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Políticas Públicas Educacionais: uma


reflexão sobre sua importância para a
qualidade da educação

Rita de Cássia Santana Kiss


Universidade Federal de Mato Grosso

'10.37885/220609158
RESUMO

Diante da dinamicidade da sociedade compreender a função do Estado a partir das necessi-


dades educacionais se faz necessário diante as mudanças que e seu contexto. As Políticas
Públicas Educacionais estão ligadas aos momentos históricos de ume sociedade e quanto
à forma de poder de cada período. Partindo desses pressupostos, faremos neste trabalho,
uma breve reflexão sobre a importância das Politicas Públicas Educacionais, expondo sua
importância enquanto Política Pública de Estado e Política Pública de Governo frente a uma
educação de qualidade. Para a execução dessa investigação, utilizamos como estratégia
metodológica a pesquisa bibliográfica.

Palavras-chave: Políticas Públicas Educacionais, Estado, Politica Pública de


Estado e de Governo.
INTRODUÇÃO

O presente artigo constitui-se um recorte de pesquisa realizada em âmbito de trabalho


de conclusão do curso de Segunda Licenciatura em Pedagogia, tendo como produto final
a apresentação da pesquisa intitulada Políticas Públicas Educacionais: uma reflexão sobre
sua importância para a qualidade da Educação.
A Educação em nosso país, já há algum tempo, tem ocupado certo destaque nos
campos da economia, política, cultura e da vida social do indivíduo, educação essa, voltada
ao ingresso de todo cidadão, que seja de qualidade e principalmente de acesso imediato e
inserção no mercado de trabalho.
Levamos tanto tempo para assumir que a educação integra um rol de direitos sociais,
direitos esses que infelizmente não nascem todos de uma vez, já que constitui como um
processo contínuo nas escolas, não se traduzindo apenas no acesso e oferta de vagas, como
também o direito e a garantia da permanência e o sucesso da aprendizagem.
As Políticas Públicas são tão necessárias na vida social cotidiana, que acabam sendo
decisivas ao conduzir projetos que, uma vez criados, poderão oportunizar efeitos relevan-
tes no meio social.
A dinamicidade social deixa a entender que se faz necessário a compreensão do papel
do Estado dentro das dificuldades do campo educacional que também se altera constante-
mente. As Políticas Educacionais normalmente se associam aos contextos históricos de uma
nação diante ao que acontece no mundo e consequentemente em relação à interpretação
das formas de governo de cada época.
Partindo desses pressupostos, faremos neste trabalho, uma breve reflexão sobre a
importância das Politicas Públicas Educacionais, seu itinerário percorrido no decorrer dos
anos, com suas redefinições, inovações e aperfeiçoamento dos vínculos coletivos, ajustando
a novos modelos técnicos e comportamentais, em conformidade com as modelos peculiares
da organização do mercado de trabalho e dos arranjos sociais de cada período.
Na realização desta pesquisa foi feito um estudo bibliográfico envolvendo o conheci-
mento do que vem sendo produzido pela comunidade científica com relação a essa temática,
além de apresentar dentro da legislação vigente, onde se fundamenta a preocupação com a
educação partindo da Constituição Federal (CF), da Lei de Diretrizes e Base da Educação
Nacional (LDB), dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC).
Discutir política educacional pressupõe que a mesma permita articular-se a concepção
social que se tenciona executar, ou que já está sendo desenvolvida no tempo histórico real
e ocasião política vigente, uma vez que tais condutas e habilidades são necessárias ao
padrão social e econômico de cada período.

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POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS

Políticas Públicas Educacionais são integrantes das políticas públicas de um país, como
sendo instrumentos de exercício dos movimentos e referenciais educacionais se fazendo
presente através da Legislação Educacional. Elas formam um componente de regulamen-
tação do governo, dirigido e inspirado pelos setores sociais, e tem como objetivo a garantia
de direitos absolutos e de qualidade no que se refere a educação e o integral desenvolvi-
mento do cidadão.
Como forma de compreender o significado de Política Pública, partimos da definição
é partir do que cada palavra em sua singularidade.
Politikó é a termo grego que dá origem ao significado de Política e que traduz a qua-
lidade do indivíduo que tem atuação e que tem liberdade de tomada de decisões frente a
sociedade. O termo publica tem de origem latina, dá o significado de Pública, e define aquilo
que vem do povo, para o povo. Em outras palavras, Política Pública, no seu sentido primá-
rio, faz referência à atuação da sociedade, do povo nas tomadas de decisões inerentes ao
local de habitação.
Celina Souza (2003) fez uma interessante pesquisa a respeito do conceito de Políticas
Públicas, e partindo dela, se pôde perceber o quão importante a sua real compreensão
desse conceito se faz, para que as mesmas sejam eficazes e construídas, voltadas ao con-
texto e àqueles que realmente necessitam delas. Para a autora, as Políticas Públicas nada
mais são do que o:

Campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, “colocar o governo em


ação” e/ou analisar essa ação (variável independente) e, quando necessário,
propor mudanças no rumo ou curso dessas ações e ou entender por que o
como as ações tomaram certo rumo em lugar de outro (variável dependente).
Em outras palavras, o processo de formulação de política pública é aque-
le através do qual os governos traduzem seus propósitos em programas e
ações, que produzirão resultados ou as mudanças desejadas no mundo real.
(SOUZA, 2003, p. 13).

Contudo, construir uma Política Pública Educacional é uma tarefa árdua, já que tem a
missão de assistir a todos de maneira igualitária, e nesse todo, cada um em sua particulari-
dade com suas dificuldades e aspirações. As políticas educacionais carecem, impreterivel-
mente, envolver um leque de mudanças.
Partindo de nossa Constituição Federal, as políticas voltadas a educação são nela as-
seguradas, além de outras leis, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei
nº 9.394/96). De acordo com ela, os cidadãos devem ter o direito ao acesso à educação que
devem ser seguidas pelo sistema educacional do país tanto para a rede pública de ensino
como para a rede privada, já que é ali, que se forma o bom cidadão.

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Podemos citar aqui, o artigo 205, onde defende o direito subjetivo de todos enquanto
cidadãos à educação. É nele que o individuo deve se prender, pois ali está instituído o dever
do Estado diante a educação na nação. E afirma:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida


e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvi-
mento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho. (BRASIL, 1996, Art 205).

Partindo de nossa lei maior, a Constituição Federal Brasileira, espera-se que a escola
pública seja para todos e de qualidade. Dessa maneira, e para que esse alvo seja atingido,
faz-se fundamental o efetivo cumprimento com os objetivos propostos por ela. Aí é que as
políticas públicas devem cumprir seu papel sendo difundidas, como forma de trazer a tona
o que em lei já está descrito. Assim sendo, e analisando de forma prévia enquanto Política
Pública Educacional, ela é a conexão que interliga as orientações asseguradas pela lei com
a necessidade social.
Precisamos nos ater a diferenciação entre as formas de Políticas Públicas existentes
que, podem ou não resultar em um processo educacional de qualidade. Diante disso, deve-
mos nos atentar ao contexto vivido a cada período histórico que está relacionado com cada
Política Publica Educacional implementada.
A existência de Políticas Públicas de Governo e Políticas Públicas de Estado nos ajuda
a entender de que maneira a sociedade será ou não beneficiada de maneira eficaz com suas
criações, já que uma, é bem diferente da outra e, dependendo de seu momento histórico
pode ou não assegurar que suas ações sejam realmente voltadas para o bem social.
A primeira, Políticas Públicas de Governo, são aquelas que o Executivo atuante em
determinado momento, decide num processo mais elementar de formulação a execução
de determinadas medidas para responder às demandas colocadas em sua própria agenda
política interna, seja econômica, cultural ou social, como caminho entre a apresentação
do problema e a definição de uma política determinada, sendo bem mais curto e simples,
ficando geralmente no plano administrativo, ou na competência dos ministérios setoriais
a sua aprovação.
A Segunda, dita como Política Pública de Estado é aquela que envolve mais de uma
agencia do Estado e acabam passando pelo Parlamento ou outras esferas que levem a
discussão, tramitação, estudos técnicos, simulações, efeitos econômicos entre outras ações
até que se complete sua efetivação.
O trabalho é burocrático e pode levar meses, pois esse formato de política é que irá
responder efetivamente e designar mudanças de normas e disposições que alcançarão
setores mais amplos da sociedade.

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Enfim, qual das duas apresenta uma proposta que realmente vise à integralidade da
educação em nosso país?
As Políticas Públicas de Governo deixam lacunas em sua formatação já que são fun-
damentadas nos planos de governo que são passageiros, mutáveis a cada legislador que
assume, podendo ou não dar continuidade e consequentemente obter resultados sociais.
As Políticas Públicas de Estado, essas sim precisam ser enfáticas e ampliadas, por
serem constitucionais. Independente do Governo que assuma o poder, elas devem ser aplica-
das, ampliadas e mantidas, jamais devem retroceder visando assim uma efetiva ação social.
Citamos aqui, o Plano Nacional de Educação (PNE), ele é considerado um das políticas
públicas mais atuais que foram desenvolvidas em nossa época, e tem como finalidade a bus-
ca contínua pelo melhoramento do processo educacional, e está amparado na Constituição
Federal que rege o nosso país, com vista o cumprimento dos deveres do Estado diante a
efetivação de uma educação que alcance a todos. Assim, ao analisarmos o Artigo 208 da
nossa Constituição Federal, podemos extrair na íntegra a sua real razão política dentro dos
Planos de Educação, já que está na lei, que:

O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:


I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)
anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que
a ela não tiveram acesso na idade própria; II - progressiva universalização
do ensino médio gratuito; III - atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV
- educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos
de idade; V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da
criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino
noturno regular, adequado às condições do educando; VII - atendimento ao
educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas
suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assis-
tência à saúde. (BRASIL, 1996, Art 208).

Mediante ao que apresentamos acima e que está definido em nossa Constituição,


cabe aos governos a criação e consequentemente a manutenção de locais apropriados e
satisfatórios que consiga envolver e garantir que os alunos possam desenvolver suas ha-
bilidades e competências, assim como expandir ações criando iniciativas como programas
e projetos estaduais e municipais variados, que auxiliem na chegada e permanência dos
estudantes na escola, fornecendo transporte gratuito, políticas de educação a distância para
jovens e adultos, além de assegurar o ingresso efetivo aos alunos PCD, ou seja, considera-
dos Pessoas Com Deficiência, e que por algum motivo estão impedidos de movimentar-se,
proporcionando a tão sonhada inclusão social dentro da escola.
Além da oferta de espaços com estruturas adequadas para que ocorra o desenvolvi-
mento de atividades primordiais à efetivação da aprendizagem, também é imprescindível a

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elaboração de um currículo integrado e a viabilização do que for necessário, como materiais
didáticos que auxiliarão nesse processo de aprendizagem significativa.
Também faz parte da construção da qualidade do ensino a contratação de profes-
sores especializados, a sua valorização, além da constante disponibilização de formação
contínua que levará ao melhoramento de técnicas e métodos que poderão ser utilizados
por tais profissionais.
Um exemplo da Política Pública de Estado é Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), tem um
prazo de validade com duração de 14 anos, nele no mínimo 60% do fundo arrecadado, é
reservado ao pagamento dos profissionais do magistério em efetivo exercício e tem como
objetivo assegurar a promoção da inclusão sócioeducacional no âmbito de toda a educação
básica, visando universalizar a educação, promovendo equidade, melhorando a qualidade do
ensino e valorizando os profissionais da educação com a criação de um piso salarial nacional.
Outras também podem ser citadas como Políticas Públicas de Estado como: Plano de
Desenvolvimento da Escola (PDE), Programa de Dinheiro Direto na Escola (PDDE), Programa
Bolsa Família, Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa Nacional do
Livro Didático (PNLD), Programa Nacional de Transporte Escolar (PNATE) entre outros,
todos eles com o objetivo de garantir o Artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(LDB), garantindo condições de acesso e permanência na Educação Básica.
O papel da escola visa o crescimento pessoal e profissional do educando para que
haja o desenvolvimento de habilidades sócioemocionais fundamentais às relações sociais,
preparando o mesmo, para ser um bom cidadão e consequentemente um bom funcionário
para o mercado de trabalho.
Podemos também aqui enfatizar, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), publi-
cado por volta dos anos 1990 e elaborado de maneira a sugerir uma ordenação eficaz para
o plano de ensino e consequentemente para a realização de atividades que possibilitem o
desenvolvimento de habilidades docente, buscando assim uma padronização dos conteúdos
curriculares com foco na evolução do aluno em sua integralidade.
Percebemos que sua finalidade é permitir que a educação/ensino, em particular a vol-
tada a procedência dos docentes, criem mecanismos que os ajudem na construção do plano
curricular, com vista a elaboração do projeto político pedagógico e com foco na formação
cidadã de indivíduos participativos e atuantes no meio social.
Sendo assim, cabe aos PCNs enquanto Política Pública oficial e norteadora, que:

“estabeleça uma meta educacional para a qual devem convergir as ações


políticas do Ministério da Educação e do Desporto, tais como os projetos
ligados a sua competência na formação inicial e continuada de professores, à
análise e compra de livros e outros materiais didáticos e à avaliação nacional.

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Têm como função subsidiar a elaboração ou a revisão curricular dos Esta-
dos e Municípios, dialogando com as propostas e experiências já existentes,
incentivando a discussão pedagógica interna das escolas e a elaboração de
projetos educativos, assim como servir de material de reflexão para a prática
de professores”. (BRASIL, 1997, p.36).

Ainda sobre os PCNs, inferimos que em sua construção, existam encontrar premissas
básicas que norteiam e apontam para a importância de debates sobre indagações sociais
primordiais ao desenvolvimento de um ser social consciente de seu papel. E assim descreve:

As áreas de conhecimento constituem importantes marcos estruturados de


leitura e interpretação da realidade, essenciais para garantir a possibilida-
de de participação do cidadão na sociedade de uma forma autônoma. Ou
seja, as diferentes áreas, os conteúdos selecionados em cada uma delas e
o tratamento transversal de questões sociais constituem uma representação
ampla e plural dos campos de conhecimento e de cultura de nosso tempo,
cuja aquisição contribui para o desenvolvimento das capacidades expressas
nos objetivos gerais. (BRASIL, 1998, p. 58).

Nesse contexto outro documento ainda mais atual deve ser observado, já que traz
informações inerentes a essa mesma temática do ensino/aprendizagem: a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC).
Nela apreendemos que existe uma necessidade gigantesca de se nortear o que vem
sendo aplicado nas escolas de nosso país, e que a partir disso, sejam tomadas decisões e
ações de integração para que ocorra uma ligação educacional em todo território nacional,
por isso, esse documento traz em si algumas Competências Gerais, como:

Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o


mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade,
continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa,
democrática e inclusiva; Agir pessoal e coletivamente com autonomia, respon-
sabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com
base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
(BRASIL, 2017, P.9 - 10).

Em outras palavras, sua finalidade é contribuir para transformação dos alunos em


cidadãos atuantes, que não apenas acumulem informações, cada vez mais disponíveis no
mundo digital, mas que consigam lidar com as informações transformando-as em conhe-
cimento para resolver problemas e tomar decisões, de forma construtiva desenvolvendo o
educando em sua integralidade, esta é vista como uma condição para o desenvolvimento
global do aluno, pois:

“... o conceito de educação integral com o qual a BNCC está comprometida


se refere à construção intencional de processos educativos que promovam

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aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os
interesses dos alunos e, também, com os desafios da sociedade contempo-
rânea, de modo a formar pessoas autônomas, capazes de se servir dessas
aprendizagens em suas vidas”. (BRASIL, 2017a, p. 17)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pelo exposto, podemos perceber que toda a temática discutida neste trabalho foi de
extrema importância para percebemos como são desenvolvidas as políticas educacionais
com vista a aprimorar a Educação Básica no Brasil.
Vimos de maneira sucinta, que ao longo dos anos, algumas leis foram criadas para
este fim, e até hoje não conseguiram chegar a um modelo pronto e eficaz, capaz de nortear
e qualificar de maneira concreta a formação docente, a organização escolar e o processo de
ensino/aprendizagem dos alunos nas escolas numa perspectiva crítica-reflexiva, até porque
as mudanças ocorrem constantemente e as mesmas não podem ficar engessadas.
As Políticas Públicas devem ser ampliadas e não retroceder a cada governo que entrar
em exercício, para que não ocorra assim a interrupção e prejuízos para aqueles que nela se
encontram inseridos, devendo ser uma somatória, onde família, Estado e sociedade como
um todo, ajudem a desenvolver práticas que resultem no desenvolvimento integral de cida-
dãos moralmente conhecedor de seus direitos e deveres.
Portanto, é preciso que o governo brasileiro priorize a Educação Básica de qualidade
garantindo além do acesso e da permanência, um desempenho pleno dos alunos, dispo-
nibilizando condições adequadas para os docentes no que diz a respeito a investimentos
em formação e remuneração compatíveis com outras profissões de mesmo nível, para que,
a partir de uma educação equilibrada e justa, ofereça igualdade de oportunidades, onde o
país possa crescer de forma democrática.
O papel da educação é determinado por procedimentos educacionais de cunho social
que permita uma visão ampla dos fatos que ocorrem em nosso dia a dia, buscando o respeito
mútuo e o espaço de participação e reconhecimento do próprio processo histórico. Sendo
assim, a educação deve ser visualizada a partir de um procedimento que leve a formação
humanizada do individuo em sua integralidade, que ocorre ao longo da vida em socieda-
de, onde as práticas educativas contribuam para a construção da identidade do indivíduo,
onde compete a escola realizar sua interação, refletir sobre as mesmas e ter evidente que
suas ações são primordiais para a consolidação da cidadania em consonância com ações
propostas pelo governo.
As Políticas Públicas Educacionais devem centrar seus esforços para a melhoria da
qualidade no ensino, proporcionando meios adequados para que as instituições exerçam
seu papel com autonomia pedagógica, administrando da melhora maneira possível com uma

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gestão escolar forte e segura, contando com o apoio do Estado, transmitindo assim maior
segurança a sociedade.
É preciso que se desenvolvam Políticas Públicas cujas ações extingam as disparida-
des sociais que afligem a democracia e impedem o progresso da sociedade. O povo anseia
pela prática de ações que consintam em suprir suas necessidades vitais levando a prática
da real cidadania.
Menos Politicas Públicas de Governo e mais Políticas Públicas de Estado talvez seja
esse o caminho a se seguir para que haja o efetivo comprometimento de todos nessa desa-
fiadora busca por ações sólidas para a mudança educacional tão esperada no Brasil, que
de certa forma limitam o trabalho das escolas.

REFERÊNCIAS
1. BOBBIO, N. A era dos direitos / Norberto Bobbio; tradução Carlos Nelson Coutinho;
apresentação de Celso Lafer. — Nova ed. — Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

2. BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Educação Infantil e Ensino Fundamental.


Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2017.

3. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro


de 1988. 24ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2000.

4. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de


dezembro de 1996.

5. BRASIL. Ministério da Educação e do desporto. Parâmetros Curriculares nacionais.


Secretaria de Educação Fundamental, 1997.

6. SOUZA, Celina. Políticas públicas: questões temáticas e de pesquisa. Caderno CRH,


Salvador, n. 39, jul./dez. 2003. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.
php/1600215/mod_resource/content/2/T2% 20Celina%20Souza%20Politicas%20pu-
blicas%20RCRH-2006-273.pdf

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