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Sequência Didática: Bases

Objetivos de aprendizagem ....................................................... 3

Para que educar? ...................................................................... 4

Sistematização dos elementos na construção da SD .............. 7

Conceituação sobre SD ............................................................. 17

As SDs no contexto da BNCC .................................................... 23

Recapitulando ........................................................................... 27

Referências ................................................................................ 28
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Sequência Didática: Bases

Compreender quais são os elementos fundamentais


para a elaboração de Sequências Didáticas no
contexto da BNCC.
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Sequência Didática: Bases

Esta pergunta modesta e ao


mesmo tempo potente habita
mentes e corações daqueles que
fazem da Educação seu exercício
profissional diário. A intenção e os
objetivos amplos da Educação, de
certa forma, são os primeiros
elementos que devem suscitar a
reflexão no momento das escolhas
metodológicas e, nesse sentido,
Zabala (1998, p. 27) nos adverte
que, “por trás de qualquer
proposta metodológica se esconde
uma concepção do valor que se
atribui ao ensino, assim como
certas ideias mais ou menos
formalizadas e explícitas em
relação aos processos de ensinar
ou aprender”.
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Trazer essas concepções à organizativas do trabalho


consciência e torná-las o mais pedagógico possam apresentar
explícitas possível é fundamental quando aplicadas, essa eficácia
para superar algumas fragilidades só poderá ser alcançada ao
daquilo que se deseja atingir do confrontá-las com a realidade,
ponto de vista didático-pedagógico em outras palavras, com a
e verificar quais possibilidades contextualização da situação de
uma estratégia ou outra têm para ensino, na qual tais recursos são
transformar esse desejo em adotados. A realidade social em
realidade. Nesse sentido, como já que docentes e discentes estão
apresentamos no módulo anterior, imersos é o elemento balizador
é importante que os docentes se das escolhas metodológicas e,
coloquem em questionamento como tal, pode resultar em
frequente, para entender como as efeitos diversos, a depender
aprendizagens são construídas e das suas condicionantes.
quais delas são produzidas nas Uma prática estabelecida com
práticas educativas adotadas um grupo de alunos em uma
atualmente. Além disso, é preciso situação pode apresentar
conceber que, apesar da suposta diferentes resultados se aplicada
eficiência que certas metodologias com outro grupo, em outro
estratégias ou ainda modalidades, contexto educacional.
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Ter consciência das limitações dos


recursos e estratégias é fundamental
para uma escolha mais cuidadosa, crítica
e capaz de resultados mais eficazes.
Nesse módulo, apresentaremos quais
são os elementos que devem ser levados
em consideração para a construção de
Sequências Didáticas que busquem como
resultado aprendizagens significativas e
conectadas com a intencionalidade dos
professores. Apresentaremos também
uma conceituação teórica das
Sequências Didáticas, bem como uma
articulação possível com a BNCC.
Sabemos que há outras concepções
teóricas viáveis por trás do que
chamamos de Sequências Didáticas, no
entanto, aquela aqui apresentada é a que
acreditamos que melhor pode se
adequar às realidades de professores de
diferentes níveis de ensino e diversos
componentes curriculares.
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O que a escola deve ensinar?


O que o aluno deve aprender?

O binômio ensino-aprendizagem é a espinha dorsal da escola e


sobre essa problemática professores e gestores se debruçam, dia
após dia, em busca de soluções que estejam ao alcance do que
pode ser feito pelas instituições e do que é considerado
fundamental para um ensino de excelência. Melhorar as
aprendizagens por meio das práticas educativas adotadas é um
processo contínuo de planejamento, aplicação e avaliação.

Atualmente, muito se fala de escolas conteudistas e, a depender


do contexto e do interlocutor, essa denominação pode ser recebida
como um elogio ou como uma crítica. Então, o que seria uma escola
conteudista? E por que uma escola dita conteudista tem esse
caráter ambivalente?
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Para muitos, uma escola


conteudista é aquela que
valoriza os conceitos que a
escola deve ensinar, como
Trigonometria, Anatomia
Humana, Expressionismo e
Revolução Russa, por exemplo.
Devido ao intenso aporte teórico,
muitos pais, além de alguns
docentes, consideram que uma
escola como essa é forte e de
qualidade superior. Há uma
percepção, que se consolidou a
partir do final do século XIX e
que ainda está bastante
arraigada em algumas pessoas,
que aprender é saber nomes,
fatos, dados e conceitos; e
lembrar-se deles quando há
necessidade para tal. Nessa
perspectiva, uma pessoa com
essas habilidades seria
considerada culta.
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Não há dúvidas que o


conhecimento é composto
por tais elementos, no entanto,
atualmente há um consenso
entre pesquisadores da área de
Educação de que formar apenas
para a memorização de conceitos
não é o suficiente, ainda que essa
seja uma habilidade a ser
desenvolvida. É preciso que
os alunos também aprendam
atitudes e procedimentos
necessários ao desenvolvimento
de competências mais amplas,
as quais associadas e articuladas
com conceitos, dados e fatos
possam tornar o sujeito capaz de
entender o mundo e atuar sobre
ele de forma justa, democrática,
crítica e esclarecida. Nesse
sentido, cabe ampliarmos a
definição do que é um conteúdo.
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Portanto, uma escola conteudista tem


esse caráter ambivalente, porque ela pode
ser uma instituição que somente trabalha
com a memorização dos conteúdos
conceituais. Por outro lado, há escolas
consideradas conteudistas que trabalham
os conteúdos a partir da concepção de
Zabala. Segundo Zabala (1998, p. 30), os
conteúdos são “tudo quanto se tem que
aprender para alcançar determinados
objetivos que não apenas abrangem as
capacidades cognitivas, como também
as demais capacidades.”

Desse modo, podemos ir além dos


conteúdos conceituais, que são objetos de
variados componentes curriculares
organizados em disciplinas na escola, e
classificá-los de acordo com a tipologia
proposta por Coll (2008), que os divide em
três grupos: os conteúdos conceituais,
os procedimentais e os atitudinais.

Vamos conhecê-los a seguir.


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São aqueles ligados ao que o estudante deve saber:

fatos;

datas;

conceitos;

dados;

proposições;

princípios.

Em geral, esses têm sido os conteúdos mais fortemente


abordados nas escolas e, como ressaltado na consideração
acima, aqueles que fazem com que pais os associem a um
ensino de qualidade superior.

Esse tipo de concepção está ligado à ideia de uma escola


propedêutica, baseada na acumulação de informações e cujo
propósito é preparar o aluno para o ingresso no Ensino
Superior (ZABALA, 1998), escola essa que já não responde
mais às demandas atuais, mencionadas no módulo 2.
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Envolvem aquilo que o aluno deve saber fazer: técnicas, habilidades,


métodos, destrezas. Esses conteúdos, muitas vezes, fazem parte do
que conhecemos como currículo oculto, que são “aquelas
aprendizagens que se realizam na escola, mas que nunca aparecem
de forma explícita nos planos de ensino” (ZABALA, 1998, p. 30). Por
exemplo, um professor do oitavo ano pode solicitar à turma que faça
uma pesquisa bibliográfica sobre a Revolução Francesa, mas não
ensina aos alunos como espera que eles façam tal pesquisa.
O professor acredita frequentemente que não é necessário
dar orientações para essa tarefa, ou por crer que o aluno já sabe
como fazer (e nesse caso, ele pode imaginar que os professores das
séries anteriores já ensinaram “como fazer”), ou por considerar que
se trata de algo que se aprende fazendo, quase de maneira orgânica.

De fato, a melhor forma de aprender conteúdos procedimentais é


fazendo, no entanto, o professor deve orientar os estudantes sobre
como se faz, para que se alcance a intencionalidade e o sentido para
os quais ela foi planejada. Os conteúdos ocultos precisam ser
explicitados, para que as habilidades possam ser de fato avaliadas e
sobretudo, desenvolvidas e aprendidas significativamente.
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Os conteúdos atitudinais, por sua vez, são aqueles relacionados à


constituição do sujeito, ou seja, são os valores, atitudes e normas
que desejamos que os estudantes aprendam e incorporem.
E, novamente nessa dimensão, percebemos controvérsias sobre
qual seria o papel da escola e o da família. Ainda que, de fato, a
família seja o primeiro núcleo socializador da criança e
a internalização das regras e valores comece nesse âmbito,
a escola, como instituição formadora, tem também que
legitimar esses conteúdos e trazê -los à luz, para que essa
perspectiva da aprendizagem tenha seu lugar e possa completar
o prisma de saberes que o sujeito deve aprender na escola.

Para melhor entender a tipologia de conteúdos, acompanhe, a


seguir, um exemplo baseado no material do Sistema de Ensino
Poliedro para o 5º ano – Geografia.
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Conteúdo Conceitual: Características das cidades

No livro 1 de Geografia da Coleção Phases para o 5º ano, temos a


apresentação das características da cidade, o que é urbanização, o que
são cidades espontâneas e planejadas e como se deu a formação das
cidades brasileiras.

Conteúdo Procedimental: Representar por meio de uma planta o


espaço geográfico de uma cidade

Na seção Interação, da página 21, o aluno é convidado a desenhar a


planta de uma cidade hipotética, para experimentar a ideia de
planejamento de uma cidade. O uso dos espaços, as escalas do
desenho, as formas de representação são habilidades que podem ser
desenvolvidas com essa atividade.

Conteúdo Atitudinal: Desenvolver atitudes para melhorar a vida


na cidade.

A seção + Ação, da página 25, solicita que os alunos perguntem aos


seus pais os motivos de terem escolhido viver em cidades e o que
poderia ser feito para que as cidades sejam lugares melhores para se
viver. A partir dessa atividade, é possível refletir sobre atitudes
relacionadas ao respeito ao meio ambiente, ao próximo e atitudes que
favoreçam o convívio em comunidade.
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Como pudemos acompanhar no


exemplo, a disponibilização de
diversas atividades pode fazer com
que o aluno aprenda não apenas
conceitos, que são as informações a
respeito do funcionamento e
características das cidades, mas
também desenvolva conteúdos
procedimentais, como representar
espaços geográficos, sistematizando
informações e utilizando escalas e
legendas. Além disso, ao pensar
sobre como melhorar a cidade,
desenvolverá conteúdos atitudinais
que estão relacionados a introjetar
valores, normas e regras de convívio.
Desse modo, o aluno articula novos
conceitos aos que já conhece e, com
isso, vai tornando mais rica a rede de
conhecimentos de sua estrutura
cognitiva, além de incorporar
habilidades socioemocionais.
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Como acompanhamos no módulo anterior, a estrutura cognitiva


é o conjunto de representações conceituais provenientes
das experiências sensoriais do indivíduo, no qual os
conhecimentos se organizam e se integram. Essa estrutura pode
ser influenciada de duas maneiras (MOREIRA, 1995, p. 161):

Substancialmente – com a apresentação de conteúdos


amplos, com grande capacidade de articulação e
integração aos saberes do estudante;

Programaticamente – com o emprego de técnicas e


estratégias adequadas de apresentação do conteúdo e de
uma organização sequencial do objeto de conhecimento a
ser ensinado.

Para Ausubel, o fator mais importante para conduzir as


aprendizagens é identificar o que o aluno já sabe e, a partir daí,
construir aprendizagens que vão se encaminhando, do mais
universal para o mais particular, articulando atividades
sequenciadas que reforçam o sentido e a importância da
aprendizagem. Sobre esse tipo de Sequências Didáticas,
apresentaremos seu conceito e características a seguir.
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Podemos considerar uma atividade mão dupla, que envolve a intenção


como a unidade fundamental de de ensinar dos professores e o
uma prática pedagógica. Sempre desejo de aprender dos estudantes.
que um professor ou professora Sabemos agora, que os conteúdos
começa a planejar sua aula, conceituais não são os que somente
concentra-se em encontrar os importam; é preciso aprender a
melhores métodos, estratégias e aprender e aprender a ser, para que
recursos para constituir todas as dimensões de uma
determinado conteúdo no sujeito educação integral sejam
que está em formação; e isso se contempladas. Nesse sentido, e
materializa por meio das atividades. numa perspectiva construtivista, as
Segundo Oliveira (2013, n.p.), “o Sequências Didáticas podem ajudar
ensinar e o aprender implicam uma os professores a planejarem
relação entre o sujeito que se atividades que sejam articuladas e
propõe a trabalhar e socializar que visem garantir as
saberes e alguém que está aberto a aprendizagens dos conteúdos
ouvir e apreender novos saberes, conceituais, atitudinais e
para aprofundar conhecimentos já procedimentais. Neste ponto, faz-
existentes”. Desse modo, a -se fundamental apresentarmos
aprendizagem é sempre uma via de apropriadamente esse conceito.
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Segundo Zabala (1998, p. 18) as


Sequências Didáticas são o “conjunto
de atividades ordenadas, estruturadas
e articuladas para a realização de
certos objetivos educacionais, que têm
um princípio e um fim conhecidos
tanto pelos professores como pelos
alunos”. Já para Oliveira (2013, n.p.)
uma Sequência Didática “é um
procedimento simples que
compreende um conjunto de
atividades conectadas entre si, e
prescinde de um planejamento para
delimitação de cada etapa e/ou
atividade para trabalhar os conteúdos
disciplinares de forma integrada, para
uma melhor dinâmica no processo de
ensino-aprendizagem”. Sendo assim,
elaborar uma Sequência Didática é
uma maneira de organizar os
conteúdos de modo a diversificar
estratégias e promover a construção
de aprendizagens de maneira
sequencial e ordenada.
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Além disso, o conceito trazido por


Zabala faz menção à importância da
coparticipação do aluno em seu
processo de aprendizagem como
ente ativo e participativo.
Trata-se, então, de uma abordagem
processual, que surgiu na França no
início da década de 1980 (OLIVEIRA,
2013), visando melhorar o processo
de ensino da língua materna. Dez
anos depois, no Brasil, essa
abordagem ganhou destaque com a
publicação dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN), em
1997, nos quais as teorias que
embasam as Sequências Didáticas
aparecem com forte destaque, em
especial a aprendizagem
significativa. E no Brasil, como na
experiência francesa, a SD passou a
ser aplicada, com maior destaque
para o ensino de nossa língua.
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No entanto, com o passar do tempo e da divulgação das


teorias por trás dessa abordagem, logo ela passou a compor o
rol de práticas educativas de várias disciplinas/componentes
curriculares.

Para elaborar uma SD é necessário considerar alguns fatores e


ordenar as atividades de maneira a criar um certo elo entre elas,
estabelecendo relações de pertinência e continuidade. Antes de
adentrar com maiores detalhes de como isso pode ser feito, vale
a pena apresentarmos os passos básicos para essa elaboração
segundo Oliveira (2013, n.p.):

1. Escolha do tema a ser trabalhado;

2. Questionamentos para problematização do assunto


a ser trabalhado;

3. Planejamento dos conteúdos;

4. Objetivos a serem atingidos no processo de ensino-


aprendizagem;

5. Delimitação da sequência de atividades, levando-se em


consideração a formação de grupos, material didático,
cronograma, integração entre cada atividade e etapas,
bem como a avaliação dos resultados.
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Além disso, é preciso considerar que, para


desenvolver aprendizagens significativas nos
estudantes é necessário pensar em atividades que:

Permitam identificar os conhecimentos


prévios dos estudantes. Isso pode ser feito
com atividades diagnósticas ou sondagens; e
não se deve limitar essa atividade ao início do
ano e sim ao início de uma SD.

Proponham conteúdos de maneira


significativa e funcional, ou seja, como indica
Ausubel, eles devem ter o maior potencial
possível para se ligar aos subsunçores que
foram evidenciados na etapa anterior.

Sejam adequadas ao nível de desenvolvimento


de cada aluno: a atenção à diversidade
é fundamental.

Consigam ser realizadas pelos alunos e levem


em consideração o que o aluno sabe fazer,
para, a partir daí, instigar o desenvolvimento
de níveis mais complexos ou aprofundados de
conteúdos e habilidades.
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Favoreçam a instauração de um conflito


sociocognitivo1.

Sejam capazes de promover motivação


e proporcionem vontade de aprender
no aluno.

Estimulem a autoestima e o autoconceito


no aluno, favorecendo o desenvolvimento
de sentimentos positivos em relação
à aprendizagem e em relação a si.

Desenvolvam habilidades e competências


que tornem o estudante cada vez mais
autônomo e crítico.

1. Segundo Coll (2008, n.p.), o conflito sociocognitivo é o


“desequilíbrio provocado pela confrontação de pontos de vista
moderadamente diferentes de um grupo de pessoas sobre
uma temática comum que obriga a reestruturações cognitivas
dos participantes e provoca o progresso intelectual.”
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A BNCC (BRASIL, 2017) é o documento que


serve de referência para a construção dos
currículos pelas redes de ensino público e
privado no Brasil. Esse documento tem força
de lei e deve nortear a construção dos
currículos de todas as escolas.

O objetivo de se produzir um documento com


esse teor, comum a todo país é garantir as
“aprendizagens essenciais que todos os alunos
devem desenvolver ao longo das etapas e
modalidades da Educação Básica, de modo a
que tenham assegurados seus direitos de
aprendizagem e desenvolvimento” (BRASIL,
2017, p. 7).

Desse modo, a BNCC veio para assegurar a


equidade no sistema educacional brasileiro,
possibilitando que todos os estudantes
tenham essas aprendizagens garantidas em
qualquer parte do país em que estejam.
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Os PCNs (BRASIL, 1997) já indicavam que os objetivos de aprendizagem


deveriam desenvolver habilidades e não apenas trabalhar com
os conteúdos conceituais; e esta concepção de currículo é reforçada
pela BNCC (BRASIL, 2017), que propõe a formação integral do sujeito,
indicando que a formação vai além dos aspectos intelectuais e que visa o
desenvolvimento do educando em todas as suas dimensões: intelectual,
física, emocional, social e cultural.

Sendo assim, o documento reforça, em alguma medida, a tipologia


proposta por Coll (2008), já abordada nesse texto: é necessário que a
escola assuma a aprendizagem de conteúdos conceituais,
procedimentais e atitudinais, para a conquista de competências que
levarão ao encontro da formação integral tão almejada.
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Em outros termos, o documento toma como


norte teorias na área de Educação que reforçam
a importância de envolver todas as dimensões
da formação humana no processo de
aprendizagem na Educação Básica.

Nesse sentido, a escolha de Sequências


Didáticas como metodologia para tratar o
currículo (e colocá-lo em ação) está em perfeita
consonância com os preceitos estabelecidos no
documento. Uma das evidências dessa
conformidade está nas ações que a BNCC
aponta como articuladoras entre o currículo e
os pressupostos do documento: “contextualizar
os conteúdos dos componentes curriculares,
identificando estratégias para apresentá-los,
representá-los, exemplificá-los, conectá-los e
torná-los significativos, com base na realidade
do lugar e do tempo nos quais as aprendizagens
estão situadas” (BRASIL, 2017, p. 16). Percebe-
se uma preocupação com a contextualização
dos conteúdos e em torná-los significativos para
garantia de aprendizagem.
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Da mesma maneira que em outro da cidadania e do mundo do


trecho temos como ação trabalho” (BRASIL, 2017, p. 8),
“selecionar e aplicar metodologias faz sentido atentar para
e estratégias didático-pedagógicas aspectos mais amplos e subjetivos
diversificadas, recorrendo a ritmos da formação e investir no
diferenciados e a conteúdos desenvolvimento de habilidades
complementares, se necessário, que dotarão o estudante de
para trabalhar com as necessidades conhecimentos mais antenados
de diferentes grupos de alunos”, com as demandas do mundo
aqui também é fácil perceber a contemporâneo. O caminho para
importância dada à diversidade de construir essas competências
estratégias e recursos didáticos. passa por articular atividades que
Uma vez que o foco da obedeçam aos pressupostos de
aprendizagem passa a ser o aprendizagem significativa. Ainda
desenvolvimento de competências que esses pressupostos já fossem
que na BNCC é definido como a seguidos em muitas escolas por
“mobilização de conhecimentos muitos professores e gestores,
(conceitos e procedimentos), a promulgação de um documento
habilidades (práticas, cognitivas e oficial, com força de lei, torna
socioemocionais), atitudes e valores esse enunciado mais explícito e,
para resolver demandas complexas portanto, com objetivos mais claros
da vida cotidiana, do pleno exercício a perseguir.
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Sequência Didática: Bases

Nesse módulo, estudamos alguns


pressupostos importantes para serem
considerados na aplicação das Sequências
Didáticas: os conteúdos de ordem
conceitual, procedimental e atitudinal como
dimensões do saber escolar que,
articulados, tornam o currículo vivo e capaz
de cumprir os objetivos da escola em seu
sentido mais amplo. Também conceituamos
Sequências Didáticas e apresentamos um
pouco da história do desenvolvimento dessa
modalidade. Por fim, fizemos uma rápida
articulação das Sequências Didáticas
com o contexto de implantação da BNCC,
com o qual é possível perceber que essa
modalidade pode ser de grande ajuda na
conquista das competências preconizadas
no documento.
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Sequência Didática: Bases

COLL, C. (org.) Psicologia do ensino. Porto Alegre: Artmed,


2008, ebook.

MOREIRA, M.A. A teoria da aprendizagem significativa de


Ausubel. In: Ensino e aprendizagem: enfoques teóricos. São
Paulo: Editora Moraes, 1995, p. 61-73.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum


Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2017.

OLIVEIRA, M. M. de. Sequência Didática interativa no


processo de formação de professores. Petrópolis, RJ: Vozes,
2013, ebook.

ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre:


Artmed, 1998.

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