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RESUMO
Escola, Família e Educação: pesquisas emergentes na formação do ser humano - ISBN 978-65-5360-165-9 - Vol. 1 - Ano 2022 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org
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POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS
Políticas Públicas Educacionais são integrantes das políticas públicas de um país, como
sendo instrumentos de exercício dos movimentos e referenciais educacionais se fazendo
presente através da Legislação Educacional. Elas formam um componente de regulamen-
tação do governo, dirigido e inspirado pelos setores sociais, e tem como objetivo a garantia
de direitos absolutos e de qualidade no que se refere a educação e o integral desenvolvi-
mento do cidadão.
Como forma de compreender o significado de Política Pública, partimos da definição
é partir do que cada palavra em sua singularidade.
Politikó é a termo grego que dá origem ao significado de Política e que traduz a qua-
lidade do indivíduo que tem atuação e que tem liberdade de tomada de decisões frente a
sociedade. O termo publica tem de origem latina, dá o significado de Pública, e define aquilo
que vem do povo, para o povo. Em outras palavras, Política Pública, no seu sentido primá-
rio, faz referência à atuação da sociedade, do povo nas tomadas de decisões inerentes ao
local de habitação.
Celina Souza (2003) fez uma interessante pesquisa a respeito do conceito de Políticas
Públicas, e partindo dela, se pôde perceber o quão importante a sua real compreensão
desse conceito se faz, para que as mesmas sejam eficazes e construídas, voltadas ao con-
texto e àqueles que realmente necessitam delas. Para a autora, as Políticas Públicas nada
mais são do que o:
Contudo, construir uma Política Pública Educacional é uma tarefa árdua, já que tem a
missão de assistir a todos de maneira igualitária, e nesse todo, cada um em sua particulari-
dade com suas dificuldades e aspirações. As políticas educacionais carecem, impreterivel-
mente, envolver um leque de mudanças.
Partindo de nossa Constituição Federal, as políticas voltadas a educação são nela as-
seguradas, além de outras leis, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei
nº 9.394/96). De acordo com ela, os cidadãos devem ter o direito ao acesso à educação que
devem ser seguidas pelo sistema educacional do país tanto para a rede pública de ensino
como para a rede privada, já que é ali, que se forma o bom cidadão.
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Podemos citar aqui, o artigo 205, onde defende o direito subjetivo de todos enquanto
cidadãos à educação. É nele que o individuo deve se prender, pois ali está instituído o dever
do Estado diante a educação na nação. E afirma:
Partindo de nossa lei maior, a Constituição Federal Brasileira, espera-se que a escola
pública seja para todos e de qualidade. Dessa maneira, e para que esse alvo seja atingido,
faz-se fundamental o efetivo cumprimento com os objetivos propostos por ela. Aí é que as
políticas públicas devem cumprir seu papel sendo difundidas, como forma de trazer a tona
o que em lei já está descrito. Assim sendo, e analisando de forma prévia enquanto Política
Pública Educacional, ela é a conexão que interliga as orientações asseguradas pela lei com
a necessidade social.
Precisamos nos ater a diferenciação entre as formas de Políticas Públicas existentes
que, podem ou não resultar em um processo educacional de qualidade. Diante disso, deve-
mos nos atentar ao contexto vivido a cada período histórico que está relacionado com cada
Política Publica Educacional implementada.
A existência de Políticas Públicas de Governo e Políticas Públicas de Estado nos ajuda
a entender de que maneira a sociedade será ou não beneficiada de maneira eficaz com suas
criações, já que uma, é bem diferente da outra e, dependendo de seu momento histórico
pode ou não assegurar que suas ações sejam realmente voltadas para o bem social.
A primeira, Políticas Públicas de Governo, são aquelas que o Executivo atuante em
determinado momento, decide num processo mais elementar de formulação a execução
de determinadas medidas para responder às demandas colocadas em sua própria agenda
política interna, seja econômica, cultural ou social, como caminho entre a apresentação
do problema e a definição de uma política determinada, sendo bem mais curto e simples,
ficando geralmente no plano administrativo, ou na competência dos ministérios setoriais
a sua aprovação.
A Segunda, dita como Política Pública de Estado é aquela que envolve mais de uma
agencia do Estado e acabam passando pelo Parlamento ou outras esferas que levem a
discussão, tramitação, estudos técnicos, simulações, efeitos econômicos entre outras ações
até que se complete sua efetivação.
O trabalho é burocrático e pode levar meses, pois esse formato de política é que irá
responder efetivamente e designar mudanças de normas e disposições que alcançarão
setores mais amplos da sociedade.
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Enfim, qual das duas apresenta uma proposta que realmente vise à integralidade da
educação em nosso país?
As Políticas Públicas de Governo deixam lacunas em sua formatação já que são fun-
damentadas nos planos de governo que são passageiros, mutáveis a cada legislador que
assume, podendo ou não dar continuidade e consequentemente obter resultados sociais.
As Políticas Públicas de Estado, essas sim precisam ser enfáticas e ampliadas, por
serem constitucionais. Independente do Governo que assuma o poder, elas devem ser aplica-
das, ampliadas e mantidas, jamais devem retroceder visando assim uma efetiva ação social.
Citamos aqui, o Plano Nacional de Educação (PNE), ele é considerado um das políticas
públicas mais atuais que foram desenvolvidas em nossa época, e tem como finalidade a bus-
ca contínua pelo melhoramento do processo educacional, e está amparado na Constituição
Federal que rege o nosso país, com vista o cumprimento dos deveres do Estado diante a
efetivação de uma educação que alcance a todos. Assim, ao analisarmos o Artigo 208 da
nossa Constituição Federal, podemos extrair na íntegra a sua real razão política dentro dos
Planos de Educação, já que está na lei, que:
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elaboração de um currículo integrado e a viabilização do que for necessário, como materiais
didáticos que auxiliarão nesse processo de aprendizagem significativa.
Também faz parte da construção da qualidade do ensino a contratação de profes-
sores especializados, a sua valorização, além da constante disponibilização de formação
contínua que levará ao melhoramento de técnicas e métodos que poderão ser utilizados
por tais profissionais.
Um exemplo da Política Pública de Estado é Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), tem um
prazo de validade com duração de 14 anos, nele no mínimo 60% do fundo arrecadado, é
reservado ao pagamento dos profissionais do magistério em efetivo exercício e tem como
objetivo assegurar a promoção da inclusão sócioeducacional no âmbito de toda a educação
básica, visando universalizar a educação, promovendo equidade, melhorando a qualidade do
ensino e valorizando os profissionais da educação com a criação de um piso salarial nacional.
Outras também podem ser citadas como Políticas Públicas de Estado como: Plano de
Desenvolvimento da Escola (PDE), Programa de Dinheiro Direto na Escola (PDDE), Programa
Bolsa Família, Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa Nacional do
Livro Didático (PNLD), Programa Nacional de Transporte Escolar (PNATE) entre outros,
todos eles com o objetivo de garantir o Artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(LDB), garantindo condições de acesso e permanência na Educação Básica.
O papel da escola visa o crescimento pessoal e profissional do educando para que
haja o desenvolvimento de habilidades sócioemocionais fundamentais às relações sociais,
preparando o mesmo, para ser um bom cidadão e consequentemente um bom funcionário
para o mercado de trabalho.
Podemos também aqui enfatizar, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), publi-
cado por volta dos anos 1990 e elaborado de maneira a sugerir uma ordenação eficaz para
o plano de ensino e consequentemente para a realização de atividades que possibilitem o
desenvolvimento de habilidades docente, buscando assim uma padronização dos conteúdos
curriculares com foco na evolução do aluno em sua integralidade.
Percebemos que sua finalidade é permitir que a educação/ensino, em particular a vol-
tada a procedência dos docentes, criem mecanismos que os ajudem na construção do plano
curricular, com vista a elaboração do projeto político pedagógico e com foco na formação
cidadã de indivíduos participativos e atuantes no meio social.
Sendo assim, cabe aos PCNs enquanto Política Pública oficial e norteadora, que:
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Têm como função subsidiar a elaboração ou a revisão curricular dos Esta-
dos e Municípios, dialogando com as propostas e experiências já existentes,
incentivando a discussão pedagógica interna das escolas e a elaboração de
projetos educativos, assim como servir de material de reflexão para a prática
de professores”. (BRASIL, 1997, p.36).
Ainda sobre os PCNs, inferimos que em sua construção, existam encontrar premissas
básicas que norteiam e apontam para a importância de debates sobre indagações sociais
primordiais ao desenvolvimento de um ser social consciente de seu papel. E assim descreve:
Nesse contexto outro documento ainda mais atual deve ser observado, já que traz
informações inerentes a essa mesma temática do ensino/aprendizagem: a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC).
Nela apreendemos que existe uma necessidade gigantesca de se nortear o que vem
sendo aplicado nas escolas de nosso país, e que a partir disso, sejam tomadas decisões e
ações de integração para que ocorra uma ligação educacional em todo território nacional,
por isso, esse documento traz em si algumas Competências Gerais, como:
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aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os
interesses dos alunos e, também, com os desafios da sociedade contempo-
rânea, de modo a formar pessoas autônomas, capazes de se servir dessas
aprendizagens em suas vidas”. (BRASIL, 2017a, p. 17)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pelo exposto, podemos perceber que toda a temática discutida neste trabalho foi de
extrema importância para percebemos como são desenvolvidas as políticas educacionais
com vista a aprimorar a Educação Básica no Brasil.
Vimos de maneira sucinta, que ao longo dos anos, algumas leis foram criadas para
este fim, e até hoje não conseguiram chegar a um modelo pronto e eficaz, capaz de nortear
e qualificar de maneira concreta a formação docente, a organização escolar e o processo de
ensino/aprendizagem dos alunos nas escolas numa perspectiva crítica-reflexiva, até porque
as mudanças ocorrem constantemente e as mesmas não podem ficar engessadas.
As Políticas Públicas devem ser ampliadas e não retroceder a cada governo que entrar
em exercício, para que não ocorra assim a interrupção e prejuízos para aqueles que nela se
encontram inseridos, devendo ser uma somatória, onde família, Estado e sociedade como
um todo, ajudem a desenvolver práticas que resultem no desenvolvimento integral de cida-
dãos moralmente conhecedor de seus direitos e deveres.
Portanto, é preciso que o governo brasileiro priorize a Educação Básica de qualidade
garantindo além do acesso e da permanência, um desempenho pleno dos alunos, dispo-
nibilizando condições adequadas para os docentes no que diz a respeito a investimentos
em formação e remuneração compatíveis com outras profissões de mesmo nível, para que,
a partir de uma educação equilibrada e justa, ofereça igualdade de oportunidades, onde o
país possa crescer de forma democrática.
O papel da educação é determinado por procedimentos educacionais de cunho social
que permita uma visão ampla dos fatos que ocorrem em nosso dia a dia, buscando o respeito
mútuo e o espaço de participação e reconhecimento do próprio processo histórico. Sendo
assim, a educação deve ser visualizada a partir de um procedimento que leve a formação
humanizada do individuo em sua integralidade, que ocorre ao longo da vida em socieda-
de, onde as práticas educativas contribuam para a construção da identidade do indivíduo,
onde compete a escola realizar sua interação, refletir sobre as mesmas e ter evidente que
suas ações são primordiais para a consolidação da cidadania em consonância com ações
propostas pelo governo.
As Políticas Públicas Educacionais devem centrar seus esforços para a melhoria da
qualidade no ensino, proporcionando meios adequados para que as instituições exerçam
seu papel com autonomia pedagógica, administrando da melhora maneira possível com uma
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gestão escolar forte e segura, contando com o apoio do Estado, transmitindo assim maior
segurança a sociedade.
É preciso que se desenvolvam Políticas Públicas cujas ações extingam as disparida-
des sociais que afligem a democracia e impedem o progresso da sociedade. O povo anseia
pela prática de ações que consintam em suprir suas necessidades vitais levando a prática
da real cidadania.
Menos Politicas Públicas de Governo e mais Políticas Públicas de Estado talvez seja
esse o caminho a se seguir para que haja o efetivo comprometimento de todos nessa desa-
fiadora busca por ações sólidas para a mudança educacional tão esperada no Brasil, que
de certa forma limitam o trabalho das escolas.
REFERÊNCIAS
1. BOBBIO, N. A era dos direitos / Norberto Bobbio; tradução Carlos Nelson Coutinho;
apresentação de Celso Lafer. — Nova ed. — Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
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