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Aprendizagem dos conteúdos escolares

Objetivos de aprendizagem ....................................................... 3

Introdução.................................................................................. 4

As transformações na sociedade e a aprendizagem escolar ... 5

Diferentes concepções de ensino e aprendizagem ................. 10

O papel do professor: mediador das aprendizagens ................ 16

Aprendizagem significativa na prática................................. 23

E o aluno? ................................................................................. 25

Novas aprendizagens para um novo mundo ............................ 29

Recapitulando ........................................................................... 30

Referências ................................................................................ 31
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Aprendizagem dos conteúdos escolares

Refletir a respeito da necessidade do professor


revisitar suas práticas para aprimorar os processos de
ensino e aprendizagem das crianças e jovens.
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Aprendizagem dos conteúdos escolares

Iniciaremos nosso percurso, retomando alguns desafios que se


apresentam à instituição escolar e, em especial, aos professores.

Certamente, você já parou para pensar nas mudanças, cada vez mais
aceleradas, pelas quais o mundo vem passando, certo?

As crianças e os jovens estão cada vez mais conectados e informados e


isso representa um desafio para a instituição escolar e, em especial,
para os professores.

Este material tem a intenção de possibilitar um momento de reflexão,


para que cada um possa encontrar uma maneira mais adequada para
atender as novas demandas e promover aprendizagens significativas, a
fim de contribuir com a formação de crianças e jovens competentes para
realizar as melhores escolhas e projetos de vida.

Boa leitura!
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Muitos de nós já nos perguntamos sobre a real necessidade do uso


das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) nas
aulas ou como engajar alunos desinteressados. Para começar a
discussão, é importante termos sempre em mente que o acesso à
informação tem se difundido com uma rapidez vertiginosa. Com a
obtenção de conhecimento ao alcance de um clique, formar
estudantes capazes de utilizar essas informações de maneira a
possibilitar uma melhor inserção no mundo e o exercício pleno da
cidadania passaram a ser questões discutidas por um número
cada vez maior de pessoas da área de educação, bem como de
outros setores. A todo momento, os educadores são desafiados a
entender um mundo conectado, multifacetado e cada vez mais
complexo. E, mesmo com o acesso à informação mais ágil e fácil,
é uma tarefa árdua fazer com que crianças e jovens desenvolvam
uma postura crítica, reflexiva, ética e solidária.
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Diante desses desafios, espera-se


que os professores assumam novos
papéis e, para tal, é necessário um
reposicionamento que engloba rever
e revisitar diferentes teorias de
aprendizagem, concepções de
planejamento, estratégias de
trabalho e gestão da sala de aula, a
fim de proporcionar aprendizagens
que possibilitem aos estudantes uma
nova relação com os conteúdos
escolares. É nesse sentido que a
aprendizagem significativa pode
possibilitar novas formas de encarar
o desafio da aprendizagem.

O termo aprendizagem significativa


foi proposto por David Ausubel,
psiquiatra e professor, que fez
carreira acadêmica na área de
psicologia educacional.
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De acordo com Moreira (1995, p. 151):

aprendizagem significativa é o processo pelo


qual novas informações relacionam-se com
um aspecto especificamente relevante da
estrutura de conhecimento do indivíduo, ou
seja, este processo envolve a interação da
nova informação com uma estrutura de
conhecimento específica, a qual Ausubel
define como conceito subsunçor1.

Em contraste com a aprendizagem significativa,


temos o que Ausubel chamou de aprendizagem
mecânica, na qual os novos conceitos aprendidos
não se articulam com os subsunçores na estrutura
cognitiva do indivíduo e ficam dispersos nela. Ainda
que esses dois conceitos sejam contrastantes,
haveria um contínuo, caracterizado por
conhecimentos totalmente soltos e sem
articulação até aqueles que estão fortemente
articulados e que produzem, então, novos
significados para saberes que o aluno já possuía.

1. A palavra subsunçor não existe em Português e é


uma tentativa de aportuguesar a palavra inglesa
subsumer, que poderia ser traduzida como facilitador.
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A concepção proposta por Ausubel e aprimorada por Novak faz parte


do que se conhece como Cognitivismo, teoria da aprendizagem, na
qual a estrutura cognitiva é primordial para o processo de
aprendizagem e é constituída por representações conceituais de
experiências sensoriais do indivíduo, principalmente, aquelas
relacionadas à linguagem.

Sendo assim, a aprendizagem pode ser mais significativa, quando é


capaz de articular o que o aluno já sabe com aquilo que ele ainda não
sabe; e isso significa ir muito além do mero acúmulo de informações.

Nesse sentido, Santomé (1998) em sua obra Globalização e


Interdisciplinaridade: o currículo integrado destaca que:

É preciso levar sempre em consideração as peculiaridades


cognitivas dos que aprendem; conhecer a partir de seus
conceitos espontâneos e implícitos para gerar as adequadas
contradições ou conflitos cognitivos capazes de obrigar cada
estudante a substituir ou reconstruir suas ideias, para enfrentar
os novos desafios que os envolvem. Logicamente, quanto mais
geral ou amplo for o conteúdo a ser trabalhado nas salas de
aula, pelo menos nos momentos iniciais de cada projeto
curricular, maiores serão as possibilidades de o mesmo ser
significativo e motivador para os alunos. (p. 43)
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Então, para que uma aprendizagem Sobre essa necessidade de


seja significativa, algumas estabelecer pontes entre os
condições precisam ser satisfeitas: mundos, Paulo Freire em seu livro
em primeiro lugar o conteúdo a ser Pedagogia da Autonomia: Saberes
aprendido precisa ser necessários à prática educativa
potencialmente significativo, ou (1996), ressaltava a importância de
seja, precisa ter uma aptidão para se respeitar os saberes dos alunos,
se ligar aos subsunçores conquistados, muitas vezes, nas
(conhecimentos prévios) do experiências socialmente
estudante; além disso, o estudante construídas e que tanta relevância
também precisa ter certa habilidade têm para eles. Partir dessa
para aprender dessa forma experiência, aprofundar as questões
contextualizada e significativa, e isso que esses vivenciam é fundamental,
pode ser desenvolvido, desde cedo, segundo o autor, para a construção
por meio de atividades que vão além de conhecimento real. O autor
da simples memorização de também destaca a importância de
informações. É preciso estabelecer se instigar o senso crítico e de como
ligações, pontes cognitivas entre o a criticidade pode propiciar que o
mundo do aluno e aquele aluno vá do conhecimento de senso
apresentado pela escola, para que comum a um saber epistemológico,
essa disposição de aprender esteja cunhado no rigor científico.
sempre presente no estudante.
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Para fazer frente aos desafios do mundo atual,


instituições escolares e profissionais da área de
educação têm se empenhado na busca de novas
concepções e metodologias capazes de atender
as demandas que se apresentam. O
construtivismo é, para muitos, uma forma de
superar os desafios que surgem como uma
concepção capaz de formar os estudantes, sob
uma perspectiva mais reflexiva, dando sentido às
aprendizagens. O construtivismo, portanto, não é
um método e não deve ser utilizado como uma
receita que pode ser seguida à risca,
desconsiderando o lugar onde se atua e os
estudantes. Essa concepção de ensino e
aprendizagem se propõe a auxiliar na reflexão
sobre as práticas pedagógicas e como se
aprende e se ensina, levando em consideração o
contexto, no qual os estudantes estão inseridos.
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Para compreender esta concepção de ensino e


aprendizagem é necessário:

Considerar os conteúdos da aprendizagem


como produtos sociais e culturais e o
professor como um mediador entre o indivíduo
e a sociedade, considerando-o como um
aprendiz social.

Compreender que aprender não é copiar ou


reproduzir. Aprender é elaborar uma
representação individual da realidade, a partir
de vivências e experimentações, sempre
considerando os conhecimentos prévios
(subsunçores).

Reconhecer que aprendizagem significativa é


aquela que permite a construção de
significados próprios, articulando a
experiência pessoal e a realidade social.
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Aprendizagem significativa se constrói motivada por um interesse


ou uma necessidade de saber e, para mediar essa construção de
conhecimento significativo, é fundamental compreender que, além
dos aspectos cognitivos, a aprendizagem envolve aspectos afetivo-
relacionais. Além disso, também é importante ressaltar que a
estrutura cognitiva do estudante pode ser favorecida, quando os
conteúdos são apresentados de maneira mais integrada e
contextualizada possível, e quando são usadas estratégias
adequadas de organização dos conhecimentos, de maneira
sequencial, a partir de conceitos mais abrangentes para os mais
específicos. Assim, as habilidades vão se desenvolvendo
continuamente e os conhecimentos produzidos são cada vez mais
articulados e, portanto, mais significativos.

O desenvolvimento dessas habilidades que possibilitarão a


aquisição de competências tanto cognitivas quanto afetivo-
relacionais está presente de maneira substantiva na BNCC,
promulgada em 2017.
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Nesse documento, que norteia as


escolhas relacionadas aos currículos
nas redes de ensino, além dos
aspectos cognitivos, também é dada
muita atenção àqueles aspectos que,
muitas vezes, são menos abordados no
cotidiano da escola: as competências
socioemocionais. São elas que
possibilitam uma apreensão mais ou
menos eficiente das aprendizagens,
além de estarem associadas aos
aspectos relacionais e afetivos da vida,
tão fundamentais para o exercício de
uma vida adulta crítica, humana,
solidária e ética. As competências
gerais de número 8, 9 e 10, que
detalharemos a seguir, versam sobre
esses aspectos de uma educação para
vida, que vai além dos aspectos
cognitivos e intelectuais.
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Competência 8
Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua
saúde física e emocional,
compreendendo-se inserido na
diversidade humana e reconhecendo suas
emoções e as dos outros, com autocrítica
e capacidade para lidar com elas.

Competência 9

Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução


de conflitos e a cooperação, fazendo-se
respeitar e promovendo o respeito ao
outro e aos direitos humanos, com
acolhimento e valorização da diversidade
de indivíduos e de grupos sociais, seus
saberes, identidades, culturas e
potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.

Competência 10

Agir, pessoal e coletivamente, com


autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação,
tomando decisões com base em
princípios éticos, democráticos,
inclusivos, sustentáveis e solidários.
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Como podemos perceber, muito além de explorar os objetos culturais


(conhecimentos) que acreditamos ser pertinentes reproduzir nas
novas gerações, a educação atual só estará completa se for capaz de
fazer com que o sujeito construa significados pessoais sobre a
realidade, além do respeito a si próprio, a autoestima, as
características relacionadas ao equilíbrio pessoal e a maneira como
se relaciona com o outro.

Esses objetivos não são menores e a forma como a BNCC


reforça esse pressuposto é fundamental para a formação, sobretudo,
mais cidadã. Conhecimento que não venha acompanhado desses
valores de respeito e cuidado consigo e com os outros, não tem valor
e não torna a sociedade melhor e mais ajustada aos interesses
coletivos e individuais. Daí, a importância de se elencar essas
competências e colocá-las em destaque junto daquelas de natureza
cognitivo-intelectual.
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Os pressupostos apresentados até aqui,


ainda que façam parte do cotidiano dos
professores, valem a pena serem
relembrados principalmente, quando
consideramos as 10 Competências
Gerais propostas pela BNCC (2017).

O documento considera que os


educadores devem ser mediadores e
desempenharem o papel de parceiros
mais experientes, sendo os responsáveis
por orientar e acompanhar os educandos
na construção dos conhecimentos.

Desse modo, para facilitar a construção


de aprendizagens significativas,
acompanharemos, a seguir, o que os
professores devem fazer, segundo
Moreira (1995, p. 162):
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identificar quais conteúdos, dentre os que


ensinam, são mais abrangentes e
integrados e quais são mais específicos,
para que a organização do material a ser
apresentado parta dos conceitos e
pressupostos mais amplos e gerais, para os
menos inclusivos e particulares;

identificar quais conhecimentos prévios o


aluno deve ter para aprender de maneira
mais significativa os novos conhecimentos;

diagnosticar de maneira contínua o que o


aluno já sabe, descobrindo quais os
subsunçores específicos para ancorar os
novos conhecimentos que se deseja que
eles aprendam;

utilizar as melhores estratégias e/ou


métodos para ensinar determinado
conteúdo, de modo a favorecer ao máximo a
articulação entre o novo conhecimento
(mais específico) com o subsunçor mais
relevante relacionado.
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Sendo assim, para o melhor desempenho do papel de mediador


e para que se consiga tornar as aprendizagens mais
significativas nos termos expostos acima, faz-se importante,
também, que o professor verifique quais valores e concepções
sobre aprendizagem ele leva para sua sala de aula, uma vez que
essas concepções, a depender de qual teor tenham, podem
facilitar ou atrapalhar o processo de mediação e construção das
aprendizagens significativas.

Segundo Mauri, citada por Coll (2006), ao se ensinar


determinados conteúdos escolares, o professor aciona, quase
sem perceber, uma série de ideias e opiniões sobre o que
significa aprender na escola e sobre como ajudar os alunos, para
que essa aprendizagem ocorra. Nesse sentido, a autora nos
apresenta três grupos de professores, de acordo com suas
concepções sobre os objetivos das aprendizagens.

Vamos conhecê-las, a seguir.


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Conhecer as respostas corretas


Entende-se que aprender significa responder
satisfatoriamente às perguntas. Reforçam-se
positivamente as respostas corretas, validando-
as. Espera-se que os estudantes reproduzam
fielmente a informação do texto; acertos são
premiados e os erros são penalizados. Os
educandos são considerados receptores
passivos. A mediação não é considerada
essencial para a compreensão, já que o foco
está nas perguntas de localização de
informações no texto e na aplicação de
atividades de repetição e fixação.
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Adquirir os conhecimentos
relevantes
Entende-se que o estudante aprende, quando
apreende as informações necessárias; há a
crença de que a prioridade é o processamento
de informações pelos alunos. Considera-se
que a principal atividade do professor é
oferecer as informações em múltiplas
situações (explicações, leituras, vídeos,
conferências, visitas a museus etc.),
possibilitando, assim, que os estudantes
processem essas informações. O professor é o
centro do processo, detentor do saber e o único
capacitado a dar informações corretas. O
professor nega qualquer outra interpretação
possível, por parte do aluno, para a informação
transmitida; não há confronto de ideias; como
consequência, o educando pode encontrar
dificuldades em generalizar a informação para
um contexto mais amplo. Compreende-se que
o conhecimento é resultado da cópia e não de
um processo de significação pessoal.
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Construir conhecimentos

Entende-se que os conteúdos escolares


são aprendidos, a partir do processo de
construção pessoal. O centro é o
educando, o professor é o mediador da
aprendizagem. O estudante é
considerado como ser ativo, capaz de
construir suas aprendizagens (aprende a
aprender). Ao reconhecer que aprender é
construir conhecimentos, identifica-se a
natureza ativa dessa construção e a
necessidade de conteúdos ligados ao ato
de aprender conceitos, procedimentos e
atitudes. As intervenções didáticas
devem promover uma atividade mental
intensa e o processo de aprendizagem é
tão importante quanto o produto.
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Fica claro que, para atingir os os professores nessa empreitada.


objetivos relacionados à Apenas como um exemplo, é
construção de aprendizagens possível identificar no material
significativas, o professor deve para os anos iniciais do Ensino
ter disposição para mediar esses Fundamental do Sistema Poliedro
conhecimentos e ir além das que, além da Coleção Phases
aprendizagens mecânicas, que (EFAI), concebida para
mencionamos anteriormente. desenvolver as habilidades e
Ainda que, em algum momento, competências definidas para
elas possam ser o arcabouço no cada ano escolar, em todos os
qual as relações de componentes curriculares,
conhecimento vão se também foi elaborado o Manual
estabelecer, é fundamental de Educação Socioemocional
buscar um maior sentido e para todos os anos, associados
contexto para o que se ensina, aos componentes curriculares,
alinhando-se, então, com as que pode auxiliar os educadores
perspectivas atuais de a selecionar as melhores
Educação. Justamente por se estratégias e práticas
tratar de algo tão relevante e pedagógicas que possibilitem a
necessário, os materiais construção de conhecimentos e o
didáticos têm se adequado às desenvolvimento de habilidades
novas exigências, para auxiliar e competências.
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Cientes das transformações pelas quais passou a sociedade e de


que é necessário revisitar as práticas pedagógicas, para formar esse
estudante reflexivo e crítico, capaz de resolver as demandas da vida
contemporânea, vamos retomar, de maneira mais sistemática,
algumas práticas pedagógicas que auxiliam a construção de
conhecimento de forma significativa. Acompanhe:

contextualizar as informações e conceitos apresentados;

estabelecer relações entre os novos conteúdos e os


conhecimentos prévios dos alunos;

possibilitar a participação dos estudantes nas atividades,


considerando os diferentes níveis de competência, conhecimento
e interesse;

considerar as relações afetivas e emocionais como um aspecto


relevante no processo de aprendizagem;

realizar intervenções, replanejar e ajustar as atividades, durante


o processo de realização (o foco deve sempre ser o estudante,
por isso, se não está promovendo aprendizagem, é necessário
rever o processo);
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promover a utilização e o aprofundamento


autônomo dos conhecimentos pelos alunos
(aprender a aprender e consolidar as
aprendizagens de maneira autônoma);

considerar que a maneira como a


comunicação é feita aos alunos interfere no
processo de aprendizagem;

atribuir novos contextos à experiência e


reconceituá-la, auxiliando os estudantes a
estabelecerem relações e articularem
conhecimentos.

Além disso, para se ter evidências de que a


compreensão se dá de forma significativa é
interessante formular questões e problemas,
de maneira não familiar, fazendo com que o
estudante acione o máximo de estruturas
sensoriais e cognitivas para sua resolução.
Transformar os conhecimentos adquiridos
pode ser uma forma de saber qual o grau de
compreensão que o aluno atingiu e com quais
conhecimentos prévios ele relacionou as
novas aquisições.
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Novas concepções de ensino- aprendizagem e com autonomia

aprendizagem precisam de um para gerir suas tarefas e

novo aluno em sala de aula. No atividades, pode demandar

entanto, esse novo aluno terá de tempo, orientação constante,

ser construído, assim como as paciência e regras claras e

aprendizagens. Não é factível que flexíveis que possam ser

um estudante, que tenha seguidas e respeitadas por todos

passado anos sob um paradigma e que possam ser alteradas, caso

educacional com suas práticas e não estejam a serviço da

pressupostos, mude aprendizagem significativa.


rapidamente, a despeito dos Em primeiro lugar, cabe
desejos e anseios de seus informar, com clareza, quais os
professores. objetivos de cada tarefa,

Nesse sentido, a transição de um atividade, proposta ou sequência

estudante mais passivo, que didática, para que o aluno saiba

esperava sentado pelas em que lugar está, em termos de

instruções e ouvia aprendizagem, e para onde pode

silenciosamente o professor, avançar com a mediação de seu

durante a maior parte do tempo, professor, além de poder

para um aluno ativo, evidenciar o sentido e intenção

corresponsável pela sua do que está produzindo.


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Também é fundamental que o


professor não tome como certa, a
aprendizagem de atitudes e
procedimentos requeridos, quando o
aluno se torna o centro do processo
educativo. O aprendizado de atitudes e
procedimentos é tão fundamental
quanto os conteúdos conceituais e, por
serem muitas vezes “naturalizados”,
acabam por escapar do planejamento e
até da intencionalidade do docente.

Para que o aluno produza e se sinta


mobilizado a produzir, é fundamental
que a cultura da escola caminhe nesse
sentido: de valorizar as produções dos
alunos e suas conquistas. Assim, o
aluno criará o hábito de produzir
sempre de maneira autoral, evitando
as distorções no processo de
aprendizagem, que ocorrem quando as
atividades não são autorais.
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Outro ponto a salientar é que a


autonomia tão desejada só será
alcançada se for ensinada: o estudante
deve saber o que se espera dele nas
diversas etapas de escolarização e a
escola deve proporcionar todo o apoio,
para que ele consiga regular sua
aprendizagem de maneira autônoma.
Nesse sentido, as devolutivas e
feedbacks são fundamentais por
indicarem para o estudante o que ele
alcançou e o que ainda precisa alcançar.

Para finalizar, o aluno, como centro do


processo de ensino-aprendizagem, é um
conceito em construção, que deve ser
encarado como tal por toda comunidade
escolar. É fundamental que a instituição
verifique, junto às suas práticas e
concepções, elementos que não
coadunem com essa nova perspectiva
de aprendizagem.
Muitas vezes, as instituições acabam por
reforçar, sem intenção, os valores que
pretendem superar e isso pode se
manifestar na forma de atividades
burocráticas, às quais os alunos são
submetidos, regras arbitrárias ligadas à
tradição, práticas menos articuladas com
princípios democráticos e falta de voz ativa
dos discentes. Como parte ativa desse
processo, eles precisam ter seu lugar de
expressão e de consideração em relação
aos seus desejos e perspectivas. É por
meio dessa avaliação contínua e
sistemática de todos os envolvidos, que a
educação com vistas à aprendizagem
significativa pode efetivamente acontecer.
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Como vimos, as mudanças exigem que o papel do professor e suas


práticas pedagógicas sejam revisitados e adequados às mudanças.
Não se trata mais de oferecer informações ou promover
aprendizagens de conceitos, exclusivamente; o desafio que se
apresenta é contribuir com a formação integral dos estudantes,
para que esses possam intervir e transformar a sociedade de
maneira positiva, resolver demandas complexas da vida e construir
seus projetos de vida.

Nos próximos módulos, vamos aprofundar os estudos sobre as


possibilidades de articular atividades, de maneira a potencializar
aprendizagens, desenvolver habilidades e competências, por meio
da organização de sequências didáticas.
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Vimos aqui que as transformações sociais


têm impulsionado a adoção de diferentes
concepções de ensino-aprendizagem
como a aprendizagem significativa. Essas
novas concepções, por sua vez, levam a
um novo desenho dos papéis dos
professores e alunos. Pensar em novas
estratégias didáticas que envolvam esses
atores é, portanto, fundamental para o
sucesso da construção do conhecimento.
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BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em:


http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF
_110518_versaofinal_site.pdf Acesso em 26/10/2020.

COLL, César. et al. O construtivismo na sala de aula. São


Paulo: Ática, 2006.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à


prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996

PAGANOTTI, Ivan. Vygotsky e o conceito de zona de


desenvolvimento proximal. Nova Escola, 11 Mai 2011.
Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/1972/vygotsky-e-o-
conceito-de-zona-de-desenvolvimento-
proximal?imprimir=truevoltar=/conteudo/1972/vygotsky-e-o-
conceito-de-zona-de-desenvolvimento-
proximal?imprimir=true#_=_ Acesso em 02/02/2021.
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Aprendizagem dos conteúdos escolares

SANTOMÉ, J.T. Globalização e interdisciplinaridade: o


currículo integrado. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul
Ltda., 1998.

MOREIRA, M.A. A teoria da aprendizagem significativa de


Ausubel. In: Ensino e aprendizagem: enfoques teóricos. São
Paulo: Editora Moraes, 1995.

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