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Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação.
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados,
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até
cinco dias úteis para respondê-lo (a).
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Apostila gerada especialmente para: Rafael Ribeiro Monteiro 822.090.810-68
Bons estudos e conte sempre conosco!
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Apostila gerada especialmente para: Rafael Ribeiro Monteiro 822.090.810-68
1 Políticas públicas. O ciclo das políticas públicas (construção de agenda,
formulação da política, processo decisório, implementação e avaliação)
Políticas Públicas são conjuntos de programas, ações e atividades desenvolvidas pelo Estado
diretamente ou indiretamente, com a participação de entes públicos ou privados, que visam assegurar
determinado direito de cidadania, de forma difusa ou para determinado seguimento social, cultural, étnico
ou econômico.
Para Seichi1 as Políticas Públicas, analiticamente, ocorrem com o monopólio de atores estatais,
segundo esta concepção, o que determina se uma política é ou não “pública” é a personalidade jurídica
do formulador, em outras palavras, é política pública somente quando emanada de ator estatal.
As Políticas Públicas são formadas para atender as demandas da sociedade nas mais diversas áreas
ou seguimentos, a iniciativa ocorre por parte dos poderes executivo e legislativo. A lei que institui uma
política pública pode, se necessário, assegurar a participação da sociedade na criação, no processo, no
acompanhamento e na avaliação da lei, a participação pode ocorrer em forma de conselhos estabelecidos
no âmbito municipal, estadual ou federal.
O quadro a seguir apresenta alguns conceitos de Políticas Públicas dados por estudiosos da área, os
conceitos se integram e completam o significado ainda que em diferentes períodos:
Assim as Políticas Públicas podem ainda ser consideradas como “outputs”2 como tratado na linguagem
dos processos estabelecidos em uma organização, elas são resultados das atividades políticas.
A política pública difere da decisão política, há uma necessidade de envolver diversas ações
estratégicas para se implementar decisões tomadas e não apenas uma escolha entre outras alternativas,
sendo assim, nem todas as decisões políticas podem ser consideradas como políticas públicas.
A complexidade da sociedade moderna ocorre devido a fatores como: idade, religião, sexo, estado
civil, renda, escolaridade, profissão, ideais, interesses, costumes, e tudo isso causa em algum momento
uma série de conflitos.
O gerenciamento desses conflitos pode assegurar a sobrevivência e progresso da sociedade como
um todo, e isto é estabelecido por meio da política. Segundo Seichi3, organizações privadas, organizações
não governamentais, organismos multilaterais, redes de políticas públicas (policy networks), juntamente
com atores estatais, são protagonistas no estabelecimento das políticas públicas.
Dica: Política Pública é um conceito que comporta diferentes expressões, existem várias definições
esclarecedoras a respeito, que são importantes para formar uma ideia geral sobre o que seja política e
política pública.
Convém lembrar que Política Pública é diferente de política, porque Política é ampla, envolve um
conjunto de procedimentos formais e informais que expressam relações de poder e que se destinam à
resolução pacífica dos conflitos quanto a bens públicos, já Política Pública possui soluções/ações
específicas.
1 SECCHI, L.; Políticas Públicas: Conceitos, Esquemas de Análise, Casos Práticos. SP: Cengage Learning, 2010.
2 Saídas
3 SECCHI, L.; Políticas Públicas: Conceitos, Esquemas de Análise, Casos Práticos. SP: Cengage Learning, 2010.
Ao longo dos anos as mudanças que ocorreram na sociedade como um todo levaram o Estado a
ampliar seu papel de atuação que concentrava-se na segurança pública e defesa externa em caso de
ataques inimigos. Essa ampliação foi tomada pela democracia e pelas novas responsabilidades que
levaram o Estado a atuar pelo bem-estar da sociedade como um todo.
As atividades realizadas pelo Estado no exercício e busca pelo bem-estar comum são desenvolvidas
nas mais diversas áreas como: saúde, trabalho, educação, meio ambiente, segurança, etc.
Dessa forma, as políticas públicas são ações que buscam atingir resultados nessas diversas áreas e
consequentemente promover o bem-estar da sociedade, sendo assim, elas podem ser compreendidas
como um conjunto de ações e decisões do governo, voltadas para a solução (ou não) de problemas da
sociedade, que é a soma das ações, metas e planos que os governos estabelecem buscando alcançar o
bem-estar da sociedade.
A maneira pela qual a sociedade expressa os interesses e necessidades é através de solicitações aos
grupos organizados. Essas necessidades são apresentas aos vereadores/deputados/senadores, e estes
levam os interesses e demandas da sociedade aos prefeitos/governadores/presidente da República,
membros do Poder Executivo escolhidos para representar a sociedade e atender ao bem-estar coletivo.
Os grupos organizados podem ser chamados de Sociedade Civil Organizada, incluindo também
sindicatos, associações, entidades empresariais, associações patronais e ONGs em geral.
Vivemos em uma sociedade que se caracteriza por uma grande diversidade, ou seja, diferentes
valores, cultura, costumes, religião, idade, sexo, profissão, interesses e ainda por inúmeras necessidades
com uma quantidade escassa de recursos.
A formação de grupos que possuem interesses comuns é um caminho muito comum para criar força
e se organizar para reivindicar direitos e melhorias para a sociedade, é importante que essas ações sejam
sempre estabelecidas de acordo com as conformidades da legislação vigente.
Levando em conta que as necessidades são ilimitadas faz-se necessário ao formulador de políticas
públicas selecionar as prioridades de modo que as políticas sejam então respostas que atendam as
expectativas e demandas da sociedade voltando o governo para o atendimento dos interesses públicos
da sociedade buscando assim atender o bem-estar da sociedade.
Os interesses apresentados pelos grupos aos dirigentes do governo podem ser específicos para
atender uma parte específica do grupo de pessoas, como por exemplo a construção de uma creche, ou
um sistema de captação de águas, ou mesmo de interesse geral da sociedade, como por exemplo, a
necessidade de melhorias na saúde pública ou na questão da segurança.
As decisões são escolhas entre diferentes cursos de ações possíveis, normalmente uma pessoa faz
escolhas diariamente para diferentes situações ou circunstâncias e isso também ocorre no contexto
organizacional, essas decisões têm inúmeras implicações, inclusive no alcance de resultados e no
consumo de recursos da empresa.
O estudo sistemático do processo decisório pode maximizar as chances de decisões boas a serem
tomadas e minimizar as chances de serem tomadas decisões que tragam consequências negativas para
a organização.
Com a finalidade de descobrir a melhor decisão para determinadas situações, cabe ao indivíduo
tomador de decisões construir o máximo de alternativas possíveis para que então possa escolher o melhor
caminho otimizando e possibilitando o crescimento e desenvolvimento da empresa nesse contexto de
competitividade agressiva.
Decisões Racionais
As decisões ordenadas de forma lógica são chamadas de decisões racionais, uma vez que seguem
critérios para escolher a melhor alternativa buscando os melhores resultados com os menores custos,
algumas características são a busca pelo resultado e evitar a incerteza.
É necessário considerar que não é possível obter todas as informações de modo a tomar uma decisão
cem por cento racional, considerando que nem todas as variáveis estão sob nosso total controle.
Decisões Intuitivas
As decisões baseadas em sentimentos, intuição, percepção são chamadas de decisões intuitivas, esse
tipo de decisão normalmente ocorre quando as informações, dados não são suficientes para se tomar
uma decisão racional ou mesmo quando não há tempo para se analisar todas as variáveis.
São muitos os fatores que afetam uma decisão, tais como: custos, fatores políticos, objetivos, riscos
que podem ser assumidos, tempo disponível para decidir, quantidade de informações disponíveis,
4 CHIAVENATO, I.; Administração nos novos tempos. 2ª ed., RJ: Elsevier, 2004.
Serão apresentadas abaixo cinco etapas sequenciais no processo de decisão, este processo começa
com a identificação da situação e vai até monitoração e feedback.
2ª Etapa - Planejamento: nessa etapa acontece o desenvolvimento de alternativas, ou seja, aqui são
elaboradas as alternativas de ação. Faz-se necessária a elaboração de alternativas porque é a partir
delas que uma decisão deverá ser tomada, e sem elas, não existe decisão a ser tomada. Para facilitar
essa etapa, pode ser desenvolvido um instrumento gráfico, denominado “árvore de decisão”, que avalia
as alternativas disponíveis (esse processo é normalmente usado quando há muitas alternativas a serem
discutidas).
3ª Etapa - Avaliação: ocorre aqui a avaliação e escolha das alternativas, que foram desenvolvidas na
etapa anterior. Nesta etapa, deverá ser feita uma análise das vantagens e desvantagens das alternativas
desenvolvidas, e é importante destacar que realmente deve-se avaliar as vantagens e as desvantagens
de cada alternativa utilizando senso crítico ao avaliar as alternativas.
5ª Etapa - Controle: ocorre aqui a monitoração e o feedback, para que se alcance os resultados
desejados e para um bom controle do andamento e do processo, faz-se necessário a avaliação dos
resultados da decisão. Nessa etapa é necessário humildade, pois em se verificando que os resultados
não atingiram o esperado é preferível admitir o erro que manter a decisão, pois as consequências poderão
ser danosas.
A principal crítica a este modelo se refere à sua pouca compatibilidade com as necessidades de
mudanças necessárias à gestão de programas e projetos, podendo gerar prejuízos à eficiência do Estado
e legitimar um viés conservador no processo decisório.
Modelo Racional: segundo ainda informações do MPOG, neste modelo, a tomada de decisão segue
as seguintes atividades sequenciais:
- Um objetivo para solucionar um problema é estabelecido.
- Todas as estratégias alternativas para alcançar o objetivo são exploradas e listadas.
- Todas as sequências significantes de cada alternativa estratégica são previstas e as probabilidades
dessas consequências ocorrerem são estimadas.
- Por fim, a estratégia que parece resolver o problema ou que o resolve com menor custo é selecionada.
Esse modelo parte de um pressuposto ingênuo de que a informação é perfeita e não considera limites
cognitivos em se analisar todas as opções de políticas. Tampouco, considera adequadamente o peso das
relações de poder na tomada de decisões. Os decisores, muitas vezes, são obrigados a selecionar
políticas públicas em bases políticas, ideológicas ou aleatoriamente, sem referência a padrões de
eficiência.
Políticas Distributivas: referem-se a decisões alocativas, sem contrapartidas fiscais, esse tipo de
política implica nas ações cotidianas que todo e qualquer governo precisa fazer. Ela diz respeito à oferta
de equipamentos e serviços públicos, mas sempre feita de forma pontual ou setorial, de acordo com a
demanda social ou a pressão dos grupos de interesse.
São exemplos de políticas públicas distributivas: as podas de árvores, os reparos em uma creche,
a implementação de um projeto de educação ambiental ou a limpeza de um córrego, dentre outros. O seu
financiamento é feito pela sociedade como um todo através do orçamento geral de um estado.
Políticas Regulatórias: disciplinam aspectos da atividade social, esse tipo consiste na elaboração
das leis que autorizarão os governos a fazerem ou não determinada política pública redistributiva ou
distributiva. Se estas duas implicam no campo de ação do poder executivo, a política pública regulatória
é, essencialmente, campo de ação do poder legislativo.
5 OLIVEIRA, A.F. Políticas Públicas Educacionais: conceito e contextualização numa perspectiva didática. SINPRODF. 2012.
As fases das Políticas Públicas também são conhecidas como “Processo de Formulação de
Políticas Públicas” ou “Ciclo das Políticas Públicas”. Veja na tabela a seguir, as cincos fases das
Políticas Públicas:
Exemplo 1: se um número elevado de pequenas empresas encerra os negócios nos primeiros meses
de existência, uma política pública voltada especificamente para esta situação poderia ser criada como
medida de controle ou influência.
Exemplo 2: acontecimentos como crimes violentos podem levar a população a uma comoção, o
impacto social causado por evento específico pode levar os dirigentes do governo a estabelecerem ações
que possam evitar a repetição do ato ocorrido.
O feedback das ações governamentais que podem contribuir para o apontamento de falhas em
medidas adotadas pelo programa avaliado ou outros programas que não receberam atenção
governamental.
O período onde ocorre transição entre os governos pode ser considerado como um período onde a
agenda passa por mudanças, diante desta circunstância faz-se necessário valorizar e dedicar maior
atenção aos temas já selecionados como mais relevantes entre as demandas da sociedade.
Porém ainda que uma questão esteja selecionada na Agenda Governamental, isso não significa
obrigatoriamente que será dedicada uma atenção especial ou prioridade. Isso normalmente ocorrerá
quando outros fatores são somados a esta questão como, por exemplo, mobilização popular, vontade
política, percepção dos custos de não se resolver a questão versus os custos de resolver.
2ª Fase - Formulação de Políticas: faz-se necessário definir quais caminhos ou ações deverão ser
tomadas para solucionar uma situação já vista como um problema inserido na Agenda Governamental.
Deve haver uma comunicação entre o responsável pela elaboração da Política Pública e os atores
envolvidos no contexto com o propósito de facilitar a formulação de propostas, onde ela irá ser implantada
e requerer a eles uma proposta sobre qual seria a melhor forma de proceder. As diversas opiniões
poderão servir como um banco de ideias que poderão apontar o caminho desejado por cada segmento
social.
Uma análise objetiva precisa ser realizada com relação as opiniões do grupo e ainda considerar a
viabilidade técnica, legal, financeira e política. Comparar e medir as alternativas, os riscos, a eficácia e
eficiência pode conduzir a um melhor atendimento aos interesses e objetivos sociais.
3ª Fase - Processo de Tomada de Decisão: embora seja necessário tomar decisões em todos os
momentos no ciclo de Políticas Públicas, esta fase concentra-se em um importante momento de ação em
resposta aos problemas escolhidos para a Agenda. Definem-se os recursos e o prazo temporal da ação
política. As formalizações das escolhas são expressas por meio de leis, normas, resoluções, decretos, e
outros atos da administração pública.
É importante ressaltar que na terceira fase ou processo de tomada de decisão, verificam-se os
procedimentos a seguir antes de tomar a decisão. Faz-se necessário decidir aqueles que participarão do
processo e ainda se o mesmo será aberto ou fechado. Se for aberto faz-se necessário verificar se ocorrerá
participação dos beneficiários, se a decisão será ou não tomada por votação, e em qual grau direto ou
indireto.
As decisões serão fortemente influenciadas por diferentes formas de decisão e diferentes
controladores da Agenda.
Pesquisadores e estudiosos desenvolveram modelos que poderão amenizar erros e elevar eficiência
desse processo. Dentre os diversos modelos, cabe a Abordagem das Organizações, que pressupõe que
o governo é um conjunto de organizações dos mais diversos níveis, dotadas de maior ou menor
autonomia. A forma dos governos perceberem problemas são os sensores das organizações, e as
informações fornecidas por tais sensores se constituem em recurso para se solucionar os problemas
inseridos nesse modelo, as Políticas Públicas passam a ser entendidas como resultado da atuação das
organizações.
Assim, os atores são as próprias organizações que concorrem em termos de poder e influência para
promover a sua perspectiva e interpretação dos problemas tratados. Sob este enfoque, explicam-se as
decisões basicamente como o resultado de interações políticas entre as organizações burocráticas. As
soluções ajustam-se aos procedimentos operacionais padronizados, ou seja, às rotinas organizacionais.
Segundo esse modelo, uma boa decisão seria aquela que permitisse a efetiva acomodação de todos
os pontos de conflito envolvidos naquela Política Pública. Os principais atores, ou seja, aqueles que têm
condições efetivas de inviabilizar uma Política Pública devem ter a convicção de que saíram ganhando.
Na pior hipótese, nenhum deles deve se sentir completamente prejudicado. Na prática, isso requer que
os atores que podem impedir a execução devem sentir que poderão não ter ganhos reais mas, ao menos,
não terão prejuízos com a política proposta.
Nesta fase deve-se chamar a atenção para fatores que podem comprometer a eficácia das políticas,
as disputas de poder entre as organizações, os fatores internos e externos que podem afetar o
desempenho das organizações, suas estruturas, sua preparação formal.
Dentre os fatores de disputas entre as organizações, destacam-se a quantidade de agências ou
organizações envolvidas no acompanhamento e controle das políticas e o grau de cooperação ou
lealdade entre elas.
Quanto maior o número de organizações envolvidas na execução de uma política, maior será o número
de comandos ou ordens que tem de ser expedidas e, consequentemente, o tempo demandado para a
realização das tarefas, a extensão da cadeia de comando mede-se pelo número de decisões que é
necessário adotar para que o programa funcione.
A extensão de comando afeta o grau de cooperação entre as organizações, tornando o controle e
monitoração do processo de implementação mais complexo e difícil. Dessa forma, quanto mais elos
(agências e organizações da administração pública envolvidas na execução de tarefas) tiver a cadeia de
comando (canais de transmissão das ordens para execução das tarefas) mais sujeita a deficiências estará
a implementação de políticas.
Dentre os fatores internos que afetam as organizações, podemos enumerar, em primeiro lugar, as
características estruturais das agências burocráticas (recursos humanos, financeiros e materiais) e a
relação entre quantidade de mudanças exigidas por uma política e extensão do consenso sobre seus
objetivos e metas.
As características das agências abrangem aspectos objetivos (como tamanho, hierarquia, autonomia,
sistemas de comunicação e de controle) e qualitativos (como a competência da equipe e a vitalidade de
seus membros).
Essas características estruturais são responsáveis não apenas pela eficácia na execução das tarefas
como também pela compreensão mais ou menos precisa dos implementadores acerca da política e pela
abertura ou adaptabilidade da organização às mudanças.
Quanto ao segundo fator interno, cabe destacar a existência de consenso dentro da burocracia, com
efeito, a relação entre a quantidade de mudanças exigidas afeta inversamente o consenso sobre a
política, ou seja, quanto mais mudanças no padrão de interação dos atores ou nas estruturas forem
necessárias, menor será o consenso sobre como atingi-las. Isso afeta negativamente o grau de
cooperação entre as organizações e a lealdade da burocracia aos formuladores, provocando deficiências
e deturpações na implementação das Políticas Públicas.
Os fatores externos, por fim, também afetam as Políticas Públicas, com efeito, a opinião pública, a
disposição das elites, as condições econômicas e sociais da população e a posição de grupos privados
podem tornar problemática a execução das políticas.
A indiferença e descaso gerais, a resistência passiva ou a mobilização intensa contra as medidas
podem configurar uma conjuntura negativa que prejudique a aplicação dos objetivos e metas propostas
na política. Para melhor se entender isso, é importante ressaltar quais características possuem os
indivíduos que podem contribuir para o aparecimento dos fatores externos.
Além da diferença na escala social (grupos de alta, média ou baixa posição), as características mais
importantes dos atores políticos são: a racionalidade, os interesses e as capacidades que possuem para
agir. Se entendermos essas três características, entenderemos como ocorre a formulação de Políticas
Públicas na prática.
A racionalidade é a capacidade de um Grupo Social (um ator) definir estratégias e cursos de ação para
alcançar seus objetivos. Os interesses representam as preferências de um dado ator por uma certa
política com a qual possui mais afinidade em detrimento de outras que desconhece ou não possui
simpatia.
O processo de avaliação de uma política leva em conta seus impactos e as funções cumpridas pela
política, busca determinar sua relevância, analisar a eficiência, eficácia e sustentabilidade das ações
desenvolvidas, e ainda serve como um meio de aprendizado para os atores públicos.
Os impactos se referem aos efeitos que uma Política Pública provoca nas capacidades dos atores e
grupos sociais, por meio da redistribuição de recursos e valores, afetando interesses e suas estruturas
de preferências. A avaliação de impacto analisa as modificações na distribuição de recursos, a magnitude
dessas modificações, os segmentos afetados, as contribuições dos componentes da política na
consecução de seus objetivos.
A avaliação de uma política também deve enfocar os efeitos que esses impactos provocam e que se
traduzem em novas demandas de decisão por parte das autoridades, com o objetivo de anular ou reforçar
a execução da medida. Também é importante analisar se a política produziu algum impacto importante
não previsto inicialmente, bem como determinar quais são os maiores obstáculos para o seu sucesso.
Quanto às funções cumpridas pela política, a avaliação deve comparar em que medida a Política
Pública, nos termos em que foi formulada e implementada, cumpre os requisitos de uma boa política.
Idealmente, uma boa política deve cumprir as seguintes funções:
- Promover e melhorar os níveis de cooperação entre os atores envolvidos;
- Constituir-se num programa factível, isto é, implementável;
- Reduzir a incerteza sobre as consequências das escolhas feitas;
- Evitar o deslocamento da solução de um problema político por meio da transferência ou adiamento
para outra arena, momento ou grupo;
- Ampliar as opções políticas futuras e não presumir valores dominantes e interesses futuros nem
predizer a evolução dos conhecimentos. Uma boa política deveria evitar fechar possíveis alternativas de
ação.
Para se determinar a relevância de uma política deve se perguntar se as ações desenvolvidas por ela
são apropriadas para o problema enfrentado.
Para se analisar a eficácia e eficiência de um programa, uma avaliação deve buscar responder se os
produtos alcançados são gerados em tempo hábil, se o custo para tais produtos são os menores possíveis
e se esses produtos atendem aos objetivos da política. Quanto à sustentabilidade, uma política deve ser
capaz de que seus efeitos positivos se mantenham após o término das ações governamentais na área
foco da Política Pública avaliada.
Por fim, é importante se apreender, dentre outras coisas, quais seriam outras alternativas de ações
que poderiam ter sido adotadas – e que poderão ser em intervenções futuras – e quais lições se tirar da
experiência – tanto daquilo que deu certo como do que deu errado.
A avaliação pode ser dividida de forma interna ou externa. A primeira divisão se dá entre a avaliação
interna – que é conduzida pela equipe responsável pela operacionalização do programa – e a externa –
feita por especialistas que não participam do programa.
A segunda divisão se refere ao objetivo da avaliação, e pode ser formativa, quando se busca
informações úteis para a equipe na parte inicial do programa, ou a somativa, que busca gerar informações
sobre o valor ou mérito do programa a partir de seus resultados, para que a autoridade responsável possa
tomar sua decisão de manter, diminuir, aumentar ou encerrar as ações do programa.
Controle Social
Os elementos acima ganharam força na condução dos interesses públicos, principalmente a partir dos
fundamentos da Reforma Gerencial de 1995, com a Reforma Gerencial houve claro delineamento sobre
o papel da administração pública e o perfil de atuação do Estado na gestão de políticas públicas.
Nessa concepção a administração pública não se restringe à execução de rotinas ou ao gerenciamento
de órgãos públicos: ela é bem mais ampla que isso, compreende a estrutura organizacional do Estado,
em seus três poderes. O Estado, por sua vez, é mais abrangente, compreende também o sistema
constitucional-legal, que regula a população nos limites de um território.
Portanto, a concepção, a implementação e a avaliação de políticas públicas devem ser balizadas pelos
condicionantes de um regime democrático. A gestão pública deixa de ser voltada para somente rotinas e
procedimentos burocráticos internos para se colocar também como meio para que governantes, políticos,
administradores e sociedade a utilizem para viabilização de políticas públicas capazes de fortalecer a
DICA: A nova governança pública representa um novo modo de governar: mais democrático, mais
participativo, mais descentralizado e com maior número de atores participantes.
A gestão pública brasileira vive um intenso processo de transformação, ainda sob a influência principal
da redemocratização do país e da reforma do Estado, que tem na descentralização um de seus eixos
principais para aproximação da ação pública das reais aspirações da sociedade.
No âmbito local, surgem tendências de crescente constituição de estruturas organizacionais em forma
de rede envolvendo organizações estatais, não governamentais e privadas para atuarem
cooperativamente em contextos de múltiplas e sobrepostas jurisdições.
As relações entre tais organizações têm fundamentos que vão além de simples relações contratuais.
Num processo de negociação contínua em longos períodos tende a haver formação de laços
sociopolíticos em que a confiança entre os atores assume papel relevante; logo, as relações se
diferenciam substancialmente daquelas constituídas em regras puras de mercado.
Nessa linha, estudos têm mostrado que o resgate da importância do município na definição e condução
de políticas públicas e na gestão do território está, cada vez mais, exigindo a concepção de novas formas
de intervenção voltadas ao atendimento das necessidades locais, assim como a incorporação de uma
multiplicidade de novos atores na articulação dos interesses da comunidade.
A qualidade da gestão local passa a depender da capacidade de obtenção de equilíbrios dinâmicos
nas articulações entre atores internos, integrantes do próprio poder público, e externos, oriundos da
DICA: Esses conselhos existem nas políticas públicas mais bem estruturadas. Têm amparo legal com
atribuições definidas e atuam mais no planejamento e fiscalização. Em regra são paritários (50% de
participantes públicos e 50% não públicos), e nem todos são obrigatórios.
O aumento das atividades associativas voluntárias propiciou a distribuição mais equitativa de serviços
do governo, e o fortalecimento da cidadania e da democracia no Brasil. Exemplo disso foi a criação de
mais de 170 projetos de orçamento participativo instalados, a instalação de cerca de 5000 conselhos de
saúde, e de milhares de comissões de planejamento urbano.7
Além disso, são realizadas audiências públicas em diferentes âmbitos dos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário para tratar de assuntos que afetam interesses coletivos.
No contexto das políticas há mudanças na concepção sobre a natureza dos serviços prestados e novas
propostas são aplicadas para fazer frente a novos desafios, como a ampliação de espaços de cidadania,
com atenção a minorias excluídas, aliadas à ampliação e reconstrução da esfera de atuação dos governos
locais dentro de um processo de reconstrução da esfera pública, orientado para a democratização da
gestão das políticas públicas.8
A democracia brasileira vai, assim, deixando de ser uma democracia de elites para se transformar em
uma democracia de opinião pública na qual já podem ser percebidas características da democracia
participativa ou republicana, na medida em que se multiplicam os processos participativos oriundos de
organizações da sociedade civil, sejam elas públicas não estatais, de controle e advocacia social, ou
corporativas, como associações representativas de interesses e sindicatos.
Nesse sentido, os governos locais assumem assim um papel de coordenação e de liderança,
mobilizando atores governamentais e não governamentais e procurando estabelecer um processo de
‘concertação’ de diversos interesses e de diferentes recursos em torno de objetivos comuns.
Através dos novos arranjos institucionais assim constituídos tende a crescer a perspectiva de
sustentabilidade de políticas públicas que, de outra forma, poderiam sofrer solução de continuidade a
cada mudança de governo.
O enraizamento das políticas em um espaço público que transcende a esfera estatal reforça a
possibilidade de políticas de longo prazo, com repercussões sobre a eficiência e a efetividade das políticas
implantadas.9
Não obstante os conselhos e a formação de novos arranjos de governança e de gestão pública, ainda
persistem profundamente arraigadas culturalmente tendências de condução dos interesses públicos “a
portas fechadas”.
Os espaços efetivos para os cidadãos se fazerem presentes ainda, por um lado, são bastante
diminutos e, por outro, a maioria dos cidadãos ainda não detêm suficiente clareza sobre os seus direitos
em relação à administração e aos administradores públicos.
Instituições Públicas
Quase todas as políticas públicas são executadas por instituições públicas, essas instituições têm
papel decisivo: influenciam as decisões com seu poder, condicionam as decisões com sua estrutura,
limitam as decisões com suas normas, e impõem seu estilo próprio de agir. Portanto, as instituições
influenciam na escolha, na forma e na implementação das políticas públicas.
Instituições, políticos, gestores e servidores não são neutros: cada um tem seus interesses e nem
sempre esses interesses são harmônicos.
DICA: As instituições impõem limites e procuram moldar o comportamento dos atores na direção que
lhes interessa.
6 IGLESIAS, D.; e SOUZA, A. C. P. de; Governo Eletrônico, Transparência, Accountability e Participação: o que portais de governos estaduais no Brasil mostram.
2005.
7 AVRITZER, L. Sociedade Civil e Democratização. Belo Horizonte: Del Rey, 1994.
8 FARAH, M. F. S. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas públicas no nível local de governo. RAP- Revista de Administração Pública, 2001.
9 Idem
Carona: Em políticas públicas, carona é aquele cidadão que se beneficia das políticas públicas sem
ter concorrido para isso. Ex.: políticas de preservação do meio ambiente, de controle da qualidade do ar,
etc. Carona também é o cidadão que não paga os impostos que financiam a produção de bens/serviços
pelo Estado e mesmo assim utiliza esses bens/serviços produzidos. Ex.: serviços de saúde, de educação
etc.
O carona é irracional do ponto de vista da sociedade, mas racional sob a ótica do indivíduo/carona,
visto que os cidadãos procuram obter os melhores benefícios com um mínimo de custo ou esforço.
O carona também se aplica a entes estatais como Estados-membros e Municípios. Ex.: Investir menos
em programas sociais para não atrair beneficiários de outros entes, ou, até mesmo, forçar cidadãos da
comunidade a buscar atendimentos em outros Municípios e/ou Estados-membros.
Empresário Político: São empresários/atores de origem diversa que têm disposição e recursos para
investir em políticas públicas que lhes favoreçam ou gerem algum benefício. O empresário pode ser um
político (eleito ou não), jornalistas, lobistas, servidores públicos, acadêmicos, etc.
Equilíbrio Interrompido: utiliza-se esse termo para explicar as políticas públicas que são
implementadas por longos períodos, mas que em determinado momento são interrompidas em face de
instabilidades que provocam mudanças nas políticas anteriores.
Tipos de Demandas: considera três tipos de demandas: as demandas novas resultam do surgimento
de novos atores políticos ou de novos problemas; as demandas recorrentes se referem a problemas não
resolvidos ou mal resolvidos, que retornam com frequência ao debate e à agenda governamental; e as
demandas reprimidas contemplam problemas já existentes que não foram considerados problemas, mas
apenas um “estado de coisas”.
Questões
02. (ANVISA - Técnico Administrativo – CETRO) A respeito das Políticas Públicas, é correto afirmar
que
(A) geram bens públicos e privados.
(B) são o resultado da atividade política.
(C) não possuem aspecto coercitivo.
03. (BANPARÁ - Assistente Social – EXATUS) Sobre conselhos de Políticas Públicas, julgue as
alternativas e assinale a INCORRETA:
(A) Os conselhos, nos moldes definidos pela Constituição Federal de 1988, são espaços públicos com
força legal para atuar nas políticas públicas, na definição de suas prioridades, de seus conteúdos e
recursos orçamentários, de segmentos sociais a serem atendidos e na avaliação dos resultados.
(B) A composição plural e heterogênea, com representação da sociedade civil e do governo em
diferentes formatos, caracteriza os conselhos como instâncias de negociação de conflitos entre diferentes
grupos e interesses, portanto, como campo de disputas políticas, de conceitos e processos, de
significados e resultantes políticos.
(C) Os conselhos são canais importantes de participação coletiva, que possibilitam a criação de uma
nova cultura política e novas relações políticas entre governos e cidadãos.
(D) Os conselhos representam o esvaziamento das responsabilidades públicas do Estado, de
qualificação das instâncias de representação coletivas, de fragmentação do espaço público, de
despolitização da política e de processos que fragilizam a capacidade de a sociedade civil exercer pressão
direta sobre os rumos da ação estatal.
(E) Em termos da tradição política brasileira, os conselhos de políticas públicas são arranjos
institucionais inéditos, uma conquista da sociedade civil para imprimir níveis crescentes de
democratização às políticas públicas e ao Estado, que em nosso país têm forte trajetória de centralização
e concentração de poder.
04. (TJ-GO - Analista Judiciário – FGV) O conceito de política pública e seus diversos significados
seguem uma tradicional classificação, que divide em ciclos essa atividade estatal e o seu processo. A
perspectiva “de cima para baixo” tem suas raízes no modelo de estágios, que devem ser claramente
distintos.
Um desses estágios é o da implementação da política pública, que pode ser definido como:
(A) o processo de julgamentos deliberados sobre a validade de propostas para a ação pública;
(B) o processo de execução e efetuação, que pressupõe um ato anterior e direcionado à consecução
de objetivos;
(C) a determinação do caminho definitivo para a solução do problema que a originou;
(D) a discrepância entre o status quo e uma situação ideal possível;
(E) o conjunto de problemas ou temas que a comunidade política percebe como merecedor de
intervenção pública.
Gabarito
01. Resposta: A
Políticas Públicas consistem em:
a) “Outputs resultantes da atividade política, em áreas como emprego, educação, segurança e saúde".
Os tais dos outputs podem ser traduzidos, à luz da Análise de Políticas Públicas (APP), como resultados,
produtos e, até mesmo, como as próprias políticas públicas (objeto da APP). CERTO.
b) "Procedimentos formais e informais que expressam relações de poder na solução de conflitos". Esta
é a definição de política. ERRADO.
c) "Centros de competências instituídos para o desempenho de funções estatais, por meio de seus
agentes". Esta é a definição para órgãos públicos. ERRADO.
d) "Procedimentos que permitem aos gestores públicos tornar públicas suas ações, garantindo-lhes
transparência". Trata-se de atos administrativos que, inerentemente, respeitam o princípio da publicidade
(contratos, relatórios, prestação de contas etc.) ou, mesmo, de sistemas informatizados de transparência
pública que promovam accountability, tais como o Portal da Transparência ou outro tipo de ferramenta de
Governo Aberto e de Gestão da Informação. ERRADO.
02. Resposta: B
Para atingir resultados em diversas áreas e promover o bem-estar da sociedade, os governos se
utilizam das Políticas Públicas que podem ser definidas da seguinte forma: Políticas Públicas são um
conjunto de ações e decisões do governo, voltadas para a solução (ou não) de problemas da sociedade
Dito de outra forma, as Políticas Públicas são a totalidade de ações, metas e planos que os governos
(nacionais, estaduais ou municipais) traçam para alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público.
É certo que as ações que os dirigentes públicos (os governantes ou os tomadores de decisões) seleciona
(suas prioridades) são aquelas que eles entendem serem as demandas ou expectativas da sociedade.
Ou seja, o bem-estar da sociedade é sempre definido pelo governo e não pela sociedade.
Isto ocorre porque a sociedade não consegue se expressar deforma integral. Ela faz solicitações
(pedidos ou demandas) para os seus representantes (deputados, senadores e vereadores) e estes
mobilizam os membros do Poder Executivo, que também foram eleitos (tais como prefeitos, governadores
e inclusive o próprio Presidente da República) para que atendam as demandas da população.
03. Resposta: D.
Os conselhos de políticas públicas não representam o esvaziamento das responsabilidades públicas
do Estado, ele funcionam como uma espécie de fórum para negociação e captação de demandas de
grupos sociais, possibilitando a participação pública de segmentos menos representativos.
04. Resposta: B.
A fase da Implementação é conhecida por ser a fase da execução das ações, ou seja, onde ocorre a
transformação do planejamento e da escolhas em atos, podendo ser de “de cima para baixo” (aplicação
descendente) onde pressupõe um ato anterior e direcionado à consecução de objetivos.
05. Resposta: E.
Na elaboração das Políticas Públicas deve haver uma comunicação entre o responsável pela
elaboração da Política Pública e os atores envolvidos no contexto com o propósito de facilitar a formulação
de propostas, onde ela irá ser implantada e requerer a eles uma proposta sobre qual seria a melhor forma
de proceder.
Os Processos Participativos de Gestão Pública, são formas de gestão política que expandem o
processo de tomada de decisão da sociedade, entendendo que a democracia não se dá apenas nos
De acordo com o artigo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)12, o texto constitucional
de 1988 é um marco na democratização e no reconhecimento dos direitos sociais, articulada com tais
princípios, a CF alargou o projeto de democracia, compatibilizando princípios da Democracia
Representativa e da Democracia Participativa, e reconhecendo a participação social como um dos
elementos-chave na organização das políticas públicas.
De fato, com a CF a participação social passa a ser valorizada não apenas quanto ao controle do
Estado, mas também no processo de decisão das políticas sociais e na sua implementação, em caráter
complementar à ação estatal. Desde então, a participação social tem sido reafirmada no Brasil como um
fundamento dos mecanismos institucionais que visam garantir a efetiva proteção social contra riscos e
vulnerabilidades, assim como a vigência dos direitos sociais.
Com maior ou menor sucesso, esta foi uma das importantes inovações institucionais ocorridas no
Brasil pós-Constituinte. A garantia de direitos sociais nos campos da educação, saúde, assistência social,
previdência social e trabalho foi acompanhada da consolidação de uma nova institucionalidade com o
objetivo principal de assegurar a presença de múltiplos atores sociais, seja na formulação, na gestão, na
implementação ou no controle das políticas sociais. Três enunciados resumem os sentidos que passam
a tomar a participação no que se refere aos direitos sociais, à proteção social e à democratização das
instituições que lhes correspondem:
1) A participação social promove transparência na deliberação e visibilidade das ações,
democratizando o sistema decisório;
2) A participação social permite maior expressão e visibilidade das demandas sociais, provocando um
avanço na promoção da igualdade e da equidade nas políticas públicas; e
3) A sociedade, por meio de inúmeros movimentos e formas de associativismo, permeia as ações
estatais na defesa e alargamento de direitos, demanda ações e é capaz de executá-las no interesse
público.
10
http://www.deolhonosplanos.org.br/processos-participativos/
11
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm - Acesso em 25.10.2019
12
http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/Cap_8-10.pdf
13
Equitativo é um adjetivo da língua portuguesa e refere-se ao que é justo, equivalente, imparcial e igual. De acordo com a definição, ser equitativo está
relacionado com o "ser justo", em um sentido moral e/ou ético. Ser honesto e imparcial. No entanto, a partir de uma análise filosófica do termo, o filósofo grego
Aristóteles diz que o "ser equitativo" é superior ao justo.
Conselhos de Gestão14
Orçamento Participativo16
A Lei n° 13.019 de 201420 institui o Termo de Colaboração e o Termo de Fomento, que são
instrumentos pelo qual são formalizadas as parcerias estabelecidas entre governo e sociedade civil, essa
lei permite que organizações, movimentos sociais e cidadãos enviem propostas durante etapas de
políticas públicas.
16
WAMPLER, Brian. A difusão do Orçamento Participativo brasileiro: "boas práticas" devem ser promovidas? Opin. Publica, Campinas, 2008.
17
MONTERO, A.; SAMUELS, D. Decentralization and democracy in Latin America. Notre Dame: University of Notre Dame Press. 2004.
18
WAMPLER, B.; Orçamento participativo: uma explicação para as amplas variações nos resultados. In: AVRITZER, L. & NAVARRO, Z. (orgs.). A inovação
democrática no Brasil: o orçamento participativo. São Paulo: Cortez.
19
Idem
20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13019.htm - Estabelece o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as
organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de
atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação;
define diretrizes para a política de fomento, de colaboração e de cooperação com organizações da sociedade civil; e altera as Leis nºs 8.429, de 2 de junho de 1992,
e 9.790, de 23 de março de 1999.
Termo de Colaboração
O termo de colaboração delimita as parcerias feitas entre as OSC e o poder público, onde a própria
organização pública traça a proposta e a questão que ela deseja resolver. No termo de colaboração, cabe
ao governo estipular quais são os objetivos, metas, qual será o prazo para atingi-los e qual será o valor
repassado para a OSC resolver o problema.
A OSC escolhida irá trabalhar em conjunto com o governo para sanar aquele problema identificado
previamente pela organização pública. Vale lembrar que o termo de colaboração serve apenas para
quando há algum repasse financeiro, em casos onde há apenas o trabalho, sem quaisquer verbas, a
parceria é formalizada através do Acordo de Cooperação.
Termo de Fomento
Se no termo de Colaboração, fica a cargo do poder público realizar a proposta apresentando o
problema que deseja suprir, no caso do termo de fomento a questão se inverte. Cabem as OSC, aos
cidadãos e aos movimentos sociais apresentarem propostas que não estejam inseridas em nenhum
programa de governo, expondo seus objetivos e metas, quais os prazos e custos estimados da ação.
Essa proposta elaborada é apresentada ao governo, que caso tenha interesse e verba disponível,
poderão entregar oficialmente os planos governamentais dos anos seguintes.
Questões
Os conselhos gestores são exemplos de mecanismos de participação cidadã na gestão pública que
ainda não são adotados nos municípios brasileiros.
( ) Certo ( ) Errado
02. (TJM/SP - Juiz de Direito Substituto - VUNESP) Há um novo marco regulatório que disciplina a
celebração de convênios e acordos de cooperação pela Administração Pública. Extrai-se da Lei no
13.019, de 31 de julho de 2014, que
(A) descabe a aplicação de sanções aos parceiros, pois os interesses envolvidos nos planos de
trabalho são comuns, não contrapostos.
(B) o termo de colaboração deve ser adotado pela Administração Pública para consecução de planos
de trabalho de sua iniciativa, para celebração de parcerias com organizações da sociedade civil que
envolvam a transferência de recursos financeiros.
(C) essa lei se aplica também aos convênios celebrados com entidades filantrópicas e sem fins
lucrativos, que podem participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes
deste.
(D) a celebração de termo de colaboração ou de fomento deverá ser sempre precedida de chamamento
público voltado a selecionar organizações da sociedade civil que tornem mais eficaz a execução do objeto.
(E) a partir da sua vigência, somente serão celebrados convênios entre entes federados ou pessoas
jurídicas a eles vinculadas, não se aplicando a essas parcerias o disposto na Lei no 8.666/93.
Gabarito
01.Errado / 02.B
21
https://fenixassessoriacontabil.com.br/artigos/qual-diferenca-entre-termo-de-colaboracao-e-o-termo-de-fomento/
02. Resposta: B.
Conforme Art. 3º, VII - termo de colaboração finalidades propostas pela administração pública e que
envolvam transferência de recursos (diferente do termo de fomento, cuja iniciativa é das organizações da
sociedade civil; diferente do acordo de cooperação, que não envolve transferência de recursos).
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI,
alínea “a”, da Constituição,
DECRETA:
Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de Governo Aberto, no âmbito do Poder Executivo federal,
que será operacionalizada por meio de planos de ação constituídos por iniciativas, ações, projetos,
programas e políticas públicas que ampliem a transparência, o acesso à informação, a melhoria na
prestação de serviços públicos e o fortalecimento da integridade.
Art. 3º Os planos de ação nacionais sobre governo aberto contemplarão iniciativas, ações, projetos,
programas e políticas públicas destinadas:
I - ao aumento da transparência;
II - ao aprimoramento da governança pública;
III - ao acesso às informações públicas;
IV - à prevenção e ao combate à corrupção;
V - à melhoria da prestação de serviços públicos;
VI - à eficiência administrativa; e
VII - ao fortalecimento da integridade pública.
Parágrafo único. Os planos de ação nacionais sobre governo aberto contemplarão, prioritariamente,
a inclusão de iniciativas, de ações, de projetos, de programas e de políticas públicas inovadoras e terão
duração de até dois anos.
Art. 5º O Comitê Interministerial de Governo Aberto será composto por representantes dos seguintes
órgãos:
Art. 8º A elaboração dos planos de ação nacionais sobre governo aberto preverá a realização de
consultas públicas para a definição de temas que comporão o seu escopo.
Art. 9º O Coordenador do Comitê Interministerial de Governo Aberto poderá convidar para participar
das reuniões representantes de órgãos e entidades, públicos ou privados, especialistas e peritos cujo
conhecimento, habilidade ou competência possa contribuir para o cumprimento dos objetivos do Comitê,
sem direito a voto.
Art. 10. A participação no Comitê Interministerial de Governo Aberto será considerada prestação de
serviço público relevante, não remunerada.
Art. 11. A Secretaria-Executiva do Comitê Interministerial de Governo Aberto será exercida pela
Controladoria-Geral da União.
Institui a Estratégia de Governo Digital para o período de 2020 a 2022, no âmbito dos órgãos e das
entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI,
alínea “a” da Constituição,
DECRETA:
Art. 1º Fica instituída a Estratégia de Governo Digital para o período de 2020 a 2022, na forma do
Anexo, no âmbito dos órgãos e das entidades da administração pública federal direta, autárquica e
fundacional.
Art. 2º Os órgãos e as entidades instituirão Comitê de Governança Digital, nos termos do disposto no
Decreto nº 9.759, de 11 de abril de 2019, para deliberar sobre os assuntos relativos à implementação das
ações de governo digital e ao uso de recursos de tecnologia da informação e comunicação.
§ 1º O Comitê de Governança Digital será composto:
I - por um representante da Secretaria-Executiva ou da unidade equivalente, que o presidirá;
II - por um representante de cada unidade finalística;
III - pelo titular da unidade de tecnologia da informação e comunicação; e
IV - pelo encarregado do tratamento de dados pessoais, nos termos do disposto da Lei nº 13.709, de
14 de agosto de 2018.
§ 2º Os membros do Comitê de Governança Digital, de que tratam os incisos I e II do caput serão
ocupantes de cargo em comissão de nível equivalente ou superior ao nível 5 do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores.
§ 3º Os representantes serão indicados e designados em ato da autoridade máxima do órgão ou da
entidade.
§ 4º A participação no Comitê de Governança Digital será considerada prestação de serviço público
relevante, não remunerada.
§ 5º O Presidente do Comitê de Governança Digital poderá convidar representantes de outros órgãos
e entidades para participar de suas reuniões, sem direito a voto.
Art. 3º Para a consecução dos objetivos estabelecidos na Estratégia de Governo Digital, os órgãos e
as entidades elaborarão os seguintes instrumentos de planejamento:
I - Plano de Transformação Digital, que conterá, no mínimo, as ações de:
a) transformação digital de serviços;
b) unificação de canais digitais; e
c) interoperabilidade de sistemas;
II - Plano Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação; e
III - Plano de Dados Abertos, nos termos do disposto no Decreto nº 8.777, de 11 de maio de 2016.
§ 1º Os instrumentos de planejamento de que trata o caput serão:
I - elaborados pela unidade competente dos órgãos e das entidades; e
II - aprovados pelo respectivo Comitê de Governança Digital.
§ 2º Os órgãos e as entidades poderão elaborar conjuntamente seus Planos de Transformação Digital,
estruturados de acordo com a área temática ou com a função de governo.
§ 3º O Plano de Transformação Digital incluirá sua estratégia de monitoramento, que será pactuada
com a Secretaria Especial de Modernização do Estado da Secretaria-Geral da Presidência da República.
23
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10332.htm. Data de acesso: 19.01.2022
Art. 7º Fica instituída a Rede Nacional de Governo Digital - Rede Gov.br, de natureza colaborativa e
adesão voluntária, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com a
finalidade de promover o intercâmbio de informações e a articulação de medidas conjuntas relacionadas
à expansão da Estratégia de Governo Digital.
Art. 9º O Anexo I ao Decreto nº 9.319, de 2018, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“....................................................................................................................
II - ………………………………………………...............................................................
………………………………………………............................................................………
2. ……………………………………………………...........................................................
……………...…………………………………….........................................................……
Os objetivos a serem alcançados, por meio da Estratégia de Governo Digital incluem:
- oferecer serviços públicos digitais simples e intuitivos, consolidados em plataforma única e com
avaliação de satisfação disponível;
- conceder acesso amplo à informação e aos dados abertos governamentais, para possibilitar o
exercício da cidadania e a inovação em tecnologias digitais;
Art. 10. O Decreto nº 8.936, de 19 de dezembro de 2016, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 3º ......................................................................................................
I - o portal único gov.br, no qual as informações institucionais, as notícias e os serviços públicos
prestados pelo Governo federal serão disponibilizados de maneira centralizada, nos termos do disposto
no Decreto nº 9.756, de 11 de abril de 2019;
…………………………………………………………….....................................................
IV - a ferramenta de avaliação da satisfação dos usuários em relação aos serviços públicos prestados;
V - …………………………………………………….................................................……..
………………………………………………………...................................................……..
c) nível de satisfação dos usuários; e
…………………………………………………………….....................................................
VI - o barramento de interoperabilidade de dados entre órgãos e entidades, que permite o
compartilhamento de dados, nos termos do disposto no Decreto nº 10.046, de 9 de outubro de 2019;
VII - a ferramenta de notificações aos usuários de serviços públicos; e
VIII - a ferramenta de meios de pagamentos digitais para serviços públicos desenvolvida pelo órgão
central do Sistema de Administração Financeira Federal.
Parágrafo único. Os órgãos e as entidades da administração pública federal encaminharão à
Secretaria de Governo Digital da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do
Ministério da Economia os dados da prestação dos serviços públicos sob sua responsabilidade para
composição dos indicadores do painel de monitoramento do portal único gov.br.
……………………………………………………................................................….” (NR)
“Art. 4º Os órgãos e as entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional
deverão, até 30 de junho de 2021:
…………………………………………………….........................................................….
II - cadastrar e atualizar as informações dos serviços públicos oferecidos no portal único gov.br;
…………………………………………....................................................................….
IV - adotar o mecanismo de acesso da Plataforma de Cidadania Digital na totalidade dos serviços
públicos digitais;
V - adotar a ferramenta de avaliação da satisfação dos usuários da Plataforma de Cidadania Digital;
VI - monitorar e implementar as ações de melhoria dos serviços públicos prestados, com base nos
resultados da avaliação de satisfação dos usuários dos serviços;
VII - adotar o barramento de interoperabilidade da Plataforma de Cidadania Digital para integração dos
sistemas e das bases de dados dos órgãos e das entidades da administração pública federal;
VIII - adotar a ferramenta de notificações aos usuários da Plataforma de Cidadania Digital na totalidade
dos serviços públicos digitais; e
IX - adotar a ferramenta de meios de pagamentos digitais da Plataforma de Cidadania Digital nos
serviços públicos oferecidos no portal único gov.br que envolvam cobrança de taxas do usuário, preços
públicos ou equivalentes.” (NR)
Art. 11. O Decreto nº 9.094, de 17 de julho de 2017, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 11. ....................................................................................................
§ 1º …………………………………………………………...........................................…..
………………………………………………………................................................………..
IV - os serviços publicados no portal único gov.br, nos termos do disposto no Decreto nº 8.936, de 19
de dezembro de 2016.
……………………………………………………….........................................….....” (NR)
“Art. 18 ......................................................................................................
I - no portal único gov.br; e
Art. 12. O Decreto nº 10.046, de 9 de outubro de 2019, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 2º ......................................................................................................
....................................................................................................................
XXIII - requisitos de segurança da informação e comunicação - ações que objetivam viabilizar e
assegurar a disponibilidade, a integridade, a confidencialidade e a autenticidade das informações;
XXIV - solicitante de dados - órgão ou entidade que solicita ao gestor de dados a permissão de acesso
aos dados; e
XXV - cadastro base - informação de referência, íntegra e precisa, centralizada ou descentralizada,
oriunda de uma ou mais fontes, sobre elementos fundamentais para a prestação de serviços e para a
gestão de políticas públicas, tais como pessoas, empresas, veículos, licenças e locais.” (NR)
“Art. 10. Os gestores de dados divulgarão os mecanismos de compartilhamento de seus dados e os
cadastros base sob sua responsabilidade.
............................................................................................................” (NR)
“Art. 10-A. Os órgãos e as entidades poderão criar novas bases de dados somente quando forem
esgotadas as possibilidades de utilização dos cadastros base existentes.” (NR)
Art. 13. Os órgãos e as entidades que possuírem os instrumentos de planejamento de que trata o art.
3º deverão revisá-los para adequar o seu conteúdo às disposições deste Decreto, no prazo de noventa
dias, contado da data de sua publicação.
ANEXO
A Estratégia de Governo Digital para o período de 2020 a 2022 está organizada em princípios, objetivos
e iniciativas que nortearão a transformação do governo por meio do uso de tecnologias digitais, com a
Um Governo centrado no cidadão, que busca oferecer uma jornada mais agradável e responde às
suas expectativas por meio de serviços de alta qualidade.
Iniciativa 1.1. Transformar todas as etapas e os serviços públicos digitalizáveis, até 2022
Iniciativa 1.2. Simplificar e agilizar a abertura, a alteração e a extinção de empresas no Brasil, de forma
que esses procedimentos possam ser realizados em um dia, até 2022.
Iniciativa 2.1. Oferecer meio de avaliação de satisfação padronizado para, no mínimo, cinquenta por
cento dos serviços públicos digitais, até 2022.
Iniciativa 2.2. Aprimorar a satisfação dos usuários dos serviços públicos e obter nível médio de, no
mínimo, 4,5 (quatro inteiros e cinco décimos) em escala de 5 (cinco) pontos, até 2022.
Iniciativa 2.3. Aprimorar a percepção de utilidade das informações dos serviços no portal único gov.br
e atingir, no mínimo, setenta e cinco por cento de avaliações positivas, até 2022.
Iniciativa 3.1. Estabelecer padrão mínimo de qualidade para serviços públicos digitais, até 2020.
Iniciativa 3.2. Realizar, no mínimo, cem pesquisas de experiência com os usuários reais dos serviços
públicos, até 2022.
Um Governo integrado, que resulta em uma experiência consistente de atendimento para o cidadão e
integra dados e serviços da União, dos Estados, do Distrito Federal e Municípios, reduzindo custos,
ampliando a oferta de serviços digitais e retira do cidadão o ônus do deslocamento e apresentação de
documentos.
Iniciativa 4.1. Consolidar mil e quinhentos domínios do Governo federal no portal único gov.br, até
2020.
Iniciativa 4.2. Integrar todos os Estados à Rede Gov.br, até 2022.
Iniciativa 4.3. Consolidar a oferta dos aplicativos móveis na conta única do Governo federal nas lojas,
até 2020.
Iniciativa 4.4: Ampliar a utilização do login único de acesso gov.br para mil serviços públicos digitais,
até 2022.
Iniciativa 5.1. Implementar meios de pagamentos digitais para, no mínimo, trinta por cento dos serviços
públicos digitais que envolvam cobrança, até 2022.
Iniciativa 5.2. Disponibilizar plataforma de caixa postal digital do cidadão.
Iniciativa 6.1. Interoperar os sistemas do Governo federal, de forma que, no mínimo, novecentos
serviços públicos contem com preenchimento automático de informações, até 2022.
Iniciativa 6.2. Ampliar para vinte a quantidade de atributos no cadastro base do cidadão, até 2022.
Iniciativa 6.3. Estabelecer quinze cadastros base de referência para interoperabilidade do Governo
federal, até 2022.
Iniciativa 6.4. Estabelecer barramento de interoperabilidade dos sistemas do Governo federal, até
2020, de forma a garantir que pessoas, organizações e sistemas computacionais compartilhem os dados.
Um Governo inteligente, que implementa políticas efetivas com base em dados e evidências e antecipa
e soluciona de forma proativa as necessidades do cidadão e das organizações, além de promover um
ambiente de negócios competitivo e atrativo a investimentos.
Iniciativa 7.1. Produzir quarenta novos painéis gerenciais de avaliação e monitoramento de políticas
públicas, até 2022.
Iniciativa 7.2. Catalogar, no mínimo, as trezentas principais bases de dados do Governo federal, até
2022.
Iniciativa 7.3. Disponibilizar o mapa de empresas no Brasil, até 2020.
Iniciativa 8.1. Desenvolver, no mínimo, seis projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação com
parceiros do Governo federal, instituições de ensino superior, setor privado e terceiro setor, até 2022.
Iniciativa 8.2. Implementar recursos de inteligência artificial em, no mínimo, doze serviços públicos
federais, até 2022.
Iniciativa 8.3. Disponibilizar, pelo menos, nove conjuntos de dados por meio de soluções de blockchain
na administração pública federal, até 2022.
Iniciativa 8.4. Implementar recursos para criação de uma rede blockchain do Governo federal
interoperável, com uso de identificação confiável e de algoritmos seguros.
Iniciativa 8.5. Implantar um laboratório de experimentação de dados com tecnologias emergentes.
Iniciativa 9.1. Implantar mecanismo de personalização da oferta de serviços públicos digitais, baseados
no perfil do usuário, até 2022.
Iniciativa 9.2. Ampliar a notificação ao cidadão em, no mínimo, vinte e cinco por cento dos serviços
digitais.
Um Governo confiável, que respeita a liberdade e a privacidade dos cidadãos e assegura a resposta
adequada aos riscos, ameaças e desafios que surgem com o uso das tecnologias digitais no Estado.
Iniciativa 10.1. Estabelecer método de adequação e conformidade dos órgãos com os requisitos da Lei
Geral de Proteção de Dados, até 2020.
Iniciativa 10.2. Estabelecer plataforma de gestão da privacidade e uso dos dados pessoais do cidadão,
até 2020.
Objetivo 11: Garantia da segurança das plataformas de governo digital e de missão crítica
Iniciativa 11.1. Garantir, no mínimo, noventa e nove por cento de disponibilidade das plataformas
compartilhadas de governo digital, até 2022.
Iniciativa 11.2. Monitorar, no mínimo, oitenta por cento dos riscos de segurança cibernética nas
plataformas compartilhadas de governo digital.
Iniciativa 11.3. Definir padrão mínimo de segurança cibernética a ser aplicado nos canais e serviços
digitais.
Iniciativa 12.1. Prover dois milhões de validações biométricas mensais para serviços públicos federais,
até o final de 2020.
Iniciativa 12.2. Disponibilizar identidade digital ao cidadão, com expectativa de emissão de quarenta
milhões, até 2022.
Iniciativa 12.3. Criar as condições para a expansão e para a redução dos custos dos certificados digitais
para que custem, no máximo R$ 50,00 (cinquenta reais) por usuário anualmente, até 2022.
Iniciativa 12.4. Disponibilizar novos mecanismos de assinatura digital ao cidadão, até 2022.
Iniciativa 12.5. Incentivar o uso de assinaturas digitais com alto nível de segurança.
Iniciativa 12.6. Estabelecer critérios para adoção de certificado de atributos para simplificação dos
processos de qualificação de indivíduo ou entidade.
Iniciativa 12.7. Promover a divulgação ampla de sistemas e aplicações para uso e verificação das
políticas de assinatura com códigos abertos e interoperáveis.
Iniciativa 13.1. Integrar os portais de transparência, de dados abertos e de ouvidoria ao portal único
gov.br, até 2020.
Iniciativa 13.2. Ampliar a quantidade de bases de dados abertos, de forma a atingir 0,68 (sessenta e
oito centésimos) pontos no critério de disponibilidade de dados do índice organizado pela Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, até 2022.
Iniciativa 13.3. Melhorar a qualidade das bases de dados abertos, de forma a atingir 0,69 (sessenta e
nove décimos) pontos no critério de acessibilidade de dados do índice organizado pela Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, até 2022.
Iniciativa 14.1. Firmar parcerias para a construção de aplicações de controle social, por meio de três
datathons ou hackathons, até 2022.
Iniciativa 14.2. Aprimorar os meios de participação social e disponibilizar nova plataforma de
participação, até 2021.
Iniciativa 15.1. Disponibilizar, no mínimo, vinte novos serviços interoperáveis que interessem às
empresas e às organizações, até 2022.
Iniciativa 15.2. Firmar parcerias com instituições representativas da indústria de tecnologia da
informação, comunicação e de identificação digital, com reconhecida participação colaborativa.
Um Governo eficiente, que capacita seus profissionais nas melhores práticas e faz uso racional da
força de trabalho e aplica intensivamente plataformas tecnológicas e serviços compartilhados nas
atividades operacionais.
Iniciativa 16.1. Realizar, no mínimo, seis compras centralizadas de bens e serviços comuns de
tecnologia da informação e comunicação, até 2022.
Iniciativa 16.2. Ampliar o compartilhamento de soluções de software estruturantes, totalizando um novo
software por ano, até 2022.
Iniciativa 16.3. Ofertar, no mínimo, quatro soluções de tecnologia da informação e comunicação por
meio do marketplace, até 2022.
Iniciativa 16.4. Otimizar a infraestrutura de, pelo menos, trinta datacenters do Governo federal, até
2022.
Iniciativa 16.5. Migração de serviços de, pelo menos, trinta órgãos para a nuvem, até 2022.
Iniciativa 16.6. Negociar acordos corporativos com os maiores fornecedores de tecnologia da
informação e comunicação do governo, de forma a resultar na redução de, no mínimo, vinte por cento
dos preços de lista, até 2022.
Iniciativa 18.1. Capacitar, no mínimo, dez mil profissionais das equipes do Governo federal em áreas
do conhecimento essenciais para a transformação digital
Iniciativa 18.2. Difundir os princípios da transformação digital por meio de eventos e ações de
comunicação, de forma a atingir, no mínimo, cinquenta mil pessoas, até 2022.
Iniciativa 18.3. Ampliar a força de trabalho dedicada à transformação digital na administração pública
federal, em dois mil profissionais, até 2022.
Questões
Tanto o plano diretor de tecnologia da informação e comunicação quanto o plano de dados abertos
devem ser elaborados pelos órgãos e pelas entidades, para a consecução dos objetivos estabelecidos
na Estratégia de Governo Digital.
(...) Certo (...) Errado
Uma das iniciativas da implementação da Lei Geral de Proteção de Dados é o estabelecimento de uma
plataforma de gestão da privacidade de dados dos cidadãos.
(...) Certo (...) Errado
Gabarito
01.Certo / 02. Certo / 03. Certo / 04. Errado / 05. Errado
AMBIENTE ORGANIZACIONAL
Ambiente no conceito da administração corresponde a fatores internos e externos24 que fazem com
que o empresário tenha que acompanhá-los para poder tomar decisões assertivas. Este
acompanhamento e adaptação ao ambiente é algo bastante discutido principalmente depois do paralelo
com a Teoria da evolução das espécies de Darwin.
A influência do ambiente é relevante nas decisões estratégicas que operam no setor da empresa, na
comunidade como um todo, em sua cidade, em seu país e no mundo. Mudanças estão ocorrendo em
ritmos variados – mais rapidamente na tecnologia e mais lentamente na política. Como, por definição, a
formulação da estratégia é realizada com o futuro em mente, os executivos que fazem parte do processo
de planejamento estratégico precisam estar ao par dos aspectos relativos ao ambiente de suas empresas,
que são especialmente suscetíveis ao tipo de mudança que afetará o futuro de suas companhias.25
O conceito de ambiente é inspirado na ecologia. Não é por coincidência que alguns pesquisadores que
trabalharam em profundidade essa noção denominam sua abordagem de ecologia populacional. De forma
geral, esses autores propõem que, à semelhança das espécies vivas, as organizações sobrevivem em
ambientes ou, mais exatamente, em nichos ambientais. Devem se adaptar às forças desse ambiente, do
contrário, serão eliminadas. O ambiente é um fator inerente às organizações.
Machado da Silva e Cochia26 afirmam que “o domínio da ação identifica as esferas principais nas quais
a organização depende do ambiente”. Como não há consenso entre os doutrinadores, verifica-se que
Daft, Certo e Peter27, entre outros, classificam ambiente em: ambiente externo (ambiente geral e ambiente
operacional) e ambiente interno (organização). Estudaremos a seguir os elementos do Ambiente
Organizacional.
As forças econômicas têm impacto significativo sobre os negócios, pois a saúde econômica de uma
nação afeta o desempenho de cada uma de suas empresas e indústrias. Mudanças na economia causam
tanto oportunidades quanto ameaças aos administradores. Quando a economia está em crescimento,
muitas organizações aproveitam a demanda crescente de “saídas” e os recursos são mais facilmente
disponíveis para expansões organizacionais. Entretanto, quando a economia se retrai (como em períodos
de recessão), a demanda despenca, o desemprego cresce e os lucros encolhem. As organizações devem
24
MELLO, Rodrigo Bandeira de; CUNHA, Cristiano José Castro de Almeida. Administrando o risco: uma teoria substantiva da adaptação estratégica de pequenas
empresas a ambientes turbulentos e com forte influência governamental. RAC - Revista de Administração Contemporânea, Curitiba, v. 8, n. especial, p. 157-180,
2004.
25
MINTZBERG, Henry e QUINN, James Brian. O processo da estratégia. Tradução James Sunderland Cook. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
26
COCHIA, C. B. R.; SILVA, C. L. MACHADO da. S. R. Ambiente, interpretação e estratégia em organizações paranaenses dos setores de vestuário e alimentos.
Revista de Administração Contemporânea, Edição Especial, v. 8, p. 11-35, 2004.
27
CERTO, Samuel C.; PETER, J. Paul. Administração estratégica: planejamento e implantação estratégica. Tradução: Flávia Deni Steffen. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 1993.
28
Idem..
29
HITT, Michael A.; IRELAND, R. Duane; HOSKISSON, Robert E. Administração estratégica: competitividade e globalização. Tradução de José Carlos Barbosa
dos Santos e Luiz Antonio Pedroso Rafael. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.
As forças socioculturais ocupam-se das atitudes e dos valores de uma sociedade. Visto que ambos
constituem a pedra angular de uma sociedade, frequentemente impulsionam as mudanças e as condições
demográficas, econômicas, político-jurídicas e tecnológicas. As forças socioculturais variam de um país
para outro. Cada nação tem um sistema cultural e social que compreende certas crenças e valores. As
organizações deveriam monitorar as forças culturais e sociais porque estas forças externas são
extremamente importantes para o seu desempenho. Exemplos: a mulher na força de trabalho; diversidade
da força de trabalho; atitudes em relação à qualidade da vida profissional; questões ambientais; mudanças
nas preferências de trabalho e carreira; e mudanças nas preferências relacionadas com características
de produtos e serviços.
As forças internacionais (ou globais) do ambiente externo representam os eventos que se originam
nos países estrangeiros, assim como oportunidades para empresas em outros países. Hitt et al (2005)
denominam como segmento global novos e relevantes mercados globais, mercados existentes em fase
de mudança e eventos políticos internacionais essenciais aos mercados globais. A importância das forças
internacionais cresce consideravelmente quando uma organização decide-se internacionalizar e expandir
seus produtos ou serviços para um mercado internacional.
As organizações estão operando em um mundo cada vez mais sem barreiras sendo que administração
em um ambiente global é diferente da administração de operações domésticas. Exemplos: eventos
políticos importantes; mercados globalizados críticos; países recém-industrializados; atributos culturais e
instituições diferentes.
Dos autores pesquisados, os únicos que incluem o conceito de fator ambiental são Johnson, Scholes
e Whittington30. Eles conceituam esse fator como a preocupação que a organização deve ter em relação
ao meio ambiente, avaliando os impactos de leis de proteção ambiental e consumo de energia.
Clientes são pessoas que compram produtos ou serviços de uma organização e que diferem
fortemente em diversas características, como educação, idade, renda e estilo de vida. Como recebedores
30
JOHNSON, Gerry; SCHOLES Kevan; WHITTINGTON Richard. Exploring Corporate Strategy. Financial Times Prentice Hall, 2005.
31
HITT, Michael A.; IRELAND, R. Duane; HOSKISSON, Robert E. Administração estratégica: competitividade e globalização. Tradução de José Carlos Barbosa
dos Santos e Luiz Antonio Pedroso Rafael. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.
O componente fornecedor do ambiente operacional inclui todas as variáveis relacionadas aos que
fornecem recursos para a organização. Esses recursos são adquiridos e transformados durante o
processo produtivo em mercadorias e serviços finais. A forma como os vendedores oferecem os recursos
especificados para venda, a qualidade relativa dos materiais oferecidos, a credibilidade nas entregas e
os termos do crédito oferecido, representam questões importantes de se considerar para administrar uma
organização de forma eficaz e eficiente.
A ameaça de entrantes aumenta à medida que um setor recebe novos concorrentes. A não ser que
o mercado esteja crescendo rapidamente, uma nova entrada intensifica a luta por fatias de mercado,
reduzindo assim os preços e a lucratividade do setor. A probabilidade de novas empresas entrarem em
um setor depende de dois fatores: barreiras de entrada e a retaliação esperada por parte dos concorrentes
existentes.
Os concorrentes existentes tentam desenvolver barreiras contra o ingresso no mercado. Por outro
lado, o novo entrante em potencial procura os mercados nos quais as barreiras de entrada sejam
relativamente insignificantes. Existem vários tipos de barreiras de entrada, como: economias de escala,
diferenciação de produto, requisitos de capital, custos de mudança, acesso aos canais de distribuição,
desvantagens de custo independentemente da escala e política de governo.
Os produtos substitutos são os diferentes bens ou serviços que se originam fora de um determinado
setor e que desempenham as mesmas funções ou funções semelhantes às de um produto fabricado
nesse setor. Por exemplo, os cinemas estão sofrendo uma concorrência cada vez maior da TV a cabo,
que passa filmes em primeira exibição por menos da metade do preço do ingresso de bilheteria dos
cinemas.
Parceiros estratégicos são duas (ou mais) organizações que trabalham juntas (aliados estratégicos),
sob a forma de joint ventures ou outras formas de aliança, para facilitar a venda, a distribuição e a
divulgação dos seus produtos e serviços.
Reguladores são elementos do ambiente que têm o poder de controlar, legislar ou influenciar as
políticas e práticas das organizações. Existem dois tipos importantes de reguladores: agências
reguladoras – órgãos governamentais, criados para proteger o público de certas práticas de negócios ou
para proteger as organizações umas das outras; e grupos de interesse – uniões dos próprios membros,
na tentativa de influenciar organizações com o sentido de proteger o seu negócio.
O mercado de trabalho representa as pessoas no ambiente que podem ser empregadas para trabalhar
para a organização. Toda organização precisa de certo número de pessoas treinadas e qualificadas. Os
sindicatos, as associações de funcionários e a disponibilidade de certas classes de funcionários podem
influenciar o mercado de trabalho da organização.
32
DAFT, Richard L. Administração. Tradução Robert Brian Taylor. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 1993.
Proprietários: são aqueles com direitos legais de propriedade sobre determinado negócio. Podem ser
um único indivíduo que estabelece e desenvolve um negócio, ou parceiros que juntamente estabelecem
e dirigem ou não um negócio, investidores individuais que compram ações de uma organização ou outras
organizações.
Empregados: são os recursos humanos, a partir dos quais uma organização desenvolve a sua
atividade. As pessoas são, talvez, o mais valioso recurso interno de uma organização, porque elas são a
sua energia vital. As pessoas proveem conhecimento, habilidades e dirigem aquilo que cria, mantém e
desenvolve as organizações. Os recursos humanos são as mais culturalmente diferentes forças de
trabalho, o que representa um grande desafio para os administradores, por fatores tais como raça/etnia,
gênero, idade e cultura.
Ambiente físico: são as instalações das organizações, podendo ter as mais diversas configurações,
ser em um único plano ou em diversos andares, em um único local ou em vários diferentes, próximos ou
distantes.
Turbulência (ou incerteza) tem sido um conceito central nas teorias que procuram explicar a relação
entre organizações e seus ambientes.
Os três conceitos mais comuns para definir incerteza ambiental foram organizados por Milliken34, a
partir de diversos autores:
1. uma inabilidade de notar probabilidades de futuros eventos bons;
2. falta de informação sobre a relação causa-efeito;
3. uma inabilidade de predizer os resultados de uma decisão.
Milliken propôs a existência de três tipos de incertezas ambientais. São elas: estado de incerteza, efeito
incerteza e resposta incerta.
O estado de incerteza refere-se quando a previsão do ambiente ou parte dele se torna muito difícil.
33
SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teoria da administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.
34
MILLIKEN, F. J. Three types of perceived uncertainty about the environment: state, effect, and response uncertainty. Academy of Management Review, 1987.
Jauch e Kraft35 consideram que a incerteza ambiental tem algumas dimensões: disparidade
(heterogeneidade), volatilidade, quantidade das mudanças e velocidade em que ocorrem, e pré-
disposição a elas.
Diferenças individuais são o motivo da variação da percepção de incerteza. A forma como uma
empresa tenta se adaptar às mudanças no ambiente está relacionada à visualização destas como
ameaças ou oportunidades.
Questões
01. (TRT 14ª Região - Analista Judiciário - IESES) Assinale a alternativa correta. Aquele ambiente
comum a todas as organizações, constituído das condições tecnológicas, legais, políticas, econômicas,
demográficas, entre outras, é corretamente chamado de:
(A) Micro Ambiente.
(B) Ambiente Interno.
(C) Ambiente de Tarefa.
(D) Ambiente Geral.
(E) Ambiente Específico.
35
JAUCH, Lawrence R.; KRAFT, Kenneth L. Strategic management of uncertainty. Academy of Management Review, vol. 11, n. 4, 1986.
36
BANDEIRA-DE-MELLO, Rodrigo; CUNHA, Cristiano José Castro de Almeida. Administrando o risco: uma teoria substantiva da adaptação estratégica de
pequenas empresas a ambientes turbulentos e com forte influência governamental. RAC - Revista de Administração Contemporânea, Curitiba, v. 8, n. especial, 2004.
04. (IF/PI - Professor de Administração - IFPI) Nunca se deparou com tantas mudanças como as
que se observam na atualidade. O ambiente contingencial faz-se presente na estrutura de todas as
organizações. Nesse contexto, seus objetivos mudam no decorrer do tempo; consequentemente, a
estratégia da produção precisa ser modelada, visando à antecipação das necessidades futuras.
Considerando esse cenário, associando-o ao desenvolvimento de estratégias de produção que
possibilitem a sobrevivência em um mercado marcado pela competição acirrada, com clientes cada vez
mais exigentes, a tomada de decisão deve ser guiada considerando as variáveis Macroambientais, bem
como aquelas que compõem o Ambiente de Tarefa. Associe (MA) para variáveis que fazem parte do
Macroambiente e (AT) para aquelas do Ambiente de Tarefa e, em seguida, marque a alternativa
CORRETA correspondente.
( ) Legal
( ) Social
( ) Concorrência
( ) Guia de Fornecedores
05. (IF/RS - Professor de Finanças - IF/RS) A definição da estratégia deve estar alinhada à visão da
empresa e ser fundamentada na análise do ambiente externo e interno. Em relação à análise ambiental
verifique as assertivas abaixo e assinale a alternativa conforme solicitado:
I. O ambiente externo pode ser decomposto em macroambiente, comum a todas as organizações e
específico, próprio de cada organização.
II. O macroambiente é composto, entre outras, por variáveis tecnológicas, econômicas, políticas,
legais, sociais, culturais, demográficas e ecológicas.
III. As variáveis políticas somente interferem na estrutura e funcionamento dos negócios regulados
pelo agente governamental.
IV. As variações econômicas podem ser estruturais, que alteram as relações entre os setores, e
cíclicas, a exemplo de oscilações nos juros. Ambas afetam a obtenção de lucros e devem ser
cuidadosamente analisadas.
V. O ambiente específico é constituído principalmente por clientes, fornecedores, concorrentes e
grupos reguladores.
VI. Uma vez estabelecido o cenário da análise ambiental é possível assegurar um contexto e definir
as ações para o sucesso da empresa.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: D
O Ambiente Geral (também chamado macroambiente) é constituído de um conjunto amplo e complexo,
de condições e fatores externos que envolvem e influenciam difusamente todas as organizações. É um
conjunto de condições genéricas e externas a organização que contribuem de um modo geral para tudo
aquilo que ocorre em cada organização, para as estratégias adotadas e para as consequências das ações
organizacionais. Geralmente pode ser constituído das variáveis que não estão associadas ao dia a dia da
organização: tecnologia, políticas, econômicas, sociais, demográficas e ecológicas.
02. Resposta: A
O ambiente geral é o nível de um ambiente externo à organização composto de componentes que
normalmente têm amplo escopo e pouca aplicação imediata para administrar uma organização (conforme
explicado na questão anterior). Todos os outros referem-se ao microambiente.
03. Resposta: E
O conhecimento da complexidade do ambiente global em que a organização está inserida é a chave
para o sucesso. Além deste conhecimento, é necessário que o administrador encontre maneiras de
manter-se atualizado frente às constantes e rápidas alterações neste ambiente, sobre todos os seus
aspectos. Visando este intuito, a análise do macro e do microambiente deve ser realizado por meio de
04. Resposta: C
Para não ter dúvidas, verifique a figura: Os elementos do ambiente organizacional, assim ficará mais
claro observar o que é de cada ambiente da organização.
05. Resposta: E
Explicaremos as afirmações erradas (VI e III):
Opção VI diz: “Uma vez estabelecido o cenário da análise ambiental é possível assegurar um contexto
e definir as ações para o sucesso da empresa. Não há como “assegurar” o sucesso de empresa alguma
com tantas incertezas no ambiente. O planejamento estratégico, as ferramentas estratégicas e tudo mais
que existe na Administração Estratégica, poderão apenas “auxiliar”, para a melhor escolha.
A Opção III diz: “As variáveis políticas somente interferem na estrutura e funcionamento dos negócios
regulados pelo agente governamental. As variáveis políticas, influenciam, todos os negócios, e não só os
regulados, por este ou aquele “agente governamental”.
06. Resposta: B
Está no texto do enunciado da questão quando informa que “...segundo especialistas do setor, à
mudança da visão dos brasileiros a respeito de suas responsabilidades no futuro. Segundo os
especialistas, os brasileiros passam por um momento de mudança de valores e se preocupam mais com
o futuro”. Isto quer dizer que houve uma mudança sociocultural em que antes não se preocupava ou
preocupa-se.
07. Resposta: A
Explicaremos as afirmações erradas (II e III):
Opção II afirma: “O ambiente de tarefa é constituído de todos os fatores econômicos, tecnológicos,
sociais, políticos, legais, culturais, demográficos, etc. que ocorrem no mundo e na sociedade em geral”.
É o ambiente geral ou macroambiente que é constituído dos fatores citados e não o ambiente tarefa.
Opção III afirma: “O ambiente geral ou macroambiente constitui um conjunto de condições
semelhantes para as organizações. É constituído por fornecedores, clientes, concorrentes e
entidades reguladoras”. O erro está em citar tais itens como parte do ambiente geral sendo que eles
fazem parte do ambiente tarefa.
37 KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing: A Bíblia do Marketing. 12ª edição, Prentice Hall Brasil, 2006.
CHIAVENATO, Idalberto - Introdução a Teoria Geral da Administração 2014.
Objetivos Estratégicos
Os objetivos estratégicos são a declaração do que se pretende na organização, devem ser claros,
concisos e alcançáveis. O objetivo é algo detalhado e concreto que define o que se almeja para a
organização. Trata-se de uma visão da organização para o futuro, abordando o que se almeja.
Sem objetivos e sem uma comunicação efetiva, a organização pode tomar qualquer direção. Sendo
assim, objetivos são resultados quantitativos e qualitativos que a empresa precisa alcançar em prazo
determinado, no contexto de seu ambiente, para cumprir sua Missão.
A definição dos objetivos requer um planejamento, bem como o envolvimento de toda a organização
e até dos stakeholders (significa público estratégico; é uma pessoa ou grupo que tem interesse em uma
empresa, negócio ou indústria, podendo ou não ter feito um investimento neles) envolvidos.
Metas Estratégicas
Meta é a quantificação, com prazos definidos, do objetivo estabelecido. E, para serem alcançados, os
desafios exigem esforço extra.
As metas estratégicas devem declarar os níveis de desempenho minimamente aceitáveis e devem ser
quantificáveis possibilitando durante sua execução, a identificação dos fatores críticos de sucesso, das
ameaças e oportunidades e dos pontos fracos e fortes em relação aos resultados finais e intermediários
esperados.
As metas estratégicas devem ser realistas e desafiadoras, encorajando o progresso em relação aos
níveis históricos de desempenho. Metas não realistas ou que não representem desafio podem levar à
perda de credibilidade e à desmotivação em relação ao seu cumprimento.
As metas devem ser escritas de forma que, mesmo pessoas não familiarizadas com a organização,
sejam capazes de entender os resultados esperados apenas pela leitura.
As metas estratégicas devem ser estabelecidas de acordo com o objetivo, missão e visão estratégica;
devem ser quantificáveis e devem comunicar o desempenho esperado. Para isso, algum indicador é
necessário ser estabelecido. Deve-se se estabelecer uma meta por indicador (por exemplo: indicador
financeiro que pode ser a receita total recebido em um mês).
Vamos conhecer uma importante ferramenta para auxiliar na verificação de dimensões (ou critérios)
de uma meta:
Sendo assim, tenha em mente que os objetivos fornecem uma DIREÇÃO, enquanto as metas são
OBJETIVOS QUANTIFICADOS.
Para que fique ainda mais claro, vejamos o exemplo a seguir de como uma organização poderia
estabelecer os seus objetivos e metas, inclusive já mensurando por meio de indicadores como esta meta
será alcançada. Veja:
Questões
01. (TRE/PE - Técnico Judiciário - Área Administrativa - FCC) Declaradas a Missão, Visão e Valores
da instituição, as prioridades e resultados quantitativos e qualitativos que se propõe a alcançar num prazo
determinado são os
(A) Diagnósticos Estratégicos.
(B) Objetivos Estratégicos.
(C) Fatores Críticos de Sucesso.
(D) Princípios Estratégicos.
(E) Objetivos Institucionais.
04. (MEC - Especialista em Processos de Negócios - CESPE) No que se refere a projeto, julgue os
itens que se seguem.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: B
Após a definição da missão, visão e os valores da organização, deve-se definir os seus objetivos
estratégicos (os resultados quantitativos e qualitativos que que se deseja alcançar). Para tanto, as metas
estratégicas auxiliam nesta quantificação.
05. Resposta: D
Segundo Chiavenato, existem 5 tipos de objetivos das organizações: sociedade, produção, sistemas,
produtos, e derivados.
O primeiro passo de qualquer Planejamento Estratégico é definir o Negócio, a Missão, Visão e Valores
da organização. Este passo é que dá o “Norte” a ser seguido pela empresa. Sem estas definições, o
restante do planejamento perde seu sentido.
Quando tratamos de negócio, missão, visão, valores, estamos falando de algo que serve para definir
a direção estratégica da empresa: da integração das operações à estratégia da companhia e da motivação
da equipe. É útil porque permite que o empreendedor reflita sobre futuro e papel de seu negócio na
sociedade. Porém, nota-se que estes termos são frequentemente mal-empregados na gestão de
empresas.
É comum encontrar companhias com declarações de missão, visão e valores que são meros objetos
decorativos, pois não são seguidos pela empresa.
Ressalta-se que é indicado para organizações de todos os portes, em especial as que estão nascendo.
Sendo assim, é útil também, uma vez que os produtos e serviços mostram-se cada vez mais iguais e
apresentam-se de maneira cada vez mais semelhante. As organizações, atualmente, apostam nesse
conjunto próprio de características – Negócio, Missão, Visão e Valores – que as identifiquem e diferenciem
das demais organizações.
Negócio
Trata-se do ramo de atividades no qual a organização atua. Resume os benefícios que ela proporciona
para seus clientes. Leva em conta o que a organização faz, mas analisa, também, o espaço que pretende
ocupar no mercado (demandas ambientais). Responde às seguintes perguntas:
- Que desejos/necessidades/expectativas atendemos?
- Desejos/necessidades/expectativas de quem?
- Com que áreas de negócio?
- Em que canais e em que regiões?
- Em organizações públicas e suas unidades, pode-se definir que o negócio é a “área de competência”.
Missão Organizacional
É uma proposta da razão pela qual a organização existe. Ela oferece informação sobre o escopo de
Missão Organizacional, atuação da empresa, seus clientes, seus valores e competências essenciais.
Assim, a missão é tida como o detalhamento da razão de ser da empresa, ou seja, é o porquê da
empresa. Na missão, tem-se acentuado o que a empresa produz, sua previsão de conquistas futuras e
como espera ser reconhecida pelos clientes e demais stakeholders.
A missão ajuda:
- A concentrar esforços em uma direção comum;
- A assegurar que a organização não persiga propósitos conflitantes;
- Serve de base para alocação de recursos organizacionais;
- Estabelece áreas amplas de responsabilidades por tarefa na organização;
- Atua como base para o desenvolvimento de objetivos.
Kotler38 ressalta que é importante que a missão responda em quais esferas competitivas a empresa
pretende atuar:
Esfera setorial: para que setor a empresa comercializa? Para um setor, para dois setores, para
qualquer setor.
Esfera geográfica: Onde eu vou comercializar? Que cidade, estado ou país? Nível global?
Esfera de produtos: Que tipo de produtos fornecer? Tecnológicos, saúde, alimentação, bancários?
Esfera de segmento de mercado: Para qual público comercializar? Um público com maior ou menor
poder aquisitivo?
Esfera de competências: Quais são as melhores competências dessa empresa? É uma empresa em
que seu melhor é a inovação tecnológica, a qualidade?
Esfera vertical: A empresa produz desde a matéria-prima até o produto final e a distribuição ou apenas
distribui?
38
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing: A Bíblia do Marketing. 12ª edição, Prentice Hall Brasil, 2006.
Fiat
Desenvolver, produzir e comercializar carros e serviços que as pessoas prefiram comprar e tenham
orgulho de possuir, garantindo a criação de valor e a sustentabilidade do negócio.
HSBC
Garantir a excelência na entrega de produtos e serviços financeiros, maximizando valor para clientes e
acionistas.
Gerdau
Gerar valor para nossos clientes, acionistas, equipes e a sociedade, atuando na indústria do aço de
forma sustentável.
Visão
Refere-se àquilo que a empresa deseja ser no futuro. A visão deve apresentar um quadro descritivo
do que a empresa deverá ser no futuro.
Exemplos de visão:
Fiat
Estar entre os principais players do mercado e ser referência de excelência em produtos e serviços
automobilísticos.
HSBC
Ser o melhor grupo financeiro do Brasil em geração de valor para clientes, acionistas e colaboradores.
Gerdau
Ser global e referência nos negócios em que atua.
Valores
Valores são crenças, costumes e ideias nas quais a maioria das pessoas da organização acredita. Os
valores permeiam todas as atividades e relações existentes na organização e desta com os clientes.
Constituem uma fonte de orientação e inspiração no local de trabalho; incidem nas convicções que
fundamentam as escolhas por um modo de conduta tanto de um indivíduo quanto em uma organização.
Podem ser definidos como princípios que guiam a vida da organização, tendo um papel tanto de
atender a seus objetivos quanto o de atender às necessidades de todos aqueles a sua volta. São
elementos motivadores que direcionam as ações das pessoas na organização, contribuindo para a
integração e a coerência do trabalho - formação de estratégia, análise, formulação, formalização, decisão
e implementação.
Exemplos de valores:
Fiat
Satisfação do cliente - Ele é a razão da existência de qualquer negócio.
Valorização e respeito às pessoas - São as pessoas o grande diferencial que torna tudo possível.
Atuar como parte integrante do Grupo Fiat - Juntos nossa marca fica muito mais forte.
Responsabilidade social - É a única forma de crescer em uma sociedade mais justa.
Respeito ao Meio Ambiente - É isso que nos dá a perspectiva do amanhã.
Gerdau
Ter a preferência do cliente
Segurança das pessoas acima de tudo
Pessoas respeitadas, comprometidas e realizadas
Excelência com simplicidade
Foco em resultados
Integridade com todos os públicos
Sustentabilidade econômica, social e ambiental
As questões de concurso sobre esses assuntos se baseiam em diferenciar estes conceitos básicos e
outras questões apresentam uma missão, por exemplo, de alguma empresa é o candidato(a) deve
reconhecer se é um negócio, visão, missão ou valores.
Questões
01. (IF/SE - Secretário Executivo - FDC) Considere que uma secretaria municipal tem como prática
disseminada “viabilizar, de forma segura e gratuita, lazer e entretenimento para as crianças, jovens e
adolescentes do município”. Esta prática motivadora incorporada por todos os colaboradores caracteriza
um exemplo de:
(A) valor
(B) visão
(C) missão
(D) propósito
02. (IBGE - Analista - Recursos Humanos - CESGRANRIO) Qual a diferença entre a missão e a
visão organizacionais?
(A) A missão é uma imagem mentalmente criada pelos dirigentes de como a empresa deveria
idealmente ser no futuro, relativamente distante, e a visão é uma declaração dos dirigentes da
organização, feita ou aprovada, sobre qual é o propósito primordial para o qual a companhia existe.
(B) A missão organizacional é uma idealização da própria visão atual projetada para uma época
indefinida no futuro (comumente um horizonte temporal de dez anos).
(C) A missão e a visão de uma empresa não apresentam diferenças: ambas representam um
arcabouço para o negócio como um todo, os valores que orientam a organização e sua crença em si
própria e no que possa alcançar
(D) A missão é a tradução da estratégia da empresa, que expressa o propósito da sua própria
existência, e a visão organizacional é um mapa que guia o futuro da empresa em termos de tecnologia-
-produto-cliente, nos mercados a perseguir e nas competências a desenvolver.
(E) A missão é a percepção não só das necessidades do mercado, mas de como atendê-las — ela
ajuda a empresa a unir-se em torno de valores comuns que possibilitam direcioná-la para o
aproveitamento de oportunidades —, e a visão é a razão de ser da empresa, sua vantagem competitiva
e sua contribuição à sociedade.
04. (UFPE - Administrador - COVEST) Faz parte de uma declaração de missão, valores:
(A) pessoais.
(B) estatais.
(C) da realização.
(D) da consciência.
(E) corporativos.
Indique o componente da ideologia organizacional que deve ser considerado “a razão de existir da
organização”.
(A) Negócio.
(B) Missão.
(C) Propósitos.
(D) Valores.
(E) Visão.
06. (Prefeitura de Belo Horizonte/MG - Analista Administrativo - FDC) Uma grande empresa utiliza
como prática estratégica amplamente difundida a seguinte frase: “Propiciar à sociedade serviços de
telecomunicações adequados ao seu desenvolvimento político e econômico e ao bem-estar social”. Essa
prática se refere a:
(A) meta
(B) visão
(C) missão
(D) valores
(E) propósito
07. (TJ/SC - Analista Administrativo - TJ/SC) Com relação a Missão de uma organização é
INCORRETO afirmar que:
(A) É um objetivo amplo da organização.
(B) É baseado em premissas do planejamento estratégico.
(C) Justifica a existência da organização.
(D) Expressa os valores da organização.
(E) Não pode ser alterada. É definitiva.
11. (BNDES - Profissional Básico – Administração - CESGRANRIO) Para incluir as boas ações na
cultura corporativa, uma empresa socialmente responsável pode incorporá-las à sua missão, visão e
valores.
13. (ANVISA - Analista Administrativo - CETRO) Um conceito intimamente ligado à Gestão por
Competências é o de planejamento estratégico, uma vez que a identificação das competências da
organização e dos funcionários, necessárias para manter a empresa competitiva, está lastreada pela
visão, pela missão e pelos valores organizacionais.
Gabarito
01.C / 02.D / 03.A / 04.E / 05.B / 06.C / 07.E / 08.A / 09.C / 10.A / 11.E / 12.B / 13.B
01. Resposta: C
A missão e a visão de uma organização são muito importantes em um processo de planejamento
estratégico, pois dão um “norte” para todos os atores envolvidos.
A missão de uma organização é a razão de existir desta. É o motivo pelo qual ela foi criada, em que
ela veio contribuir ou resolver na sociedade.
Outro exemplo que podemos citar, além do contido no enunciado da questão, é o de uma universidade.
Esta deve gerar conhecimento. Portanto, a missão de uma universidade poderia ser: “Gerar conhecimento
a partir do ensino, pesquisa e extensão e contribuir para o desenvolvimento sociocultural da comunidade”.
Dessa forma, a missão serve para deixar clara qual é a função maior da organização, definir quais serão
as necessidades que devem ser atendidas e buscar o comprometimento dos colaboradores.
02. Resposta: D
Apenas para reforçar o que já comentamos nas questões anteriores:
Missão = o que a empresa faz, razão de sua existência – referente a sua atuação presente. Visão = o
que ela quer ser, aonde pretende chegar – relacionada ao seu futuro.
03. Resposta: A
MISSÃO (Presente) - Consiste na declaração da razão de ser da instituição, explicitando o que faz e
para que faz. É a declaração do propósito e do alcance da organização em termos de produtos e de
mercado. Observa-se, então, que esta é a missão do Banco Central.
04. Resposta: E
Questão bem simples, e que muitos erram por achá-la “fácil demais” - pensam ser pegadinha. Vamos
aprofundar nosso entendimento da missão: Uma Declaração de missão é uma declaração do propósito
de uma empresa ou organização; deve orientar as ações da organização, explicitar seu objetivo geral,
proporcionar um senso de direção, e orientar a tomada de decisões; fornece "o quadro ou contexto em
que as estratégias da empresa são formuladas." O intuito da Declaração de Missão deve ser a primeira
consideração do executivo ao avaliar uma decisão estratégica. A declaração pode variar de muito simples
até um conjunto bastante complexo de ideias. Declarações eficazes esclarecem os propósitos de uma
organização. Geralmente elas incluem as seguintes informações: Propósito(s) e objetivo(s) da
organização; Principais partes interessadas da organização: clientes/consumidores, acionistas,
congregação, etc.; Como a organização proporciona valor a essas partes interessadas, por exemplo,
oferecendo tipos específicos de produtos e/ou serviços.
05. Resposta: B
Analisemos aqui cada uma das assertivas:
a) Negócio: define-se pelos desejos ou necessidades que ela satisfaz quando o usuário/consumidor
compra seus produtos/serviços. É aquilo que a empresa explora para atingir as necessidades do cliente.
Por exemplo: O negócio de uma livraria é a informação.
b) Missão: É a razão de existir da organização; é o porquê da empresa. Na missão, tem-se acentuado
o que a empresa produz, sua previsão de conquistas futuras e como espera ser reconhecida pelos clientes
e demais stakeholders.
c) Propósitos: são as finalidades pelas quais a empresa luta. Eles que movem a empresa. Quais são
os propósitos da sua empresa? Crescer? Ser sustentável? Ganhar dinheiro?
d) Valores: Os valores organizacionais podem ser definidos como princípios que guiam a vida da
organização, tendo um papel tanto de atender a seus objetivos quanto o de atender às necessidades de
todos aqueles a sua volta.
e) Visão: pode ser percebida como a direção desejada, o caminho que se pretende percorrer, uma
proposta do que a empresa deseja ser a médio e longo prazo e, ainda, de como ela espera ser vista por
todos.
06. Resposta: C
Temos aqui a missão de uma empresa de telecomunicações, a razão de sua existência. Ressalto para
que não confunda: Missão = o que a empresa faz, razão de sua existência - presente; Visão = o que ela
quer ser, aonde pretende chegar - futuro.
08. Resposta: A
Observe que as questões de concurso costumam explorar a missão e a visão fornecendo como
exemplo a própria missão ou visão de empresas diversas. Há inúmeras questões assim. O candidato,
estudando e entendendo bem o intuito de cada uma delas, não errará. Missão é a razão de existência da
empresa. Ela está ligada aos seus objetivos, norteará suas ações para que possa alcançar a sua visão;
é uma declaração ampla de propósitos, que individualiza a organização e distingue o seu negócio,
impondo a delimitação de suas atividades dentro do espaço que deseja ocupar no seu mercado. A
definição da missão responde a três perguntas: Quem somos nós? O que fazemos? e Por que fazemos?
Já a visão é o desejo acalentado da organização de ser ou se tornar algo. Assim, trata-se do que a
organização DESEJA ser no futuro, como no caso da Anbev: “Ser a melhor empresa de bebidas do mundo
em um mundo melhor”. Isso é o seu desejo a ser alcançado, uma visão, portanto.
09. Resposta: C
Visão é aonde a empresa quer chegar, a imagem que ela quer ter, como ela deseja ser reconhecida
no futuro. Por causa do “ser”, a resposta é visão e não missão. Missão é a razão de existir da empresa,
o que ela faz, onde atua. Se a empresa busca “ser referência” em algo, significa que é aonde ela quer
chegar.
10. Resposta: A
Mais uma vez temos que Missão Organizacional é uma declaração sobre o que a organização é. Define
seu propósito fundamental, a finalidade de sua existência, o motivo pela qual foi criada. Diz onde ela está.
Missão é a identidade da empresa.
11. Resposta: E
Observe:
a) expressões a respeito do ramo em que a organização atua. (MISSÃO)
b) formas como a organização será reconhecida no futuro. (VISÃO)
c) razões da existência da organização perante a sociedade. (MISSÃO)
d) propósitos básicos da própria existência da organização. (MISSÃO)
e) padrões de comportamento institucional da organização. (VALORES)
12. Resposta: B
O papel que a empresa exerce na sociedade é expresso em sua missão. De que maneira a empresa
atua, o que faz, qual a razão de sua existência, tudo o que já definimos sobre missão se relaciona com o
seu papel na sociedade.
13. Resposta: B
a) O que resume o propósito e a razão de existir da empresa é a visão. (ERRADA) Tal conceito se
refere à MISSÃO.
b) A missão indica a concepção de negócio na atualidade. (CORRETA)
c) À concepção futura de negócio dá-se o nome de conjunto de valores. (ERRADA) Tal conceito se
refere à VISÃO.
d) O que determina a linha de conduta e a orientação do caminho a escolher é a junção da missão
com a visão. (ERRADA) Tal conceito se refere à ESTRATÉGIA.
e) No Brasil, descarta-se por completo a concepção de missão, visão e valores. A opção das empresas
brasileiras é pelo planejamento estratégico. (ERRADA) Como descartar, ainda mais "por completo"
(sempre desconfie desses conceitos extremistas), a concepção de visão, missão e valores, em detrimento
do planejamento estratégico se aqueles fazem parte deste?
Também conhecida como Ciclo de Deming, o Ciclo PDCA foi idealizado por Walter A. Shewhart na
década de 1930 e mais tarde aplicado por Willian Edwards Deming no uso de estatísticas e métodos de
amostragem, já em 1950. Tal ferramenta é a que melhor representava o ciclo de gerenciamento de uma
atividade e foi empregada com sucesso nas empresas japonesas para o aumento da qualidade de seus
processos.39
Segundo Werkema40, o ciclo PDCA “é um método gerencial de tomada de decisões para garantir o
alcance das metas necessárias à sobrevivência de uma organização.
Seu objetivo principal é tornar os processos da gestão de uma empresa mais ágeis, claros e objetivos.
É uma metodologia que tem como função básica o auxílio no diagnóstico, análise e prognóstico de
problemas organizacionais, sendo extremamente útil para a solução de problemas. Poucos instrumentos
se mostram tão efetivos para a busca do aperfeiçoamento quanto este método de melhoria contínua,
tendo em vista que ele conduz a ações sistemáticas que agilizam a obtenção de melhores resultados com
a finalidade de garantir a sobrevivência e o crescimento das organizações.
Pode ser utilizado em qualquer tipo de empresa, como forma de alcançar um nível de gestão melhor
a cada dia, atingindo ótimos resultados dentro do sistema de gestão do negócio.
Como a utilização do Ciclo PDCA está intimamente ligada ao entendimento do conceito de processo,
é importante que todos os envolvidos em sua aplicação entendam a visão processual como a identificação
clara dos insumos, dos clientes e das saídas que estes adquirem, além dos relacionamentos internos que
existem na organização
De maneira em geral, o Ciclo PDCA tem como estágio inicial o planejamento da ação, em seguida tudo
o que foi planejado é executado, gerando, posteriormente, a necessidade de checagem constante destas
ações implementadas. Com base nesta análise e comparação das ações com aquilo que foi planejado, o
gestor começa então a implantar medidas para correção das falhas que surgiram no processo ou produto.
É importante lembrar que como o Ciclo PDCA é verdadeiramente um ciclo, deve “girar”
constantemente. Ele não tem um fim obrigatório definido. Com as ações corretivas ao final do primeiro
ciclo é possível (e desejável) que seja criado um novo planejamento para a melhoria de determinado
procedimento, iniciando assim todo o processo do Ciclo PDCA novamente. Este novo ciclo, a partir do
anterior, é fundamental para o sucesso da utilização desta ferramenta.
A não execução de uma das etapas do ciclo pode comprometer seriamente o processo de melhoria
contínua. Por este motivo, essa ferramenta deve ser encarada como um processo contínuo em busca da
qualidade máxima requerida por um procedimento ou produto.
Como pode ser observado na própria nomenclatura e também na Figura a seguir, o Ciclo PDCA está
dividido em 4 fases bem definidas e distintas, conforme melhor detalhado a seguir, de acordo com o
CICLO PDCA
39
PACHECO, A. P. R. O CICLO PDCA NA GESTÃO DO CONHECIMENTO: UMA ABORDAGEM SISTÊMICA. Universidade Federal de Santa Cataria, 2015.
40
WERKEMA, M. C. C. As ferramentas da qualidade no gerenciamento de processos. Belo Horizonte, MG: Editora de Desenvolvimento Gerencial, 1995.
Quais são as opções disponíveis e acessíveis a sua empresa para que você alcance o seu objetivo ou
resolva algum problema?
Deve-se analisar o que se tem disponível na empresa, recursos humanos, financeiros etc. e quais
recursos terão de serem alocados para realizar os objetivos ou solucionar problemas.
É importante lembrar que se deve ao menos considerar todas as opções antes de descartá-las.
Quais os melhores métodos para alcançar o objetivo ou resolver o problema?
Depois de listar as opções para a solução de problemas, é o momento de visualizar no PDCA quais
são as que melhor se adaptam a empresa.
No momento de decidir quais os melhores métodos para atingir os resultados, é interessante analisar
se as metas são para manter ou para melhorar alguma coisa, pois cada uma deve ter um procedimento
diferente.
Mas, quais são os problemas que podem surgir na hora de colocar em prática o que foi planejado?
As maiores reclamações são com relação aos atrasos e retrabalho. Trabalhar com objetivos de
desempenho41 também pode ajudar:
Qualidade: Slack et al. apontam que qualidade é ‘fazer certo as coisas’, porém essas “coisas” variam
com o tipo do negócio. Qualidade é um objetivo que todas as operações devem zelar, afinal ela pode ser
um atrativo para que o consumidor retorne. A qualidade de um produto ou serviço é facilmente percebido
numa organização, visto que “é algo que o consumidor acha relativamente fácil de julgar numa operação”.
Rapidez: Segundo Slack et al. rapidez significa “quanto tempo os consumidores precisam esperar
para receber seus produtos e serviços”. Quanto mais rápido a disposição de um produto ao consumidor,
maior será a probabilidade de compra, este é o principal objetivo da rapidez: entregar os bens e serviços
para o consumidor.
41
MARQUES, F. H.; VIDAL, P. G. OBJETIVOS DE DESEMPENHO DE OPERAÇÕES E SUA INFLUÊNCIA NA COMPETITIVIDADE: A IMPORTÂNCIA PARA
AS EMPRESAS NO BRASIL REVISTA JOVENS PESQUISADORES. VOL. 8, N. 2 (15), JUL./DEZ. 2011.
Custo: Para empresas em mercados que têm um forte apelo a preços baixos, o custo será seu
principal objetivo de produção. Mesmo aquelas outras em que o custo não é seu principal enfoque, elas
dão importância, visto que o dinheiro economizado será acrescido ao seu lucro. Os custos de produção
podem ser divididos em custo de funcionários; instalações, tecnologia; equipamento e materiais.
O custo é afetado por outros objetivos de desempenho, desta forma, para melhorar o desempenho dos
custos é necessário a aprimorar os demais objetivos operacionais.
Um ponto muito importante nesta etapa do ciclo PDCA é o envolvimento das pessoas na execução
das tarefas, pois se não há comprometimento, não há sucesso nos resultados.
Uma das maneiras de conseguir este comprometimento é investir no treinamento do pessoal e na
conscientização da equipe sobre o objetivo da empresa em chegar aos resultados esperados.
Após ter uma boa equipe para a realização das tarefas, elas devem ser feitas da melhor maneira
possível até que os dados possam ser coletados para a verificação do processo.
Trata-se de um:
(A) fluxograma de uma rotina de gerenciamento do ciclo de melhoria de Crosby.
(B) fluxograma circular.
(C) fluxograma linear.
(D) diagrama representando o ciclo de melhoria contínua de Juran.
(E) fluxograma de uma rotina de gerenciamento do ciclo PDCA.
03. (TCE/GO - Analista de Controle Externo - FCC) A principal característica da técnica de PDCA é:
(A) explorar potencialidades.
(B) visualizar, em conjunto, as causas principais e secundárias de um problema.
(C) mostrar características médias.
(D) ajudar a lembrar pontos principais a serem abordados.
(E) planejar e implantar processos, inclusive melhorias e/ou correções.
06. (TRT 2ª REGIÃO - Analista Judiciário - FCC) Tratando-se da gestão da qualidade, o ciclo PDCA
é
(A) uma ferramenta de representação das possíveis causas que levam a um determinado efeito.
(B) um método gerencial para a promoção contínua e reflete a base da filosofia do melhoramento
contínuo
(C) um diagrama que auxilia na visualização da alteração sofrida por uma variável quando outra se
modifica.
(D) o desdobramento de dados, a partir de levantamento ocorrido, em categorias e grupos para
determinar sua composição, objetivando a análise e pesquisa para o desenvolvimento de oportunidades
de melhorias.
(E) a representação gráfica que mostra a distribuição de dados por categorias.
07. (TRT 24ª REGIÃO/MS -Técnico Judiciário - FCC) O ciclo de controle de Deming é identificado
pela sigla
(A) ACDP.
(B) PCAD.
(C) PDCA.
(D) DAPC.
(E) PADC.
08. (TRT 15ª Região - Analista Judiciário – FCC) O denominado Ciclo PDCA, também conhecido
como Ciclo da Melhoria Contínua,
(A) analisa os processos com vistas a realizá-los de maneira otimizada, envolvendo as etapas de
planejamento, execução, controle e avaliação.
(B) é um instrumento de gerenciamento de projetos, que contempla planejamento, desenvolvimento,
controle e atualização.
(C) consiste em uma metodologia de avaliação de desempenho individual, vinculada a um projeto de
constante desenvolvimento e aprimoramento.
(D) corresponde a método de gestão corporativa com dinâmicas de capacitação e aprendizagem.
(E) é um programa de excelência em gestão pública introduzido no âmbito da reforma voltada à
implantação do modelo gerencial.
09. (TRT 18ª Região/GO - Analista Judiciário - FCC) NÃO se refere ao chamado Ciclo PDCA a
seguinte característica:
(A) enfatiza a identificação de forças e fraquezas de uma organização, em uma análise ambiental,
auxiliando no planejamento estratégico.
(B) está dentro do escopo do controle de qualidade nas organizações.
(C) associa- se à noção de melhoria contínua.
(D) a fase de planejamento do ciclo está ligada ao estabelecimento de metas e definição de métodos
para alcançá-las.
(E) a fase de execução do ciclo consiste em capacitação da organização para a implementação do
planejado e na própria implementação do plano.
10. (DNIT - Técnico Administrativo – ESAF) Sobre o Ciclo PDCA, assinale a opção correta.
(A) É um ciclo que orienta a implantação de novas ideias, mas não serve para a solução de problemas.
(B) É um ciclo utilizado na solução de problemas, porém somente se adéqua a questões quantitativas.
(C) É uma forma de agir que serve tanto para implantação de novas ideias como para solução de
problemas.
(D) É um modelo gerencial utilizado para monitorar o desempenho dos níveis operacionais, mas não
serve para avaliar alcance de objetivos.
(E) É uma atividade cíclica de avaliação de resultados usada para selecionar objetivos organizacionais.
01.E / 02.C / 03.E / 04.E / 05.A / 06.B / 07.C / 08.A / 09.A / 10.C
Comentários
01. Resposta: E
A figura está representado o Ciclo PDCA. Também conhecido como ciclo de Deming, O PDCA é um
dos principais métodos da Administração pela Qualidade Total nas organizações. Foi desenvolvido na
década de 1930 pelo norte-americano Walter Andrew Shewhart, mas foi com Willian Edwards Deming
que o método foi mais divulgado. Tornou-se mundialmente conhecido ao aplicá-lo nos conceitos de
qualidade no Japão. Significa "Plan, Act, Do and Check, em inglês, controle de processos. Plan (Planejar):
Nesse passo são traçados os planos com base nos problemas da organização; Do (Fazer): Nesse passo
são executadas as tarefas previstas nos planos; Check (Verificar): Nesse passo são verificados os
processos e avaliados os resultados obtidos; Act (Agir): Nesse passo são tomadas ações baseadas no
passo da verificação.
02. Resposta: C
Esta questão merece comentário de cada alternativa:
(A) - Falsa: O PDCA é uma técnica simples para o controle de processos, que também pode ser
utilizada para o gerenciamento contínuo das atividades de uma organização. É um método utilizado para
controlar e melhorar as atividades de um processo.
(B) - Falsa: As etapas do PDCA são: Planejamento (Plan); Execução (Do); Controle/Verificação
(Check/Control); Ação Avaliativa (Act). Na etapa do planejamento são estabelecidos objetivos, metas e
os meios para alcançá-los. A afirmativa está incorreta ao afirmar que “os métodos utilizados para atingir
as metas são definidos na etapa da ação”.
(C) - Verdadeira: Embora não aborde os conceitos tradicionais, é a única alternativa passível de ser
aceita como verdadeira. O PDCA se fundamenta no “processo”; ele padroniza as informações de controle,
reduz e evita erros lógicos, facilita o entendimento das informações, melhora a realização das atividades,
e proporciona resultados mais confiáveis. Ou seja, traz melhoria de todo o processo. Como a afirmativa
menciona “melhoria” e “processo” e não apresenta nenhuma afirmação equivocada, é aceita como
verdadeira.
(D) - Falsa: O seu conteúdo se refere ao planejamento estratégico e a análise SWOT, e não ao PDCA.
(E) - Falsa: Trata-se novamente de ferramenta distinta do PDCA. A matriz GUT (Gravidade, Urgência
e Tendência) tem como finalidade orientar decisões mais complexas, que envolvem muitas questões.
03. Resposta: E
A alternativa (E) é a correta, pois é justamente o que demonstra a sua forma de atuação segundo as
etapas: Ciclo PDCA:
Planejamento => Consiste num processo racional para determinar antecipadamente os objetivos e os
meios para alcança-los (projetos, ações, métodos, técnicas, etc.).
Organização => A função administrativa de organizar inclui todos os recursos (financeiros, humanos,
etc.) e conduz necessariamente à criação da estrutura organizacional – compreende os meios que a
organização necessita para pôr em prática o planejamento elaborado e para o desempenho das demais
funções administrativas.
Direção => Compreende guiar e orientar o comportamento das pessoas para o alcance dos objetivos
pretendidos. É uma atividade gerencial que envolve liderança, comunicação e motivação.
Controle => O controle tem a finalidade de assegurar que o planejado, organizado e dirigido seja
executado em conformidade com o determinado, visando o alcance dos objetivos.
04. Resposta: E
A melhoria contínua é sempre explorada nas questões de concurso, fique atento, pois ela está
diretamente relacionada com a ferramenta do clico PDCA.
05. Resposta: A
Mais uma vez a melhoria contínua sendo explorada aqui, importante a sua fixação deste termo com o
Ciclo PDCA. Lembre-se que este ciclo está sempre se repetindo e por consequência gera uma melhoria
contínua nos processos de gestão.
07. Resposta: C
Simplesmente a questão exigia que conhecesse a outra denominação dada ao Ciclo PDCA que é Ciclo
de Deming ou Ciclo Sheward ou ainda Ciclo de Melhoria contínua. Importante saber pois são
denominações que podem estar em sua prova.
08. Resposta: A
O Ciclo PDCA começa pelo planejamento, em seguida a ação ou o conjunto de ações planejadas são
executadas, checa-se o que foi feito, se estava de acordo com o planejamento, constantemente e
repetidamente (ciclicamente) e torna-se uma ação para eliminar ou ao menos mitigar defeitos no produto
ou na execução.
09. Resposta: A
SWOT é a sigla dos termos ingleses Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities
(Oportunidades) e Threats (Ameaças). Em Administração de Empresas, a Análise SWOT é um importante
instrumento utilizado para planejamento estratégico que consiste em recolher dados importantes que
caracterizam o ambiente interno (forças e fraquezas) e externo (oportunidades e ameaças) da empresa.
A Análise SWOT é uma ferramenta utilizada para fazer análise ambiental, sendo a base da gestão e do
planejamento estratégico numa empresa ou instituição. Ou seja, as características pertencem à Análise
Swot e não ao ciclo PDCA, errada a alternativa A.
10. Resposta: C
Você poderia ficar confuso com relação a alternativa E, vamos explicar por que a alternativa E está
errada: os objetivos são definidos na fase de Planejamento. É com base nessa definição que serão
realizadas as atividades de D, C A. Se não houver a definição do objetivo, não tem como executar as
outras atividades. O PDCA não é utilizado para selecionar objetivos, mas sim para alcançar os objetivos
definidos pela empresa na fase do planejamento. Logo a assertiva correta é a que traz que o Ciclo PDCA
é uma forma de agir que serve tanto para implantação de novas ideias como para solução de problemas.
A busca pelo aperfeiçoamento do funcionamento da máquina pública é quase tão antiga quanto a
existência de um quadro profissional de funcionalismo público. É recorrente na história administrativa
brasileira a criação e implementação de órgãos, programas e reformas que objetivem aprimorar o
funcionamento da máquina do Estado Brasileiro.
A respeito dos êxitos alcançados ao longo de todo esse tempo, é nítida a sensação de que a máquina
pública ainda deve muito à sociedade, sobretudo considerando que o Estado brasileiro, em todas as suas
esferas, seja federal, estadual ou municipal, é tido como burocrático, lento e ineficiente.
O desafio é de promover as mudanças no que tange a necessidade de repensar a questão da
governança e dos modelos de gestão, ao mesmo tempo em que vai exigir mecanismos inovadores de
relacionamento com a sociedade. A emergência do terceiro setor e dos movimentos sociais, além dos
movimentos que têm como base o voluntariado, introduz elementos desafiadores nessa nova
configuração em rede do Estado contemporâneo42.
Uma das principais tendências da gestão contemporânea, na perspectiva do desenvolvimento
organizacional, tem sido o intercâmbio de experiências institucionais por meio da disseminação das
melhores práticas.
42
MARINI, C. O contexto contemporâneo da administração pública na América Latina. Revista do Serviço Público. Ano 53, Nº 4, 2002.
O cidadão é o principal beneficiário dos serviços do Estado, sendo assim, a Administração Pública
Gerencial é aquela construída sobre bases que consideram o Estado uma grande empresa cujos serviços
são destinados aos seus clientes, outrora cidadãos, na eficiência dos serviços, na avaliação de
desempenho e no controle de resultados, suas principais características.
Contudo, o exame das iniciativas realizadas indica uma trajetória quase padrão, em que é possível
identificar alguns elementos comuns nas estratégias adotadas, como por exemplo:
O Modelo de Gestão por Resultados é a ferramenta administrativa que visa levar a organização pública
a priorizar o resultado em todas as ações, levando a otimização do desempenho governamental. A Gestão
por Resultados procura que as ações públicas alcancem um bom resultado, ou, o melhor resultado
possível.
O modelo de Gestão por Resultados é uma das principais recomendações do receituário da Nova
Gestão Pública, isso decorre do argumento de ser este modelo apropriado a, simultaneamente, focar na
efetividade ou no que de fato interessa ao cidadão e a sociedade, flexibilizar a condução dos processos
e assim remediar a disfunção relacionada ao apego exacerbado às normas e procedimentos, e propiciar
mais eficiência e accountability.
De forma breve, esse modelo se caracterizaria, na etapa de formulação da política pública, pela
tradução dos objetivos em resultados e, na etapa de implementação das ações para atingi-los, pela
predominância da orientação por resultados em substituição aos outros mecanismos de coordenação,
como a coordenação por supervisão direta, a padronização de procedimentos e a padronização de
habilidades.
Essa ferramenta administrativa por meio de sua metodologia, alinha o planejamento, a avaliação e o
controle, promovendo eficiência e eficácia na organização. Tem foco na efetividade e na flexibilização dos
processos, minimizando o excessivo apego às normas e procedimentos, promovendo mais eficiência,
efetividade e accountability da gestão pública.
A Gestão por Resultados caracteriza-se pela tradução de objetivos em resultados, proporcionando um
marco coerente para a melhoria dos processos de trabalho na qual a informação sobre o desempenho é
usada para melhorar a tomada de decisão. Portanto, é uma dimensão fundamental para a gestão
estratégica, pois constituem o fluxo de atividades necessárias para alcançar os resultados da
organização.
43
http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/seges/eppgg/producaoacademica/tese_eduardogranha.pdf
Dessa forma, pode-se entender que a gestão por resultados é desenvolvida por meio de um ciclo que
começa com o estabelecimento dos resultados desejados, a partir da tradução dos objetivos, seguido do
monitoramento e da avaliação do desempenho da organização a partir do alcance desses resultados, e
retroalimenta o sistema de gestão, propiciando ações corretivas decorrentes dessa avaliação.
O modelo de Gestão por resultados confere grande autonomia processual aos agentes
executores, e as características que compõe ainda sua estrutura:
- Alinhamento de expectativas de forma clara e transparente, entre todos os colaboradores, por meio
da tradução destas em resultados e metas a serem atingidas, o que inclui a definição de indicadores para
sua apuração;
- Concessão de autonomias aos executores / implementadores da gestão estratégica;
- Contratualização de resultados, autonomias e sanções;
- Avaliação dos resultados e retroalimentação do sistema de gestão para eventuais correções de rota,
constituindo assim uma ferramenta gerencial;
- Fortalecimento de uma modalidade de “accountability” – baseada no desempenho mensurado a partir
de indicadores de resultados;
- Modificação do comportamento peculiar da burocracia, substituindo-o pela atenção a metas claras e
contratualizadas.
Indicadores de Resultados45
Indicadores são informações mensuráveis que permitem verificar o alcance dos resultados. Para cada
indicador deverá ser apresentado descrições, fórmulas, fontes, índices de referência e outras informações
que se façam necessárias para o monitoramento e a gestão do conjunto de indicadores dentro da
organização.
A mensuração do desempenho por meio de indicadores é indispensável na gestão por resultados, pois
sem ela os funcionários tendem a esquecer quais são as atividades e como elas devem ser realizadas. É
um processo de busca, obtenção e divulgação de informações sobre fatores críticos para o desempenho
da organização, pela utilização de indicadores qualitativos e quantitativos que sinalizem o alcance dos
objetivos da organização.
Os indicadores são utilizados para operacionalizar o modelo ou para permitir a avaliação do alcance
das metas propostas, eles são números que buscam traduzir um ou mais aspectos da realidade,
44
Gaps geralmente indicam que algo importante mudou nos fundamentos de uma determinada empresa.
45
Disponível em: http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/seges/eppgg/producaoacademica/tese_eduardogranha.pdf
Simplicidade: devem ser de fácil compreensão e aplicação, apesar de tentar retratar realidades
complexas.
Assim, uma vez que o modelo prescreve o aumento da flexibilidade e a autonomia dos gestores sobre
os meios, recursos e processos, estabelecendo controles a posteriori, são essenciais instrumentos de
contratualização entre os gestores da gestão estratégica, por meio dos quais são definidos:
Após a tomada de decisão referente adoção da gestão por resultados e também às alternativas para
atingir os objetivos, a etapa seguinte é a implantação do modelo. Nessa etapa, compete ao gestor
coordenar a implantação, procurando vincular dinamicamente os recursos aos objetivos. Para tanto, a
função de coordenação pode ser empreendida por outro conjunto de mecanismos, que segundo
Mintzberg são os seguintes:
- Ajustamento mútuo - típico de tarefas que envolvem grupos pequenos, a coordenação é obtida pelo
simples processo de comunicação informal. São realizadas reuniões com o objetivo de discutir os
processos de trabalho, ajustando-os quando necessário;
- Supervisão direta - segundo este mecanismo, uma pessoa ou organização coordena o processo,
por meio de instruções, cobranças, alocação de recursos, etc;
46
Disponível em: http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/seges/eppgg/producaoacademica/tese_eduardogranha.pdf
Também é importante destacar outros mecanismos que possuem função de coordenação e, embora
estejam de alguma forma associados àqueles já descritos, merecem tratamento à parte:
Além disso, é também importante mencionar que lideranças, principalmente as carismáticas, valem-
se da coordenação pelo compartilhamento de crenças e valores, e não somente de objetivos.
Questões
01. (TRE-SE – Analista Judiciário – Área Judiciária – FCC) Sobre a gestão de resultados na
Administração pública, é correto afirmar:
(A) O estabelecimento de metas no setor público e no setor privado são semelhantes, na medida em
que é orientado pelo cumprimento de procedimentos e normas.
(B) A legalidade e a impessoalidade são características da administração burocrática e,
consequentemente, orientam a elaboração de metas e o seu alcance.
(C)A contratualização de resultados é um instrumento da administração burocrática e consiste no
estabelecimento de parcerias público-privadas.
(D) A hierarquia é essencial para o estabelecimento de um contrato de gestão, pois essa característica
assegura o próprio cumprimento do contrato.
(E) O controle por resultados é um instrumento da administração gerencial e pode envolver a
contratualização de resultados e contratos de gestão.
02. (SUDENE-PE - Agente Administrativo – FGV) Na Administração Pública, a gestão por resultados
está relacionada à
(A) Administração Gerencial.
(B) Administração Patrimonialista.
(C) Administração Centralizada.
(D) Administração Burocrática.
(E) Administração Descentralizada.
04. (IDAF-ES - Advogado – FUNCAB) Quanto à gestão de resultados no serviço público, é correto
afirmar que:
(A) serve como instrumento de controle da atuação dos gerentes públicos.
(B) conduz a resultados parciais sem qualquer influência no resultado final.
(C) promove e desenvolve mecanismos internos que melhoram o desempenho dos dirigentes e
servidores públicos.
(D) a gestão de resultados tem como objetivo minimizar os conflitos organizacionais, de modo a
pacificar o ambiente de trabalho.
(E) é necessário realizar, periodicamente, encontros de diferentes grupos de trabalho, de modo a
humanizar as relações interpessoais.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: E.
Dentre as características do modelo de gestão por resultados estão: “- Contratualização de resultados,
autonomias e sanções; - Avaliação dos resultados e retroalimentação do sistema de gestão para
eventuais correções de rota, constituindo assim uma ferramenta gerencial;”
02. Resposta: A
A Administração pública gerencial é aquela construída sobre bases que consideram o Estado uma
grande empresa cujos serviços são destinados aos seus clientes, outrora cidadãos; na eficiência dos
serviços, na avaliação de desempenho e no controle de resultados, suas principais características.
03. Resposta: E
A gestão por resultados contempla:
1. Alinhamento de expectativas de forma clara e transparente, entre todos os agentes políticos,
externos e internos, sobre quais são as diretrizes e os objetivos da organização;
2. Tradução ou operacionalização destes em resultados e metas a serem atingidas, o que inclui a
definição de indicadores para sua apuração;
3. Desdobramento das diretrizes e objetivos até o nível da menor equipe distinguível;
4. Contratualização de resultados, autonomias e sanções com as equipes;
5. Concessão de autonomias aos gestores e implementadores das políticas públicas;
6. Avaliação dos resultados e retroalimentação do sistema de gestão para eventuais ações corretivas.
04. Resposta: C
A gestão por resultados visa a fortalecer a ação dos organismos públicos para melhorar os resultados
em benefício dos cidadãos e da sociedade. O referido termo deriva da lógica da administração por
objetivos (Drucker, 1999). Está pautada numa lógica de eficácia e eficiência, com a otimização do uso
dos recursos públicos, o processo de produção de bens e serviços públicos, melhorar o desempenho dos
dirigentes e servidores públicos, tornar efetivos os mecanismos governamentais, sendo transparente,
equitativo e controlável (Serra, 2008).
Governança
Atenção: Uma boa governança fortalece a legitimidade do Governo e aumenta sua governabilidade,
mesmo sendo instrumental, para a ESAF o conceito de governança possui um caráter mais amplo que
o conceito de governabilidade.
47
Paludo, Augustinho. Administração pública. – 3. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
Governabilidade
A governabilidade refere-se ao poder político em si, que deve ser legítimo e contar com o apoio da
população e de seus representantes. No dizer de Bresser-Pereira (1998), significa capacidade política de
governar, “governabilidade é uma capacidade política de governar derivada da relação de legitimidade do
Estado e do seu governo com a sociedade”. Nesse mesmo sentido, o Caderno Mare n° 01 esclarece que
um governo tem governabilidade “na medida em que seus dirigentes contem com os necessários apoios
políticos para governar”, e que a capacidade política de governar ou governabilidade decorre do
relacionamento “do Estado e do seu governo com a sociedade”.
Para Vinicius Araújo (2002), a governabilidade “refere-se às próprias condições substantivas/materiais
de exercício do poder e legitimidade do Estado e do seu governo, derivadas de sua postura diante da
sociedade civil e do mercado”. Portanto, legitimidade está relacionada com governabilidade, visto que se
os governos não forem legitimados não haverá condições necessárias para governar.
Mas governabilidade significa também que o governo deve tomar decisões amparadas num processo
que inclua a participação dos diversos setores da sociedade, dos poderes constituídos, das instituições
públicas e privadas e segmentos representativos da sociedade, para garantir que as escolhas
efetivamente atendam aos anseios da sociedade, e contem com seu apoio na implementação dos
programas/projetos e na fiscalização dos serviços públicos.
Os governos legítimos, segundo Lamartine Braga et al. (2008), têm Constituição e leis duradouras em
espírito e ações; tratam os cidadãos imparcialmente, respeitam os indivíduos e a comunidade; tomam
decisões transparentes; usam poder coercivo; protegem os interesses coletivos de ganhos privados;
usam políticas atuais que satisfazem as necessidades dos cidadãos envolvidos; cuidam dos interesses
coletivos; constroem e mantêm a confiança nas instituições públicas.
A fonte ou origem da governabilidade são os cidadãos e a cidadania organizada, os partidos políticos,
as associações e demais agrupamentos representativos da sociedade. Vinicius Araujo (2002) descreve
essa fonte de legitimidade como “o apoio obtido pelo Estado às suas políticas” e como a capacidade dos
governos de “articular alianças e coalizões/pactos entre os diferentes grupos sociopolíticos para viabilizar
o projeto de Estado e sociedade a ser implementado”.
Fica claro, portanto, que o desafio da governabilidade consiste em conciliar os muitos interesses
desses atores (na maioria divergentes) e reuni-los num objetivo comum a ser perseguido por todos (ou
vários objetivos comuns). Assim, a capacidade de articular-se em alianças políticas e pactos sociais
constitui-se em fator crítico para a viabilização dos objetivos do Estado. Essa tentativa de articulação que
a governabilidade procura é uma forma de intermediação de interesses; entre eles inclui-se o clientelismo
e o corporativismo. Nos dois casos o que se procura é conciliar interesses, reduzir atritos e aumentar a
governabilidade.
Dica: O clientelismo e o corporativismo são meios utilizados pelos governos para obtenção de apoio,
com vistas a aumentar sua legitimidade e fortalecer a governabilidade.
Clientelismo
Segundo o dicionário Aurélio (2003), clientelismo é um tipo de relação política em que uma pessoa (o
patrão) dá proteção à outra (o cliente) em troca de apoio (eleitoral), estabelecendo-se um laço de
submissão pessoal que não depende de relações de parentesco e não tem conotação jurídica. Para José
Murilo Carvalho (1997) é “um tipo de relação entre atores políticos que envolve concessão de benefícios
públicos, na forma de empregos, benefícios fiscais, isenções, em troca de apoio político, sobretudo na
forma de voto”.
O clientelismo consiste numa ação entre desiguais (assimétrica) em que um é o patrão e os demais
são clientes. Foi muito utilizado pelo coronelismo e em determinados períodos era a única forma de as
pessoas terem acesso a bens e serviços – haja vista que o Estado não os fornecia. Mas não só o
coronelismo se valia desta prática, como também políticos e governos. Segundo Surama Pinto (1997),
Dica: Não confunda clientelismo, que pressupõe duas pessoas, em que se trocam benefícios por apoio
político, com fisiologismo, que se caracteriza pela ação de grupos, que buscam vantagens pessoais em
detrimento do interesse público.
Corporativismo
Diferentemente do clientelismo, o corporativismo é uma prática de organização social com base em
entidades representativas de interesses das categorias profissionais. É uma ação sindical, política, em
que prevalece a defesa dos interesses ou privilégios de um setor organizado da sociedade (Dicionário
Aurélio, 2003). Essas entidades contam com o apoio do Estado e detêm o monopólio da representação
(um sindicato para cada categoria).
Segundo Philippe Schmitter (1979), no corporativismo, a representação de interesses é ordenada com
um número limitado de categorias únicas, obrigatórias, não competitivas, organizadas hierarquicamente
e diferenciadas funcionalmente, reconhecidas ou autorizadas (se não criadas) pelo Estado, que lhes
concede deliberadamente o monopólio da representação no interior de suas respectivas categorias em
troca do controle, seleção de lideranças e subsídios.
O corporativismo é utilizado para remoção ou neutralização de conflitos: econômicos, relacionados à
concorrência de mercado; sociais, relacionados à luta de classes; e políticos, relacionados aos conflitos
partidários. O corporativismo é típico de governos autoritários (como o fascismo). No Brasil, foi fortemente
utilizado no Governo Vargas e caracterizou-se pela exclusão da grande maioria dos trabalhadores.
A doutrina menciona dois tipos de corporativismo.
Corporativismo Estatal: no qual o Estado era quem escolhia os interlocutores e lhes concedia a
representação monopolista de interesses (somente para quem aceitasse as regras impostas pelo Estado).
O número dessas entidades era limitado e, regra geral, eram criadas pelo próprio Estado: assim o Estado
acabava por controlar a classe trabalhadora por intermédio dessas entidades. Para Nelson Oliveira
(2001), eram “instrumentos de controle da força de trabalho... criação de um sindicalismo oficial, sem
nenhuma possibilidade de liberdade e vigiado por uma aparelhada e violenta repressão”. Esse era o
modelo utilizado por Vargas.
A teoria do italiano Norberto Bobbio (1991) descreve a governabilidade e a não governabilidade como
fenômenos incompletos, “processos em curso”. A não governabilidade é uma espécie de crise que
engloba a governabilidade e a governança ao mesmo tempo.
Relaciona-se, de um lado, com a crise econômica do mercado, que resulta numa crise fiscal do Estado,
e, de outro, com a crise do não atendimento ao excesso das demandas advindas da sociedade. Bobbio
denomina a não governabilidade como “a soma de uma crise de input (entradas, insumos) e de uma crise
de output (saídas, produtos)”. Na crise de saídas a governança administrativa não consegue atender às
demandas, o que acaba por gerar a crise de entradas, no que se refere ao apoio político e da sociedade
ao governo, que diminui/enfraquece a autoridade política e afeta a legitimidade.
A governabilidade tem na governança seu meio de atuação. Assim, uma boa governança auxilia no
processo de legitimação dos governos e aumenta sua governabilidade.
- A governabilidade acima abordada refere-se à cúpula dos governos: Nacional e, eventualmente,
Estadual e Municipal.
- A governabilidade em nível de Órgão/Entidade pública é decorrente do poder de governar e da
legitimidade democrática do Estado/Nação. Ela apoia-se na imagem institucional favorável junto à
sociedade e na confiança depositada pelos cidadãos e outras partes interessadas na sua atuação.
Accountability48
É um termo inglês, originado do latim accomptare (tomar em conta), derivado da forma prefixada
computare (computar), que por sua vez deriva de putare (calcular), sem tradução literal para o português
– como forma mais próxima tem-se usado responsabilização, que se relaciona à obrigação de prestar
contas, pelo membros de um órgão administrativo ou representativo a instâncias controladoras ou aos
seus representados. Numa tradução mais rude, pode-se confundir com o próprio termo prestar contas.
De acordo com Matias-Pereira (2010), accontability refere-se a um conjunto de mecanismos e
procedimentos que levam os gestores governamentais a prestar contas dos resultados de suas ações,
de forma que permita aos cidadãos verificarem se os governantes estão agindo em função dos interesses
da coletividade.
A accontability pressupõe que, ao desempenhar função relevantes na sociedade, vem-se,
sistematicamente, relatar as ações realizadas, as motivações para a realização dessas ações, a forma
como essas ações foram realizadas na sequência. Trata-se de um procedimento de avaliação quantitativa
e qualitativa, por meio do qual se dá publicidade ao realizado, buscando ainda justificar as possíveis
falhas. Nesse sentido, o dever de prestar contas é ainda maior quando a função é pública, uma vez que
se trata do desempenho de cargos que lidam com o dinheiro dos contribuintes.
De acordo com o TCU, prestar contas sempre trouxe a conotação de dar informação sobre pessoa ou
coisa (incluindo valores) pela qual se é responsável. Assim, a função do instituto da prestação de contas
parte da obrigação social e pública de prestar informações sobre algo pelo qual é responsável (atribuição,
dever). Esse conceito é a base da transparência e do controle social, definições mais próximas do termo
governança, que por sua vez decorre do conceito de accuontability.
48
PETER, M. G. A; MACHADO, M. V. V. Manual de contabilidade Governamental. 2 Ed. – São Paulo: Atlas 2014.
Accountability Horizontal: ocorre através da mútua fiscalização e controle existente entre os poderes
(os freios e contrapesos), ou entre os órgãos, por meio dos Tribunais de Contas ou Controladorias Gerais
e agências fiscalizadoras – pressupõe uma ação entre iguais ou autônomos. Esse accountability refere-
se à “transparência das ações da gestão pública em relação aos agentes que podem fiscalizá-las e puni-
las” (Marcelo Amaral, 2007). O accountability horizontal pressupõe que existam órgãos próprios de Estado
detentores de “poder e capacidade, legal e de fato, para realizar ações, tanto de monitoramento de rotina
quanto de imposição de sanções criminais ou de impeachment, em relação a ações ou omissões ilegais
exercidas por outros órgãos ou agentes do Estado” (O’donel, apud Ana Mota, 2006).
Atenção: A ação entre iguais ocorre entre os poderes (freios e contrapesos) e a ação entre autônomos
se dá mediante as agências e órgãos (dos poderes ou independentes).
Accountability Vertical: ocorre quando os cidadãos controlam os políticos e governos por meio de
plebiscito, referendo e voto, ou mediante o exercício do controle social – pressupõe uma ação entre
desiguais. O accountability vertical refere-se à “transparência das gestões em relação aos eleitores que
podem assim fiscalizá-las e puni-las, principalmente através do voto em eleições livres e justas” (Marcelo
Amaral, 2007).
Na teoria da relação agente-principal, os cidadãos são o “principal” e os governos e políticos são o
“agente”. O accountability vertical tem caráter político e pode ser considerado um mecanismo de
Accountability Social (ou Societal): que não está ligado ao cidadão e ao voto, mas às diversas
entidades sociais como associações, sindicatos, ONGs, mídia etc., que investigam e denunciam abusos
cometidos, e cobram responsabilização.
Segundo Smulovitz e Peruzzotti (2000) o accountability social é um mecanismo de controle não
eleitoral, que utiliza ferramentas institucionais e não institucionais, e envolve múltiplas associações,
movimentos ou mídia, com vistas a expor erros e falhas do governo, incluir novas questões na agenda
pública ou influenciar as decisões políticas.
É uma espécie de controle social realizado pela sociedade civil, que procura alcançar também os
burocratas gestores, e não somente políticos ou governos. Características dessas entidades são a grande
diferença (assimetria) de recursos, e a ausência de mandato legal para o exercício de accountability.
Accountability no Brasil
O processo de construção do accountability é lento, e depende em grande parte de cobrança pela
população. “Queremos dizer que o accountability é um processo em construção na sociedade brasileira,
e não dá para esperar da noite para o dia uma mudança radical nos processos e na cultura política” (José
Pinho, 2008).
Falta mais consciência e organização por parte da sociedade e dos cidadãos. Segundo Ana Campos
(1990), “somente a partir da organização de cidadãos vigilantes e conscientes de seus direitos haverá
condição para o accountability. Não haverá tal condição enquanto o povo se definir como tutelado e o
Estado como tutor”.
Os autores consideram que no Brasil existe “uma situação de fraca accountability”. O resultado vem
de uma baixa pressão por transparência e prestação de contas pela sociedade, aliada ao “insulamento”
dos governos em relação à sociedade civil.
Danielle Fiabane (2001) destaca o desafio de substituir valores tradicionais como o patrimonialismo e
o clientelismo pelos valores sociais emergentes, e vê no controle social organizado uma forma de
melhorar o accountability no Brasil, pressionando os governos e gestores públicos a prestarem contas de
suas decisões/ações com responsividade.
Embora a “situação geral” no Brasil seja de fraca accountability, cabe destacar os investimentos
maciços em tecnologia da informação realizados pelo Governo Federal, e a enorme quantidade de
informações disponibilizadas nos portais públicos. Nesse ponto, creio que a situação geral é fortemente
influenciada por Estados e Municípios e que na esfera Federal a situação de accountability seja
diferente e melhor, haja vista os esforços significativos despendidos a partir do Governo Lula nesse
sentido.
No entanto, quanto à responsabilização pelos recursos utilizados estamos realmente
engatinhando, visto que, em regra, os maus políticos e gestores não são punidos quando utilizam
incorretamente os recursos públicos mesmo quando há evidência de desvio de recursos e/ou corrupção.
Questões
03. (UNIRIO - Administrador - UNIRIO) “A governabilidade refere-se ao poder político em si, que deve
ser legítimo e contar com o apoio da população e de seus representantes.”
Nesse sentido, governabilidade significa:
(A) governar de acordo com as leis.
(B) direito de agir em nome do Estado.
(C) governar com amplo apoio popular.
(D) capacidade política de governar.
(E) legitimidade democrática.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: C
A accountability é uma forma de controle social, de sujeição do poder público a estruturas formais e
institucionalizadas de constrangimento de suas ações à frente da gestão pública, tornando-o obrigado a
prestar contas e a tornar transparente sua administração.
02. Resposta: B
A governança na administração pública é um modelo horizontal de relação entre atores públicos e
privados no processo de elaboração de políticas públicas. Uma boa governança pública, à semelhança
03. Resposta: D
A governabilidade refere-se ao poder político em si, que deve ser legítimo e contar com o apoio da
população e de seus representantes. No dizer de Bresser-Pereira (1998), significa capacidade política de
governar, “governabilidade é uma capacidade política de governar derivada da relação de legitimidade do
Estado e do seu governo com a sociedade”.
04. Resposta: A
Accountability representa a obrigação que a organização tem de prestar contas dos resultados obtidos,
em função das responsabilidades que decorrem de uma delegação de poder. Verifica-se que a palavra
accountability significa a obrigação de prestar contas dos resultados conseguidos em função da posição
que o indivíduo assume e do poder que detém.
05. Resposta: D
O conceito de accountability, portanto, não deve ser restrito, devendo ser analisado não só na
dimensão legal, mas, principalmente, na política, como sinônimo de responsabilidade ou dever de prestar
contas dos atos, alcançando um alto nível de credibilidade junto à sociedade.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput , inciso VI,
alínea “a”, da Constituição,
DECRETA :
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a política de governança da administração pública federal direta,
autárquica e fundacional.
49
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/D9203.htm - acesso em 19.01.2022
Art. 6º Caberá à alta administração dos órgãos e das entidades, observados as normas e os
procedimentos específicos aplicáveis, implementar e manter mecanismos, instâncias e práticas de
governança em consonância com os princípios e as diretrizes estabelecidos neste Decreto.
Parágrafo único. Os mecanismos, as instâncias e as práticas de governança de que trata o caput
incluirão, no mínimo:
I - formas de acompanhamento de resultados;
II - soluções para melhoria do desempenho das organizações; e
III - instrumentos de promoção do processo decisório fundamentado em evidências.
Art. 8º-A. O CIG é composto pelos seguintes membros titulares:(Incluído pelo Decreto nº 9.901, de
2019)
I - Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República, que o coordenará;(Incluído
pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
II - Ministro de Estado da Economia; e (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
III - Ministro de Estado da Controlaria-Geral da União. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§ 1º Os membros do CIG poderão ser substituídos, em suas ausências e seus impedimentos, pelos
respectivos Secretários-Executivos. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§ 2º As reuniões do CIG serão convocadas pelo seu Coordenador. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de
2019)
§ 3º Representantes de outros órgãos e entidades da administração pública federal poderão ser
convidados a participar de reuniões do CIG, sem direito a voto.(Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 8º-B. O CIG se reunirá, em caráter ordinário, trimestralmente e, em caráter extraordinário, sempre
que necessário. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§ 1º O quórum de reunião do CIG é de maioria simples dos membros e o quórum de aprovação é de
maioria absoluta.(Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§ 2º Além do voto ordinário, o Coordenador do CIG terá o voto de qualidade em caso de empate.
(Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 10-A. O CIG poderá instituir grupos de trabalho específicos com o objetivo de assessorá-lo no
cumprimento das suas competências. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§ 1º Representantes de órgãos e entidades públicas e privadas poderão ser convidados a participar
dos grupos de trabalho constituídos pelo CIG.(Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 11-A. A Secretaria-Executiva do CIG será exercida pela Secretaria Especial de Relações
Governamentais da Casa Civil da Presidência da República. (Redação dada pelo Decreto nº 10.907, de
2021)
Parágrafo único. Compete à Secretaria-Executiva do CIG:(Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
I - receber, instruir e encaminhar aos membros do CIG as propostas recebidas na forma estabelecida
no caput do art. 10-A e no inciso II do caput do art. 13-A;(Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
II - encaminhar a pauta, a documentação, os materiais de discussão e os registros das reuniões aos
membros do CIG;(Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
III - comunicar aos membros do CIG a data e a hora das reuniões ordinárias ou a convocação para as
reuniões extraordinárias;(Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
IV - comunicar aos membros do CIG a forma de realização da reunião, que poderá ser por meio
eletrônico ou presencial, e o local, quando se tratar de reuniões presenciais; e(Incluído pelo Decreto nº
9.901, de 2019)
V - disponibilizar as atas e as resoluções do CIG em sítio eletrônico ou, quando o seu conteúdo for
classificado como confidencial, encaminhá-las aos membros. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 12-A. A participação no CIG ou nos grupos de trabalho por ele constituídos será considerada
prestação de serviço público relevante, não remunerada. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 13-A. Compete aos órgãos e às entidades integrantes da administração pública federal direta,
autárquica e fundacional:(Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
I - executar a política de governança pública, de maneira a incorporar os princípios e as diretrizes
definidos neste Decreto e as recomendações oriundas de manuais, guias e resoluções do CIG; e (Incluído
pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
II - encaminhar ao CIG propostas relacionadas às competências previstas no art. 9º-A, com a
justificativa da proposição e da minuta da resolução pertinente, se for o caso. (Incluído pelo Decreto nº
9.901, de 2019)
Art. 15-A. São competências dos comitês internos de governança, instituídos pelos órgãos e entidades
da administração pública federal direta, autárquica e fundacional:(Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
I - auxiliar a alta administração na implementação e na manutenção de processos, estruturas e
mecanismos adequados à incorporação dos princípios e das diretrizes da governança previstos neste
Decreto;(Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
II - incentivar e promover iniciativas que busquem implementar o acompanhamento de resultados no
órgão ou na entidade, que promovam soluções para melhoria do desempenho institucional ou que adotem
instrumentos para o aprimoramento do processo decisório;(Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
III - promover e acompanhar a implementação das medidas, dos mecanismos e das práticas
organizacionais de governança definidos pelo CIG em seus manuais e em suas resoluções; e (Incluído
pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 16. Os comitês internos de governança publicarão suas atas e suas resoluções em sítio eletrônico,
ressalvado o conteúdo sujeito a sigilo.
Art. 17. A alta administração das organizações da administração pública federal direta, autárquica e
fundacional deverá estabelecer, manter, monitorar e aprimorar sistema de gestão de riscos e controles
internos com vistas à identificação, à avaliação, ao tratamento, ao monitoramento e à análise crítica de
riscos que possam impactar a implementação da estratégia e a consecução dos objetivos da organização
no cumprimento da sua missão institucional, observados os seguintes princípios:
I - implementação e aplicação de forma sistemática, estruturada, oportuna e documentada,
subordinada ao interesse público;
II - integração da gestão de riscos ao processo de planejamento estratégico e aos seus
desdobramentos, às atividades, aos processos de trabalho e aos projetos em todos os níveis da
organização, relevantes para a execução da estratégia e o alcance dos objetivos institucionais;
III - estabelecimento de controles internos proporcionais aos riscos, de maneira a considerar suas
causas, fontes, consequências e impactos, observada a relação custo-benefício; e
IV - utilização dos resultados da gestão de riscos para apoio à melhoria contínua do desempenho e
dos processos de gerenciamento de risco, controle e governança.
Art. 18 A auditoria interna governamental deverá adicionar valor e melhorar as operações das
organizações para o alcance de seus objetivos, mediante a abordagem sistemática e disciplinada para
avaliar e melhorar a eficácia dos processos de gerenciamento de riscos, dos controles e da governança,
por meio da:
I - realização de trabalhos de avaliação e consultoria de forma independente, segundo os padrões de
auditoria e ética profissional reconhecidos internacionalmente;
II - adoção de abordagem baseada em risco para o planejamento de suas atividades e para a definição
do escopo, da natureza, da época e da extensão dos procedimentos de auditoria; e
III - promoção à prevenção, à detecção e à investigação de fraudes praticadas por agentes públicos
ou privados na utilização de recursos públicos federais.
Questões
Gabarito
01. D / 02.B
Comentários
01. Resposta: D
[...] Art. 19. Os órgãos e as entidades da administração direta, autárquica e fundacional instituirão
programa de integridade, com o objetivo de promover a adoção de medidas e ações institucionais
destinadas à prevenção, à detecção, à punição e à remediação de fraudes e atos de corrupção,
estruturado nos seguintes eixos:
[...]
III - análise, avaliação e gestão dos riscos associados ao tema da integridade;
[...]
Art. 20-A. Cabe à Controladoria-Geral da União estabelecer os procedimentos necessários à
estruturação, à execução e ao monitoramento dos programas de integridade dos órgãos e das entidades
da administração pública federal direta, autárquica e fundacional.
02. Resposta: B
[...]
Art. 3º São princípios da governança pública:
I - capacidade de resposta;
II - integridade;
III - confiabilidade;
IV - melhoria regulatória;
V - prestação de contas e responsabilidade; e
VI - transparência.
POLÍTICAS PÚBLICAS50
De acordo com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o conceito de
políticas públicas diz respeito a um conjunto de ações e decisões do governo, voltadas para a solução de
problemas encontrados na sociedade.
Caracteriza-se como política pública o sistema de metas e planos pensados pelos três entes
federativos – união, estados e municípios – para alcançar o bem-estar da população. Porém, nem sempre
essas políticas organizadas pelo governo representam de fato as necessidades apontadas pelo
sociedade de maneira geral. Por isso, a sociedade civil organizada se faz fundamental no processo de
incidência junto ao poder público, cobrando políticas que tenham relação com as necessidades reais da
população.
Essa visão de política pública estatista é criticada por alguns autores, que enxergam as políticas
públicas como conjuntos multicêntricas. Em artigo sobre o assunto, Waner Gonçalves Lima aponta que
política pública é um conjunto de ações, não uma ação isolada. Na abordagem multicêntrica das políticas
públicas, o destaque não se destina ao autor que formulou a política, mas sim a origem do problema que
deve ser enfrentado, que, normalmente, está relacionado com alguma outra questão, que também é
pública. Nessa abordagem, não só o governo é propulsor de políticas públicas, mas também os
movimentos sociais, ONGs s sociedade civil organizada como um todo.
Princípios51
Os Princípios de Políticas Públicas são diferentes dos Princípios Normativos (Princípios da
Administração Pública), pois os Princípios de Políticas Públicas colocam questões que são mais difícil de
resolver, portanto, não são princípios exatos como o Princípio da Publicidade que exige que os atos da
administração pública sejam sempre oficial, ou tão objetivos como o Princípio da Legalidade que faz com
50
http://educacaointegral.org.br/glossario/politicas-publicas/
51
https://jus.com.br/artigos/71599/principios-gerais-das-politicas-publicas
FOCALIZAÇÃO RESIDUALISTA
A política econômica reduz desigualdades; a política social é coadjuvante do mercado, ou seja, a
focalização é residual no sentido de quem vai prover as soluções mais importantes para a sociedade é a
política econômica, portanto, é o mercado que vai garantir a igualdade enquanto as políticas focalizadas
são residuais, ou seja, as políticas focalizadas apenas irão intervir naquilo que o mercado realmente não
consegue resolver.
Questões
02. (ANVISA - Técnico Administrativo – CETRO) Sobre as políticas públicas, é correto afirmar que:
(A) guardam profunda relação com o mandato eletivo, podendo estender-se por vários mandatos, a
fim de garantir a transparência nas ações dos agentes públicos em cargos comissionados.
Gabarito
01.A / 02.B
Comentários
01. Resposta: A
As políticas públicas (policies), por sua vez, são outputs, resultantes da atividade política (politics):
compreendem o conjunto das decisões e ações relativas à alocação imperativa de valores.
02. Resposta: B
As políticas públicas são criadas para distribuir de forma igualitária os recursos de caráter individual e
social. Elas são a garantia da qualidade de vida, uma vida desenvolvida de maneira agradável e digna.
CORRUPÇÃO
Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra
a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades empresárias e às sociedades simples,
personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou modelo societário adotado, bem
como a quaisquer fundações, associações de entidades ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que
52
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCIVil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12846.htm - Acesso em: 11.01.2022.
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil,
pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não.
CAPÍTULO II
DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIONAL OU ESTRANGEIRA
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, para os fins desta Lei,
todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º, que atentem
contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da administração pública ou contra
os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a terceira
pessoa a ele relacionada;
II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a prática dos
atos ilícitos previstos nesta Lei;
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular
seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados;
IV - no tocante a licitações e contratos:
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo
de procedimento licitatório público;
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório público;
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer
tipo;
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação pública ou celebrar
contrato administrativo;
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou prorrogações de
contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório da
licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com a
administração pública;
V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou
intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do
sistema financeiro nacional.
§ 1º Considera-se administração pública estrangeira os órgãos e entidades estatais ou representações
diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as pessoas jurídicas
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro.
§ 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração pública estrangeira as organizações
públicas internacionais.
CAPÍTULO III
DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos
atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do
último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a qual nunca
será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação; e
II - publicação extraordinária da decisão condenatória.
§ 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada ou cumulativamente, de acordo com as
peculiaridades do caso concreto e com a gravidade e natureza das infrações.
§ 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será precedida da manifestação jurídica elaborada
pela Advocacia Pública ou pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente público.
§ 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui, em qualquer hipótese, a obrigação da
reparação integral do dano causado.
§ 4º Na hipótese do inciso I do caput, caso não seja possível utilizar o critério do valor do faturamento
bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta
milhões de reais).
§ 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória ocorrerá na forma de extrato de sentença, a
expensas da pessoa jurídica, em meios de comunicação de grande circulação na área da prática da
infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de circulação nacional, bem
como por meio de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio estabelecimento
ou no local de exercício da atividade, de modo visível ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial de
computadores.
§ 6º (VETADO).
CAPÍTULO IV
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO
Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica será
conduzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais
servidores estáveis.
§ 1º O ente público, por meio do seu órgão de representação judicial, ou equivalente, a pedido da
comissão a que se refere o caput, poderá requerer as medidas judiciais necessárias para a investigação
e o processamento das infrações, inclusive de busca e apreensão.
§ 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade instauradora que suspenda os efeitos do
ato ou processo objeto da investigação.
§ 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados da data
da publicação do ato que a instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos apurados e eventual
responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma motivada as sanções a serem aplicadas.
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, mediante ato fundamentado da autoridade
instauradora.
Art. 11. No processo administrativo para apuração de responsabilidade, será concedido à pessoa
jurídica prazo de 30 (trinta) dias para defesa, contados a partir da intimação.
Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade
instauradora, na forma do art. 10, para julgamento.
Art. 13. A instauração de processo administrativo específico de reparação integral do dano não
prejudica a aplicação imediata das sanções estabelecidas nesta Lei.
Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo pagamento, o crédito apurado será inscrito em
dívida ativa da fazenda pública.
Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com abuso do direito
para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provocar
confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos
seus administradores e sócios com poderes de administração, observados o contraditório e a ampla
defesa.
Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, após a
conclusão do procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua existência,
para apuração de eventuais delitos.
CAPÍTULO V
DO ACORDO DE LENIÊNCIA
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência
com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem
efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte:
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e
II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.
§ 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulativamente,
os seguintes requisitos:
I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração
do ato ilícito;
II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data
de propositura do acordo;
Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acordo de leniência com a pessoa jurídica
responsável pela prática de ilícitos previstos na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas à isenção
ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas em seus arts. 86 a 88.
CAPÍTULO VI
DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL
Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa jurídica não afasta a possibilidade de
sua responsabilização na esfera judicial.
Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta Lei, a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação
judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação com vistas à aplicação das seguintes
sanções às pessoas jurídicas infratoras:
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta ou
indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou
entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo
mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.
§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada quando comprovado:
I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover a prática de
atos ilícitos; ou
II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários
dos atos praticados.
§ 2º (VETADO).
§ 3º As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa.
§ 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de representação judicial, ou equivalente,
do ente público poderá requerer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários à garantia
do pagamento da multa ou da reparação integral do dano causado, conforme previsto no art. 7º,
ressalvado o direito do terceiro de boa-fé.
Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o rito previsto na Lei no 7.347, de 24
de julho de 1985.
Parágrafo único. A condenação torna certa a obrigação de reparar, integralmente, o dano causado
pelo ilícito, cujo valor será apurado em posterior liquidação, se não constar expressamente da sentença.
CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Cadastro Nacional de Empresas Punidas
- CNEP, que reunirá e dará publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo com base nesta Lei.
§ 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão informar e manter atualizados, no Cnep, os
dados relativos às sanções por eles aplicadas.
§ 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações acerca das sanções aplicadas:
I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou entidade no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica - CNPJ;
II - tipo de sanção; e
III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador ou impeditivo da sanção, quando for
o caso.
§ 3º As autoridades competentes, para celebrarem acordos de leniência previstos nesta Lei, também
deverão prestar e manter atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo acordo, as informações
acerca do acordo de leniência celebrado, salvo se esse procedimento vier a causar prejuízo às
investigações e ao processo administrativo.
§ 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo de leniência, além das informações
previstas no § 3º, deverá ser incluída no Cnep referência ao respectivo descumprimento.
§ 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão excluídos depois de decorrido o prazo
previamente estabelecido no ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de leniência e da
reparação do eventual dano causado, mediante solicitação do órgão ou entidade sancionadora.
Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas
de governo deverão informar e manter atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional de
Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público, instituído no âmbito do Poder Executivo
federal, os dados relativos às sanções por eles aplicadas, nos termos do disposto nos arts. 87 e 88 da
Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.
Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores aplicados com fundamento nesta Lei serão
destinados preferencialmente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.
Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas nesta Lei, contados da data da ciência
da infração ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial, a prescrição será interrompida com a instauração
de processo que tenha por objeto a apuração da infração.
Art. 26. A pessoa jurídica será representada no processo administrativo na forma do seu estatuto ou
contrato social.
§ 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão representadas pela pessoa a quem couber a
administração de seus bens.
§ 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo gerente, representante ou administrador de
sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil.
Art. 27. A autoridade competente que, tendo conhecimento das infrações previstas nesta Lei, não
adotar providências para a apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e administrativamente
nos termos da legislação específica aplicável.
Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as competências do Conselho Administrativo de Defesa
Econômica, do Ministério da Justiça e do Ministério da Fazenda para processar e julgar fato que constitua
infração à ordem econômica.
Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta os processos de responsabilização e
aplicação de penalidades decorrentes de:
I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992; e
II - atos ilícitos alcançados pela Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, ou outras normas de licitações
e contratos da administração pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contratações
Públicas - RDC instituído pela Lei no 12.462, de 4 de agosto de 2011.
Art. 31. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a data de sua publicação.
DILMA ROUSSEFF
Questões
01. (MPE/RS - Promotor - MPE/RS) Relativamente à Lei Federal n. 12.846, de 1º de agosto de 2013,
chamada de Lei Anticorrupção, assinale a alternativa correta.
(A) Aquele que transitoriamente e sem remuneração exerça função pública em representação
diplomática de país estrangeiro não é considerado agente público estrangeiro, para fins de aplicação da
Lei Anticorrupção.
(B) A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com abuso do direito
para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos na Lei Anticorrupção, dispensada
a defesa em casos considerados gravíssimos.
(C) Na aplicação das sanções será levada em consideração a existência de mecanismos e
procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação
efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica.
(D) A celebração de acordo de leniência não exime a pessoa jurídica de reparar integralmente o dano
causado, mas afasta integralmente a multa que seria imputada caso o referido acordo não fosse firmado.
(E) A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na
Lei Anticorrupção e, se descumprido, impede a nova celebração de acordo pelo prazo de 1 (um) ano,
contado do conhecimento pela Administração Pública do descumprimento.
02. (MPE/PR - Promotor - MPE/PR) Assinale a alternativa incorreta, nos termos da Lei nº 12.846/13
(Lei Anticorrupção):
(A) A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do respectivo
acordo, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo.
(B) O efeito negativo produzido pela infração é um dos fatores que, segundo consta expressamente
na Lei nº 12.846/13, deve ser levado em consideração na aplicação das sanções.
(C) Os dirigentes ou administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos na medida da
sua culpabilidade.
(D) As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as
consorciadas serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos previstos na Lei nº 12.846/13,
restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano
causado.
(E) Os registros das sanções e acordos de leniência somente serão excluídos, mediante requerimento
da pessoa jurídica responsável pela prática do ato, depois do cumprimento integral do acordo de leniência
e da reparação do eventual dano causado.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: C
Lei 12.846/2013
Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das sanções:
(....);
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à
denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa
jurídica.
02. Resposta: E
Tendo por base a Lei 12.846/13, conhecida como Lei Anticorrupção, devemos marcar a alternativa
INCORRETA:
a) CORRETA. Exatamente nos termos do art. 16, §6º da referida lei.
b) CORRETA. O art. 7º estabelece alguns fatores que devem ser levados em consideração na
aplicação das sanções, dentre eles, no inciso V, consta "o efeito negativo produzido pela infração".
c) CORRETA. É a disposição expressa do art. 3º, §2º.
d) CORRETA. Esta alternativa encontra respaldo no art. 4º, §2º.
e) INCORRETA. De acordo com o art. 22, §5º, os registros das sanções e acordos de leniência serão
excluídos depois de recorrido o prazo previamente estabelecido no ato sancionador ou do cumprimento
integral do acordo de leniência e da reparação do eventual dano causado. Além disso, a exclusão ocorrerá
mediante solicitação do órgão ou entidade sancionadora.53
03. Resposta: B
Lei 12.846/2013
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência
com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem
efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte:
( )
2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas no inciso II
do art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.
53
Autor: Patrícia Riani, Advogada, Especialista em Direito Público e Direito Constitucional Aplicado.
O estudo dos indicadores sociais e dos dados estatísticos é extremamente importante para orientar
políticas públicas e auxiliar a sociedade a combater a desigualdade social.