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AS TEORIAS DA RESSURREIÇÃO DE JESUS

NEVES, Jose Alessandro1


INTRODUÇÃO

O empreendimento no final XVIII e inicio do século XIX, as muitas

buscas do “Jesus Histórico”, ‘Vidas de Jesus’, se transformou num

verdadeiro Stand-Up Comedy travestido de pesquisa histórico-

teológica e investigação histórico-cientifica sobre a figura por trás

Evangelho, o que levou (SCHWEITZER, P.49.) chamar de “vidas fictícias

de Jesus”. John Dominic Crossan deferiu a crítica afirmando que, “as

invetigações históricas sobre a vida de Jesus estão se tonando um

piada de mau gosto dos estudiosos”.2

Tal empreitada tinha por objetivo, primeiramente, atacar o dogma da

igreja, (SCHWEITZER, Op.cit,p.10), buscando elementos históricos nos

Evangelhos, ou seja, prescrutando as narrativas para encontrar fatos

históricos.

Na verdade, tratava-se de uma resposta aos dogmas da igreja pelos

liberais, desmitificar as narrativas através de métodos, critérios e

hipóteses, isto é, a Bíblia torna-se documento histórico, e, portanto, a

1
Bacharel, pós-graduado em teologia, mestrando em filosofia, especializado em línguas originais, crítico
textual e historiador do judaísmo e cristianismo, escritor e ensaísta.
2
CROSSAN, John Dominic. Jesus: Um Biografia revolucionária. Barcelona: Griibaldo Mandadori, p.23)
análise deveria atender o método histórico-cientiifico de

investigação.3

Enquanto o empreendimento se concentrava mais na questão

literária, redacional, traduções, colação dos manuscritos, não afetava

diretamente aos principais dogmas do cristianismo. Contudo, a partir

do século XIX os racionalistas do liberalismo alemão passaram ir mais

longe, era preciso compreender as diferenças entre os relatos da Vida

de Jesus nos Evangelhos, das quais, as questões centrais eram:

1. Os primeiros livros do Novo Testamento exibem suficiente


interesse na vida do Jesus histórico?
2. No que consistia as diferenças narrativas sobre A vida de Jesus

nos Evangelhos?

3. Jesus era mesmo Deus e cumpriu as profecias ou fizeram Deus?

4. As testemunhas oculares de Jesus, e especialmente de sua

ressurreição, estavam relatando as mesmas descobertas de

Paulo?

5. Por trás dos historicismos proféticos aplicados a Jesus, havia

uma figura histórica ou tudo não passava de mitos

historicizados?

3
Os grandes expoentes do método histórico crítico foram Johann Salome Semler e Ferdinand Christian
Bauer, criador da teologia histórica, seguidos por Hermann Samuel e Reimurus, Albert Shweitzer e Wilhem
Bousset.
6. Diante das religiões de mistérios seria Jesus uma figura histórica

ou uma invenção arranjada dos romanos para unificar os

judaísmos?

Levantando-se as questões que incomodavam os pesquisadores, a

preocupação passa ser:

1. Que fontes temos à nossa disposição?


2. Existe algum material de não-cristão?
3. Quando Jesus viveu?
4. O que ele fez?
5. O que ele ensinou?
6. Como ele morreu?
7. Existe alguma verdade na contenda do Novo Testamento de
que Jesus ressuscitou dos mortos?

Todas as questões erguidas pelos historiadores exigiam, de alguma

forma, um método eficiente, no mínimo plausível, para a pesquisa

histórico-teólogica e histórico-cientifica, o que cominou no

surgimento de diferentes metodologias e teorias em torno da “Busca

do Histórico”.

Os critérios de investigação histórico-teológia tinham por objetivo

compreender o contexto das ações de Jesus, e seus impactados na

comunidade século I.
Entre os métodos e teorias, para este artigo, o que nos interessa são;

o método intuitivo, teoria naturalistica da ressurreição, e critério

da desmitologização4.

1 UM “JESUS HISTÓRICO” ‘DESDIVINIZADO’


Como foi dito acima, era inconcebível para os liberais a ideia de um

Jesus que tivesse ressucitado, logo, a narrativa da ressurreição era

descartada como fato histórico, e, assim, o Jesus dos Evangelhos,

“Histórico”, de algum modo deveria ter ressuscitado, ainda que de

forma natural, isto é, através do uso de intorpecentes.

Os liberais precisavam criar um “Jesus Histórico” que não afetasse

tanto a principal doutrina do cristianismo, de qualquer forma, restaria

para os teólogos conservadores, um Jesus que ressucitou, mas não

forma milagrosa, sobrenatural, tornando assim, a ressurreição uma

armação premeditada pelo grupo aliado de Jesus.

Um modelo menos radical, mas muito popular, de buscar a história

na vida de Jesus envolve a aceitação dos Evangelhos como registros

históricos razoavelmente confiáveis, sendo assim, a Bíblia, em

especial o NT não era considerado uma mera literatura de fé, ou

4
Rudolf Bultmann, sustentou que os Evangelhos eram essencialmente uma interpretação posterior da
pessoa e dos ensinamentos de Jesus, principalmente em termos míticos. A fé pós-Páscoa inicial permitiu
uma modificação livre do Jesus histórico em uma figura parcialmente mítica. De acordo com essa teoria,
os escritores dos Evangelhos usaram imagens para expressar conceitos espirituais em termos mundanos.
quetética, era um documento histórico sobre o judaismo e

cristianismo.

Como considerou (GOPPELT, 2003.P,58), a escasses de citações sobre

Jesus fora dos Evangelhos, faz com a pesquisa histórico teológica se

delimite fundamentalmente nos sinópticos, mesmo que eles não

ofereçam uma resposta precisa ou informações mais concretas sobre

a imagem e ações de Jesus. Ou seja, a pesquisa histórica sobre a vida

e ações de Jesus deve se dá a partir da consciência da natureza dos

textos que o originou.

Para alguns “historiadores” naturalistas , muitos aspectos da vida de

Jesus poderiam ser confirmados às custas das porções milagrosas e

teológicas do material, que geralmente são ignorados ou rejeitados.

Ainda para (GOLPPELT, 2003,P.36) “Quem Jesus é não pode ser

descrito, portanto, de maneira histórica constável, mas somente pode

ser reproduzido de maneira interpretativa, como querigma”,

corroborando, com as considerações feitas por (SCHWEITZER, 2002,

P,10) sobre a reconstituição da vida de Jesus através das fontes

materiais que temos, o que nos resta é, “ na pior das hipóteses com

frases, na melhor, com imaginação histórica.”


1.1. O Método Naturalista

Tal método é atraente para Michael Grant,5 que julga que, embora

muita história possa ser obtida por meio de tal método, os elementos

milagrosos na vida de Jesus não estão ao alcance do historiador, mas


6
pertencem ao reino da fé. No entanto, Grant encontra uma

quantidade considerável de história na vida de Jesus.

O método e forma de abordagem de se averiguar fatos históricos a

partir dos Evangelhos tornaram-se famosos pelo movimento

teológico conhecido como Liberalismo do século XIX, também

denominado de "Antigo" ou "Liberalismo alemão" para distingui-lo

de outros modernos alternativas, a metodologia principal era


reconstruir a vida de Jesus principalmente usando os Evangelhos
sinópticos.

Essas fontes eram geralmente vistas como materiais bastante

adequados para esse empreendimento, com as exceções gerais de

porções doutrinárias e milagres. Em outras palavras, os liberais

geralmente aceitavam os fatos apresentados nos Evangelhos

sinópticos, mas se esforçavam para chegar ao homem por trás dos

primeiros credos teológicos e fornecer explicações naturalistas para

os milagres.

5
GRANT, Jesus: An Historian’s Review, p. 13.
6
Op.cit. p. 13.
Por um lado, a afirmação doutrinária de que Jesus era divino e

humano era vista pelos liberais como insustentável, de modo que seu

desejo era “desmascarar” o Jesus histórico do Cristo da fé e da

doutrina. Eles tentaram tirar o dogma do Cristo do Jesus humano.

1.2 Descartando os milagres

A maneira mais comum de lidar com o assunto era aceitar como

factuais os relatos bíblicos que os continham, menos a parte

sobrenatural. Este elemento foi explicado por fenômenos naturais

normais.

Heinrich Paulus , no século XIX, aceitou a maioria dos relatos do

Evangelho relativos à morte e ressurreição de Jesus com uma grande

exceção: Jesus disse ter sido removido da cruz enquanto ainda estava

vivo. A visão resultante tentou remover o elemento sobrenatural da

ressurreição.

Para alguns historiadores essa abordagem apresenta algumas idéias

aparentemente convincentes, (grupo que defende o Jesus Mítico-

Histórico) para eles, os Evangelhos apresentam as evidências de apoio


e os dados históricos. Esse grupo era contrário a ideia de um Jesus

Histórico que não tivesse realmente ressucitado do mortos.7

2 CRÍTICA À REJEIÇÃO A PRIORI DE MILAGRES

Para os defensores dos “Jesus Histórico-Mítico”, os milagres não

podem ser rejeitados como eventos reais, a menos que tenhamos

conhecimento prévio de que eles nunca podem ser factuais, ou seja,

o desconhecido não pode ser substituído por uma afirmação a priori.

Se os muitos relatos apresentam fatos sobre a vida de Jesus, por que

as narrativas da ressurreição deveria ser rejeitada?8

Questionando um historaidor brasileiro sobre o Jesus Histórico, fiz

esta simples pergunta: ‘o desconhecido não pode ser substituído por

uma afirmação a priori’? Claro, que além de eu ter sido bloqueado,

ainda tive que ouvir, “há consenso na acadêmia firmado de que Jesus

Existiu”.

Nem a história, a ciência ou qualquer outra disciplina pode descartar

milagres sem uma investigação, isso não significa que , eu esteja

7
Uma exceção notável a essa tendência bastante positiva é a posição assumida pelos Fellows of the Jesus
Seminar. Embora concordem com a necessidade de pesquisar o Jesus histórico, esses estudiosos seguem
mais a tradição de Strauss e Bultmann e defendem um retorno a uma abordagem mítica dos Evangelhos.
8
Gary R. Habermas, "Skepticism: Hume" em Biblical Errancy: An Analysis of its Philosophical Roots, ed.
por Norman L. Geisler (Grand Rapids: Zondervan, 1981), pp. 23-49 para um exame e crítica do argumento
de Hume contra a crença em milagres e sua relação com as leis da natureza, bem como uma avaliação de
uma série de outros estudiosos que são inspirados pelo relato de Hume. Ver também Richard Swinburne,
The Concept of Miracle (Londres: Macmillan, 1970).
defendo a ressurreição, por mais que hajam diversos relatos bíblicos,

mas, entendo que, tudo não passou de um historicismo profético e

resigificação, assim como, os discipulos do Mestre da Justiça –DC,

Pergaminho de Dasmaco, esperavam a ressurreição de seu Mestre,

Portanto, por mais que minhas convicções seja tão fortes sobre

milagres, descrença, se trato a Bíblia como documento histórico, não

pode descartar milagres a priori, depois de esgotados do


empreendimento de investigação cientifico-histórica.

Os liberais não conseguem oferecer um Jesus Histórico despido de

sua mítica, eles terão que assumir, cedo ou tarde, Jesus é mito, que

segundo a narrativa ressucitou, ou é um histórico que também

ressucitou, no entanto, isso vai de encontro as ideias atéistas e

ignósticas.

A ciência atual não é mais capaz de postular absolutos que possam

descartar possibilidades de uma maneira a priori, como muitas vezes

se acreditava no passado. Só podemos falar em termos de

probabilidades para qualquer ocorrência.

Ainda mais importante, a técnica de examinar todas as evidências

antes que as conclusões sejam tiradas é exigida pelo uso adequado

da metodologia de pesquisa indutiva.


Conseqüentemente, tal abordagem é utilizada não apenas na física,

mas em disciplinas tão variadas como direito, ciências médicas, justiça

criminal e jornalismo. Os historiadores também investigam os fatos

conhecidos para descobrir se um evento realmente aconteceu ou não.

Quando as “textos” são investigadas dentro de seu contexto

históriográfico, e das tradições que os originaram, não resta a menor

dúvida que, Jesus é a mais perfeita expressão das projeções das

tradições veterotestamenátaria, sem qualquer conexão com mitos de

outras religiões, ainda que, tal mentalidade, da arte mimética seja

viva em todas elas.

Como observa o ex-conferencista de Oxford William Wand, não há

razão acadêmica para rejeitar possibilidades antes de uma

investigação. Uma demissão a priori não pode ser permitida,


mesmo que não gostemos da conclusão que os fatos indicam.
Deve-se decidir com base nas evidências conhecidas.

Então, se os milagres não podem ser rejeitados sem uma investigação,

em que bases podemos aceitar parte do registro do Evangelho e

rejeitar parte dele? Como pode se ver, tanto os defensores do Jesus

Histórico, puro homem, como os defensores do Jesus Mítico-

Histórico encontram-se em séria dificuldades para provarem seus

‘Jesuses’ desvencilhado da mítica.


2.1. Alegações de milagres e investigação histórica

O segundo grande problema com essa abordagem é a suposição

comum de que as alegações de milagres não podem ser investigadas


pela metodologia histórica.

Deve ser repetido que eu não estou defendendo se um milagre, como

um ato de Deus, realmente ocorreu ou não. A minha abordagem é

apenas uma exposição sobre os pensamentos que foram e são

empregados na investigação da vida de Jesus em geral, e sua

ressurreição em particular, estão de acordo com os padrões históricos

ou não.

No entanto, a questão histórica da ressurreição é bastante

importante, mesmo por si mesma, por ser uma narrativa que se

manteve viva em todas tradições, sendo, inclusive defendida por um

“Paulo Histórico”.

A abordagem visa compartilhar as aberrantes teorias, falácias da

ressurreição criada pelos teóricos naturalistas. Se a fé não é colocada

em uma fonte confiável, como podemos saber se ela é legítima?

Alguns historiadores pediram exatamente essa investigação, e

colheram consequencias, ou como diz o ditado,” quem planta vento


colhe tempestade”. Eles sustentam que todos os dados para a

ressurreição devem ser examinados de forma naturalistica, então

podemos julgar se é um evento real da história, mito ou conspiração.

2.2. O fracasso das teorias naturalistas

Um terceiro problema com essa abordagem da história na vida de

Jesus, especialmente com o Antigo Liberalismo, é que as teorias

naturalistas que foram propostas para explicar a ressurreição são

refutadas pelos fatos históricos conhecidos. Curiosamente, foram os

próprios liberais que atacaram suas próprias teorias, apesar de suas

disposições teológicas.

Essas visões naturalistas eram muito populares no século XIX. Não

havia consenso de opinião sobre qual teoria era a melhor explicação

alternativa para a ressurreição literal. Na verdade, muitos dos que

popularizaram essas teorias só o fizeram depois de atacar e revelar as

fraquezas das outras teorias de outros liberais.

Por exemplo, a teoria do desmaio de Paulus mencionada acima


foi desarmada por David Strauss, que, de acordo com Schweitzer,9

desferiu seu "golpe mortal". Não é o propósito desta abordagem

detalhar com profundidade essas teorias alternativas propostas para

9
SCHWEITZER, Albert. A Busca do Jesus Histórico. pp. 3–4; 49-55
explicar a facticidade da ressurreição de Jesus. Basta observar aqui

que, como com a teoria de Paulus, cada uma das teorias naturalistas
foi refutada pelos próprios liberais.

Por esse processo e pelas críticas de outras pessoas fora de seu

campo, as fraquezas dessas tentativas foram reveladas. Em outras

palavras, cada uma das teorias alternativas foi refutada pelos fatos

históricos conhecidos.

Também é instrutivo observar que os críticos do século XX geralmente

rejeitavam essas teorias por atacado. Em vez de lidar com cada

proposta separadamente, as tentativas naturalistas de refutar a

ressurreição foram geralmente rejeitadas em sua totalidade por

estudiosos críticos recentes.

Por exemplo, Karl Barth, provavelmente o teólogo crítico mais

influente deste século, listou as principais teorias naturalistas e

concluiu que “Hoje, com razão, torcemos o nariz para isso”, uma

conclusão derivada pelo menos parcialmente “das muitas

inconsistências em detalhes. ” Ele também observa que essas

explicações "agora perderam a validade".10

10
Para uma discussão inicial de tais assuntos, ver Karl Barth, The Resurrection of the Dead (Nova York:
Revell, 1933), pp. 130–145.
Da mesma forma, Raymond Brown também fornece uma lista dessas

teorias e, em seguida, conclui: “a crítica de hoje não segue os


caminhos percorridos pela crítica do passado. Não são mais
respeitáveis as teorias cruas. . . popular no século passado. ”

Esses são apenas exemplos de muitos teólogos críticos

contemporâneos que, apesar de suas diversas convicções teológicas,


concordaram em rejeitar as teorias alternativas contra a
ressurreição.

Portanto, não apenas as teorias naturalistas foram refutadas pelos

fatos históricos, mas os liberais do século XIX criticaram essas


visões individualmente, enquanto os críticos do século XX
geralmente as rejeitaram como um todo.

Essas hipóteses não resistiram ao teste, mesmo de uma perspectiva

crítica. Estas são indicações importantes do fracasso da abordagem

alternativa da ressurreição de Jesus.

3 A ORIGEM DAS FAKES NEWS DA RESSURREIÇÃO

A abordagem típica era postular a existência de uma organização ou

associação secreta. Freqüentemente, eram os essênios, que eram

retratados como líderes, mas secretos, membros da sociedade e,


portanto, eram capazes de manipular eventos e circunstâncias na vida

de Jesus. Mas Schweitzer se refere a essas teses de enredo como "um


triste improviso".11

3. 1 Jesus numa ordem secreta

Karl Bahrdt escreveu uma das primeiras tentativas, um esforço

multivolume, de 1784-1792. Para Bahrdt, Nicodemos e José de

Arimatéia eram essênios que procuravam manter em segredo sua

identidade.

Desde muito jovem, Jesus se envolveu com essa ordem clandestina e

mais tarde foi visto como um membro valioso. Por meio dos esforços

deste grupo secreto, Jesus encenou seus "milagres".

Lucas foi o principal responsável pelas curas. Os essênios também

planejaram a morte de Jesus e Lucas administrou drogas, fazendo

com que Jesus sobrevivesse à crucificação.

Depois, Jesus foi curado e recuperou a saúde, o que lhe permitiu fazer

várias visitas aos seus seguidores.12

3. 2 José de Arimatéia e Nicodemos, as curas fakes

11
Ibid. p.30
12
Ibid.p. 38-44
Talvez a mais conhecida e mais imitada das vidas fictícias de Jesus foi

escrita por Karl Venturini de 1800-1802. Desde a juventude, Jesus

foi protegido e treinado pelos essênios. Os “milagres” que ele realizou

durante seu ministério público não eram realmente sobrenaturais.

Suas curas, por exemplo, eram efetuadas por remédios.

Venturini não inventou uma trama em torno da morte de Jesus, e

Jesus realmente esperava morrer. Mas José de Arimatéia e Nicodemos

notaram sinais de que Jesus ainda poderia estar vivo enquanto

preparavam seu corpo para o sepultamento.

Eles sinalizaram para os essênios, que mais tarde removeram seu

corpo. Depois de se recuperar um pouco, Jesus era visto

periodicamente por seus discípulos.13

3.3 A encenação da morte de Jesus

Mais tarde, vidas fictícias de escritores como Gfrörer (escrito entre

1831 e 1838), Hennell (1838) e Salvator (1838) postularam que os

essênios estavam envolvidos em muitos aspectos do ministério de

Jesus. Todos os três autores também afirmaram que Jesus foi curado

13
Ibid. 44-47
de volta aos cuidados dos essênios após sua crucificação para que

pudesse visitar seus seguidores.14

Cada um desses escritores conjeturou que Jesus não morreu por

crucificação, mas foi curado de volta à saúde pelos membros de um

grupo secreto e se recuperou o suficiente para visitar seus

discípulos.15

Essas tentativas de construir uma vida especulativa de Jesus atraíram

muito pouca atenção acadêmica. Eles eram claramente baseados em

suposições e, portanto, pouco poderiam acrescentar a estudos

históricos mais sérios, como observou Schweitzer.

Referências Bibliográficas

SCHWEITZER, Albert. A Busca do Jesus Histórico, 2003, Editora Cristã

Novo Século LTDA.

_________ Investigação da Sobre a Vida de Jesus. Valência: EDICEP CB,

2002

14
Ibid.161-166
15
Para uma análise detalhada e crítica de várias versões da teoria do desmaio, consulte o Capítulo.
CROSSAN, Dominic. Jesus, Vida de uma camponês judeu. Barcelona.

Crítica, 1994

________ Jesus: Uma Vida Revolucionária. Barcelona, Gribaldo

Mondadori, 1996.

GOPPELT, L. Teologia do Novo Testamento. São Paulo. 2003

Robinson, James M: A New Quest of the Historical Jesus, Studies in


Biblical Theology, First Series, 25 (London: SCM, 1959), pp. 85–92; cf.
pp. 9–22.

STRAUSS, David: A New Life of Jesus, 2 vol. (Edinburgh: Williams and


Norgate, 1879).

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