Você está na página 1de 2

AZANHA, José Mário Pires. Proposta pedagógica e autonomia da escola.

A
formação do professor e outros escritos. Senac, 2019.

Resenha crítica

O texto primeiramente traz uma análise sobre os documentos e leis que falam sobre
projetos e discussões sobre a educação brasileira que pouco abordam a palavra
"autonomia", trazendo uma discussão sobre a importância e o significado da palavra
"autonomia". Fica subentendido que o pouco uso desta palavra em documentos tem
relação com o pouco uso dela dentro das escolas. Porém não basta apenas colocar
a palavra nos documentos educacionais de orientação e não entender o seu
significado e aplicá-lo de qualquer forma.

Autonomia pode ser relacionada e é um sinônimo de liberdade e quando se fala em


autonomia escolar, o primeiro pensamento que vem à cabeça é sobre autonomia
regimental. A autonomia do professor em relação a direção, a autonomia do
professor em sala de aula, mas apenas isso abrange toda autonomia escolar? Não.
A autonomia que se fala abrange todos os espaço, níveis e todos os atores dentro e
fora da escola. (diretores, gestores, professores, pessoas que trabalham na limpeza,
pessoas que trabalham na cantina, pessoas que trabalham na vigilância da escola,
pais e/ou responsáveis, as crianças, etc.)

Falar sobre autonomia escolar também é um assunto complexo quando se fala na


dimensão do Brasil, pois, um país tão grande abrange muitas culturas diferentes. Até
mesmo em uma região específica, como por exemplo, o Nordeste ou até mesmo
dentro de um estado, como o Maranhão, comportam muitas culturas diferentes. A
autonomia em que cada escola possa elaborar e executar seu próprio projeto
pedagógico dá a oportunidade que se possa trabalhar dentro dos "pluralismo de
idéias e de concepções pedagógicas". Um único projeto pedagógico determinado
por uma banca que atenda todo o país como uma unidade idêntica e sem
peculiaridades, não faz sentido e não tem significado. Se não tem sentido ou
significado, não tem importância e não prospera.
O texto alerta também sobre o lado negativo da autonomia em que se possa dar
sinal verde para a criação de um ambiente opressor, que ao invés de trazer
liberdade nos níveis e com os atores do âmbito escolar, trazem uma prisão
intelectual e constitucionaliza seus documentos escolares para um regime
antidemocrático. A ética e o bom senso devem estar sempre presentes.

A autonomia no papel do professor, além de dominar a disciplina e de ensinar bem,


é compreender o espaço e os atores em que socializa. Entendimento este que
ultrapassam os muros e o chão da escola, tendo um alcance social da comunidade.
Talvez o entendimento do que é ser professor esteja apenas dentro da sala de aula
e do domínio da disciplina que se pretende ensinar. Ser professor é ter domínio, mas
também ser pesquisador. E o trabalho do professor-pesquisador é constante, pois a
sociedade está em constante mudança. Mudam-se os meios de comunicação,
mudam-se os valores, mudam-se as políticas, a economia, as questões sociais e as
pessoas e práticas também mudam.

A sociedade não muda sozinha, o professor também muda e muda suas


práticas. Então, como o professor pode melhorar sua prática ao longo das
mudanças e das transformações da sociedade? O professor precisa de
autonomia para compreender e aplicar essas mudanças.

Você também pode gostar