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ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NA ESCOLA - Inês Velter

2 ª Aula

O SISTEMA DE
ORGANIZAÇÃO
EDUCACIONAL
Prezados(as) alunos(as),

Em nossa segunda aula, veremos elementos básicos para a organização


escolar e vamos estudar as diferenças entre a escola pública e a escola pri-
vada. Lembre-se de que esta aula foi preparada para que você não encon-
tre dificuldades. Contudo, podem surgir dúvidas no decorrer dos estudos!
Quando isso acontecer, anote, acesse a plataforma e utilize as ferramentas
“quadro de avisos” ou “fórum” para interagir com seus colegas de curso
ou com o(a) professor(a). Sua participação é muito importante e estamos
preparados para ensinar e aprender com seus avanços.

Então, vamos lá?

Boa aula, bons estudos.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• verificar as diferenças administrativas entre escola pública e privada;


• identificar o sistema de organização da escola.
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SEÇÕES DE ESTUDO

SEÇÃO 1 - Definição legal: escolas públicas e privadas


SEÇÃO 2 - O sistema organizacional da escola

SEÇÃO 01 DEFINIÇÃO LEGAL: ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS

1
Material elaborado e cedido para estudo pelo Professor Especialista Edilson dos San-
tos. Fonte: SANTOS, Edilson Rebelo dos. Organização da Educação Brasileira e
Políticas Públicas. Dourados: UNIGRAN, 2021, p 83-90.

A educação brasileira é pautada na básica e superior, sendo ofertada por meio de


duas redes de ensino. A rede particular (ensino privado) e a rede pública (ensino estatal).
Conforme consta no artigo 19, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN)
ou Lei n.º 9.394/96:

As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se nas se-


guintes categorias administrativas:
I – públicas, assim entendidas as criadas e incorporadas, mantidas e
administradas pelo Poder Público;
II – privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pes-
soas físicas ou jurídicas de direito privado (BRASIL, 2017, p. 16).

Na rede pública, o ensino é oferecido a todos os indivíduos gratuitamente pelo Es-


tado, custeado por meio de impostos e do salário educação. A rede particular de ensino se
define como conjunto de estabelecimentos de ensino que se enquadram na categoria escola
privada, diferenciando-se quanto à categoria e mantenedor (SANTOS, 2021). Com relação
à categoria, conforme o artigo 19 da LDBEN (BRASIL, 2019, p. 4), subdivide-se em quatro
tipos, que são:

Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se


nas seguintes categorias administrativas:
I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e
administradas pelo Poder Público;
II - privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pesso-
as físicas ou jurídicas de direito privado.
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III - comunitárias, na forma da lei (Incluído pela Lei n.º 13.868, de


2019).

Com relação à mantenedora da escola privada, as distinções resultam da natureza do


tipo mantenedor, quais sejam:
a) empresas ou grupos empresariais do setor privado;
b) sindicatos de trabalhadores, associação ou cooperativas;
c) sindicato de classe patronal (SESI, SENAC, SENAI e outros);
d) organização não governamental – ONG nacional;
e) organização não governamental – ONG internacional;
f) Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE/Pestalozzi;
g) Outros.

ATENÇÃO:

Mantenedora é a denominação dada à empresa ou organização, dotada de Con-


trato Social (empresa) ou Estatuto (Organização não Governamental ou Fundação)
devidamente registrado em Cartório de Registro Civil ou na Junta Comercial do
Estado, cadastrada na Prefeitura da cidade onde está instalada e na Receita Federal
(Imposto de Renda) e que, para efeitos legais, mantém financeiramente e fornece a
estrutura administrativa para um estabelecimento educacional de qualquer nível, da
Educação Infantil ao Curso Superior.

Assim, vimos que as instituições de ensino são mantidas pelo Estado ou pela inicia-
tiva privada. É importante mencionar que toda instituição educacional de Educação Básica
precisa ser autorizada pela Secretaria de Educação do Estado ou Município onde está locali-
zada e, também, que toda instituição de Ensino Superior deve ser autorizada pelo Ministério
da Educação (SANTOS, 2021).
Para que haja uma compreensão melhor, cabe mencionar que a instalação de um
estabelecimento escolar deve obedecer a normas claras e específicas, ditadas pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação (LDB) n.º 9.394/96 e pela legislação dos Estados (do Ensino
Fundamental em diante) ou pela legislação dos Municípios (educação infantil: berçários,
creches, jardins, parquinhos, pré-escolas e ensino fundamental quando houver sistema muni-
cipal de ensino). Para o Ensino Superior, a legislação a ser seguida é, especialmente, do nível
federal, exceto o caso de Faculdades pertencentes à estrutura do Estado ou do Município, que
ficam sujeitas aos Conselhos (estadual e municipal) de Educação.
Portanto, as escolas devem cumprir com todas as orientações, normativas e pres-
crições dadas pelas legislações e pelos documentos oficiais da política educacional do país.
E uma das diferenças entre a instituição pública e a privada está na sua forma de gestão. A
escola privada se caracteriza como uma empresa e, como tal, sua gestão é orientada pelos
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modelos empresariais de gestão e tem autonomia para definir o que lhe for mais conveniente
e na gestão da escola pública deve seguir a forma dada pela lei (SANTOS, 2021).
Para que haja uma maior compreensão, na próxima seção veremos como é organiza-
do o sistema de uma instituição de ensino público.

SEÇÃO 02 O SISTEMA ORGANIZACIONAL DA ESCOLA

A educação nacional, segundo a Constituição Federal de 1988 e a LDBEN, está or-


ganizada sob a forma de sistemas de ensino e possui uma estrutura de organização interna,
organograma, elaborado de acordo com o Regimento Escolar ou em Legislação Estadual ou
Municipal.
Vamos ao conceito de SISTEMA. Segundo consta no Dicionário Larousse Cultural,
sistema é definido por:

• um conjunto de elementos, materiais ou ideais, entre os quais se


possam encontrar ou definir alguma relação ou disposição das partes
ou dos elementos de um todo, coordenado entre si, e que funcionam
como estrutura organizada.
• o conjunto de instituições políticas e/ou sociais, e dos métodos por
elas adotados, encarados do ponto de vista teórico ou de sua aplicação
prática, tal como o sistema de ensino.
• um conjunto de elementos e/ou unidades relacionadas e coordenadas
entre si, constituindo um todo (LAROUSSE,1992, p. 1038).

A partir dessa compreensão, podemos inferir que a sociedade é composta por vários
sistemas (político, cultural, econômico, jurídico e educacional) articulados entre si, que, por
sua vez, se dividem em subsistemas, segundo a dependência político-administrativa, as dife-
renças regionais e locais etc. Esses vários sistemas se articulam, se influenciam e são influen-
ciados (OLIVEIRA; MORAES; DOURADO, 2008).
Sobre os sistemas de ensino, Demerval Saviani (1999) apontava três condições bási-
cas para sua constituição, que se referem à necessidade de se ter conhecimento dos problemas
educacionais, conhecimento das estruturas da realidade social, política, cultural, religiosa,
dentre outras e se fundamentar em uma teoria da educação que dê significado humano à tare-
fa de articular os problemas e com os conhecimentos.
Embora, o tempo transcorrido Saviani continua afirmando que no Brasil não existe
sistema de ensino, devido aos seguintes aspectos:

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• a estrutura da sociedade de classe, que dificulta uma práxis intencio-


nal coletiva;
• as diferentes posições de grupos em conflito, que dificultam a defi-
nição de objetivos;
• o problema do transporte cultural, que significa a importação da
cultura de outros países, sem levar em conta a concreticidade da so-
ciedade brasileira;
• a insuficiência teórica dos educadores, que muitas vezes os torna ví-
timas dos modismos, impedindo a formação de um verdadeiro espírito
crítico (SAVIANI, 1999, p. 123).

Assim, em termos de um sistema de ensino ideal pressupõe-se um conjunto de ele-


mentos materiais (instituições de ensino) e ideais (leis e normas que regem as instituições
educacionais). Embora as discussões referentes à ausência de um sistema de ensino nos mol-
des indicados por Saviani (1999), no Brasil a legislação educacional utiliza-se do termo sis-
tema de ensino como um critério administrativo. Sendo assim, podemos entender que:

O termo sistema de ensino, no Brasil, refere-se ao conjunto de instituições de


ensino interligadas por normas e leis educacionais e, não, por uma intencionali-
dade ou por essas se tornarem uma unidade.

Sobre os sistemas de ensino, a LDBEN (BRASIL, 2017) dispõe: no art. 8º, § 1º, que
a União é responsável pela coordenação da política nacional de educação e da articulação
entre os diferentes níveis e sistemas de ensino; no art. 14, que os mesmos devem definir as
normas da gestão democrática do ensino público na educação básica; e no art. 15, que devem
assegurar às unidades escolares públicas de educação básica progressivos graus de autonomia
pedagógica e administrativa e de gestão financeira.
Sendo assim, a educação nacional se encontra organizada em três sistemas de ensino
definidos conforme a esfera político-administrativa. Cada uma das esferas administrativas
(federal, estadual, municipal) é responsável por organizar e manter as instituições de ensino
de seu respectivo sistema e, também, pela elaboração e execução de políticas e planos educa-
cionais, mas aguardando as articulações necessárias entre as esferas.
Estes sistemas de ensino estão sob a jurisdição do Ministério de Educação (MEC)
que é o órgão maior sobre educação e ensino, na hierarquia do Sistema Educacional, acom-
panhado do Conselho Nacional de Educação. Entretanto, cada um deles possui suas respon-
sabilidades que estão dispostas na LDBEN.

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Tudo certo até aqui?? Estão compreendendo como é organizado um sistema de en-
sino?! Muito bem! Sigamos...
Como vimos acima uma instituição escolar se encontra organizada em três sistemas
de ensino na esfera político-administrativa: a federal, estadual e municipal responsáveis por
organizar e manter as instituições de ensino de seu respectivo sistema, e estas, por sua vez
se organizam por meio de organogramas para um efetivo funcionamento das suas funções,
pois, toda a instituição escolar necessita de uma estrutura de organização interna, geralmente
prevista no Regimento Escolar ou em legislação específica estadual ou municipal.

Complicou!?
Mas, vamos seguir adiante que será esclarecedor...

O termo estrutura tem aqui o sentido de ordenamento e disposição das funções que
asseguram o funcionamento de um todo, no caso a escola. Essa estrutura é comumente repre-
sentada graficamente em forma organograma, um tipo de gráfico que mostra a inter-relações
entre os vários setores e funções de uma organização ou serviço.
Para compreendermos melhor vamos ao que discorre Libâneo (2008, p. 132): “[...]
as funções são propriedades comuns ao sistema organizacional de uma instituição, a partir
das quais se definem ações e operações necessárias ao seu funcionamento”. E, assim, oportu-
nizar condições para um bom andamento da instituição de ensino, independente dos setores.
Para tanto, é necessária uma estrutura organizacional da instituição de ensino depen-
dendo da necessidade de cada escola, assim é organizado um organograma pela Secretaria da
Educação para garantir uma uniformidade à rede de ensino e aprimorar o acompanhamento
pela mesma. Porém, é importante que a escola faça sua parte e se organize de tal forma que
os serviços realizados aconteçam no período preestabelecido e com qualidade, pois, Libâneo
menciona que:

Toda a instituição escolar necessita de uma estrutura de organização


interna, geralmente prevista no Regimento Escolar ou em legislação
específica estadual ou municipal. O termo estrutura tem aqui o senti-
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do de ordenamento e disposição das funções que asseguram o funcio-


namento de um todo, no caso a escola. Essa estrutura é comumente
representada graficamente num organograma, um tipo de gráfico que
mostra a interrelações entre os vários setores e funções de uma orga-
nização ou serviço. Evidentemente a forma do organograma reflete a
concepção de organização e gestão. A estrutura organizacional de es-
colas se diferencia conforme a legislação dos Estados e Municípios e,
obviamente, conforme as concepções de organização e gestão adota-
da, mas podemos apresentar a estrutura básica com todas as unidades
e funções típicas de uma escola (LIBÂNEO, 2001, p. 131).

Desta forma, o organograma apresenta como a instituição de ensino está organiza-


da para execução das tarefas. Cabe ainda salientar que as funções setoriais não podem ser
misturadas, para não haver sobrecarga de um setor e não realizar sua função de acordo com
que lhe é pertinente, uma vez que cada setor deverá possuir suas próprias “ferramentas” para
realizar as tarefas, sendo que caberá a Direção organizar, intervir e fiscalizar o cumprimento
das funções.
Vejamos alguns exemplos de organogramas da Rede Estadual e Municipal de Mato
Grosso do Sul (existem vários, mas aqui exemplificamos alguns):

Organograma 1 - Exemplo de instituição de ensino público

Fonte: https://sites.google.com/site/escolaestadualeneilvargasms/organograma. Acesso em: 18 dez. 2020.

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O organograma 1 é de uma instituição de ensino público e, no caso, o mesmo apre-


senta como órgão maior a Secretaria de Estado de Educação do Mato Grosso do Sul (SED/
MS), na sequência: supervisão, direção, secretaria escolar e os demais setores. É importante
mencionar que a SED funciona e normatiza as escolas de acordo com a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDBEN) ou Lei n.º 9394/96 e o que preconiza a BNCC (Base
Nacional Comum Curricular). Faremos uma explanação sobre a BNCC na nossa próxima
aula.

Organograma 2 - Exemplo de instituição

Fonte: https://www.spdo.ms.gov.br/diariodoe/Index/Download/DO9884_16_04_2019. Acesso em: 18 dez.


2020.

No organograma 02, a escola está no topo e logo na sequência temos a estrutura


pedagógica e estrutura administrativa, tendo como diretor, vice-diretor, professor e coorde-
nador pertencentes à estrutura pedagógica e o diretor e vice-diretor relacionados diretamente
à estrutura administrativa e, posteriormente, à secretária, escriturários, inspetores de alunos e
serventes. Percebe-se nesse organograma um diferencial em que a prioridade é a instituição
de ensino em detrimento aos demais segmentos.

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Organograma 3 - Exemplo de instituição

Fonte: https://www.ifms.edu.br/acesso-a-informacao/institucional/estrutura-organizacional/organogra-
mas. Acesso em: 18 dez. 2020.

O organograma 03 é mais específico dos segmentos da escola, pois apresenta a dire-


ção em um mesmo nível que a Associação de Pais e Mestres e com o Conselho Escolar; sendo
que a direção está ligada à equipe técnico-administrativa, equipe pedagógica e equipe opera-
cional, finalizando em um mesmo nível a equipe docente com os alunos. Portanto, pode-se
afirmar que a tomada das decisões e normativas/mudanças almejadas por qualquer segmento
terá que ser em consonância com a APM, Direção e Conselho Escolar.

Organograma 4 - Exemplo de instituição

Fonte: http://escolapontocom/estruturas-organizacionais-da-escola.html. Acesso em: 18 dez. 2020.

O quarto e último organograma exemplificado é mais específico e amplo, pois apre-


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senta as secretarias, bem como os setores administrativos e pedagógicos com todos os subse-
tores a qual fazem parte e cumprem cada um a sua função. Pode-se afirmar que este em sua
totalidade apresenta detalhadamente todos os segmentos que compõem uma escola, inclusive
psicólogos, fonoaudiólogos e faltaram os dentistas, que hoje atuam na maioria das institui-
ções de ensino da educação básica.
Viram como uma escola é organizada em relação a suas funções?! Percebem que
os organogramas divergem em alguns itens, isso reforça o que foi mencionado acima em
relação a que preconiza cada gestão do Estado, Município e ou Secretaria da Educação. Não
será apresentada a função de cada item do organograma, pois não é o foco do nosso estudo.
Ainda no que se refere ao processo de organização educacional este dispõe de ele-
mentos constitutivos que são, na verdade, ferramentas de ação mobilizados para atingir os
objetivos escolares. Dessa forma, para Libâneo os elementos ou instrumentos de ação são:

• Planejamento: processo de explicitação de objetivos e antecipação de deci-


sões para orientar a instituição, prevendo-se o que se deve fazer para atingi-los;
• Organização: atividade através da qual se dá a racionalização dos recursos,
criando e viabilizando as condições e modos para se realizar o que foi planejado.
• Direção/Coordenação: atividade de coordenação do esforço coletivo do pes-
soal da escola.
• Formação continuada: ações de capacitação e aperfeiçoamento dos profis-
sionais da escola para que realizem com competência suas tarefas e se desenvolvam pessoal
e profissionalmente.
• Avaliação: comprovação e avaliação do funcionamento da escola (LIBÂNEO,
2001, p.7).

Assim, para que haja um bom funcionamento do trabalho escolar, é necessário esfor-
ço coletivo de todos que atuam na escola desde administrativos, pedagógicos e a comunidade
na qual a instituição está inserida. E a fim de atingir os objetivos propostos há que se planejar,
organizar, envolver coordenadores e direção, propiciar a formação continuada e avaliar o tra-
balho escolar para buscar os resultados propostos para uma educação de qualidade de acordo
com as concepções de cada gestão dentro de uma organização escolar.
Ainda em relação à estrutura organizacional da escola vale mencionar que existem
três concepções de gestão: a técnico-científica (ou funcionalista), a autogestionária e a demo-
crático-participativa. Libâneo define cada uma como:

A concepção técnico-científica baseia-se na hierarquia de cargos e


funções visando a racionalização do trabalho, a eficiência dos servi-
ços escolares. Tende a seguir princípios e métodos da administração
empresarial. [...] A concepção autogestionária baseia-se na respon-
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sabilidade coletiva, ausência de direção centralizada e acentuação da


participação direta e por igual de todos os membros da instituição. [...]
A concepção democrática-participativa baseia-se na relação orgânica
entre a direção e a participação do pessoal da escola. Acentua a im-
portância da busca de objetivos comuns assumidos por todos. Defen-
de uma forma coletiva de gestão em que as decisões são tomadas cole-
tivamente e discutidas publicamente. Entretanto, uma vez tomadas as
decisões coletivamente, advoga que cada membro da equipe assuma
a sua parte no trabalho, admitindo-se a coordenação e avaliação sis-
temática da operacionalização das decisões tomada dentro de uma tal
diferenciação de funções e saberes (LIBÂNEO, 2001.p. 136).

De acordo com a definição das concepções de gestão escolar, podemos dizer que
apresentam posições políticas, do homem e da sociedade. A forma como uma escola se pre-
para e se estrutura tem um caráter pedagógico, isto é, serão os objetivos gerais que nortearão
a instituição de acordo com sua estagnação ou a modificação social. Cabe ainda mencionar
que as três concepções a técnico-científica (ou funcionalista), a autogestionária e a democrá-
tico-participativa (iremos estudar esta última com maior ênfase na próxima aula) são formas
distintas de organização escolar e dependerá de como está organizada o sistema da gestão
escolar.
Na próxima aula, iremos verificar acerca do contexto histórico relacionado aos fun-
damentos e princípios da gestão democrática e sua importância no que se refere ao processo
educacional e retomar a função do psicólogo na atuação educacional.

Caso você tenha ficado com dúvidas sobre esta aula, mande perguntas para o
e-mail: ines.velter@unigran.br ou acesse as ferramentas “fórum”,“quadro de avisos” e/
ou “chat” e interaja com seus colegas de curso. Afinal, você é o personagem principal
de sua aprendizagem!

RETOMANDO A AULA
Chegamos, assim, ao final da segunda aula. Espera-se que
agora tenha ficado mais claro o entendimento de vocês acer-
ca do aspecto legal do funcionamento da escola pública e a
escola privada; o funcionamento da estrutura interna da es-
cola e dos organogramas e como se organiza a gestão escolar
na perspectiva democrática. Vamos, então, recordar?

SEÇÃO 1 - DEFINIÇÃO LEGAL: ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS

Escolas públicas são de responsabilidade do Estado e a escola privada possui seu


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próprio mantenedor. Porém, ambas devem acatar a legislação educacional brasileira.

SEÇÃO 2 - O SISTEMA ORGANIZACIONAL DA ESCOLA

É uma estrutura organizacional da instituição de ensino dependendo da necessidade


de cada escola apresentado por meio de um organograma elaborado pelo Regimento Escolar
ou Secretaria da Educação para garantir uma uniformidade à rede de ensino.

SUGESTÕES DE LEITURAS, SITES, VÍDEOS E FILMES:

LEITURAS

Organização e Gestão da Escola: teoria e prática. Autoria: José Carlos Libâneo.

Formação em psicologia escolar: realidades e perspectivas. Psicologia Escolar e


Educacional. Autoria: Herculano Ricardo Campos.

SITES

Representação social da Psicologia Organizacional e do trabalho em contexto esco-


lar. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo. Acesso em: 08 dez. 2020.

Psicologia Educacional: importância do psicólogo na escola. Disponível em: https://


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www.psicologia.pt/artigos/textos/A1045.pdf. Acesso em: 08 dez. 2020.

FILMES

Pelos olhos de maisie (2012);


Precisamos falar sobre o Kevin (2012).

VÍDEOS

https://www.youtube.com/watch?v=ZfISty4RFng;
https://www.youtube.com/watch?v=NCKUUSZhpcQ.

MINHAS ANOTAÇÕES:
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