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PÚBLICA E
POLÍTICAS
PÚBLICAS
Processo de Formulação e
Desenvolvimento de Políticas Públicas
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS PÚBLICAS
Processo de Formulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas
Adriel Sá
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Primeiramente, por sua relevância para o tema, vamos destacar a abordagem das arenas,
desenvolvida por Theodore J. Lowi2. Esta tipologia distingue quatro tipos de políticas públicas:
• Políticas distributivas: aquelas que alocam bens ou serviços a frações específicas da
sociedade (categorias de pessoas, localidades, regiões, grupos sociais etc.) mediante
recursos provenientes da coletividade como um todo. Podem relacionar-se ao exercício
de direitos, ou não. Podem ser assistencialistas, ou não. Podem ser clientelistas, ou não.
Ex.: implementação de hospitais e escolas, construção de pontes e estradas, revitaliza-
ção de áreas urbanas, salário-desemprego, benefícios de prestação continuada, progra-
mas de renda mínima, subsídios a empreendimentos econômicos etc.
• Políticas redistributivas: aquelas que distribuem bens ou serviços a segmentos particula-
rizados da população por intermédio de recursos oriundos de outros grupos específicos.
São conflituosas e nem sempre virtuosas. Ex.: reforma agrária, distribuição de royalties do
petróleo, política de transferência de recursos inter-regionais, política tributária etc.
• Políticas regulatórias: aquelas que estabelecem imperativos (obrigatoriedades), inter-
dições e condições por meio das quais podem e devem ser realizadas determinadas
atividades ou admitidos certos comportamentos. Seus custos e benefícios podem ser
disseminados equilibradamente ou podem privilegiar interesses restritos, a depender
dos recursos de poder dos atores abarcados. Elas podem variar de regulamentações
simples e operacionais a regulações complexas, de grande abrangência. Ex.: Código de
Trânsito, Lei de Eficiência Energética, Código Florestal, Legislação Trabalhista etc.
• Políticas constitutivas ou estruturadoras: aquelas que consolidam as regras do jogo po-
lítico. São as normas e os procedimentos sobre as quais devem ser formuladas e imple-
mentadas as demais políticas públicas. Ex.: regras constitucionais diversas, regimentos
das Casas Legislativas e do Congresso Nacional etc.
1
Baseado no magistério de Maria das Graças Rua e Roberta Romanini, in: RUA, M. G.; ROMANINI, R. Para aprender políticas
públicas. Brasília: IGEPP, 2013.
2
LOWI, T. J. Four Systems of Policy, Politics, and Choice. Public Administration Review, v. 32, n. 4, p. 298-310, jul/ago. 1972.
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James Q. Wilson4 construiu uma tipologia cujo critério é o padrão de distribuição dos be-
nefícios e dos custos:
• Políticas clientelistas: as quais têm benefícios concentrados e custos dispersos, ou seja:
toda a sociedade arca com o seu custo para que alguns grupos tenham benefícios. Ex.:
subsídios, renúncias fiscais etc. Importante destacar que essa nomenclatura não adota
o termo “clientelismo” como sistema de intermediação de interesses, no qual há uma
apropriação privada de bens públicos e sua troca por bens privados, mas tão somente as
políticas orientadas a determinadas clientelas, no sentido de seus beneficiários.
• Políticas majoritárias: nas quais os custos e benefícios são distribuídos pela coletivida-
de. Ex.: serviços públicos de saúde, segurança pública, energia, educação etc.
• Políticas empreendedoras: nas quais os benefícios são coletivos e os custos ficam con-
centrados sobre certas categorias. Implicam mudanças que oneram alguns em benefí-
cio de todos. Ex.: reforma administrativa, política ambiental etc.
3
SALISBURY, R. H. The Analysis of Public Policy: the search for theories and roles. In: RANNEY, A. (Org.). Political Science
and Public Policy. Chicago: Markham, 1968. p. 151-175.
4
WILSON, J. Q. Political Organizations. New York: Basic Books. 1973.
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O autor William. T. Gormley5 identifica quatro padrões de políticas regulatórias, cada um de-
les envolvendo uma configuração própria de participantes, de critérios de escolha ou decisão
e de distorções:
• Políticas de sala operatória: caracterizam-se por elevada complexidade e muita saliência,
ou seja: exigem profundo conhecimento técnico e têm muita visibilidade, chamando bas-
tante a atenção da sociedade. Ex.: legislação sobre OGMs (transgênicos), licenciamento
de medicamentos e normas para procedimentos complexos relativos à saúde etc.
• Políticas de audiência: apresentam baixa complexidade, porém muita saliência. Sua
formulação não demanda conhecimentos especializados, mas atrai muita atenção do
público, frequentemente porque envolvem ideologia e valores. Ex.: cotas raciais, descri-
minalização do aborto e do uso de drogas etc.
• Políticas de sala de reuniões: exibem elevada complexidade técnica, mas tem pouca
saliência, sendo pouco visíveis e recebendo pouca atenção da população em geral. Ex.:
Lei de Eficiência Energética, política cambial, política tributária, regulamentação do setor
financeiro etc.
• Políticas de baixo escalão: agregam reduzida complexidade técnica e pouca saliência.
Caracterizam-se por não exigirem conhecimentos específicos e conquistam pouca aten-
ção popular. Habitualmente, estão relacionadas a rotinas administrativas, regulamentos
simples etc.
Gunnel Gustafsson6 sugere que as políticas públicas sejam divididas nos seguintes tipos:
5
GORMLEY, W. T. Regulatory Issue Networks in a Federal System. Polity, v. 18, n.4, p. 595-620, 1986.
6
GUSTAFSSON, G. Symbolic and Pseudo Policies as Responses to Diffusion of Power. Policy Sciences, v.15, n. 3, p. 269-287,
1983.
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• Políticas reais: são aquelas que os governantes possuem a intenção efetiva de imple-
mentar e possuem o conhecimento requerido para isso. Nesse caso, selecionam-se as
estratégias e alocam-se os recursos com a finalidade de que os problemas políticos
sejam, de fato, resolvidos;
• Políticas simbólicas: são aquelas que ocorrem quando, mesmo em posse do conhecimen-
to necessário, os governantes não têm intenção de implementar as políticas. Elas podem
até ser formuladas, com o objetivo de oferecer uma aparente resposta às demandas, con-
tudo não há compromisso algum, por parte governantes, com sua implementação;
• Pseudopolíticas: são aquelas que os governantes têm a real intenção de implementar, po-
rém, não dispõem do conhecimento essencial para tal fim. Podem ser observadas quando
os governantes procuram especialistas em formulação de projetos, consultores etc., indi-
cando seu interesse em formular e implementar políticas efetivas; no entanto, um exame
mais atento mostra que eles enfrentam problemas de baixa capacidade de gestão, o que
compromete as possibilidades de atender efetivamente às demandas por políticas públi-
cas. Hoje, no Brasil, muitos estados e municípios encontra-se nessa situação;
• Políticas sem sentido: são aquelas que os governantes não pretendem implementar,
nem contam com o saber necessário para tanto. São proposições descabidas, sem fun-
damentos no conhecimento técnico, e que são usadas somente como discurso político,
sem compromisso para com a satisfação das demandas.
Outra classificação citada pelas autoras é própria do domínio das políticas sociais:
7
HILL, M.; HUPE, P. Implementing Public Policy. London: SAGE, 2010.
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Elenaldo Celso Teixeira8 lança dois critérios relevantes para classificar as políticas públicas.
Quanto à natureza ou ao grau de intervenção na realidade, as políticas públicas podem ser:
• Políticas estruturais: destinam-se a interferir em relações estruturais como renda, em-
prego, produtividade etc. Ex.: política de geração de empregos, política de desenvolvi-
mento produtivo (industrial e outras) etc.
• Políticas conjunturais ou emergenciais: representam intervenções tópicas, orientadas para
aliviar uma situação temporária. Ex.: a redução da fome, como o Programa Fome Zero.
Já tomando como critério a abrangência dos possíveis benefícios, o mesmo autor retro
(Elenaldo Celso Teixeira) qualifica as políticas públicas como:
• Políticas universais: aquelas anunciadas a todos os cidadãos. Ex.: o SUS.
• Políticas segmentais: aquelas que caracterizam um fator determinado (como idade, con-
dição física, gênero etc.). Ex. Estatuto do Idoso e política de cotas no Ensino Superior.
• Políticas fragmentadas: aquelas designadas a grupos específicos dentro de cada seg-
mento da sociedade. O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) brasileiro é
exemplo de uma política fragmentada, por estar direcionado às famílias com crianças
em situação de trabalho, entre a parcela mais pobre da população.
Por fim, tendo como critério o setor de atividade governamental em que operam, as políti-
cas públicas podem ser classificadas em:
• Políticas sociais: aquelas destinadas a prover o exercício de direitos sociais como edu-
cação, seguridade social (saúde, previdência e assistência), habitação etc.
8
TEIXEIRA, E. C. O Papel das Políticas Públicas no Desenvolvimento Local e na Transformação da Realidade. Salvador:
Bahia, 2002.
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Ainda, sob uma perspectiva econômico-financeira, podemos dizer que o Estado exerce
suas atividades em torno de três funções básicas:
• Função alocativa: relaciona-se à alocação de recursos por parte do governo a fim de
oferecer bens públicos (ex. rodovias, segurança), bens semipúblicos ou meritórios (ex.
educação e saúde), desenvolvimento (ex. construção de usinas) etc.
• Função distributiva: é a redistribuição de rendas realizada através das transferências,
dos impostos e dos subsídios governamentais. Um bom exemplo é a destinação de par-
te dos recursos provenientes de tributação ao serviço público de saúde, serviço o qual é
mais utilizado por indivíduos de menor renda.
• Função estabilizadora: é a aplicação das diversas políticas econômicas a fim de promo-
ver o emprego, o desenvolvimento e a estabilidade, diante da incapacidade do mercado
em assegurar o atingimento de tais objetivos.
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Podemos afirmar, portanto, que essas prioridades não são definidas apenas pelos plane-
jadores públicos, ou seja, não são determinadas só pela razão técnica; o poder político e sua
capacidade de articulação dentro do sistema é o que realmente determina as prioridades.
Nós afirmamos que a política pública, em seu sentido mais estrito, é o que o governo es-
colhe fazer ou não fazer, lembra?
Essa opção de escolha possui relação com as chamadas idiossincrasias, um termo que se
refere à maneira de ver, sentir e reagir peculiar de cada pessoa. Assim, a expressão idiossincrasia
aplicada às políticas públicas permite a abertura de novas portas para que outros atores re-
formulem, teoricamente, o planejamento, coexistindo a realidade de vários atores pensando e
encontrando soluções diversas para iguais problemas.
Assim, é comum em provas a afirmação de que as políticas públicas fazem parte de um
sistema de problemas não estruturados ou quase estruturados. Em outras palavras, os pro-
blemas que envolvem políticas públicas, apesar de determinado por regras e políticas gover-
namentais, não são precisos, nem invariáveis e nem iguais para todos. Ora, os atores sociais
criam as regras e, às vezes, mudam para poder solucionar os problemas.
Pois bem! Os atores das políticas públicas são grupos que apresentam reivindicações ou
executam ações. Aqui entra o conceito de “arenas políticas”.
De forma mais resumida possível, arena política é a delimitação imaginária de determinado
campo onde são discutidas as políticas públicas. Note que a expressão “imaginária” elimina
qualquer senso de cada o conceito envolva espaço físico; então, as Assembleias Legislativas
ou o Congresso Nacional, por exemplo, não podem ser incluídos no conceito de arenas políti-
cas.
Reforçando: arenas são espaços imaginários onde atores interagem em uma política públi-
ca, configurando preferências e expectativas quanto a ganhos e perdas. Envolvem forças polí-
ticas e relações entre atores políticos em torno de um tema de política pública que pode vir a
existir. Daí ser chamada de arena, pois nesse espaço imaginário são mobilizados os conflitos,
as alianças e as negociações entre os atores.
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De forma ampla e genérica, temos dois tipos de atores: os chamados estatais, oriundos do
Governo ou do Estado, e os denominados privados, oriundos da sociedade civil.
Os atores estatais são aqueles que exercem funções públicas no Estado, tendo sido eleitos
pela sociedade para um cargo por tempo determinado (parlamentares), ou atuando de forma
permanente, como os servidores públicos, os chamados burocratas do Estado. São exemplos
os políticos, os designados para funções de direção, chefia e assessoramento, magistrados
etc.
Os atores privados são aqueles que não possuem vínculo direto com a estrutura admi-
nistrativa do Estado. Aí os exemplos são diversos: imprensa, centros de pesquisa, grupos de
pressão (interesses e hobbies), associações da sociedade civil, entidades de representação de
classes; sindicatos patronais e trabalhadores.
9
SARAVIA, E. Introdução à Teoria da Política Pública. In: SARAVIA, Enrique; FERRAREZI, Elisabete (Orgs.). Políticas Públicas:
coletânea. Volume 1. Brasília: ENAP, 2006, p. 21-42.
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Dentre essas etapas, vamos detalhar algumas que merecem aprofundamentos, conside-
rando as questões de provas de concursos.
Esquematizando:
Algumas literaturas podem apresentar outras etapas, tais como: formação da agenda (se-
leção das prioridades), formulação de políticas (apresentação de soluções ou alternativas),
processo de tomada de decisão (escolha das ações), implementação (execução das ações)
e avaliação.
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4.1. Agenda
A lista de problemas sociais é imensa, concorda? Assim, ainda que inúmeras necessida-
des sejam reconhecidas, só serão prioridades do poder público se forem incluídas nas agen-
das de políticas públicas.
Assim, a agenda de políticas públicas lista problemas ou assuntos que chamam a atenção
de atores governamentais e de cidadãos em geral.
Um termo bastante utilizado na concepção de políticas públicas é a “não decisão”, consi-
derada um estado inerte que resiste ao debate público. Significa determinadas temáticas que
contrariam os códigos de valores de uma sociedade ou ameaçam fortes interesses e enfren-
tam obstáculos diversos e de variada intensidade à sua transformação de um “estado de coi-
sas” em um “problema político” – e, portanto, à sua inclusão na agenda governamental
O início de uma política pública, portanto, ocorre por meio do reconhecimento de um pro-
blema de relevância pública, também denominado de momento da montagem da agenda, plei-
to ou necessidade social.
A autora Maria das Graças Rua 10 destaca que existem, basicamente, três tipos de deman-
das: as demandas novas, as demandas recorrentes e as demandas reprimidas.
As demandas novas são aquelas que resultam do surgimento de novos atores políticos
ou de novos problemas. Novos atores são aqueles que já existiam antes, mas não eram orga-
nizados; quando passam a se organizar para pressionar o sistema político, aparecem como
novos atores políticos. Novos problemas, por sua vez, são problemas que ou não existiam
efetivamente antes - como a AIDS, por exemplo - ou que existiam apenas como “estados de
coisas”, pois não chegavam a pressionar o sistema e se apresentar como problemas políticos
a exigirem solução. Um exemplo é a questão ambiental.
As demandas recorrentes são aquelas que expressam problemas não resolvidos ou mal
resolvidos, e que estão sempre voltando a aparecer no debate político e na agenda governa-
mental. Quando se acumulam as demandas e o sistema não consegue encaminhar soluções
aceitáveis, ocorre o que se denomina “sobrecarga de demandas”: uma crise que ameaça a
estabilidade do sistema. Dependendo da sua gravidade e da sua duração, pode levar até mes-
10
Artigo “Análise de Políticas Públicas: Conceitos Básicos”. Acesso em 05/06/2018: https://aprender.ead.unb.br.
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mo à ruptura institucional. Mesmo que isto não ocorra, o sistema passa a lidar com crises de
governabilidade: pressões resultantes da combinação do excesso ou complexidade de deman-
das - novas ou recorrentes - com withinputs contraditórios e redução do apoio ou suporte.
As demandas reprimidas são aquelas constituídas por “estados de coisas” ou por não de-
cisões.
Quando uma demanda é incluída na agenda, esse fato social adquiriu status de “problema
público”, transformando-os em objeto de debates e controvérsias políticas. Portanto, a etapa
de construção de agendas consiste em organizar as demandas sociais.
A mesma autora (2009)11 leciona que, para um “estado de coisas” tornar-se um problema
político, passando a figurar como um item da agenda, é necessário que apresente pelo menos
uma das seguintes características:
• Mobilize ação política: seja ação coletiva de grandes grupos, seja ação coletiva de pe-
quenos grupos dotados de fortes recursos de poder, seja ação de atores individuais
estrategicamente situados;
• Constitua uma situação de crise, calamidade ou catástrofe, de maneira que o ônus de
não dar uma resposta ao problema seja maior que o ônus de ignorá-lo; e
• Constitua uma situação de oportunidade, ou seja, uma situação na qual algum ator rele-
vante perceba vantagens, a serem obtidas com o tratamento daquele problema.
4.2. Elaboração
11
RUA, M. das G. Políticas públicas. Brasília: CAPES-UAB, 2009.
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4.3. Formulação
12
TEIXEIRA, J. B. Formulação, administração e execução de políticas públicas. Serviço Social: Direitos Sociais e Competên-
cias Profissionais, Brasília: CFESS, 2009.
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A distinção básica entre plano, programa e projeto está, portanto, no nível de agregação
de decisões e no detalhamento das operações de execução, ou seja, o plano tem maior ní-
vel de agregação de decisões que o programa e este, mais que o projeto. Por outro lado, o
projeto tem maior detalhamento das operações a serem executadas que o programa e este,
mais que o plano.
Apenas como exemplo da importância do plano dentro no contexto das políticas públicas
no Brasil, vejamos a previsão do art. 182 da CF/1988 (Capítulo II – Da Política Urbana, Título
VII – Da Ordem Econômica e Financeira), que assim destaca (grifei):
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
Note que, apesar de estar tratando apenas da política de desenvolvimento urbano, a evi-
dência de o plano ser essencial ao ciclo de políticas públicas está clara, ao limitar, constitucio-
nalmente, a dispensa desse meio apenas a cidades com menos de 20 mil habitantes!
Apesar de alguns autores considerarem a etapa de processo decisório uma fase distinta da
etapa de formulação, vamos considerar a corrente majoritária e as bancas organizadoras, que
incluem o processo decisório dentro da etapa de formulação de políticas públicas, ok?
Vamos lá! Alguns métodos são citados em provas com maior incidência. Portanto, é nes-
ses que iremos nos concentrar! Sem dúvida que, no âmbito das políticas públicas, os atores
possuem interesses a realizar; assim, é razoável supor que o fazem de forma racional, ou seja,
mediante a escolha de meios adequados à consecução das suas preferências (finalidades). É
por isso que dizemos que, no contexto das políticas públicas, prevalece a ideia de racionalida-
de no processo decisório.
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A Teoria da Escolha Racional propõe que todos os indivíduos são limitados; no entanto,
sabem o que querem e, dentro dessa ideia, são capazes de ordenar hierarquicamente suas
preferências e procuram escolher - entre as alternativas de ação disponíveis - as que forem
mais satisfatórias, isto é, mais compatíveis com o que preferem, tanto em termos de custos
como de benefícios.
Pois bem!
Nesse processo de decisões racionais (criação e escolha de opções), a autora Maria
das Graças dos Santos13 destaca três abordagens de racionalidade na formulação de polí-
ticas públicas:
• Racionalidade econômica: processo onde são usados critérios de escolha pública e de
economia do bem-estar-social, sem entrar no julgamento de valores.
• Racionalidade político-sistêmica: processo onde se estabelece um acordo entre os ato-
res do jogo do poder, ou seja, não se questiona a responsabilidade moral das políticas.
• Formulação responsável: processo decisório que sujeita ao debate e ao escrutínio públi-
co, respeitando questões como igualdade, liberdade, solidariedade e democracia.
Segundo Allison e Zelikow (1999)14, três modelos são descritos para entender o processo
de decisão de políticas públicas: modelo da política racional, modelo organizacional e modelo
da política burocrática.
Modelo da política racional: quando os atores agem de maneira racional e foco na solução
mais perfeita. Assim, o governo é um ator unitário, que define claramente os seus objetivos,
identifica as soluções alternativas disponíveis e avalia as consequências de cada uma, escolhe
a alternativa que lhe traz consequências mais vantajosas e age.
Modelo organizacional: onde a análise escapa da racionalidade absoluta e abstrata do
modelo anterior; nesse modelo, o Estado e o governo são considerados constelações de orga-
nizações dotadas de vida mais ou menos autônoma: com culturas organizacionais próprias,
seus próprios projetos políticos, ambições quanto a recursos materiais, financeiros, humanos
e tecnológicos, dentre outros. Assim, as organizações públicas operam percebendo os proble-
13
SANTOS, M. das G. dos. Políticas Públicas: contribuições para o debate. In Gestão Pública: planejamento, processos, siste-
mas de informação e pessoas. Orgs. Roberto Kanaame; Alécio Fiel Filho; Maria das Graças Ferreira. São Paulo: Atlas, 2010.
14
ALLISON, G.; ZELIKOW, P. Essence of decision: explaining the Cuban missile crisis. 2. ed. New York: Addison-Wesley, 1999.
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mas, mas segundo procedimentos padronizados para o cumprimento dos seus objetivos e a
realização da sua missão.
Modelo da política burocrática: esse modelo não considera uma racionalidade linear em
relação a uma política específica; isso porque há interesses dos diversos atores que colocam
linhas cruzadas entre diferentes políticas. O modelo permite perceber como é que uma decisão
que, a princípio pode parecer pouco racional, indicando um prejuízo para um ator em determi-
nada política, na realidade pode ter sido o elemento de barganha para que esse mesmo ator
obtivesse uma vantagem muito maior em outra política. Em suma, esse modelo preconiza que
o elemento crucial é definir qual é o interesse em jogo para cada ator envolvido, que para obter
vantagens, realizam todas as alianças possíveis e usam de todas as estratégias e recursos.
Já as autoras Maria das Graças Rua e Roberta Romanini15 destacam alguns modelos racio-
nais de tomada de decisão:
Modelo Racional-Compreensivo ou Modelo Racional-Exaustivo (método da raiz): nesse
modelo, os decisores definem claramente quais os valores e os objetivos a serem maximiza-
dos. A escolha da alternativa a ser adotada baseia-se em uma análise abrangente, informada
e detalhada de todas as alternativas e suas implicações, tendo como critério a maximização
desses objetivos e valores. Em suma, considera-se as preferências mais relevantes da socie-
dade e a intervenção por meio de políticas públicas deve fundamentar-se em ampla análise
prévia dos problemas sociais. A formulação de políticas é abordada mediante a análise de
meios-fins: primeiro os fins são isolados, então se procuram os meios para atingi-los.
Modelo de Racionalidade Limitada: diferentemente do modelo racional compreensivo, nes-
se modelo não há uma análise abrangente, pois, a racionalidade dos indivíduos sofre restrições
devido às informações que possuem, às limitações cognitivas de suas mentes e às contingên-
cias do tempo para decidir. Portanto, de acordo com o Modelo da Racionalidade Limitada, a
alternativa de política pública escolhida não precisa ser aquela que maximiza os valores do
tomador de decisões, basta que seja uma proposta suficientemente boa.
Modelo de Comparações Sucessivas limitadas ou Modelo Incremental (método do ramo):
nesse modelo, as escolhas são feitas tendo como referência as restrições impostas pelas
relações de poder e pelo horizonte histórico no qual atuam os tomadores de decisão (como
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sões de anos anteriores (n-1, n-2, n-3…), não sendo, por isso, decisões incrementais. Assim, de
acordo com essa teoria, as políticas públicas podem sofrer mudanças incrementais (pequenas
e progressivas, quando existe uma certa estabilidade), mas, também, sofrer rupturas abruptas
(quando o cenário é de crise, por exemplo).
4.4. Implementação
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RUA, M. G.; ROMANINI, R. Para aprender políticas públicas. Brasília: IGEPP, 2013.
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diversos atores à agenda que se formou, ao curso assumido pelas decisões e aos impactos da
implementação.
4.5. Avaliação
Ao citarmos o termo “a posteriori”, isso não quer dizer a necessidade de que a ação de avalia-
ção exija o término da implementação de uma política pública. A expressão apenas afirma a
necessidade de haver algo a ser avaliado, mesmo sendo apenas algo “no papel”, algo apenas
planejado.
Então, anote aí: A avaliação não está, portanto, circunscrita ao momento posterior e final à im-
plementação de uma política pública.
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sua implementação, os consequentes ajustes a serem adotados, e até as decisões sobre sua
manutenção, seu aperfeiçoamento, sua mudança de rumo ou sua interrupção.
É por isso que estudamos as políticas públicas como um ciclo, com etapas bem definidas,
mas interligadas entre si!
São muitas as finalidades da avaliação de políticas públicas encontradas na doutrina, den-
tre as quais, temos que:
• viabiliza as atividades de controle (interno, externo, por instituições públicas e social);
• proporciona transparência e accountability às ações de governo;
• desenvolve e melhora estratégias de intervenção na realidade;
• proporciona empoderamento, promoção social, desenvolvimento institucional e demo-
cratização da atividade pública.
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No entanto, outros critérios podem ser citados, como economicidade, celeridade, tempes-
tividade, equidade, sustentabilidade etc.
A aplicação de critério requer a utilização de indicadores, que são unidades de medida que
funcionam como sinais de alguma tendência, característica, resultado, comportamento. Para
chegarmos às conclusões necessárias, estabelecemos padrões que aplicamos aos indicado-
res de cada critério.
Em suma, o padrão designa o nível que o indicador deve atingir para que se possa conside-
rar que o critério correspondente foi satisfeito.
Vamos ver um exemplo:
Utilizando o critério de equidade gênero, podemos construir um indicador que nos apresente
o percentual de mulheres com oportunidade de emprego na área financeira equivalente aos
homens no exercício da mesma função. O padrão para concluirmos pela existência da equida-
de de gênero seria 50%.
Pois bem vistos esses conceitos iniciais, destacamos que o Programa Nacional de Gestão
Pública e Desburocratização (Gespública) apresenta, além da eficiência, eficácia e efetividade,
mais três categorias básicas de indicadores de desempenho no âmbito da Administração Pú-
blica brasileira.
Esses indicadores compõem o chamado “modelo da Cadeia de Valor e dos 6Es do Desem-
penho” e se constitui das dimensões de esforço e de resultado desdobradas em outras dimen-
sões do desempenho. As dimensões de esforço são economicidade, execução e excelência; e
as dimensões de resultado são eficiência, eficácia e efetividade. Vejamos:
Efetividade: são os impactos gerados pelos produtos/serviços, processos ou projetos. A
efetividade está vinculada ao grau de satisfação ou ainda ao valor agregado, a transformação
produzida no contexto em geral. Esta classe de indicadores, mais difícil de ser mensurada
(dada a natureza dos dados e o caráter temporal), está relacionada com a missão da institui-
ção. Por exemplo, se uma campanha de vacinação realmente imunizar e diminuiu a incidência
de determinada doença entre as crianças, a campanha foi efetiva. Indicadores de efetividade
podem ser encontrados na dimensão estratégica do Plano Plurianual (PPA).
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RESUMO
• Política pública é um fluxo de decisões públicas, com ações do Estado e sociedade, a
fim de prover a manutenção do equilíbrio social. Em seu sentido mais estrito, é o que o
governo escolhe fazer ou não fazer.
– Políticas distributivas: aquelas que alocam bens ou serviços a frações específicas da
sociedade (categorias de pessoas, localidades, regiões, grupos sociais etc.) median-
te recursos provenientes da coletividade como um todo.
– Políticas redistributivas: aquelas que distribuem bens ou serviços a segmentos par-
ticularizados da população por intermédio de recursos oriundos de outros grupos
específicos.
– Políticas regulatórias: aquelas que estabelecem imperativos (obrigatoriedades), in-
terdições e condições por meio das quais podem e devem ser realizadas determina-
das atividades ou admitidos certos comportamentos.
– Políticas constitutivas ou estruturadoras: aquelas que consolidam as regras do jogo
político. São as normas e os procedimentos sobre as quais devem ser formuladas e
implementadas as demais políticas públicas.
– Políticas autorregulatórias: aquelas caracterizadas por demandas concentradas
diante de um sistema decisório fragmentado.
– Políticas clientelistas: as quais têm benefícios concentrados e custos dispersos, ou
seja: toda a sociedade arca com o seu custo para que alguns grupos tenham benefícios.
– Políticas majoritárias: nas quais os custos e benefícios são distribuídos pela cole-
tividade.
– Políticas empreendedoras: nas quais os benefícios são coletivos e os custos ficam
concentrados sobre certas categorias. Implicam mudanças que oneram alguns em
benefício de todos.
– Políticas de grupos de interesses: nas quais os custos e benefícios estão concentra-
dos sobre certas categorias, ou seja: alguns grupos arcam com todo o custo e outros
grupos recebem todo o benefício.
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MAPA MENTAL
Fluxo de decisões públicas, com ações do Estado e sociedade, a fim de prover a manutenção do equilíbrio social
Políticas distributivas: aquelas que alocam bens ou serviços a frações específicas da sociedade (categorias de pessoas, localidades,
Espaços imaginários onde atores interagem em regiões, grupos sociais etc.) mediante recursos provenientes da coletividade como um todo.
uma política pública, configurando preferências e Arenas políticas
expectativas quanto a ganhos e perdas. Políticas redistributivas: aquelas que distribuem bens ou serviços a segmentos particularizados da população por intermédio de
recursos oriundos de outros grupos específicos.
Políticas regulatórias: aquelas que estabelecem imperativos (obrigatoriedades), interdições e condições por meio das quais podem
e devem ser realizadas determinadas atividades ou admitidos certos comportamentos.
Construção da agenda: é a incorporação de uma
demanda na lista de prioridades do poder público. Políticas constitutivas ou estruturadoras: normas e os procedimentos sobre as quais devem ser formuladas e implementadas as
demais políticas públicas.
Elaboração: é a identificação e delimitação de Ciclo de políticas
um problema atual ou potencial, o levantamento públicas Políticas autorregulatórias: aquelas caracterizadas por demandas concentradas diante de um sistema decisório fragmentado.
das possíveis alternativas para sua solução, a
avaliação dos custos e benefícios de cada uma Políticas clientelistas: aquelas que têm benefícios concentrados e custos dispersos, ou seja: toda a sociedade arca com o seu custo
delas e a definição das prioridades (predomina para que alguns grupos tenham benefícios.
a visão técnica).
Políticas majoritárias: nas quais os custos e benefícios são distribuídos pela coletividade.
Processo de
Formulação: é a seleção e a especificação da al-
Políticas empreendedoras: nas quais os benefícios são coletivos e os custos ficam concentrados sobre certas categorias, implicam
ternativa mais conveniente, declarando-se a deci- formulação e
mudanças que oneram alguns em benefício de todos.
são adotada, definindo seus objetivos e seu mar- desenvolvimento
co jurídico, administrativo e financeiro (critérios Políticas e grupos de interesses: nas quais os custos e benefícios estão concentrados sobre certas categorias, ou seja: alguns grupos
políticos assumem papel mais importante). de políticas arcam com todo o custo e outros grupos recebem todo o benefício.
Políticas de sala operatória: caracterizam-se por elevada complexidade e muita saliência, ou seja: exigem profundo conhecimento
técnico e têm muita visibilidade, chamando bastante a atenção da sociedade.
Políticas de audiência: apresentam baixa complexidade, porém muita saliência. Sua formulação não demanda conhecimentos especia-
lizados, mas atrai muita atençao do público, frequentemente porque envolvem ideologia e valores.
Política pública
Políticas de sala de reuniões: exibem elevada complexidade técnica, mas tem pouca saliência, sendo pouco visíveis e recebendo pouca
atenção da população em geral.
Políticas de baixo escalão: agregam reduzida complexidade técnica e pouca saliência. Caracterizam-se por não exigirem conhecimen-
tos específicos e conquistam pouca atenção popular.
Políticas reais: são aquelas que os governantes possuem a intenção efetiva de implementar e possuem o conhecimento requerido
para isso.
Políticas simbólicas: são aquelas que ocorrem quando, mesmo em posse do conhecimento necessário, os governantes não têm inten-
ção de implementar as políticas.
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Pseudopolíticas: são aquelas que os governantes têm a real intenção de implementar, porém não dispõem do conhecimento essencial
para tal fim.
Implementação: é o planejamento e a organiza-
ção do aparelho administrativo e dos recursos Políticas sem sentido: são aquelas que os governantes não pretendem implementar, nem contam com o saber necessário para tanto.
humanos, financeiros, materiais e tecnológicos
para executar uma política.
Política regulatória competitiva: associada às regulamentações que limitam a oferta de bens e serviços a um ator ou a um pequeno
grupo de atores.
Execução: é o conjunto das ações destinado a Ciclo de políticas
atingir os objetivos estabelecidos pela política. Política regulatória protetora: associadas às regulamentações destinadas a controlar todas as atividades que sejam potencialmente
públicas
prejudiciais ou perigosas para os indivíduos.
Acompanhamento: é o processo sistemático de
supervisão da execução, objetivando assegurar a
Políticas compensatórias: são implementadas com o propósito de minimizar distorções sociais profundas.
consecução dos objetivos estabelecidos.
Avaliação: é a mensuração e análise dos efeitos Políticas emancipatórias: aquelas que se dirigem ao empoderamento e à autonomização dos grupos sociais inicialmente vulneráveis,
produzidos na sociedade pelas políticas públi- de modo a promover sua independência frente a ação do Estado
cas, especialmente no que diz respeito às reali- Processo de
zações obtidas e às consequências previstas e formulação e Políticas estruturais: destinam-se a interferir em relações estruturais, como renda, emprego, produtividade etc.
não previstas, desejadas e não desejadas.
desenvolvimento
de políticas Políticas conjunturais ou emergenciais: representam intervenções tópicas, orientadas para aliviar uma situação temporária.
Políticas segmentais: aquelas que caracterizam um fator determinado (como idade, condição física, gênero etc.).
Política pública Políticas fragmentadas: aquelas designadas a grupos específicos dentro de cada segmento da sociedade.
Políticas econômicas: aquelas cujo intuito é a gestão da economia interna e a promoção da inserção do país na economia externa.
Políticas de infraestrutura: aquelas dedicadas a assegurar as condições para a implementação e a consecução dos objetivos das
políticas econômicas e sociais.
Políticas de Estado: aquelas que visam garantir o exercício da cidadania, a ordem interna, a defesa externa e as condições essenciais
à soberania nacional.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CESPE/CONSULTOR LEGISLATIVO/SEN/ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA/2002)
Quanto às formas de exercício de funções públicas, julgue o item que se segue.
Embora a formulação de políticas públicas seja uma responsabilidade indelegável do Poder
Executivo, algumas funções auxiliares de representação de interesses podem ser atribuídas a
outros agentes públicos ou privados.
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a) autoritário e burocrático;
b) participativo e do bem-estar;
c) oligárquico e patrimonial;
d) profissional e pós-burocrático;
e) empreendedor e regulador.
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IPTU, e aqueles com valores superiores a 1 milhão de reais serão tributados em dobro, garan-
tindo a manutenção do valor arrecadado e o financiamento das políticas urbanas.
O caso apresentado, segundo a tipologia de políticas públicas de Theodore Lowi, é um exem-
plo de política
a) constitutiva.
b) regulatória.
c) redistributiva.
d) distributiva.
e) intervencionista.
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inativas). Impõem perdas concretas para determinados grupos sociais e ganhos incertos para
outros.
4. Normatizam o funcionamento de serviços públicos ou a oferta de recursos públicos. São
concretizadas por meio de decretos, portarias, ordens e proibições. As normas produzidas
podem tratar a comunidade de forma isonômica ou, por vezes, atender a interesses mais
restritos.
( ) Políticas Distributivas
( ) Políticas Redistributivas
( ) Políticas Constitutivas
( ) Políticas Regulatórias
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custos excedam os ganhos. Esse método de avaliação das políticas públicas corresponde ao
modelo
a) sistêmico.
b) institucional.
c) de processo.
d) racional.
e) incremental.
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mente distintas. Deste modo, para que haja adequabilidade de um modelo teórico, deve-se levar
em conta que
a) não existe diferença entre a busca de um modelo para os países desenvolvidos e os países
em desenvolvimento.
b) o analista deve vincular-se com rigidez a um modelo em particular, não devendo, necessa-
riamente, ter que observar os aspectos do ambiente em estudo.
c) nem sempre há necessidade de identificar e estruturar os aspectos da política a ser analisada.
d) esse modelo deve estar ligado às metas fixadas e como produto da participação das massas.
e) na elaboração de políticas, as percepções e os interesses dos atores individuais estão pre-
sentes em todos os estágios.
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b) geram benefícios específicos para determinados grupos sociais e implicam custos difusos
para toda a coletividade.
c) estabelecem padrões de comportamento para grupos de atores numa arena de baixo confli-
to entre os diversos grupos sociais.
d) são políticas que definem competências, jurisdições e regras para a disputa política entre
diferentes setores sociais.
e) têm como objetivo a implantação de um projeto de governo, por meio de programas e ações
voltados para toda a sociedade.
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GABARITO
1. C 28. C 55. E
2. Anulado 29. C 56. C
3. C 30. C 57. E
4. C 31. a 58. d
5. E 32. C 59. E
6. C 33. Anulado 60. C
7. C 34. Anulado 61. C
8. C 35. C 62. E
9. E 36. C 63. E
10. E 37. C 64. C
11. E 38. C 65. E
12. C 39. E 66. E
13. C 40. E 67. C
14. C 41. C 68. a
15. E 42. C 69. C
16. E 43. c 70. E
17. C 44. c 71. C
18. C 45. a 72. e
19. C 46. a 73. e
20. C 47. c 74. c
21. E 48. d 75. e
22. C 49. d 76. b
23. E 50. c 77. e
24. C 51. c 78. b
25. C 52. b 79. e
26. E 53. a 80. b
27. a 54. C 81. e
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82. c
83. a
84. e
85. b
86. e
87. e
88. b
89. d
90. c
91. a
92. c
93. c
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CESPE/CONSULTOR LEGISLATIVO/SEN/ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA/2002)
Quanto às formas de exercício de funções públicas, julgue o item que se segue.
Embora a formulação de políticas públicas seja uma responsabilidade indelegável do Poder
Executivo, algumas funções auxiliares de representação de interesses podem ser atribuídas a
outros agentes públicos ou privados.
Certo.
De fato, o conceito de política pública envolve um conjunto de ações atividades desenvolvidas
de forma solidária e subsidiária entre Estado e sociedade.
Ainda, devemos lembrar que as atividades que são consideradas de interesse público, mas
que não devam ou necessitam ser providas exclusivamente pelo poder público, podem ser
descentralizadas ou mesmo delegadas a agentes privados. Entre essas, encontra-se a maior
parte dos serviços sociais, como, por exemplo, os serviços de educação e de saúde, que são
oferecidos tanto por instituições públicas como privadas.
Anulado.
A banca anulou o item, alegando controvérsia sobre o tema na literatura especializada.
Na realidade, a banca misturou em seu enunciado duas tipologias: a mais clássica, que iden-
tifica as políticas públicas como universalizadas ou focalizadas e a classificação que divide
as políticas em universais, segmentais ou fragmentadas. Vejamos.
As políticas universalistas são aquelas que direcionam os recursos públicos a todos os cida-
dãos, enquanto políticas focalizadas buscam redirecionar estes recursos para os mais pobres,
por meio de instrumentos que os selecionem como beneficiários diretos.
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Adriel Sá
Já a outra classificação destaca que as políticas universais são aquelas anunciadas a todos os
cidadãos; as políticas segmentais são aquelas que caracterizam um fator determinado (como
idade, condição física, gênero etc.); e, as políticas fragmentadas são aquelas designadas a
grupos específicos dentro de cada segmento da sociedade.
Certo.
De fato, indivíduos com interesses comuns reúnem-se em grupos, formais ou informais, para
manifestar ou impor suas demandas aos governos. Vimos, no final do mês de maio de 2018,
a classe dos caminhoneiros alavancando diversas paralisações por todo o território nacional,
forçando o governo a rever diversas políticas de incentivos fiscais (grupo X) para atender aos
pleitos da categoria (grupo Y), em especial, alterando diversas políticas no preço dos combus-
tíveis (grupo Z).
Outros exemplos de grupos sociais podem ser citados, como os sindicatos, as organizações
não governamentais, empresas, partidos políticos etc.
Assim, possíveis mudanças nas políticas podem ser vistas como resultado de mudanças na
capacidade de influência desses grupos, formando barreiras à formulação eficaz de uma de-
terminada política pública.
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Adriel Sá
Certo.
Uma das características das políticas públicas é a sua maneira de ser vista por cada ator da
arena. Portanto, o ator que planeja determinada política pública não está fora da realidade, pois
essa realidade que ele planeja contém outros sujeitos criativos, que também planejam, ou seja,
visualizam cada detalhe de uma política pública de maneira peculiar.
Errado.
É claro que não há como afirmarmos qual seria o aspecto mais importante e mais contempla-
do pela literatura especializada na gestão de políticas públicas. Aliás, a ideia é de um ciclo,
com etapas interdependentes e inter-relacionadas entre si.
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Certo.
Anote aí: (1) agenda, (2) elaboração, (3) formulação, (4) implementação, (5) execução, (6)
acompanhamento e (7) avaliação.
Certo.
A questão trata das diferentes tipologias de demandas, apresentando o conceito e as caracte-
rísticas das demandas recorrentes.
Certo.
Quando uma demanda é incluída na agenda, esse fato social adquiriu status de “problema pú-
blico”, transformando-os em objeto de debates e controvérsias políticas. Portanto, a etapa de
construção de agendas consiste em organizar as demandas sociais.
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Errado.
Como assim, “minimamente”? O contexto moderno de políticas públicas envolve um ambiente
dinâmico; logo, os novos ambientes e o novo contexto social afetam de forma essencial (e não
minimamente) a elaboração de políticas públicas e o quadro institucional do Estado.
Errado.
O processo decisório que é aberto ao debate público é o da abordagem da formulação respon-
sável, e não o da racionalidade-econômica. A abordagem da racionalidade-econômica preconi-
za que todos os pleitos não podem ser satisfeitos devido a um fator fundamental: os recursos
são limitados. Assim, as decisões fecham-se sobre o aparato estatal, minimizando a partici-
pação social na definição e implementação de políticas públicas.
Errado.
O modelo que dá foco ao processo político é o modelo da política burocrática, e não o modelo
da política racional.
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Certo.
Perceba que esse modelo considera as informações completas e corretas, ou seja, possui uma
análise ampla, prévia e exaustiva, buscando sempre otimizar os valores e objetivos. A diferença
desse método (racional-compreensivo) para o método da racionalidade limitada (a ser visto logo
adiante) é que, no primeiro temos uma análise exaustiva e o cálculo das consequências, enquan-
to no segundo temos uma análise não exaustiva, devido à incerteza e à informação limitada.
Certo.
A racionalidade, quando limitada, pode tornar o processo mais lento. Logo, um assunto, seu
filtro, prospecções, valores e objetivos, são informações que podem ou não estar à disposição
do tomador de decisão.
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Certo.
O modelo bottom-up é um modelo de baixo para cima; portanto, é dizer que esse modelo ana-
lisa as demandas em sua base, pelos atores de escalões inferiores, remodelando as políticas
públicas originalmente concebidas pelo alto escalão.
Errado.
Políticas públicas não são predominantemente iniciativas autônomas das instâncias gover-
namentais, mas decisões que contam com a participação de diversos setores da sociedade.
Errado.
Nem sempre uma política pública será restrita a uma pequena parcela da sociedade, como
por exemplo, uma política pública econômica, que alcança toda a parcela da sociedade.
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Certo.
Políticas públicas exigem planejamento. E planejamento implica a formulação de um ou vários
planos detalhados para conseguir um perfeito equilíbrio entre o que se quer e o que se pede,
ou seja, equilíbrio entre as necessidades e as demandas com os recursos de que se dispõe.
Certo.
Como vimos, o conceito de políticas envolve diretrizes de ação. A questão, lógico, situa-se no
âmbito das políticas públicas, envolvendo diretrizes, objetivos e metas de uma administração
pública.
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Adriel Sá
Certo.
Ainda que as políticas públicas envolvam atores da sociedade, o governo é que possui a “últi-
ma palavra”. Política pública é a soma das atividades dos governos, que agem diretamente ou
através de delegação, e que influenciam a vida dos cidadãos.
Certo.
Questão dada, não é mesmo?
A questão trata de dois conceitos importantes nos estudos sobre políticas públicas: gover-
nança e governabilidade. Enquanto a governança se relaciona com a competência técnica e
gerencial do governo, a governabilidade se refere à dimensão estatal do exercício do poder, ou
seja, compreende a capacidade do governo de tomar decisões.
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Errado.
Vimos que as idiossincrasias nas políticas públicas nos permitem afirmar que o sistema é de
problemas não estruturados ou quase estruturados, pois os atores sociais criam as regras e,
às vezes, mudam para poder solucionar os problemas.
Assim, as políticas públicas fazem parte de um sistema onde as variáveis não são dadas, não
são todas enumeráveis, nem todas conhecidas e tampouco finitas.
Certo.
É isso mesmo, não é?
Segundo Carlos Matus18, no âmbito das políticas públicas, as fronteiras do problema e do
sistema são difusas, a solução de um problema facilita ou dificulta a solução de outros e as
18
MATUS, C. Política, planejamento e governo. Brasília: IPEA, 1993.
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possibilidades de solução do problema são criadas pelos atores e são potencialmente infinitas
em número.
Errado.
Considerando a análise de políticas públicas, todo tomador de decisão pode se deparar com
um problema específico, que tanto pode ser isolado em relação aos demais problemas, como
enfatizado em comparação com os demais.
Assim, esses problemas podem ser selecionados e classificados de acordo com seu nível de
importância. No entanto, havendo uma relação de dependência entre problemas detectados,
a solução individual afetará a solução conjunta. Exemplo: um dado problema específico no
contexto do planejamento de orçamento público e sua consequente opção de solução poderá
ensejar uma cadeia de eventos a se estender por todo o ciclo orçamentário.
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Adriel Sá
Certo.
Como afirma a questão anterior, a inclusão de uma necessidade da população nas prioridades
do poder público refere-se à etapa de construção de agendas do processo de formulação e
desenvolvimento de políticas públicas.
Uma agenda de políticas públicas é uma lista de prioridades inicialmente estabelecidas, às
quais os governos devem dedicar suas energias e atenções, e entre as quais os atores lutam
arduamente para incluir as questões de seu interesse.
Certo.
A etapa da agenda considera a inclusão de determinado pleito ou necessidade social na agen-
da governamental, ou seja, na lista de prioridades do poder público.
Frequentemente, a inclusão na agenda induz e justifica uma intervenção pública legítima sob
a forma de decisão das autoridades públicas.
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Errado.
De fato, as políticas públicas podem ser entendidas como um conjunto de decisões e ações
destinadas à resolução de demandas sociais. No entanto, não é toda demanda que será con-
siderada problema público, alcançando a sua inclusão na agenda governamental.
Letra a.
É para não errar, ok?
Quando falamos em construção de agendas, estamos organizando a prioridade de demandas
sociais que serão objetos de intervenção legítima do governo!
Logo, a etapa de construção de agendas consiste em organizar as demandas sociais.
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Adriel Sá
Certo.
Como enfatizamos, de forma bem simples, podemos dizer que o processo de formação de
uma política pública começa a partir da identificação de um problema ou de um estado de
coisas que demande uma intervenção governamental.
No entanto, também sabemos que, para que uma questão entre na agenda governamental, não
basta ser considerada problemática. É preciso também que se torne um problema político a
partir de mobilização política, por meio da qual atores articulados consigam fazer com que a
situação seja reconhecida como problema e entre na agenda governamental.
Apesar de a banca ter considerado a assertiva como certa, isso não ocorre de forma automá-
tica, ou seja, não basta apenas a mobilização de atores para que determinado problema entre
na agenda; é necessário, ainda, que o Estado queira aceitar e incluir essa demanda.
Certo.
Como se afirmou na questão anterior, para entrar na agenda governamental, não basta que
uma questão seja considerada problemática. É preciso, além da mobilização de atores, que
essa demanda também que se torne um problema político.
Assim, temos que a ocorrências de crises ou eventos não dependerá apenas de seu caráter
emergencial para que possa adentrar à agenda pública; isso porque, determinadas temáticas
que contrariam os códigos de valores de uma sociedade ou ameaçam fortes interesses, podem
enfrentar obstáculos diversos e de variada intensidade à sua transformação de um “estado de
coisas” em um “problema político” - e, portanto, à sua inclusão na agenda governamental.
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Adriel Sá
Certo.
Esses espaços de poder que o item apresenta são as chamadas “arenas políticas”, ou seja,
a delimitação imaginária de determinado campo onde são discutidas as políticas públicas.
Nesse espaço imaginário são mobilizados os conflitos, as alianças e as negociações entre os
atores chamados estatais e os atores denominados privados.
Letra a.
Cada arena política tem uma configuração de atores bastante diferente, com prevalência de
alguns sobre outros.
A questão apresenta exemplos de atores públicos na alternativa A. Os burocratas são aqueles
que compõem o corpo de funcionários públicos de um Estado. Os designados politicamente
são aqueles indicados pelos políticos eleitos para desempenhar funções de direção, chefia e
assessoramento na Administração Pública.
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Adriel Sá
Certo.
Os atores básicos na formulação das políticas públicas são: os chamados estatais, oriundos
do Governo ou do Estado, e os denominados privados, oriundos da sociedade civil.
Anulado.
A banca anulou a questão, justificando controvérsia na literatura sobre o tema.
A redação da questão parece ter sido retirada de um texto da Maria Paula Dallari Bucci, que
afirma que as políticas públicas são “programas de ação governamental visando coordenar os
meios à disposição do Estado e as atividades privadas, para a realização de objetivos social-
mente relevantes e politicamente determinados”.
Notem que a banca alterou o final da definição, trocando a expressão “politicamente determi-
nados” - o que estaria realmente certo, pois as escolhas são definidas por meio da política - por
“economicamente viáveis” - o que não é necessariamente certo e envolve alguma polêmica na
literatura. Não é difícil concluirmos pela inviabilidade econômica de muitas políticas públicas
implementadas.
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Adriel Sá
Anulado.
A banca, nesse certame, fez uma “lambança” sobre o assunto. Mais uma vez, o item foi anula-
do devido à controvérsia do tema na literatura especializada.
De fato, há os três tipos de políticas públicas citados, mas os autores que adotam essa clas-
sificação identificam apenas duas: as estruturais, de um lado, e as conjunturais, que também
são chamadas de emergenciais, de outro. Note que, pela redação, “conjunturais” não seria
sinônimo de “emergenciais”, mas outra espécie. Daí o motivo da anulação.
Relembrando:
Políticas estruturais: destinam-se a interferir em relações estruturais como renda, emprego,
produtividade etc. Ex.: política de geração de empregos, política de desenvolvimento produtivo
(industrial e outras) etc.
Políticas conjunturais ou emergenciais: representam intervenções tópicas, orientadas para
aliviar uma situação temporária. Ex.: a redução da fome, como o Programa Fome Zero.
Certo.
A questão se refere à tipologia clássica de Lowi, segundo a qual as políticas públicas podem
ser de natureza distributiva, redistributiva ou regulatória, conforme seu impacto sobre as rela-
ções sociais.
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Notem que a questão faz menção a três das quatro classificações possíveis. Na verdade, isso
se justifica pelo fato de que os três primeiros tipos, mencionados na questão, são direcionadas
diretamente às relações sociais; enquanto o quarto tipo, ao contrário, foca o sistema político
que determinará as demais políticas públicas.
Certo.
A questão trata de duas das classificações da tipologia de Theodore Lowi.
As políticas distributivas são aquelas que alocam bens ou serviços a frações específicas da
sociedade (categorias de pessoas, localidades, regiões, grupos sociais etc.) mediante recur-
sos provenientes da coletividade como um todo.
Já as políticas redistributivas são aquelas que distribuem bens ou serviços a segmentos par-
ticularizados da população por intermédio de recursos oriundos de outros grupos específicos.
São conflituosas e nem sempre virtuosas. Ex.: reforma agrária, distribuição de royalties do
petróleo, política de transferência de recursos inter-regionais, política tributária etc.
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Adriel Sá
Certo.
A etapa de formulação de políticas públicas inclui a seleção e especificação da alternativa
considerada mais conveniente para cada demanda, a declaração da decisão adotada, seus
objetivos e seus marcos jurídico, administrativo e financeiro.
Certo.
O item apresenta o conceito de políticas públicas conforme a autora Celina Souza19:
Campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, “colocar o governo em ação” e/ou
analisar essa ação (variável independente) e, quando necessário, propor mudanças no rumo
ou curso dessas ações e ou entender por que o como as ações tomaram certo rumo em lugar
de outro (variável dependente). Em outras palavras, o processo de formulação de política pú-
blica é aquele através do qual os governos traduzem seus propósitos em programas e ações,
que produzirão resultados ou as mudanças desejadas no mundo real.
Num conceito mais amplo, podemos entender a formulação de políticas públicas como tudo
aquilo que um governo faz e deixa de fazer, com todos os impactos de suas ações e de suas
omissões.
19
SOUZA, C. Políticas públicas: questões temáticas e de pesquisa. Caderno CRH, Salvador, n. 39, jul./dez. 2003.
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Adriel Sá
A formulação e a implementação de políticas públicas são processos idênticos, razão por que
esses termos podem ser utilizados de forma intercambiável.
Errado.
A formulação e a implementação de políticas públicas não são processos idênticos!
Como vimos, formulação e a implementação são etapas distintas do ciclo de políticas públi-
cas.
A formulação é o momento onde se formulam soluções e alternativas para o problema, poden-
do ser entendido como o momento de diálogo entre intenções e ações.
A implementação envolve uma série de preparação nos sistemas ou atividades da administra-
ção pública.
Errado.
O momento de efetivação é o momento de execução, e não implementação!
Relembrando: a implementação é o planejamento e a organização; a execução é a colo-
cação em prática!
Assim, o outro erro está no fato de que a execução exige a pré-condição da implementação!
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Adriel Sá
Certo.
Vimos que a atuação da burocracia “no nível de rua” é um dos modelos de implementação de
políticas públicas (bottom-up). Logo, esse modelo pode interferir no processo de implementa-
ção de políticas públicas!
Certo.
A questão se baseia na literatura de Secchi (2011)20. Segundo o autor, o ciclo de políticas pú-
blicas (policy cycle) possui sete fases no processo:
• Identificação do problema;
• Formação da agenda;
• Formulação de alternativas;
• Tomada de decisão;
• Implementação;
• Avaliação; e
• Extinção.
Na identificação do problema, o problema se considera como a discrepância entre o status
quo e uma situação ideal possível. Um problema público é a diferença entre o que é, e aquilo
que se gostaria que fosse a realidade pública.
O seguinte passo é a formação da agenda. A agenda é um conjunto de problemas ou temas
entendidos como relevantes.
20
SECCHI, L. Políticas Públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. São Paulo: Cengage Learning,
2011.
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Já a tomada de decisão representa o momento em que os interesses dos atores são equacio-
explicitadas.
mais estruturados, os obstáculos e as falhas que costumam acometer essa fase do processo
nas diversas áreas de política pública (saúde, educação, habitação, saneamento, políticas de
gestão etc.).
ação pública, bem como, sobre o sucesso ou a falha de projetos que foram colocados em
prática.
Por fim, a última etapa, a extinção da política, origina-se com base em três causas: o problema
que originou a política é percebido como resolvido; os programas, as leis ou as ações que ati-
vavam a política pública são percebidos como ineficazes; ou o problema perdeu importância.
É nesta fase que faz uma reflexão sobre os limites das políticas públicas, seu esgotamento e
papel dos assistentes sociais como agentes no nível de rua. A forma pela qual a atuação des-
ses profissionais se insere numa relação coerente de causa e efeito somente pode ser obser-
vada em retrospecto, dada a natureza emergente de suas práticas cotidianas. Suas decisões
baseiam-se no seu discernimento, a cada momento, e os resultados nem sempre podem ser
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É correto considerar que a formulação de uma política pública, nesse contexto, seja do tipo:
a) caótica;
b) complicada;
c) complexa;
d) desordenada;
e) simples.
Letra c.
A questão trata dos universos ordenados e não ordenados de políticas públicas.
Os contextos SIMPLES e COMPLICADO assumem um universo ordenado, onde as relações
de causa e efeito são perceptíveis e as respostas corretas podem ser determinadas com base
nos fatos.
O contexto SIMPLES é o domínio das melhores práticas, no qual a relação entre causa e efeito
é evidente para todos, sendo caracterizado pela estabilidade. Nesse contexto, a abordagem
utilizada para resolução de problemas é: sentir (entender), categorizar (escolher a alternativa
com base em protocolos e/ou procedimentos) e responder.
O contexto COMPLICADO é o domínio dos especialistas, no qual a relação entre causa e efeito
exige uma análise mais aprofundada, o que às vezes necessita de conhecimentos específicos.
Diferentemente do simples, o contexto complicado pode conter diversas respostas corretas,
embora haja uma clara relação entre causa e efeito, porém nem todos conseguem enxergar.
Nesse contexto a abordagem utilizada é: sentir, analisar (para escolher a melhor alternativa ou
boa prática) e responder.
Os contextos COMPLEXO e CAÓTICO não são ordenados, não havendo relação imediatamente
aparente entre causa e efeito, e o caminho a seguir é determinado com base em padrões emer-
gentes e intuição.
O contexto COMPLEXO é o domínio da emergência, no qual as relações entre causa e efeito só
podem ser percebidas em retrospecto, mas não antes. Nesse contexto, é impossível descobrir
uma resposta certa. A abordagem adotada é: sondar (probe), sentir (entender) e responder.
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Adriel Sá
Aqui o desconhecido predomina sobre o conhecido, o que exige levantamento de fatos antes
da tomada de decisão, visando minimizar a imprevisibilidade.
O contexto CAÓTICO é o domínio da resposta rápida, no qual não existe uma relação entre
causa e efeito ao nível de sistema. Buscar uma resposta certa é inútil. É impossível determinar
a relação entre causa e efeito, pois esta sofre mudança constante e não há padrões controlá-
veis. Aqui a abordagem é: agir, sentir e responder. Nesta situação não se sabe nada e nem se
consegue saber. O contexto, o sistema e as condições de contorno estão sem restrições, não
existe nenhuma previsibilidade e também não existem maneiras de mensuração. É uma opor-
tunidade de se realizar uma mudança radical.
Assim, pelos destaques, confirmamos o gabarito pela letra C.
Letra c.
Na literatura encontramos diversas tipologias que tratam das políticas públicas. Tomando
como critério a abrangência dos possíveis benefícios das políticas públicas, estas podem ser:
a) Políticas Universais: aquelas anunciadas a todos os cidadãos. Ex.: o SUS. Perceba que aqui
se enquadra o enunciado da questão.
b) Políticas Segmentais: aquelas que caracterizam um fator determinado (como idade, condi-
ção física, gênero etc.). Ex. Estatuto do Idoso e política de cotas no Ensino Superior;
c) Políticas Fragmentadas: aquelas designadas a grupos específicos dentro de cada segmen-
to da sociedade. O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) brasileiro é exemplo
de uma política fragmentada, por estar direcionado às famílias com crianças em situação de
trabalho, entre a parcela mais pobre da população.
Assim, nosso gabarito é a letra C.
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Letra a.
Segundo leciona Alketa Peci, que é docente da Fundação Getúlio Vargas, tradicionalmente, os
objetivos de uma política reguladora são a defesa da concorrência e a defesa do usuário dos
serviços públicos. A regulação visa manter o chamado equilíbrio econômico-financeiro, sem
permitir que os consumidores sejam lesados ou mesmo negligenciados pelos prestadores
dos serviços.
Embora muitas vezes esses objetivos sejam apresentados como não conflitantes entre si, sob
o argumento de que a defesa da concorrência cria condições favoráveis ao usuário do serviço
público, na prática nem sempre isso ocorre. Uma política forte de defesa da concorrência não
abre espaço para o uso de subsídios a tarifas voltadas para as camadas desfavorecidas da
população.
Assim, pelos grifos, nosso gabarito é a letra A.
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Adriel Sá
Letra a.
A questão aborda o conhecimento do texto de José Antônio Puppim de Oliveira, à época pro-
fessor adjunto FGV, banca organizadora da prova.
Segundo José Antônio Puppim de Oliveira,
um dos debates na literatura internacional é o estudo da implementação e do processo de
planejamento nos países em desenvolvimento. Alguns autores não fazem distinção em seus
modelos e estudos entre os países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento (Van Meter
e Van Horn, 1975), mas boa parte da literatura internacional faz essa divisão. Os debates nas
duas divisões tomam rumos diferentes e influenciam uns aos outros (Grindle, 1980). A divisão
desenvolvido/em desenvolvimento tem em suas raízes a premissa, que nunca foi testada, de
que as condições e o processo de planejamento nos dois tipos de países são substancialmen-
te diferentes.
Existem vários aspectos para tentar diferenciar o processo de planejamento de políticas públi-
cas entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Há uma tendência a explicar as falhas
de políticas públicas em países em desenvolvimento por vários motivos, entre os quais desta-
cam-se os aspectos político-institucionais, financeiros e técnicos (Oliveira, 2002):
Primeiro, estão os aspectos políticos e institucionais. O sistema político, Estado e sociedade
civil nos países em desenvolvimento não estão articulados e nem funcionando de maneira
apropriada. Muitos Estados em países em desenvolvimento foram criados recentemente (não
inclui o Brasil no caso). Alguns saíram há poucas décadas do colonialismo, outros foram cria-
dos por divisões internas. Assim, em muitos desses países o Estado ainda está se formando.
Outros tiveram longos períodos de ditaduras, o que inibiu a sociedade civil e o bom funciona-
mento do sistema político, e consequentemente a atuação do Estado. O economista Joel Mig-
dal, um dos primeiros acadêmicos especializados em países em desenvolvimento, caracteri-
zaria esses países como sociedades fortes em Estados fracos (Migdal, 1988). Isto dificultaria
a articulação da sociedade e Estado.
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Adriel Sá
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Adriel Sá
Letra c.
Primeiramente, vejamos alguns destaques importantes no texto:
“A administração pública brasileira, mesmo quando incipiente, esteve sempre marcada pelo
desempenho de funções vicárias e compensatórias, desempenhando um papel de segurar po-
sição e função a significativo contingente de pessoas, colaborando para a formação de parte
expressiva das elites nacionais. Este processo acabou por deformá-la, atrelando-a ao cumpri-
mento de encargos não administrativos e vinculando toda a sua sistemática aos mecanismos
de trocas políticas e legitimação do Estado.”
O texto deixa claro que se trata de um Estado com a administração pública patrimonial e oligár-
quica presentes. Vejamos os conceitos:
Administração patrimonialista: de acordo com esse modelo, a administração pública deve
atender aos interesses do governante, que faz uso do poder. Suas maiores características são
corrupção, nepotismo e domínio de grupos de interessa na administração pública.
Oligarquia: quando o texto fala em colaborar para formação expressiva de elites nacionais,
está relacionando a oligarquia. A oligarquia é justamente isso, um regime político em que o
poder é exercido por um pequeno grupo de pessoas, pertencentes ao mesmo partido, classe
ou família.
Assim, nosso gabarito é, de fato, a letra C.
Vamos analisar os outros tipos de administração pública ligado a noção de Estado:
Burocrático: modelo de administração racional com normas excessivas e exaustivas; no seu
surgimento, o objetivo era de melhorar a eficiência das organizações. Deve funcionar com base
em normas, leis e regulamentos, independentemente das vontades pessoais dos agentes. En-
tre as principais características do modelo burocrático estão o profissionalismo, a impessoa-
lidade e o formalismo.
Pós-burocracia: surge com as ideias da Nova Gestão Pública ou gerencialismo. Modelo base-
ado nos resultados, descentralização, flexibilização nas relações de trabalho, busca da eficiên-
cia e excelência na prestação de serviços públicos.
Estado empreendedor: a gestão pública empreendedora busca melhorar a governança, reduzir
custos e aumentar a qualidade dos serviços prestados. As políticas públicas orientadas por
missões é o que tornam um Estado empreendedor, ou seja, políticas desenvolvimentistas.
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Estado regulador: o Estado Regulador se caracteriza por sua atuação indireta na economia
e na sociedade, mas sempre visando ao interesse coletivo. Pode-se dizer que se trata de um
modelo estatal misto, situado entre o Estado absenteísta (liberal) e o Estado produtor (social).
Estado participativo: ligado à ideia de democracia e gestão pública transparente.
Estado de bem-estar social: um tipo de organização política e econômica que coloca o Estado
como agente da promoção social e organizador da economia.
Letra d.
Neoliberalismo é uma doutrina proposta por economistas franceses, alemães e norte-ame-
ricanos, na primeira metade do XX, voltada para a adaptação dos princípios do liberalismo
clássico às exigências de um Estado regulador e assistencialista, que deveria controlar par-
cialmente o funcionamento do mercado.
Assim, o Estado neoliberal conta mais com as regras, com a legalidade, do que com decisões
discricionárias.
A letra A está correta, pois o neoliberalismo prega que o Estado deve se manter isolado das
pressões privadas.
As letras B e C estão corretas, pois reduzir o tamanho do setor público, ou seja, da administra-
ção pública, é uma das metas do neoliberalismo.
A letra E está correta, pois o neoliberalismo prega a descentralização do poder, com delegação
de decisões para unidades independentes e que não cedam às pressões políticas.
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Letra d.
De forma bem direta, um issue é um ponto importante na política pública, que significa “ques-
tão” ou “ponto controverso”. Num exemplo bem simples, qual o principal issue no projeto de ir
jantar fora? Um issue seria ONDE, em QUAL RESTAURANTE?
Note que a questão fala em restrição dentro de determinados grupos de interesses. Ora, quan-
do decisões são dominadas por um número pequeno de participantes, que compartilham um
entendimento comum (uma imagem) sobre uma questão, esses grupos acabam criando mo-
nopólios de políticas, limitando o acesso de novos atores e restringindo o surgimento de novas
ideias. Daí a correção da letra D.
Sobre a letra A, mixed-scanning (sondagem mista ou exploração combinada) é um modelo de
processo decisório a partir de dois tipos de decisão: (1) as decisões fundamentais ou estru-
turantes, que são aquelas de maior abrangência e de maiores consequências no longo prazo;
e (2) as decisões ordinárias ou discretas, que têm menor escopo, impacto mais localizado e
estão subordinadas às decisões estruturantes.
Sobre a letra B, a judicialização das políticas públicas refere-se ao controle dos atos e omis-
sões dos gestores públicos pelo Judiciário.
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Adriel Sá
Sobre a letra C, o modelo bottom-up (de baixo para cima, interativo) propõe que a política seja
concebida a partir da base, das percepções das demandas e das experiências de resolução
dos problemas desenvolvidos pelos atores situados nos escalões inferiores da Administração
(chamados burocratas “no nível de rua”).
Sobre a letra E, no contexto do enunciado, um issue restrito ao tratamento dentro das comuni-
dades técnicas, grupos de poder e subsistemas políticos produzem decisões incrementais, e
não incrementalismo redundante.
Letra c.
Segundo Theodore J. Lowi21, temos quatro tipos de políticas públicas:
Políticas distributivas: aquelas que alocam bens ou serviços a frações específicas da socie-
dade (categorias de pessoas, localidades, regiões, grupos sociais etc.) mediante recursos pro-
venientes da coletividade como um todo. Podem relacionar-se ao exercício de direitos, ou não.
Podem ser assistencialistas, ou não. Podem ser clientelistas, ou não. Ex.: implementação de
hospitais e escolas, construção de pontes e estradas, revitalização de áreas urbanas, salário-
21
LOWI, T. J. Four Systems of Policy, Politics, and Choice. Public Administration Review, v. 32, n. 4, p. 298-310, jul/ago. 1972.
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Letra c.
Vamos relembrar!
Políticas redistributivas são aquelas que distribuem bens ou serviços a segmentos particula-
rizados da população por intermédio de recursos oriundos de outros grupos específicos. São
conflituosas e nem sempre virtuosas. Ex.: reforma agrária, distribuição de royalties do petróleo,
política de transferência de recursos inter-regionais, política tributária etc.
Note que a letra C é um exemplo que apresentamos em aula para esse tipo de política pública!
Considerando a tipologia de Lowi, temos nas demais alternativas:
a) Política de emergência para vítimas de enchente. DISTRIBUTIVA.
b) Campanha de vacinação contra febre amarela. DISTRIBUTIVA.
d) Distribuição de cestas básicas. DISTRIBUTIVA.
e) Elaboração do código do consumidor. REGULATÓRIA.
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Adriel Sá
Letra b.
Mais uma questão sobre a tipologia de Lowi!
Políticas distributivas: aquelas que alocam bens ou serviços a frações específicas da socie-
dade (categorias de pessoas, localidades, regiões, grupos sociais etc.) mediante recursos pro-
venientes da coletividade como um todo. Podem relacionar-se ao exercício de direitos, ou não.
Podem ser assistencialistas, ou não. Podem ser clientelistas, ou não. Ex.: implementação de
hospitais e escolas, construção de pontes e estradas, revitalização de áreas urbanas, salário-
-desemprego, benefícios de prestação continuada, programas de renda mínima, subsídios a
empreendimentos econômicos etc.
Políticas redistributivas: aquelas que distribuem bens ou serviços a segmentos particulari-
zados da população por intermédio de recursos oriundos de outros grupos específicos. São
conflituosas e nem sempre virtuosas. Ex.: reforma agrária, distribuição de royalties do petróleo,
política de transferência de recursos inter-regionais, política tributária etc.
Políticas regulatórias: aquelas que estabelecem imperativos (obrigatoriedades), interdições
e condições por meio das quais podem e devem ser realizadas determinadas atividades ou
admitidos certos comportamentos. Seus custos e benefícios podem ser disseminados equi-
libradamente ou podem privilegiar interesses restritos, a depender dos recursos de poder dos
atores abarcados. Elas podem variar de regulamentações simples e operacionais a regulações
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complexas, de grande abrangência. Ex.: Código de Trânsito, Lei de Eficiência Energética, Códi-
go Florestal, Legislação Trabalhista etc.
Políticas constitutivas ou estruturadoras: aquelas que consolidam as regras do jogo político.
São as normas e os procedimentos sobre as quais devem ser formuladas e implementadas as
demais políticas públicas. Ex.: regras constitucionais diversas, regimentos das Casas Legisla-
tivas e do Congresso Nacional etc.
Logo, nossa correlação é:
Políticas Distributivas - 1. Consistem na distribuição de recursos a determinados segmentos
da sociedade ou a regiões especificas e, em geral, demandam controle social por meio de
conselhos ou de outras formas de participação popular. Não implica em custos diretos (ou
diretamente percebidos) para a parcela da sociedade não beneficiada.
Políticas Redistributivas - 3. Tem o intuito de redistribuir renda e direitos, por meio do des-
locamento de recursos das camadas mais privilegiadas financeiramente para as menos (ou
economicamente ativas para inativas). Impõem perdas concretas para determinados grupos
sociais e ganhos incertos para outros.
Políticas Constitutivas - 2. Destinam-se à definição das “regras do jogo” político, em termos
de estrutura e modo de acesso ao poder, bem como as formas de negociação política.
Políticas Regulatórias - 4. Normatizam o funcionamento de serviços públicos ou a oferta de
recursos públicos. São concretizadas por meio de decretos, portarias, ordens e proibições. As
normas produzidas podem tratar a comunidade de forma isonômica ou, por vezes, atender a
interesses mais restritos.
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Adriel Sá
5. Implementação
6. Avaliação
Assinale a opção que descreve como ficou conhecida essa dinâmica.
a) Ciclo de políticas públicas.
b) Manual de políticas públicas.
c) Problema público.
d) Diagnóstico situacional.
e) Decisão política.
Letra a.
Questão que faz você chorar de emoção na hora da prova!
O processo, elaboração ou ciclo de políticas públicas contempla os seguintes momentos:
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Adriel Sá
Ao planejar uma política pública, devem estar claros seu objeto e seus mecanismos de plane-
jamento e de avaliação.
Certo.
Vamos resolver a questão apenas tomando como base um conceito de políticas públicas22 (grifei):
Sistema de decisões públicas que visa a ações ou omissões, preventivas ou corretivas, destina-
das a manter ou modificar a realidade de um ou vários setores da vida social, por meio da defi-
nição de objetivos e estratégias de atuação e da alocação dos recursos necessários para atingir
os objetivos estabelecidos.
Errado.
As políticas públicas são outputs (e não inputs), resultantes da atividade política. Os inputs
(entradas) são as demandas.
Certo.
Avaliar uma política pública é examinar seu processo de implementação, a fim de conhecer
melhor o estado da política e o nível de redução do problema que a gerou. Assim, essa avalia-
ção compreende a definição de critérios, indicadores e padrões.
22
SARAVIA, E.; FERRAREZI, E. Políticas Públicas. Coletânea. Brasília: ENAP, 2006.
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Critérios são mecanismos que servem como base para escolhas e julgamentos. Indicadores
são artifícios que podem ser criados para medir input (entrada), output (saída) e outcome (re-
sultado). Por fim, os padrões dão referências para a formulação dos indicadores.
Errado.
Captou o erro?
Quem pretende sair utilizando todos os dados, acaba não medindo nada!
Letra d.
No modelo racional, vimos que a política é um cumprimento eficiente de metas, isto é, se a ra-
zão entre os valores alcançados e os recursos despendidos for maior que zero, então, a política
é racional.
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Adriel Sá
Errado.
Aqui, certamente, a expressão “resultados programados” trata-se dos objetivos do plano. Ora,
as políticas públicas possuem um ciclo; e, se estamos falando de ciclo, obviamente que esta-
mos lidando com algo circular, contínuo. Pois bem! Esse ciclo é que permite que, após a ava-
liação, correções e ajustes possam ser inseridos no planejamento.
Daí temos o erro item: o primeiro é que esses ajustes são provocados pelo próprio ciclo, e não
por revisões legais. Ainda que determinada revisão legal seja necessária, isso é algo que torna
o processo mais complexo, e não mais facilitado.
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Adriel Sá
Certo.
A avaliação de políticas públicas deve estar integrada a todo o ciclo de sua gestão, ou seja,
desde a identificação do problema até as decisões sobre sua manutenção, seu aperfeiçoa-
mento, sua mudança de rumo ou sua interrupção.
Certo.
Afirmação que está bem coerente com o que vimos até aqui. A avaliação consiste na mensuração
e análise dos efeitos produzidos ou a serem produzidos na sociedade pelas políticas públicas.
Ela confronta os resultados alcançados com os objetivos e metas previamente estabelecidos.
Errado.
É claro que não! Em termos de avaliação, o que se quer medir é que vai determinar quais cri-
térios, indicadores e padrões podem ser utilizados.
No entanto, é importante que se diga que o contrário também não é verdade, ou seja, não po-
demos utilizar indicadores em números ilimitados, caso contrário, a efetividade da medição
fica comprometida.
Em suma, os indicadores devem ser utilizados na medida do contexto, e não de forma única ou
ilimitada. Nada disso de “quanto mais melhor!”.
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Adriel Sá
Errado.
O grau com que o programa atinge as metas e os objetivos traçados se relaciona com indica-
dor de eficácia, e não economicidade.
A economicidade está alinhada ao conceito de obtenção e uso de recursos com o menor ônus
possível.
Certo.
O chamado “modelo da Cadeia de Valor e dos 6Es do Desempenho” se constitui das dimen-
sões de esforço e de resultado desdobradas nas dimensões de esforço (economicidade, exe-
cução e excelência) e de resultado (eficiência, eficácia e efetividade).
Essas categorias de indicadores estão relacionadas a algum dos elementos da cadeia de valor,
que representa a atuação da ação pública desde a obtenção dos recursos até a geração dos
impactos provenientes dos produtos/serviços. Os elementos dessa cadeia de valor são:
Insumos (inputs);
Processos/Projetos (ações);
Produtos/serviços (outputs);
Impactos (outcomes).
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Adriel Sá
Errado.
Será mesmo que não, depois de tudo que vimos aqui nessa aula?
Conforme o momento em que a avaliação acontece, podemos ter a avaliação ex ante, avalia-
ção de meio-termo e avaliação ex post, ou seja, antes, durante e após!
Errado.
A abordagem ou modelo racional se preocupa com a razão entre os valores alcançados e os
recursos despendidos for maior que zero.
O item descreve, na verdade, a abordagem ou modelo de processos, que visa identificar como
os processos se dão a partir do comportamento dos atores políticos.
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Adriel Sá
Certo.
Como vimos, temos as seguintes etapas:
• Construção da agenda: é a incorporação de uma demanda na lista de prioridades do
poder público.
• Elaboração: é a identificação e delimitação de um problema atual ou potencial, o levan-
tamento das possíveis alternativas para sua solução, a avaliação dos custos e benefí-
cios de cada uma delas e a definição das prioridades (predomina a visão técnica).
• Formulação: é a seleção e a especificação da alternativa mais conveniente, declaran-
do-se a decisão adotada, definindo seus objetivos e seu marco jurídico, administrativo
e financeiro (critérios políticos assumem papel mais importante).
• Implementação: é o planejamento e a organização do aparelho administrativo e dos re-
cursos humanos, financeiros, materiais e tecnológicos para executar uma política.
• Execução: é o conjunto das ações destinado a atingir os objetivos estabelecidos pela
política.
• Acompanhamento: é o processo sistemático de supervisão da execução, objetivando
assegurar a consecução dos objetivos estabelecidos.
• Avaliação: é a mensuração e análise dos efeitos produzidos na sociedade pelas políti-
cas públicas, especialmente no que diz respeito às realizações obtidas e às consequên-
cias previstas e não previstas, desejadas e não desejadas.
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Adriel Sá
Letra a.
No tocante ao ciclo da política pública, o primeiro momento é o da agenda ou da inclusão de
determinado pleito ou necessidade social na agenda, na lista de prioridades, do poder público.
Na sua acepção mais simples, a noção de “inclusão na agenda” designa o estudo e a explicita-
ção do conjunto de processos que conduzem os fatos sociais a adquirir status de “problema
público”, transformando-os em objeto de debates e controvérsias políticas na mídia. Frequen-
temente, a inclusão na agenda induz e justifica uma intervenção pública legítima sob a forma
de decisão das autoridades públicas. Ou seja, a etapa de construção de agendas consiste em
organizar as demandas sociais.
Uma agenda de políticas públicas é uma lista de prioridades inicialmente estabelecidas, às
quais os governos devem dedicar suas energias e atenções, e entre as quais os atores lutam
arduamente para incluir as questões de seu interesse. Dada essa quantidade de interesses co-
existentes, não há como negar também a existência de várias “agendas”. Essas outras “agen-
das”, na verdade, pertencem a grupos de atores e se referem, por exemplo, a questões que
preocupam diversos atores políticos e sociais, ou que dizem respeito à sociedade como um
todo, não se restringindo a este ou aquele governo, como por exemplo, “agenda do Estado” ou
“agenda da sociedade”. Essa última pode ser visualizada em temas como desigualdade social,
violência, meio ambiente.
Certo.
Como vimos, o primeiro momento é o da agenda ou da inclusão de determinado pleito ou ne-
cessidade social na agenda, na lista de prioridades, do poder público.
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Adriel Sá
Errado.
Como avaliar o resultado de algo que ainda nem começou? Logo, não há como medir os re-
sultados antes do início da ação respectiva. Em um programa teremos as entradas (inputs), a
transformação e os resultados (outputs). O processo de acompanhamento e monitoramento
poderá ocorrer durante a execução. Já o processo de avaliação dos resultados ocorrerá após
a entrega do produto ou serviço (outputs).
Certo.
De fato, são determinantes para as políticas públicas a estrutura social da sociedade, ou seja,
os fatos sociais. A avaliação começa pelo usuário, e não pelo programa em si.
E, lembre-se: a avaliação exige, apenas, algo a ser avaliado, mesmo sendo apenas algo “no
papel”, algo apenas planejado.
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Adriel Sá
Letra e.
Sinteticamente, as etapas do ciclo de políticas públicas, primeiramente reconhecem um
problema (também denominado por momento da montagem da agenda) como de relevân-
cia pública.
Depois de reconhecido o problema, o passo seguinte é a formulação da política, ou seja, o
momento no qual, dentro do governo, se formulam soluções e alternativas para o problema,
podendo ser entendido como o momento de diálogo entre intenções e ações.
Somente após a fase de formulação estão dadas as condições para a tomada de decisão, que
abarca o processo de escolha pelo governo de uma solução específica ou uma combinação de
soluções, em um dado curso de ação ou não ação.
Dando continuidade ao ciclo da política, segue-se a fase de implementação, definida como o
momento de colocar uma determinada solução em prática, ou seja, a execução das atividades.
Esta fase envolve uma série de sistemas ou atividades da administração pública: o sistema
gerencial e decisório, os sistemas de informação, os agentes implementadores da política, os
sistemas logísticos e operacionais (recursos materiais, financeiros), dentre outros.
A última fase do ciclo da política é a avaliação, compreendida como a análise e elucidação
do critério ou critérios que fundamentam determinada política esclarecendo as razões que a
tornam preferível a qualquer outra.
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Letra e.
Análise das alternativas:
A dinâmica da política pública brasileira compreende várias etapas. A alternativa que condiz
com a etapa da Avaliação é:
a) Errada. A execução é que é o conjunto de ações destinado a atingir os objetivos estabele-
cidos pela política. É pôr em prática efetiva a política, é a sua realização. Essa etapa inclui o
estudo dos obstáculos, que normalmente se opõem à transformação de enunciados em resul-
tados, e especialmente, a análise da burocracia.
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Letra c.
O conceito de efetividade diz respeito à relação entre os resultados alcançados e as transfor-
mações ocorridas (grau de qualidade do resultado).
Note que, no caso das alternativas, apenas a letra C satisfaz essa relação.
Vejamos as demais alternativas:
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a) alocação de contingente policial em área perigosa de um município; ainda não se refere a
resultados, mas apenas de medida implementada.
b) descontos na munição adquirida para operações especiais em comunidades; refere-se ao
conceito de eficiência (custos), que está vinculado ao operacional, associando-se à análise
de custos e prazos na implantação de uma política, programa, projeto ou atividade.
d) aquisição de uma nova frota de carros para a Polícia Militar; ainda não se refere a resulta-
dos, mas apenas de medida implementada.
e) eliminação de desperdício de papéis em delegacias. Também se refere ao conceito de efi-
ciência (custos).
Letra e.
O Estado de Bem-Estar resulta da reforma do modelo de Estado Liberal, na tentativa de superar
as crises de legitimidade. É a junção da tradicional garantia das liberdades individuais com o
reconhecimento, como direitos coletivos, de certos serviços sociais que o Estado providencia,
intervindo na vida dos cidadãos e nos mecanismos de mercado, a fim de proporcionar oportu-
nidades iguais a todos.
Mesmo já tendo lançado âncora na sociedade europeia desde Bismarck (Alemanha), apenas
na Inglaterra dos anos 1940 é que o termo Estado de Bem-Estar Social (Welfare State) irá con-
cretizar o seu princípio fundamental. Esse princípio seria o de que independentemente da sua
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renda, todos (e não apenas alguns) os cidadãos teriam direito de ser protegidos contra situa-
ções de dependência de longa duração (velhice, invalidez) ou de curta (doença, desemprego).
Assim, de acordo com os postulados centrais do Estado de Bem-Estar Social, qualquer pessoa
teria direito a cobertura da saúde e da educação pública (serviços públicos), bem como auxílio
em caso de desemprego e outros benefícios (pagamentos em dinheiro). Ou seja, o Estado (ins-
titucional), com base em critérios igualitários para a distribuição de recursos, produtos e servi-
ços, efetua a redistribuição (redistributivo) adequada às necessidades como uma concepção
de direitos que devem ser garantidos igualmente a todos cidadãos. É um sistema universal.
Letra b.
Política pública é um sistema de decisões públicas que visa a ações ou omissões, preventivas
ou corretivas, destinadas a manter ou modificar a realidade de um ou vários setores da vida
social, por meio da definição de objetivos e estratégias de atuação e da alocação dos recursos
necessários para atingir os objetivos estabelecidos.
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Redes de Políticas Públicas (policy networks) são redes informais ao redor de políticas se-
toriais específicas. As policy networks não são estruturas do tipo institucional hierárquico e
organizado. Na verdade, são pouco organizadas e com controle mútuo informal, ou seja, metá-
foras, sendo acessadas tão regularmente por seus integrantes que se desenvolvem entre eles
relações de confiança e de pertencimento.
Letra e.
A questão trata, especificamente, da influência dos atores na política pública.
Apesar de não se referir exclusivamente à ação estatal, toda política pública está integrada
dentro de um conjunto de políticas governamentais. Nesse sentido, cada política pública pode
depender do contexto vigente de determinada política de governo, ou seja, diferentes priori-
dades em função de urgências, relevâncias ou jogo político.
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23
RAPOPORT, A. Lutas, Jogos e Debates. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1980.
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Letra b.
A banca assinalou, como gabarito para a questão, a letra B. No entanto, se observarmos a lite-
ratura, Maria das Graças Rua24 afirma que os processos de avaliação de políticas vêm se tor-
nando crescentemente institucionalizados nos países desenvolvidos, e não na administração
pública brasileira. Inclusive, quanto ao contexto nacional, a autora diz que o Brasil ainda está
um pouco distante dessa realidade. Vejamos o trecho que contraria o gabarito da questão:
Além dos objetivos relacionados à eficiência e eficácia dos processos de gestão pública, a ava-
liação é decisiva para o processo de aprendizagem institucional e também contribuiria para a
busca e obtenção de ganhos das ações governamentais em termos de satisfação dos usuários
e de legitimidade social e política. Por essas e outras razões, tem sido ressaltada a importância
dos processos de avaliação para a reforma das políticas públicas, modernização e democrati-
zação da gestão pública.
Nos países desenvolvidos os processos de avaliação de políticas vêm se tornando crescen-
temente institucionalizados. Isso exige o empenho das estruturas político-governamentais
na adoção da avaliação como prática regular e sistemática de suas ações, na regulação das
práticas avaliativas e no fomento de uma cultura de avaliação integrada aos processos geren-
ciais (Hartz, 2001).
No Brasil, a importância da avaliação das políticas públicas é reconhecida em documentos
oficiais e científicos, mas esse reconhecimento formal ainda não se traduz em processos de
24
Políticas Públicas. AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS, PROGRAMAS E PROJETOS
GOVERNAMENTAIS. Maria das Graças Rua.
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Logo, concluímos que a questão merecia ser anulada, o que não ocorreu, com a banca manten-
do o gabarito como a letra B.
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c) o objetivo no qual as políticas públicas devem focar, dado que será a razão de todo o progra-
ma de governo, independentemente das mudanças que a sociedade possa sofrer.
d) a ferramenta que possibilitará, ao governo, determinar as ações que, durante toda a sua
gestão, deverão nortear os poderes legislativo, executivo e judiciário.
e) um alvo, em dado momento, de séria atenção, tanto da parte das autoridades governamen-
tais como de pessoas fora do governo, mas estreitamente associadas às autoridades.
Letra e.
O primeiro ponto numa política pública se refere ao momento da agenda ou da inclusão de
determinado pleito ou necessidade social na agenda, na lista de prioridades, do poder público.
Na sua acepção mais simples, a noção de “inclusão na agenda” designa o estudo e a explicita-
ção do conjunto de processos que conduzem os fatos sociais a adquirir status de “problema
público”, transformando-os em objeto de debates e controvérsias políticas na mídia.
Uma agenda de políticas públicas é uma lista de prioridades inicialmente estabelecidas, às
quais os governos devem dedicar suas energias e atenções, e entre as quais os atores lutam
arduamente para incluir as questões de seu interesse.
Rua (2009)25 leciona que para um “estado de coisas” tornar-se um problema político, passan-
do a figurar como um item da agenda governamental, é necessário que apresente pelo menos
uma das seguintes características:
• mobilize ação política: seja ação coletiva de grandes grupos, seja ação coletiva de pe-
quenos grupos dotados de fortes recursos de poder, seja ação de atores individuais
estrategicamente situados;
• constitua uma situação de crise, calamidade ou catástrofe, de maneira que o ônus de
não dar uma resposta ao problema seja maior que o ônus de ignorá-lo; e
• constitua uma situação de oportunidade, ou seja, uma situação na qual algum ator rele-
vante perceba vantagens, a serem obtidas com o tratamento daquele problema.
25
RUA, M. G. Políticas públicas. Brasília: CAPES-UAB, 2009.
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Letra b.
O conflito se inicia a partir de um impasse. Considerando o ambiente organizacional, os con-
flitos são imanentes à própria estrutura organizacional, sendo, portanto, fenômenos naturais
que dela emanam. Daí, é uma situação concreta e existente, requerendo uma solução também
concreta, e não uma hipótese. Assim sendo, incorretas as alternativas A (hipótese), C (situação
imaginária) e D (situação negativa hipotética).
Ainda, reforçando a ideia de que o conflito requer uma solução real, e considerando os confli-
tos como resultado comum da organização, o gestor deve saber desativá-los a tempo e evitar
a sua eclosão. Daí a alternativa E (ausência de solução) estar incorreta.
Logo, as técnicas de solução de problemas podem ser de grande valia na medida em que estão
centradas na identificação de uma situação negativa existente que se quer ver solucionada.
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Letra e.
Segundo a literatura, existem cinco tipos principais de avaliações administrativas, que com-
binam diferentes tipos de atividades de monitoramento e avaliação de impacto por parte dos
gestores públicos:
a) Avaliações de esforços: são tentativas de medir a quantidade de insumos do programa en-
volvido na política (pessoal, comunicação, transporte etc.) devem ser calculados em termos
dos custos monetários. Seu propósito é estabelecer uma linha de base de dados que pode ser
usada para outras avaliações de eficiência ou qualidade de entrega do serviço.
b) Avaliações de desempenho: examinam os produtos do programa, em vez de insumos, o
número de leitos hospitalares ou vagas em escolas, por exemplo. Seu principal objetivo é sim-
plesmente de terminar o que a política pública está produzindo, muitas vezes independente-
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mente dos objetivos definidos. Esse tipo de avaliação produz benchmark (ponto de referência)
ou dados de desempenho, que são utilizados como insumos para as avaliações mais abran-
gentes e profundas.
c) Avaliações de processo: examinam os métodos organizacionais, incluindo as regras e pro-
cedimentos operacionais, utilizados para executar programas. Seu objetivo normalmente é ver
se um processo pode ser simplificado e tornado mais eficiente.
d) Avaliações de eficiência: tentam avaliar os custos de um programa e julgar se a mesma
quantidade e qualidade de produtos poderiam ser alcançadas de forma mais eficiente, ou seja,
por um custo menor. Os insumos e produtos são o alicerce desse tipo de avaliação.
e) Avaliações de adequação de desempenho (ou de eficácia): comparam o desempenho de
um determina do programa aos seus objetivos propostos para determinar se o programa está
atingindo suas metas e/ou se as metas precisam ser ajustadas em função do cumprimento
do programa. Esse também é o tipo de avaliação mais difícil de realizar. As necessidades de
informação são imensas e o nível de sofisticação exigido para conduzir o processo é mais alto
do que o que há geralmente disponível no governo.
Note que a alternativa E está incorreta, trocando a definição de Avaliações de adequação de
desempenho (ou de eficácia) por um outro tipo de avaliação, denominado Avaliação Lobby.
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a) V - F - F.
b) F - V - F.
c) V - V - F.
d) F - F - V.
e) F - V - V.
Letra c.
Conforme o momento em que a avaliação acontece, podemos ter a avaliação ex ante, avalia-
ção de meio-termo e avaliação ex post.
Avaliação ex ante: é uma concepção holística, iniciando no momento em que se define o pro-
blema ou a necessidade que justifica uma política pública, um programa ou um projeto. Ocorre
antes de se decidir como será feita uma intervenção, e não antes de a implementação, de fato,
tornar-se realidade.
Avaliação, meio-termo ou intermediária: refere-se estritamente ao momento do tempo em que
é realizada a avaliação e, portanto, ao estágio da intervenção que é submetido à avaliação.
Compreende as avaliações intermediárias ou de meio-termo quando se trata de intervenções
do tipo “atividade” (bens e serviços de produção ou prestação continuada) e as avaliações
finais, de efeitos e de impactos.
Avaliação ex post: em se tratando de uma perspectiva generalizada, refere-se, primeiramente, à
avaliação que é concebida sem relação com o planejamento e nem mesmo com o processo de
implementação, sendo adotada quando a política pública, o programa ou o projeto se encontra
consolidado ou em fase final.
Note que apenas as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras, já que não temos uma avaliação do tipo
ex tunc construída, simplesmente, para verificar se o programa deve ou não continuar.
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Adriel Sá
Entretanto, a sociedade e seus diversos grupos de interesse podem participar de parte do pro-
cesso de formulação dessas Políticas. A parte do processo em que há participação direta da
sociedade e de seus grupos de interesse é:
a) a formação de agenda;
b) a formulação de diretrizes;
c) o processo de tomada de decisão;
d) a implementação;
e) a avaliação.
Letra a.
Quanto à etapa da formação da agenda, essa é a etapa que considera, de forma mais abran-
gente, diversos atores.
É impossível para os atores públicos concentrarem suas atenções e atenderem a todos os
problemas existentes em uma sociedade, dado que estes são abundantes e os recursos ne-
cessários para solucioná-los, escassos.
Por isso, é necessário que se estabeleçam quais questões serão tratadas pelo governo. Tal
processo envolve a emergência, o reconhecimento e a definição das questões que serão tra-
tadas e, como consequência, quais serão deixadas de lado. E isso, é claro, não poderia ser
realizado sem a participação da sociedade diretamente interessada.
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Letra e.
A questão está colocada no contexto da avaliação de programas e projetos de políticas púbi-
cas e a necessidade crucial e urgente de se obter maior eficiência e maior impacto nos inves-
timentos governamentais em programas sociais.
Observe o texto adiante, de Frederico Lustosa da Costa e José Cezar Castanhar26, professores
da FGV, de onde a questão foi retirada:
A avaliação sistemática, contínua e eficaz desses programas pode ser um instrumento fundamental
para se alcançar melhores resultados e proporcionar uma melhor utilização e controle dos recursos
neles aplicados, além de fornecer aos formuladores de políticas sociais e aos gestores de progra-
mas dados importantes para o desenho de políticas mais consistentes e para a gestão pública mais
eficaz. Independentemente da conjuntura de crise, a avaliação de desempenho sempre teve impor-
tância no setor público. Na medida em que os serviços públicos não têm um mercado consumidor
competitivo que possa servir como medida da qualidade e eficácia de sua prestação, sobretudo pelo
comportamento da demanda, o Estado é obrigado a proceder à avaliação regular de seus progra-
mas e atividades.
26
Avaliação de programas públicos: desafios conceituais e metodológicos. Artigo apresentada no 22º Encontro Anual da
Anpad, Foz do Iguaçu, de 27 a 30-9-1998.
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a) alocativa.
b) regulatória.
c) constitutiva.
d) distributiva.
e) estabilizadora.
Letra b.
Políticas regulatórias são aquelas que estabelecem imperativos (obrigatoriedades), interdi-
ções e condições por meio das quais podem e devem ser realizadas determinadas atividades
ou admitidos certos comportamentos.
Seus custos e benefícios podem ser disseminados equilibradamente ou podem privilegiar inte-
resses restritos, a depender dos recursos de poder dos atores abarcados.
Elas podem variar de regulamentações simples e operacionais a regulações complexas, de
grande abrangência. Ex.: Código de Trânsito, Lei de Eficiência Energética, Código Florestal, Le-
gislação Trabalhista etc.
Sobre a letra A, uma política com função alocativa relaciona-se à alocação de recursos por
parte do governo a fim de oferecer bens públicos, bens semipúblicos ou meritórios, desenvol-
vimento etc.
Sobre a letra C, políticas constitutivas são aquelas que consolidam as regras do jogo político.
São as normas e os procedimentos sobre as quais devem ser formuladas e implementadas as
demais políticas públicas.
Sobre a letra D, uma política com função distributiva é a redistribuição de rendas realizada
através das transferências, dos impostos e dos subsídios governamentais.
Sobre a letra E, uma política com função estabilizadora é a aplicação das diversas políticas
econômicas a fim de promover o emprego, o desenvolvimento e a estabilidade, diante da inca-
pacidade do mercado em assegurar o atingimento de tais objetivos.
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Letra e.
Como sabemos, a abordagem das arenas, desenvolvida por Theodore J. Lowi27, é uma tipolo-
gia que distingue quatro tipos de políticas públicas:
Políticas distributivas: aquelas que alocam bens ou serviços a frações específicas da socie-
dade (categorias de pessoas, localidades, regiões, grupos sociais etc.) mediante recursos pro-
venientes da coletividade como um todo. Podem relacionar-se ao exercício de direitos, ou não.
Podem ser assistencialistas, ou não. Podem ser clientelistas, ou não. Ex.: implementação de
hospitais e escolas, construção de pontes e estradas, revitalização de áreas urbanas, salário-
-desemprego, benefícios de prestação continuada, programas de renda mínima, subsídios a
empreendimentos econômicos etc.
Políticas redistributivas: aquelas que distribuem bens ou serviços a segmentos particulari-
zados da população por intermédio de recursos oriundos de outros grupos específicos. São
conflituosas e nem sempre virtuosas. Ex.: reforma agrária, distribuição de royalties do petróleo,
política de transferência de recursos inter-regionais, política tributária etc.
Políticas regulatórias: aquelas que estabelecem imperativos (obrigatoriedades), interdições
e condições por meio das quais podem e devem ser realizadas determinadas atividades ou
admitidos certos comportamentos. Seus custos e benefícios podem ser disseminados equi-
libradamente ou podem privilegiar interesses restritos, a depender dos recursos de poder dos
atores abarcados. Elas podem variar de regulamentações simples e operacionais a regulações
complexas, de grande abrangência. Ex.: Código de Trânsito, Lei de Eficiência Energética, Códi-
go Florestal, Legislação Trabalhista etc.
Políticas constitutivas ou estruturadoras: aquelas que consolidam as regras do jogo político.
São as normas e os procedimentos sobre as quais devem ser formuladas e implementadas as
27
LOWI, T. J. Four Systems of Policy, Politics, and Choice. Public Administration Review, v. 32, n. 4, p. 298-310, jul/ago. 1972.
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demais políticas públicas. Ex.: regras constitucionais diversas, regimentos das Casas Legisla-
tivas e do Congresso Nacional etc.
Analisando as alternativas, podemos fazer as seguintes correlações:
a) Gratuidade na passagem de transporte coletivo municipal para idosos. DISTRIBUTIVA.
b) Implantação de praças de atendimento ao cidadão em subprefeituras. DISTRIBUTIVA.
c) Redução do limite de velocidade em ruas, avenidas e marginais. REGULATÓRIA.
d
) Definição de regras de participação da sociedade civil nas políticas públicas. REGULATÓRIA.
e) Programa de reforma agrária em grandes propriedades rurais improdutivas. REDISTRIBUTIVAS.
Letra e.
A questão se baseia na literatura de Secchi (2011)28. Segundo o autor, o ciclo de políticas pú-
blicas (policy cycle) possui sete fases no processo:
• Identificação do problema;
• Formação da agenda;
• Formulação de alternativas;
• Tomada de decisão;
• Implementação;
• Avaliação; e
• Extinção.
28
SECCHI, L. Políticas Públicas: Conceitos, Esquemas de Análise, Casos Práticos. São Paulo: Cengage Learning,
2011.
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Letra b.
Segundo Secchi (2010)29, a etapa de formulação de políticas públicas é constituída dos es-
forços de construção e combinação de construção de alternativas de solução, estabelecendo
objetivos e estratégias das mesmas, bem como o estudo das respectivas potenciais consequ-
ências. Assim, a formulação de alternativas consiste na elaboração de métodos, programas,
estratégias ou ações para alcançar os objetivos traçados.
Em tal formulação, diz o autor, o formulador dispõe de quatro mecanismos para a indução do
comportamento:
• Premiação: influenciar comportamentos com prêmios positivos;
• Coerção: influenciar comportamentos com prêmios negativos;
• Conscientização: influenciar comportamentos por meio da construção e apelo ao senso
de dever moral; e
• soluções técnicas: influência indireta por meio de soluções práticas.
Cada um desses tem um custo de elaboração quanto ao tempo adequado para produzir efeitos
práticos sobre os comportamentos, devendo este ser investigado pelo formulador.
Assim, analisando as alternativas, temos:
a) O mecanismo de premiação busca influenciar o comportamento por meio de estímulos
negativos. COERÇÃO.
29
SECCHI, L. Políticas públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. 2. ed. São Paulo: Cengage Lear-
ning, 2010.
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Letra d.
Segundo Sechi (2016)30, após o diagnóstico e a definição do problema público a ser enfren-
tado, passa-se a analisar as alternativas de solução e descobrir qual delas é a mais apropria-
da. Soluções podem ser genéricas ou também chamadas de instrumentos de política pública,
possuem variações e estão à disposição da administração pública para enfrentar problemas
públicos
30
SECCHI, L. Análise de políticas públicas: diagnóstico de problemas, recomendação de soluções. São Paulo: Cengage,
2016.
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a prestação de serviço por ente público cobrando provisão privada (mensalidade, anuidade,
taxa). Repassar a prestação de serviço para entidade privada e tornar a provisão privada. Criar
ou ampliar parceria público-privada. Criar ou ampliar mecanismo de vales (vouchers).
Informação ao público - Divulgar benefícios, prejuízos, riscos e certezas. Divulgar rankings.
Padronizar formatação da informação. Simplificar e customizar apresentação da informação.
Produzir e publicizar informação. Determinar transparência de informação. Dar assistência
técnica. Capacitar.
Campanha e Mobilização - Sensibilizar e alterar valores socialmente aceitos. Realizar muti-
rões. Articular manifestações. Articular campanhas e mobilização com outros atores.
Seguros governamentais - Instituir ou extinguir seguros governamentais (contra catástrofes,
imprevistos). Expandir ou restringir público beneficiário dos seguros. Aumentar ou diminuir va-
lor do prêmio do seguro. Facilitar ou dificultar recuperação da indenização do seguro. Obrigar,
desobrigar e subsidiar seguros.
Transferência de renda - Criar ou abolir bolsas. Alterar o valor ou percentual das bolsas. Alterar
a base de cálculo das bolsas. Alterar a abrangência dos beneficiários. Melhorar os mecanis-
mos de fornecimento das bolsas.
Discriminação seletiva positiva - Criar ou abolir uma discriminação seletiva de bolsas (cotas).
Alterar o percentual das cotas. Alterar a base discriminatória. Alterar a abrangência do público
beneficiário. Melhorar mecanismos de distinção do público beneficiário.
Prêmios e concursos - Criar rankings, prêmios e concursos. Aumentar os benefícios aos ven-
cedores. Ampliar o número ou a proporção de vencedores. Ampliar a abrangência.
Certificados e selos - Criar ou detalhar mecanismo de registro ou licença. Ampliar o número ou
proporção de organizações certificadas. Ampliar a abrangência ou benefícios dos certificados
ou selos.
Assim, sabemos que todas as alternativas apresentam esses instrumentos, mas suas concei-
tuações são equivocadas em quatro delas. Vejamos:
a) Regulamentação: instrumento regulatório que extingue (CRIA) regras, normas e procedi-
mentos.
b) Subsídio: instrumento fiscal que onera (DESONERA) e desincentiva (INCENTIVA) algumas
atividades.
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Letra c.
As letras B, C, D e E são tipos de indicadores apresentados no Guia Federal (BRASIL, 2012)31.
Vejamos uma breve explicação desses tipos de indicadores:
• Indicadores de insumo: possuem relação direta com os recursos (humanos, materiais e
financeiros) necessários para a implementação do programa. Eles medem a disponibili-
dade desses recursos antes da implementação do programa.
• Indicadores de processo: indicam o andamento das atividades do programa e o esforço
feito para a obtenção dos resultados. Portanto, são medidas aferidas durante a imple-
mentação do programa.
31
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Orçamento Federal. Secretaria de Planejamento
e Investimentos Estratégicos. Indicadores - Orientações Básicas Aplicadas à Gestão Pública. Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão. Coordenação de Documentação e Informação – Brasília: MP, 2012.
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Assim, no exemplo dado (a frequência da coleta de lixo por semana), trata-se de um indicador
de processo.
Por fim, a letra A (indicador de efeito) se refere à efetividade, ou seja, efeitos positivos ou nega-
tivos na realidade advindos da intervenção.
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e) têm como objetivo a implantação de um projeto de governo, por meio de programas e ações
voltados para toda a sociedade.
Letra a.
Políticas redistributivas são aquelas que distribuem bens ou serviços a segmentos particula-
rizados da população por intermédio de recursos oriundos de outros grupos específicos. Ou
seja, concedem benefícios concentrados para algumas categorias de atores e impõem custos
concentrados a outras categorias de atores.
Letra c.
Segundo Secchi (2011)32, o ciclo de políticas públicas (policy cycle) possui sete fases no pro-
cesso:
• Na identificação do problema, o problema se considera como a discrepância entre o
status quo e uma situação ideal possível. Um problema público é a diferença entre o que
é, e aquilo que se gostaria que fosse a realidade pública.
• O seguinte passo é a formação da agenda. A agenda é um conjunto de problemas ou
temas entendidos como relevantes.
32
SECCHI, L. Políticas Públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. São Paulo: Cengage Learning,
2011.
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a) empreendedora.
b) redistributiva.
c) distributiva.
d) majoritária.
e) regulatória.
Letra c.
Políticas distributivas são aquelas que alocam bens ou serviços a frações específicas da so-
ciedade (categorias de pessoas, localidades, regiões, grupos sociais etc.) mediante recursos
provenientes da coletividade como um todo. Podem relacionar-se ao exercício de direitos, ou
não. Podem ser assistencialistas, ou não. Podem ser clientelistas, ou não.
Sobre a letra A, políticas empreendedoras são aquelas nas quais os benefícios são coletivos
e os custos ficam concentrados sobre certas categorias. Implicam mudanças que oneram al-
guns em benefício de todos. Ex.: reforma administrativa, política ambiental etc.
Sobre a letra B, políticas redistributivas são aquelas que, devido ao padrão de conflito e às
correlações de força que estabelecem entre os atores, exprimem demandas fortemente con-
centradas ou agregadas, processadas por um sistema decisório igualmente concentrado e
centralizado para enfrentar as pressões dos atores em conflito.
Sobre a letra D, políticas majoritárias são aquelas nas quais os custos e benefícios são
distribuídos pela coletividade. Ex.: serviços públicos de saúde, segurança pública, energia,
educação etc.
Sobre a letra E, políticas regulatórias são aquelas que estabelecem imperativos (obrigatorieda-
des), interdições e condições por meio das quais podem e devem ser realizadas determinadas
atividades ou admitidos certos comportamentos.
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Adriel Sá
Adriel Sá
Professor de Direito Administrativo, Administração Geral e Administração Pública em diversos cursos
presenciais e telepresenciais. Servidor público federal da área administrativa desde 1999 e, atualmente,
atuando no Ministério Público Federal. Formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal
de Santa Catarina, com especialização em Gestão Pública. Foi militar das Forças Armadas por 11 anos,
sempre atuando nas áreas administrativas. É coautor da obra “Direito Administrativo Facilitado” e autor da
obra “Administração Geral e Pública - Teoria Contextualizada em Questões”, ambas publicadas pela Editora
Juspodivm.
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