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ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NA ESCOLA - Inês Velter

5 ª Aula

OS SABERES E A
ORGANIZAÇÃO DA
GESTÃO ESCOLAR NA
CONTEMPORANEIDADE

Caros(as) alunos(as),

Após estudarmos a gestão democrática na escola e o papel político/peda-


gógico do diretor na escola iremos agora para nossa próxima aula que
será sobre o “Os Saberes e a Organização da Gestão Escolar na Con-
temporaneidade”. É importante destacar que na medida em que aprende
deverá também saber planejar, organizar, executar e, também, ter um norte
de quão importante são os conhecimentos relacionados à organização da
gestão escolar na atualidade e, assim, permitir que o psicólogo conheça
e se reitere de todas as áreas no âmbito escolar para auxiliar, resgatar e
valorizar os profissionais das instituições de ensino como sujeitos do pro-
cesso e autores das propostas da realização de inovações na escola. As
indagações selecionadas e as tentativas de respostas pretendem incitar os
psicólogos a refletirem sobre a problemática da Educação Escolar como
um todo. Lembre-se de que esta aula foi preparada para que você não en-
contre grandes dificuldades. Contudo, podem surgir dúvidas no decorrer
dos estudos! Quando isso acontecer, anote, acesse a plataforma e utilize

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as ferramentas “quadro de avisos” ou “fórum” para interagir com seus


colegas de curso ou com seu tutor. Sua participação é muito importante e
estamos preparados para ensinar e aprender com seus avanços.

Boa aula!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• compreender a essência dos pilares da educação como elementos do processo en-


sino e aprendizagem;
• aprender o que são os saberes pedagógicos;
• entender sobre como está estruturada a educação contemporânea.

Seções de estudo

Seção 1 - Os pilares da educação e sua relação com os saberes docentes


Seção 2 - Saberes docentes: formação profissional e ação docente
Seção 3 - O Brasil e a educação brasileira no contexto contemporâneo

Os pilares da educação e sua relação com os saberes


Seção 01
docentes

Após os estudos relacionados à gestão democrática na escola e o papel político/pe-


dagógico do diretor na escola, vamos agora para o estudo sobre os pilares da educação e sua
importância em consonância com os saberes docentes. Lembrem-se são estudos necessários
para que haja uma compreensão acerca do interior de uma instituição. Então, vamos adiante...
Maurice Tardif (2011) argumenta que os saberes sociais, referem-se ao conjunto de
saberes de que dispõe uma sociedade. Nesta perspectiva, Jacques Delors, no livro Educação:
um Tesouro a Descobrir (1999), sob sua coordenação, menciona de maneira bem didática e
com muita propriedade os quatro pilares da educação direcionada para o século XXI, subsi-
diando o trabalho de pessoas comprometidas em buscar uma educação de qualidade.

Para Delors (1999, p. 62), a prática pedagógica deve preocupar-se em desenvolver


quatro aprendizagens fundamentais, que serão para cada indivíduo os pilares do conhecimen-
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to, conforme é relatado abaixo:

PILARES DA EDUCAÇÃO PARA O SÉCULO XXI

• Aprender a conhecer: para o aproveitamento máximo das oportunidades oferecidas


ao longo e durante a vida, para acompanhar as rápidas alterações provocadas pelo pro-
gresso científico e as novas formas de atividades econômica e social.

• Aprender a fazer: para adquirir competência que torne a pessoa apta a enfrentar de-
safios e trabalhar em equipe, visando atingir para além da aprendizagem profissional.

• Aprender a viver em conjunto: desenvolvendo a compreensão do outro e a percep-


ção das interdependências – realizar projetos comuns e preparar-se para gerir conflitos
– no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.

• Aprender a ser: para melhor desenvolver a personalidade e estar à altura de agir com
capacidade de autonomia, ética, discernimento, responsabilidade pessoal e estética.

Para que haja uma melhor compreensão sobre o que apresenta Delors (1999), obser-
vem a figura a seguir, em que são sintetizados os quatro pilares da educação:

Figura 1 - Quatro pilares da educação

Fonte: https://inovareducacaodeexcelencia.com/blog/os-quatro-pilares-da-educacao. Acesso em: 17 dez. 2020.

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Considerando os pilares da educação mencionados na Figura 1, Geraldi et al. (2003,


p. 322), argumentam que: “O nosso saber não é isolado, ele é partilhado e transforma-se,
modifica-se a partir da troca de experiências e da reflexão coletiva com os outros”.
Para Anastasiou (2002), as profissões de formação educacional começam a se cons-
tituir desde a escolha feita no momento do vestibular; a partir da entrada na sala de aula do
curso escolhido, elementos constitutivos da identidade de uma profissão docente.

Saberes docentes: formação profissional e ação do-


Seção 02
cente

Como estudamos na seção anterior, os quatro pilares da educação em conjunto, fa-


zem parte de um contexto global e ao mesmo tempo singular, isto é, envolve toda uma so-
ciedade mediante o sistema educacional, bem como, o particular de cada pessoa, na busca de
aprimorar os diversos saberes, visando uma melhor qualidade de vida pessoal e profissional.
Assim, para que haja uma compreensão desses saberes, é necessário conhecer três
tipos de saberes que são relacionados aos docentes dos cursos de licenciatura.

Complicado?! Acreditamos que não...


Então, vamos adiante com o estudo dos saberes da docência e assim auxi-
liar na atuação do psicólogo na escola.

A autora Selma Garrido Pimenta (2002), em sua obra Saberes pedagógicos e ativi-
dade docente, argumenta que os três saberes da docência, denominados como: conhecimento,
experiência e saberes pedagógicos (andragógicos) são essenciais para a atuação do profissio-
nal (professor/educador) na área da educação.

Abaixo, vamos apresentar um breve relato sobre esses saberes.

2.1 Os saberes da docência: o conhecimento

A autora relata que a educação precisa ser entendida como um processo de humani-
zação; a qual ocorre na sociedade humana com a finalidade de tornar os indivíduos partici-
pantes de um processo e responsáveis por levá-lo adiante em sua atuação profissional. Nesse
sentido, a educação escolar está fundamentada no trabalho dos professores com os alunos,
cuja finalidade é contribuir com o processo de humanização por meio de um trabalho coletivo
e interdisciplinar do conhecimento a ser trabalhado de forma crítica e transformadora. Esse
conhecimento necessário difere do que chamamos de informação, pois o conhecimento refe-
re-se a um estágio amplo e maior do saber, em que o profissional que atua na área da educa-

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ção precisa ter para assim, proporcionar condições para que o aluno produza o conhecimento.
“Ou seja, conhecer significa estar consciente do poder do conhecimento para a produção da
vida material, social e existencial da humanidade” (PIMENTA, 2012, p. 24).

Assim, podemos refletir sobre a possibilidade de a escola trabalhar o conhecimento,


numa perspectiva de que conhecer não se reduz a informar, mas sim de proporcionar um
trabalho educacional integrando escola e professores com as crianças/alunos, no sentido de
possibilitar a mediação entre a sociedade da informação e os alunos pelo desenvolvimento da
reflexão em que poderão obter a sabedoria necessária e permanente para a construção do ser
humano. Pimenta (2012, p. 25) relata que:

[...] educar na escola significa ao mesmo tempo preparar as crianças e os jovens


para se elevarem ao nível da civilização atual. [...] Isso requer preparação científica,
técnica e social. [...] discutir a questão dos conhecimentos nos quais são especialistas
[...] no contexto da contemporaneidade [...].

Desta forma, a finalidade da educação escolar na sociedade tecnológica, multimídia


e globalizada, é possibilitar que os alunos trabalhem os conhecimentos científicos e tecnoló-
gicos, desenvolvimento habilidades para operá-los, revê-los e reconstruí-los com sabedoria.
O que implica analisá-los, confrontá-los, contextualizá-los.

2.2 Os saberes da docência: a experiência

Pimenta (2012) menciona sobre esse saber, a experiência, relatando que quando os
alunos chegam ao curso de formação inicial, já têm saberes formulado em suas preconcep-
ções sobre o que é ser professor. Ou seja, refere-se a:

[...] saberes de sua experiência de alunos que foram de diferentes professores em


toda sua vida escolar. Experiência que lhes possibilita dizer quais foram os bons
professores, quais eram bons em conteúdo mas não em didática, isto é, não sabiam
ensinar. Quais professores foram significativos em suas vidas, isto é, contribuíram
para sua formação humana. Também sabem sobre o ser professor por meio da expe-
riência socialmente acumulada, as mudanças históricas da profissão, o exercício pro-
fissional em diferentes escolas, a não valorização social e financeira dos professores,
as dificuldades de estar diante de turmas de criança e jovens turbulentos, em escolas
precárias; sabem um pouco sobre as representações e os estereótipos que a sociedade
tem dos professores, através dos meios de comunicação (PIMENTA, 2012, p. 21,
grifo da autora).

Porém, verifica-se que os alunos possuem conhecimento sobre o que a experiência


quanto ao ser professor, mas não se identificam como professores, exatamente por não possu-
írem essa experiência docente, que irão obter ao longo de sua atuação profissional no âmbito
dos cursos de licenciatura. Assim, o desafio, então postos aos cursos de formação inicial é o
de colaborar no processo de passagem dos alunos “de seu ver o professor como aluno a seu

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ver-se como professor. Isto é, de construir a sua identidade de professor” (PIMENTA, 2012,
p. 21-22).
Assim, os saberes da experiência são também aqueles que os professores produzem
no seu cotidiano docente, num processo permanente de reflexão sobre sua prática. É nesta
perspectiva que ganham importância quanto à formação de professores e os processos de
reflexão sobre a própria prática por meio do desenvolvimento de competências e habilidades
propostos na atuação profissional atrelados a outros saberes como o conhecimento e os sabe-
res pedagógicos.

2.3 Os saberes da docência: saberes pedagógicos

De acordo com levantamento realizado por Pimenta (2012, p. 26), os alunos que
se propõem a estudar cursos de licenciatura, quando são questionados sobre o conceito de
didática, são unânimes em argumentar que “[...] ter didática é saber ensinar” e que “que mui-
tos professores sabem a matéria, mas não sabem ensinar”. Nesse contexto, a autora explica
que essa percepção traz em si uma contradição importante, pois, de um lado revela que de
certa maneira há um reconhecimento de que para saber ensinar não basta a experiência e os
conhecimentos específicos, mas, por outro lado, se faz necessário os saberes pedagógicos e
didáticos.

Nesse contexto, Pimenta (2012, p. 26) explica que:

Na história da formação dos professores, esses saberes têm sido trabalhados com blo-
cos distintos e desarticulados. Às vezes um sobrepõe-se aos demais, em decorrência
do status e poder que adquirem na academia. Época houve do predomínio dos saberes
pedagógicos – em que se destacavam os temas do relacionamento professor-aluno,
da importância da motivação e do interesse dos alunos no processo de aprendizagem,
das técnicas ativas de ensinar. Época em que a pedagogia, baseada na ciência psico-
lógica, se constituiu como uma psicopedagogia. Outras vezes, foram as técnicas de
ensinar o foco da pedagogia, que, então, se constituiu em uma tecnologia. Em outras
épocas, assumiram poder os saberes científicos. Ai ganha importância a didática das
disciplinas, pois entende-se que o fundamental no ensino são os saberes científicos.

Assim, é possível refletir o quanto é importante a formação inicial nos cursos de


licenciatura serem desenvolvidas com uma atuação sólida por meio de conhecimentos cientí-
ficos, respaldados em teorias e estudos que contribuem para uma prática educacional huma-
nizada, mediatizada por uma ciência que contribua a reflexão de outros campos da ciência da
educação, entendo o ser humano como único e completo. Isto posto,

Os saberes pedagógicos podem colaborar com a prática. Sobretudo se forem mobi-


lizados a partir dos problemas que a prática coloca, entendendo, pois, a dependência
da teoria em relação à prática, pois esta lhe é anterior. Essa anterioridade, no entanto,
longe de implicar uma contraposição absoluta em relação à teoria, pressupõe, uma
íntima vinculação com ela. Do que decorre um primeiro aspecto da prática escolar: o

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estudo e a investigação sistemática por parte dos educadores sobre sua própria práti-
ca, com a contribuição da teoria pedagógica (PIMENTA, p. 2012, p. 30-31).

Portanto, o futuro profissional da área da licenciatura não pode constituir seu saber
fazer senão a partir de seu próprio fazer. Em que a “especificidade da formação pedagógica,
tanto a inicial como a contínua, não e refletir sobre o que fazer, nem sobre o que se deve fazer,
mas sobre o que se faz” (HOUSSAYE, 1995, p. 28 apud PIMENTA, 2012, p. 28).
Nessa perspectiva, podemos entender que os saberes docentes direcionados aos sa-
beres pedagógicos, propriamente ditos, como sendo a didática em questão, referem-se a “[...]
tornar o ensino escolar enquanto uma prática social, e nas demais ciências da educação, tomar
a educação enquanto prática social [...]” (LIBÂNEO, 1996 apud PIMENTA, 2012, p. 30),
para que assim, seja possível a construção de novos saberes pedagógicos específicos, que é da
prática para a prática profissional desenvolvida de forma mediatizada pelos conhecimentos
científicos e tecnológicos.

O Brasil e a educação brasileira no contexto contem-


Seção 03
porâneo

Nas seções anteriores, estudamos sobre os pilares da educação e acerca dos saberes
pedagógicos. Muito bem!!! Agora, faremos uma breve explanação da educação no Brasil na
contemporaneidade para que possamos compreender melhor como está o ensino no país. En-
tão, vamos adiante. O estudo da história da educação é indispensável (retome os conteúdos
sobre o contexto da escola na aula 01) ao conhecimento da educação contemporânea. Pois,
nos possibilita encontrar o caminho de uma educação realmente voltada para o desenvolvi-
mento pleno do homem e sua realização como cidadão. A educação atual é ao mesmo tempo,
reflexo do passado e preparação para o futuro, desta forma, o conhecimento do passado é
chave para entender o futuro.
A educação foi marcada por mutações compreendidas entre a cultura de uma comu-
nidade, envolvendo seus costumes e o estabelecimento de padrões a fim de manter a ordem
social, as relações interpessoais originadas pelas necessidades de sobrevivência entre os po-
vos, seu modo de produzir, enfim, tudo aquilo que caracterizaria e que caracteriza a educa-
ção como um todo. E no contexto contemporâneo, as políticas de educação vêm pontuando
“educação para todos”. Neste sentido, além do conceito de qualidade, discute-se conceito de
equidade.
A educação deve ser inclusiva. Também outra característica da educação no contexto
contemporâneo é a tecnologia e a informática educativa que, paulatinamente, vêm compondo
o ambiente escolar com a adoção de laboratórios em informática e programas de formação de
professores para o domínio e uso dos computadores.

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3.1 Características da Educação

Lembrem-se este conteúdo já foi abordado nas aulas anteriores!

► Sistema Educacional

Proposta Constitucional (1988) de Sistema Educacional includente e democrático


esbarra nas limitações financeiras e na centralização dos órgãos governamentais; delineia-se
forma de colaboração entre União, Estado e Municípios; aprovada a L.D.B. n.º 9.394/96 de
20 de dezembro de 1996.

► Escolas

Agilização das contradições do período anterior: um caminho seletivo para as elites


e uma oferta desqualificada e excludente para as maiorias; avançam as matrículas no ensino
médio e superior; procura da escola pública; educação à distância pela TV (implementação
material da escola); sistema de avaliação do MEC: SAEB, Provão e avaliação do ensino mé-
dio; Campanha Toda Criança na Escola.

► Financiamento

Cooperativas, parcerias, Emenda n.º 14; Lei n.º 9.424/96 – Lei de criação do FUN-
DEF – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização
do Magistério.

► Currículo

Parâmetros Curriculares Nacionais x Diretrizes Nacionais x Necessidades e particu-


laridades regionais; nova L.D.B.: reorganização do ensino: carga horária maior, professores
qualificados, avaliação dos cursos, aceleração de estudos, recuperação paralela, ciclos nas
séries iniciais, qualidade. Reflexão: “para quem” e “para quê?”; educação fora da escola:
empresas e igreja.
Assim, observa-se que os problemas postos pela contemporaneidade sejam supera-
dos – superpopulação, falta de alimentos, problemas ambientais, crise econômica – é preciso
que se busquem soluções e que se planejem/realizem ações que ultrapassem as fronteiras
das especializações criadas pela ciência e sociedade modernas. Os problemas causados por
essa herança histórica acrescentam-se a complexidade da vida atual e o grande número de
informações a que somos postos em contato, sobretudo por meio dos meios de comunicação.
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E aqui informação não pode ser confundida com conhecimento, uma vez que como
tão bem disseram as autoras Leite e Garcia (2001), para os quais, os dominantes da economia
fizeram-se também detentores da comunicação e do acesso à cultura e à educação e, de pos-
se das formas de produção de conhecimento e da própria tecnologia, transformaram-na em
“bens materiais”, industrializados e comerciáveis.

Quanto à escola, Leite e Garcia (2001) apresentam quatro processos dominantes que
podem explicar como a fragmentação do conhecimento foi institucionalizada e como se pro-
moveu a exclusão social: pedagogização; grupalização; hierarquização e centralização. Esses
processos referem-se ao tratamento dado ao conhecimento e às relações de poder dentro da
escola. Assim a:

• A pedagogização: diz respeito ao conhecimento “especializado”, hierarquizado


e previamente organizado em uma sequência cuja lógica só é possível entender se
levarmos em consideração a fragmentação do saber que hoje é reforçada pela lógica
neoliberal;
• A grupalização: refere-se ao enquadramento de pessoas, conteúdos e processos
em grupos estanques;
• A hierarquização: está relacionada tanto à organização do conhecimento em con-
teúdos escolares sequenciados “do mais simples aos mais complexos”, segundo uma
concepção de ensino e de aprendizagem que já não mais responde às necessidades,
quanto às relações de poder no interior das escolas;
• A centralização: diz respeito às formas de gestão, seja das escolas, das redes de
ensino ou do próprio sistema educacional brasileiro que, através de um “discurso
oficial” pseudo-progressista e de uma falsa proposta de descentralização, determina
de forma autoritária, do centro para a periferia, como deve se dar o funcionamento
das escolas.

Dessa forma, trata-se de construir uma escola que, sendo PARA TODOS, deve fun-
damentar-se na valorização da diversidade e no respeito às diferenças e, não, na “homogenei-
zação” hipocritamente pretendida, uma vez que somos essencialmente originais e diferentes e
porque, num país com tantas injustiças sociais, devemos falar em equidade ao invés de igual-
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dade. É necessário resgatar e valorizar os profissionais da escola como sujeitos do processo


e autores das propostas e da realização de inovações na escola, uma vez que, ao contrário
do que se afirma, seus saberes práticos vão além do “fazer” e referem-se ao conhecimento
da escola, tendo como referência sua concretude. As inovações, a partir da escola e de seus
sujeitos, concebem o currículo em sua totalidade, que não pode ser reduzido a parâmetros
e/ou as ações uniformes que emanam do centro para as escolas, mas deve ser construído na
vivência cotidiana do ensinar-aprender regida por uma gestão democrática e de qualidade.

Portanto, ensinar é viver e respeitar tudo que nos cerca, ativar sonhos nas crianças,
levar alegria à sala de aula e acima de tudo, ensinar as crianças a pensar. Os sonhos devem vir
acompanhados pela busca indeterminável da formação continuada do profissional pedagogo.
Desse modo, devemos nos responsabilizar pelo oferecimento de todas as condições
facilitadoras e possíveis para que essas crianças, além de garantir seu futuro, cresçam cida-
dãos empreendedores, felizes e criativos.

Caso você tenha ficado com dúvidas sobre esta aula, mande perguntas para o e-
-mail: ines.velter@unigran.br ou acesse as ferramentas “fórum”,“quadro de avisos” e/ou
“chat” e interaja com seus colegas de curso e com seu tutor. Afinal, você é o personagem
principal de sua aprendizagem!

RETOMANDO A AULA

Chegamos, assim, ao final da quinta aula. Espera-se que ago-


ra tenha ficado mais claro o entendimento de vocês sobre os
saberes docentes e um panorama da educação brasileira no
contexto contemporâneo Vamos, então, recordar?

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Seção 1 - Os pilares da educação e sua relação com os sa-


beres docentes

Na seção 1, estudamos sobre os quatro pilares da educação como forma de associá-


-los a concepção dos saberes pedagógicos para a ação docente como princípio de um saber
direcionado ao profissional da educação, visando suas próprias competências e habilidades
para com o ato de ensinar.

Seção 2 - Saberes docentes: formação profissional e ação


docente

Na seção 2, vimos que os saberes pedagógicos apresentados pela autora Selma Gar-
rido Pimenta são necessários para a atividade docente e estudamos, também, como é funda-
mental vivenciar esses saberes no processo de ensino, mediante ação e reflexão contextuali-
zada.

Seção 3 - O Brasil e a educação brasileira no contexto


contemporâneo

O ato de ensinar exige consciência do inacabado. Neste sentido, é necessário desta-


car que o ensino não é algo que encontramos pronto, mas, sim, que deve ser construído, ela-
borado e posto em prática tendo por base uma metodologia que prepare e estimule os alunos
a exercer sua própria autonomia, que diante disso seja possível uma educação de qualidade.

SUGESTÕES DE LEITURAS, SITES, VÍDEOS E FILMES:

LEITURAS

CHARLOT, Bernard. A mistificação pedagógica: realidades sociais e processos ide-


ológicos na teoria da educação. Tradução Maria José do Amaral Ferreira. Ed. rev., exmpl.
São Paulo: Cortez, 2013.
FONTANA, Roseli; CRUZ, Maria Nazaré da. Psicologia e trabalho pedagógico.
São Paulo: Atual, 1997. 240p.

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SITES

MIRANDA, Alex Barbosa Sobreira de. O trabalho do psicólogo na escola. Psico-


logado, 2013. Disponível em https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-escolar/o-traba-
lho-do-psicologo-na-escola. Acesso em: 7 jul. 2020.
ANDRADA, Edla Grisard Caldeira de. Novos paradigmas na prática do psicólogo
escolar. Revista Psicologia: Reflexão e Crítica, v. 18, n. 2, p. 196-199, 2005. Disponível:
http://www.scielo.br/pdf/prc/v18n2/27470.pdf. Acesso em: 7 jul. 2020.

FILMES

Uma mente brilhante (2001);

Adam (2009).

VÍDEOS

Disponível em: http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=6282. Acesso em:


18 jan. 2021.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=AmnnxUJ7uDo. Acesso em: 18
jan. 2021.

Minhas anotações:

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