial sobre a
Educação Superior (1998 – 2003), no qual se tem definido que

a) Universidade Dinâmica: A universidade não pode mais encarar o conheci- mento de forma estática,
como se o saber tivesse longa duração, compatível com o horizonte de vida de seus professores. Hoje, o
conhecimento começa a mudar no instante em que é criado, e a universidade tem de incorporar essa
dimensão ao papel desempenhado por ela. [...] Os alunos poderão se submeter a concursos que determinem
sua habilitação para a prática da pro- fissão, de acordo com sua própria capacidade e com o tempo que lhes
seja necessário. Com o uso dos novos métodos de ensino e de pesquisa, o tempo exigido para a formação
pode variar muito, de acordo com a capacidade de cada aluno. Graças aos novos métodos pedagógicos e aos
equipamentos de comunicação e informática, a formação de um profissional tem de levar menos tempo do
que levava há algumas décadas (UNESCO, 2003, p. 38-40).

Outro aspecto de influência do documento da UNESCO foi a deliberação acerca da ampliação de vagas no Ensino Superior
brasileiro, na qual se determina que:

Apesar de as vagas terem aumentado no conjunto das universidades brasileiras, seu número ainda é muito
pequeno em relação à demanda já existente. A universidade brasileira terá de, ao longo dos próximos dez
anos, ampliar o número de vagas, com a meta de, no mínimo, dobrar o número de alunos. Para tal, além de
recursos adicionais, ela precisará mudar seus sistemas de ensino, de maneira a adotar, cada vez mais, os
sistemas de ensino a distância (UNESCO, 2003, p. 50).

Nos documentos das agências multilaterais, o que se pode observar é uma constância na educação superior e o desenvolvimento
socioeconômico da sociedade como componentes essenciais para que o Estado possa ter uma manutenção do sistema econômico
vigente, abastecendo o campo tecnológico com a qualificação da mão de obra de acordo com os princípios e necessidades da teia
de relações internacionais existentes entre os países, em especial os membros pertencentes à agência.

No Brasil, a falta de paridade de gêneros é elevada na educação superior, na qual é observada disparidade
em favor das mulheres. O acesso às instituições públicas ainda deve ser ampliado para incluir uma
proporção maior dos jovens com idades entre 18 e 24 anos, principalmente os provenientes das camadas
mais baixas da população. As avaliações indicam a existência de grandes diferenças de qualidade
educacional entre as instituições, particularmente entre as instituições privadas.

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Em geral, a referência ao Ensino Superior nos documentos das agências multilaterais está sempre fazendo menção às questões do
mundo do trabalho e das ações que vislumbram o desenvolvimento dos países e a pressão pela produção de conhecimentos e
produtividade, ou seja, a educação passa a ser vista como uma instância regulada pela ação e interesse por produtos que venham a
subsidiar as necessidades econômicas globais.

Essa relação educação-produto-mercado vai se consolidar, também, na destinação de recursos e investimentos tanto no setor
público quanto no privado, em que se tem, em cada momento da história, foco em cursos distintos. Isto porque o processo de
globalização e rápida disseminação dos conhecimentos, informações e saberes acaba provocando uma constante reestruturação
no campo da produtividade do ensino superior para atender a todas essas demandas provenientes do rápido fluxo do mercado, no
qual a obsolescência tanto dos bens materiais como das relações humanas são refletidas nas constantes mudanças e reformas no
campo educacional.

A exemplo dessas ações influenciadas no Ensino Superior pelas agências multilaterais também podemos citar o caso das políticas
de ampliação de vagas como ação necessária para minimizar as relações econômicas dos países, como preconizado no documento
do Banco Mundial, de 1999: documento Estratégia para o setor educacional - documento estratégico do Banco Mundial: a
educação na América Latina e Caribe, no qual um dos papéis da educação seria o ‘alívio da pobreza’, daí sendo necessário que
houvesse uma ampliação do número de vagas e acesso ao ensino superior, e que, para tal atendimento, deveria ser ampliado
investimento para o desenvolvimento do setor privado deste campo educacional. Essa recomendação vai refletir as discussões e
aumento de cotas universitárias e dos programas federais de conces- são de bolsas de estudos em instituições privadas do ensino
superior.

Assim, o que percebemos é que o final do século XX e início do século XXI configurou-se na consolidação do discurso da “sociedade
do conhecimento”, segundo o qual níveis mais elevados de educação seriam fundamentais para o desenvolvi- mento e
competitividade das nações em um mundo globalizado, assim como para contribuir para a coesão social (HEYNEMAN, 1998;
WolfensOHN, 1998). O ensino superior voltou a fazer parte das prioridades do Banco Mundial, mas não mais a partir de uma
oferta pelo setor público, e sim para sua abertura, como uma área de negócios ao setor privado internacional e a grandes firmas
nacionais a ele associados, que estariam prontos para vender seus pacotes educacionais, consultorias, equipamentos etc. (BM,
1999).

Enfatiza-se não só a necessidade de diversificação das instituições, mas também se defende o estabelecimento de um sistema
estratificado, com poucas universidades de pesquisa no topo, seguidas por universidades de formação profissional de quatro anos
e institutos isolados e centros vocacionais e/ou de formação técnica com duração de dois anos (BM, 2000).

É preciso entender que as políticas voltadas para a Educação, em especial para o Ensino Superior, precisam romper com as
demandas advindas apenas dos contextos econômicos e priorizar as necessidades provenientes da própria sociedade.

Algumas ações legislativas que podem ser trazidas como exemplos dessas ações das agências multilaterais no campo da
construção política do Ensino Superior podem ser descritas a partir do exemplo do Decreto n. 5.205/2004; o qual traz a
regulamentação das parcerias entre as universidades federais e as fundações de direito privado, viabilizando a captação de
recursos privados para financiar as atividades aca- dêmicas. Outros exemplos são a Lei n. 10.973/2004, de Inovação Tecnológica,
que também define e estabelece parcerias entre universidades públicas e empresas; a Lei n. 11.079/2004, a Lei n. 11.096/2005,
referente ao Programa Universidade para Todos (ProUni), que permite a isenção fiscal para as instituições privadas de ensino
superior; e os Decretos n. 7.232, 7.233 e 7.234/2010, que trazem a ampliação das fundações de direito privado nas universidades
federais. Esses são alguns indicadores de como as políticas públicas na educação brasileira no campo do Ensino Superior são
influenciadas pelas ações das políticas externas das agências multilaterais.

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ATIVIDADES
1. Entendendo que as políticas públicas são gestadas e implementadas a partir de de- mandas provenientes da sociedade civil, e
que decorrem sempre das necessidades contextuais e estruturais da sociedade em dado momento histórico, pode-se afirmar que
as políticas públicas:

a) Estão vinculadas às estratégias de um governo, seus projetos e ideais, marcados pelas ações na e para a sociedade.

b) Estão vinculadas apenas às demandas do Estado.

c) São ações de Governo apenas para a manutenção do sistema.

d) Estão vinculadas com exclusividade ao campo da gestão escolar.

e) Estão vinculadas apenas com as questões do financiamento e recursos de Governo para com o campo da educação.

2.Segundo Höfling ( 2001), é importante entendermos o papel do Estado e do Governo para a constituição das políticas públicas.
Sabendo desse fato, assine com V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas com relação ao conceito das políticas públicas.

( O Estado é um conjunto de instituições permanentes: como órgãos legislativos, tribunais, exército


) e outras que não formam um
bloco monolítico necessariamente – que possibilitam a ação do governo.

( Governo
) é o conjunto de programas e projetos que parte da sociedade (políticos, técnicos, organismos da sociedade civil e
outros).

( ) O governo assume e desempenha as funções do Partido por um período determinado.

( ) As políticas públicas representam o Estado em ação.

( As políticas públicas refletem a ação do Estado, executando um projeto de governo, por meio de ações
) e programas voltados
para alguns setores da sociedade.

Assinale a alternativa correta:

a) V -V -F -V - V.

b) F-F-F-V - V.
c) V - V -V - V - V.

d) F-F-F-F - V.

e) V -F-F-F - F.

3. As políticas educacionais com foco no ensino superior tem se constituído ao longo da história a partir de influências no campo
dos organismos internacionais e que são, em geral, derivadas de uma corrente de pensamento e uma ideologia. Tendo esse
conhecimento, é correto afirmar que:

a) As políticas educacionais para o ensino superior são elaboradas exclusivamente a partir da realidade da sociedade local.

b) As organizações multilaterais, como ONU, UNESCO, Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, dentre outras,
influenciam nas políticas educacionais para o Ensino Superior.

c) As organizações multilaterais influenciam apenas nas questões de formação de professores e não na constituição de ações
políticas e governamentais.

d) As políticas educacionais desconsideram os programas e propostas das organizações multilaterais.

e) As políticas do ensino superior não consideram os critérios de avaliação das organizações multilaterais.

Resolução das atividades

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RESUMO
O ensino superior no Brasil, tem sido, ao longo da história, uma demanda educacional ligada às necessidades de formação
profissional, em geral, atrelada às perspectivas de avanços para a sociedade a partir das metas traçadas por cada governo.
Observamos que os dispositivos legais têm transitado discurso da continuidade de um processo de modernização alicerçado na
racionalidade e eficiência provenientes do sistema capitalista.

Também podemos destacar que a educação superior é sustentada e alicerçada nas recomendações dos organismos internacionais,
cujo discurso globalizante pelo viés das ações de cunho neoliberal. Por esse motivo, observamos que as relações entre os
organismos internacionais e as questões da educação estão sempre atreladas ao setor financeiro, restringindo as preocupações
com o campo da qualidade do ensino em detrimento das necessidades de ajustes no campo financeiro.

As discussões nos levam a reconhecer que, historicamente, os objetivos do Ensino Superior têm transitado pela formação de
instituições pluridisciplinares centradas na formação de profissionais com qualificação no campo da pesquisa, extensão e ensino,
enfim, com foco tanto na formação humana quanto profissional. Isso porque o Ensino Superior no Brasil vai ter sua expansão
acontecendo de forma efetiva apenas na Constituição Federal de 1988, quando se tem a abertura ao ensino proveniente da
iniciativa privada, e com a Lei de Diretrizes e Bases do Ensino Nacional Lei nº 8494/94, na qual se tem a mudança efetiva da
concepção de educação do país, trazendo para o cenário do ensino superior a efetivação da ação legislativa quanto à avaliação,
regulação e supervisão do ensino superior.

Assim, o Ensino Superior passa a ser marcado pela história como uma ação contextual ligada aos parâmetros e ditames de uma
política pública caracterizada pelas mudanças e transformações advindas do campo social e econômico que regem a sociedade e os
seus respectivos governos.

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Material Complementar

Leitura
Desafios e perspectivas da educação superior brasileira para a próxima
década: 2011-2020

Autor: Paulo Speller, Fabiane Robl e Stela Maria Meneghel

Editora: UNESCO, CNE, MEC, 2012.

Acesse

Na Web
Para saber mais sobre o Ensino Superior e suas relações com os
Organismos Internacionais, sugiro ver o documento disponível na web
que trata da Conferência Mundial sobre Ensino Superior 2009 As Novas
Dinâmicas do Ensino Superior e Pesquisas para a Mudança e o
Desenvolvimento Social (UNESCO, Paris, de 5 a 8 de julho de 2009).

Acesse

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REFERÊNCIAS
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APROFUNDANDO

Aqui v amos aprofundar sobre os assuntos trabalhados nesta


unidade de estudo, vamos lá?

O século XXI se configurou em um momento de transformação da sociedade na qual o acesso rápido a informações e a propagação
dos conhecimentos passa a reger todas as relações humanas.

O processo de formação e qualificação do profissional no ensino superior deixa de ser uma ação pautada na busca pela
consolidação de perspectivas individuais e passa a sofrer fortes influências das relações de mercado, sendo traduzidas a partir da
ampliação de cursos em determinadas áreas de conhecimento em detrimento a outros campos do saber.

O humano na formação passa a ser relegado a segundo plano, sendo o enfoque na produtividade exacerbada e nas construções do
campo do saber sempre relacionadas às demandas impostas pelo mercado. O processo de globalização passa a reger as ações
político-governamentais, sendo os sistemas educacionais, e no caso do Brasil especificamente, passam a atender a demandas
provenientes do mundo do trabalho, orientadas pela dominação ideológica que acaba legitimando e reproduzindo um sistema
hegemônico que gira em torno das expectativas dos avanços no campo econômico regidos pela estruturação do mercado, o que
significa que o setor educacional passa a ser influenciado pelo processo de mercantilização sendo o Ensino Superior um reflexo
desse processo.

Evidente que as políticas públicas se constituem em ações do Estado cumprindo as demandas e as expectativas da sociedade em
cada momento da história. Notoriamente as políticas públicas estão atreladas às questões ideológicas do Governo, o que significa
dizer que essas são elaboradas conforme as demandas e expectativas de um grupo social ou da sociedade como um todo. No
entanto, as políticas também podem ser descritas a partir das demandas vislumbradas pelo próprio Governo, mas em geral se
observa que essas estão sempre atreladas a demandas econômicas do Governo.

No caso das políticas educacionais, essas em geral são criadas e vinculadas a necessidades elencadas por questões de recursos
destinados ao campo educacional, organização e manutenção do sistema educacional, constituição de um sistema de educação,
bem como os instrumentos de regulação do ensino, ou seja, os instrumentos de avaliação para regular o sistema educacional.

Essa relação e vinculação entre o desenvolvimento social e econômico orques-trado pelo Estado na configuração do Ensino
Superior se dá de forma específica a partir das ações desencadeadas no campo dos recursos, financiamentos, propostas e ações
para o desenvolvimento de determinados campos de conhecimentos sustentada na necessidade de ampliação das pesquisas e
investimentos em determinadas áreas necessárias ao desenvolvimento econômico do país ou das demandas circunscritas pelas
orientações do mercado globalizado.
É possível observar que a ideia da produção do capital cultural a partir dos conhecimentos produzidos no caminho do Ensino
Superior vão sendo alterados e, a produção dos conhecimentos resultantes das pesquisas e ações nesse campo educacional
passam a ser sobretudo regidas pela ordem econômica proposta por um determinado ideário econômico e social.

Nesse sentido, o Ensino Superior passa a estabelecer relações e correlações políticas estratégicas para a formação e qualificação
da mão-de-obra profissional a partir de orientações propositivas encontradas de forma implícita ou até mesmo explícitas nas ações
legislativas, nas normativas traduzidas por meio de leis, decretos e resoluções que direcionam o caminho do Ensino Superior ora a
partir das perspectivas do Estado ora para atender a demanda da sociedade civil, ou ainda das demandas provenientes das
relações internacionais pactuadas entre os países por meio das agências e organismos multilaterais.

É válido destacar também que o Ensino Superior, traz para suas discussões no campo das políticas os reflexos das expectativas do
Governo em dados momentos da história, isto porque, tanto na questão dos avanços relacionados aos investimentos neste campo
educacional, encontramos em determinados momentos orientações específicas que tratam da qualidade do ensino a partir de
propostas de formação e qualificação dos profissionais envolvidos nesse campo de atuação educacional.

Ora temos essa relação existe entre ensino e qualidade pautada no discurso de uma política centrada no produtivismo em que o
destaque da qualidade no setor educacional passa a ser mensurado a partir de aspectos quantitativos e resultados de processos
avaliativos. Portanto, é preciso que as o Ensino Superior e as efetivação das políticas públicas com foco em seu desenvolvimento
estão sempre atreladas as demandas governamentais influenciadas pelo cenário nacional e internacional do sistema vigente.

Observe o infográfico a seguir:

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação .

a Distância; SOUZA, Fátima Matias de;

Políticas Públicas, Estrutura e Legislação no

Ensino Superior Fátima Matias de Souza;


.

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. Reimpr. 2021.

35 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Políticas Públicas. 2. Estrutura e Legislação. 3. EaD. I. Título.


CDD - 22 ed.

379 CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Diretoria de Design Educacional

Equipe Produção de Materiais

Fotos Shutterstock
:

NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

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LEGISLAÇÃO DO
ENSINO SUPERIOR

Professor (a) :

Dra. Vânia de Fátima Matias de Souza

Objetivos de aprendizagem
• Refletir acerca da construção do Ensino Superior a partir da Constituição Federal de 1988.

• Analisar a proposta para o ensino superior a partir da LDBEN lei 9394/96.

• Entender como ocorre o processo de reconhecimento e renovação de cursos de graduação no ensino superior.
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• Políticas Educacionais no contexto do Ensino Superior: reflexões a partir da Constituição Brasileira de 1988.

• O Ensino Superior na LDBEN Lei n. 9394/96.

• Processos de credenciamento e autorização dos cursos de ensino superior.

Introdução
Refletir sobre a temática das Políticas Educacionais dirigidas ao campo do Ensino Superior tem se constituído em uma ação
necessária para as discussões educacionais. Isso porque se trata de uma modalidade de ensino que reflete as necessidades e
expectativas da sociedade contemporânea no que diz respeito ao desenvolvimento nas áreas tecnológicas, na educação, na saúde,
na economia, enfim, nos diversos campos de conhecimentos que levam a avanços e transformações em todas as estruturas sociais;
Nessa perspectiva, emergem discussões sobre o tipo de formação mais adequada ao exercício profissional do sujeito que está
inserido atualmente na sociedade do conhecimento contexto em que a pluralidade de acessos a informações ocorre de forma
dinâmica e mutável; dessa forma, a compreensão e busca pelo entendimento acerca das mudanças conjunturais e estruturais pelas
quais a sociedade brasileira tem passado, em especial nas últimas décadas, influenciam de maneira significativa o campo do Ensino
Superior.

Como todas as ações do campo educacional acerca das mudanças que têm ocorrido a partir do processo de redemocratização do
país com a Constituição Federal de 1988, você já deve ter se questionado: quais as implicações das ações político-governamentais
e das políticas públicas no Ensino Superior a partir desse período? Caso ainda não tenha sido tomado por essa inquietude este é
um bom momento, afinal, todas as nossas ações no campo do labor profissional estão vinculadas a essas ações políticas.

Para ajudá-lo a refletir sobre essas questões, abordaremos, neste momento, discussões sobre políticas direcionadas ao Ensino
Superior a partir da Constituição Federal de 1988, buscando apontamentos que levem a compreender e problematizar as relações
entre o Ensino Superior e as políticas educacionais. Para isso, focalizaremos aspectos sobre avaliação; reconhecimento e
autorização de cursos superiores no país.

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POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO
CONTEXTO DO ENSINO SUPERIOR:
REFLEXÕES A PARTIR DA
CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988
Entender as relações entre as políticas educacionais no contexto do Ensino Superior tem se constituído em uma análise
conjuntural das relações sociais e econômicas que enredam as perspectivas e ideologias da sociedade. É válido acenar para o fato
de que as ações realizadas no campo do Ensino Superior se constituem a partir das necessidades e expectativas de cada contexto
histórico e social que acomete essa modalidade de ensino.

O Ensino Superior, reconhecidamente um nível de ensino que se ocupa da formação inicial e continuada para a atuação
especializada no campo profissional, tem se constituído em uma ação formativa que leva o Estado e o Governo a consolidarem as
políticas públicas voltadas a esse campo ao longo da história.

De acordo com Alexy (1997, p.65), após a análise normativa do direito à educação na atual Constituição brasileira,

[...] mister se fazerem algumas considerações a respeito dele como direito fundamental. Conceitua-se
é
direito fundamental como aquele direito positivado por uma ordem constitucional, de forma que poderia
ser exigido judicialmente. Essa conceituação de direito fundamental é baseada em um critério formal, que
se associa a critérios materiais e estruturais.

Na educação brasileira, podemos ter como destaque o fato de que a questão do direito à educação está descrito na Constituição
Federal de 1988, no artigo 6, tratando dos direitos sociais e educacionais descritos, em especial, no Capítulo III - Da Educação, da
Cultura e do Desporto, Seção I, a partir do artigo 205. A dicção do art. 6º determina que “são direitos sociais a educação, a saúde, o
trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.”
As políticas educacionais ora podem ser compreendidas como ações que expressam a ampla autonomia de
decisão do Estado, por vezes resultante das relações complexas e contraditórias sujeitas às demandas das
classes dominadas e de outros atores coletivos e movimentos sociais. Contudo, apresentam indicadores que
apontam para uma crescente diminuição dessa autonomia relativa, dessa forma, continua sendo necessário
fazer referência ao papel e lugar do Estado-nação, mesmo que seja para melhor compreender a sua crise
atual e a redefinição do seu papel – agora, necessariamente, tendo em conta as novas condicionantes
inerentes ao contexto e aos processos de globalização e transnacionalização do capitalismo .

Fonte: Afonso (2001).

Para refletirmos sobre as questões relacionadas ao direito à educação pública, gratuita e de qualidade, há que se fazer uma análise
histórica e estrutural de como a educação está descrita na Constituição Federal brasileira. Portanto, é preciso saber que, o artigo 1
prevê a questão da cidadania, da dignidade da pessoa humana e a educação como elemento indispensável da formação humana,
isto é, um aporte necessário para a efetivação desse processo de construção tanto da cidadania quanto da dignidade da pessoa
humana.

Já o artigo 3 estabelece que“uma sociedade livre, justa e solidária” se caracteriza pela via da educação, uma vez que essas são
propositivas para o desenvolvimento e avanços da nação. Sabemos que a efetivação do direito à educação depende tanto de
instrumentos jurídicos quanto de reivindicações provenientes da sociedade civil que criem, no Estado, a necessidade de elaborar,
propor e cumprir ações que efetivem e concretizem essa deliberativa de construção política para o desenvolvimento educacional
da população.

Essa garantia também pode ser observada no artigo 205 da Constituição Federal de 1988, na qual se tem determinado que “a
educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

Entenda que, mesmo tendo a Constituição de 1988 a normativa estabelecida para a educação como um “direito de todos”, essas
deliberativas já estavam prescritas em outros momentos na legislação brasileira. Historicamente, podemos destacar o fato de que,
a Constituição de 1934, no artigo 149, já acenava para essa questão da educação. Na Constituição de 1937, do período Vargas,
pode-se observar que o direito à educação está prescrito junto ao capítulo destinado à família, prevendo a colaboração do Estado
na manutenção desse dever. Outro destaque para a educação naquele momento foi o fato de que a legislação brasileira estava
atrelada à influência da concepção católica, conforme o artigo 125, na qual se tinha a determinação de que caberia à família ser o
principal agente na educação, tendo o direito de escolha do tipo de educação que seria fornecida, em detrimento do papel do
Estado. Essas discussões acerca do papel da educação como direito e responsabilização do Estado perduraram nas Constituições
de 1946 e de 1967.

De acordo com Oliveira (2001, p. 19), essa discussão sobre o papel da família e do Estado,

ocupou boa parte dos debates na Constituição brasileira ao longo da história, opondo os católicos, para
[...]

quem a primazia da família significava a livre escolha do tipo de educação, ao Estado só cabendo
estabelecer as condições para sua efetivação, através por exemplo de subsídios públicos; e os liberais, para
quem o papel do Estado deveria ser primordial.

O dever destes seria de garantir a escola pública a todos, sendo a opção por uma instituição particular arcada pela família. Pode-se
observar que a questão da igreja nas deliberativas educacionais no sistema educacional brasileiro vai se perdurar de forma intensa
até a Constituição de 1967 que, em seu artigo 168, vai definir a educação como “direito de todos e será dada no lar e na escola;
assegurada a igualdade de oportunidade, deve inspirar-se no princípio da unidade nacional e nos ideais de liberdade e de
solidariedade humana.”
Essa mudança de perspectiva ideológica de concepção de educação sob o viés do Estado e com influências da igreja passa a ser
modificada a partir da Emenda Constitucional nº 1, de 1969, quando “começa-se a tratar da educação como um dever exclusivo do
Estado”(OLIVEIRA, 2001, p. 23).

Já na Constitucional brasileira de 1988, observamos que a educação é papel primordial do Estado, conjuntamente com a família.
Nesse contexto, destaca-se o artigo 205 o qual descreve que o Estado deverá fornecer a educação gratuitamente nos
estabelecimentos oficiais, além de estabelecer políticas públicas, visando a ampliação desse sistema, de modo a possibilitar a
colaboração com a sociedade.

De acordo com a Constituição Brasileira de 1988, em afirmação presente no artigo 206, o ensino será ministrado com base nos
seguintes princípios:

I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

III.pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas e coexistência de ins- tituições públicas e privadas de


ensino:

IV. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.

V. valorização dos profissionais do ensino, garantindo, na forma da lei planos de carreira para o magistério
público, com piso salarial profissional e ingres- so exclusivamente por concurso público de provas e títulos;

VI. gestão democrática do ensino público, na forma da lei

VII. garantia de padrão de qualidade (BRASIL, 1988).

Com relação à questão da gratuidade no ensino, na Constituição de 1988, segundo Oliveira (2001, p. 23), a ampliação do alcance
da gratuidade apresenta-se abrangendo a educação infantil, o ensino médio e o ensino superior em estabelecimentos oficiais.
Segundo o autor, “estes níveis de ensino já eram gratuitos nos estabelecimentos oficiais, apesar da inexistência de disposição legal
nesse sentido no âmbito federal; entretanto, é um dos principais alvos dos conservadores em suas críticas à Constituição de 1988.

Outro destaque para a questão do ensino gratuito e de qualidade está presente no artigo 208, cujas deliberativas destacam que a
educação será efetivada mediante a garantia de:

I ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a
-

ele não tiveram acesso na idade própria; II - progressiva universalização do ensino médio gratuito. III -
atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular
de ensino; IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade. V - acesso aos
níveis mais elevados de ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; Vl -
oferta de ensino noturno regular adequado as condições do educando; VII - atendimento ao educando no
ensino fundamental através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde. §1° O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo:
§ 2° O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular importa
responsabilidade da autoridade competente; § 3° Compete ao Poder Público recensear os educandos no
ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola
(BRASIL, 1988).

Segundo Oliveira (2001, p. 26), é preciso observar que, na Constituição de 1988, tem-se a garantia da gratuidade estendida
àqueles que não tiveram acesso à educação na idade própria, “inovando em relação às previsões constitucionais anteriores, que
restringiam a obrigatoriedade e gratuidade apenas a determinada faixa etária, e possibilitavam a restrição do atendimento àqueles
indivíduos fora desta faixa etária”.
Em relação, ainda, ao tema da gratuidade, Cury, Horta e Fávero (1996, p. 23) apontam “a questão da definição dos eixos público e
privado, abordada sob três pontos de vista conceituais diversos, de acordo com os grupos em conflito: o público como estatal,
como não estatal e como serviço”. De forma sintética, fazendo um balanço geral sobre as modificações trazidas na Constituição de
1988 que ampliaram o direito à educação, Oliveira (2001, p. 41) ressalta a questão da “gratuidade do ensino oficial em todos os
níveis”.

Em relação ao acesso ao ensino superior, deve-se, portanto, garantir que haja igualdade no acesso, direito que está determinado na
Constituição Federal de 1988, ao deliberar que o ensino superior deve vincular-se ao desenvolvimento humanístico, científico e
tecnológico do país.

Segundo Lopes (1999, p. 218-219),

[...] sistematização da legislação até a Constituição de 1988 não valorizou a autonomia universitária,
a
ressaltando-se a dependência em relação ao órgão governamental mantenedor. Essa situação foi agravada
nas universidades federais, mister na sua regulação nos períodos de exceção, visando controlar e restringir
a ação das universidades.

De acordo com Maliska (2001, p. 269), os limites constitucionais da autonomia universitária expressam-se por meio de seus
componentes: “a autonomia didática, a autonomia científica, a autonomia administrativa, e a autonomia de gestão financeira e
patrimonial”. Segundo o autor, a autonomia didática refere-se à definição da relevância do conhecimento a ser transmitido, bem
como de sua forma de transmissão; a autonomia científica, como expressão do princípio expresso no art. 206, II, a “liberdade de
aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;” expressa por meio da autonomia coletiva da instituição
(autonomia organizacional na organização das disciplinas) e da autonomia pessoal do professor universitário, em termos de
pesquisar e ensinar o que crê ser verdade (MALISKA, 2001, p. 271).

Lopes (1999, p. 227) destaca que a autonomia de gestão financeira e patrimonial também deve ser considerada; uma vez que se
oportuniza a autonomia científica e pode-se garantir a possibilidade de sobrevivência às áreas de pesquisa que não possuam
imediata relevância política ou econômica .

Com relação à questão do financiamento relativo ao ensino superior, o artigo 213 estabelece que“as atividades universitárias de
pesquisa e extensão poderão receber apoio financeiro do Poder Público”. Maliska (2001, p. 194) destaca que“a previsão de
recursos públicos destinados à pesquisa e à extensão não estaria vinculada à situação supramencionada, portanto, não seriam
somente as entidades comunitárias, confessionais e filantrópicas que receberiam esses recursos”.

Assim, a organização dos sistemas de ensino encontra-se prevista na redação do art. 211, e seu financiamento no art. 212. A
estruturação e o financiamento do ensino superior são de competência da União, que exerce função normativa, redistributiva e
supletiva em relação aos Estados e Municípios, coordenando a política nacional de educação e o repasse de recursos adicionais.
Essas atribuições estão explicitamente previstas no art. 9º da LDB.

Na LDBEN Lei nº. 9394/96, no Capítulo V, que trata da Educação Superior, destaca-se o artigo 43 o qual estabelece que a educação
superior tem por finalidade:

estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; formar


[...]

diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; incentivar
o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da
criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da
humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; 5.
suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente
concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual
sistematizadora do conhecimento de cada geração; estimular o conhecimento dos problemas do mundo
presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e
estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; promover a extensão, aberta à participação da
população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa
científica e tecnológica geradas na instituição (BRASIL, 1996, s/p).

Os tipos de cursos e programas atendidos pelo Ensino Superior, por sua vez, estão descritos nos seguintes artigos:

Artigo 44: cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes níveis de Abrangência, abertos a
candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino; de graduação, abertos a
candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classifica- dos em processo
seletivo; de pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e doutorado, cursos de especialização,
aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados em cursos de graduação e que atendam às
exigências das instituições de ensino; 4. de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos
estabelecidos em cada caso pelas instituições de ensino. Art. 45. A educação superior será ministrada em
instituições de ensino superior, públicas ou privadas, com variados graus de abrangência ou especialização.
Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como o credenciamento de instituições de
educação superior, terão prazos limitados, sendo renovados, periodicamente, após processo regular de
avaliação (BRASIL, 1996, s/p).

No Plano Nacional (2014-2024), o Ensino Superior está descrito na Meta 12, na qual se estabelece:

Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa
líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos,
assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas
matrículas, no segmento público (BRASIL, 2014, p. 13).

Sobre a questão da democratização do Ensino Superior, o documento do PNE (2014-2024) afirma que:

[...] democratização do acesso à educação superior, com inclusão e qualidade, é um dos compromissos do
a
Estado brasileiro, expresso nessa meta do PNE. O acesso à educação superior, sobretudo da população de
18 a 24 anos, vem sendo ampliado no Brasil, mas ainda está longe de alcançar as taxas dos países
desenvolvidos e mesmo de grande parte dos países da América Latina. A Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) de 2011 registrou que a taxa bruta atingiu o percentual de 27,8%, enquanto a taxa
líquida chegou a 14,6%. O PNE (2001-2010) estabelecia, para o fim da década, o provimento da oferta de
educação superior para, pelo menos, 30% da população de 18 a 24 anos. Apesar do avanço observado, o
salto projetado pela Meta 12 do novo PNE, que define a elevação da taxa bruta para 50% e da líquida para
33%, revela-se extremamente desafiador (BRASIL, 2014, p. 41).

Sobre as Estratégias para ampliar a meta 12, segundo o documento do PNE (2014- 2024), são prioridades:
otimizar a capacidade instalada da estrutura física e de recursos humanos das instituições públicas de
[...]

educação superior, mediante ações planeja- das e coordenadas, de forma a ampliar e interiorizar o acesso à
graduação (Estratégia 12.1); ampliar a oferta de vagas, por meio da expansão e interiorização da rede
federal de educação superior, da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e do
sistema Universidade Aberta do Brasil (Estratégia 12.2); fomentar a oferta de educação superior pública e
gratuita prioritariamente para a formação de professores para a educação básica, sobretudo nas áreas de
Ciências e Matemática, bem como para atender o déficit de profissionais em áreas específicas (Estratégia
12.4); ampliar as políticas de inclusão e de assistência estudantil (Estratégia 12.5); consolidar e ampliar
programas e ações de incentivo à mobilidade estudantil e docente em cursos de graduação e pós-
graduação, em âmbito nacional e internacional (Estratégia 12.12); ampliar, no âmbito do Fundo de
Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES), e do Programa Universidade para Todos (PROUNI),
os benefícios destinados à concessão de financiamento (Estratégia 12.20); e ampliar a participação
proporcional de grupos historicamente desfavorecidos na educação superior, inclusive mediante a adoção
de políticas afirmativas, especialmente na forma da Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, e Decreto nº
7.824/2012 (Estratégia 12.9) (BRASIL, 2014, p. 41-42).

O Plano Nacional de Educação (2014-2024) estabelece, na meta 12, que seja elevada para 33% a taxa
líquida de matrículas na Educação Superior, até 2024. Esse indicador mostra que a taxa líquida de matrícula
na Educação alcançou a marca de 18,1%, em 2015, dado da última Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD/IBGE). Isto é, 18,1% da população brasileira de 18 a 24 anos está matriculada na
Educação Superior (incluindo Pós-Graduação). O indicador revela que, desde 2004, houve um crescimento
continuado na taxa líquida de matrículas. Nos últimos seis anos, de 2009 para 2015, o indicador avançou
apenas 3,3 pontos percentuais, o que pode ser considerado um ritmo insuficiente para o cumprimento da
meta em 2024. A taxa líquida de matrícula na Educação Superior é maior, em toda a série histórica, entre a
população do sexo feminino. São 20,9% em 2015, contra 15,4% no indicador da população do sexo
masculino.

Fonte: adaptado de Brasil (2014).

O ENSINO SUPERIOR NA LDBEN Lei


nº9394/96

Quando olhamos para os caminhos da história da educação brasileira, vamos encontrar propostas e estratégias de governo que
orientam e dimensionam o ensino a partir de diferentes pressupostos e matrizes ideológicas e políticas. É evidente que o ensino
tem sido, segundo Silva (2003), um instrumento de efetivação dos preceitos de governo, caracterizado pela prevalência da
descentralização ou da centralização do papel do Estado para com a educação, como exemplo, podemos citar as indicações no
campo educacional inseridas nas Reformas Francisco Campos, de 1931, e Gustavo Capanema, de 1942.

No entanto, podemos destacar como fatos importantes no campo educacional o Ato Adicional de 1834, por meio do qual tivemos
efetivamente a instauração da dualidade de competência em relação aos assuntos de educação. Nesse período, a discussão
voltava-se ao fato de que de que as Províncias, em seus respectivos territórios, ficaram responsabilizadas pelo ensino primário e
secundário. A competência do Governo Geral passou a ser entendida como a de promover, na capital do Império, o ensino de todos
os graus, e a de prover o ensino superior em todo o país. Esta situação começa a ser revertida a partir de 1915, com o final do
período de vigência da Reforma Rivadávia Correia, e se consolida pós 1930, segundo Geraldo Bastos Silva, “com a absoluta
preeminência federal sobre todo o sistema nacional de ensino superior e secundário”(SILVA, 1969, p. 195-229).

Outro documento legislativo que provocou mudança no campo educacional se foi a Lei nº 4.024/60, que buscou delinear um
modelo federativo da administração da educação nacional. Já nas Leis nº 5.692/71 e nº 5.540/78 nota-se a consolidação e busca
pelo sistema educacional, em que o destaque para o ensino superior ficou sob a tutela da União, e o ensino de 1º e 2º graus, a cargo
dos Estados.

Já na Lei nº 9.394/96 tem-se a ampliação do princípio federativo, aumentando a responsabilidade da administração municipal na
gerência e condução da educação básica da sua população, bem como transferindo para os sistemas estaduais a supervisão e a
gerência dos Conselhos Estaduais de Educação sobre as Instituições de Ensino Superior mantidas pelos Estados, pelo Distrito
Federal e pelos municípios. A expansão do ensino superior brasileiro, no período 1960-1980, segundo Madeira (1981), teve
destaque aos fatos que ocorreram

de 1960 a 1964 – correspondendo a um período de grave crise econômica, social e política, em que a
[...]

demanda por ensino superior começa a fazer pressão; de 1964 a 1969 – compreendendo a consolidação do
regime militar, em que a demanda reprimida continua a aumentar o seu poder de pressão; de 1969 a 1974 –
correspondendo ao período do chamado“milagre brasileiro”, em que o governo responde às pressões com a
expansão dos cursos, das unidades e das vagas; de 1974 a 1980 – período em que o governo aciona
mecanismos para conter a expansão que ele próprio incentivara no período anterior. Entre 1960 e 1974, as
instituições de ensino superior cresceram 286%, o número de cursos por elas mantidos, 176%, e o número
de alunos, 1.059%. Entre 1969 e 1974, a demanda por ensino superior – considerada em termos do número
de inscritos nos concursos vestibulares cresceu 237% e a oferta de vagas, 240% (MADEIRA, 1981, p.
20-21).

Há que se observar que a crise e a reestruturação do Estado e da educação superior não são fenômenos exclusivos do Brasil, “nem
apenas de países de Terceiro mundo ou da América Latina, mas uma realidade presente e comum à maioria dos países de todas as
dimensões, graus de desenvolvimento”(SGUISSARGI, 1999, p. 25).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, apresenta-se como uma reordenação do sistema educacional
por inteiro e abre um conjunto de inovações que podem fazer o acesso ao ensino superior menos elitista. Por exemplo, a
obrigatoriedade de cursos noturnos nas instituições públicas, a regulamentação e institucionalização da educação a distância, a
criação dos Institutos Superiores de Educação para a formação do magistério para o ensino fundamental e médio, o apoio aos
programas de educação superior continuada, os cursos superiores sequenciais, entre outros.
O Ensino Superior tem se efetivado por meio da relação entre os interesses do Estado, do mercado e das
demandas internacionais, o que explica a expansão dos programas governamentais de ampliação de vagas.

De acordo com a pesquisa realizada por Barros (2015),

em dez anos, as matrículas em cursos superiores (presenciais e a distância) mais que dobraram: de
[...]

3.036.113, em 2001, passaram para 6.379.299, em 2010. A democratização pode apresentar significados
diferentes e peculiares para cada indivíduo. Portanto, estes significados são decorrentes da ideologia dos
sujeitos e da forma como eles compreendem a realidade política e social na qual estão inseridos. Nessa
perspectiva, a partir de 2003, observa-se que diversos programas foram implementados para colaborar
com a chamada democratização da Educação Superior no país. De certa maneira, apesar dos limites
encontrados, tais medidas representaram um avanço para este nível de educação. o Programa Universidade
para Todos (ProUni), o Programa de Financiamento Estudantil (Fies), o Programa de Apoio a Planos de
Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni),promovem o aumento da oferta de cursos
superiores a distância e as políticas de cotas vêm exercendo papel importante, porém limitado na
redistribuição de oportunidades(BARROS, 2015, p. 362-363).

Assim, o que percebemos é que o Ensino Superior vai se sustentando em ações político-governamentais vinculadas a ações de
reestruturação e redimensionamento dos recursos destinados a esse campo, em uma parceria intensa estabelecida a partir do
público-privado, configurada por meio de uma ampliação de vagas e acessos constituídos pelas demandas do mercado em buscar
uma produção de conhecimentos e desenvolvimento em determinadas áreas.

PROCESSOS DE CREDENCIAMENTO E
AUTORIZAÇÃO DOS CURSOS DE
ENSINO SUPERIOR
O Brasil tem vivenciado variadas experiências na área da avaliação, principalmente a partir da década de 90, quando ocorreu a
emergência das políticas educacionais de orientação liberal-conservadora. É importante ressaltar que essas experiências se
pautaram, principalmente, pelas lógicas da descentralização, da responsabilização e da meritocracia e, atualmente, as avaliações
externas continuam com esses mesmos propósitos (AFONSO, 2005; BAUER, 2006; DIAS SOBRINHO, 2000; SOUSA, 2003;
SOUSA, ARCAS, 2010; PERONI, 2009).

Libâneo, Oliveira e Coschi (2017, p. 33-34), por sua vez, afirmam que “as atuais políticas educacionais e organizativas devem ser
compreendidas no quadro mais amplo das transformações econômicas, políticas, culturais e geográficas que caracterizam o
mundo contemporâneo”.

Peroni (2009, p. 286) destaca que a

avaliação externa em larga escala tem ocupado um espaço central na política educacional brasileira em
todos os níveis de ensino nas últimas décadas. A posição de destaque da avaliação externa, no seio das
políticas educacionais em nosso país, vem sendo utilizada especialmente como mecanismo de “controle” da
qualidade, o que muitos autores denominaram Estado Avaliador.

Afonso (2005, p. 49) destaca que o termo ‘Estado Avaliador’ significa que “o Estado vem adaptando um ethos competitivo,
neodarwinista, passando a admitir a lógica do mercado, através da importação para o domínio público de modelos de gestão
privada, com ênfase nos resultados ou produtos dos sistemas educativos”. Assim, as políticas educacionais no país passam a
consolidar ações deliberadas a partir das avaliações em larga escala, sendo elas as avaliações nacionais, estaduais e municipais.
Entre as avaliações nacionais estão o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e o Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior (SINAES).

Segundo o art. 1º da Portaria Normativa n° 40 de 2007, consolidada em 29 de dezembro de 2010, a


aplicação dos indicadores dos instrumentos de avaliação dos cursos ocorre exclusivamente no sistema
e-MEC, e deve apre- sentar um breve histórico do curso (criação, modalidades de oferta; áreas de atuação
na extensão e áreas de pesquisa, se for o caso); além de expli- citar os documentos que serviram de base
para análise da avaliação (PDI, PPC, relatórios de autoavaliação e demais relatórios da IES). O Conceito do
Curso é calculado com base na média aritmética ponderada dos conceito das dimensões: Organização
Didático-Pedagógica; Corpo Docente e Tutorial e Infraestrutura. (BRASIL)

O estabelecimento das políticas educacionais na atualidade da educação brasileira no nível nacional é prescrito pelo Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) Nesse contexto, segundo Barreto (2001, p. 60):

Quando os sistemas de avaliação incorporam elementos importantes da cultura escolar e os professores


sentem que esta é feita a seu favor e não contra eles, como na Suécia, os procedimentos utilizados terminam
sendo assimilados pelos docentes como um indicador importante para a melhoria do seu trabalho. Nesses
casos, a insistência no caráter complementar das duas modalidades de avaliação, a saber, a padronizada,
mais precisa e com condições de comparabilidade, mas necessariamente restrita, e a do professor e da
escola, que contempla aspectos mais abrangentes da formação do aluno, parece vir contribuindo para
reafirmar junto ao magistério a sua dignidade profissional.

De acordo com o Decreto nº 5.773/06, as instituições de educação superior, de acordo com sua organização e respectivas
prerrogativas acadêmicas, são credenciadas como:
I - faculdades;

II - centros universitários; e III - universidades.

As instituições são credenciadas originalmente como faculdades. O credenciamento como universidade ou


centro universitário, com as consequentes prerrogativas de autonomia, depende do credenciamento
específico de instituição já credenciada, em funcionamento regular e com padrão satisfatório de qualidade.

As universidades se caracterizam pela indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão. São
instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de
extensão e de domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por:

I produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos temas


- e problemas mais
relevantes, tanto do ponto de vista científico e cul- tural quanto regional e nacional;

II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado; e

III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral.

§ 1º A criação de universidades federais se dará por iniciativa do Poder Executivo, mediante projeto de lei
encaminhado ao Congresso Nacional.

§ 2º A criação de universidades privadas se dará por transformação de instituições de ensino superior já


existentes e que atendam ao disposto na legislação pertinente.

São centros universitários as instituições de ensino superior pluricurriculares, abrangendo uma ou mais
áreas do conhecimento, que se caracterizam pela excelência do ensino oferecido, comprovada pela
qualificação do seu corpo docente e pelas condições de trabalho acadêmico oferecidas à comunidade
escolar. Os centros universitários credenciados têm autonomia para criar, organizar e extinguir, em sua
sede, cursos e programas de educação superior (BRASIL, 2006, s/p).

A respeito do Reconhecimento de Cursos Superiores, o Decreto n. 5.773/2006 dispõe sobre o exercício das funções de regulação,
supervisão e avaliação de instituições de ensino superior e cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema federal de
ensino.

§ 1º A regulação será realizada por meio de atos administrativos autorizativos do funcionamento de


instituições de educação superior e de cursos de graduação e sequenciais. § 2º A supervisão será realizada a
fim de zelar pela conformidade da oferta de educação superior no sistema federal de ensino com a
legislação aplicável.

§ 3º A avaliação realizada pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES constituirá
referencial básico para os processos de regulação e supervisão da educação superior, a fim de promover a
melhoria de sua qualidade.

Art. 2º O sistema federal de ensino superior compreende as instituições federais de educação superior, as
instituições de educação superior criadas e mantidas pela iniciativa privada e os órgãos federais de
educação superior.

Art. 3º As competências para as funções de regulação, supervisão e avaliação serão exercidas pelo
Ministério da Educação, pelo Conselho Nacional de Educação - CNE, pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP, e pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior
- CONAES, na forma deste Decreto.

Parágrafo único. As competências previstas neste Decreto serão exercidas sem prejuízo daquelas previstas
na estrutura regimental do Ministério da Educação e do INEP, bem como nas demais normas aplicáveis
(BRASIL, 2006).
Art. 4o Ao Ministro de Estado da Educação, como autoridade máxima da educação superior no sistema
federal de ensino, compete, no que respeita às funções disciplinadas por este Decreto:

I homologar deliberações do CNE em pedidos de credenciamento


- e recredenciamento de instituições de
educação superior;

II - homologar os instrumentos de avaliação elaborados pelo INEP;

III - homologar os pareceres da CONAES;

IV - homologar pareceres e propostas de atos normativos aprovadas pelo CNE; e

V - expedir normas e instruções para a execução de leis, decretos e regulamentos (BRASIL, 2006)

Art. 5º No que diz respeito à matéria objeto deste Decreto, compete ao Ministério da Educação, por
intermédio de suas Secretarias, exercer as funções de regulação e supervisão da educação superior, em suas
respectivas áreas de atuação.

Art. 6º No que diz respeito à matéria objeto deste Decreto, compete ao CNE:

I - exercer atribuições normativas, deliberativas e de assessoramento do Ministro de Estado da Educação;

II -deliberar, com base no parecer da Secretaria competente, observado o disposto no art. 4º, inciso I, sobre
pedidos de credenciamento e recredenciamento de instituições de educação superior e específico para a
oferta de cursos de educação superior a distância;

III -recomendar, por sua Câmara de Educação Superior, providências das Secretarias, entre as quais a
celebração de protocolo de compromisso, quando não satisfeito o padrão de qualidade específico para
credenciamento e re- credenciamento de universidades, centros universitários e faculdades;

IV - deliberar sobre as diretrizes propostas pelas Secretarias para a elaboração, pelo INEP, dos instrumentos
de avaliação para credenciamento de instituições;

V - aprovar os instrumentos de avaliação para credenciamento de instituições, elaborados pelo INEP;

VI - deliberar, por sua Câmara de Educação Superior, sobre a exclusão de

denominação de curso superior de tecnologia do catálogo de que trata o art. 5º, § 3º, inciso VII;

VII - aplicar as penalidades previstas no Capítulo IV deste Decreto; VIII - julgar recursos, nas hipóteses

previstas neste Decreto;

IX - analisar questões relativas à aplicação da legislação da educação superior; e

X - orientar sobre os casos omissos na aplicação deste Decreto, ouvido o órgão de consultoria jurídica do
Ministério da Educação.

Art. 7º No que diz respeito à matéria objeto deste Decreto, compete ao INEP:

I realizar visitas para avaliação in loco nos processos de credenciamento e recredenciamento de


-

instituições de educação superior e nos processos de autorização, reconhecimento e renovação de


reconhecimento de cursos de graduação e sequenciais;

II - realizar as diligências necessárias à verificação das condições de funciona- mento de instituições e


cursos, como subsídio para o parecer da Secretaria competente, quando solicitado;

III - realizar a avaliação das instituições, dos cursos e do desempenho dos estudantes;

IV - elaborar os instrumentos de avaliação conforme as diretrizes da CONAES;

V - elaborar os instrumentos de avaliação para credenciamento de instituições e autorização de cursos,


conforme as diretrizes do CNE e das Secretarias, conforme o caso; e

VI - constituir e manter banco público de avaliadores especializados, conforme diretrizes da CONAES


(BRASIL, 2006).
Art. 8º No que diz respeito à matéria objeto deste Decreto, compete à CONAES:

I - coordenar e supervisionar o SINAES;

II estabelecer diretrizes para


- a elaboração, pelo INEP, dos instrumentos de avaliação de cursos de
graduação e de avaliação interna e externa de instituições;

III estabelecer diretrizes para


- a constituição e manutenção do banco público de avaliadores
especializados;

IV - aprovar os instrumentos de avaliação referidos no inciso II e submetê-los à homologação pelo Ministro


de Estado da Educação;

V - submeter à aprovação do Ministro de Estado da Educação a relação dos cursos para aplicação do Exame
Nacional de Desempenho dos Estudantes - ENADE;

VI - avaliar anualmente as dinâmicas, procedimentos e mecanismos da ava- liação institucional, de cursos e


de desempenho dos estudantes do SINAES;

VII - estabelecer diretrizes para organização e designação de comissões de avaliação, analisar relatórios,

elaborar pareceres e encaminhar recomendações às instâncias competentes;

VIII - ter acesso a dados, processos e resultados da avaliação; e

IX - submeter anualmente, para fins de publicação pelo Ministério da Educação, relatório com os resultados
globais da avaliação do SINAES (BRASIL, 2006).

Credenciamento de Universidades: a) Públicas Federais credenciamento concedido por cinco anos e


renovado periodicamente, após processo regular de avaliação; b) Privadas: sua criação dar-se-á por
transformação de instituições de ensino superior já credenciadas e em funcionamento. O
Recredenciamento, para as IES do sistema federal de ensino, ocorre após cinco anos da criação.
Descredenciamento, Suspensão Temporária das Atribuições de Autonomia, Intervenção na Instituição:
decorrentes de reavaliação de eventuais deficiências, de irregularidades identificadas pelas comissões de
avaliação ou de processo administrativo disciplinar concluído, após esgotado o prazo para saneamento
(BRASIL).

O Credenciamento e Recredenciamento de Instituição de Educação Superior na LDBEN Lei nº 9394/96, consta no Art. 12. As
instituições de educação superior, de acordo com sua organização e respectivas prerrogativas acadêmicas, serão credenciadas
como:

I - faculdades;

II - centros universitários; e III - universidades.

Art. 13. O início do funcionamento de instituição de educação superior é condicionado à edição prévia de
ato de credenciamento pelo Ministério da Educação.

§ 1º A instituição será credenciada originalmente como faculdade.

§ 2º O credenciamento como universidade ou centro universitário, com as consequentes prerrogativas de


autonomia, depende do credenciamento específico de instituição já credenciada, em funcionamento regular
e com padrão satisfatório de qualidade.
§ 3º O indeferimento do pedido de credenciamento como universidade ou centro universitário não impede
o credenciamento subsidiário como centro universitário ou faculdade, cumpridos os requisitos previstos em
lei.

§ 4º O primeiro credenciamento terá prazo máximo de três anos, para faculdades e centros universitários, e
de cinco anos, para universidades, nos termos de ato do Ministro de Estado da Educação. (Redação dada
pelo Decreto nº 8.754, de 2016 / Revogado pelo Decreto nº.9.235 de 15 de Dezembro de 2017).

Art. 14. São fases do processo de credenciamento:

I - protocolo do pedido junto à Secretaria competente, instruído conforme disposto nos arts. 15 e 16;

II - análise documental pela Secretaria competente; III - avaliação in loco pelo INEP;

IV - parecer da Secretaria competente; V - deliberação pelo CNE; e

VI - homologação do parecer do CNE pelo Ministro de Estado da Educação.

Art. 15. O pedido de credenciamento deverá ser instruído com os seguintes documentos:

I - da mantenedora:

a) atos constitutivos, devidamente registrados no órgão competente, que atestem sua existência e
capacidade jurídica, na forma da legislação civil;

b) comprovante de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda -

CNPJ/MF;

c) comprovante de inscrição nos cadastros de contribuintes estadual e municipal, quando for o caso;

d) certidões de regularidade fiscal perante as Fazendas Federal, Estadual e Municipal;

e) certidões de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço -

FGTS;

Art. 16. O plano de desenvolvimento institucional deverá conter, pelo menos, os seguintes elementos:

I - missão, objetivos e metas da instituição, em sua área de atuação, bem como seu histórico de implantação
e desenvolvimento, se for o caso;

II - projeto pedagógico da instituição;

III cronograma de implantação e desenvolvimento da instituição e de cada um de seus cursos,


-

especificando-se a programação de abertura de cursos, aumento de vagas, ampliação das instalações físicas
e, quando for o caso, a previsão de abertura dos cursos fora de sede;

IV - organização didático-pedagógica da instituição, com a indicação de número de turmas previstas por


curso, número de alunos por turma, locais e turnos de funcionamento e eventuais inovações consideradas
significativas, especialmente quanto a flexibilidade dos componentes curriculares, oportunidades
diferenciadas de integralização do curso, atividades práticas e estágios, desenvolvimento de materiais
pedagógicos e incorporação de avanços tecnológicos;

V - perfil do corpo docente, indicando requisitos de titulação, experiência no magistério superior e


experiência profissional não-acadêmica, bem como os critérios de seleção e contração, a existência de plano
de carreira, o regime de trabalho e os procedimentos para substituição eventual dos professores do quadro;

VI - organização administrativa da instituição, identificando as formas de participação dos professores e


alunos nos órgãos colegiados responsáveis pela condução dos assuntos acadêmicos e os procedimentos de
auto-avaliação institucional e de atendimento aos alunos;

VII - infra-estrutura física e instalações acadêmicas, especificando:

a) com relação à biblioteca: acervo de livros, periódicos acadêmicos e científicos e assinaturas de revistas e
jornais, obras clássicas, dicionários e enciclopédias, formas de atualização e expansão, identificado sua
correlação pedagógica com os cursos e programas previstos; vídeos, DVD, CD, CD-ROMS e assinaturas
eletrônicas; espaço físico para estudos e horário de funcionamento, pessoal técnico administrativo e
serviços oferecidos;

b) com relação aos laboratórios: instalações e equipamentos existentes e a serem adquiridos, identificando
sua correlação pedagógica com os cursos e programas previstos, os recursos de informática disponíveis,
informações concernentes à relação equipamento/aluno; e descrição de inovações tecnológicas
consideradas significativas; e

c) plano de promoção de acessibilidade e de atendimento prioritário, imediato e diferenciado às pessoas


portadoras de necessidades educacionais especiais ou com mobilidade reduzida, para utilização, com
segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das
edificações, dos serviços de transporte; dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação,
serviços de tradutor e intérprete da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS;

VIII - oferta de educação a distância, sua abrangência e pólos de apoio presencial;

IX - oferta de cursos e programas de mestrado e doutorado (BRASIL, 2006).

Do Credenciamento Específico para Oferta de Educação a Distância

Art. 26. A oferta de educação a distância é sujeita a credenciamento específico, nos termos de
regulamentação própria.

§ 1º O pedido observará os requisitos pertinentes ao credenciamento de instituições. (Redação dada pelo


Decreto nº 8.754, de 2016)

§ 2º O pedido de credenciamento de instituição de educação superior para a oferta de educação a distância


deve ser instruído com o comprovante do recolhimento da taxa de avaliação in loco e documentos referidos
em regulamentação específica.

§ 3º Aplicam-se, no que couber, as disposições que regem o credenciamento e o recredenciamento de


instituições de educação superior (BRASIL, 2006).

§ 4º A Secretaria competente poderá instituir processo simplificado de credenciamento específico para


oferta de educação a distância para as instituições federais e estaduais de educação superior,
exclusivamente no âmbito de programas ou ações conduzidas pelo Ministério da Educação (Incluído pelo
Decreto nº 8.754, de 2016) (BRASIL, 2016).

Da Autorização, do Reconhecimento e da Renovação de Reconhecimento de Curso Superior.

Art. 27. A oferta de cursos superiores em faculdade ou instituição equipa- rada, nos termos deste Decreto,
depende de autorização do Ministério da Educação.

§ 1º O disposto nesta Subseção aplica-se aos cursos de graduação e sequenciais.

§ 2º Os cursos e programas oferecidos por instituições de pesquisa científica e tecnológica submetem-se ao


disposto neste Decreto.

Art. 28. As universidades e centros universitários, nos limites de sua autonomia, observado o disposto nos
§§ 2º e 3º deste artigo, independem de autorização para funcionamento de curso superior, devendo
informar à Secretaria competente os cursos abertos para fins de supervisão, avaliação e posterior
reconhecimento, no prazo de sessenta dias.

§ 1º Aplica-se o disposto no caput a novas turmas, cursos congêneres e toda alteração que importe aumento
no número de estudantes da instituição ou modificação das condições constantes do ato de
credenciamento (BRASIL, 2006).

“Art. 29. São fases do processo de autorização:

I protocolo do pedido junto


- à Secretaria competente, instruído conforme disposto no art. 30 deste
Decreto;

II - análise documental pela Secretaria competente; III - avaliação in loco pelo INEP; e
IV - decisão da Secretaria competente.

§ 1º No caso de curso correspondente a profissão regulamentada, a Secretaria abrirá prazo para que o
órgão de regulamentação profissional, de âmbito nacional, possa oferecer subsídios à decisão do Ministério
da Educação, em caráter opinativo, no prazo de sessenta dias. (Incluído pelo Decreto nº 8.754, de 2016)

§ 2º A Secretaria competente poderá dispensar a realização de avaliação in loco, conforme regulamento.


(Incluído pelo Decreto nº 8.754, de 2016)

§ 3º Poderão ser instituídos processos de autorização simplificados para a oferta de cursos superiores para
instituições que comprovem alta qualificação para o ensino ou para a pesquisa, com base em avaliação
realizada pelo Poder Público, conforme regulamento. (Incluído pelo Decreto nº 8.754, de 2016).

Art. 30. O pedido de autorização de curso deverá ser instruído com os seguintes documentos:

I - comprovante de recolhimento da taxa de avaliação in loco;

II -projeto pedagógico do curso, informando número de alunos, turnos, pro- grama do curso e demais
elementos acadêmicos pertinentes;

III - relação de docentes, acompanhada de termo de compromisso firmado com a instituição, informando-se
a respectiva titulação, carga horária e regime de trabalho; e

IV - comprovante de disponibilidade do imóvel.

Art. 31. A Secretaria competente receberá os documentos protocolados e dará impulso ao processo.

§ 1º A Secretaria realizará a análise documental, as diligências necessárias à completa instrução do


processo e o encaminhará ao INEP para avaliação in loco (BRASIL, 2006).

O reconhecimento dos cursos, por sua vez, consta no Art. 34, o qual afirma que esse processo é condição necessária, juntamente
com o registro, para a validade nacional dos respectivos diplomas.

Parágrafo único. O reconhecimento de curso na sede não se estende às unidades fora de sede, para registro
do diploma ou qualquer outro fim. (Incluído pelo Decreto nº 6.303, de 2007) (BRASIL, 2006).

O Art. 39, por sua vez, afirma que:

Art. 39. A obtenção de conceitos insatisfatórios nas avaliações do SINAES, inclusive em eixos, dimensões,
índices e indicadores de qualidade poderá ensejar a celebração de protocolo de compromisso, na forma
estabelecida pelos art. 60 e art. 61. (Decreto nº 8.754, de 2016)

A avaliação das instituições de educação superior, dos cursos de graduação e do desempenho acadêmico de seus estudantes será
realizada no âmbito do SINAES, nos termos da legislação aplicável, é mencionada no Art. 58:

§ 1º O SINAES, a fim de cumprir seus objetivos e atender a suas finalidades constitucionais e legais,
compreende os seguintes processos de avaliação institucional:

I avaliação interna das instituições de educação superior; II - avaliação externa das instituições de
-

educação superior; III - avaliação dos cursos de graduação; e IV - avaliação do desempenho acadêmico dos
estudantes de cursos de graduação.

§ 2º Os processos de avaliação obedecerão ao disposto no art. 2º da Lei no 10.861, de 2004.

Art. 59. O SINAES será operacionalizado pelo INEP, conforme as diretrizes da CONAES, em ciclos
avaliativos com duração inferior a:

I - dez anos, como referencial básico para recredenciamento de universidades; e

II -cinco anos, como referencial básico para recredenciamento de centros universitários e faculdades e
renovação de reconhecimento de cursos.

§ 3º A avaliação, como referencial básico para a regulação de instituições e cursos, resultará na atribuição
de conceitos, conforme uma escala de cinco níveis. (Incluído pelo Decreto nº 6.303, de 2007) (BRASIL,
2006).

Parágrafo único. No sistema federal de ensino, a autorização para o funcionamento, o credenciamento e o


recredenciamento de universidade ou de instituição não-universitária, o reconhecimento de cursos e
habilitações oferecidos por essas instituições, assim como a autorização prévia dos cursos oferecidos por
instituições de ensino superior não-universitárias, serão tornados efetivos mediante ato do Poder
Executivo, conforme regulamento. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.216, de 2001) (BRASIL,
2006).

São modalidades de atos autorizativos:

a) Credenciamento e Recredenciamento

• a IES solicita o credenciamento junto ao MEC. Nesse contexto, pode ser credenciada como faculdades,
centros universitário e universidade.

• O primeiro credenciamento ocorre no prazo máximo de três anos, para faculdade e centros
universitários, e de cinco anos, para as universidades.

• Ocorre ao final de cada ciclo avaliativo do Sinaes.

b) Autorização

• A IES solicita ao MEC a autorização. Exceto universidades e centros universitários que, por terem
autonomia, independem de autorização para funcionamento de curso superior, apenas informando à
secretaria competente os cursos abertos para fins de supervisão, avaliação e posterior reconhecimento.

c) Reconhecimento e Renovação de Reconhecimento

• O reconhecimento é solicitado com 50% da carga horária dos cursos, sendo critério para validade do
diploma.

• A renovação do reconhecimento deve ser solicitada pela IES ao final de cada ciclo avaliativo do Sinaes,
junto à secretaria competente.

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ATIVIDADES
1. A história das políticas públicas com foco na educação brasileira tem se efetivado na Constituição brasileira de acordo com
cada perspectiva social e ideológica do Governo. A partir desse contexto, assinale F para as asserções Falsas e V para as
Verdadeiras.

( ) A Constituição de 1934 foi a pioneira em caracterizar educação como “direito de todos”.

( A Constituição de 1937 inseriu o direito


) à educação no capítulo destinado à família, prevendo a colaboração do Estado na
manutenção desse dever.

( ) As Constituições de 1946 e de 1967 apontavam que a educação pública deveria ser dirigida apenas para as elites.

( ) A Constituição de 1988 estabelece igualdade de condições para o acesso e per- manência na escola.

( A Constituição de 1988 passa


) a afirmar que o Estado deve priorizar uma educa- ção centrada na garantia de padrão de
qualidade.

Assinale a alternativa correta:

a) V-V-F-V-V.

b) V-F-F-V-F.

c) V-V-F-F-F.

d) V-V-V-V-V.

e) F-F-F-F-F.

2. Na LDBEN Lei nº 9394/96, no Capítulo V, que trata da Educação Superior, destina-se às finalidades à educação. Sobre esse
assunto, é correto afirmar que é finalidade do Ensino Superior:

a) ( ) Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo

b) Formar diplomados apenas no campo das licenciaturas, aptos para a inserção em setores profissionais e para
( ) a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira

c) ( ) Colaborar somente com a formação continuada


d) ( ) Neutralizar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da
criação e difusão da cultura

e) ( ) O Entender o homem e o meio em que vive associado apenas às ideologias marcadas pelo governo vigente

3. Sobre o Reconhecimento de Cursos Superiores o Decreto n. 5.773/2006, é correto afirmar que:

( A regulação será realizada por meio de atos administrativos autorizativos do funcionamento de instituições de educação
)

superior e de cursos de graduação e sequenciais.

( ) A supervisão será realizada a fim de zelar pela conformidade da oferta de educação superior no sistema federal de ensino com
a legislação aplicável.

( A avaliação realizada pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES constituirá referencial básico para os
)

processos de regulação e supervisão da educação superior, a fim de promover a melhoria de sua qualidade.

( ) O sistema federal de ensino superior integra somente as instituições de educação básica da educação.

( A educação superior pode ocorrer por meio de instituições criadas


) e mantidas pela iniciativa privada e os órgãos federais de
educação superior.

Assinale a alternativa correta

a) V-V-V-V-V.

b) V-V-V-F-V.

c) V-V-V-F-F.

d) V-V-F-F-F.

e) F-F-F-F-V.

Resolução das atividades

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RESUMO
Nesta unidade, discutimos as questões relativas aos avanços do ensino superior ao longo da legislação brasileira, nesse percurso
pode-se entender que as finalidades do ensino superior foram se estruturando a partir das necessidades de qualificação e
organização do sistema educativo com foco no desenvolvimento do campo social, educacional e político da sociedade.

Ao transitar pela história, verificamos que o Ensino Superior no país teve sua construção sustentada em um primeiro momento
com o objetivo de formar profissionais para atuarem no setor público, bem como para preparar profissionais liberais.

Os anos 1930 e 1940 foram marcados pelo ensino centrado no “populismo”, chegando nos anos de 1960 e 1970 com um avanço
rumo à expansão do ensino superior, tanto nas IES públicas quanto privadas. Já na década de 90, o ensino superior volta a ser
reconfigurado e a buscar novos caminhos.

Assim, chegamos à Lei n. 9394/96, em seu artigo 43, o qual descreve que a finalidade do ensino superior deve o qual descreve que
prioridade para o ensino, extensão e pesquisa, contemplando os elementos da ciência, como os componentes do ensino por meio
de ações educativas com foco na formação e busca pelo modelo de ensino de qualidade. A LDBEN trouxe, então, ao ensino
superior, o processo regular de avaliação dos cursos de graduação e das próprias instituições de ensino superior, instituiu a
efetividade dos credenciamentos e recredenciamentos. Outra ação efetiva foi que a lei também estabeleceu as finalidades para o
Ensino Superior.

Entendemos portanto, que a efetivação do ensino superior ocorreu partir da década de 90, quando o MEC passou a regulamentar
,

e criar dispositivos legais reguladores que oportunizaram o avanço tanto na ampliação de instituições de ensino superior quanto
na organização qualificada para com a organização do projeto pedagógico e o plano de desenvolvimento institucional.

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Material Complementar

Leitura
Educação Superior no Brasil: Estudos, Debates, Controvérsias

Autor: Edson de Oliveira Nunes.

Editora: Garamond

Sinopse esse livro, um sólido balanço da situação atual da educação


:

superior no Brasil, reúne pesquisas desenvolvidas desde 2001 pelo


Observatório Universitário - um núcleo de pesquisas da Universidade
Candido Mendes dedicado ao estudo das políticas públicas dirigidas ao
setor. Coordenado por Edson de Oliveira Nunes, o Observatório
Universitário tem atuado em diversas frentes e firmou-se como
referência nacional para o debate sobre a educação superior: apesar de
sua vocação acadêmica e do caráter técnico de seus trabalhos, também
desenvolve pesquisas aplicadas e prestou serviços a diferentes
instituições educacionais, órgãos públicos e privados. No período de
2002 quando seu coordenador foi nomeado para o Conselho Nacional de
Educação (CNE), vários estudos serviram como subsídio a debates e
como fundamento técnico a pareceres e resoluções do CNE.

Na Web
Para saber mais sobre as questões da avaliação no ensino, você é
convidado a navegar no link a seguir, nele você irá encontrar algumas
reflexões desenvolvidas acerca da avaliação de sistemas e da avaliação no
ensino.

Acesse

Na Web
O texto disponibilizado na web: Política de avaliação da Avaliação da
Educação Superior Implementada no Brasil: Questionando o SINAES,
temos alguns questionamentos sobre o sistema de avaliação, com foco na
questão da qualidade na educação.

Acesse

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REFERÊNCIAS
AFONSO, A. J. Avaliação educacional: regulação e emancipação: para uma sociologia das polí- ticas avaliativas contemporâneas. 3.
ed. São Paulo: Cortez, 2005.

_________. Reforma de Estado e Políticas Educacionais: Entre a Crise do Estado-Nação e a Emergência da Regulação Supranacional.
Educação & Sociedade, ano XXII, n. 75, Ago./2001. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/es/v22n75/22n75a03 >. Acesso em: 7
fev. 2018.

ALEXY, R. Teoria de los derechos fundamentales. Tradução Ernesto Garzón Valdés. Madrid: Centro de Estudios Constitucionales,
1997.

BARRETO, E. S. S. A Avaliação na Educação Básica: entre dois modelos. Educação e Sociedade Campinas,
, v. 22, n. 75, 2001.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 Presidência da República, 1988. Disponível em: .

< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm >. Acesso em: 7 fev. 2018.

_________. Decreto n° 8.754, de 10 de maio de 2016. Altera o Decreto no 5.773, de 9 de maio de 2006, que dispõe sobre o exercício
das funções de regulação, supervisão e avaliação de institui- ções de educação superior e cursos superiores de graduação e
sequenciais no sistema federal de ensino. Presidência da República, 2016. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03
/_ato20152018/2016/decreto/D8754.htm >. Acesso em: 7 fev. 2018.

_________. Decreto nº 5.773, de 9 de maio de 2006 Dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de
.

instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema federal de ensino. Presidência da
República, 2006. Disponível em: < http://www2.mec.gov.br/sapiens/portarias/dec5773.htm >. Acesso em: 7 fev. 2018.

_________. Instrumentos de Avaliação dos Cursos de Graduação Presencial e a Distância Brasília, MEC, INEP, DAES, SINAES, .

2016. Disponível em: < http://cpa.ufsc.br/files/2017/02/Instrumento- Curso-2016.pdf >. Acesso em: 7 fev. 2018.

_________. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da edu- cação nacional. Presidência da
República, 1996. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm >. Acesso em: 7 fev. 2018.

_________. Medida Provisória n° 2.216-37, de 31 de agosto de 2001 Altera dispositivos da Lei no 9.649, de 27 de maio de 1998,
.

que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, e dá outras providências. Presidência da República,
2001. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/2216-37.htm >. Acesso em: 7 fev. 2018.

_________. Observatório Nacional do PNE Brasília, 2014. Disponível em: < http://www.observatoriodopne.org.br/
. >. Acesso em: 7
fev. 2018.

CURY, C. R. J.; HORTA, J. S. B.; FÁVERO, O. A relação Educação-sociedade- Estado pela mediação jurídico-constitucional. In:
FÁVERO, O. (Org.). A Educação nas constituintes brasileiras: 1823- 1988. Campinas: Autores Associados, 1996. p. 5-30.

LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F.; TOSCHI, M. S. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez Editora,
2017.

LOPES, M. A. R. Comentários à Lei de Diretrizes e Bases da Educação: Lei 9394, de 20.12.1996. São Paulo: Ed. Revista dos
Tribunais, 1999.

MADEIRA, U. P. C. Algumas tendências atuais na evolução do ensino superior brasileiro. In: A Universidade brasileira nos anos 80 .

Fortaleza: Imprensa Universitária da UFC, 1981.

MALISKA, M. A. O Direito à Educação e a Constituição. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Editor, 2001.

OLIVEIRA, R. P. O direito à Educação. In: OLIVEIRA, R. P.; ADRIÃO, T. (Org.). Gestão, financiamento e direito à educação: análise
da LDB e da Constituição Federal. São Paulo: Xamã, 2001. p. 15-43.

PERONI, V. M. V. Avaliação institucional em tempos de redefinição do papel do Estado. R BPA E . v. 25, n. 2, p. 285-300, maio/ago.,
2009.

SGUISSARDI, V. O DEARING REPORT- Serão as mudanças na educação superior britânica“modelo” para o Brasil? CIPEDES -

Separata da Revista Avaliação n. 4, v. 4, 1999, pp. 15-27.,

SILVA, I. G. Democracia e participação na “reforma” do Estado. São Paulo: Cortez, 2003.

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APROFUNDANDO

Aqui vamos aprofundar sobre os assuntos trabalhados nesta


unidade de estudo, vamos lá?

Caro(a) aluno(a), as compreensões acerca da autorização e credenciamentos dos cursos de graduação são ações de extrema
relevância para o setor educacional, uma vez que nos dão os direcionamentos e as ações de como devemos proceder para o
processo educacional do ensino superior tenha os parâmetros de qualidade exigidos pelos MEC.

É importante sabermos que o credenciamento está ligado as questões da instituição, e não para a abertura de cursos de formação
superior. Portanto, uma instituição que pretende iniciar suas atividades no campo do Ensino Superior deve, em um primeiro
momento, solicitar junto ao MEC seu credenciamento.

Esse ação junto ao MEC de credenciar a IES é que lhe dará a nomenclatura equivalente para desempenhar suas funções, sendo
considerada então, no momento do credenciamento como faculdade, centro universitário ou universidade.

Para você saber se sua IES está devidamente credenciada basta acessar o site do MEC Lá você terá todas as informações
.

importantes sobre o credenciamento da instituição. Veja como é simples:


Figura: website do MEC.

Fonte: http://emec.mec.gov.br/

No site do MEC, você poderá selecionar o estado e a cidade que deseja pesquisar, na sequência basta filtrar a pesquisa por
faculdades presenciais ou a distância que você terá o resultado.

Tendo o conhecimento sobre o Credenciamento da Instituição de Ensino Superior, você pode também pesquisar acerca da
Autorização, afinal mesmo tendo o seu credenciamento oficializado perante o MEC para que os cursos de graduação sejam
oferecidos é preciso que estes sejam autorizados pelo MEC. O mesmo vai acontecer com as universidades e centros universitários,
mesmo tendo autonomia para certas ações em suas instituições para a abertura de cursos de graduação devem seguir
determinadas normas.

Você também pode fazer uma pesquisa sobre a questão da autorização, basta acessar o site do MEC Na sequência você deve
.

selecionar o estado e a cidade que deseja pesquisar, aí é só procurar o nome da instituição que deseja, você vai clicar na aba
Graduação e lá você encontrará todos a lista dos cursos autorizados pelo MEC.

A relevância pelo conhecimento acerca das questões de Credenciamento e Autorização dos cursos superiores se dá por alguns
motivos, dentre eles o destaque se dá pela grande expansão do Ensino Superior nas últimas décadas no Brasil.

Mas, estudos têm demonstrado que existe uma grande preocupação com essa nova configuração do Ensino Superior. Isto porque, a
questão da qualidade do ensino das relações com uma formação que possibilite o desenvolvimento e a formação humana e para o
mundo do trabalho, só podem ser garantidas quando se tem uma educação de qualidade com um corpo docente que esteja
integrado aos princípios e orientações educacionais.

História em Quadrinhos

João, é coordenador de um curso de uma instituição de ensino superior. Seu curso precisa ser credenciado e muitas dúvidas
surgem. Então, vai buscar ajuda com Maria, que cujo curso já passou pelo processo. Vamos acompanhar o diálogo:
PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação

a Distância; SOUZA, Fátima Matias de;

Políticas Públicas, Estrutura e Legislação no

Ensino Superior. Fátima Matias de Souza;

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. Reimpr. 2021.

43 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Políticas Públicas. 2. Estrutura e Legislação. 3. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed.

379 CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Diretoria de Design Educacional

Equipe Produção de Materiais

Fotos Shutterstock
:

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ENSINO SUPERIOR:
CONSTITUIÇÃO E
LEGALIDADE
Professor (a) :

Dra. Vânia de Fátima Matias de Souza

Objetivos de aprendizagem
• Discutir a Finalidade do Ensino Superior, a partir dos elementos contidos na Constituição de 1988 e nas Legislações
educacionais.

• Conhecer a Organização do Ensino Superior, refletindo acerca da constituição dos Cursos, Programas e Certificações
conferidas pelas IES - Diplomas, Certificados.

• Analisar as Diretrizes curriculares para os cursos de Licenciatura na atualidade.


Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• A Finalidade do Ensino Superior: uma reflexão sobre a Constituição de 1988 e Legislações educacionais

• A Organização do Ensino Superior: Reflexões acerca dos Cursos, Programas e Certificações conferidas pelas IES - Diplomas,
Certificados

• Diretrizes curriculares para os cursos de Licenciatura

Introdução
A compreensão das políticas públicas que regulamentam e gerenciam a gestão da educação superior tem sido, ao longo das
décadas, uma necessidade latente tanto no cenário da educação nacional quanto internacional. Em geral, as ações políticas
dirigidas ao Ensino Superior estão articuladas aos processos constitutivos para o ensino, e sua função social, atrelada à
organização, cultura e gestão.

Observamos, no contexto da materialização das políticas públicas para o Ensino Superior, que o processo educativo e as políticas
educacionais expressam a ação do Estado e Governo, atrelados ao contexto sociocultural, e são regidos pelas regulamentações,
regulações acerca da constituição dos cursos, suas certificações, procedimentos legais e diretrizes que organizam e impactam na
organização e estruturação da educação superior.

Legalmente, o Ensino Superior, de acordo com a LDBEN lei nº 9394/96, conforme consta no intervalo entre os artigos 43 e 57 tem
por finalidade: formar profissionais nas diferentes áreas do saber, promovendo a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos por meio do ensino, além de estimular a criação cultural e a pesquisa científica e tecnológica (BRASIL, 1996).

Consideramos o fato de que as reformas e movimentos no campo da educação ocorrem pelo movimento político, econômico e
social de cada momento histórico e, por esse motivo, compreender as ações de governo de cada época para com as finalidades do
Ensino Superior se torna necessário para compreendermos os contextos nos quais as políticas públicas são produzidas nesse
campo, e como estas estão alinhadas à própria reforma do estado delineada pela Constituição de 1988 e intensificada nas décadas
seguintes, a partir de 1990.

Entendendo que o Ensino Superior apresenta grande relevância no campo social e econômico da sociedade, propomos uma
reflexão sobre conhecimentos acerca de sua constituição legal. Vamos aos estudos!
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A FINALIDADE DO ENSINO SUPERIOR:


UMA REFLEXÃO SOBRE A
CONSTITUIÇÃO DE 1988 E
LEGISLAÇÕES EDUCACIONAIS
Vamos iniciar as discussões acerca das políticas educacionais que foram implementadas a partir da década de 90 até a atualidade
que regulamentam e orientam a organização dos cursos e Programas do Ensino Superior, trazendo os destaques para as
certificações regulamentadas para cada IES.

Como temos discutido, as políticas públicas no campo do Ensino Superior se configuram como uma legislação educacional atrelada
às relações existentes entre sociedade, Estado e Ensino Superior, as quais são deliberadas a partir das influências do
neoliberalismo presentes na educação brasileira, sofrendo interferências e influências das organizações internacionais. Para
compreendermos melhor essa reflexão, é preciso entendermos que o Estado, o Governo e as Políticas Públicas se constituem em
uma triangulação que deve garantir que as necessidades e expectativas da so ciedade sejam supridas, em especial, no setor
educacional; afinal, o Estado é

um conjunto de instituições permanentes como os órgãos legislativos, tribunais, exército e outras que
[...]

não formam um bloco monopolítico necessariamente – que possibilitam a ação do governo. O Governo é o
conjunto de programas e projetos que partem da sociedade e que ele próprio propõe para a sociedade como
um todo, configurando-se a orientação política de um determinado governo que assume e desempenha as
funções de Estado por um determinado período. As Políticas Públicas portanto, relacionam-se ao Estado
implantando um projeto de governo, através de programas, de ações voltadas para setores específicos da
sociedade (HÖFLING, 2001, p. 31).
Tendo a compreensão de que as políticas públicas são, a partir dessa compreensão, resultantes da necessidade e do cenário da
sociedade, ao estudarmos o Ensino Superior no Brasil, podemos trazer como principais mudanças políticas que legitimaram e
modificaram a estrutura da educação superior no país, tanto nas instituições de ensino públicas quanto nas privadas, os
acontecimentos demarcados a partir da Reforma Universitária de 1968, com a Lei a aprovação da Lei nº 5.540/68, da Reforma
Universitária.

Atualmente, o Ensino Superior se constitui em um nível de ensino do sistema de educação brasileiro integrado às regulamentações
e direcionamentos presentes na Constituição Federal de 1988, na qual se tem descrito, no artigo 5º, que “a educação, um direito de
todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada, com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, ao seu preparo para o exercício da cidadania e à sua qualificação para o trabalho” (BRASIL,1988).

O ensino descrito, no artigo 206, como uma ação que deve ocorrer com base nos princípios de igualdade de condições para o
acesso e permanência na escola, com coexistência de instituições públicas e privadas garantindo a gratuidade, gestão democrática
do ensino público, liberdade de ensino, gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais e garantia de padrão de
qualidade. Ainda sobre a estruturação do Ensino Superior, prescrito na Constituição Federal, podemos enfatizar o artigo 207, o
qual define que as universidades gozam de auto- nomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira.

Enquanto no Artigo 209 observa-se a descrição de que o ensino é livre à iniciativa privada, atendida a condição de autorização e
avaliação de qualidade pelo Poder Público (BRASIL, 1988). A Lei nº 9.131/95, Artigo 1, estabelece que o MEC exerce as atribuições
do poder público federal em matéria de educação, cabendo-lhe formular e avaliar a política nacional de educação, zelar pela
qualidade do ensino e velar pelo cumprimento das leis que o regem, com a colaboração do Conselho Nacional de Educação e suas
câmaras. Sendo o CNE composto pelas Câmaras de Educação Básica e Educação Superior, terá atribuições normativas,
deliberativas e de assessoramento ao Ministro

da Educação. São atribuições do CNE:

Subsidiar a elaboração e acompanhar a execução do PNE; assessorar o MEC; emitir pareceres sobre
assuntos educacionais; manter intercâmbio com os sistemas de ensino dos estados e do Distrito Federal;
analisar e emitir parecer sobre questões relativas à aplicação da legislação (BRASIL, 1995).

As atribuições da Câmara de Educação Superior estão ligadas ao fato de que esta é responsável por

emitir parecer sobre os resultados de avaliação da educação superior; deliberar sobre as diretrizes
[...]

curriculares propostas pelo MEC para os cursos de graduação, os relatórios do MEC sobre reconhecimento
de cursos e habilitações (IES) e sobre autorização prévia dos oferecidos por instituições não universitárias,
autorização, credenciamento e recredenciamento periódico de IES, com base nos relatórios de avaliação e
desativação de cursos e habilitações, estatutos das universidades e regimento das demais IES do sistema
federal de ensino; relatórios para reconhecimento periódico de cursos de mestrado e doutorado com base
na avaliação dos cursos (BRASIL, 1995, s/p).

Outro aspecto a ser considerado como relevante nos princípios estabelecidos para o Ensino Superior está atrelado às definições
da Lei de Diretrizes e Bases Nacional da educação brasileira, Lei n. 9394/96. Nesse contexto, os Decretos, Regulamentos e
Portarias complementares devem ser seguidos na organização e estruturação das Instituições de Ensino Superior.

A Educação Superior, de acordo com o artigo 43 da Lei nº 9.394/96, tem como finalidades:

I. estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;

II. formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores
profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação
contínua;

III.incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao desenvolvimento da ciência e da


tecnologia e da criação e difusão da cultura e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do
meio em que vive;

IV.promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da


humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;

V. suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente


concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual
sistematizadora do conhecimento de cada geração;

VI. estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais,
prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;

VII. promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e
benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição
(BRASIL, 1996, s/p).

Outra legislação no campo educacional que tem trazido normas e finalidades para o Ensino Superior é o Plano Nacional de
Educação, o PNE, aprovado pela Lei nº 10.172/2001. Esse documento trouxe como especificações os indicativos de políticas para a
educação superior, são elas: diversificação do sistema por meio de políticas de expansão da educação superior, não ampliação dos
recursos vinculados ao governo federal para esse nível de ensino, aferição da qualidade de ensino mediante sistema de avaliação,
ênfase no papel da educação a distância. A ausência de mecanismos concretos de financiamento, resultado, dentre outros, dos
vetos presidenciais, contribuíram para a consolidação de novos formatos desse nível de ensino, respaldados pela interpenetração
entre as esferas pública e a privada.

O Plano Nacional de Educação de 2001 foi um marco divisório para a educação. Segenreich e Castanha
(2009) destacam que as políticas públicas de expansão para o nível de Ensino Superior tendem a enfatizar a
diferenciação do sistema com ênfase na esfera pública, seja por meio de novos tipos de curso/instituições –
cursos superiores de tecnologia nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia –, seja pela
institucionalização da educação a distância pela Universidade Aberta do Brasil. O processo de privatização
continua, menos acelerado, sob outras formas, tais como a concessão de bolsas do MEC para o ProUni.

Após as avaliações do PNE 2001-2011, tem-se instituído o PNE 2014-2024, Lei n.13.005, de 2014, o qual passa a deliberar as
seguintes metas e estratégias para o Ensino Superior:

Meta 13 - Elevar a qualidade na educação superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo
docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior para 75% (setenta e cinco por
cento), sendo, do total, no mínimo, 35% (trinta e cinco por centro) doutores.

Estratégias:

13.1. aperfeiçoar o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), de que trata a Lei nº
10.861, de 14 de abril de 2004, fortalecendo as ações de avaliação, regulação e supervisão; 13.2. ampliar a
cobertura do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), de modo a ampliar o quantitativo de
estudantes e de áreas avaliadas no que diz respeito à aprendizagem resultante da graduação; 13.3. induzir
processo contínuo de autoavaliação das instituições de educação superior, fortalecendo a participação das
comissões próprias de avaliação, bem como a aplicação de instrumentos de avaliação que orientem as
dimensões a serem fortalecidas, destacando-se a qualificação e a dedicação do corpo docente; 13.4.
promover a melhoria da qualidade dos cursos de pedagogia e licenciaturas, por meio da aplicação de
instrumento próprio de avaliação aprovado pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior
(Conaes) (BRASIL, 2014, s/p).

Note que essas ações políticas deliberadas por meio de um processo histórico de constituição do Ensino Superior brasileiro
descrevem ações governamentais atrela- das às concepções político-governamentais do país. Isto porque, segundo Ball (2012),
atualmente, temos uma “reterritorialização das políticas, na qual as fronteiras entre público, privado, filantrópico e não-
governamental vão sendo constantemente deslocadas, e modo que a visão de mundo é constantemente rearticulada”(BALL,
2012,p. 61, tradução nossa).

Nesse sentido, podemos observar que o Ensino Superior tem se traduzido, ao longo da história educacional do país, como um
instrumento de formação humana e profissional, com foco no desenvolvimento da sociedade e na manutenção do sistema
econômico vigente.

A ORGANIZAÇÃO DO ENSINO
SUPERIOR: REFLEXÕES ACERCA DOS
CURSOS, PROGRAMAS E
CERTIFICAÇÕES CONFERIDAS PELAS
IES - DIPLOMAS, CERTIFICADOS.

De acordo com Viana (1988), o processo político define-se, entre intenções e ações, como um procedimento contínuo de reflexão
para dentro e ação para fora. Este pode ser analisado sob duas dimensões concretas do Estado em Ação, isto é, a formulação e a
implementação de políticas públicas com foco nas necessidades da sociedade atreladas à compreensão e expectativas do governo.
Essa definição corrobora com a afirmação de Fávero (2000), o qual descreve o fato de que, com a implementação da República,
várias tentativas buscaram instituir a universidade no Brasil, porém, foram frustradas essas opções e a nova orientação jurídica
gerou condições para o estabelecimento de instituições de ensino superior. Esse fato vai ser descrito na necessidade da sociedade
em ter uma população qualificada e com diplomas que atendessem as especificidades do campo do trabalho.

Assim, de acordo com Cunha (1980),

[...]medida em que o ensino superior expandia, mais numeroso era o contingente de diplomados a buscar
a
emprego ‘compatível’ com os padrões socialmente definidos de poder, de remuneração, de prestígio. O
aumento do número de diplomados, numa situação em que o mercado de trabalho não tinha dinamismo
correspondente, conduzia à elevação dos requisitos educacionais, à desvalorização econômica e simbólica
do diploma, ao subemprego, ao desemprego (CUNHA, 1980, p. 257-258).

Esse desenho de Ensino Superior vai chegar na atualidade com uma nova roupagem e configuração, pois, nos anos de 1990, há uma
nova reconstrução do Ensino Superior no país. Como resultados, o maior destaque pode ser observado na organização do ensino
seguindo a LDBEN, lei nº 9394/96.

Com relação à Organização acadêmica das Instituições de Ensino Superior, segundo a Lei de Diretrizes e Bases, no Capítulo IV –
Da Educação Superior, artigo 45,“a educação superior será ministrada em instituições de ensino superior, públicas ou privadas,
com variados graus de abrangência ou especialização”. (BRASIL, 1996). Nos artigos 48, 51, 52, 53 e 54 faz-se referência explícita
aos entes “universidades” e “instituições não-universitárias”.

Entretanto, para compreendermos melhor essa especificação, recorremos ao Decreto nº 2.306/97, que regulamenta a LDBEN lei
nº 9394/96, a qual define, para o sistema federal de ensino, a seguinte organização acadêmica das instituições de ensino superior:

Universidades – São instituições pluridisciplinares de formação de quadros profissionais de nível superior e


caracterizam-se pela indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão (BRASIL, 1996).

Universidades Especializadas – Organizadas por campo do saber, nas quais deverá ser assegurada a
existência de atividades de ensino e pesquisa em áreas básicas e/ou aplicadas (BRASIL, 1997).

Centros Universitários – São instituições pluricurriculares, abrangendo uma ou mais áreas de


conhecimento, que devem oferecer ensino de excelência, oportunidade de qualificação do corpo docente e
condições de trabalho acadêmico (BRASIL, 1996).

Centros Universitários Especializados –– Deverão atuar numa área de conhecimento específica ou de


formação profissional. (BRASIL, 1997).

Faculdades Integradas.

Faculdades.

Institutos Superiores - ou Escolas Superiores Centros de Educação Tecnológica – São instituições


especializadas de educação profissional, públicas ou privadas, com finalidade de qualificar profissionais, nos
vários níveis e modalidades do ensino, para os diversos setores da economia e realizar pesquisa e
desenvolvimento tecnológico de novos processos, produtos e serviços, em estreita articulação com os
setores produtivos e a sociedade, oferecendo mecanismos para a educação continuada (Decreto nº
2.406/97 e Portaria nº 1.647, de 25/11/99).

De acordo com o Decreto nº 2.306/97, as Instituições de Ensino Superior do Sistema Federal de Ensino podem ser consideradas
Públicas, quando criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder Público.

Podem ser:

– Federais, quando subordinadas à União, podendo se organizar como: Autarquias especiais ou Fundações
públicas (As autarquias especiais federais e as fundações públicas federais estão relacionadas no Anexo 1
ao Decreto nº 2.890, de 21/12/98, inciso VI) – Estaduais, se mantidas pelos governos dos Estados ou do
Distrito Federal e podem tomar as formas determinadas pelos respectivos sistemas;

– Municipais, as providas pelas prefeituras municipais.

Privadas, quando mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. Podem se
organizar como:

– Particulares em sentido estrito, as instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de
direito privado, que não apresentem as características dos itens abaixo.

– Comunitárias, as instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive
cooperativas de professores e alunos que incluam na sua entidade mantenedora representante da
comunidade.

– Confessionais, as instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que
atendam à orientação confessional e ideológica específicas e ao disposto no item anterior.

– Filantrópicas, na forma da lei, são as instituições de educação ou de assistência social que prestem os
serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloque à disposição da população em geral, em
caráter complementar às atividades do Estado, sem qualquer remuneração (BRASIL, 1997).

No sentido da formulação e implementação das políticas públicas no campo do Ensino Superior, podemos observar as descrições
relativas aos níveis e programas do Ensino Superior a partir do artigo 44 da LDBEN, Lei n. 9394/96, que abrange os cursos e
programas regulares, os quais conferem Diplomas de bacharel, licenciado ou tecnólogo (graduação), e mestre e doutor (pós-
graduação stricto sensu); enquanto os cursos e programas eventuais, tais como de especialização, educação continuada e cursos
sequenciais de complementação de estudos, conferem Certificados.

Nesse sentido, de acordo com a legislação em vigência, são considerados cursos e programas de formação superior aqueles que
apresentam as seguintes características: os cursos de graduação são abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio
ou equivalente e se classificado em processo seletivo; os cursos de pós- graduação são abertos a candidatos diplomados em cursos
de graduação (BRASIL, 1996).

Cursos Sequenciais - organizados por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência, sujeitos à
autorização e reconhecimento, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas
instituições de ensino e portadores de certificados de nível médio, destinam-se à obtenção ou atualização
de qualificações técnicas, profissionais ou acadêmicas ou de horizontes intelectuais em campos das
ciências, das humanidades e das artes (BRASIL, 1996).

A Resolução CNE/CES nº 01, de 27/1/99 e a Portaria nº 612, de 12/4/99, compreende os Cursos


sequenciais de formação específica, com destinação coletiva, conduzindo a diploma; e Cursos sequenciais
de complementação de estudos, com destinação coletiva ou individual, exclusivamente para egressos ou
matriculados em cursos de graduação, conduzindo a certifica- do (BRASIL, 1999).

Fonte: Brasil (1999).


Tendo a definição do tipo de curso ofertado pelo Ensino Superior, observe que cada nível ou curso apresenta um tipo específico de
Certificações, que são conferidas a alunos inseridos nessa modalidade de ensino. De acordo com o artigo 48 da LDBEN Lei n.
9394/96, os diplomas de cursos superiores somente são reconhecidos quando registrados e, com isso, passam a ter validade
nacional como prova da formação recebida por seu titular.

É importante saber que, ao serem expedidos por universidades, esses diplomas serão registrados pelas próprias IES. A observação
relevante a essa temática está descrita na Resolução nº 1, de 26/2/97, na qual se estabelece que não serão revalidados nem
reconhecidos, para quaisquer fins legais, diplomas de graduação e de pós-graduação nos níveis de mestrado e doutorado, obtidos
por meio de cursos ministrados no Brasil, oferecidos por instituições estrangeiras, especialmente nas modalidades semi-presencial
ou a distância, diretamente ou mediante qualquer forma de associação com instituições brasileiras, sem a devida autorização
estabelecida pelo artigo 209 da Constituição Federal de 1988.

De acordo com a LDBEN lei n. 9394/96, temos a seguinte classificação dos graus acadêmicos que podem ser conferidos pelas IES:

- Na graduação: Bacharelado, Licenciatura Plena, Tecnólogo, Licenciatura Curta e Outros Títulos

- Nos cursos sequenciais: Formação Específica

- Na pós-graduação: Mestrado, Mestrado Profissional e Doutorado.

Saiba que, segundo a LDB, os diplomas de mestrado e de doutorado expedidos por universidades
estrangeiras só poderão ser reconhecidos por universidades que possuam programa de pós-graduação
reconhecido e avaliado na mesma área de conhecimento, em nível equivalente ou superior.
Os diplomas conferem o grau acadêmico aos concluintes dos cursos de graduação, dos cursos sequenciais de formação específica e
dos cursos de pós-graduação, mas também temos como forma de certificação os Certificados emitidos pelas IES aos cursos de
Especialização (Parecer CNE/CES nº 617/99 e Resoluções CNE/CES nº 2, de 20/9/96, CNE/CES nº 4, de 13/8/97 e CNE/CES nº 3,
de 5/10/99), de Extensão e Programa de Educação Continuada (Resolução CNE/CP nº 1, de 30/10/99) (BRASIL, 1999).

De acordo com o Mapa do Ensino Superior no Brasil (2014, p. 8), a taxa de matrícula no país no Ensino
Superior tem se distribuído da seguinte forma: Região Sudeste é responsável por 47% de matrículas em
cursos presenciais no ensino superior no Brasil, seguida pelas regiões Nordeste (21,2%), Sul (15,3%),
Centro-Oeste (9,4%) e Norte (6,9%). No Sudeste, vale destacar o Estado de São Paulo, que concentra mais
de 1,7 milhão de alunos matriculados (26,5% do total) em cursos presenciais nas redes privada e pública. Em
segundo lugar vem Minas Gerais, com um total de 666 mil matrículas (10,2%), seguido pelo Rio de Janeiro,
que registrou 505 mil matrículas (8,5%). (Brasil, 2016).

Fonte: Brasil (2016).

DIRETRIZES CURRICULARES PARA OS


CURSOS DE LICENCIATURA

A construção das diretrizes dos cursos corre de acordo com a especificidade de cada área, sendo, para os cursos de Licenciatura,
regidos pela Resolução 02/2015, na qual se tem definido que:

Art. 9º Os cursos de formação inicial para os profissionais do magistério para a educação básica, em nível
superior, compreendem:

I-cursos de graduação de licenciatura;

II -cursos de formação pedagógica para graduados não licenciados; III - cursos de segunda licenciatura.
§ 1º A instituição formadora definirá no seu projeto institucional as formas de desenvolvimento da
formação inicial dos profissionais do magistério da educação básica articuladas às políticas de valorização
desses profissionais e à base comum nacional.

§ 2º A formação inicial para o exercício da docência e da gestão na educação básica implica a formação em
nível superior adequada à área de conheci- mento e às etapas de atuação.

§ 3º A formação inicial de profissionais do magistério será ofertada, preferencialmente, de forma presencial,


com elevado padrão acadêmico, científico e tecnológico e cultural.

Art. 10. A formação inicial destina - se àqueles que pretendem exercer o magistério da educação básica em
suas etapas e modalidades de educação e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos
pedagógicos, compreendendo a articulação entre estudos teórico-práticos, investigação e reflexão crítica,
aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino.

Parágrafo único. As atividades do magistério também compreendem a atuação e participação na


organização e gestão de sistemas de educação básica e suas instituições de ensino, englobando:

I planejamento, desenvolvimento, coordenação, acompanhamento


- e avaliação de projetos, do ensino, das
dinâmicas pedagógicas e experiências educativas;

II produção
- e difusão do conhecimento científico -tecnológico das áreas específicas e do campo
educacional.

Art. 11. A formação inicial requer projeto com identidade própria de curso de licenciatura articulado ao
bacharelado ou tecnológico, a outra(s) licenciatura(s) ou a cursos de formação pedagógica de docentes,
garantindo:

I - articulação com o contexto educacional, em suas dimensões sociais, culturais, econômicas e tecnológicas;

II -efetiva articulação entre faculdades e centros de educação, institutos, departamentos e cursos de áreas
específicas, além de fóruns de licenciatura;

III -coordenação e colegiado próprios que formulem projeto pedagógico e se articulem com as unidades
acadêmicas envolvidas e, no escopo do PDI e PPI, tomem decisões sobre a organização institucional e sobre
as questões administrativas no âmbito de suas competências;

IV - interação sistemática entre os sistemas, as instituições de educação superior e as instituições de


educação básica, desenvolvendo projetos compartilhados;

V - projeto formativo que assegure aos estudantes o domínio dos conteúdos específicos da área de atuação,
fundamentos e metodologias, bem com o das tecnologias;

VI - organização institucional para a formação dos formadores, incluindo tempo e espaço na jornada de
trabalho para as atividades coletivas e para o estudo e a investigação sobre o aprendizado dos professores
em formação;

VII - recursos pedagógicos como biblioteca, laboratórios, videoteca, entre outros, além de recursos de

tecnologias da informação e da comunicação, com qualidade e quantidade, nas instituições de formação;

VIII - atividades de criação e apropriação culturais junto aos formadores e futuros professores (BRASIL,
2015, s/p).

Essas observações presentes nas diretrizes das licenciaturas evidenciam o conceito afirmado por Chauí (1999) de que a Reforma
do Estado teve como pano de fundo o novo modelo de universidade, tendo suas atividades não só ligadas à produção econômica,
mas também ao campo dos direitos sociais conquistados.

Outra ação importante a se destacar está ligada ao que Sguissardi (2008, p. 999) aponta:
[...] evolução da educação superior no Brasil de 1964 a 2006, tem destaque ao octênio 1994-2002 quase
a
dobra o número de IES – 851 para 1.637 ou 92,4% de aumento –, mas as IES públicas reduzem seu número
em -10,5% contra um aumento de 127,8% das IES privadas. A proporção, que em 1994 era de 25,6%
públicas e 74,4% privadas, agora, em 2002, é de 11,9% públicas e 88,1% privadas. Quanto às matrículas, dá-
se, no octênio 1994-2002, um crescimento total de 109,5%, entretanto, registrando-se apenas 52,3% de
aumento para as matrículas públicas, contra 150,2% para as matrículas privadas. Isto fez com que a
proporção bastante estável, durante cerca de 20 anos, em torno dos 40% de matrículas públicas e 60% de
matrículas privadas passasse em oito anos para 30,2% públicas e 69,8% privadas. No quatriênio seguinte –
2002-2006 – o ritmo de crescimento de IES foi menor – 38,7%. Entretanto, em lugar do decréscimo
verificado no octênio anterior, houve um aumento de 27% das IES públicas, ainda assim abaixo da média.

Observe que o Ensino Superior passa, então, a partir da legislação nacional, a ser entendido como campo de intervenção educativa
que segue regulamentação específica, buscando orientações e direcionamentos relacionados à qualidade do ensino em todos os
cursos, em especial os de licenciatura, que apresentam como especificidade a formação humana e profissional de acordo com as
necessidades e expectativas de cada sociedade.

Cada curso de Graduação tem suas próprias diretrizes, com carga horária e finalidades. Para saber mais
sobre o assunto, visite o documento REFERENCIAIS CURRICULARES NACIONAIS DOS CURSOS DE
BACHARELADO E LICENCIATURA.

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ATIVIDADES
1. Sobre a finalidade do ensino superior, descrita desde o artigo 47 até o 57 da LDBEN lei nº 9394/96, é correto afirmar que:

a) ( Sua finalidade é formar profissionais nas diferentes áreas do saber, promovendo a divulgação de conhecimentos culturais,
)

científicos e técnicos por meio do ensino, além de estimular a criação cultural e a pesquisa científica e tecnológica.

b) ( ) Sua finalidade deve ser, exclusivamente, promover a pesquisa.

c) ( ) Sua finalidade deve ser formação de mão de obra para atender ao mercado de trabalho.

d) ( ) Sua finalidade é promover a tríade ensino, pesquisa e formação.

e) ( ) Sua finalidade é promover a educação de jovens e adultos.

2. As atribuições da Câmara de Educação Superior estão ligadas ao fato de que está é responsável por:

( ) Emitir parecer sobre os resultados de avaliação da educação superior.

( Deliberar sobre as diretrizes curriculares propostas pelo MEC, para os cursos de graduação, os relatórios do MEC sobre
)

reconhecimento de cursos e habilitações (IES).

( Autorização, credenciamento e recredenciamento periódico de IES, com base nos relatórios de avaliação
) e desativação de
cursos e habilitações, estatutos das uni- versidades e regimento das demais IES do sistema federal de ensino.

( ) Relatórios para reconhecimento periódico de cursos de mestrado e doutorado com base na avaliação dos cursos.

( ) Autorizar a contratação de recursos humanos para as IES.

Assinale a alternativa Correta:

a) V-V-V-V-F.

b) V-V-V-V-V.

c) F-F-F-F-V.
d) V-V-V-F-F.

e) F-F-F-F-F.

3. De acordo com a LDBEN, lei nº 9394/96, a classificação dos graus acadêmicos que podem ser conferidos pelas IES são:

a) ( ) Na graduação: Bacharelado, Licenciatura Plena, Tecnólogo, Licenciatura Curta e Outros Títulos.

b) ( ) Nos cursos sequenciais: Formação Específica.

c) ( ) Na pós-graduação: Mestrado, Mestrado Profissional e Doutorado.

d) ( ) Cursos de Educação Profissional.

e) ( ) Cursos de Educação de Jovens e Adultos.

Assinale a alternativa correta:

a) V-V-V-F-F.

b) V-V-V-V-V.

c) F-F-F-F-F.

d) F-V-V-V-V.

e) F-F-F-V-V.

Resolução das atividades

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RESUMO
As discussões acerca das políticas educacionais no campo do ensino superior têm consolidado ao longo dos tempos atreladas à
própria história da educação brasileira.

Também vale lembrar que a estruturação do ensino superior no país ocorre a partir da concepção de que esta tem o papel central
de promover a formação de profissionais nos diversos campos, prática considerada por muito tempo como uma possibilidade de
ascensão social. No entanto, com o passar dos tempos, essa visão de uma educação que promove a ascensão social foi se
modificando de acordo com os anseios da sociedade e a universidade passa a ter focos diferenciados em cada período.

Como observamos, não se tem, no país, um modelo único e específico de universidade brasileira, isto porque, em cada momento a
sociedade apresentou um modelo. Atualmente, temos as indicações legislativas que orientam as IES e cursos das instituições
públicas e privadas.

Vimos que o Estado ocupa um papel primordial na organização e normatização das IES, mas que, em geral, o processo de formação
dos cursos está atrelado às necessidades e demandas do mercado, tendo, na LDBEN Lei nº 9.394/96, a legislação que determina as
ações para normatização, credenciamento e constituição dos cursos do Ensino Superior.

Destacamos o fato de que a redefinição do papel e das funções do Estado está atrelado no modelo de organização do sistema
educativo existente na atualidade no sistema educacional brasileiro, tendo o Estado assumido a responsabilidade de deliberar
sobre as normatizações e regulamentações que buscam efetivamente garantir a qualidade do ensino.

Nesse sentido, o texto trouxe apontamentos sobre as especificações a que os cursos devem se atentar acerca da certificação,
garantindo que cada IES delibere com responsabilidade sobre os diplomas que são expedidos.

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Material Complementar

Leitura
Cotas Raciais no Ensino Superior

Autor: Evandro C. P. Duarte, Doria L. L. Bertúlio, Paulo V. B. da Silva

Sinopse o livro traz as ações das Cotas Raciais no Ensino Superior sob a
:

perspectiva dos direitos humanos, tratando das questões sobre racismo e


desigualdade racial, fazendo um análise da Constitucionalidade das Cotas
para negros em Universidades Públicas.

Na Web
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, instituída no ano de
1996, normatiza e estrutura o sistema educacional de ensino. Todos os
níveis e modalidades de ensino devem seguir as normativas estabelecidas
pela referida Lei. Para ajudar nossa reflexão, leia na íntegra a Lei no.
9394/96.

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REFERÊNCIAS
BALL, S. Global education Inc. new policy networks and the neoliberal imaginary. New York, Routledge, 2012.
:

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Presidência da República, 1988. Disponível em:
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm >. Acesso em: 8 fev. 2018.

_______. Lei 9.131, de 24 de novembro de 1995. Altera dispositivos da lei 4024, de 20 de de- zembro de 1961, e dá outras
providências. Presidência da República, 1995. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9131.htm >. Aceso em:
8 fev. 2018.

_______. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Presidência da República,
1996. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/l9394.htm >. Acesso em: 8 fev. 2018.

_______. Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Presidência da
República, 2001. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm >. Acesso em: 8 fev. 2018.

_______. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras providências. Presidência
da República, 2014. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm >. Acesso em: 8
fev. 2018.

_______. Lei nº 2.306, de 19 de agosto de 1997 Regulamenta,


. para o Sistema Federal de Ensino, as disposições contidas no art. 10
da Medida Provisória nº 1.477-39, de 8 de agosto de 1997, e nos arts. 16, 19, 20, 45, 46 e § 1º, 52, parágrafo único, 54 e 88 da Lei nº
9.394, de 20 de dezembro de 1996, e dá outras providências. Presidência da República, 2007. Disponível em: < http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d2306.htm >. Acesso em: 8 fev. 2018.

_______. Mapa do Ensino Superior no Brasil. Brasília: SEMESP, 2016. Disponível em: < http://convergenciacom.net
/pdf/mapa_ensino_superior_2016.pdf >. Acesso em: 8 fev. 2018.

_______. Portaria MEC nº 2.267, de 19 de dezembro de 1997 Estabelece diretrizes para ela- boração do projeto institucional para
.

implantação de novos CEFETs. Presidência da República, 1997. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos
/pdf/PMEC2267_97.pdf >. Acesso em: 8 fev. 2018.

_______. Portaria nº 612, de 12 de abril de 1999 Dispõe sobre autorização e reconhecimento de cursos sequenciais de ensino
.

superior. Presidência da República, 1999. Disponível em: < http://www.anped11.uerj.br/port612-12-04-1999.pdf >. Acesso em: 8
fev. 2018.

_______. Portaria nº 639, de 13 de maio de 1997 Dispõe sobre o credenciamento de centros universitários, para o sistema federal
.

de ensino superior. Presidência da República, 1997. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/p639.pdf>.


Acesso em: 8 fev. 2018.
_______. Referenciais Curriculares Nacionais dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura Brasília: Ministério da Educação,
.

Secretaria de Educação Superior, 2010. Disponível em: < http://www.castelobranco.br/site/arquivos/pdf/Referenciais-


Curriculares-Nacionais-v-2010-04-29.pdf >. Acesso em: 8 fev. 2018.

_______. Resolução CNE/CES nº 01, de 27 de janeiro de 1999. Dispõe sobre os cursos sequen- ciais de educação superior, nos
termos de art. 44 da Lei 9.394/96. Presidência da República, 1999. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos
/pdf/CES0199.pdf >. Acesso em: 8 fev. 2018.

CHAUÍ, M. A universidade operacional São Paulo: Folha de São Paulo, 1999.


.

CUNHA, L. A. A Universidade Temporã: O Ensino Superior da Colônia à Era de Vargas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.

FÁVERO, M. L. A Universidade do Brasil: das origens à construção. Rio de Janeiro: Editora UFRJ// INEP, 2000.

HOFLING, E. M. Estado e Políticas (Públicas) Sociais. Cadernos Cedes ano XXI, nº 55, nov.,2001.
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SEGENREICH, S. C. D.; CASTANHEIRA, A. M. Expansão, privatização e diferenciação da educação su- perior no Brasil pós -

LDBEN/96: evidências e tendências. Revista Ensaio. v.1 7, n. 62, 2009.

SGUISSARDI, V. Modelo de expansão da educação superior no brasil: predomínio privado/mer- cantil e desafios para a regulação e
a formação universitária. Educ. Soc. Campinas, v. 29, n. 105, p. 991-1022, set./dez. 2008.
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VIANA, A. L. Abordagens Metodológicas em Políticas Públicas. Caderno de Pesquisa NEPP, Campinas, n. 5, 1988.

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APROFUNDANDO

Aqui vamos aprofundar sobre os assuntos trabalhados nesta


unidade de estudo, vamos lá?

A questão da formação das universidades brasileiras ainda contam com uma história relativamente curta, isto porque o Brasil, vai
ter o surgimento e a consolidação das universidades no território brasileiro somente a partir do século XIX, ou seja muito depois
de sua colonização, quase três séculos depois do período de colonização é que temos um movimento de expansão e
implementação de um ensino superior com vistas a qualidade no ensino no país.

Sabemos que as discussões acerca do Ensino Superior no país estão atreladas em geral a movimentos, organização e demandas
advindas dos contextos socioeconômicos de cada período sendo marcados por questões ideológicas e sustentadas em ações de
Governo com vistas a manutenção do sistema econômico ou efetivação de políticas incutidas por proposições político-ideológicos
que determinam as ações em especial no campo educativo.

Uma dessas ações que buscam regulamentar e regular o Ensino Superior pelas instâncias de Governo são deliberadas a partir dos
pressupostos avaliativo, no qual se tem na avaliação a constituição de uma ferramenta que vai ao longo dos tempos atuando como
a principal fonte reguladora das reformas educacionais no país.

Em geral o destaque e a influência das avaliações no Ensino Superior ocorrem por meio das transformações que decorrem e
modificam os currículos dos cursos de formação superior, suas propostas metodologias para o ensino, assim como os conceitos e
práticas pedagógicas que são inseridas no contexto da formação.

Além de provocar modificações na estrutura e organização da gestão das IES e dos seus respectivos cursos, no sistema educativo, e
na própria noção de pertinência e responsabilidade social.

No entanto, é preciso compreender que no contexto de uma sociedade globalizada em que o conhecimento se processa com
rapidez o emaranhado das teias e relações estabelecidas para o Ensino Superior devem se dar considerando a pluralidade, a
diversidade de realidades e demandas regionais bem como os pressupostos sociais de cada contexto e realidade.

Com efeito, quando tratamos do ensino superior no Brasil, temos que trazer ao cenário das discussões todas as transformações e
relações existentes no campo educacional, considerando e reconhecendo que em cada tempo histórico a educação em nível
superior no país, tem trazido consigo o domínio hegemônico, característico da sociedade. No país a principal influência vai se dar a
partir das orientações do modelo societário capitalista neoliberal, que na atualidade está de forma significativa atrelada as
questões da globalização econômica e cultural da sociedade que se solidificam muitas vezes nos espaços do ensino superior.
De acordo com a LDBEN lei n.9394/96, que define, para o sistema federal de ensino, a seguinte organização aca-dêmica das
instituições de ensino superior:

Observe o esquema a seguir

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!


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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação

a Distância; SOUZA, Fátima Matias de;

Políticas Públicas, Estrutura e Legislação no

Ensino Superior. Fátima Matias de Souza;

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. Reimpr. 2021.

33 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Políticas Públicas. 2. Estrutura e Legislação. 3. EaD. I. Título.


CDD - 22 ed.

379 CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Diretoria de Design Educacional

Equipe Produção de Materiais

Fotos Shutterstock
:

NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

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AVALIAÇÃO NO
ENSINO SUPERIOR:
CAMINHOS E
PERSPECTIVAS
Professor (a) :

Dra. Vânia de Fátima Matias de Souza

Objetivos de aprendizagem
• Analisar a construção histórica do SINAES.

• Discutir acerca das questões que envolvem a qualidade no ensino superior.

• Refletir acerca dos elementos Constituinte do PPC.


Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• Avaliação no Ensino Superior: a construção histórica do SINAES

• Discutindo as questões da Qualidade no Ensino Superior

• Discutindo os Projetos Pedagógicos dos Cursos de Graduação

Introdução
As discussões acerca da avaliação no Ensino Superior se intensificaram como uma necessidade se a partir dos anos de 1980,
quando se tem no campo educacional a discussão do modelo de educação do país e, como consequência, o ensino superior. Haja
vista que, como se sabe o ensino é sempre a tradução das necessidades expectativas da sociedade civil e do governo.

Sabemos que as discussões que compreendem o Ensino Superior estão vincula- das a fatores externos e internos que influenciam
o processo de qualidade do ensino nesses espaços de intervenção, o que acaba configurando ser este um espaço no qual temos
uma dualidade de objetivos influenciado por conjunturas tanto provenientes do contexto das demandas da sociedade quanto às
pressões do mercado.

Esses fatores implicam na relação tanto da qualidade quanto da estruturação das propostas e diretrizes que compõem tanto os
cursos de graduação como as próprias concepções das IES. Essa relação específica entre qualidade no ensino e IES vão ser
representadas, em um primeiro momento, pela construção do Projeto Pedagógico dos cursos que em geral estão sempre atrelados
a realidade da sociedade, levando em consideração as necessidades do público a ser atendido, a relação com o mercado de
trabalho e a legislação do Ensino Superior que, por meio da avaliação, tendem a demonstrar a relação entre o real e o ideal para a
formação profissional e qualifica- da para todos os tipos de formação.

Por esse motivo, é preciso considerarmos o processo de avaliação no Ensino Superior, que ocorre por meio do Sinaes, visto que
essa avaliação se dá por meio de uma interrelação de ação de cunho pedagógico e administrativo a partir de di- ferentes
momentos, afinal como defender Worthen, Sanders e Fitzpatrick (2004), o processo de avaliação tem sido operado como sendo
“um processo sistemático de identificação de mérito e valor”. Entendemos que o sistema nacional de educação está atrelada ao
sistema de avaliação e acontece no formato de regime de colaboração entre o sistema federal, os sistemas estaduais e o sistema do
Distrito Federal.

Nesse sentido, observamos que quando estamos nos referindo ao sistema de avaliação do ensino superior também estamos
trazendo a tona o desenho das relações conjunturais e estruturais da sociedade em um determinado tempo e espaço social. A
partir dessa concepção, vamos iniciar nossos estudos!
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AVALIAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR: A


CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO SINAES
Discutir as questões da avaliação do Ensino Superior significa ter uma compreensão acerca do conceito e compreensão sobre
Avaliação, afinal de contas, é preciso entendermos do que estamos tratando para que seja possível progredir nas reflexões acerca
de como o método de avaliação no sistema de ensino superior brasileiro tem se efetivado.

Para iniciar a nossa discussão acerca da Avaliação, vamos trazer a definição de Vasconcellos (2000), no qual se tem a compreensão
da avaliação como sendo um processo abrangente da existência humana, que se constitui a partir de um processo reflexivo e
crítico sobre a prática e que pode levar a avanços, verificar as dificuldades, ser um instrumento de tomada de decisão acerca de
como superar os problemas ou obstáculos.

Lüdke e André (1986) destacam que o universo da avaliação escolar é simbólico e instituído pela cultura da mensuração,
legitimado pela linguagem jurídica dos regimentos escolares que, legalmente instituídos, funcionam como uma vasta rede e
envolvem totalmente a escola. Portanto, “o uso de instrumentos e procedimentos de avaliação devem ser adequados” para atingir
as metas e objetivos buscados (LIBÂNEO, 1994, p. 204). Já para Luckesi (1999), a avaliação deverá ser o instrumento dialético do
avanço, terá de ser o instrumento da identificação de novos rumos.

O tema Avaliação não só com foco no processo de aprendizagem, mas também nos diversos sistemas educacionais, tem se
constituído uma temática constante nas discussões em especial, sobre as questões da qualidade no ensino superior. Com
destaque, pode-se trazer o exemplo da avaliação institucional, que tem se tornado, nas últimas décadas, uma ação incorporada à
realidade das IES e aos alunos: afinal, o Enade tem se efetivado como componente curricular obrigatório.

De acordo com Rodríguez Gómez (2004, p. 2), algumas das finalidades da ava liação têm sido:

oferecer parâmetros que garantam a qualidade da educação para os usuá- rios e os empregadores,
[...]

favorecer a melhoria da qualidade dos serviços, servir de instrumento de prestação de contas, estimular e
regular a concorrência entre instituições, implantar mecanismos de controle do investimento dos recursos
públicos, supervisionar a iniciativa privada na provisão de um bem público, reconhecimento de créditos
entre programas e aptidão para receber recursos públicos (RODRÍGUEZ GÓMEZ, 2004, p. 2).
Segundo Dias Sobrinho (2004), a avaliação na educação superior pode cumprir funções diferentes, de acordo com os valores do
sistema no qual está inserida, pois diferentes paradigmas epistemológicos a fundamentam. Sendo a educação concebida como bem
público ou com uma lógica de mercado.

De acordo com Bertolin (2004, p. 68) a perspectiva de avaliação que, em geral, prevalece é a aquela descrita como avaliação
quantitativa e objetivista, isto porque antecipava as comissões de especialistas para a avaliação de cursos de graduação e a
aplicação de testes padronizados aos concluintes.

A questão da avaliação no ensino superior vai se efetivar com a Constituição de 1988. No artigo 209 destaca que a avaliação se dá
tanto no ensino superior público quanto no privado, tendo, no artigo, a indicação de que a educação livre à iniciativa privada prevê
que ela está submetida ao cumprimento das normas gerais da educação nacional: a autorização e avaliação de qualidade pelo
poder público (BRASIL, 1988).

Importa sabermos que a avaliação no ensino superior pode ocorrer de forma interna e externa. A avaliação interna corresponde à
avaliação da aprendizagem do aluno; já a avaliação externa é aquela realizada pelas Redes de ensino e que buscam avaliar os
programas e políticas educacionais, bem como a organização do sistema de ensino e o próprio Ensinos Superior.

Penin e Martinez (2009, p. 23-24) destacam que a importância da avaliação interna e externa se dá pela possibilidade de se refletir
acerca da prática educativa e a divulgação dos resultados para todos, afinal,

âmbito interno, possibilita a avaliação como instrumento de ação formativa, levando instituições e os
[...]no
professores a refletirem a respeito de suas práticas e de seus objetivos e, assim, a melhorar sua ação
docente e sua identidade profissional. Por outro, em âmbito externo, oferece informações para que tanto os
pais quanto a sociedade, especialmente os sistemas de ensino, possam efetivar um relacionamento
produtivo com a instituição escolar. Apurar os usos da avaliação, comparar resultados e comportamento de
entrada dos alunos em cada situação e contexto social e institucional é da maior importância para não
homogenizar processos que são de fato diferentes.

Segundo Depresbiteris (2001, p. 144), existem três propósitos da avaliação nos sistemas de ensino, sendo “fornecer resultados
para a gestão da educação, subsidiar a melhoria dos projetos pedagógicos das escolas e propiciar informações para a melhoria da
própria avaliação, o que a caracteriza como meta-avaliação”.

Diante da complexidade das questões da avaliação do ensino superior no Brasil, o que é preciso ser feito
para que os indicadores resultantes das avaliações institucionais se traduzam em melhorar da qualidade do
ensino?

Importa sabermos que a avaliação no ensino superior ainda pode acontecer sendo de forma amostral ou censitária. Quando nos
referimos a avaliação Amostral, estamos afirmando que a avaliação irá acontecer de forma aleatória, intencional e proporcional; já
a avaliação Censitária é aquela composta pela avaliação de todo sistema de ensino.

Para falarmos sobre as questões da avaliação do ensino superior, precisamos fazer um breve retorno temporal na história das
avaliações do ensino superior. O órgão responsável pelo processo avaliativo fica como competência do MEC: o qual é responsável
pela avaliação periódica dos cursos de avaliação, implantando o Exame Nacional de Cursos.
O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) define que os cursos de educação superior
passam pelas seguintes avaliações:

a) Autorização: a instituição pede autorização ao MEC para abrir um curso. Realizada por dois avaliadores,
sorteados entre os cadastrados no Banco Nacional de Avaliadores que seguem os instrumentos para
avaliação in loco.

b) Reconhecimento: quando a primeira turma do curso novo entra na segunda metade do curso, a
instituição deve solicitar seu reconhecimento, é realizada por dois avaliadores do BASis, em dois dias.

c) Renovação de reconhecimento: realizada de acordo com o Ciclo do Sinaes, a cada três anos.

Fonte: INEP (2015).

Um destaque da avaliação do Ensino Superior foi o “Provão”, uma avaliação que tinha como critério avaliar as instituições e cursos,
atrelando a renovação de reconhecimento de cursos aos resultados do Provão e da Avaliação das Condições de Ensino. O “Provão”
foi o instrumento de avaliação que superou outras tentativas de avaliação do ensino superior, tais como a Avaliação das Condições
de Oferta, para os cursos, e Avaliação Institucional, para as IES; isto se deu, pois essas avaliações tinham menor destaque na
divulgação oficial, sendo os seus resultados utilizados para efeitos regulatórios no reconhecimento de cursos de graduação.

De acordo com Zoghbi (et al, 2010, p. 2),

[...] substituição do Provão pelo Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), a partir de
a
2004, trouxe um significativo avanço para a avaliação do ensino superior no país: a possibilidade do cálculo
de uma medida de valor agregado do curso, o IDD (Indicador de Diferença entre os Desempenhos Esperado
e Observado). Ao exigir que alunos ingressantes dos cursos de ensino superior das áreas avaliadas também
realizem o Exame, o INEP garantiu a existência de um baseline, isto é, uma medida de comparação da
formação inicial dos alunos.

Com a LDBEN lei nº 9394/96, no artigo 46, tem-se a determinação de que a autorização de funcionamento de instituições e o
reconhecimento de cursos seriam por prazo limitado e vinculados à realização de avaliações. Outro destaque pode ser dado à Lei
nº 10.861/04 que passa a retomar o nome “Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior”– SINAES.

Avaliação da Educação Superior, bases para uma nova proposta de avaliação da educação superior brasileira Função da avaliação:
a função principal da avaliação é entendida como emancipatória, e o agente principal é a comunidade interna das IES. Segundo
Rothen e Shulz (2005), a função é o controle, e os agentes principais são as agências do Estado, que a constituem numa lei híbrida,
de acordo com Bertolin (2004). A Lei nº 10.861/04, em seu artigo 1, prevê que será realizada a avaliação das instituições de
educação superior, dos cursos de graduação e do desempenho acadêmico de seus estudantes. Dentro do estabelecido pela lei, no
artigo 3, cada uma das avaliações pode ser realizada de maneira independente, sendo que para cada uma delas é atribuído um
conceito numa escala com cinco níveis.

A referida lei foca o objeto da avaliação nas instituições, nos cursos e nos estudantes, recuperando aspectos parciais de cada uma
das experiências avaliativas anteriormente realizadas, reconfiguradas, mas exclui a menção explícita à análise global dos
resultados do sistema que estava prevista na desarticulada sistemática de avaliação vigente, até a sanção da lei que instituiu o
SINAES.

De acordo com Portaria 302, de 7/4/98 as normas relativas ao processo de ava- liação do desempenho individual das IES devem
seguir as orientações descritas em seus artigos, sendo o

Art. 1ºA avaliação do desempenho das IES (ensino, pesquisa, extensão) será realizada pela SESu, no âmbito
do Paiub. Art. 2º, os processo de avaliação será atividade permanente, compreendendo: autoavaliação
(própria instituição), avaliação externa (comitê assessor da SESu) e relatórios das duas avaliações e outros
procedimentos avaliativos. Art. 6º Resultados da avaliação do desempenho individual incorporados aos
relatórios da SESu para fins de autorização e reconhecimento de cursos, credenciamento ou
recredenciamento de IES.

O SINAES tem sua perspectiva de ação traçada como possibilidade que permita o desenvolvimento de
ações no campo da qualidade da educação, da formação profissional por meio de indicadores qualitativos e
quantitativos que descrevem a situação das Instituições de Ensino Superior. O sistema agrega indicadores
da qualidade do ensino atrelada a encaminhamentos e redirecionamentos dos Programas e Políticas
Educacionais, com foco no desempenho dos alunos, da instituição e do corpo docente das instituições
envolvidas no processo avaliativo. Nesse sentido, a avaliação passa a ser o referencial para o planejamento
das políticas educacionais voltadas a esse setor.

Fonte: a autora

O ENADE, aprovado pela Lei nº10.861/04, constitui-se na realização das provas no primeiro e no último ano do curso, e admite “a
utilização de procedimentos amostrais” (art. 5, §2°), seu foco é o “desempenho dos estudantes dos cursos” .

De acordo com Zoghbi (et al, 2010, p. 4):

Enade, Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, é um exame aplicado aos alunos ingressantes e
concluintes em cursos de graduação, de áreas definidas pelo MEC anualmente, sendo que a periodicidade
de aplicação do Enade a cada área é trienal. O objetivo do Enade é avaliar o desempenho dos estudantes
com relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos cursos de graduação, o
desenvolvimento de competências e habilidades necessárias ao aprofundamento da formação geral e
profissional, e o nível de atualização dos estudantes com relação à realidade brasileira e mundial. O Exame é
parte integrante do Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior), juntamente com a avaliação
institucional e a avaliação dos cursos de graduação.

O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) avalia o rendi- mento dos concluintes dos cursos
de graduação, em relação aos conteúdos programáticos, habilidades e competências adquiridas em sua
formação. É obrigatório e a situação de regularidade do estudante no Exame deve constar em seu histórico
escolar. Sua periodicidade é trienal para cada área do conhecimento. Seu objetivo é avaliar o desempenho
dos estudantes com relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos cursos
de graduação, o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias ao aprofundamento da
formação geral e profissional, e o nível de atualização dos estudantes.

Fonte: Brasil (2007).


DISCUTINDO AS QUESTÕES DA
QUALIDADE NO ENSINO SUPERIOR

As discussões acerca da qualidade no Ensino Superior têm sido uma temática que vem crescendo nas últimas décadas estando
relacionada às avaliações do ensino superior, bem como as perspectivas e ideologias que marcam esse nível de ensino. Segundo
Sguissardi (2006, p. 4), as instituições são impelidas a cumprir um papel-chave no novo modelo econômico-social, sendo que“todos
têm interesse na qualidade da universidade, entre outras razões porque a ciência-tecnologia tornou-se mercadoria-chave, ao lado
do trabalho, da acumulação de capital”.

Contudo essa preocupação com a questão da qualidade no ensino, com desta- que ao ensino superior, de acordo com Bertolin
(2007), vai acontecer de forma mais efetiva a partir das décadas de 60 e 70, quando a preocupação com a educação se dava,
basicamente, no sentido quantitativo; e na década de 80 é que começaram a surgir, nos EUA e na Europa, as primeiras reflexões
acerca da qualidade da educação. Nesse sentido, para discutirmos sobre qualidade no ensino superior, é preciso compreender a
expressão “qualidade em educação”, Davok (2007) admite variadas interpretações, segundo ela, uma educação de qualidade vai
desde aquela que possibilita o domínio eficaz dos conteúdos, ou aquela que possibilita a aquisição de uma cultura científica ou
literária, até aquela que desenvolve a capacidade de servir ao sistema produtivo ou, ainda, aquela que promove o espírito crítico e
fortalece o compromisso para transformar a realidade social.

Lemaitre (2001) considera as definições de qualidade como nunca neutras, nem inocentes, senão que se referem a equilíbrios de
poder dentro da educação superior e entre a educação superior e outros atores sociais. Adota a compreensão de que a educação
superior tem-se utilizado o termo “qualidade” para justificar muitas coisas, dentre elas: reformas curriculares, projetos de
pesquisa, conferências, congressos científicos etc.

Já para Demo (1994, p. 14) há que se distinguir o termo qualidade formal - que é a“habilidade de manejar meios, instrumentos,
formas, técnicas, procedimentos diante dos desafios do desenvolvimento” - de qualidade política - que se refere “a competência do
sujeito em termos de se fazer e de fazer história, diante dos fins históricos da sociedade humana. Segundo o autor, a qualidade
formal seria o meio e a política, não podendo as duas serem entendidas separadamente, mas sim como fazendo parte do todo:
qualidade.

Demo (1985, p.35), também ressalta que, de forma direta com os conceitos de qualidade formal e política, são os conceitos de
qualidade acadêmica – definida como a “capacidade de produção original de conhecimento da qual depende intrinsecamente a
docência”; qualidade social é entendida como a“capacidade de identificação comunitária, local e regional, bem como a relação ao
problema do desenvolvimento.

No entanto, Davok (2007, p. 509) destaca para o fato de que discutir a questão da qualidade no ensino superior significa colocar à
universidade a

dimensão formal é subsumida pela dimensão política, assim como a dimensão acadêmica é subsumida
[...]

pela dimensão social, que são subsumidas pela dimensão educativa. Do mesmo modo, os conceitos de
qualidade aca- dêmica, social e educativa podem ser associados aos conceitos de qualidade política e
formal.

Para Sander (1995) a preocupação com a qualidade educacional deve ser refletida a partir da perspectiva da administração da
educação e explicita a questão da qualidade a partir de diferentes perspectivas conceituais. Para o autor, “o primeiro requisito para
abordar corretamente o tema da qualidade da administração da educação é resgatar a especificidade da educação e a natureza
peculiar da educação” (SANDER, 1995, p. 152).

No entanto, ao visitarmos os documentos da UNESCO/INEP (2004), sobre a questão da qualidade, vamos encontrar que esse é um
conceito dinâmico, recons- truído constantemente. Indicadores da Qualidade na Educação foram criados para ajudar a
comunidade escolar na avaliação e na melhoria da qualidade da educação.

Este é seu objetivo principal. Para a UNESCO:

A definição de qualidade: Dois princípios caracterizam a maior parte das tentativas de definir a qualidade na
educação: o primeiro deles identifica o desenvolvimento cognitivo dos alunos como o grande objetivo
explícito de todos os sistemas educacionais. Dessa forma, o êxito alcançado por um sistema com relação a
esse objetivo é um dos indicadores de sua qualidade. O segundo dá ênfase ao papel da educação na
promoção de valores e atitudes de cidadania responsável e no cultivo do desenvolvimento criativo e
emocional. A consecução desses objetivos nos diferentes países é mais difícil de avaliar e comparar
(UNESCO, 2004 p. 2).

Os indicadores de avaliação externa do ensino superior podem revelar a qualidade da educação no ensino
superior?

De acordo com a lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004,

§ 1º O SINAES tem por finalidades a melhoria da qualidade da educação superior, a orientação da expansão
da sua oferta, o aumento permanente da sua eficácia institucional e efetividade acadêmica e social e,
especialmente, a promoção do aprofundamento dos compromissos e responsabilidades sociais das
instituições de educação superior, por meio da valorização de sua missão pública, da promoção dos valores
democráticos, do respeito à diferença e à diversidade, da afirmação da autonomia e da identidade
institucional.
§ 2º O SINAES será desenvolvido em cooperação com os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito
Federal.

Art. 2º O SINAES, ao promover a avaliação de instituições, de cursos e de desempenho dos estudantes,


deverá assegurar:

I – avaliação institucional, interna e externa, contemplando a análise global e integrada das dimensões,
estruturas, relações, compromisso social, atividades, finalidades e responsabilidades sociais das instituições
de educação superior e de seus cursos;

II – o caráter público de todos os procedimentos, dados e resultados dos processos avaliativos;

III – o respeito à identidade e à diversidade de instituições e de cursos;

IV – a participação do corpo discente, docente e técnico-administrativo das instituições de educação


superior, e da sociedade civil, por meio de suas representações.

Parágrafo único. Os resultados da avaliação referida no caput deste artigo constituirão referencial básico
dos processos de regulação e supervisão da educação superior, neles compreendidos o credenciamento e a
renovação de credenciamento de instituições de educação superior, a autorização, o re- conhecimento e a
renovação de reconhecimento de cursos de graduação, (BRASIL, 2004, s/p).

Art. 3º A avaliação das instituições de educação superior terá por objetivo identificar o seu perfil e o
significado de sua atuação, por meio de suas atividades, cursos, programas, projetos e setores,
considerando as diferentes dimensões institucionais, dentre elas obrigatoriamente as seguintes:

I – a missão e o plano de desenvolvimento institucional;

II – a política para o ensino, a pesquisa, a pós-graduação, a extensão e as respectivas formas de


operacionalização, incluídos os procedimentos para estímulo à produção acadêmica, as bolsas de pesquisa,
de monitoria e demais modalidades;

– a responsabilidade social da instituição, considerada especialmente no que se refere à sua contribuição


III

em relação à inclusão social, ao desenvolvimento econômico e social, à defesa do meio ambiente, da


memória cultural, da produção artística e do patrimônio cultural;

IV – a comunicação com a sociedade;

V – as políticas de pessoal, as carreiras do corpo docente e do corpo técnico-administrativo, seu


aperfeiçoamento, desenvolvimento profissional e suas condições de trabalho;

VI - organização e gestão da instituição, especialmente o funcionamento e representatividade dos


colegiados, sua independência e autonomia na relação com a mantenedora, e a participação dos segmentos
da comunidade universitária nos processos decisórios;

VII – infra-estrutura física, especialmente a de ensino e de pesquisa, biblioteca, recursos de informação


e comunicação;

VIII – planejamento e avaliação, especialmente os processos, resultados e eficácia da auto-avaliação


institucional;

IX – políticas de atendimento aos estudantes;

X – sustentabilidade financeira, tendo em vista o significado social da continuidade dos compromissos na


oferta da educação superior (BRASIL, 2004, s/p).

O destaque para essa legislação está no fato de que a IES pode se estruturar e propor cursos de graduação, cuja centralidade das
ações sejam alicerçadas na questão da qualidade do ensino. Para tanto, a qualificação do corpo docente é o ponto central para essa
ação; por esse motivo, o corpo docente também é avaliado no processo de avaliativo da IES e dos seus cursos.
§ 2º Para a avaliação das instituições, serão utilizados procedimentos e instrumentos diversificados, dentre
os quais a auto-avaliação e a avaliação externa in loco.

§ 3º A avaliação das instituições de educação superior resultará na aplicação de conceitos, ordenados em


uma escala com 5 (cinco) níveis, a cada uma das dimensões e ao conjunto das dimensões avaliadas (BRASIL,
2014, s/p).

Art. 4º A avaliação dos cursos de graduação tem por objetivo identificar as condições de ensino oferecidas
aos estudantes, em especial as relativas ao perfil do corpo docente, às instalações físicas e à organização
didático-pedagógica.

§ 1º A avaliação dos cursos de graduação utilizará procedimentos e instrumentos diversificados, dentre os


quais obrigatoriamente as visitas por comissões de especialistas das respectivas áreas do conhecimento.

§ 2º A avaliação dos cursos de graduação resultará na atribuição de conceitos, ordenados em uma escala
com 5 (cinco) níveis, a cada uma das dimensões e ao conjunto das dimensões avaliadas.

Art. 5º A avaliação do desempenho dos estudantes dos cursos de graduação será realizada mediante
aplicação do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes - ENADE.

§ 1º O ENADE aferirá o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas
diretrizes curriculares do respectivo curso de graduação, suas habilidades para ajustamento às exigências
decorrentes da evolução do conhecimento e suas competências para compreender temas exteriores ao
âmbito específico de sua profissão, ligados à realidade brasileira e mundial e a outras áreas do
conhecimento.

§ 2º O ENADE será aplicado periodicamente, admitida a utilização de procedimentos amostrais, aos alunos
de todos os cursos de graduação, ao final do primeiro e do último ano de curso.

§ 3º A periodicidade máxima de aplicação do ENADE aos estudantes de cada curso de graduação será
trienal.

§ 4º A aplicação do ENADE será acompanhada de instrumento destinado a levantar o perfil dos estudantes,
relevante para a compreensão de seus resultados.

§ 5º O ENADE é componente curricular obrigatório dos cursos de graduação, sendo inscrita no histórico
escolar do estudante somente a sua situação regular com relação a essa obrigação, atestada pela sua efetiva
participação ou, quando for o caso, dispensa oficial pelo Ministério da Educação, na forma estabelecida em
regulamento.

§ 6º Será responsabilidade do dirigente da instituição de educação superior a inscrição junto ao Instituto


Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP de todos os alunos habilitados à
participação no ENADE.

§ 7º A não-inscrição de alunos habilitados para participação no ENADE, nos prazos estipulados pelo INEP,
sujeitará a instituição à aplicação das sanções previstas no § 2o do art. 10, sem prejuízo do disposto no art.
12 desta Lei.

§ 8º A avaliação do desempenho dos alunos de cada curso no ENADE será expressa por meio de conceitos,
ordenados em uma escala com 5 (cinco) níveis, tomando por base padrões mínimos estabelecidos por
especialistas das diferentes áreas do conhecimento.

§ 9º Na divulgação dos resultados da avaliação é vedada a identificação nominal do resultado individual


obtido pelo aluno examinado, que será a ele exclusivamente fornecido em documento específico, emitido
pelo INEP.

§ 10º Aos estudantes de melhor desempenho no ENADE o Ministério da Educação concederá estímulo, na
forma de bolsa de estudos, ou auxílio específico, ou ainda alguma outra forma de distinção com objetivo
similar, destinado a favorecer a excelência e a continuidade dos estudos, em nível de graduação ou de pós-
graduação, conforme estabelecido em regulamento.
§ 11º A introdução do ENADE, como um dos procedimentos de avaliação do SINAES, será efetuada
gradativamente, cabendo ao Ministro de Estado da Educação determinar anualmente os cursos de
graduação a cujos estudantes será aplicado.

Art. 6º Fica instituída, no âmbito do Ministério da Educação e vinculada ao Gabinete do Ministro de Estado,
a Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior – CONAES, órgão colegiado de coordenação e
supervisão do SINAES, com as atribuições de:

I– propor e avaliar as dinâmicas, procedimentos e mecanismos da avaliação institucional, de cursos e de


desempenho dos estudantes;

II – estabelecer diretrizes para organização e designação de comissões de avaliação, analisar relatórios,


elaborar pareceres e encaminhar recomendações às instâncias competentes;

III – formular propostas para o desenvolvimento das instituições de educação superior, com base nas
análises e recomendações produzidas nos processos de avaliação;

IV – articular-se com os sistemas estaduais de ensino, visando a estabelecer ações e critérios comuns de
avaliação e supervisão da educação superior;

V – submeter anualmente à aprovação do Ministro de Estado da Educação a relação dos cursos a cujos
estudantes será aplicado o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes - ENADE;

VI – elaborar o seu regimento, a ser aprovado em ato do Ministro de Estado da Educação;

VII – realizar reuniões ordinárias mensais e extraordinárias, sempre que convocadas pelo Ministro de
Estado da Educação.

Art. 7º A CONAES terá a seguinte composição:

I – 1 (um) representante do INEP;

II– 1 (um) representante da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior –


CAPES;

III– 3 (três) representantes do Ministério da Educação, sendo 1 (um) obrigatoriamente do órgão


responsável pela regulação e supervisão da educação superior;

IV – 1 (um) representante do corpo discente das instituições de educação superior;

V – 1 (um) representante do corpo docente das instituições de educação superior;

VI – 1 (um) representante do corpo técnico-administrativo das instituições de educação superior;

VII – 5 (cinco) membros, indicados pelo Ministro de Estado da Educação, es- colhidos entre cidadãos
com notório saber científico, filosófico e artístico, e reconhecida competência em avaliação ou gestão da
educação superior.

§ 1º Os membros referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão designados pelos titulares dos
órgãos por eles representados e aqueles referidos no inciso III do caput deste artigo, pelo Ministro de
Estado da Educação.

§ 2º O membro referido no inciso IV do caput deste artigo será nomeado pelo Presidente da República para
mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução.

§ 3º Os membros referidos nos incisos V a VII do caput deste artigo serão nomeados pelo Presidente da
República para mandato de 3 (três) anos, admitida 1 (uma) recondução, observado o disposto no parágrafo
único do art. 13 desta Lei.
§ 4º A CONAES será presidida por 1 (um) dos membros referidos no inciso VII do caput deste artigo, eleito
pelo colegiado, para mandato de 1 (um) ano, permitida 1 (uma) recondução.

§ 5º As instituições de educação superior deverão abonar as faltas do estudante que, em decorrência da


designação de que trata o inciso IV do caput deste artigo, tenha participado de reuniões da CONAES em
horário coincidente com as atividades acadêmicas.

§ 6º Os membros da CONAES exercem função não remunerada de interesse público relevante, com
precedência sobre quaisquer outros cargos públicos de que sejam titulares e, quando convocados, farão jus
a transporte e diárias.

Art. 8º A realização da avaliação das instituições, dos cursos e do desempenho dos estudantes será
responsabilidade do INEP.

Art. 9º O Ministério da Educação tornará público e disponível o resultado da avaliação das instituições de
ensino superior e de seus cursos.

Art. 10º Os resultados considerados insatisfatórios ensejarão a celebração de protocolo de compromisso, a


ser firmado entre a instituição de educação superior e o Ministério da Educação, que deverá conter:

I – o diagnóstico objetivo das condições da instituição;

II – os encaminhamentos, processos e ações a serem adotados pela instituição de educação superior com
vistas na superação das dificuldades detectadas;

III – a indicação de prazos e metas para o cumprimento de ações, expressa- mente definidas, e a
caracterização das respectivas responsabilidades dos dirigentes;

IV – a criação, por parte da instituição de educação superior, de comissão de acompanhamento do


protocolo de compromisso (BRASIL, 2004).

Ainda por determinação da Lei 10.861/2004, passa-se a considerar que a avaliação deve ter como sustentação indicadores e dados
referentes às instituições de ensino, aos cursos ofertados, bem como o desempenho dos estudantes, disponibilizando, então, os
indicadores que subsidiam os processos de credenciamento e a renovação de credenciamento de instituições de educação
superior, a autorização, o reconhecimento e a renovação de reconhecimento de cursos de graduação.

É importante ter conhecimento de que, segundo a Lei 10.861/2004, avalia-se pelo SINAES, os componentes:

a. Avaliação Institucional: que compreende a autoavaliação, instituídas pelas CPAs e avaliação externa in
loco, desenvolvida pelos avaliadores institucionais capacitados pelo INEP nos moldes do SINAES.

b. Avaliação de Curso: que acontece por meio dos pares na avaliação in loco, pelos dados dos estudantes,
ao preencherem o questionário do ADES, questionário de Avaliação Discente da Educação Superior,
encaminhado aos estudantes da amostra do ENADE, pelos coordenadores de curso, por meio do
questionário dos coordenadores e avaliações realizadas pelos professores dos cursos e a CPA.

c. Avaliação do Desempenho dos estudantes ingressantes e concluintes: essa etapa se dá por meio do
exame em larga escala aplicado aos estudantes que preenchem os critérios estabelecidos pela legislação
vigente.

Seguindo esses pressupostos da relação qualidade no Ensino Superior e o processo avaliativo, há que destacar que a garantia
mínima de uma formação com qualidade vai acontecer por meio da organização de um currículo construído a partir da realidade
social, e do contexto em que a IES está inserida, tendo seu modelo de formação descrito a partir de uma proposta de formação
integrada às demandas da sociedade.
DISCUTINDO OS PROJETOS
PEDAGÓGICOS DOS CURSOS DE
GRADUAÇÃO

A construção do Projeto Pedagógico dos cursos de Graduação construído pelas IES, refletem as dimensões e qualidade do ensino
que a instituição tem acerca da realidade educativa tratada.

É válido destacar que todo processo de construção dos Projetos Pedagógicos dos cursos devem considerar, em sua elaboração, as
questões pedagógicas que serão tratadas e abordadas no decorrer do curso, trazendo concepções que sejam atuais e adequadas às
realidades e diversidades regionais, mas sempre atendendo às especificidades dos documentos oficiais, tais como os pareceres e
resoluções do Ministério da Educação, descritas por meio da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação
(CNE/CES) e as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos. Este cuidado é essencial, pois essas prerrogativas são
constatadas e verificadas no processo avaliativo do curso no momento de avaliação destes.

Nesse sentido, para se construir os Projetos Pedagógicos dos Cursos de Graduação, há que se observar os elementos constituintes
elencados na RESOLUÇÃO CNE/CP2/2002, define que:

Art. 1º A carga horária dos cursos de Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, em
curso de licenciatura, de graduação plena, será efetivada mediante a integralização de, no mínimo, 2800
(duas mil e oitocentas) horas, nas quais a articulação teoria-prática garanta, nos termos dos seus projetos
pedagógicos, as seguintes dimensões dos componentes comuns: I - 400 (quatrocentas) horas de prática
como componente curricular, vivenciadas ao longo do curso; II - 400 (quatrocentas) horas de estágio
curricular supervisionado a partir do início da segunda metade do curso;

III -1800 (mil e oitocentas) horas de aulas para os conteúdos curriculares de natureza científico - cultural;
IV - 200 (duzentas) horas para outras formas de atividades acadêmico-científico-culturais.
Parágrafo único. Os alunos que exerçam atividade docente regular na educação básica poderão ter redução
da carga horária do estágio curricular supervisionado até o máximo de 200 (duzentas) horas.

Art. 2° A duração da carga horária prevista no Art. 1º desta Resolução, obedecidos os 200 (duzentos) dias
letivos/ano dispostos na LDB, será integralizada em, no mínimo, 3 (três) anos letivos (BRASIL, 2002, s/p).

De acordo com Catani (et al; 2001, p. 73) “a questão dos currículos de graduação começou a ganhar importância na reforma da
educação superior a partir de 1995”, pois foi a partir desse momento que a questão da flexibilização do ensino superior passou a
ser considerada, tendo uma maior intensificação com a preocupação com a questão do perfil do profissional a ser formado pelos
cursos.

Um destaque pode ser dado é a preocupação com a qualidade do ensino estar ligada à questão da formação de professores, um
exemplo são os cursos de graduação com foco nas licenciaturas. A legislação, específica para as licenciaturas descritas pela
Resolução 02 de 2015, define que

Art. 13. Os cursos de formação inicial de professores para a educação básica em nível superior, em cursos de
licenciatura, organizados em áreas especializadas, por componente curricular ou por campo de
conhecimento e/ou interdisciplinar, considerando-se a complexidade e multirreferencialidade dos estudos
que os englobam, bem como a formação para o exercício integrado e indissociável da docência na educação
básica, incluindo o ensino e a gestão educacional, e dos processos educativos escolares e não escolares, da
produção e difusão do conhecimento científico, tecnológico e educacional, estruturam-se por meio da
garantia de base comum nacional das orientações curriculares.

§ 1º Os cursos de que trata o caput terão, no mínimo, 3.200 (três mil e duzentas) horas de efetivo trabalho
acadêmico, em cursos com duração de, no mínimo, 8 (oito) semestres ou 4 (quatro) anos, compreendendo: I -
400 (quatrocentas) horas de prática como componente curricular, distribuídas ao longo do processo
formativo; II - 400 (quatrocentas) horas dedicadas ao estágio super- visionado, na área de formação e
atuação na educação básica, contemplando também outras áreas específicas, se for o caso, conforme o
projeto de curso da instituição; III - pelo menos 2.200 (duas mil e duzentas) horas dedicadas às atividades
formativas estruturadas pelos núcleos definidos nos incisos (BRASIL, 2015, s/p).

Para os conhecimentos acerca dos elementos constitutivos do PPC é preciso que se leve em consideração a articulação entre o PPI
(Projeto Pedagógico Institucional) articulado com o PPC (Projeto Pedagógico de Curso).

Segundo Ristoff e Giollo (2006, p. 206)

O Projeto Pedagógico do Curso (PPC) é, pois, a alma do curso, a ponte que une as DCN às práticas
pedagógicas propostas pelo currículo. Os indicadores que caracterizam esta importante conexão são, pois,
todos classificados no instrumento de avaliação como imprescindíveis, isto é, indicadores cujo atendimento
é fundamental para que a avaliação possa prosperar em suas conseqüências regulatórias, pois afirmam
valores acadêmicos em matéria que, se tratada de forma aligeirada, descaracteriza o próprio sentido da boa
formação.

Ainda de acordo com o Parecer CES/CNE 146/2002, fica determinado que “as instituições de ensino superior deverão, na
composição dos seus projetos pedagógicos, definir, com clareza, os elementos que lastreiam a própria concepção do curso, o seu
currículo pleno e sua operacionalização”.

Como consequência, passa-se a considerar como objetivos da avaliação dos cursos de graduação:
a. identificar as condições de ensino oferecidas aos estudantes, em especial as relativas à organização
didático pedagógica, corpo social e instalações físicas;

b. verificar a articulação entre PDI, Projeto Pedagógico de Curso - PPC, currículo, vocação institucional e
inserção regional;

c. analisar a aderência às Diretrizes Curriculares Nacionais – DCN’s.

Este conjunto de orientações passa a descrever as característica que o Projeto Político Pedagógico do curso deve seguir, tendo
como premissa básica, segundo as orientações, ser uma construção coletiva, adequada às deliberativas constantes nas Diretrizes
Curriculares do Curso, o que significa dizer que deve considerar o conjunto de diretrizes organizacionais e operacionais que irão
orientar a prática pedagógica do curso, na sua estrutura curricular, nas ementas, expressas na bibliografia, no perfil profissional
dos concluintes e todo o conjunto de informações que possam delinear o panorama do profissional que se tem como foco no
intuito de oportunizar uma educação de qualidade baseada tanto na formação humana como nos avanços no campo tecnológico
da pesquisa e atuação profissional.

De acordo com Catani (et al; 2001), é válido destacar que as Diretrizes Curriculares possibilitam que as IES tenham uma
autonomização curricular para seus cursos, desde que sejam respeitadas os preceitos mínimos dos mecanismos de formação, isto
porque o currículo é essencialmente o responsável pela garantia mínima da qualidade do ensino na educação superior.

Lembramos que as políticas de formação profissional estão sempre alicerçadas nas questões curriculares, e mesmo os documentos
permitindo a flexibilização nos cursos de formação, em atendimento às demandas do mundo do trabalho, é preciso que os Projetos
Pedagógicos garantam um mínimo de qualidade no ensino por meio de um corpo docente qualificado e comprometido, assim como
a IES com o processo de inserção do profissional com conhecimentos tanto no campo profissional quanto na formação humana.

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ATIVIDADES
1. A avaliação na educação superior pode cumprir funções diferentes, de acordo com os valores do sistema no qual está inserida,
pois diferentes paradigmas epistemo- lógicos a fundamentam, sendo a educação concebida como bem público ou com uma lógica
de mercado. Nesse sentido, coloque V ou F para as finalidades da avaliação no sistema educacional:

( ) Oferecer parâmetros que garantam a qualidade da educação para os usuários e os empregadores.

( ) Favorecer a melhoria da qualidade dos serviços.

( Estimular
) e regular a concorrência entre instituições implantar mecanismos de controle do investimento dos recursos
públicos.

( ) Possibilitar o acesso ao ensino superior.

( ) Promover o ingresso no ensino básico.

Assinale a alternativa correta:

a) V, V, V, F, F.

b) F, V, F, V, V.

c) V, V, V, F, V.

d) F, F, V, V, F.

e) V, F, F, F, F.

2. Sobre o Enade, é correto afirmar que:

a) ( Tem sua periodicidade de aplicação trienal, e objetiva avaliar o desempenho dos estudantes com relação aos conteúdos
)

programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos cursos de graduação.

b) ( )Sua finalidade é verificar o nível de alfabetização funcional e habilidades necessárias ao aprofundamento da formação
geral e profissional, e o nível de atualização dos estudantes com relação à realidade.

c) ( ) Tem como ação verificar o nível de desenvolvimento das crianças matriculadas na educação infantil.
d) ( ) Avalia o nível de competências e habilidades do ensino médio.

e) ( ) Avalia a ação docente da educação básica.

3. Sobre a definição de qualidade na educação do Ensino Superior, é correto afirmar que segundo a Unesco, os Indicadores da
Qualidade na Educação foram criados para ajudar a comunidade escolar na avaliação e na melhoria da qualidade da educação,
sendo seu principal objetivo:

a) ( Dar ênfase ao papel da educação na promoção de valores


) e atitudes de cidadania responsável e no cultivo do
desenvolvimento criativo e emocional.

b) ( ) Ser única em todos os países que ofertam o ensino superior.

c) ( ) Desvincular o ensino superior e a qualidade no ensino das questões dos recursos de financiamento.

d) ( ) Apresentar ações deliberativas exclusivamente acerca da infraestrutura do ensino superior.

e) ( ) Apresentar indicadores com relação aos recursos humanos.

Resolução das atividades

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RESUMO
Sabemos que conhecimento a sociedade contemporânea sustentada nas premissas do sistema capitalista desenvolve suas ações
nos setores políticos, sociais, nas áreas de desenvolvimento tecnológico, humano, da saúde, transporte, alimentação, moradia;
enfim, em todos os campos, as relações acabam se dando pelo viés econômico, cujos papéis de interação entre os sujeitos vão se
dar pela interlocução mediada pelo modo de produção.

Esse modo de produção vai influenciar sobremaneira na transformação da sociedade e do homem por meio de movimentos sociais,
econômicos e culturais que acabam, por vezes, modificando as estruturas e funcionamento das Instituições de Ensino Superior. A
exemplo dessas mudanças, há que se destacar a relevância do sistema de avaliação que, ao longo da história do ensino superior,
tem se entrelaçado às questões da avaliação e da qualidade do ensino que se tem almejado.

O SINAES - Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior chega como sendo uma mudança na concepção da avaliação, cujo
enfoque passa a ser a melhoria da qualidade, afirmando valores ligados à educação superior como bem público (art. 1 § 1°). A
construção do SINAES se deu a partir de experiências anteriores, tais como a Avaliação Institucional, a Avaliação dos Cursos de
Graduação, da Avaliação das Condições de Ensino e o Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes, do Provão.

O SINAES, nessa perspectiva, tem se constituído enquanto um elemento indispensável para introduzir uma cultura avaliativa nos
sistemas de ensino, disponibilizando informações acerca da qualidade da educação brasileira. Nesse sentido, entendemos que os
indicadores de qualidade da educação são dados quantitativos, mas que caminham para determinar a qualidade do sistema
educacional. Afinal, a qualidade no ensino superior deve ser uma busca pelo cumprimento dos cursos de formação profissional no
que se refere ao desenvolvimento social e econômico da sociedade.

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Material Complementar

Leitura
Avaliação Impactos Sobre O Ensino Superior

Autor: Maria Helena de Oliveira Guimarães.

Editora: C/ ARTE

Sinopse esse livro, que tem como objetivo avaliar os impactos que o
:

Sistema Nacional de Avaliação - SNA, implantado pelo Governo Federal


em 1996, a partir da Lei 9.131, está provocando nas instituições de
ensino superior privadas. Após uma trajetória

de expansão, caracterizada pelo foco apenas no ensino, essas instituições,


por pressão da comunidade acadêmica e da sociedade, estão tendo que
redirecionar seus objetivos, buscando melhorar a qualidade da oferta de
cursos de graduação. O Sistema Nacional de Avaliação propõe, pela
primeira vez na história da educação superior brasileira, que a qualidade
dos cursos de graduação e as instituições públicas ou privadas de terceiro
grau sejam avaliadas de forma sistemática e periódica.

Na Web
De acordo com os dados do MEC, o Enade tem por objetivo avaliar o
desempenho dos estudantes com relação aos conteúdos progmáticos
previstos nas diretrizes curriculares dos cursos de graduação. Para saber
mais informações sobre o censo do Ensino Superior no Brasil clique no
botão abaixo.

Acesse

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REFERÊNCIAS
BERTOLIN, J. C. A transformação do SINAES: da proposta emancipatória à lei híbrida. Avaliação Campinas,
. v. 9, n. 4, p. 67-76, jun.
2004.

________. Indicadores em nível de sistema para avaliar o desenvolvimento e a qualidade da educação superior brasileira. Revista
Avaliação Campinas, Sorocaba, v. 12, n. 2, p. 309-331, jun. 2007.
,

BRASIL. Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES) Of. Circ. 033/2005- CONAES/GM/MEC. Disponível
.

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APROFUNDANDO

Aqui vamos aprofundar sobre os assuntos trabalhados nesta


unidade de estudo, vamos lá?

O texto do SINAES apresenta categorias e propositivas de regulação e contra-regulação para o desenvolvimento do ensino. A
estruturação inicial do Sinais se deu a partir das conjunturas sócio-políticas vigentes da sociedade, e foi efetivada enquanto
normativa legal a partir da instituição da Lei 10.861, de 14 de abril, 2004.

A partir da Lei 10.861/2004, a Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior - CONAES -, passa a ser a considerada uma
agência consultiva do sistema de avaliação, sendo incorporado pela Lei a avaliação dos cursos de graduação, bem como a avaliação
do desempenho dos estudantes.

Outra definição bastante significativa é que a partir da Lei 10.861/2004 tem-se uma avaliação considerando uma escala de cinco
níveis; esta escala vai se dar a partir dos resultados provenientes de três dimensões, quais sejam, a instituição, os cursos de
graduação e o próprio desempenho dos estudantes.

E, nesta dimensão é que se dá a valoração mais específica e centrada no Enade, que passa a ser considerada uma avaliação
obrigatória nos cursos de graduação, sendo considerada uma avaliação formativa, uma vez que cumpre o estabelecimento de
conhecimentos aos ingressantes no curso e aos concluintes do mesmo.

No ano de 2006, foi instituído o Decreto Federal nº 5.773, passou a instituir que a avaliação realizada nas instituições de ensino
superior passam a ser a referência básica para os processos de regulação e supervisão dos cursos, além disso o Decreto passa a
fornecer as diretrizes para a instituição do processo administrativo.

Em 2007, foi instituída a Portaria Normativa nº 40, na qual passou-se a vigorar o sistema e-MEC.

O e-Mec foi um sistema eletrônico criado com foco no gerenciamento do fluxo de informações referentes aos processos de
regulação, avaliação e supervisão das IES em todo país.

Além desses dados, é por meio desse sistema que se tem disponibilizado todos os dados das IES, dos cursos superiores, bem como
o Banco de Avaliadores e o dados e resultados do ENADE.

Esse cenário de avaliação do processo de ensino superior visando a questão da qualidade, se dá pela consideração e concepção de
um processo avaliativo dinâmico e integrado. Concepção essa estabelecida pelo artigo 2º, da Lei 10.861/2004 que determina que a
avaliação tanto da Instituição, quanto dos cursos e do desempenho dos estudantes devem assegurar os processos avaliativos, o
respeito a identidade e a diversidade, de todos os envolvidos, sendo considerados os professores, estudantes e corpo técnico-
administrativo da IES, bem como representantes da comunidade civil.

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

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Políticas Públicas, Estrutura e Legislação no

Ensino Superior. Fátima Matias de Souza;

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. Reimpr. 2021.

39 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

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