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CURSO DE DISCURSIVAS

CNU (pós-edital)
Blocos 1 a 8
Aula 5 – Técnicas para responder questões discursivas

Licensed to Adriana Cruz - adrianakarkow@gmail.com - 107.935.077-23


Discursiva na prática 2

Sumário
1. Introdução ................................................................................................................................. 3
2. Leitura do enunciado ................................................................................................................ 4
3. Esquematizando o texto............................................................................................................ 7
4. Termos técnicos e palavras-chave ............................................................................................ 9
5. Objetividade ............................................................................................................................ 10
6. Uso dos conectivos .................................................................................................................. 11
7. Referência aos quesitos avaliados .......................................................................................... 13
8. Tamanho da letra, legibilidade e aproveitamento das linhas ................................................. 15
9. Divisão da resposta em parágrafos ......................................................................................... 17
10. O esqueleto ........................................................................................................................... 18
10.1 Silogismo / Raciocínio dedutivo ...................................................................................... 18
10.2 Tópico frasal/conceito + Argumento/complemento primário +
Argumento/complemento secundário ................................................................................... 21

Professores: Henrique Napoleão, Jéfferson Curtinovi e João Lara @discursivanapratica


discursivanapratica@gmail.com

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Técnicas para responder questões discursivas

1. Introdução
Olá, pessoal!

Chegamos a um ponto alto do curso: aprender a forma de montar sua resposta da questão
discursiva.

Quando falamos em FORMA aqui, nosso objetivo é ajudar você a estruturar o texto de maneira
que responda o que o examinador está pedindo, de maneira clara e objetiva. Não estamos
falando dos aspectos formais de micro e macroestrutura, mas, sim, do formato como você
organizará sua resposta.

Quantas vezes você já respondeu uma discursiva em que dominava o conteúdo, mas acabou
perdendo pontos por não ter a abordado da maneira correta? Então, isso ocorre com
frequência...

Estabelecendo um esqueleto adequado, você diminui os riscos de deixar algo importante de


fora e ainda facilita a vida do examinador para encontrar a resposta.

Além disso, nos casos em que você não domine 100% o conteúdo cobrado, manter uma
estrutura lógica na sua reposta pode te garantir pontos preciosos em uma nota parcial.

Dessa forma, é muito importante que você já chegue na prova sabendo o que vai fazer, desde a
primeira leitura do comando até a hora de escrever seu texto. Sendo assim, seguiremos um
passo a passo a fim de orientar como você deve prosseguir ao se deparar com sua prova
discursiva.

Antes de iniciar, vamos fazer algumas observações importantes:

Não se preocupe se resoluções de questões ou exemplos dados nessa aula são de conteúdos ou
matérias que não caem na sua prova. A proposta é que você entenda as TÉCNICAS para
responder a uma questão discursiva. Depois disso, você conseguirá aplica-las a questões de
qualquer temática;

Esta aula contém alguns conteúdos que já foram ou serão passados em outras aulas. Optamos
por isso para que, de forma didática, aqui esteja contemplado tudo o que é mais importante na
hora de você, de fato, escrever seu texto.

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2. Leitura do enunciado
Comecemos do começo. Parece óbvio, mas ler o enunciado com MUITA atenção é primordial
para você estruturar seu texto da maneira correta.

Pela nossa experiência, tanto fazendo concursos quanto analisando provas para recursos de
discursivas, um dos principais problemas dos candidatos é não ler o enunciado com atenção.

Primeiramente, o enunciado pode vir com um texto motivador para a questão com informações
com potencial de serem utilizadas na sua resposta ou mesmo serem insights para você chegar
na sua resposta.

Ademais, também há casos de candidatos que esquecem de responder a um ou mais itens.


Observe a questão 2 da prova discursiva de Analista Legislativo, especialidade Administração,
do Senado Federal:

Figura 1

A questão tinha 5 (cinco) itens a serem respondidos. No entanto, dois dos candidatos que nos
procuraram para fazer o recurso da discursiva, simplesmente tinham esquecido de responder o
item 3. Eram candidatos muito bem preparados e que dominavam o tema cobrado, mas que
acabaram perdendo muitos pontos por terem deixado de responder a um item. Veja:

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Figura 2: Candidato 1

Figura 3: Candidato 2

Além disso, há pessoas que, por não lerem atentamente, acabam abordando de forma
equivocada a resposta. Por exemplo: o enunciado pede para descrever e o candidato apenas
cita; o comando pede três exemplos e o candidato escreve apenas um; o enunciado enumera
vários pontos a serem abordados e o candidato indica apenas parte deles; entre outros.

Portanto, sugerimos fortemente que você marcque as partes principais do comando da questão.
Circule o verbo do comando, sublinhe as palavras mais relevantes, coloque setas indicando o
que deve ser abordado em cada tópico relevante, enfim, leia o comando da questão de forma
ativa, fazendo as devidas observações!

Para ilustrar um pouco melhor o que falamos acima, vamos ver um enunciado de questão sobre
orçamento que caiu no concurso de Auditor da Controladoria Geral do Distrito Federal, já com

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algumas marcações sugeridas. Veja que algumas informações trazidas no texto motivador eram
bem importantes e poderiam, inclusive, ser utilizadas na resposta.

Figura 4

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3. Esquematizando o texto
Depois de ler atentamente o enunciado e o comando da questão, é hora de esquematizar o seu
texto. É isso que vai materializar a sua leitura atenta do enunciado, evitando que aconteça o que
ocorreu nos exemplos acima.

Isso ainda não é nosso esqueleto. O esquema nada mais é que a indicação, por parágrafo/tópico,
dos termos e das palavras-chave que você deve abordar em cada um deles. Não é algo muito
extenso ou elaborado. Você deve, inclusive, usar abreviações para ganhar tempo.

Vamos ver um exemplo na prática? Abaixo temos o esquema de reposta para a questão sobre
orçamento da CGDF que trouxemos acima:

Controle interno:

1º P
LDO: metas e avaliar o
prioridades; política LOA: previsão reç e cumprimento das
PPA: regionalizada
fiscal; traj. sust. da fixação desp; orç metas PPA;
PPA, LDO e LOA. DOM; programas; 4
dívida; alterações fiscal, investimentos monitoramento e
anos
leg. trib; ag. e seg social; acompanhamento
fomento; dos programas e
orç.

2ºP
Orçamento
LDO compatível
materializa e
Objetivo comum com PPA; LDO
PPA médio prazo; concretiza o
das leis: integrar orienta LOA;
LDO e LOA curto planejamento do
planejamento – necessidade de
prazo. Governo com a
orçamento. harmonia entre os
execução de pol.
docs.
púb

3º P
Avalia
Papel relevante do
planejamento;
C.I. na avaliação do Controle
Acompanha ex. do
cump. Metas do retroalimenta
orç; e Monitora o
PPA (comp. Planejamento
cumprimento das
Constitucional)
metas e objetivos;

Figura 5

Perceba que, embora seja simples, o esquema permite que você não deixe nenhum item ou
tópico de fora, bem como o auxilia a ser objetivo e a direcionar sua resposta. Você também pode
colocar ao final uma média de linhas a serem escritas em cada parágrafo (pela quantidade de
informação que ele terá), isso também vai te ajudar a ter mais controle enquanto estiver
escrevendo o texto.

Lembre-se de que o que está no esquema é o mínimo que deverá conter na sua resposta. Essas
palavras e termos que escrevi, sem dúvida, são pontos que não podem faltar na sua resposta. A
partir dali, o trabalho é o de inserir outras informações que possam estar no padrão de respostas
da banca.

E se eu quiser fazer rascunho?

Na aula de Dicas, comentamos melhor sobre isso, mas reforçando: a princípio, somos contra
escrever todo o rascunho, por considerarmos que você perde muito tempo e porque, quando
você passa o texto a limpo, há a tendência de fazer, no mínimo, algumas pequenas alterações.
Então, o custo-benefício de fazer um rascunho é muito baixo, já que, além de perder tempo,

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você vai acabar escrevendo uma versão final nova. Assim, é preferível fazer um esquema do seu
texto, abordando os principais pontos que constarão em cada parágrafo.

Todavia, caso você tenha a necessidade de fazer um rascunho, ainda assim, consideramos
importante fazer um esquema do texto antes dele, para não deixar de abordar nenhum tópico
ou palavra-chave importante.

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4. Termos técnicos e palavras-chave


Você percebeu que, ao montar o esquema, nós utilizamos apenas algumas palavras que devem
constar no texto?

Então, essas palavras, que em regra são substantivos, são as palavras-chave e os termos técnicos
indispensáveis à sua resposta. Em outras aulas, já dissemos que, durante os estudos, nós temos
que estar muito atentos e, preferencialmente, decorá-las. Isso ocorre porque são esses termos
que virão de maneira expressa no espelho de correção da banca.

Então, será que, por exemplo, ao conceituar tributo, é a mesma coisa escrevermos “prestação
pecuniária compulsória” ou “cota obrigatória em dinheiro”? Ou, ao falar sobre a LDO, é a mesma
coisa dizer que ela traz “metas e prioridades” ou dizer que ela traz “objetivos e preferências” da
administração pública?

Pode até ser que, no fundo, sejam consideradas frases sinônimas. No entanto, o examinador vai
buscar aquelas palavras que constam na norma (ou outra fonte oficial/doutrina), por isso,
sempre temos que fazer o exercício de tentar lembrar os termos técnicos específicos.

É claro que, não lembrando, podemos escrever com as nossas próprias palavras e, ainda assim,
ganhar os pontos (seja já na correção preliminar ou na fase de recurso). Porém, certamente,
escrever exatamente as palavras que o examinador está procurando nos ajuda a aumentar a
nota de uma maneira geral, garantindo os pontos mais facilmente.

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5. Objetividade
Prezamos muito pela objetividade em qualquer tipo de comunicação, até mesmo neste curso.
Veja que poderíamos fazer aulas e mais aulas para, no final, dizer a mesma coisa, mas isso cansa
e a mensagem acaba se perdendo ou se tornando confusa na maioria dos casos.

Por isso, é muito importante ser objetivo ao escrever seu texto, principalmente respondendo a
uma questão discursiva de conhecimentos técnicos.

Para ilustrar esse tópico, vamos apenas relembrar alguns conceitos importantes.

Frase é todo enunciado de sentido completo, que pode ser formada por uma ou mais palavras.
Oração é uma frase completa que contém um verbo ou uma locução verbal. E período é a frase
organizada em uma ou mais orações; é encerrado pelo ponto final.

Dito isso, você precisa entender que ser objetivo não é escrever pouco, mas, sim, o necessário
da forma correta. Por exemplo, ao conceituar tributo, você pode utilizar duas estratégias.

1) Prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que
não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada são considerados os requisitos para se configurar
um tributo.
2) Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada

Na primeira estratégia, utilizamos a voz passiva. Na segunda, a voz ativa. Perceba como a
segunda deixa muito mais claro, desde o início, o que você está querendo dizer. Portanto,
primeira dica: priorize a voz ativa no seu texto.

Outra questão importante para manter seu texto objetivo é o número de períodos. Já viu
aqueles parágrafos enormes, com várias orações e apenas um único período (ponto final)?!

Então, esse tipo de texto perde muito em objetividade. Prefira sempre frase curtas e diretas,
seguidas de ponto final. Vamos a outro exemplo, agora para definirmos as taxas.

1) Taxa é uma espécie de tributo, decorrente de uma atividade vinculada da Administração


Pública, com fato gerador que se divide em duas hipóteses, quais sejam, o exercício
regular do poder de polícia ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público
específico e divisível e, também, só poderão ser instituídas por lei em sentido estrito.
2) Taxa é uma espécie de tributo, decorrente de uma atividade vinculada da Administração
Pública. Seu fato gerador se divide em duas hipóteses: o exercício regular do poder de
polícia ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível. Além
disso, as taxas só poderão ser instituídas por lei em sentido estrito.

Com esses exemplos, já é possível perceber a melhoria do texto dividido em períodos curtos. E,
quanto maior o período/parágrafo, mais isso faz diferença. Portanto, outra dica: utilize frases
curtas e divida seus parágrafos em mais períodos.

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6. Uso dos conectivos


Nessa lógica de escrever um texto mais objetivo, com períodos mais curtos, torna-se ainda mais
necessária a utilização (correta) dos conectivos.

Relembrando brevemente dois conceitos importantes, na hora de escrever a sua discursiva,


você deve entender o que são coesão e coerência. Seu texto deve ter COESÃO, ou seja, ter uma
estrutura gramatical adequada, com a utilização dos conectivos corretos, e ter COERÊNCIA, isto
é, possuir uma lógica no conteúdo e nas ideias escritas.

Dessa forma, o uso dos conectivos está diretamente ligado à coesão do nosso texto, embora,
também, de maneira indireta, proporcione a materialização da coerência, ao unir as ideias de
maneira lógica.

Nossa dica aqui é: sempre que começar um novo período, coloque um conectivo, seja um
pronome, uma conjunção, um adjunto adverbial, etc. Segue uma lista exemplificativa de
conectivos que podem te ajudar na hora de escrever seu texto.

Referência

• Em relação à
• No que se refere à
• Quanto ao
• No tocante ao
• No que diz respeito à

Argumento de autoridade

• Conforme
• Consoante
• De acordo com
• Segundo

Continuidade

• Ato contínuo
• Na sequência
• A seguir
• Nesse sentido
• Nessa lógica
• Nesse contexto

Oposição

• Porém
• Todavia
• No entanto
• Não obstante
• Mas
• Entretanto

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• Em contrapartida

Causa

• Já que
• Na medida em que
• Visto que
• Uma vez que
• Em razão de
• Haja vista

Explicação

• Isso ocorre pois


• Isso indica que
• Esse fato é explicado pela
• Essa situação sugere que

Comparação

• Como
• Assim como
• De um lado... Por outro lado
• Enquanto X é assim, Y é assado

Fechamento

• Por fim
• Por derradeiro
• Ao cabo

Conclusão

• Em suma
• Portanto
• Sendo assim
• Assim
• Logo
• Então
• Dessa forma
• Desse modo
• Dessa maneira
• Destarte

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7. Referência aos quesitos avaliados


Toda vez em que for responder a uma questão discursiva, faça referência ao
tópico/item/quesito que está sendo respondido. Isso vai ajudar muito a vida do examinador e,
inclusive, vai te possibilitar ganhar uma nota parcial. Muitas vezes, só de você abordar o que foi
pedido, ainda que de maneira equivocada ou inconsistente, já é possível receber uma nota
parcial no quesito.

Trazemos novamente a prova do candidato que esqueceu de um item no concurso do Senado.


Mas perceba como ele, muito acertadamente, começa todos os parágrafos se referindo ao item
ao qual vai responder.

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Figura 7

Tirando no primeiro item, no qual ele fez uma breve introdução para iniciar o texto, em todo
início de parágrafo, houve referência expressa ao item que estava sendo respondido. Mesmo
no primeiro, logo após a introdução, de forma bem assertiva, o candidato indicou o quesito que
estava respondendo.

Por isso, os CONECTIVOS DE REFERÊNCIA que mencionamos no tópico anterior dessa aula são
muito importantes. Por meio deles é que você deixará claro ao examinador o que está
respondendo.

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8. Tamanho da letra, legibilidade e aproveitamento das linhas


Esse tópico também tem a ver com a construção geral do texto.

O tamanho da sua letra vai influenciar diretamente na quantidade de informação que caberá
na resposta. Quanto menor a letra, mais informação cabe.

Ao mesmo tempo, no entanto, você deve prezar pela legibilidade. Caso contrário, pode acabar
perdendo pontos em razão de o examinador não ter entendido o que você escreveu. Lembre-se
de que ele está corrigindo centenas de provas, então é bom facilitar as coisas!

Resumindo, procure encontrar o ponto ideal. Para isso, pratique bastante.

Por fim, é importante mencionarmos o aproveitamento das linhas, isto é, procure utilizar o
máximo de linhas possíveis, o que vai possibilitar inserir mais conteúdo e mais termos que
poderão constar do padrão de respostas da banca. Assim, mesmo que seu edital tenha um
número mínimo de linhas, sugerimos que tente aproveitá-las ao máximo.

Vamos a um exemplo prático do tamanho da letra em uma outra questão do Senado Federal.
São provas de dois candidatos distintos:

Figura 8

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Figura 9

Olhe a diferença dessas duas respostas que escreveram o mesmo número de linhas: 20. Qual
das duas você acha que tem maior probabilidade de conter as palavras-chave presentes no
padrão de respostas da banca?

Nesse exemplo, nas mesmas 20 linhas, enquanto o primeiro candidato escreveu 184 palavras
(999 caracteres), o segundo escreveu 305 palavras (1.723 caracteres). Isso representa
aproximadamente 70% a mais de conteúdo entre as duas respostas.

E aí o raciocínio é simples, como adiantamos acima: quanto mais você escreve, mais CHANCES
de colocar os termos técnicos que precisam estar na sua resposta.

DICA: teste com qual caneta você se adapta melhor e priorize as de ponta mais fina (0.5 ou 0.4).

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9. Divisão da resposta em parágrafos


Esse é um tópico que gera muitas dúvidas nos candidatos. Posso usar mais de um parágrafo para
responder um tópico? Meus parágrafos devem ter número parecido de linhas?

É, sim, possível dividir a resposta em quantos parágrafos você achar necessário, mas, como
sempre lembramos, nosso objetivo deve ser facilitar a vida do examinador. Nesse sentido,
entendemos que dedicar um parágrafo para cada item/quesito solicitado é o melhor modelo.

Claro que não estamos nos referindo aqui a uma questão que tenha um único item ou uma
questão de 60 linhas com dois itens, por exemplo. Nesses casos, faça as adaptações necessárias.

Já em relação ao número de linhas de cada parágrafo, NÃO é preciso manter homogeneidade!


Na prova do TCU, teve uma questão sobre contabilidade pública dividida em quatro itens, a
serem respondidas em 20 linhas. Eu, João, gastei dez linhas para o item 1, cinco linhas para o
item 2, duas linhas para o item 3 e três linhas para o item 4.

Resultado? Tirei conceito máximo nos itens 2, 3 e 4 e perdi alguns pontos no item 1, que
ocupava metade das linhas de toda a questão. Ou seja, o tamanho dos parágrafos não precisa
ser homogêneo, nem representa se a resposta está com conteúdo correto ou não.

DICA: caso a questão indique o valor de cada quesito, procure dividir as linhas de forma
proporcional. Mais linhas para o quesito que vale mais pontos.

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10. O esqueleto
Chegamos ao momento mais esperado da aula. Ter esqueletos padronizados para montar a sua
resposta na discursiva nada mais é do que colocar todas essas ideias aqui apresentadas na aula
em um formato que você consiga repetir independentemente do tema.

É claro que isso pode variar um pouco a depender do tipo de comando da questão. Durante
minha preparação, criei dois tipos de esqueletos que, com as devidas adaptações, eram
suficientes para responder quase qualquer questão discursiva de conhecimentos
específicos/especializados.

Lembrando que cada esqueleto é para ser feito por tópico/item/quesito cobrado. Ou seja, em
regra, você deve utilizar cada esqueleto para um parágrafo. Desse modo, é possível que, em
uma única questão, você utilize os dois modelos ou repita um único modelo a cada parágrafo.

Mecanizar a escrita é algo positivo, principalmente na preparação para concursos. Porém,


lembre-se que estamos diante de uma questão subjetiva, portanto, adaptações podem ser
necessárias. De toda maneira, ter uma estrutura prévia facilita raciocinarmos na hora de pensar
sobre o que responder.

Vamos aos modelos!

10.1 Silogismo / Raciocínio dedutivo

Esse modelo é muito bom para os parágrafos de análises das peças técnicas e para responder
a questões de casos concretos/hipotéticos fornecidos pela banca.

Silogismo é uma forma de argumentação, criada por Aristóteles, para argumentar de forma
clara e usar o raciocínio lógico por meio de três proposições: duas premissas e uma conclusão.
Da mesma forma, o raciocínio dedutivo é um método que procura chegar a uma conclusão
válida por meio de premissas. Em resumo, em ambos os casos, partimos do geral para o
particular, para assim aferir uma conclusão válida. Vejamos:

Primeira premissa

A primeira premissa é conhecida também como premissa maior. A sua função é estabelecer uma
afirmação geral. No nosso caso, é trazer a regra normativa que trata do tema, seja lei, norma,
jurisprudência ou entendimento doutrinário. Aqui, então, sempre trazemos a fonte desse
argumento de autoridade.

Segunda premissa

A segunda premissa é conhecida também como premissa menor e tem como característica ser
uma afirmação específica. Basicamente, a segunda premissa é o caso concreto/hipotético que
a banca trouxe. Vamos simplesmente reproduzi-lo.

Conclusão

Determina a relação lógica entre as duas premissas anteriores que se constituem em evidências.
Engloba os termos maior e menor. Aqui, decidimos se é válido ou não determinado ato, se é
adequada ou não determinada ação, enfim, é o juízo de valor da pergunta.

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Discursiva na prática 19

Então, resumindo: primeiro, expomos a regra geral, ou seja, o que a prevê norma, a
jurisprudência ou a doutrina. Na sequência, destacamos o que aconteceu no caso apresentado
pela questão (basicamente, repetimos o enunciado), que vai ao/de encontro da/à regra geral
apresentada. E, por fim, fazemos a ligação dessas duas afirmações, chegando a uma conclusão.

Vamos tentar com dois exemplos práticos?

Exemplo 1

Figura 10
Fonte: https://www.tecconcursos.com.br/questoes/649921

Em relação ao prazo prescricional, de acordo com o art. 168, I, do CTN, o direito de pleitear a
restituição extingue-se com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data da extinção do
crédito tributário. No caso em tela, José constatou o equívoco três anos após a quitação do
imposto. Portanto, o prazo prescricional de dois anos indicado pelo Estado está equivocado e
José tem direito à repetição de indébito

Legenda:

Referência ao quesito respondido

Regra geral (premissa maior)

Caso concreto da questão (premissa menor)

Conclusão

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Discursiva na prática 20

Exemplo 2

Figura 11

Em relação à situação encontrada 1, de acordo com a 8ª edição do Manual de Contabilidade


Aplicada ao Setor Público (MCASP), os dispêndios incorridos no uso, na transferência ou na
reinstalação de ativo intangível não são incluídos no seu valor contábil. Por sua vez, no caso ora
analisado, os gastos para a reinstalação do ativo intangível A foram incluídos em seu valor
contábil. Dessa maneira, a inclusão do referido valor foi irregular e deve ser retificada

Legenda:

Referência ao quesito respondido

Regra geral (premissa maior)

Caso concreto da questão (premissa menor)

Conclusão

Observação: se houver mais de uma regra geral (premissa maior) sobre o tema, não tem
problema. Logo depois da primeira, você pode colocar: “além disso, a
legislação/jurisprudência/doutrina também prevê...” e assim por diante.

Pode parecer confuso inicialmente, mas é muito simples. Comece a responder toda questão
pensando nessa estrutura, você verá como ficará fácil. Treine bastante!

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10.2 Tópico frasal/conceito + Argumento/complemento primário +


Argumento/complemento secundário

O segundo modelo de esqueleto também pode ser utilizado em praticamente todo tipo de
questão (com adaptações), mas é especialmente propício para questões explicativas ou que têm
no comando termos como “descreva”, “conceitue”, “apresente”, “caracterize”, “em que
consiste”, “o que é”, “enumere”, “exemplifique” ...

Basicamente, você deve indicar o resumo da ideia central do assunto que será desenvolvido ou
o conceito geral de determinado termo (tópico frasal) e, nos períodos seguintes, mencionar os
argumentos ou complementações necessárias ao que está sendo cobrado.

Nesse modelo, você deve usar, ao menos, dois argumentos/complementações. Ou seja, seu
parágrafo deve ter no mínimo três períodos. E muita atenção: a depender de como esses
argumentos e complementações se relacionam, você usará diferentes conectivos 1.

Vamos aos exemplos que fica mais fácil de entender:

Exemplo 1

Figura 12
Fonte: https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2047057

No que se refere ao diferencial de alíquota, este consiste no recolhimento pelo Estado de


destino da diferença entre a alíquota interestadual e a alíquota interna. Nesse contexto, o
diferencial é devido em operações interestaduais com mercadorias destinadas a uso, consumo
ou ativo imobilizado de consumidores finais contribuintes ou não do ICMS. Dessa forma, há
cobrança de um único imposto, calculado de duas maneiras distintas. Isso ocorre a fim de
equilibrar a partilha do ICMS em operações entre entes federados distintos.

Referência ao quesito respondido

1
Decorar conectivos é uma boa estratégia, mas sempre faça uma análise lógica da sua utilização para
cada texto/contexto.

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Discursiva na prática 22

Conceito

Complemento 1

Complemento 2

Complemento 3

Exemplo 2

No que se refere à definição de bens públicos no contexto econômico, esses consistem em bens
não rivais e não excludentes. Enquanto não rivais são bens em que seu consumo por um
indivíduo não reduz o consumo dos demais, bens não excludentes são aqueles em que não é
possível não é possível excluir nenhum agente do consumo. Nesse sentido, é possível citar como
exemplos de bens públicos a defesa nacional, o ar puro, o sistema monetário e a iluminação
pública.

Referência ao quesito respondido

Conceito

Complemento 1

Complemento 2

DICA 1: Nas questões de conceituação, lembre-se de que você não sabe o que vai constar do
espelho de correção. Portanto, escreva tudo o que sabe, mesmo que a coerência do texto seja
parcialmente prejudicada. Estamos atrás das palavras certas e não de fazer um texto
dissertativo perfeito. Portanto, tente aproveitar o máximo de linhas, ainda que coloque frases
soltas (com conteúdo).

DICA 2: Quando a banca pedir para citar/apresentar/indicar X exemplos de alguma coisa,


sempre traga um número de exemplos maior que X. Isso fará com que você tenha mais chances
de acertar o que vai vir no espelho. Mesmo escrevendo algo correto, muitas vezes, não
recebemos o ponto em razão daquilo não constar de maneira expressa no padrão de respostas
da banca. E o BIZU mais importante: você não costuma ser penalizado por escrever algo que
não está no padrão! Inclusive, em regra, a banca ignora se você escreveu algo equivocado,
desde que também tenha escrito o que está certo.

Professores: Henrique Napoleão, Jéfferson Curtinovi e João Lara @discursivanapratica


discursivanapratica@gmail.com

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