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Unidade: A Didática e seu Objeto

de Estudo

Unidade I:

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Unidade: A Didática e seu Objeto de Estudo

Ao iniciarmos uma disciplina que pretende discutir diferentes aspectos


da Didática, cabe aqui uma reflexão inicial sobre o conceito que cada um de
nós tem de didática.
Ao pesquisarmos nos dicionários, encontraremos diferentes definições:
1. Arte de ensinar e de fazer aprender; Conjunto de preceitos que têm
por fim tornar o ensino prático e eficiente; Ciência auxiliar da pedagogia que
1
promove os métodos mais adequados para a aprendizagem
2. Arte de ensinar2
3. Didática é o estudo da situação instrucional, isto é, do processo de
ensino e aprendizagem, e nesse sentido ela enfatiza a relação professor-
aluno.3
4. Didática é uma reflexão sistemática sobre o processo de ensino-
aprendizagem que acontece na escola e na aula, buscando alternativas para
os problemas da prática pedagógica.4
Podemos perceber que nas definições acima aparecem os termos
educação, ensinar, aprendizagem, processo, prática pedagógica. A Didática
está, portanto, intimamente ligada à Pedagogia, enquanto reflexão para uma
educação melhor e um processo ensino-aprendizagem mais significativo tanto
para professores quanto para alunos.
Normalmente os professores preocupam-se em ensinar a seus alunos
os conteúdos necessários à formação acadêmica. Mas é preciso uma
preocupação que vai além do ensino: refere-se à educação como processo de
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formação do ser humano. Nesse sentido, educar é muito mais que ensinar. É
preciso, portanto estudo e reflexão sobre as teorias educacionais e que se
destine à Didática, enquanto disciplina específica da formação pedagógica, a
função de aprofundar as teorias e a prática do ensino.

1
http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx Acesso em jan.2009
2
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=didática Acesso em Jan.2008
3
HAIDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. 7. ed. São Paulo, Editora Ática. 2002.
Série Educação. p.13
4
MASETTO, Marcos Tarciso. Didática: a aula como centro. 4. ed. São Paulo:FTD, 1997.
Coleção Aprender e ensinar. P.13

1
Trajetória Histórica da Didática

O trabalho realizado hoje em nossas escolas reflete uma evolução e


construção que vem de longa data, baseadas nas pesquisas e estudos de
educadores diversos, e que foram se modificando e aprimorando (ou não), num
processo que chamamos de reflexão-ação-reflexão.

A reflexão nos mostra que a educação é um processo


que evolui numa construção constante ao longo da
vida das pessoas. Num sentido mais amplo é o
processo de desenvolvimento da personalidade,
incluindo as qualidades físicas, morais e intelectuais
visando às relações humanas dentro de um contexto
http://www.talk2.com.br/wpcontent sócio-histórico-cultural. Esta educação se dá a partir
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do nascimento e se perpetua por toda a vida.
Podemos chamá-la de educação não-formal.

A prática educativa é um fenômeno social e universal. Necessária à


existência e funcionamento de todas as sociedades. Não há sociedade sem
prática educativa, nem prática educativa sem sociedade.

A educação compreende os processos formativos que ocorrem no meio


social. A prática educativa existe numa grande variedade de instituições e
atividades sociais decorrentes da organização econômica, política, da religião e
dos costumes.
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A partir do momento em que a criança passa a freqüentar uma escola,


há a busca por mais conhecimento e desenvolvimento, diferentes daqueles
proporcionados pela família. É a busca pelo saber sistematizado e pela
necessidade natural do homem em absorver a cultura de seu povo, os
avanços, as tecnologias e descobertas, que serão transmitidos pela escola.

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É a educação formal, que na escola se apresenta como um sistema de
instrução e ensino com propósitos
intencionais, práticas sistematizadas e alto
grau de organização, ligado intimamente as
demais práticas sociais. Para que se realize
o processo educativo, é preciso dar-lhe uma
orientação sobre as finalidades e os
meios da sua realização, conforme opções
que se façam quanto ao tipo de homem que
se deseja formar e do tipo de sociedade que
se aspira.

Este processo voltado para a educação, onde quer que ocorra, é sempre
contextualizado social e politicamente. A prática educativa e especialmente os
objetivos e conteúdos de ensino e trabalho docente estão determinados por
fins e exigências sociais, políticas e ideológicas. O reconhecimento do papel
político do trabalho docente implica a luta pela modificação dessas relações de
poder.
A escola deve, portanto, na figura do professor, assegurar aos alunos
um sólido domínio de conhecimentos e habilidades, o desenvolvimento de suas
capacidades intelectuais, de pensamento independente, criativo e critico,
contribuindo para a formação de cidadãos ativos, criativos e críticos, capazes
de participar nas lutas pelas transformações sociais.
Será que sempre foi assim? A Didática sempre foi instrumento de
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reflexão e construção da aprendizagem? A forma como se concebe a Didática
hoje está ligada à sua história e suas raízes. Existem também alguns pontos
em seu desenvolvimento histórico que mostram a preocupação de teóricos e
pesquisadores quanto a real contribuição da Didática para a educação.
Para que você conheça um pouco mais sobre a história da didática,
sugerimos a leitura do artigo de Amélia Domingues de Castro – A Trajetória
Histórica da Didática, especialmente das páginas 15 a 22, acessando o site
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/amb_a.php?t=020.

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O Ensino e a Aprendizagem como objetos de estudo da Didática

Se a Didática é uma ciência cuja preocupação volta-se para a educação,


o ensino e a aprendizagem, podemos perceber
que há intencionalidade nas ações didáticas,
diferentemente das aprendizagens que ocorrem
informalmente com as pessoas ao longo de suas
vidas. Há um planejamento, um objetivo e uma
ação específica que leva ao alcance deste
http://www.piupiuescolainfantil.co
objetivo. m.br/imagens/didatica.jpg

Para Castro (2001: p.15) “a primeira peculiaridade do processo de


ensinar, pois, seria sua intencionalidade, ou seja, ajudar alguém a aprender”

Desde já é importante que se ressalte que falar em Didática não significa


falar somente em práticas e procedimentos. Para que possa desempenhar seu
papel de orientar ações é preciso que estas ações sejam precedidas de uma
reflexão teórica e de pesquisas, que embasarão estas práticas.

Vamos então estabelecer alguns conceitos importantes para que


possamos dar continuidade às nossas reflexões.

Conceituando educação

A educação é um processo de formação humana. Em cada sociedade


ou país, a educação existe de maneira diferente, de acordo com os costumes, Unidade: A Didática e seu Objeto de Estudo

valores ou crenças existentes. Dessa forma, a


palavra educação pode ser entendida com dois
sentidos diferentes:

Social: É a ação que as gerações adultas


exercem sobre as gerações mais jovens,
orientando sua conduta por meio da transmissão

de um conjunto de conhecimentos, normas, http://losinvisivel.files.wordpress.com


/2009/02/o_que_e_-educacao_02.jpg
crenças, usos e costumes aceitos pelo grupo

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social. Vista sob este ponto de vista a educação é uma manifestação cultural e
depende do contexto histórico e social no qual está inserida. Portanto, seus
fins variarão de acordo com a época ou sociedade analisada.

Individual: Nesse sentido a educação está ligada ao


desenvolvimento das aptidões e potencialidades de
cada indivíduo, tendo em vista o aprimoramento de
sua personalidade.

De qualquer modo, ambos os sentidos ligam educação


ao aspecto de formação do indivíduo.
http://2.bp.blogspot.com/_SYTm
F9WWPB4/Su4nKVfwL9I/AAAAA
AAAAdc/JJppa9edDmw/s320/livr
o+e+menino

Refletindo sobre o ensino

No sentido etimológico, ensinar deriva do latim, signare, que significa


“colocar dentro, gravar no espírito”. Existem muitas concepções de ensino,
dependendo da formação do educador, de seu comprometimento e ideologia.
De um modo geral, temos três eixos que orientam o ensino:

Tradicional: Neste eixo ensinar é


transmitir conhecimentos. Por meio de aulas
expositivas e explicativas os conhecimentos
vão sendo apresentados pelo professor e o
aluno deve reproduzir o que lhe foi passado. Unidade: A Didática e seu Objeto de Estudo

http://www.medicinageriatrica.com.br/w
p-content/uploads/2008/10/professor.jpg
Tecnicista: Esta concepção apóia-se nos
princípios da racionalidade, eficiência e produtividade. A instrução é
programada, o estudo é dirigido para ensinar o aluno a fazer algo.

http://www.passionista.com.br/nossasenhorame
nina/img/MediaFiles/Image/04%20Ensino%20Me
dio.jpg

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Escola Nova: A partir desta
concepção, espera-se que o
ensino crie condições de
aprendizagem. O importante não
é somente aprender, mas
aprender a aprender. Valoriza-se
a relação professor-aluno e a
ação educativa estimula um
http://destaquein.sacrahome.net/files/images//educacao.jpg
professor orientador da aprendizagem.

A escola

A escola é a instituição ou local formal onde ocorre a educação, de


forma sistemática e intencional, criada com o objetivo de educar e ensinar. As
escolas surgiram em virtude da complexidade da organização das sociedades.

A escola deve suprir a necessidade educacional nos diferentes


momentos da vida humana. Os alunos devem ser educados para a
subsistência (superar adversidades); para a libertação (agir e intervir no
contexto em que vive); para a comunicação (conscientização).

Além disso, a escola deve promover uma educação para a


transformação, que permite promover mudanças pessoais e no panorama
nacional, seja no âmbito geral, político, econômico ou educacional.
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O processo de aprendizagem

A aprendizagem apresenta-se como um processo complexo. Este


processo não se refere somente à aquisição de conteúdos ou informações
necessárias durante o período escolar. È muito mais que isso.

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É um processo de aquisição, assimilação, aprimoramento e
internalização, mais ou menos consciente, de novos padrões e novas formas
de perceber, de ser, pensar e agir.

Como processo, a aprendizagem


envolve dimensões do ser humano que são
mais ou menos estimuladas, conforme o tipo
de aprendizagem que estiver sendo
desenvolvido. Podemos citar os seguintes tipos
de aprendizagem:

http://1.bp.blogspot.com/_QUc7RgaUQxQ/SnACP1TPPaI/AAA
AAAAAAT4/uGcRD38NDo8/S760/estilos%2520de%2520aprend
izagem1.jpg

Motora ou Motriz: é a aprendizagem que diz respeito ao


desenvolvimento de habilidades motoras, como por exemplo, andar de
bicicleta, escrever, pular corda, desenhar, etc.

Cognitiva: Esta aprendizagem diz respeito à aquisição e assimilação de


novas informações, conceitos ou conhecimentos. Por exemplo: o alfabeto, a
numeração, a estrutura da água, o planeta solar, etc.

Afetiva ou emocional: Importantíssima na sala de aula refere-se


aprender a sentimentos e emoções.
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Embora os exemplos acima, não há como fragmentar em sala de aula,
diferentes tipos de aprendizagem. Visto que o aluno é um ser integral,
constituído de diferentes dimensões: cognitiva, afetivo-emocional, atitudes e
valores, competências e habilidades; o processo de aprendizagem se
desenvolve conforme as necessidades e tendências destes alunos.

É importante ressaltar que para que haja aprendizagem é preciso que se


queira aprender. Por este motivo, a motivação apresenta-se como importante
elemento neste processo, sendo que o professor deve procurar motivar seus

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alunos, criando situações favoráveis para que a aprendizagem ocorra.

Por meio do diálogo o professor pode conhecer os interesses dos alunos


a fim de orientá-los no ensino, buscando uma forte motivação que faça do
processo de aprendizagem uma atividade interessante.

Mas somente motivar não é suficiente. É preciso que o aluno esteja


pronto para determinados assuntos e desenvolva condições de aprendizagem.
Trata-se da maturação, que consiste em mudanças nas estruturas físicas e
mentais dos alunos, que influenciam o desenvolvimento fisiológico e anatômico
do sistema nervoso. Isso determina se o aluno está maduro para determinada
tarefa, ou seja, se está apto a realizá-la. Só se aprende quando se estiver
maduro para esta aprendizagem.

Diante das reflexões acima, você pode perceber que há uma estreita
relação ente o ensino e a aprendizagem. Não há ensino sem aprendizagem e
vice-versa. Isto porque o ensino existe para motivar a aprendizagem, orientá-la,
dirigi-la, para que ela atinja um grau elevado de eficiência e eficácia.

Para estabelecer uma concepção de Didática é preciso que se assumam


certas concepções de sociedade, de escola, de mundo e de ser humano. São
estas concepções que nos permitirão estabelecer uma linha de ação junto aos
nossos alunos para que o processo ensino-aprendizagem ocorra
satisfatoriamente para ambos os lados.

Por este motivo nos chama a atenção o papel da didática como reflexão Unidade: A Didática e seu Objeto de Estudo

sistemática da prática educativa.

A Didática é uma reflexão sistemática que acontece na


escola e na aula. É o estudo do processo de ensino-
aprendizagem em sala de aula e de seus resultados.
(MASETTO: 1997, p.13)

Se observarmos e analisarmos os problemas que enfrentamos na


prática pedagógica, valendo-nos das teorias elaboradas para esse fim,
poderemos resolver as questões diárias da escola e da sala de aula com ajuda

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de teorias e pesquisas aprofundadas sobre o assunto. Na verdade a teoria só é
válida a partir do momento em que ela contribui para a resolução e
aprimoramento da prática pedagógica.

Assim, as relações professor-aluno, aluno-aluno e o próprio processo


ensino-aprendizagem são objeto de interesse da didática.

O processo educativo é principalmente, uma relação entre seres


humanos, que está permeada pelo conjunto de valores, práticas sociais,
costumes e tradições que fazem parte da formação cultural pré-escolar de cada
sujeito envolvido neste processo. Além disso, embora com maior ou menor
intensidade, percebemos influências de tendências político-ideológicas que
estão direta ou indiretamente relacionadas à política partidária.

Em outras palavras, professores e alunos não deixam de ser quem são


ao entrarem na sala de aula e, justamente, em função disso é que aparecerão
as diferenças que, se bem aproveitadas, podem resultar em mais produtividade
no processo educativo ou, então, em obstáculo.

Se o processo de aprendizagem ocorre numa


relação interpessoal entre todos os envolvidos
e sofrem influências de diferentes tendências,
é preciso, segundo Masetto (1995) assumir o
desenvolvimento pessoal como um todo,
destacando-se três dimensões do processo de
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aprendizagem: humana, político-social e
técnica.

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338/1228160284f5TL74.jpg

Dimensão Humana: Por meio das relações interpessoais que ocorrem


no processo de aprendizagem, entre alunos, professores e direção, há a
criação de um clima afetivo importante e muitas vezes responsável tanto pelo
sucesso quanto pelo fracasso da aprendizagem. A falta de empatia entre os
sujeitos do processo, assim como a forte identificação entre eles, interessa
muito à Didática, uma vez que influenciará diretamente em seu objeto de

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estudo: o ensino e a aprendizagem. Infelizmente o que se percebe é certo
descaso em relação à dimensão humana deste processo, como se as relações
pessoais ocorressem num mundo à parte da aprendizagem e por este motivo
podem ser descartadas desta construção.

Dimensão Político-Social: Vivemos em determinado tempo, com uma


cultura e valores específicos de nossa sociedade. Além disso, temos nossas
opiniões e posições políticas e sociais que transmitimos em nossos trabalhos e
conseqüentemente nas relações com a escola. Assim também nossos alunos.
Deste modo, o processo ensino-aprendizagem ocorre dentro de um contexto
político-social que influencia o trabalho realizado nas escolas. Por outro lado, a
escola realiza seu trabalho esperando que os alunos sejam educados para
desempenhar papéis na sociedade, para atuarem no progresso e
desenvolvimento. Estes elementos influenciam a aprendizagem do aluno,
motivo pelo qual a didática deve assumir um caráter político-social no
desenvolvimento da prática educativa.

Dimensão Técnica: O processo ensino-aprendizagem ocorre na escola e


na aula. Ele é intencional e deve ser orientado por objetivos que levem os
alunos a aprender. Destaca-se então a dimensão técnica, no desenvolvimento
de objetivos, seleção de conteúdos, técnicas e recursos de ensino, processos
de avaliação, planejamentos, enfim todo o respaldo técnico necessário para
que a aprendizagem efetivamente ocorra, constituindo-se no núcleo da
dimensão técnica do processo de aprendizagem.
Unidade: A Didática e seu Objeto de Estudo
Diante das colocações feitas, vocês já puderam perceber que a Didática
é importante no processo de aprendizagem dos alunos, na medida em que
estabelece uma ligação entre o que ensinar e como ensinar, mediando as
bases teórico-científicas da educação e a prática docente.

A Didática não separa ensino de aprendizagem, uma vez que um não


pode ocorrer sem a presença do outro. Na verdade a partir da concepção que
o professor tem de ensino e de aprendizagem, o resultado poderá ser diferente.

O professor deve estar preparado para focar seu trabalho na

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aprendizagem e não somente no ensino, pois deste modo o aluno poderá
tornar-se o sujeito do processo, desenvolvendo ações que promovam sua
aprendizagem. Neste caso o professor passa de transmissor para mediador ou
orientador pedagógico, proporcionando uma aprendizagem mais significativa.

Compreender e aceitar a aprendizagem como um processo, leva o


professor a apontar diferenças fundamentais sobre sua docência, entendendo
a diferenciação existente entre o processo de ensino e processo de
aprendizagem. Ensino é diferente de aprendizagem.

Processo de Ensino X Processo de Aprendizagem

No processo de ensino as ações estão centradas na figura do professor.


É o professor que transmite informações, avalia, dá direções e estabelece
critérios. O aluno figura como objeto deste processo, recebendo, absorvendo e
reproduzindo as informações fornecidas pelo professor. Ele promove todas as
ações para que o processo se complete e cabe ao aluno receber, absorver (ou
não) e reproduzir. A não reprodução significaria que não houve aprendizagem.

No processo de aprendizagem o aluno torna-se sujeito do processo.


Busca informações, tira dúvidas, elabora textos, participa e questiona, sempre
ao lado de um professor que agora assume a postura de mediador, facilitador e
incentivador da aprendizagem. No processo de aprendizagem, o aluno é o
sujeito do processo e o professor auxilia. O sujeito é, na verdade, o aprendiz, Unidade: A Didática e seu Objeto de Estudo

que pode ser tanto o aluno quanto o professor.

Por isto, ensino é diferente de aprendizagem, porque as perspectivas e


as ações são diferentes nos dois processos.

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Entendemos, portanto, que Didática

[...] investiga os fundamentos, condições e modos de


realização da instrução e do ensino. A ela cabe converter
objetivos sociopolíticos e pedagógicos em objetivos de ensino,
selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos,
estabelecer os vínculos entre ensino e aprendizagem, tendo
em vista o desenvolvimento das capacidades mentais dos
alunos. (LIBÂNEO, José Carlos, 1993, p.25-6)

A Didática deverá, portanto, servir de instrumento para o trabalho


docente, selecionando assuntos interessantes, variando as técnicas em sala de
aula, facilitando a participação, aprendizagem e integração dos grupos. Deverá
também propiciar a relação entre os conteúdos e a realidade dos alunos,
desmistificando o processo de avaliação.

É preciso que se pense no ensino


focando na aprendizagem e
estabelecendo perguntas básicas sobre o
ato de ensinar.

Este é o caminho inicial para o


desenvolvimento de uma Didática que

privilegie o aluno e sua aprendizagem, e http://1.bp.blogspot.com/_LlRQNWi9p1Y/SxLNmqI6


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utilizando-a como verdadeiro instrumento o+da+leitura.jpg
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de nosso trabalho e prática pedagógica.

Encerro com um trecho de Comênio, em sua Didáctica Magna, que se


mostra atual no desenvolvimento de nosso trabalho docente frente à
aprendizagem dos alunos:

A proa e a popa de nossa Didática será investigar e descobrir o método


segundo o qual os professores ensinem menos e os estudantes aprendam
mais; nas escolas haja menos barulho, menos enfado, menos trabalho inútil e,
ao contrário, haja mais recolhimento, mais atrativo e mais sólido progresso.
(COMÊNIO,1996, in MASETTO,1997,p.17)

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Referências

CASTRO, Amélia Domingues. A Trajetória Histórica da Didática.


Disponível em http://www.crmariocovas.sp.gov.br/amb_a.php?t=020. Acesso
em jan.2009

CASTRO, Amélia Domingues; CARVALHO, Anna Maria Pessoa, orgs.


Ensinar a Ensinar: didática para a escola fundamental e média. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2001.

HAIDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. 7.ed. São


Paulo, Editora Ática. 2002. Série Educação.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez,1993. Coleção


magistério – 2º grau. Série formação do professor

MASETTO, Marcos Tarciso. Didática a aula como centro. 4. ed. São


Paulo:FTD,1997.

Verbete: didática. Dicionário Priberam. Disponível em


<http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx> Acesso em jan.2009

Verbete: didática. Dicionário Michaellis. Disponível em


http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=didática Acesso em Jan.2009

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Profª. Ms. Julia de Cassia Pereira do Nascimento

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