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Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Servidor

Eixo Temático 4 - Segurança e Saúde do Trabalhador


e da Trabalhadora

Eixo Temático 4 - Segurança e Saúde do


Trabalhador e da Trabalhadora
Noções conceituais de higiene do trabalho e suas relações com o ambiente de tra-
balho: Agentes nocivos e os agravos à saúde do trabalhador. Antecipação, reconhe-
cimento, avaliação e controle da exposição ocupacional. Doenças relacionadas ao
trabalho, conceitos, espécies, etiologias, fisiopatologias. Fatores de risco. Reconhec-
imento oficial de doenças relacionadas ao trabalho. Nexo técnico previdenciário, indi-
vidual, profissional e epidemiológico............................................................................... 1
Acidente do Trabalho: Definição e legislação previdenciária. Equiparação dos acidentes
de trabalho às doenças relacionadas ao trabalho. Emissão de Comunicação de Aci-
dente do Trabalho (CAT). Modelos, metodologias, etapas da análise de acidentes de
trabalho e tecnologias de prevenção e combate a sinistros. Estudo de fatores causais
em eventos ocupacionais adversos. Acidentes ampliados, planificação de emergên-
cias e catástrofes. Proteção contra incêndio e explosões. Cuidados e protocolos com
respeito ao trabalho em espaços confinados. Primeiros socorros.................................. 11
Toxicologia Ocupacional: Noções conceituais de toxicologia ocupacional relacionadas
a perigo, risco, efeitos tóxicos e agente tóxico. Testes de avaliação de toxicidade agu-
da e crônica. Fases da intoxicação. Limite de tolerância e limite de exposição ocupa-
cional. Classificações quanto à intoxicação. Vias de penetração de um agente tóxico.
Absorção e distribuição pelo organismo. Dose, efeito e resposta e relações dose-efeito
e dose-resposta. Exposição ocupacional e efeitos. Limite de tolerância; limite de ex-
posição ocupacional. Toxicocinética e toxicodinâmica.................................................... 17
Controle da exposição e monitoramento biológico da exposição ocupacional: Indica-
dores biológicos. Avaliação de toxicidade. Condições para manifestação da toxicidade.
Dose letal e concentração letal. Efeitos mutagênicos e carcinogênicos. Classificação
dos agentes tóxicos quanto à ação tóxica. Substâncias sensibilizantes. Gases e va-
pores irritantes e asfixiantes. Classificação dos contaminantes no ar. Particulados só-
lidos. Sensibilizantes e seus efeitos para a saúde humana............................................ 23
Ficha de Informações sobre Produtos Químicos (FISPQ)/Ficha com dados de segu-
rança, e cuidados com fabricação, preparação, armazenamento, transporte, uso e
eliminação de resíduos tóxicos....................................................................................... 34
Noções conceituais em ergonomia relacionadas a ergonomia física, cognitiva e organ-
izacional .Biomecânica e fisiologia do trabalho. Aspectos cognitivos e psicossociais.
Organização do trabalho. Assédio moral organizacional. Análise ergonômica do tra-
balho................................................................................................................................ 38
Biossegurança Vigilância e Promoção da saúde do trabalhador: Noções conceituais
em biossegurança, vigilância e promoção da saúde do trabalhador e da trabalhadora.
Conceitos de perícia médica ocupacional. Reabilitação ocupacional. Noções concei-
tuais em gestão de riscos relacionadas a programas prevencionistas. Ferramentas e
técnicas de reconhecimento e análise de riscos e adoção de medidas de proteção e
controle. Prevenção e controle de riscos em máquinas, equipamentos, instalações e
serviços. Prevenção e controle dos riscos psicossociais; gestão integrada de saúde,
segurança e meio ambiente. Elenco de programas, laudos, ensaios e perícias em
segurança e saúde no trabalho. Registros administrativos em segurança e saúde no
trabalho........................................................................................................................... 42

Apostila gerada especialmente para: Maria Antonia de Sousa Silva 022.708.962-62


Noções conceituais de higiene do trabalho e suas relações com o ambiente de traba-
lho: Agentes nocivos e os agravos à saúde do trabalhador. Antecipação, reconhecimen-
to, avaliação e controle da exposição ocupacional. Doenças relacionadas ao trabalho,
conceitos, espécies, etiologias, fisiopatologias. Fatores de risco. Reconhecimento oficial
de doenças relacionadas ao trabalho. Nexo técnico previdenciário, individual, profissio-
nal e epidemiológico

Definição de Higiene
A Higiene pode ser definida como o conjunto de conhecimentos e técnicas que visam promover a saúde e
prevenir doenças através da desinfecção, esterilização e outros métodos de limpeza, de modo a evitar doenças
infecciosas e fortificar a saúde.
Tipos de Higiene
Higiene Pessoal
A higiene pessoal consiste nos cuidados diários que o indivíduo deve ter com o seu próprio corpo, que não
se limitam apenas na preocupação de tomar banhos todos os dias ou escovar os dentes após cada refeição,
mas também cuidar da alimentação, beber água filtrada e outras ações que ajudam a manter o bem-estar do
organismo e da saúde.
Uma boa higiene pessoal faz com que o indivíduo seja menos suscetível a doenças, melhorando conse-
quentemente sua aparência e sua qualidade de vida.
Dentre algumas recomendações para se manter uma boa higiene pessoal podemos citar:
- O banho é indispensável para a saúde e a secagem total da pele também é importante para prevenção de
fungos e micoses, assegurando assim a limpeza profunda do corpo.
- As mãos devem ser lavadas antes e depois de ir ao banheiro, antes de cozinhar e de ingerir alimentos e
após chegar de atividades na rua.
- Limpar debaixo das unhas também é de grande importância e colabora para a higiene pessoal.
As mãos, mesmo as dos colaboradores sem infecção aparente, são as principais fontes de contaminações.
Assim, todo o colaborador deve ser devidamente informado das medidas preventivas, com o objetivo de evitar
possíveis contaminações.
Neste sentido, via de regra, as mãos devem ser lavadas:
a) Antes de iniciar ou reiniciar qualquer tarefa;
b) Após ter manuseado materiais ou produtos sujos, incluindo dinheiro;
c) Após manipulação de sacos e/ou caixotes de lixo;
d) Depois de se assoar, tossir, espirrar, comer ou fumar;
e) Sempre que estejam sujas.
- Escovar os dentes depois das refeições.
- Manter as roupas limpas.
- Beber agua regularmente.
A higiene pessoal envolve ainda outras práticas simples que também devem ser realizadas regularmente,
como por exemplo, dormir, pelo menos oito horas por noite, fazer visitas regulares ao médico e manter uma
alimentação equilibrada.
Higiene Coletiva
São condutas adotadas pela sociedade, que visam garantir a higiene da população como um todo. Em geral
envolve atitudes pessoais que geram um convívio social saudável, por exemplo, a manutenção de ambientes
coletivos limpos e de boas relações sociais.

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Vale lembrar que a higiene coletiva, além de proteger a sociedade em geral, protege o cidadão de forma
individualizada. Nesse sentido, a higiene do meio que nos rodeia também é muito importante.
Higiene Mental
São norma de higiene que tem como objetivo os cuidados com as doenças que afetam a mente.
A higiene mental é influenciada por vários comportamentos. É importante pensar positivo, cuidar da autoes-
tima, estimular a mente através de exercício, praticar exercício físico, se alimentar de forma saudável, manter
relacionamentos sociais saudáveis etc.
A higiene mental é essencial para que o ser humano esteja em equilíbrio e interaja de forma saudável com
outras pessoas no seu meio envolvente .1
HIGIENE DO TRABALHO
A Higiene do trabalho refere-se a um conjunto de normas e procedimentos que visa à proteção da integri-
dade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes as tarefas do cargo e ao
ambiente físico onde são executadas.
Relaciona-se com o diagnóstico e prevenção das doenças ocupacionais a partir do estudo e controle de
duas variáveis: o homem e seu ambiente de trabalho. ·
A Higiene do Trabalho pretende garantir um ambiente de trabalho saudável e seguro.
As pessoas passam a maior parte de seu tempo na organização , em um local de trabalho, que constitui seu
habitat. O ambiente de trabalho se caracteriza por condições físicas e materiais e por condições psicológicas
e sociais.
De um lado, os aspectos ambientais que impressionam os sentidos e que podem afetar o bem-estar físico,
a saúde e integridade física das pessoas. De outro lado, os aspectos ambientais que podem afetar o bem-estar
psicológico, a saúde mental e a integridade moral das pessoas.
Além disso, o ambiente de trabalho envolve as responsabilidades legais e morais de assegurar um local de
trabalho livre de riscos desnecessários e de condições ambientais que possam provocar danos à saúde física
e mental das pessoas. As doenças profissionais e os acidentes do trabalho provocam enormes prejuízos as
pessoas e as organizações2 em termos de custos humanos, sociais e financeiros.
Eles podem ocorrer casualmente, mas podem ser evitados através de programas preventivos e profiláticos.
Nas últimas décadas, foram feitos muitos progressos na redução e prevenção de doenças e acidentes relacio-
nados com o trabalho.
Assim, os principais itens do programa de higiene do trabalho estão relacionados com:

1. Ambiente físico de trabalho. Envolvendo: ·


- Iluminação: luminosidade adequada a cada tipo de atividade. ·
- Ventilação: remoção de gases, fumaça e odores desagradáveis, bem como afastamento de possíveis fu-
mantes ou utilização de máscaras. ·
-Temperatura: manutenção de níveis adequados de temperatura. ·
-Ruídos: remoção de ruídos ou utilização de protetores auriculares.

2. Ambiente psicológico de trabalho. Envolvendo:


-Relacionamentos humanos agradáveis.

1 https://www.significados.com.br/higiene-mental/
2 CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações.
2ed. Rio de Janeiro: Elsevier. MARRAS, Jean Pierre. Administração de Recursos Humanos: do operacional ao
estratégico. 5 ed. São Paulo: Futura.

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-Tipo de atividade agradável e motivadora.
-Estilo de gerencia democrático e participativo.
-Eliminação de possíveis fontes de estresse.

3. Aplicação de princípios de ergonomia. Envolvendo:


-Máquinas e equipamentos adequados as características humanas.
-Mesas e instalações ajustadas ao tamanho das pessoas.
-Ferramentas que reduzam a necessidade de esforço físico humano.

4. Saúde ocupacional. Envolvendo aspectos que veremos a seguir. Um ambiente de trabalho agradável
pode melhorar o relacionamento interpessoal e a produtividade, bem como reduzir acidentes, doenças, absen-
teísmo e rotatividade do pessoal. Fazer do ambiente de trabalho um local agradável tornou-se uma verdadeira
obsessão para as empresas bem-sucedidas.
Saúde Ocupacional
Uma maneira de definir saúde e a ausência de doenças. Contudo, os riscos de saúde como riscos físicos
e biológicos, tóxicos e químicos, bem como condições estressantes de trabalho podem provocar riscos no tra-
balho.
O ambiente de trabalho em si também pode provocar doenças. Uma definição mais ampla de saúde é um
estado físico, mental e social de bem-estar. Essa definição enfatiza as relações entre corpo, mente e padrões
sociais. A saúde de um empregado pode ser prejudicada por doenças, acidentes ou estresse.
Os gerentes devem assumir também a responsabilidade de cuidar do estado geral de saúde dos funcioná-
rios, incluindo seu bem-estar psicológico. Um funcionário excelente e competente, mas deprimido e com baixa
autoestima, pode ser tão improdutivo quanto um funcionário doente e hospitalizado. A saúde ocupacional está
relacionada com a assistência médica preventiva.
A Portaria nº. 24/94 do Ministério do Trabalho instituiu o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacio-
nal, que exige o exame médico pré-admissional, o exame médico periódico, o de retorno ao trabalho (no caso
de afastamento superior a 30 dias), o de mudança efetiva de função, antes da transferência e o exame médico
demissional, nos 15 dias que antecedem o desligamento definitivo do funcionário.
O programa de medicina ocupacional envolve os exames médicos exigidos legalmente, além de executar
programas de proteção da saúde dos funcionários, palestras de medicina preventiva, elaboração do mapa de
riscos ambientais, relatório anual e arquivos de exames médicos com avaliação clínica e exames complemen-
tares, visando a qualidade de vida dos funcionários e maior produtividade da organização.
Os programas de saúde começaram a atrair a atenção muito recentemente. As consequências de progra-
mas inadequados são perfeitamente mensuráveis: aumento de pagamentos por indenizações, aumento dos
afastamentos por doença, aumento dos custos de seguros, aumento do absenteísmo e rotatividade do pessoal,
baixa produtividade e baixa qualidade, além de pressões sindicais.
Um programa de saúde ocupacional requer as seguintes etapas:

1. Estabelecimento de um sistema de indicadores, abrangendo estatísticas de afastamentos e acompanha-


mento de doenças.

2. Desenvolvimento de sistemas de relatórios médicos.

3. Desenvolvimento de regras e procedimentos para prevenção médica.

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4. Recompensas aos gerentes e supervisores pela administração eficaz da função de saúde ocupacional.
Estresse no trabalho
Estresse é um conjunto de reações físicas, químicas e mentais de uma pessoa decorrente de estímulos ou
estressores que existem no ambiente.
É uma condição dinâmica, na qual uma pessoa é confrontada com uma oportunidade, restrição ou deman-
da relacionada com o que ela deseja. O autoritarismo do chefe, a desconfiança, a pressão das exigências e
cobranças, o cumprimento do horário de trabalho, a chateza e monotonia de certas tarefas, o baixo astral dos
colegas, a falta de perspectiva de progresso profissional e a insatisfação pessoal não somente derrubam o bom
humor das pessoas, como também provocam estresse no trabalho.
O estresse é a soma das perturbações orgânicas e psíquicas provocadas por diversos agentes agressores,
como: traumas, emoções fortes, fadiga, exposição a situações conflitivas e problemáticas etc. Certos fatores
relacionados com a trabalho, como sobrecarga de atividade, pressão de tempo e urgência, relações problemá-
ticas com chefes ou clientes que provocam reações como nervosismo, inquietude, tensão etc.
Alguns problemas humanos - como dependência de álcool e abuso de drogas - muitas vezes são decorren-
tes do estresse no trabalho ou na família. Existem duas fontes principais de estresse no trabalho: ambiental e
pessoal.
Primeiro, uma variedade de fatores externos e ambientais pode conduzir ao estresse no trabalho. Incluem
a programação do trabalho, tranquilidade, segurança, fluxo e o número e natureza dos clientes internos ou
externos a serem atendidos. Pesquisas revelam que o ruído ambiental, decorrente de máquinas funcionando,
pessoas conversando e telefones tocando, contribui para o estresse em 54% das atividades de trabalho.
Cada pessoa reage sob diferentes maneiras na mesma situação aos fatores ambientais que provocam o
estresse. Personalidades do tipo A - aquelas pessoas que são viciadas no trabalho (workaholics) e que são
impulsionadas para alcançar metas - geralmente estão mais sujeitas ao estresse do que as outras.
Sua tolerância para a ambiguidade, paciência, autoestima, saúde e exercícios físicos e hábitos de trabalho
e de sono afetam a maneira como elas reagem ao estresse. Além do trabalho, problemas pessoais, familiares,
conjugais, financeiros e legais ajudam a aumentar o estresse dos funcionários.
O estresse no trabalho provoca sérias consequências tanto para o empregado como para a organização. As
consequências humanas do estresse incluem ansiedade, depressão, angústia e várias consequências físicas,
como distúrbios gástricos e cardiovasculares, dores de cabeça, nervosismo e acidentes. Em certos casos, en-
volvem abuso de drogas, alienação e redução de relações interpessoais.
Por outro lado, o estresse também afeta negativamente a organização, ao interferir na quantidade e qualida-
de do trabalho, no aumento do absenteísmo e rotatividade e na predisposição a queixas, reclamações e greves.
O estresse não e necessariamente disfuncional. Algumas pessoas trabalham bem sob pequena pressão e
são mais produtivas em uma abordagem de cobrança de metas. Outras buscam incessantemente mais produti-
vidade ou um melhor trabalho. Um nível modesto de estresse conduz a maior criatividade quando uma situação
competitiva conduz a novas ideias e soluções.
Como regra geral, muitos empregados não se preocupam com uma pequena pressão desde que ela possa
conduzir a consequências ou resultados positivos.
Como reduzir o estresse no trabalho
Existem várias maneiras de aliviar o estresse, desde maior tempo de sono a remédios exóticos como biofe-
edback e meditação. Albrecht sugere as seguintes medidas para reduzir a estresse:

1. Relações cooperativas, recompensadoras e agradáveis com as colegas.

2. Não tentar obter mais do que cada um pode fazer.

3. Relações construtivas e eficazes com a gerente.

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4. Compreender os problemas do chefe e ajudá-lo a compreender as seus.

5. Negociar com o gerente metas realísticas para a seu trabalho. Esteja preparado para propor metas, ape-
sar daquelas que lhe foram impostas.

6. Estude o futuro e aprenda como se defrontar com eventos possíveis.

7. Encontre tempo para desligar-se das preocupações e relaxar.

8. Ande pelo escritório para manter sua mente tranquila e alerta.

9. Verifique os ruídos em seu trabalho e busque meios para reduzi-los.

10. Saia do escritório algumas vezes para mudar de cena e esfriar a cuca.

11. Reduza o tempo em que concentra sua atenção. Delegue rotina e papelório.

12. Limite interrupções: programe períodos de isolamento e outros de reuniões.

13. Não fique muito tempo lidando com problemas desagradáveis.

14. Faça uma relação de assuntos preocupantes. Liste os problemas prioritários e as providências sobre
cada um para que não fiquem rondando a sua memória.
A organização, os gerentes de linha e os especialistas de RH podem colaborar na identificação e redução do
estresse no trabalho. Para o gerente de linha, isso inclui monitorar cada subordinado para identificar sintomas
de estresse e informar os remédios organizacionais disponíveis, como transferências de cargo ou aconselha-
mento.
Os especialistas de RH podem utilizar pesquisas de atitudes para identificar fontes organizacionais de es-
tresse, refinando os procedimentos de seleção e colocação para assegurar uma adequação entre pessoa e
cargo bem como propor um planejamento de carreiras em termos de suas atitudes.
Hábitos Saudáveis
O organismo só pode se manter sadio com a aquisição e manutenção de hábitos saudáveis de vida, que
incluem alimentação equilibrada, sono regular, exercícios, higiene e lazer.
Exercícios
O exercício desenvolve o corpo e a mente. Sem exercício, os músculos se atrofiam; o aparelho digestivo e
os órgãos de eliminação trabalham de maneira insuficiente; os pulmões não se expandem bem, nem recebem a
quantidade necessária de oxigênio; e a circulação se torna lenta. O tipo e a quantidade de exercício que o corpo
exige e suporta diferem de uma pessoa para outra, segundo a idade, o sexo, as condições físicas e o gosto
pessoal. Os esportes de competição, que exigem treinamento demasiado intenso, não são recomendados para
crianças de pouca idade; os de tipo pesado não devem ser praticados por meninas em fase de crescimento,
embora sejam bem tolerados pelos rapazes da mesma idade.
Postura Correta
Os defeitos de postura acarretam distúrbios da saúde. A boa postura influi tanto na personalidade quanto na
saúde. Uma atitude descuidada faz o indivíduo parecer negligente, além de prejudicar o desempenho de certas
funções orgânicas. Para conseguir uma postura correta são fatores importantes o tono muscular e a criação de

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hábitos adequados. Qualquer exercício que melhore o tono muscular (esporte ou o simples caminhar) contribui
para a aquisição de uma boa postura. Quando a postura incorreta chega a causar perturbações físicas, é con-
veniente procurar um médico especializado, que aconselhará exercícios apropriados, uso de aparelhos para
manter o dorso ereto e outras providências.
Cuidado com os pés
As anormalidades dos arcos plantares (longitudinal, ao longo do bordo do pé; transversal, entre a base do
dedo grande e do dedo mínimo) são causa habitual de dor. O pé chato é desconhecido dos povos primitivos,
já que o hábito de andar descalço mantém o tono dos músculos e tendões. Dois exercícios são aconselháveis
para os que têm arcos fracos:
- Segurar a borda de um tapete com os dedos do pé;
- Caminhar em volta do quarto sobre o bordo externo do pé descalço ou com meias. Por vezes, o bem-estar
dos pés e o estímulo dos músculos e tendões podem ser facilmente obtidos, quando são eles mergulhados,
alternativamente, em água muito quente e muito fria.
Sono e repouso
O corpo humano necessita tanto de repouso quanto de atividade. A maioria dos adultos precisa de seis a
nove horas diárias de sono; os jovens devem dormir mais, principalmente nos períodos de crescimento rápido.
Deve-se conservar o hábito de dormir sempre no mesmo horário. A noite é o melhor período para dormir, porque
o ambiente está escuro e calmo. Dorme-se melhor quando as condições do ambiente propiciam conforto: quar-
to bem arejado, roupas adequadas e cobertas apropriadas à temperatura. Durante o sono, o organismo elimina
os resíduos acumulados durante o dia, os músculos relaxam, os tecidos regeneram-se e o cérebro descansa
da atividade a que foi submetido enquanto o indivíduo esteve acordado. Para os que têm insônia, recomenda-
-se relaxar bem a musculatura. Um banho morno à noite ajuda a conciliar o sono. Não se deve ingerir drogas
indutoras do sono sem prescrição médica.
Alimentação
O regime alimentar deve ser equilibrado e incluir proteínas, carboidratos, gorduras, sais minerais e vita-
minas. A hipovitaminose ou carência de vitaminas pode causar doenças, como escorbuto, beribéri, pelagra e
outras. Deve-se comer regularmente e em horas certas. Durante as refeições pode-se tomar quantidade mo-
derada de líquidos (leite, sucos de frutas ou água). Entre as refeições principais deve-se beber bastante água,
que é um regulador do funcionamento dos órgãos e necessário para a eliminação dos produtos de excreção. O
fumo tem efeitos nocivos sobre o sistema nervoso e os aparelhos respiratório e digestivo. Evitar fumar contribui,
portanto, para preservar a saúde. Do mesmo modo, aquele que faz uso imoderado de bebidas alcoólicas não
poderá desfrutar de saúde perfeita.
Asseio
A higiene é fundamental para a saúde. As mãos devem ser lavadas antes das refeições, para eliminar as
bactérias e vírus que podem ser levados à boca e infectar o organismo. O descanso do corpo requer banhos
frequentes para tirar o pó, o suor e a descamação da epiderme morta. É desaconselhável o banho após refei-
ções abundantes, pois a atividade digestiva subtrai muito sangue à circulação periférica, o que pode causar
cãibras e resfriados. Convém esperar pelo menos uma hora antes de tomar o banho. O cabelo e o couro cabe-
ludo devem ser conservados limpos da descamação que continuamente se produz. As unhas devem ser cuida-
das, cortadas convenientemente e mantidas sempre limpas. Os vernizes e pinturas para unhas às vezes são
prejudiciais. Os dentes devem ser escovados (pelo menos duas vezes por dia) para a necessária limpeza das
superfícies e dos espaços que os separam e remoção de partículas alimentares. É recomendável a consulta
periódica ao dentista.
Olhos e ouvidos
Os olhos precisam receber meticulosa atenção. Não convém forçá-los à leitura em ambientes onde seja
precária a iluminação. A luz artificial, em qualquer ambiente, deve ser bem planejada. É aconselhável procurar
um oftalmologista de tempos a tempos, principalmente se houver dores de cabeça, enxaquecas ou dificuldades
de visão. Os ouvidos devem ser protegidos, na medida do possível, de fatores externos que possam afetá-los
(água do mar ou das piscinas etc.), da mesma maneira que o nariz e a garganta, em que são frequentes as
infecções. É aconselhável a consulta periódica a um otorrinolaringologista.

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Prevenção de doenças infecciosas
Medidas importantes na prevenção de doenças infecciosas são a filtração e a cloração da água potável, o
uso de bebedouros e copos de papel descartáveis em lugares públicos, a cocção dos alimentos, a pasteuriza-
ção e o aquecimento do leite etc. Em relação às doenças que se transmite diretamente de pessoa a pessoa, o
isolamento dos pacientes é importante para proteger os indivíduos sadios. A vacinação tem sido muito eficaz
para deter a difusão de certas doenças infecciosas (varíola, febre tifoide, poliomielite etc.).
Lazer
O organismo responde às pressões do dia-a-dia com uma descarga de hormônios na circulação sanguínea
que acelera o metabolismo, o ritmo cardíaco e respiratório e aumenta a pressão sanguínea e a tensão muscu-
lar. Submetido continuamente a essas pressões, o indivíduo entra em estado de estresse e pode apresentar
problemas circulatórios, digestivos e mentais, como ansiedade, depressão e distúrbios de personalidade. Para
prevenir o estresse, os melhores remédios são o lazer e o relaxamento. Entre as atividades recomendadas
estão à dança, prática de esportes individuais ou em grupo, caminhada ao ar livre, meditação, ioga, leitura, pa-
lavras-cruzadas, jogos de cartas e o cultivo de algum passatempo, como colecionar selos e cuidar de animais.
Higiene do Ambiente do trabalho (Higiene Ambiental)
Dentre os fatores que influenciam na qualidade de vida e no trabalho desenvolvido pelos profissionais de
uma empresa está a limpeza e a higiene do local de trabalho, que comprovadamente exercem forte influência
sobre a produtividade dos colaboradores.
Isto porque, manter o ambiente de trabalho limpo e organizado garante um melhor aproveitamento dos es-
paços, bem como proporciona bem-estar e qualidade de vida para os profissionais que ali passam a maior parte
do seu dia, auxiliando consequentemente também no desempenho dos funcionários.
Nesse sentido, a higiene do trabalho refere-se a técnicas e métodos como, limpeza, conservação e cuida-
dos que quando implementados, evitam doenças.
Vale ressaltar ainda que, manter o ambiente de trabalho limpo e higienizado, também previne acidentes e
garante a manutenção dos equipamentos da organização.
Além do aspecto visual, incluindo poeira, manchas no chão, banheiros com odores fortes, equipamentos
com teias de aranhas, entre outros, existe ainda a sujeira que não está visível a olho nu e que também pode afe-
tar a saúde dos trabalhadores, como por exemplo as bactérias, os ácaros e demais microrganismos que podem
causar tosses, pneumonia, meningite, entre outras complicações capazes de comprometer a produtividade dos
funcionários e, por consequência, os lucros da empresa.
Dentre os problemas causados pela falta de organização e higiene do ambiente de trabalho, podemos citar
3
:
- Funcionários menos motivados e consequente redução na produtividade;
- Cansaço;
- Menor qualidade de vida;
- Diminuição da higiene pessoal, já que o ambiente está sujo;
- Aumento de doenças infecciosas (inclusive as graves, como dengue);
- Diminuição da vida útil dos equipamentos e outros materiais de trabalho.
Além dos problemas mencionados e da diminuição do desempenho da equipe, um ambiente de trabalho
sujo e mal organizado causa um impacto negativo nos clientes. Já um ambiente limpo e organizado, transmite
mais confiança e segurança para quem visita uma empresa, fator fundamental no meio corporativo.
Os funcionários de uma empresa também devem colaborar para a manutenção da higiene do ambiente de
trabalho, devendo evitar alguns comportamentos como por exemplo, comer em locais inadequados, acumular
lixo, bem como sujar banheiros e ambientes coletivos.

3 https://drlavatudo.com/blog/higiene-no-ambiente-de-trabalho/

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Higiene dos Equipamentos e Utensílios
Em todos os tipos de atividades, os equipamentos e utensílios utilizados pelos colaboradores devem obser-
var os padrões de higiene sanitários adequados, de modo a garantir e preservar a saúde e a segurança dos
trabalhadores.
Equipamentos e utensílios com higienização inadequada participam isoladamente ou associados a outros
fatores, de surtos de doenças, razão pela qual os utensílios devem passar constantemente por procedimentos
de higienização.
Além disso um procedimento precário de higienização permite que resíduos aderidos aos equipamentos e
superfícies transformem-se em potencial fonte de contaminação e proliferação de doenças, por isso precisam
ser lavados antes e após o uso com água, sabão e sanitizante, protegendo as áreas sensíveis dos equipamen-
tos (partes elétricas dos motores, etc), observando se não há nenhum resíduo acumulado.
Nesse sentido, os equipamentos de proteção individual e coletiva também devem passar por constantes
procedimentos de limpeza e higienização, como forma de manter a integridade do material e diminuir riscos de
acidentes e doenças, preservando assim a qualidade dos mesmos, e, consequentemente, a integridade física
de seus colaboradores.
Cada equipamento de proteção exige um tipo de manutenção e higienização, a fim de funcionar correta-
mente e proteger o usuário, como por exemplo:
- Se o EPI for descartável, o descarte após o uso deverá ser feito em local próprio e adequado, contudo,
se ele for permanente é necessário que seja lavado, sempre com sabão neutro e água corrente e o deixe
secar até o dia seguinte. Nem todos os EPIs devem ser lavados, às vezes é melhor descartar e comprar um
novo.
- Alguns EPIs, como por exemplo os protetores auriculares, devem ser higienizados com mais frequência.
- Os equipamentos devem secar na sombra- é importante evitar o sol, pois o calor pode danificar o material
e causar danos como rachaduras, por exemplo.
- O EPI deve ser guardado sempre seco. Um equipamento úmido pode desencadear a proliferação de bac-
térias.
- Armazenamento adequado: evite guardar o EPI junto com outros materiais.
- A higienização e a manutenção devem ser periódicas.
Nos casos em que o ambiente de trabalho tiver cozinhas ou áreas para alimentação, devem ser observadas
as seguintes orientações de higiene dos equipamentos e utensílios:
- Fogão: deve ser limpo todos os dias com água, sabão e sanitizante, depois que a chapa estiver fria;
- Geladeira e freezer: devem ser bem limpos por dentro e por fora, a geladeira uma vez por semana e o
freezer quinzenalmente, com água, sabão e sanitizantes e devem ser bem secos com pano limpo, antes de
recolocar os alimentos.
Utensílios, panelas, assadeiras: devem ser lavadas e sanitizadas antes e após serem utilizadas e, assim,
como em outros utensílios devem ser observados se não há nenhum resíduo, pois pode ser um foco de conta-
minação. Lembrando que:
- os resíduos maiores devem ser descartados no lixo, antes de iniciar a lavagem para evitar que entupa os
ralos;
- se o utensílio cair no chão deve ser lavado e sanitizado antes do uso;
- se for usar o mesmo utensílio que cortou um alimento para cortar outro, antes deve ser lavado para evitar
a contaminação cruzada;
A higiene do local de trabalho e dos equipamentos e utensílios são ações eficazes e contínuas de controle
de pragas urbanas, tendo o objetivo de impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou proliferação dos mesmos.

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Mas se estas medidas de prevenção não forem tão eficazes, o controle químico deve ser feito por uma
empresa especializada, a qual deve estabelecer procedimentos de pré e pós-tratamento, a fim de evitar a
contaminação dos equipamentos, utensílios e alimentos. Lembrando que após a aplicação os equipamentos e
utensílios que forem utilizados deverão ser higienizados.
O estudo dos agravos à saúde do trabalhador visa compreender e analisar os diversos impactos na saúde
decorrentes das condições laborais e do ambiente de trabalho. Esses agravos podem envolver uma variedade
de fatores, incluindo exposição a agentes nocivos, riscos ocupacionais, condições ergonômicas inadequadas,
aspectos psicossociais do trabalho e outros elementos que afetam a saúde física e mental dos trabalhadores.
Aqui estão alguns aspectos importantes relacionados a esse estudo:
1. Definição de agravos à saúde do trabalhador: os agravos à saúde do trabalhador referem-se a danos,
prejuízos ou efeitos adversos na saúde decorrentes das atividades laborais. Isso pode incluir lesões, doenças
ocupacionais, distúrbios psicossociais, entre outros.
2. Lesões e acidentes de trabalho: lesões físicas resultantes de acidentes de trabalho são consideradas
agravos à saúde do trabalhador. Isso inclui quedas, contusões, cortes, queimaduras e outros eventos que cau-
sam danos físicos imediatos.
3. Doenças ocupacionais: doenças ocupacionais são aquelas diretamente relacionadas ao tipo de trabalho
realizado. Exemplos incluem doenças respiratórias devido à exposição a substâncias tóxicas, transtornos mus-
culoesqueléticos devido a esforços repetitivos e exposição a agentes cancerígenos.
4. Condições ergonômicas inadequadas: agravos à saúde do trabalhador podem surgir de condições
ergonômicas precárias, levando a problemas como lesões por esforço repetitivo (LER), distúrbios musculoes-
queléticos e problemas posturais.
5. Aspectos psicossociais do trabalho: fatores psicossociais, como estresse no trabalho, assédio, carga
excessiva de trabalho e falta de autonomia, podem impactar a saúde mental dos trabalhadores, resultando em
agravos como ansiedade, depressão e esgotamento profissional.
6. Exposição a agentes nocivos: trabalhadores expostos a agentes químicos, físicos ou biológicos nocivos
no ambiente de trabalho podem sofrer agravos à saúde, incluindo intoxicações, alergias e doenças infecciosas.
7. Vigilância em saúde do trabalhador: a vigilância em saúde do trabalhador envolve a coleta e análise de
dados relacionados à saúde dos trabalhadores para identificar agravos, padrões de doenças e riscos ocupacio-
nais. Isso permite a implementação de medidas preventivas e corretivas.
8. Participação dos trabalhadores: a participação ativa dos trabalhadores é crucial no estudo dos agravos
à saúde. A escuta atenta dos trabalhadores sobre suas condições laborais pode fornecer insights valiosos para
a identificação e prevenção de agravos.
9. Políticas de saúde e segurança no trabalho: a implementação eficaz de políticas de saúde e segurança
no trabalho desempenha um papel significativo na prevenção de agravos à saúde dos trabalhadores. Isso en-
volve a criação de normas, regulamentações e práticas que promovam ambientes laborais seguros e saudáveis.
10. Integração de medidas preventivas: a abordagem mais eficaz para lidar com agravos à saúde do
trabalhador é a integração de medidas preventivas, incluindo treinamento adequado, uso de equipamentos
de proteção individual (EPIs), monitoramento constante das condições de trabalho e promoção de ambientes
laborais saudáveis.
A compreensão desses agravos permite a implementação de medidas preventivas e a promoção de práticas
que protejam a saúde física e mental dos trabalhadores em diferentes setores e atividades profissionais.

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Hierarquia de controle de riscos

Destaca-se que é fundamental esgotar todas as possibilidades de controle dos fatores de risco nos ambien-
tes de trabalho por meio de medidas coletivas antes de considerar as de proteção individual. Algumas dessas
medidas incluem:
– Educação permanente em saúde e fornecimento de informações aos trabalhadores.
– Acompanhamento por equipes de saúde, seguindo os procedimentos estabelecidos no Programa de Con-
trole Médico e Saúde Ocupacional, e monitoramento sistemático da situação de saúde para identificar altera-
ções ou agravos resultantes da exposição a fatores de risco no trabalho.
– Identificação dos riscos e perigos no ambiente de trabalho, com recomendação de medidas corretivas para
cada situação observada.
– Adoção de normas de saúde e segurança no trabalho, incluindo as Normas Regulamentadoras, e boas
práticas de funcionamento conforme as orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Quando o uso de equipamentos de proteção individual for necessário, esses devem ser adequados aos ris-
cos, às situações reais de trabalho e às especificações e diferenças individuais dos trabalhadores. Além disso,
é fundamental que esses equipamentos tenham garantia de qualidade, e sua efetividade deve ser avaliada em
situações e condições de uso cotidianas. Os trabalhadores devem ser devidamente capacitados sobre o uso
dos equipamentos de proteção individual, enquanto os empregadores têm a responsabilidade de realizar o
acompanhamento da utilização, manutenção, reposição periódica e higienização desses equipamentos.
O processo de investigação da relação entre a doença ou agravo e o trabalho é preferencialmente conduzido
por uma equipe multidisciplinar, embora qualquer profissional de saúde possa realizar a investigação epidemio-
lógica e estabelecer a conexão com o trabalho. A primeira etapa envolve o reconhecimento de casos suspeitos,
que inclui a identificação do usuário como trabalhador e uma escuta qualificada das queixas pelo profissional
de atendimento.
Em situações mais complexas ou quando o profissional de atendimento se sentir inadequadamente prepara-
do, é recomendável acionar os órgãos de vigilância e os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador para
obter apoio especializado, facilitando a compreensão da relação entre o evento de saúde e o trabalho.
Para estabelecer a relação com o trabalho, são considerados a anamnese ocupacional, o exame clínico, a
avaliação de relatórios e exames complementares, além da história clínica e ocupacional atual e pregressa do
trabalhador. Isso envolve verificar se:
– Existe compatibilidade entre a doença ou agravo e uma alteração corporal/funcional específica.
– Houve identificação e caracterização da exposição a agentes no ambiente e nos processos de trabalho
potencialmente causadores da doença ou agravo.
– A atividade desenvolvida expõe o trabalhador ao risco de doença ou agravo.

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– O trabalho foi um dos fatores causais da ocorrência ou contribuiu para o agravamento da doença ou agra-
vo.
Outros aspectos relevantes para a condução da investigação incluem o conhecimento e avaliação do local e
da organização do trabalho, através de inspeção sanitária em saúde do trabalhador; o levantamento de dados
epidemiológicos; a consulta à literatura científica; a investigação de eventos anteriores ocorridos em trabalha-
dores expostos a riscos semelhantes; e a coleta de depoimentos e experiências dos próprios trabalhadores.
Segundo NR-01:
NR 01 - DISPOSIÇÕES GERAIS e GERENCIAMENTO DE RISCOS OCUPACIONAIS

1.5.4.2.1 O levantamento preliminar de perigos deve ser realizado:


a) antes do início do funcionamento do estabelecimento ou novas instalações;
b) para as atividades existentes; e
c) nas mudanças e introdução de novos processos ou atividades de trabalho.

1.5.4.3.1 A etapa de identificação de perigos deve incluir:


a) descrição dos perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde;
b) identificação das fontes ou circunstâncias; e
c) indicação do grupo de trabalhadores sujeitos aos riscos.

1.5.4.3.2 A identificação dos perigos deve abordar os perigos externos previsíveis relacionados ao trabalho
que possam afetar a saúde e segurança no trabalho.

Acidente do Trabalho: Definição e legislação previdenciária. Equiparação dos aci-


dentes de trabalho às doenças relacionadas ao trabalho. Emissão de Comunicação de
Acidente do Trabalho (CAT). Modelos, metodologias, etapas da análise de acidentes de
trabalho e tecnologias de prevenção e combate a sinistros. Estudo de fatores causais
em eventos ocupacionais adversos. Acidentes ampliados, planificação de emergências e
catástrofes. Proteção contra incêndio e explosões. Cuidados e protocolos com respeito
ao trabalho em espaços confinados. Primeiros socorros

Acidentes do trabalho
Os adicionais de insalubridade e periculosidade, assim como o adicional noturno, são chamados de
salários-condição, ou seja, tais parcelas só serão devidas enquanto existirem os motivos que deram ensejo ao
recebimento. Releia a Súmula nº 80 do TST.
O art. 19, caput, da Lei no 8.213/1991 fixa um conceito para o acidente de trabalho:
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de em-
pregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 dessa lei,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho.
Acidente do trabalho típico4 é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de
empregador doméstico, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (art. 19, Lei n. 8.213/91).
Além do acidente típico, consideram­se acidente do trabalho (art. 20, Lei n. 8.213/91):

4 Romar, Carla Teresa M. Direito do trabalho. (Coleção esquematizado®). (8th edição). Editora Saraiva,
2022.

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– A doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência
Social;
– A doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em
que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação elaborada pelo Ministério
do Trabalho e da Previdência Social.
Constatando-se que determinada doença não incluída na relação específica resultou das condições especiais
em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la
acidente do trabalho (§ 2º, art. 20, Lei n. 8.213/91).
Não são consideradas como doença do trabalho (§ 1º, art. 20, Lei n. 8.213/91):
– A doença degenerativa;
– A inerente a grupo etário;
– A que não produza incapacidade laborativa;
– A doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo
comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
Equiparam-se também ao acidente do trabalho (art. 21, Lei n. 8.213/91):
– O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para
a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija
atenção médica para a sua recuperação;
– O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;
– A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;
– O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por ela dentro de seus planos
para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo
de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de
locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades
fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho (§ 1º,
art. 21, Lei n. 8.213/91).
Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de
outra origem, associe-se ou se superponha às consequências do anterior (§ 2º, art. 21, Lei n. 8.213/91).
A natureza acidentária da incapacidade do trabalhador para o trabalho decorre da constatação da ocorrência
de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa
ou do empregado doméstico e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação
Internacional de Doenças (CID) – (art. 21­A, Lei n. 8.213/91).
Cópia da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) deve ser fornecida ao acidentado ou a seus
dependentes, bem como ao sindicato a que corresponda a sua categoria (§ 1º, art. 22, Lei n. 8.213/91).

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Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la (§ 2º, art. 22, Lei n. 8.213/91):
– O próprio acidentado;
– Os dependentes do acidentado;
– A entidade sindical competente;
– O médico que o assistiu;
– Qualquer autoridade pública.
Considera­se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da
incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia
em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro (art. 23, Lei n. 8.213/91).
A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até
o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob
pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente
aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social (art. 22, Lei n. 8.213/91).
Com o intuito de evitar a ocorrência de acidentes do trabalho e de doenças profissionais, a empresa é
responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do
trabalhador (§ 1º, art. 19, Lei n. 8.213/91).
Desse modo, a ocorrência de acidente do trabalho ou das situações a ele equiparáveis pode acarretar
diversas consequências jurídicas para o empregador, entre as quais está a responsabilidade civil, caracterizada
pelo dever de indenizar os danos sofridos pelo trabalhador em decorrência do acidente (morais, materiais,
estéticos).
Nesse sentido, o art. 7º, XXVIII, da Constituição Federal estabelece, como direito dos trabalhadores urbanos
e rurais, o “seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa”.
O seguro contra acidentes de trabalho abrange diversos benefícios acidentários, entre os quais estão,
principalmente, as prestações de serviços, que correm às expensas do INSS, mediante financiamento do
Estado e dos empregadores (art. 22, II, Lei n. 8.212/91).
Já a indenização, fundamentada na culpa aquiliana lato sensu (art. 186, Código Civil),75 é suportada pelo
próprio empregador responsável, em caso de ação ou omissão decorrente de culpa ou dolo.76
No entanto, a questão relativa à natureza da responsabilidade do empregador pelos danos causados ao
empregado decorrentes de acidente do trabalho é bastante polêmica, podendo ser identificadas diversas
correntes a respeito do tema, entre as quais destacam­se:
a) teoria da responsabilidade subjetiva;
b) teoria da responsabilidade objetiva em atividades de risco;
c) teoria da responsabilidade objetiva como regra geral; e
d) teoria da responsabilidade com culpa presumida.
O processo de trabalho em saúde, especialmente nas ações de promoção da saúde e prevenção de doen-
ças, é caracterizado por práticas comunicativas, com ênfase na comunicação interpessoal e midiática. Destaca-
mos que essas ações devem ser desenvolvidas por meio de processos de planejamento e avaliação alinhados
com as políticas de saúde (RANGEL-S, 2005). Nesse contexto, é crucial desenvolver estratégias que coloquem
o usuário e suas necessidades no centro dessas práticas, buscando reduzir as assimetrias e hierarquias ine-
rentes às dinâmicas do processo comunicativo e das relações sociais em uma sociedade marcada pela desi-
gualdade.
As atividades educativas voltadas para a promoção da saúde e prevenção de doenças se destacam como
um espaço privilegiado para a produção das práticas de comunicação com os usuários, ganhando maior rele-
vância com a expansão da atenção básica e da estratégia de saúde da família. Diante desse cenário, torna-se
imperativo revisar as práticas educativas, alinhando-as aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e,

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mais especificamente, à integralidade. O modelo de educação dialógica, em contraponto ao modelo tradicional,
destaca-se por adotar a comunicação dialógica como estratégia para práticas de educação em saúde sensíveis
às necessidades subjetivas e culturais dos usuários (ALVES, 2005).
Segundo Alves (2005:48), o propósito da educação dialógica não consiste apenas em fornecer informações
sobre a saúde, mas sim em transformar os saberes existentes. Nessa perspectiva, a prática educativa visa
promover o desenvolvimento da autonomia e do autocuidado em saúde. No entanto, essa transformação não é
mais baseada na imposição de um conhecimento técnico-científico detido pelo profissional de saúde, mas sim
na promoção da compreensão da situação de saúde (ALVES, 2005:48).
Diante de um cenário que exige a construção de práticas educativas como estratégia de intervenção no
processo saúde-doença-cuidado, desenvolver uma comunicação dialógica torna-se fundamental. Isso visa for-
talecer os laços de corresponsabilidade entre profissionais de saúde e usuários, reconhecendo e compreen-
dendo os determinantes sociais em saúde, bem como comprometendo-se com a transformação da realidade
comunitária para garantir o direito à qualidade de vida da população (RANGEL-S, 2005).
A comunicação, como prática, é intrinsecamente assimétrica, evidenciando as diversas posições de poder
ocupadas pelos participantes. No contexto do trabalho em saúde, a relevância da comunicação destaca-se
como um desafio significativo para os profissionais em suas práticas. Rangel-S (2005) destaca três atitudes
essenciais no processo de construção de uma comunicação dialógica: atitude dialógica, atitude de pesquisa e
atitude reflexiva.
1. Atitude Dialógica: refere-se à predisposição para compreender a interpretação do outro sobre o evento
em questão, como uma doença ou agravo. Isso implica reconhecer o conhecimento do usuário como tão signi-
ficativo quanto o do profissional de saúde, sem subestimar suas experiências.
2. Atitude de Pesquisa: envolve o desenvolvimento de uma atitude de pesquisa pelo profissional de saú-
de. Isso significa adotar uma postura de questionamento, de surpresa, buscando agregar novas interpretações
para compreender o mundo. Essa atitude incentiva a desconfiança em relação à obviedade das coisas, às
análises habituais impregnadas de conteúdos ideológicos e preconceitos.
3. Atitude Reflexiva: enfatiza a necessidade de observar e refletir sobre as posturas adotadas pelos su-
jeitos nas práticas cotidianas relacionadas aos riscos à saúde. Além disso, requer uma avaliação crítica da
própria postura na relação com o outro, validando suas respostas e abrindo perspectivas para a incorporação
de práticas investigativas na rotina de trabalho. Isso pode ser alcançado por meio da adoção de técnicas de
observação e entrevistas. (Fonte: adaptado de Rangel-S, 2005).

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Os princípios mencionados anteriormente proporcionam o reconhecimento da existência de diversos dis-
cursos na sociedade brasileira relacionados à saúde do trabalhador. Esses discursos, como o sanitarista, co-
existem e se contrapõem a outros, como o biomédico, o da saúde como mercadoria e o de culpabilização
dos trabalhadores por doenças e agravos vinculados às condições de trabalho. A análise de comunicações
dedicadas à saúde do trabalhador permite a identificação e compreensão desses discursos, destacando suas
potencialidades e fragilidades. Essa observação enriquece a compreensão do fenômeno, proporcionando uma
leitura mais abrangente.
Essa perspectiva possibilita ainda reconhecer “vozes” sociais adicionais com as quais esses discursos
interagem e tentam se distinguir. Ao examinar peças de comunicação sobre a saúde do trabalhador, é viável
delinear uma interpretação dos discursos que permeiam a abordagem dessa temática. Isso não apenas facilita
o entendimento desses discursos, mas também revela como eles se posicionam na disputa de significados
presente no campo social (ARAÚJO, 2004; ARAÚJO, 2006; LAMEGO, RANGEL, 2013).
— Conceitos
Acidente de trabalho
Qualquer incidente não natural envolvendo acidentes e violências (Capítulo XX da CID-10 V01 a Y98) que
ocorra no ambiente de trabalho ou durante o exercício do trabalho, enquanto o trabalhador está desempenhan-
do atividades relacionadas à sua função, a serviço do empregador (Típico) ou no percurso entre a residência e
o trabalho (Trajeto). Esse incidente provoca lesão corporal ou perturbação funcional, podendo resultar na perda
ou redução temporária ou permanente da capacidade de trabalho e até mesmo na morte.
Acidente de trabalho com exposição a material biológico
Qualquer ocorrência que envolva acidente de trabalho com todas as categorias profissionais, incluindo a
exposição direta ou indireta do trabalhador a material biológico (orgânico) potencialmente contaminado por pa-
tógenos (vírus, bactérias, fungos, príons e protozoários), através de material perfurocortante ou não.

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Transtornos mentais relacionados ao trabalho
Qualquer caso de sofrimento emocional, manifestado de diversas formas, como choro fácil, tristeza, medo
excessivo, doenças psicossomáticas, agitação, irritação, nervosismo, ansiedade, taquicardia, sudorese, inse-
gurança, entre outros sintomas. Esses sintomas podem indicar o desenvolvimento ou agravamento de trans-
tornos mentais, utilizando os CID-10: Transtornos mentais e comportamentais (F00 a F99), Alcoolismo (Y90 e
Y91), Síndrome de Burnout (Z73.0), Sintomas e sinais relativos à cognição, à percepção, ao estado emocional
e ao comportamento (R40 a R46), Pessoas com riscos potenciais à saúde relacionados com circunstâncias
socioeconômicas e psicossociais (Z55 a Z65), Circunstância relativa às condições de trabalho (Y96) e Lesão
autoprovocada intencionalmente (X60 a X84). Esses transtornos têm como elementos causais fatores de risco
relacionados ao trabalho, resultantes da organização e gestão do trabalho ou exposição a determinados agen-
tes tóxicos.
Câncer relacionado ao trabalho
Qualquer caso de câncer em que a exposição a fatores, agentes e situações de risco presentes no ambiente
e processo de trabalho seja um dos elementos causais, mesmo após a cessação da exposição.
Dermatoses ocupacionais
Toda alteração na pele, mucosas e anexos, direta ou indiretamente causada, agravada ou mantida pelo
trabalho, relacionada à exposição a agentes químicos, biológicos ou físicos, bem como a quadros psíquicos.
Pode ocasionar afecções do tipo irritativa (a maioria) ou sensibilizante, confirmadas por critérios clínicos, epi-
demiológicos ou laboratoriais.
Pneumoconioses
Todas as doenças pulmonares causadas pela inalação e acúmulo de poeiras inorgânicas nos pulmões, com
reação celular à presença dessas poeiras, devido à exposição no ambiente ou processo de trabalho. Exemplos
de pneumoconioses incluem asbestose, silicose, beriliose, estanhose, siderose, entre outras.
PAIR (Perda Auditiva Induzida pelo Ruído)
Todos os casos de PAIR caracterizados pela diminuição gradual da acuidade auditiva, resultante da expo-
sição contínua ao ruído, associada ou não a substâncias químicas, no ambiente de trabalho. É sempre neu-
rossensorial, geralmente bilateral, irreversível e passível de não progressão uma vez cessada a exposição ao
ruído.
LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho)
Todas as doenças, lesões e síndromes que afetam o sistema musculoesquelético, causadas, mantidas ou
agravadas pelo trabalho (CID-10 G50-59, G90-99, M00-99). Caracterizam-se geralmente pela ocorrência de
vários sintomas inespecíficos, concomitantes ou não, como dor crônica, parestesia, fadiga muscular, manifes-
tando-se principalmente no pescoço, coluna vertebral, cintura escapular, membros superiores ou inferiores.
Aspectos legais, protocolos de atenção e notificação
O conhecimento dos riscos e agravos à saúde relacionados ao trabalho é crucial para o planejamento de
ações de assistência, vigilância e intervenção nos ambientes laborais.
Os sistemas destinados a notificar/registrar casos de doenças e agravos relacionados ao trabalho incluem o
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde e o Sistema de Informações
em Saúde do Trabalhador (SIST/RS), que tem um enfoque epidemiológico e abrange casos suspeitos e confir-
mados de relações com o trabalho, independentemente do vínculo laboral.
A notificação de doenças e agravos relacionados ao trabalho é compulsória para médicos e outros profissio-
nais de saúde, bem como para responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, conforme estabeleci-
do pela Lei nº 6.259/1975, art. 8º. A notificação compulsória deve ocorrer diante da suspeita ou confirmação de
doença ou agravo, sendo essencial implementar a notificação compulsória dos agravos à saúde relacionados
ao trabalho na Rede de Atenção à Saúde do SUS e na rede privada.
A Resolução CIB 189 de 2020 institui a notificação universal de todos os agravos de notificação compulsória
relacionados ao trabalho no Rio Grande do Sul.

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As doenças e agravos relacionados ao trabalho notificados no SINAN incluem acidente de trabalho, cân-
cer relacionado ao trabalho, dermatoses ocupacionais, exposição a material biológico, intoxicações exógenas
relacionadas ao trabalho, LER/DORT, perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR), pneumoconiose e transtornos
mentais relacionados ao trabalho.
Outros agravos relacionados ao trabalho, sem ficha específica no SINAN, devem ser notificados no SIST
por meio do Relatório Individual de Notificação de Agravos (RINA).
O processo de notificação pelos serviços de saúde é fundamental para a vigilância em saúde do trabalha-
dor, contribuindo para o conhecimento do território e o planejamento de ações. A notificação faz parte dos indi-
cadores de saúde no Rio Grande do Sul, especificamente o Indicador RS 4 – Taxa de notificação de agravos e
doenças relacionados ao trabalho.
Diversos protocolos e documentos orientativos estão disponíveis para facilitar a notificação de diferentes
agravos, como acidentes de trabalho, câncer relacionado ao trabalho, dermatoses ocupacionais, intoxicações
exógenas, LER/DORT, perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR), pneumoconiose e transtornos mentais rela-
cionados ao trabalho. Esses recursos visam a padronização e eficácia do processo de notificação, fornecendo
diretrizes claras para os profissionais de saúde

Toxicologia Ocupacional: Noções conceituais de toxicologia ocupacional relaciona-


das a perigo, risco, efeitos tóxicos e agente tóxico. Testes de avaliação de toxicidade
aguda e crônica. Fases da intoxicação. Limite de tolerância e limite de exposição ocu-
pacional. Classificações quanto à intoxicação. Vias de penetração de um agente tóxico.
Absorção e distribuição pelo organismo. Dose, efeito e resposta e relações dose-efeito
e dose-resposta. Exposição ocupacional e efeitos. Limite de tolerância; limite de exposi-
ção ocupacional. Toxicocinética e toxicodinâmica

A Toxicologia é uma ciência que busca estabelecer o uso seguro de substâncias químicas, através da
avaliação quantitativa do espectro das alterações biológicas produzidas pela exposição aos agentes químicos
e da análise do efeito adverso de substâncias químicas sobre os organismos vivos, com a finalidade de prevenir
efeitos indesejados e perigosos para a saúde do homem.
Neste cenário, a Toxicologia Ocupacional estuda os efeitos nocivos causados por substâncias químicas
presentes no ambiente de trabalho.
Importante destacar que em um ambiente de trabalho, a saúde e a segurança dos trabalhadores são sempre
uma preocupação, afinal, acidentes e doenças estão sempre os ameaçando.
Por esta razão, um dos objetivos da Segurança do Trabalho e da Toxicologia Ocupacional é a prevenção
dos danos à saúde do trabalhador, que possam ser causados por químicos no ambiente laboral. Para tanto,
os níveis de exposição ao risco, quando presentes no ambiente, devem permanecer em uma faixa de valores
considerada aceitável.
O crescimento acelerado das empresas e das indústrias, e consequentemente o aumento do uso de produtos
químicos, são fatores responsáveis pela exposição do trabalhador a uma variedade de substâncias capazes
de produzirem efeitos indesejáveis sobre os sistemas biológicos. As medidas preventivas destinadas a este fim
são conhecidas como procedimentos de monitoramento.
A toxicologia se baseia análise de três elementos básicos:

1) o agente químico capaz de produzir um efeito;

2) o sistema biológico com o qual o agente capaz irá interagir para produzir o efeito;

3) o efeito resultante que deverá ser adverso (ou tóxico) para o sistema biológico.

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Para prevenir e minimizar os efeitos causados por agentes químicos no ambiente de trabalho é necessário
um grande conhecimento sobre os agentes ocupacionais potencialmente tóxicos, especialmente informações
sobre a toxicidade das substâncias e a relação dose/resposta.
Esses dados podem ser obtidos por meio da análise detalhada de cada ambiente de trabalho e ainda por
meio experimentos, pesquisas epidemiológicas, estudos de caso, etc.
Com os dados experimentais e epidemiológicos, torna-se possível definir critérios de segurança para cada
substância, como, por exemplo, as suas concentrações aceitáveis, e adotar medidas de prevenção que tornem
possível respeitar esses critérios. Dessa maneira, é mantida a saúde do trabalhador, ou, em outras palavras,
alcançado o objetivo da Toxicologia Ocupacional 5.
Após a identificação e análise dos agentes químicos capazes de produzir algum dano à saúde do trabalhador,
necessário se faz o monitoramento ambiental constante, como forma de controle desses agentes nocivos, sendo
o único modo de se prevenir o aparecimento de alterações prejudiciais à saúde, decorrentes da exposição
ocupacional.
O monitoramento ambiental, entretanto, ao estimar a intensidade da exposição, não é inteiramente satisfatório
para evitar o risco decorrente da exposição ocupacional a agentes nocivos. Existem inúmeras variáveis que
prejudicam a associação direta entre a exposição e os efeitos nocivos.
Os indivíduos diferem quanto à duração e à intensidade da exposição aos contaminantes da atmosfera,
aos hábitos alimentares, hábitos próprios no trabalho e no macroambiente. O monitoramento ambiental não
considera, por exemplo, o trabalho extra ou o trabalho pesado, quando pode ocorrer até 20 vezes mais inalação
de ar por minuto do que no trabalho leve.
Por esta razão, recomenda-se também o monitoramento biológico, que estima o risco para a saúde dos
indivíduos expostos a substâncias químicas com base na exposição interna do organismo (dose interna).
Neste caso, os trabalhadores são examinados, individualmente, procurando detectar precocemente uma
exposição excessiva (antes que alterações biológicas significativas ocorram) ou, então, algum distúrbio biológico
reversível (antes que tenham causado algum prejuízo à saúde).
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO
Para um monitoramento eficaz do ambiente de trabalho, recomenda-se a implantação do Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), que é um programa que deve ser elaborado em implantado
em todas as empresas que possuam funcionários registrados, com o objetivo de promoção e preservação
da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. É estabelecido com o Médico do Trabalho, juntamente com a
empresa que o mesmo irá prestar os serviços.
A Norma Regulamentadora – NR-7 estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte
de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do
conjunto dos seus trabalhadores.
O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) constitui um programa fundamentado
na Norma Regulamentadora número 7 do Ministério do Trabalho (NR 7). Seu propósito é eminentemente pre-
ventivo, visando o rastreamento e diagnóstico precoce de possíveis agravos à saúde relacionados ao trabalho,
abrangendo tanto aspectos subclínicos quanto a identificação de casos de doenças profissionais ou danos
irreversíveis à saúde dos trabalhadores.
A elaboração e implementação do PCMSO devem ser orientadas pelos riscos à saúde dos trabalhadores,
especialmente aqueles identificados nas avaliações previstas em outras Normas Regulamentadoras ou no le-
vantamento de riscos conduzido pelo Setor de Engenharia e Segurança do Trabalho (SESET).
A Norma Regulamentadora 7 (NR-7)
A Norma Regulamentadora 7 (NR-7) é uma legislação brasileira que estabelece diretrizes e requisitos para
o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) em empresas. Emitida pelo Ministério do
Trabalho e Emprego, a NR-7 tem como objetivo promover a saúde e a segurança dos trabalhadores por meio
da prevenção, monitoramento e controle de riscos ocupacionais.

5 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/medicina/introducao-a-toxicologia/52187

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A NR-7 foi instituída pela Portaria nº 24, de 29 de dezembro de 1994, e sofreu atualizações subsequentes
para garantir a eficácia e a adequação às mudanças nas práticas de saúde ocupacional. Aqui estão alguns
pontos-chave relacionados à NR-7:

1. PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional: O PCMSO é um programa obrigatório


para todas as empresas que admitam trabalhadores como empregados. Ele visa a promoção e preservação da
saúde dos trabalhadores, integrando ações de saúde médica e ocupacional.

2. Elaboração do PCMSO: A NR-7 estabelece que o PCMSO deve ser elaborado e implementado por mé-
dico do trabalho, com a colaboração dos demais profissionais de saúde necessários, levando em consideração
os riscos específicos de cada atividade laboral.

3. Abrangência e Periodicidade dos Exames Médicos: O PCMSO define a obrigatoriedade de realização de


exames médicos admissionais, periódicos, de retorno ao trabalho, de mudança de função e demissionais. A
periodicidade desses exames varia de acordo com a atividade e os riscos ocupacionais a que os trabalhadores
estão expostos.

4. Riscos Ocupacionais e Exames Complementares: A NR-7 estabelece que o PCMSO deve considerar os
riscos ocupacionais presentes no ambiente de trabalho. Com base nessa avaliação, são determinados os exa-
mes complementares necessários para monitorar a saúde dos trabalhadores.

5. Colaboração entre Profissionais de Saúde: O PCMSO promove a integração entre diferentes profissio-
nais de saúde, como médicos, enfermeiros, engenheiros de segurança do trabalho e outros especialistas, para
garantir uma abordagem abrangente na gestão da saúde ocupacional.

6. Registro e Documentação: A NR-7 estabelece a necessidade de manter registros atualizados dos re-
sultados dos exames médicos e demais avaliações realizadas no âmbito do PCMSO. Essa documentação é
essencial para a fiscalização e auditorias.

7. Atendimento em Caso de Necessidade: A norma destaca a importância de garantir o atendimento médico


aos trabalhadores em casos de urgência ou emergência relacionados ao trabalho, independentemente do ho-
rário de funcionamento dos serviços de saúde.

8. Comunicação de Doenças Ocupacionais: A NR-7 estabelece procedimentos para a comunicação de do-


enças ocupacionais aos trabalhadores e aos órgãos competentes, quando aplicável, garantindo a transparên-
cia e a responsabilidade no manejo dessas situações.

9. Responsabilidades dos Empregadores: A norma define que é responsabilidade do empregador garantir


a implementação e a manutenção do PCMSO, bem como proporcionar todas as condições necessárias para a
eficácia do programa.

10. Promoção de Ambientes de Trabalho Saudáveis: A NR-7 contribui para a promoção de ambientes de
trabalho mais seguros e saudáveis, ao exigir a identificação e o controle de riscos, o monitoramento da saúde
dos trabalhadores e a implementação de ações preventivas.
O cumprimento da NR-7 é fundamental para garantir a saúde e a integridade dos trabalhadores, promo-
vendo a prevenção de doenças ocupacionais e a promoção de ambientes de trabalho seguros. Empregadores
devem estar cientes das exigências da norma e implementar as medidas necessárias para atender a seus
requisitos.

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TOXICOCINÉTICA
A fase da toxicocinética é caracterizada como sendo a ação que o organismo realiza sobre a substância
toxicante. Atua em 04 níveis distintos e consecutivos: absorção, distribuição, metabolismo e excreção.
A absorção é a primeira fase da toxicocinética caracteriza pela entrada do toxicante no organismo por meio
de transporte em membranas. Um toxicante pode ter sua ação tóxica potencializada ou diminuída pela via de
absorção, levando-se em consideração suas características físico-químicas e as condições do meio, como
hidrossolubilidade ou lipossolubilidade, grau de ionização, área de absorção, pH do meio, etc.
As principais vias de absorção de toxicantes são pela via respiratória (gases, substancias altamente voláteis,
etc.) e pela mucosa gastrintestinal (geralmente intoxicação intencional com medicamentos, venenos, etc., mas
também acidentais, especialmente no caso de crianças).
A absorção de toxicantes pela pele é menos comum, mas ela ocorre com substancias que possuem alta
lipossolubilidade como pesticidas do grupo dos organofosforados e organoclorados, substâncias que em animais
superiores são responsáveis por crises colinérgicas, aumento do risco do desenvolvimento de neoplasias e
leucemias, etc.
A absorção por outras vias é menos comum e conhecida, mas sua existência é possível desde que observadas
as características da região que o toxicante se encontra e também as características do mesmo.
A absorção é facilitada por mecanismos de transporte através da membrana como transporte passivo (quando
o gradiente de concentração favorece a entrada da substância, que nesse caso deve possuir estrutura molecular
pequena), transporte ativo (onde há gasto de energia, pois a entrada da substância vai contra o gradiente
de concentração, sendo esta uma via de transporte saturante, envolvendo carreadores de origem proteica),
pinocitose (englobamento de substâncias através da membrana celular) e difusão facilitada (transporte passivo
mais elaborado, com ou sem a presença de proteínas).
Após a absorção o toxicante é distribuído pelo corpo, onde essa substância busca transpor barreiras
biológicas (hematoencefálica, placentária, etc.) e se ligar em proteínas plasmáticas (principalmente a albumina),
pois estes são os principais carreadores de substancias químicas.
Enquanto a substância estiver ligada a uma proteína plasmática, ela não desenvolve ação alguma no
organismo, porém ela também não é metabolizada e nem excretada. A ligação não é irreversível, geralmente
do tipo liga-desliga, pois favorece a ligação com o sítio de ação do toxicante. Quanto maior a taxa de ligação
de uma substância às proteínas plasmáticas, maior a meia-vida dessa substância e mais tempo ela permanece
circulante.
A compleição física do indivíduo, com especial atenção ao seu estado nutricional e a saúde hepática tem
importância significativa nessa fase da toxicocinética. Indivíduos subnutridos ou com distúrbios hepáticos, com
poucas proteínas e metabolismo desta é baixo, tem uma fração livre de toxicantes maior do que um mesmo
indivíduo saudável, quando expostos ao mesmo tipo de intoxicação.
Quanto maior a fração livre da substância, maior serão os efeitos tóxicos no organismo. O fígado é importante,
pois ele é o principal órgão produtor de proteínas, hormônios, etc. e toda a albumina circulante é produzida no
fígado.
A biotransformação ou metabolismo da substância é a terceira etapa da toxicocinética, ocorrendo nela ação
sinérgica de fígado e rim sobre a substância, e com isso, está intimamente relacionada com a excreção.
O fígado por meio de enzimas metabolizadores de fase 1 e fase 2 transforma a substância xenobiótica com
pouca solubilidade em meio aquoso, para um produto mais hidrossolúvel facilitando o processo de excreção
dos rins.
A classe de enzimas do citocromo P450 (CYP450) metaboliza todas as classes de fármacos e outros
xenobióticos (como biomoléculas, toxicantes, etc.) e atua em várias famílias químicas e bioquímicas
simultaneamente, surgindo daí o conceito de indução ou inibição enzimática dessas enzimas metabolizadoras,
aumentando ou diminuindo a ação farmacológica e, muitas vezes, favorecendo os efeitos tóxicos presentes nos
medicamentos, o que é bastante preocupante na prática terapêutica.

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As reações de fase 1 do metabolismo envolvem reações simples de oxidação e redução das substâncias,
entre outras reações, tornando-as mais polares e com maior solubilidade em meio aquoso, podendo logo após
essa fase ser excretado. É nessa fase que as enzimas do CYP450 atuam principalmente.
As reações de fase 2 são também denominadas de reações de conjugação, pois grupamentos são adicionados
nas moléculas, complexando-se em substâncias hidrossolúveis com o auxílio de enzimas (transaminases e
glicuronidases).
As reações de biotransformação também podem potencializar (bioativar) o efeito tóxico ou farmacológico de
uma substância.
O paracetamol é um fármaco que quando administrado inicialmente é inofensivo ao organismo, mas após a
passagem do fígado, ele sofre reações que gera uma estrutura tóxica que geram radicais livres e é prejudicial
para os hepatócitos.
O mesmo ocorre com hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAH’s) que após biotransformação no fígado
tem sua ação toxicante cancerígena bioativada, além de ser um importante indutor enzimático.
Alguns medicamentos denominados “pró-fármacos” são absorvidos no organismo com uma estrutura com
finalidade ou potencialidade terapêutica, mas após a passagem pelo fígado e as reações de biotransformação,
um metabólito com atividade farmacológica ativa é liberado para o restante do organismo, para daí realizar a
ação pretendida. O agente inibidor de enzima conversora de angiotensina (IECA), enalapril é um pró-fármaco.
É preciso ainda levar em consideração na biotransformação de xenobióticos fatores extra-hepáticos, como a
capacidade respiratória, a funcionalidade renal, a ação de pele e mucosas sobre a metabolização dos mesmos,
a real interferência de outras substâncias, a discreta ação metabolizadora que a microbiota intestinal tem na
biotransformação, etc. Além de fatores como espécie, raça, idade, etnia, sexo, fatores genéticos, estados
nutricionais, estados patológicos, etc.
Os rins são os principais órgãos de excreção de xenobióticos após a biotransformação, por meio da produção
de urina. Mas os pulmões também têm papel na excreção, especialmente dos metabólitos voláteis e gases.
Outras vias que também atuam na excreção são cabelos, lágrima, suor, leite materno, etc.
Toxicodinâmica
A toxicodinâmica é o estudo da natureza da ação tóxica exercida por substâncias químicas sobre o sistema
biológico, sob os pontos de vista bioquímico e molecular. Dois importantes conceitos de toxicodinâmica são
toxicidade aguda e toxicidade crônica.
Na toxicidade aguda o indivíduo se expõe a altas doses e os efeitos se desenvolvem em pouco tempo,
dentro de 24 horas geralmente, como no caso da intoxicação por cianureto. Na toxicidade crônica o indivíduo
se expõe constantemente a doses pequenas do toxicante e desenvolve o efeito tóxico muito tempo depois, às
vezes após alguns anos e décadas, como no caso da exposição a metais pesados.
Em fármacos o estudo da toxicodinâmica é importante para definir qual é a dose letal (DL) e qual é a dose
efetiva (DE), para daí definir-se o índice terapêutico (IT) e a margem de segurança (MS) na utilização do mesmo.
Define-se como dose letal (DL) de uma substância a dose mínima necessária para a observação do poder
mortífero da mesma. A DL mais comumente mensurada é a DL50, onde se avalia a concentração de uma
substância química capaz de matar 50% da população de animais testados. Essa dose mede-se em miligramas
da substância por quilograma de massa corporal do animal testado. Existe também DL10.
Essa dose letal também depende do modo de exposição do animal ao toxicante.
A dose efetiva (DE) é mensurada quase da mesma forma, porém com o objetivo final de mensurar a
quantidade mínima de fármaco para obter-se a resposta terapêutica do fármaco em 50% (DE50) da população
ou em 10% da população (DE10).
O índice terapêutico ou intervalo terapêutico (IT) é a razão entre DL50/DE50 e DL10/DE10 quanto mais
próxima a DL é da DE em fármacos menores o intervalo terapêutico, pois maior é o risco de intoxicação
comprometendo assim a segurança do indivíduo, situação real e preocupante no uso de agentes digitálicos e
quimioterápicos.

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A margem de segurança (MS) de um fármaco pode ser definida como a quantidade de substância que pode
ser administrada sem provocar efeitos tóxicos, numa equação calculada da seguinte forma:
MS = (DL10 - DE90)/DE90 x 100
O efeito tóxico geralmente é causado por alterações biológicas como: interação com receptores
(organofosforados), complexação de biomoléculas (radicais livres), inibição da fosforilação oxidativa com
parada da respiração celular e produção de ATP (rotenona), alteração da homeostase de íons Na+, K+, Ca++,
etc. (toxina botulínica).
Atendimento na Intoxicação
Para o estudo da toxicidade, conhecer as características toxicocinéticas e toxicodinâmicas é imprescindível
para a avaliação da toxicidade e como reverter o quadro, impedindo a intoxicação, o estado patológico e o óbito.
No Brasil, assim como na maioria dos países, os principais agentes toxicantes relatados pelos sistemas
de vigilância epidemiológica são os medicamentos, mas também há casos de intoxicações pela ingestão e
exposição a plantas venenosas, produtos de higiene e limpeza, além do ataque de animais peçonhentos, como
cobras, aranhas, etc.
As crianças são as principais vítimas de intoxicações acidentais, com medicamentos, consumo de plantas
venenosas e produtos domissanitário, principalmente pela curiosidade e atração que alguns dos itens
mencionados exercem sobre elas, assim como animais domésticos, por motivos semelhantes, levando assim a
uma necessidade de conscientização de evitar deixar medicamentos e produtos de limpeza ao alcance destes
e também de evitar a presença de plantas tóxicas no domicílio.
Há também vários casos envolvendo adultos que se intoxicam com esses itens, seja por desconhecimento,
ingestão acidental ou ingestão intencional.
Os sintomas clássicos de intoxicação são coma, convulsão, acidose metabólica, arritmia cardíaca súbita,
colapso circulatório, alteração do estado mental, etc.
Para reverter o quadro inicialmente é necessário identificar e caracterizar o estado fisiológico da vítima, o
agente causador e as circunstancias da ocorrência.
Na identificação do agente é necessário identificar a composição, a quantidade ingerida, tempo e horário de
exposição e a via de absorção, definindo-se daí quais são as características toxicocinéticas e toxicodinâmicas
da substância.
Identificar e realizar as medidas imediatas a fim de evitar a intoxicação sistêmica, com agente neutralizantes
ou adsorventes como carvão ativado.
Deve-se também realizar os exames necessários a fim de avaliar a influência da intoxicação a nível plasmático
e a necessidade do uso de antídotos.
No atendimento médico é importante sempre que possível levar a embalagem do toxicante para avaliação
das medidas de controle definidas pelo fabricante e para esclarecimento do médico, assim como manter contato
com os centros de informações toxicológicas, além de registro da ocorrência com detalhes pormenorizados da
substância.
As principais ações a nível de intoxicação por ingestão de substâncias tóxicas residem na tentativa de
impedir ou amenizar a absorção pela mucosa gastrintestinal (com carvão ativado), esvaziamento gástrico (com
lavagens) e diurese ionizada, para facilitar a excreção de metabólitos tóxicos pelos rins.
Os antídotos são utilizados em cerca de 5% dos casos, como no caso de intoxicação por organofosforados,
metanol, monóxido de carbono, metais pesados, etc.

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Controle da exposição e monitoramento biológico da exposição ocupacional: Indica-
dores biológicos. Avaliação de toxicidade. Condições para manifestação da toxicidade.
Dose letal e concentração letal. Efeitos mutagênicos e carcinogênicos. Classificação dos
agentes tóxicos quanto à ação tóxica. Substâncias sensibilizantes. Gases e vapores irri-
tantes e asfixiantes. Classificação dos contaminantes no ar. Particulados sólidos. Sensi-
bilizantes e seus efeitos para a saúde humana

A Toxicologia é a ciência que estuda as intoxicações, os venenos que as produzem, seus sintomas, seus
efeitos, seus antídotos e seus métodos de análise. O termo tóxico vem do grego toxicon que quer dizer flecha
envenenada. Estuda os efeitos nocivos das substâncias químicas no mundo vivo. É multidisciplinar, pois engloba
conhecimentos de Farmacologia, Bioquímica, Química, Fisiologia, Genética e Patologia, entre outras.
Esta ciência identifica e quantifica os efeitos prejudiciais associados a produtos tóxicos, ou seja, qualquer
substância que pode provocar danos ou produzir alterações no equilíbrio biológico.
A toxicologia tem, como principal objetivo, a detecção e identificação de substâncias tóxicas, em geral, no
seguimento de solicitações processuais de investigação criminal por parte dos diversos organismos.
Desta maneira, é possível obter pistas relativamente a envenenamentos, intoxicações, uso de estupefacientes,
entre outros. É a partir desta área que, muitas vezes, é descoberta qual a causa da morte do indivíduo em
questão e, se o causador o fez involuntariamente ou por algum motivo.
Histórico
- Fase do descobrimento: teve início com o homem primitivo em seu contato com a natureza como meio de
sobrevivência, que em seu dia a dia tomou contato com plantas e animais, surgindo deste contato a identificação
de substâncias que eram ou não benéficas a sua vida.
- Fase primitiva: é talvez a parte mais importante, pois estuda os venenos como meio de suicídio, de
homicídio e até punitivo, trazendo importantes conclusões inclusive para a moderna toxicologia.
- Fase moderna: início a partir de 1800, com o surgimento de métodos de estudos para identificação de
venenos, com o que, diminuiu sua atuação criminosa, porém a partir deste conhecimento houve um aumento
significativo de intoxicações acidentais (ex. uso de agrotóxicos).
Divisão Metodológica da Toxicologia (como Ciência)
- Toxicologia clínica: estuda os sintomas e sinais clínicos, visando diagnosticar envenenamentos e orientar
terapia.
- Toxicologia profilática: estuda a poluição da água, terra, ar e alimentos, procurando manter e aumentar a
segurança para a vida é saúde humana.
- Toxicologia industrial: estuda as enfermidades industriais e a insalubridade do ambiente de trabalho.
- Toxicologia analítica: visa a análise dos produtos tóxicos objetivando determinar sua toxicidade, sua
concentração tóxica, metabolismo, etc.
- Toxicologia forense: estuda os aspectos médico-legais procurando esclarecer a “causa-mortis” em
intoxicações, visando o esclarecimento a justiça da causa das intoxicações.
Fatores que influenciam na Toxicidade
- Fatores que dependem do sistema biológico, Idade, peso corpóreo, temperatura, fatores genéticos, estados
nutricionais e patológicos.
- Quantidade ou concentração do agente tóxico.
- Estado de dispersão - Importante a forma e o tamanho das partículas.
- Afinidade pelo tecido ou organismo humano.

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- Solubilidade nos fluídos orgânicos.
- Sensibilidade do tecido ou organismo humano.
- Fatores da substância em si.
Principais Agentes Tóxicos
- Tóxicos Gasosos.
- Tóxicos Voláteis.
- Tóxicos Orgânicos Fixos.
- Tóxicos Orgânicos Metálicos.
- Tóxicos Orgânicos Solúveis.
- Outros.
Causas mais frequentes de Intoxicações
- Falhas de técnicas, como vazamentos dos equipamentos, preparação e aplicação dos produtos sem a
utilização de equipamento adequado de segurança, aplicação contra o vento. Trabalhadores que não trocam
diariamente de roupa e não tomam banho diário. Trabalhadores que tomam banho em água quente, que dilata
os poros facilitando a absorção do produto. Trabalhadores que nos horários de descanso se alimentam sem
lavar as mãos, armazenamento inadequado dos produtos.
- Outras causas, aplicação de produtos nas horas de maior temperatura, onde o calor intenso dilata os poros
e facilita a absorção da pele, trabalhadores que voltam a trabalhar após uma intoxicação, ou em períodos de
repouso de ouras doenças, trabalhadores com baixa resistência física são mais suscetíveis, trabalhadores que
fazem aplicações sozinhos e em caso de intoxicação não recebem ajuda imediata, crianças e animais que tem
contato com produtos químicos. As esposas dos operários que se intoxicam ao lavar as roupas utilizadas na
aplicação e muitas outras formas.
Parâmetros Toxicológicos
- Toxicidade aguda: é aquela produzida por uma única dose, seja por via oral, dermal ou pela inala-
ção dos vapores.
- Toxicidade crônica: é aquela que resulta da exposição contínua a um defensivo, sendo que este
não pode causar não causa toxicidade aguda por apresentar-se em baixas concentrações. A toxicidade
crônica é mais importante que a toxicidade aguda, pois normalmente ocorre pela contaminação de ali-
mentos ou lentamente no seu ambiente de trabalho.
- Veneno: é todo e qualquer produto natural ou sintético, biologicamente ativo, que introduzido no
organismo e absorvido, provoca distúrbios da saúde, inclusive morte, ou, se aplicado sobre tecido vivo
e capaz de destruído.
- Toxicidade: é a capacidade de uma substância química produzir lesões, sejam elas físicas, quími-
cas, genéticas ou neuropsíquicas, com repercussões comportamentais.
- Intoxicação: é um estado deletério manifestado pela introdução no organismo de produto poten-
cialmente danoso.
- DL50 (Dose Letal): é a dose letal média de um produto puro em mg/Kg do peso do corpo. Esta ter-
minologia pode ser empregada para intoxicação oral, dermal ou inalatória.
- Dosagem Diária Aceitável (DDA): quantidade máxima de composto que, ingerida diariamente, du-
rante toda a vida, parece não oferecer risco apreciável à saúde.
- Carência: compreende o período respeitado entre a aplicação do agrotóxico e a colheita dos pro-
dutos.
- Efeito Residual: tempo de permanência do produto nos produtos, no solo, ar ou água podendo
trazer implicações de ordem toxicológica.

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- Antídoto: Toda substância que impede ou inibe a ação de um tóxico é chamada antídoto.
- Toxicidade Aguda: o processo tóxico em que os sintomas aparecem nas primeiras 24 horas após
a exposição às substâncias.
- Toxicidade Crônica: processo tóxico em que os sintomas aparecem após as primeiras 24 horas, ou
mesmo de semanas ou meses após a exposição as substâncias.
- Toxicidade Recôndita: é o processo tóxico em que ocorrem lesões, sem manifestações clínicas.
Toxicofilias
A organização mundial da saúde definiu toxicomania ou toxicofilia “como um estado de intoxicação periódica
ou crônica, nociva ao indivíduo ou à sociedade, produzida pelo repetido consumo de uma droga natural ou
sintética”.
Por “tóxico” ou “droga” entende-se um grupo muito grande de substâncias naturais, sintéticas ou semissintéticas
que podem causar tolerância, dependência e crise de abstinência.
Chama-se tolerância a necessidade de doses cada vez mais elevadas. Dependência, uma interação que
existe entre o metabolismo. E de crise de abstinência uma síndrome caracterizada por tremores, inquietações,
náuseas, vômitos, irritabilidade, anorexia e distúrbios do sono.
Assim, esses estados toxicofílicos caracterizam-se pela compulsão irresistível e incontrolável que têm suas
vítimas de continuar seu uso e obtê-lo a todo custo, pela dependência psíquica, pela tendência a aumentar
gradativamente a dosagem da droga e pelo efeito nocivo individual e coletivo.
O aumento assustador do número de viciados em tóxicos tem assumido proporções alarmantes no mundo
inteiro, tanto sob o ponto de vista social como o de saúde pública.
Diversos fatores têm contribuído para esse aumento vertiginoso: os laboratórios, que passaram a produzir,
graças ao avanço tecnológico, um número cada vez maior de alcaloides e seus derivados; a expansão do
comércio internacional pela facilidade dos transportes, diminuindo as distâncias; a relação entre o tráfico de
narcóticos com a vida miserável e o crime organizado.
Parece que, quanto mais se criam campanhas de prevenção e esta forma o vício, piores são suas
consequências. Tanto maior a repressão policial, maior o número de viciados que vão surgindo cotidianamente.
A droga é um problema fundamentalmente urbano e mais comum na juventude. Sua maior incidência é na
faixa etária de 14-25 anos. Não existem cifras absolutas sobre a situação atual da toxicofilia no Brasil e no
mundo. Além de os viciados viverem, em sua maioria, na clandestinidade, muitos países ainda não dispõem de
mecanismos administrativos capazes de precisar com exatidão o percentual de drogados.
Há, inclusive, necessidade de que os laboratórios do mundo inteiro suspendam a fabricação de
psicoestimulantes que, desgraçadamente, são usados muito mais como meios de viciar. Não há justificativa
para continuar usando as anfetaminas como anorexígenos no tratamento da obesidade, pois, como se sabe,
esse tratamento deve-se voltar para a esfera endócrina e psíquica, uma vez que ninguém poderá tomar essas
drogas a vida inteira.
Não vemos necessidade, no mundo de hoje, do uso indiscriminado de tranquilizantes. Afirma-se que esta
necessidade dos dias atuais de utilizar frequentemente os tranquilizantes é devida ao mundo neurotizado e em
ebulição. Mas ninguém pode viver de forma apática e indiferente, longe das emoções e dos estresses. Uma
população abúlica, fria e insensível não constitui um ideal de comunidade. O homem é ele mesmo e o seu
momento.
Por que o homem encontra satisfação nos tóxicos? Antes de tudo é necessário que se diga ser a toxicofilia
uma compensação, um remendo a um espírito débil e uma vontade fraca. Uma forma ilusória de enganar um
viver frustrado e carente.
Vivemos numa sociedade sem pais, em que a família não se encontra, absorvida em seus próprios problemas,
tentando dar soluções às coisas materiais como maneira ilusória de alcançar a felicidade, enganada por certos
valores materiais que à primeira vista parecem conduzi-la em seu intento. Uma família extremamente egoísta e
ensimesmada. Filhos órfãos de pais vivos.

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A historicidade do indivíduo é fator preponderante em suas possibilidades sociais. A herança familiar é
muitas vezes mais forte que a herança biológica. A família é o ventre social que condiciona o homem nos seus
primeiros anos de vida. Ninguém nasce homem, mas com a possibilidade de o ser. Sozinho ninguém é nada,
por isso será ele o resultado de muitos encontros.
Infelizmente, há milhares de anos que o homem usa drogas psicotrópicas. Antes, produzidas pela natureza,
hoje, através dos meios mais sofisticados da técnica farmacêutica. A mais antiga dessas drogas é o álcool,
conhecido pelo menos há seis mil anos a.C.
Os assírios, gregos e egípcios nos deixaram textos que testemunham o uso do ópio. Homero relata, em
Odisseia, que a formosa Helena de Troia deu a Telêmaco uma bebida denominada nephenthes para esquecer
a dor e a desgraça. Heródoto, o historiador, e Hipócrates, o médico, referem-se ao uso do ópio, assim como
Aristóteles, Virgílio e Plínio, o velho 6.
Dizem o filósofo e médico árabe Avicena morreu na Pérsia, em 1037, envenenado pelo ópio.
Tipos de Tóxicos

Fonte: http://www.fmed.uba.ar/depto/toxico1/
Maconha: também denominada marijuana, diamba, liamba, fumo-de-angola, erva maldita, erva-do-diabo,
cannabis, birra, haxixe e maria-joana, é conhecida na China e na Índia há 9 mil anos. É extraída de certas
partes das folhas da Cannabis sativa, planta dioica, erecta, de cheiro acre e inflorescência verde-escura.
Seu odor é forte e quando em forma de planta seca se parece com o orégano ou com o chá grosseiramente
picado. Nativa das regiões equatoriais e temperadas, é a droga mais consumida no mundo inteiro. Seus maiores
exportadores são a Birmânia, a África do Norte, o México e o Líbano.
No Brasil, está bastante difundida, principalmente no norte e nordeste, nos estados de Alagoas, Maranhão,
Piauí e Pernambuco.
Seu consumo é através de xaropes, pastilhas, infusões, bolos de folhas para mascar e, mais acentuadamente,
em forma de cigarros (baseados, dólar, fininho) ou em cachimbos especiais chamados “maricas”.
Alguns não a consideram propriamente um tóxico por não trazer dependência, tolerância, nem crise de
abstinência. Outros já a aprovam para uso médico em casos de glaucoma e como analgésico e calmante nos
casos de câncer terminal. Mas é um excitante de graves perturbações psíquicas e leva o viciado a associar
outro tipo de droga.
Muitos viciados permanecem em completa prostração, enquanto outros se tornam agitados e agressivos.
Traz, como regra, a lassidão, o olhar perdido a distância, um comportamento excêntrico, uma memória afetada
e uma falta de orientação no tempo e espaço. Perdem a ambição, valorizam apenas o presente. Têm uma
ilusão de prolongamento de vida e uma sensação de flutuar entre as nuvens.

6 França, Genival Veloso. Medicina Legal. 10ª Ed. 2015.

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Sua percepção é deformada e surgem problemas psicológicos como: fuga da realidade, indiferença e
desligamento completo na fase mais aguda. As ilusões, alucinações e dissociação de ideias são manifestações
mais raras.
Seu mecanismo de ação não está ainda bem explicado e se conhece pouco sobre seus efeitos apesar dos
avanços das investigações científicas. A ação do princípio ativo do tetraidrocanabinol (THC), tudo faz crer,
limita-se aos centros nervosos superiores. Sabe-se que in vitro a maconha inibe a atividade da adenilato ciclase
em determinadas células neuronais através da proteína G. Seu efeito varia de 2 a 8 horas.
Sua nocividade é relativa, pois não leva à dependência física, não cria crise de abstinência e podem os
viciados recuperados com certa facilidade, principalmente os usuários leves. No entanto, os usuários pesados
podem apresentar a “síndrome de abstinência”.
O haxixe é retirado da resina seca de folhas esmagadas de maconha e comercializado em forma de tabletes
sólidos, secos e duros, ou úmidos e amolecidos, sendo geralmente misturado ao fumo e usado em cigarros ou
cachimbo.
Morfina: morfinomania ou morfinofilia é o uso vicioso de tomar morfina. Os mais fracos, com predisposição
ao vício, com uma primeira dose da droga facilmente se escravizam. Por outro lado, há profissões que facilitam
a aquisição da substância, como médicos, farmacêuticos e enfermeiras.
O viciado começa aos poucos, com pequenas doses quase homeopáticas. E cada vez mais o organismo vai
exigindo dose maior. Chegam, alguns deles, a tomar a cifra inacreditável de 6g por dia. Na fase final, chegam
a tomar doses de 30 em 30 minutos.
A morfina é um alcaloide derivado do ópio e apresenta-se em forma de líquido incolor. Esse narcótico
intramuscular, aplicada nas mais diferentes regiões do corpo, principalmente nos braços, no abdome e nas
coxas. O viciado mesmo aplica as injeções.
Na fase final, premido pela necessidade da droga, aplica-se sem assepsia e vai criando, ao longo do corpo,
uma série de pequenos abscessos. Ou então, esteriliza a agulha na chama de uma vela ou de um fósforo,
produzindo nas regiões picadas inúmeras tatuagens provenientes da fuligem.
No início do uso da droga, o paciente sente-se eufórico, disposto, extrovertido, loquaz e alegre. Essa fase é
chamada de “lua-de-mel da morfina”.
Com o passar dos tempos, o viciado emagrece, torna-se páldo, de costas arqueadas e cor de cera.
Envelhece precocemente, a pele enruga e o cabelo cai. Surgem a insônia, os suores, os tremores, as angústias,
o desespero, a inapetência, a impotência sexual e os vômitos. Entra no “período de estado”, passa à fase de
caquexia, vindo a falecer quase sempre de tuberculose ou de problemas cardíacos.
O processo de intoxicação é rápido. Em pouco tempo, perde o controle, e a necessidade o obriga a se
picar com frequência e em qualquer ambiente, em face da exagerada dependência que a droga provoca. A
inteligência, a memória e a vontade do drogado enfraquecem cedo.
Os homens, quando se viciam por esse narcótico, para obter meios que propiciem a compra da droga,
roubam, furtam, saqueiam, exploram, extorquem, enganam e matam. As mulheres, na fase de abstinência e
de excitação, cometem atos incríveis, descem ao mais baixo nível de prostituição a fim de adquirirem o tóxico.
Heroína: é um produto sintético (éter diacético da morfina - diacetilmorfina). Tem a forma de pó branco e
cristalino. Após a diluição, ele é injetado. Pode, ainda, ser misturado ao fumo do cigarro.
O aspecto do intoxicado é semelhante ao da morfina. Sua decadência é maior e mais rápida, pois a heroína
é cinco vezes mais potente que a morfina. Em poucas semanas, o drogado torna-se um dependente; com 30
dias de uso, o viciado já necessita de tomar uma injeção em cada duas horas. Provoca náuseas, vômitos,
delírios, convulsões, bloqueios do sistema respiratório, e a morte sobrevém muito rápida.
Tão nociva é essa droga, que muitos países já proibiram sua fabricação e, inclusive, o sem emprego pelos
médicos.
Cocaína: é um alcaloide estimulante, extraído das folhas da coca. Esse vegetal é um arbusto sul-americano.
Apresenta-se na forma de pó branco para ser aspirado como rapé, por fricção da mucosa gengival ou diluído
e aplicado como injeção.

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É também conhecido como “poeira divina”, de uso mais largo entre os rufiões e elegantes prostitutas, ou,
como mais recentemente, entre os membros da fina flor da sociedade burguesa.
Colocado na mucosa nasal por aspiração, é esse alcaloide absorvido rapidamente pelo organismo. A
continuação do uso da cocaína por via nasal termina perfurando o septo nasal, lesão está muito significativa
para o diagnóstico da cocainomania.
Um dos fatos que mais chama a atenção num viciado por essa droga é o contraste arrasador entre uma
decadência física lamentável e um humor imoderado e injustificável. Os olhos do drogado por cocaína são
fundos, brilhantes, de pupilas dilatadas. Há um tremor quase generalizado, mais predominante nos lábios e nas
extremidades dos membros. Tiques nervosos e excitações repentinas.
Na intoxicação aguda pela cocaína o paciente apresenta uma série de sintomas, quais sejam:
a) psíquicos: excitação motora, agitação, ansiedade, confusão mental e loquacidade;
b) neurológicos: afasia, paralisias, tremores e, às vezes, convulsão;
c) circulatórios: taquicardia, aumento da pressão arterial e dor precordial;
d) respiratórios: polipneia e até síncope respiratória;
e) secundários: náuseas, vômitos e oligúria.
É tão grave a nocividade dessa droga que, mesmo depois da cura pela desintoxicação, o viciado não se
recupera das lesões mais graves do sistema nervoso. Tem estados depressivos e de angústia, alucinações
visuais e tácteis, delírios de perseguição e complexo de culpa. Envelhece muito precocemente, e a morte é
quase sempre por perturbações cardíacas.
São os produtos ilícitos feitos a partir da planta de coca (Erytroxylum coca): Pasta base, crack, cloridrato de
cocaína (pó) e free base.
LSD 25: é uma droga alucinógena, um produto semissintético, extraído da ergotina do centeio (dietilamina
do ácido lisérgico).
Consome-se em tabletes de açúcar ou num fragmento de cartolina manchado sutilmente da droga, dissolvido
na água e ingerido. É uma droga de maior poder alucinógeno conhecido.
O viciado tem o aspecto de uma pessoa com náuseas. Mostra uma intensa depressão, tristeza e fadiga.
O comportamento transforma-se transitoriamente, como se observa nas doenças mentais. Perturbações da
percepção do mundo exterior, delírios e alucinações. Crises constantes de convulsões, chegando até ao estado
comatoso. Surgem pesadelos terríveis, dos quais a vítima pode ficar prisioneira para sempre. É o suicídio do
drogado.
O mais trágico é que esses produtos alucinógenos, como LSD, mescalina, entre outros, não apenas seduzem
os jovens desajustados e de personalidade desarmônica, mas também arrastam grande parte de uma juventude
que poderia ser a esperança de um povo na tentativa de edificar um mundo melhor.
Um Comitê Especial criado Pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas vem se mostrando
profundamente preocupado com a generalização desta forma de vício e passou a exigir das autoridades uma
fiscalização mais rigorosa.
Recomendou aquele Comitê que o uso do LSD produz quatro grupos de reações. O primeiro grupo de
manifestações caracteriza-se pela consciência do drogado de que suas forças e suas possibilidades aumentam
sem limites. Sente-se um “todo poderoso”. Chama-se a esse estado de reação megalomaníaca. Como exemplo,
cita-se o caso de uma jovem de 18 anos que, depois de haver tomado essa droga, convenceu-se de que podia
voar como um pássaro atirando-se pela janela do edifício.
O segundo grupo de reações é de conotações completamente opostas às primeiras: estado de depressão
profunda, angústia e solidão. Sente-se como um ser indigno, pecador, incapaz, tendendo, na maioria das
vezes, ao suicídio.
As reações do terceiro grupo compreendem as perturbações paranoicas. Sentem-se perseguidos por
pessoas que tentam contra sua vida, principalmente aquelas que o rodeiam. E, assim, partem logo para o
ataque, causando lesões graves ou a morte daquelas.

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O quarto grupo de reações é caracterizado por um estado de confusão geral cujos sintomas se assemelham
aos das doenças mentais: ilusões, alucinações, ideias irracionais, sentimentos absurdos, incapacidade de se
orientar no tempo e espaço.
Esses estados geralmente duram pouco e podem prolongar-se por muito tempo. Uma criança de 8 anos que,
acidentalmente, comeu um torrão de açúcar com uma gota do LSD dissolvido teve uma crise de loucura que
demorou nove meses para se recuperar. (El Correo, Revista da UNESCO, maio de 1968).
Barbitúricos: chama-se barbiturismo ao uso abusivo e vicioso dos barbitúricos. Os barbitúricos são drogas
muito usadas pelos viciados, na falta de outro tóxico.
Quando utilizadas em doses adequadas e por indicação médica, estas drogas não chegam a trazer incômodos
e são benéficas ao paciente. Porém, quando ingeridas de forma imoderada e sem controle médico, acarretam
sérios distúrbios ao organismo.
A embriaguez barbitúrica caracteriza-se por tremores, perturbações da marcha, disartria, sonolência, estado
confusional, apatia e bradipsiquia. A retirada repentina dessa substância traz desordens psíquicas e convulsões.
Em dosagem excessiva leva a uma grave depressão do sistema nervoso central, podendo o paciente ir ao
coma ou à morte.
Ópio: é extraído das cápsulas da papoula Papaver somniferum. Como tóxico é consumido sob a forma de
cigarros. Seu processo de obtenção e industrialização é muito difícil, por isso é um tóxico pouquíssimo usado
no Brasil.
O viciado em ópio tem uma fase de excitação geral, principalmente sobre o aparelho circulatório, daí sua
hiperatividade funcional com estímulos, entre outros, das funções psíquicas. Em seguida, passa o drogado para
uma fase de depressão, de indiferença e de abatimento que o impede de qualquer movimentação ou esforço.
A inteligência torna-se obscura, a memória, prejudicada, o estado físico é de prostração e a angústia começa
a se intensificar. Como o ópio leva o organismo a uma hiperatividade mais ilusória do que real, a vítima gasta
intensamente suas reservas e, muito cedo, se depaupera e se aniquila.
Anfetaminas: o consumo abusivo de anfetaminas (bolinhas) constitui, no momento, o maior problema médico
e social no que se refere aos tóxicos no país. As anfetaminas são drogas estimulantes, isto é, estimulam o
sistema nervoso central, provocando aumento das capacidades físicas e psíquicas.
Têm sido usadas essas drogas por todos os viciados que não dispõem do seu tipo de tóxico. Usam para
evitar a sonolência, para desinibir, para euforizar.
A intoxicação aguda pelas anfetaminas caracteriza-se pela inquietação psicomotora, incapacidade de
atenção, obnubilação da consciência, estado de confusão com manifestações delirantes.
Seu uso é por ingestão com água, dissolvidas em bebidas alcoólicas ou dissolvidas e injetadas na veia. Essa
é a droga mais usada e mais facilmente adquirida no Brasil.
Crack: o crack tem um efeito muito semelhante ao da cocaína, entretanto percebido mais rapidamente e
com poder maior de viciar e produzir danos. Praticamente ele é constituído da pasta base da cocaína, como um
subproduto, e por isso é muito mais usado entre os viciados de poder aquisitivo reduzido.
Seu uso é através da aspiração em cachimbos improvisados e é apontado como a droga mais usada nas
cidades do sul e sudeste do Brasil. Os efeitos tóxicos e os efeitos sobre o cérebro são muito parecidos com a
da cocaína: dilatação das pupilas, irritabilidade, agressividade, delírios e alucinações. Com o tempo, o usuário
de crack começa a apresentar uma sensação de profundo cansaço e de grande ansiedade.
Cogumelo: certos cogumelos de alta toxidade, pertencentes ao grupo de alucinógenos naturais, são capazes
de provocar reações as mais variadas, inclusive levando ao delírio e às alucinações. Seus usuários referem
percepção de sons incomuns e cores mais vivas e brilhantes.
Seu uso é através da infusão proposital ou pela ingestão acidental ou ainda de forma comestível.

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Sua ação é geralmente de aparição tardia e apresenta as vítimas três tipos de manifestações: as
chamadas manifestações coléricas que têm como sintomas vômito, cólicas, diarreia, câimbras e desmaios;
as manifestações hepatorrenais que se caracterizam pelo aparecimento de icterícia, hematúria e oligúria; as
manifestações neurológicas que traduzem por sintomas como agitação, delírios, euforia paradoxal, convulsões,
podendo chegar ao coma.
Cola: a cola é constituída de hidrocarbonetos de efeitos muito rápidos sobre o sistema nervoso, embora de
pouca duração. Pode levar à euforia e à alucinação. Numa fase mais avançada, a cola pode causar lesões
graves na medula, nos rins, fígado e nervos periféricos. Seu uso é por inalação.
Merla: a merla é uma opção mais barata do crack, obtida a partir da pasta de coca, fabricada em laboratórios
improvisados, com a ajuda de produtos químicos, como benzina, querosene, gasolina, ácido sulfúrico, éter e
metanol. Apresenta uma consistência pastosa, tonalidade que varia do amarelo ao marrom e um cheiro muito
ativo. Seu uso é através de cigarros ou cachimbo, misturado com fumo ou puro.
Os efeitos dessa droga duram cerca de 15 minutos e sua sensação a princípio é de bem-estar e leveza,
depois segue-se uma sensação desagradável e de inquietação, deixando o indivíduo agitado e nervoso. Pode
levar até a alucinações mais graves. Tem um poder destrutivo muito maior que o do crack.
A pele do indivíduo que consome merla tem cheiro permanente e desagradável em virtude das substâncias
a ela adicionadas no refino da droga. O primeiro órgão a ser atingido é o fígado, com agressão às células
hepáticas, podendo levar à hepatite tóxica. Depois o cérebro, com a destruição dos neurônios, tendo como
consequência a perda progressiva da memória e problemas de coordenação motora. Pode ainda provocar a
fibrose pulmonar e a alteração do ritmo cardíaco.
Metilona ou “cloud nine”: A substância é classificada como psicodisléptica, agindo diretamente no sistema
nervoso central, embaralhando as funções cerebrais de quem usa o entorpecente. É um ácido, assim como
o LSD, mas com o poder alucinógeno bem mais forte, alguns dizem que chega a ser 50 vezes mais potente
que o Ecstasy. Essa substância altera o funcionamento cerebral, especialmente o funcionamento cognitivo da
pessoa. E alterando esse funcionamento cognitivo, altera o pensamento, o julgamento, a coerência e os atos
que ela pode vir a tomar.
Em 2012, na cidade de Miami, Estados Unidos, um homem de 31 anos, foi morto pela polícia local após
ser flagrado cometendo atos de canibalismo, contra um morador de rua, chegando a comer orelhas, nariz,
um globo ocular e parte do rosto da vítima. Desde esse dia, a Metilona ficou conhecida como droga que induz
ao canibalismo. Contudo, até o presente momento não foi comprovado que o uso isolado da droga gera esse
efeito.
Uma possível explicação para ela ser considerada uma droga que induz aos atos de canibalismo é o fato da
mesma causar fortes sensações de pânico e agressividade em seus usuários, gerando também a paranoia que
pode criar impulsos homicidas.
A Metilona é oriunda da China e é a droga que mais tem sido enviada aos Estados Unidos. No Brasil já foi
encontrada nos Estados do Ceará e São Paulo.
Visão Médico-Jurídica
Mesmo acreditando que uma vitória completa na luta contra as drogas seja uma utopia, isto não impede
que se promovam políticas sérias e consequentes que tenham como meta o enfrentamento do grave problema
das toxicomanias. Essas batalhas devem concentrar-se prioritariamente na prevenção, na humanização do
tratamento e da reinserção do drogado no eu meio social e na luta impiedosa contra o tráfico de drogas.
Quando da edição da Lei 10.409, de 11 de janeiro de 2002, em fase de inúmeras mutilações de seu
anteprojeto, verificou-se uma profunda decepção por parte dos operadores das áreas médicas e jurídicas,
principalmente no que diz respeito a prevenção, tratamento, fiscalização, controle e às constantes dificuldades
na sua aplicação nos procedimentos e criminais orientados por essa norma.
Agora, com sua revogação e a vigência da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, abrem-se algumas
perspectivas de avanço na política. Sua principal novidade é a descriminalização da posse de droga para
consumo pessoal e o aumento significativo da pena para o tráfico de drogas, que passa de 3 a 15 anos para
5 a 15 anos, além de 500 a 1500 dias-multa. Continua em vigor a defesa antes do recebimento da denúncia,
ficando garantido o contraditório no interrogatório.

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O tráfico internacional continua a ser de competência da Justiça Federal. Pelas leis antigas, quando uma
comarca não tivesse instalado a vara, a Justiça Estadual julgaria o crime. Pela nova lei, será da vara federal
mais próxima a competência para o julgamento dos delitos dessa natureza.
Essa nova lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD), que prioriza medidas
de prevenção, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e cria normas para repressão
à produção e ao tráfico ilícito de drogas. E considera como droga substâncias ou os produtos capazes de
causar dependência especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder
Executivo da União (artigo 1º).
O artigo 3º assegura que o SISNAD tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades
relacionadas com:
I - A prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas.
II - A repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de droga.
E tem como princípios:
I - O respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua
liberdade;
II - O respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes;
III - A promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como
fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados;
IV - A promoção de consensos nacionais, da ampla participação social, para o estabelecimento dos seus
fundamentos e estratégias;
V - A promoção de responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo a importância
da participação social nas atividades do SISNAD;
VI - O reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de drogas, com
a sua produção não autorizada e eu tráfico ilícito;
VII - A integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e
reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao
seu tráfico ilícito;
VIII - A articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário, visando à
cooperação mútua nas atividades do SISNAD;
IX - A adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interdependência e a natureza complementar
das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários independentes de drogas,
repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
X - A observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social
de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito,
visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social; XI - a observância às orientações e normas emanadas
do Conselho Nacional Antidrogas - CONAD.
O SISNAD tem os seguintes objetivos:
I - Contribuir para a inclusão social do cidadão, visando torna-lo menos vulnerável a assumir comportamentos
de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados;
II - Promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país;
III - Promover a integração entre as políticas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de
usuário e dependentes de droga e de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas
públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios;
IV - Assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação das atividades de que trata o
artigo 3º desta Lei.

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As instituições que têm atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social e que atendem
usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de
saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas, conforme orientações
emanadas da União.
O artigo 21 afirma que constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas e
respectivos familiares devem observar os seguintes princípios e diretrizes:
I - Respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de quaisquer condições, observados
os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política
Nacional de Assistência Social;
II - A adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do usuário e do dependente de
drogas e respectivos familiares que considerem as suas peculiaridades socioculturais;
III - Definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a inclusão social e para a redução de
riscos e de danos sociais e à saúde;
IV - Atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos familiares, sempre que possível, de
forma multidisciplinar e por equipes multiprofissionais;
V - Observância das orientações e normas emanadas do CONAD - o alinhamento às diretrizes dos órgãos
de controle social de políticas setoriais específicas.
As penas poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo,
ouvidos o Ministério Público e o defensor. Assim, quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou
trouxer consigo, para consumo pessoal, droga sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - Advertência sobre os efeitos das drogas;
II - Prestação de serviços à comunidade;
II - Medida educativa de comparecimento à programa ou curso educativo.
A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais
ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se
ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de
drogas.
O profissional de saúde que prescrever ou ministrar culposamente, drogas, sem que delas necessite o
paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) dias -
multa. O juiz ainda comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o
agente (artigo 38).
Pelo que se vê, a comentada Lei atende a um princípio da Constituição Federal de 1988 que estabelece
a transação penal para determinados crimes rotulados de “infrações de menor potencial ofensivo”, cuja pena
máxima não ultrapasse 2 (dois) anos ou multa.
Assim, nessa nova Lei, a posse de droga para consumo próprio se reveste numa infração sui generis,
onde não se decretará pena de prisão ao portador de droga para consumo próprio, ficando apenas sujeito
aos benefícios das medidas alternativas que podem ir da simples advertência até a prestação de serviços à
comunidade.
Um dos pontos fracos da Lei nº 11.343/2006 é o fato de os usuários, mesmo tendo sido por decisão judicial
orientados ao tratamento não estarem obrigados a fazê-lo, pois não há força determinante para o internamento.
Não há nenhuma dúvida de que essa lei veio para contribuir na luta contra o tráfico de drogas e para
humanizar o tratamento jurídico do viciado e do consumidor eventual.

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Drogas Sujeitas a Controle
A venda ao público de drogas sujeitas a controle passou, através da Portaria nº 20 da DIMED - Divisão
Nacional de Vigilância Sanitária de Drogas, Medicamentos, Insumos Farmacêuticos, Produtos Dietéticos e
Correlatos, a ser privativa das farmácias e drogarias, e só será feita mediante apresentação de receita prescrita
em folha de bloco de “receituário profissional”.
As receitas desses medicamentos controlados só poderão ser aviadas quando:

1 - Prescritas por médicos legalmente habilitado;

2 - Escritas por extenso, legivelmente, em português, a tinta e do próprio punho;

3 - Contiverem nome completo do doente e sua residência ou consultório, número do CRM e data de
prescrição;

4 - Contiverem, de forma legível, o nome do medicamento e sua posologia;

5 - As quantidades forem prescritas em algarismos arábicos e por extenso.


A prescrição a doentes internados ou em tratamento ambulatorial dos medicamentos e substâncias
controladas será feita em folha de bloco de “receituário hospitalar”, em papel cor-de-rosa claro e subscrito por
profissional legalmente habilitado, com efetivo exercício no estabelecimento ou que comprove sua condição de
médico assistente do doente, internado, em regime de semi-internato ou em tratamento ambulatorial.
De acordo com a portaria anteriormente mencionada, as receitas do “receituário hospitalar” aviada no
próprio estabelecimento serão arquivadas em ordem cronológicas e ficarão à disposição da autoridade sanitária
competente para o devido controle.
Perícia
A perícia médico-legal, no campo das toxicofilias, é de indiscutível magnitude. Vai desde a identificação da
substância tóxica, quantidade consumida, até o estudo bi psicológico para caracterizar o estado de dependência.
Não se pode também omitir, nesse exame, o estudo da personalidade do examinado. E, sobre isso, afirmam
Hilário Veiga de Carvalho e Marco Segre: “Este exame deveria ser fundamental em todo seu contorno, pois os
aspectos comportamentais têm, no exame da personalidade, a sua base e a sua fonte, de melhor compreensão
de toda conduta do toxicômano.
Acreditamos que um exame desta natureza deveria ser de rotina habitual, sem exceções, desde que é a
partir de seu conhecimento que uma compreensão é válida se pode alcançar de todo o complexo fenômeno da
toxicomania” (in Tóxicos, Bauru: Editora Jalovi, 1978).
O artigo 50 da Lei nº 11.343/2006, em seu parágrafo 1º diz: “Para efeito da lavratura do auto de pressão em
flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e da
quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na sua ausência, por pessoa idônea”!
E, no parágrafo 2º: “O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo não ficará impedido de
participar da elaboração do laudo definitivo”. Percebe-se, portanto, a importância da perícia na caracterização
do flagrante, no sentido de determinar a natureza tóxica da substância e a sua capacidade de provocar
dependência.
Não se pode deixar também de assinalar a importância da caracterização desse flagrante, do exame do
indivíduo em estado de intoxicação, quando determinados exames possam comprovar certas manifestações
evidentes do consumo de tóxicos. Nos dispositivos anteriormente citados, há referências à natureza da
substâncias em poder do agente.

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É claro que estes exames não são de resultados tão fácies, pois, além de dificuldade de um bom método
de pesquisa dos tóxicos e de seus metabólicos, haverá ainda o risco de, no momento do exame, não existirem
mais vestígios da droga utilizada.
Portanto, o fundamental não é simplesmente a identificação da natureza da substância em poder do usuário
ou portador, mas o estudo detalhado da personalidade do viciado, a fim de dar ao julgador maiores subsídios à
aplicação da Lei, a qual tem como princípio basilar a prevenção e a recuperação do toxicômano.
A perícia médico-legal poderá contribuir também na avaliação da imputabilidade do drogado. Se o juiz
absolver o agente, reconhecendo por força da perícia oficial, que ele, em razão da dependência, era, ao tempo
da ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fasto ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento, deve ordenar que o mesmo se submeterá a tratamento médico.
Seria muito importante que a Lei tivesse indicado a perícia médico-legal, para definir a recuperação de
dependentes, e ouvido o Ministério Público, no encerramento do processo, como determinava a Lei anterior.

Ficha de Informações sobre Produtos Químicos (FISPQ)/Ficha com dados de seguran-


ça, e cuidados com fabricação, preparação, armazenamento, transporte, uso e elimina-
ção de resíduos tóxicos

A Ficha de Informações sobre Produtos Químicos (FISPQ), também conhecida como Ficha com Dados de
Segurança, é um documento essencial para garantir a segurança e a integridade de produtos químicos. Este
artigo explora detalhadamente a FISPQ, abordando cuidados cruciais desde a fabricação até a eliminação de
resíduos tóxicos.
— FISPQ: uma ferramenta essencial para a segurança química e a sustentabilidade ambiental
A Ficha de Informações de Produtos Químicos (FISPQ) é mais do que apenas um registro técnico. É uma
bússola confiável para uma navegação segura em um mar de produtos químicos. Esta ferramenta padrão vai
além da simples coleta de dados e se torna a base da segurança química e um guia indispensável para a ges-
tão ambiental.

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A MSDS serve como um guia de prevenção, fornecendo informações detalhadas sobre os perigos inerentes
a um produto químico. Esta abordagem proativa não só protege os trabalhadores que manuseiam diretamente
estas substâncias, mas também estende os benefícios a todas as áreas da empresa. O conhecimento detalha-
do dos perigos permite implementar práticas de segurança eficazes para reduzir acidentes, lesões e minimizar
impactos negativos na saúde ocupacional.
A FISPQ também desempenha um papel estratégico na promoção da sustentabilidade ambiental. Forne-
cer informações claras sobre o manuseio seguro e o descarte adequado de resíduos ajuda as organizações a
adotarem práticas mais ecológicas. Isto não só cumpre os requisitos regulamentares, mas também reflete um
compromisso ativo com a responsabilidade ambiental e a utilização sustentável dos recursos.
Ao incorporar os princípios da FISPQ na cultura organizacional, as empresas não apenas aderem aos pa-
drões de conformidade, mas também promovem uma mentalidade empresarial ecologicamente correta. Esse
enfoque não apenas resguarda a integridade das operações, mas posiciona a empresa como um agente positi-
vo na promoção da saúde, segurança e sustentabilidade, contribuindo assim para um futuro onde as indústrias
e o meio ambiente coexistem de maneira equilibrada.
— Gestão de fabricação: garantir processos precisos e seguros para a segurança global:
A etapa de produção química é um ponto crítico onde a precisão do processo e a segurança operacional
estão intimamente ligadas. Neste contexto, é importante não só produzir produtos químicos eficazes, mas tam-
bém os produzir de uma forma que minimize os riscos para a saúde dos trabalhadores e minimize os impactos
negativos no ambiente. Este tópico discute as precauções necessárias durante a produção e destaca etapas e
protocolos importantes.
Processo exato: a produção química começa com a precisão do processo. Isto inclui o uso de tecnologia
avançada, um sistema de controle de qualidade rigoroso e supervisão contínua por especialistas profissionais.
A implementação de medidas de automação e monitoramento contínuo não só garante a qualidade do produto
final, mas também reduz a probabilidade de erros humanos que podem levar a situações perigosas.
Segurança operacional: ao fabricar produtos químicos, a segurança dos trabalhadores é uma prioridade
clara. Devem ser desenvolvidos protocolos de segurança rigorosos, incluindo a utilização adequada de equipa-
mentos de proteção individual (EPI), formação regular em procedimentos de segurança e instalação de siste-
mas de ventilação eficazes. Além disso, estabelecer zonas de segurança e isolar adequadamente as áreas de
produção são medidas essenciais para prevenir a exposição acidental a substâncias perigosas.
Gestão de resíduos durante a produção: a geração de resíduos é inevitável. Contudo, é importante ge-
rir estes resíduos de forma consciente. Abordagens importantes incluem estratégias como a reutilização de
subprodutos, a reciclagem sempre que possível e a implementação de tecnologias de eliminação de resíduos.
Esta gestão responsável não só promove a sustentabilidade, mas também reduz os impactos ambientais as-
sociados à produção química.
Monitoramento ambiental: a integração de sistemas de monitoramento ambiental durante a produção é
uma prática proativa. Isso envolve a análise constante de emissões, a detecção precoce de vazamentos ou
derramamentos e a implementação de medidas corretivas imediatas. Ao adotar uma abordagem de “prevenção
é melhor que a correção”, as empresas podem salvaguardar não apenas a saúde dos trabalhadores, mas tam-
bém a integridade do ecossistema circundante.
— Preparação segura e eficiente: manipulação, diluição e precauções cruciais
A etapa de preparação dos produtos químicos é uma fase de transição crítica que demanda precisão e
precaução. Neste tópico, exploraremos diretrizes abrangentes para uma preparação segura e eficiente, abor-
dando desde a manipulação cuidadosa até a diluição adequada e as precauções essenciais. Estas práticas
são essenciais para garantir uma transição suave e segura de produtos químicos para o ambiente operacional,
reduzindo a exposição e os riscos de derramamento.
Precauções para manuseio: o manuseio seguro de produtos químicos começa com uma equipe treinada
e ciente dos perigos envolvidos. O uso de equipamento de proteção individual (EPI) adequado é essencial e
os procedimentos operacionais padrão devem ser rigorosamente seguidos. Além disso, definir claramente as
áreas de trabalho e aplicar as melhores práticas, como não comer ou beber e a importância da higiene pessoal,
desempenham um papel importante na criação de um ambiente de trabalho seguro.

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Diluições adequadas: diluir produtos químicos é uma prática comum, mas requer cuidados especiais para
evitar riscos desnecessários. Neste contexto, é importante estabelecer um protocolo de diluição claro, incluin-
do medições precisas e recipientes apropriados. Ao implementar equipamento de diluição seguro e educar o
pessoal sobre a importância das proporções adequadas, a probabilidade de reações adversas ou libertação de
materiais perigosos é reduzida.
Precauções durante o preparo: incorporar precauções especiais durante a preparação é uma estratégia
de prevenção eficaz. Isto inclui a realização de uma avaliação de riscos e a identificação de potenciais pontos
críticos antes do processo de preparação. A instalação de sistemas de ventilação adequados, a utilização de
medidores precisos para garantir a capacidade correta e a implementação de procedimentos de emergência
são elementos essenciais para uma preparação segura e eficaz.
— Armazenamento adequado: práticas de prevenção de acidentes e contaminação
O armazenamento seguro de produtos químicos é uma parte importante da gestão de riscos. Neste tópico
veremos práticas básicas para garantir o armazenamento adequado e reduzir o risco de acidentes e contami-
nação. Esta orientação visa promover ambientes de armazenamento que priorizem a segurança e a integridade
dos produtos químicos, desde a separação baseada na compatibilidade até o uso de recipientes dedicados.
Separação baseada na compatibilidade: é importante separar de acordo com a compatibilidade para evi-
tar reações indesejadas entre diferentes produtos químicos armazenados no mesmo ambiente. Determinar as
categorias de substâncias não conformes e definir áreas específicas para cada grupo reduz a probabilidade de
acidentes químicos e melhora a segurança operacional.
Uso correto de recipientes: o tipo de recipiente utilizado para armazenar produtos químicos desempenha
um papel importante na manutenção da integridade dos produtos químicos e na prevenção de derramamentos.
Selecionar o recipiente adequado para o tipo de material, garantir a vedação adequada e rotular claramente
cada recipiente são práticas importantes. A manutenção regular do contêiner também é importante para evitar
danos ou deterioração que possam comprometer a segurança.
Procedimentos e sinais de emergência: antecipar emergências é um hábito importante. É importante
estabelecer procedimentos claros para lidar com derramamentos, incêndios ou outros incidentes. Além disso,
marcações adequadas indicando locais de armazenamento e perigos associados são essenciais para orientar
rapidamente os trabalhadores e as equipes de emergência em situações críticas.
Ao compreender e implementar estas práticas durante as fases de preparação e armazenamento, as orga-
nizações não só protegem os seus colaboradores e o ambiente, mas também criam uma cultura de segurança
que permeia todas as operações. Estas ações refletem o nosso compromisso com a conformidade regula-
mentar, bem como com a responsabilidade e a integridade em todas as fases do ciclo de vida dos produtos
químicos.
— Transporte cuidadoso: garante segurança no transporte de produtos químicos
O transporte de produtos químicos é uma etapa delicada que requer medidas especiais para evitar vaza-
mentos, derramamentos ou reações adversas durante a viagem. Este tópico desenvolve práticas e regulamen-
tações de segurança relacionadas ao transporte de produtos químicos e enfatiza a importância de processos
de transporte informados que reduzam riscos e garantam a segurança em toda a cadeia logística.
Veículos e tecnologias de tiro relacionados: escolher o veículo certo para transportar produtos químicos é
importante. Para evitar derrames e reduzir riscos durante o transporte, são essenciais veículos especificamente
equipados com tecnologia de contenção, como compartimentos selados e sistemas de contenção de líquidos.
A manutenção regular desses veículos e a certificação do cumprimento das normas de segurança são práticas
que fortalecem a integridade do transporte.
Rota planejada e comunicação eficaz: o planejamento de rotas seguro e eficiente é uma estratégia preven-
tiva. Isto inclui a identificação de rotas que minimizem a exposição a áreas densamente povoadas ou ecos-
sistemas sensíveis. A comunicação eficaz entre as partes interessadas no transporte, incluindo motoristas,
condutores e reguladores, é essencial para prever e resolver problemas na estrada.

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Treinamento especial para motoristas: a consideração mais importante é garantir que os motoristas tenham
formação adequada para manusear produtos químicos durante o transporte. O treinamento deve incluir manu-
seio seguro, procedimentos de emergência em caso de acidente e uso adequado de equipamentos de segu-
rança. Isto não só protege os trabalhadores diretamente envolvidos, mas também reduz o risco de acidentes
durante o transporte.
— Uso responsável: aumenta a eficiência dos produtos químicos e garante seu uso seguro
O uso de produtos químicos no local de trabalho ou em processos industriais exige precauções rigorosas
para garantir eficiência e segurança. Este tópico analisa mais de perto as diretrizes de uso responsável, abran-
gendo tudo, desde a escolha do equipamento certo até a ventilação eficaz, para garantir que você obtenha os
benefícios dos produtos químicos sem comprometer a segurança.
Opções de equipamentos apropriados: ao trabalhar com produtos químicos, é importante escolher o
equipamento certo. Isto envolve avaliar as propriedades específicas de cada substância e selecionar ferramen-
tas que minimizem o risco de exposição. Equipamentos de aplicação de precisão, como sistemas de aerossol
ou controle de dose, promovem uma distribuição eficiente e segura.
Uso de equipamentos de proteção individual (EPI): o uso correto de equipamentos de proteção individu-
al (EPI) é uma prática inegociável. Cada tipo de produto químico pode exigir EPIs específicos, incluindo luvas,
óculos de proteção, respiradores, etc. Para segurança pessoal, é importante que os funcionários sejam treina-
dos na seleção, utilização e manutenção deste equipamento.
Ventilação adequada: manter um ambiente bem ventilado é uma estratégia de prevenção eficaz. A instala-
ção de um sistema de ventilação adequado em áreas onde são utilizados produtos químicos garantirá a rápida
dissipação de vapores e gases, reduzindo o risco de inalação perigosa para os trabalhadores.
— Eliminação de resíduos tóxicos: práticas responsáveis para um futuro sustentável
A gestão responsável dos resíduos químicos é essencial para prevenir danos ambientais e promover a
sustentabilidade. Este tópico analisa métodos de descarte seguro, enfatiza a importância da conformidade am-
biental e fornece orientação sobre o descarte ambientalmente correto de resíduos tóxicos.
Classificação e identificação de resíduos: o primeiro passo para o descarte responsável é classificar e
identificar adequadamente os resíduos tóxicos. Inclui uma análise detalhada das propriedades de cada subs-
tância para que possam ser utilizados procedimentos adequados para reduzir o risco. Rotular claramente os
recipientes de resíduos é uma prática que promove o manuseio seguro.
Conformidade Ambiental: as regulamentações ambientais estabelecem padrões específicos para a elimi-
nação de resíduos tóxicos. As organizações devem estar plenamente conscientes e cumprir estes regulamen-
tos para garantir que cada etapa do processo de eliminação esteja em conformidade com a lei. Recomenda-se
também a cooperação com uma empresa especializada em eliminação de resíduos.
Alternativas sustentáveis e reciclagem: Encontrar alternativas sustentáveis para o descarte de resíduos,
como a reciclagem, é uma prática que visa reduzir o impacto ambiental. Identificar oportunidades para reutili-
zar ou reciclar resíduos em matérias-primas é uma abordagem inovadora que pode ajudar a criar cadeias de
eliminação mais sustentáveis.
Ao integrar estas práticas desde a produção até à eliminação de resíduos tóxicos, as organizações não só
reforçam a sua responsabilidade ambiental, mas também contribuem para um ambiente industrial mais seguro
e sustentável. Esta abordagem geral reflete o nosso compromisso com a segurança, a eficiência e a gestão
ambiental em todas as fases do ciclo de vida dos produtos químicos.
Em resumo, a Ficha de Informações sobre Produtos Químicos (FISPQ) emerge como uma ferramenta in-
dispensável na gestão segura e responsável de substâncias químicas. Ao abordar aspectos cruciais desde a
fabricação até a eliminação de resíduos, ela não apenas promove ambientes de trabalho mais seguros, mas
também desempenha um papel significativo na preservação ambiental. A conscientização sobre os perigos
potenciais, aliada à implementação de medidas preventivas, destaca o compromisso das organizações com a
segurança ocupacional e a sustentabilidade. Nesse contexto, a FISPQ não é apenas um documento técnico;
é um guia essencial para a promoção de práticas empresariais responsáveis e para a construção de um futuro
onde a segurança e a preservação ambiental caminham lado a lado.

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Noções conceituais em ergonomia relacionadas a ergonomia física, cognitiva e orga-
nizacional .Biomecânica e fisiologia do trabalho. Aspectos cognitivos e psicossociais.
Organização do trabalho. Assédio moral organizacional. Análise ergonômica do trabalho

Entende-se por ergonomia o estudo entre a relação do corpo humano, com o ambiente de trabalho no
qual está inserido. Tem como objetivo otimizar o bem-estar do ser humano com o intuito de melhorar seu
desenvolvimento dentro do espaço de trabalho.
Dentro desse ambiente, existe a preocupação com o bem-estar do trabalhador, incluindo sua saúde, durante
suas atividades, uma vez que isso influencia diretamente na boa execução de suas funções.
É necessário analisar o local de trabalho, incluindo a condição das instalações, a mobília e os equipamentos.
A Norma Reguladora 17 é responsável por tratar sobre a ergonomia dos mobiliários, sendo adequados ou não
para o ambiente de trabalho, além das condições que devem ser adequadas para que o trabalhador execute
suas funções.
Especialmente em seu artigo 17.3.1 da NR17, são estabelecidos alguns critérios a serem seguidos sobre a
posição sentada, sendo que o mobiliário necessita possuir regulagens, com o intuito de que o trabalhador possa
regular a altura de acordo com as suas características físicas.
Outro fator que influencia diretamente no conforto do trabalhador inserido em seu ambiente de trabalho é o
nível de ruído sonoro. A NR MTE 17 e a NBR Inmetro 10152 estabelece que os ruídos acima de 65dB devem
ser reavaliados.
Atividades praticadas na posição sentada, recomenda-se que utilizem apoio para os pés, com o intuito de
adaptar às condições biomecânicas do trabalhador.
Entende-se por risco ergonômico tudo aquilo que pode interferir causando desconforto e afetando sua saúde,
como por exemplo movimento repetitivos, postura inadequada, levantamento excessivo de peso, entre outros.
É necessário adequar ergonomicamente esses ambientes de trabalho, diminuindo o esforço das tarefas e o
risco de acidentes de trabalho.
Sabe-se que com o envelhecimento ocorre a diminuição progressiva da força muscular. Os músculos são
responsáveis pela manutenção da estabilidade corporal e pela manutenção dos movimentos articulares. Com
essa diminuição da força muscular, ocorre o desgaste das estruturas envolvidas nos movimentos. Isso favorece
o aparecimento de doenças como artrites, artroses, tendinites e outros.
Desse modo, a prática de exercícios laborais são considerados de extrema importância para a manutenção
da força muscular dos trabalhadores. Esses exercícios são determinados por profissionais de fisioterapia e não
dispensam a realização de outros exercícios de força muscular. São realizados dentro do ambiente de trabalho
e devem ser realizados antes e depois da jornada.
Entende-se por ergonomia o estudo entre a relação do corpo humano, com o ambiente de trabalho no
qual está inserido. Tem como objetivo otimizar o bem-estar do ser humano com o intuito de melhorar seu
desenvolvimento dentro do espaço de trabalho.
Dentro desse ambiente, existe a preocupação com o bem-estar do trabalhador, incluindo sua saúde, durante
suas atividades, uma vez que isso influencia diretamente na boa execução de suas funções.
É necessário analisar o local de trabalho, incluindo a condição das instalações, a mobília e os equipamentos.
A Norma Reguladora 17 é responsável por tratar sobre a ergonomia dos mobiliários, sendo adequados ou não
para o ambiente de trabalho, além das condições que devem ser adequadas para que o trabalhador execute
suas funções.
Especialmente em seu artigo 17.3.1 da NR17, são estabelecidos alguns critérios a serem seguidos sobre a
posição sentada, sendo que o mobiliário necessita possuir regulagens, com o intuito de que o trabalhador possa
regular a altura de acordo com as suas características físicas.
Outro fator que influencia diretamente no conforto do trabalhador inserido em seu ambiente de trabalho é o
nível de ruído sonoro. A NR MTE 17 e a NBR Inmetro 10152 estabelece que os ruídos acima de 65dB devem
ser reavaliados.

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Atividades praticadas na posição sentada, recomenda-se que utilizem apoio para os pés, com o intuito de
adaptar às condições biomecânicas do trabalhador.
Entende-se por risco ergonômico tudo aquilo que pode interferir causando desconforto e afetando sua saúde,
como por exemplo movimento repetitivos, postura inadequada, levantamento excessivo de peso, entre outros.
É necessário adequar ergonomicamente esses ambientes de trabalho, diminuindo o esforço das tarefas e o
risco de acidentes de trabalho.
Sabe-se que com o envelhecimento ocorre a diminuição progressiva da força muscular. Os músculos são
responsáveis pela manutenção da estabilidade corporal e pela manutenção dos movimentos articulares. Com
essa diminuição da força muscular, ocorre o desgaste das estruturas envolvidas nos movimentos. Isso favorece
o aparecimento de doenças como artrites, artroses, tendinites e outros.
Desse modo, a prática de exercícios laborais são considerados de extrema importância para a manutenção
da força muscular dos trabalhadores. Esses exercícios são determinados por profissionais de fisioterapia e não
dispensam a realização de outros exercícios de força muscular. São realizados dentro do ambiente de trabalho
e devem ser realizados antes e depois da jornada.
Os riscos presentes no ambiente de trabalho podem ser categorizados em cinco tipos, conforme estabe-
lecido pela Portaria nº 3.214 do Ministério do Trabalho do Brasil, datada de 1978. Essa portaria reúne normas
regulamentadoras que consolidam a legislação trabalhista relacionada à segurança e medicina do trabalho. A
classificação dos riscos é encontrada na Norma Regulamentadora nº 5 (NR-5):
– Riscos de Acidentes: qualquer elemento que exponha o trabalhador a situações de vulnerabilidade, po-
dendo afetar sua integridade física, bem-estar psíquico e físico.
Exemplos: máquinas e equipamentos sem proteção, risco de incêndio e explosão, arranjo físico inadequa-
do, armazenamento inadequado, entre outros.
– Riscos Ergonômicos: qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do traba-
lhador, causando desconforto ou impactando sua saúde.
Exemplos: Levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inade-
quada de trabalho, entre outros.
– Riscos Físicos: agentes de risco físico são diversas formas de energia às quais os trabalhadores podem
estar expostos. Exemplos: Ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e não-ionizantes, vibra-
ção, etc.
– Riscos Químicos: agentes de risco químico são substâncias, compostos ou produtos que podem entrar
no organismo do trabalhador por meio respiratório, poeiras, fumos, gases, neblinas, névoas ou vapores, ou que,
pela natureza da atividade, possam ser absorvidos pela pele ou por ingestão. Exemplos: Substâncias tóxicas,
produtos químicos nocivos, entre outros.
– Riscos Biológicos: agentes de risco biológico incluem bactérias, vírus, fungos, parasitas, entre outros.
A interação entre seres humanos e ambientes de trabalho é um campo intrincado que envolve diversos as-
pectos, desde a biomecânica até a fisiologia. Este artigo explora os elementos fundamentais da biomecânica e
fisiologia do trabalho, destacando aspectos cognitivos e psicossociais, organização do trabalho, assédio moral
organizacional e a importância da análise ergonômica para promover ambientes laborais saudáveis.
— Aspectos cognitivos e psicossociais: desvendando a complexidade humana no ambiente de tra-
balho
Uma análise aprofundada dos aspectos cognitivos e psicossociais explora a complexidade da experiência
de trabalho humana. O estresse, entendido como uma resposta física e mental a demandas desafiadoras, apa-
rece como fator influenciador da dinâmica de trabalho. Para reduzir o impacto negativo do stress na saúde men-
tal e na eficácia profissional, é importante compreender como o stress se manifesta individual e coletivamente.
Além disso, a tomada de decisões, uma habilidade fundamental, está intimamente relacionada aos proces-
sos cognitivos. A capacidade de avaliar informações, avaliar opções e escolher a ação mais adequada afeta
diretamente a qualidade do desempenho no trabalho. Estratégias que incentivam melhores competências de
tomada de decisão não só aumentam a eficiência, mas também criam um ambiente de confiança e autonomia.

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As relações interpessoais, moldam a estrutura social de uma organização. Compreender a dinâmica das
interações entre colegas, superiores e subordinados é essencial para criar um ambiente de trabalho colaborati-
vo e inclusivo. Estratégias de gestão que promovem relacionamentos positivos contribuem para o ambiente de
trabalho, bem como para a motivação e o engajamento dos colaboradores.
O último item destacado, satisfação no trabalho, reflete o ajuste entre as aspirações individuais e a realidade
organizacional. Considerar o equilíbrio entre as demandas profissionais e as aspirações pessoais é crucial para
promover um ambiente onde os colaboradores sintam que seu trabalho é valorizado e significativo. Estratégias
que visam aumentar a satisfação no trabalho têm o potencial não apenas de reter talentos, mas também de
impulsionar a inovação e a produtividade.
Portanto, a gestão eficaz dos aspectos cognitivos e psicossociais não apenas melhora a qualidade de vida
no trabalho, mas também eleva o desempenho individual e coletivo, fortalecendo as bases para um ambiente
laboral saudável e sustentável.
— Organização do trabalho: criando estruturas para eficiência e bem-estar

A organização do trabalho é a espinha dorsal que sustenta a eficiência e o bem-estar dos trabalhadores em
qualquer ambiente. A distribuição criteriosa de tarefas é o primeiro passo para garantir que cada membro da
equipe esteja contribuindo de maneira significativa para os objetivos organizacionais. Atribuir responsabilidades
com base nas habilidades e interesses individuais cria uma dinâmica de trabalho mais tranquila e motivadora.
É importante definir responsabilidades claras para evitar confusões que podem levar à sobrecarga ou ao
baixo moral. Quando os colaboradores compreendem claramente o seu papel e contribuição para um objetivo
comum, isso não só otimiza a produtividade, mas também fortalece a confiança na equipa.
Promover um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional é um elemento-chave para uma gestão
do trabalho eficaz. Estratégias que incentivam horários flexíveis, políticas de férias adequadas e uma cultura
que valoriza o tempo afastado do trabalho contribuem para a qualidade de vida dos colaboradores. Esta abor-
dagem não só melhora o bem-estar individual, mas também cria um ambiente onde os funcionários se sentem
valorizados e apoiados.
Desta forma, a organização do trabalho não é apenas uma questão de eficiência operacional, mas também
uma expressão visível do compromisso da organização com o bem-estar dos seus colaboradores. Quando
devidamente estruturado, pode ser uma ferramenta poderosa para aumentar a satisfação, a motivação e a pro-
dutividade, e criar um ambiente onde os funcionários possam não apenas sobreviver, mas também prosperar.

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— Distúrbios do moral organizacional: um desafio para a saúde no local de trabalho

O bullying dentro das organizações está se tornando um problema significativo que afeta a saúde e o de-
sempenho dos funcionários. Caracterizado por comportamentos de risco, discriminação e humilhação, esse
fenômeno cria um ambiente tóxico que não só impacta diretamente as vítimas, mas também afeta o moral e a
união de toda a equipe. Este é um problema que vai além do indivíduo e se reflete nos pilares fundamentais da
cultura de uma organização.
A complexidade do bullying é evidenciada pela sua capacidade de afetar não só a integridade psicológica
da vítima, mas também a dinâmica de toda a equipe. Eles observam que a prevalência destes comportamentos
tóxicos pode levar a uma cultura organizacional negativa que afeta diretamente o envolvimento, a motivação
e a lealdade dos funcionários. Finalmente, o bullying não só prejudica a saúde mental de um indivíduo, como
também enfraquece o tecido social de uma organização.
Diante desses cenários complexos, estratégias de prevenção e intervenção tornam-se importantes. A pro-
moção de políticas internas que rejeitem claramente todas as formas de assédio, combinadas com programas
de sensibilização e educação, parece ser uma abordagem proativa. O estabelecimento de canais de denúncia
confidenciais e eficazes é essencial para incentivar as vítimas a denunciar incidentes e proporcionar um am-
biente seguro para resolver estas questões.
A liderança também desempenha um papel importante na criação de uma cultura que rejeita o bullying. Mo-
delar o comportamento ético, demonstrar empatia e denunciar prontamente o assédio são elementos-chave na
criação de um ambiente de trabalho saudável e respeitoso. Ao assumirem uma postura firme contra o assédio
moral, as organizações não só protegem os seus colaboradores, mas também reforçam os valores éticos e
humanitários como pilares importantes da sua identidade corporativa.
— Análise ergonômica do trabalho: criando um ambiente de trabalho adequado às pessoas

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A análise ergonômica do trabalho parece ser uma ferramenta útil para encontrar um ambiente de trabalho
que respeite e se adapte às necessidades físicas e mentais dos funcionários. Esta abordagem cuidadosa inclui
uma avaliação detalhada da postura, movimentos repetitivos, layout do local de trabalho e ferramentas utiliza-
das para reduzir o risco de lesões e promover o conforto no ambiente de trabalho.
A realização de uma análise ergonômica abrangente não é apenas uma estratégia para reduzir os riscos
ocupacionais, mas também uma iniciativa que visa melhorar a eficiência operacional. Ao adaptar o ambiente de
trabalho às características humanas, as organizações não só protegem a saúde dos seus colaboradores, mas
também otimizam a produtividade.
Esta abordagem preventiva representa um investimento a longo prazo na saúde e no bem-estar dos traba-
lhadores e contribui para reduzir o absentismo devido a problemas de saúde relacionados com o trabalho. Além
disso, um ambiente ergonomicamente projetado tem impacto positivo na qualidade das atividades profissionais,
aumentando a concentração, a criatividade e a satisfação no trabalho.
Sendo assim, a análise ergonômica do trabalho não é simplesmente uma resposta aos requisitos regu-
lamentares, mas sim um compromisso da organização em criar um ambiente onde os funcionários possam
prosperar.
Ao investir na adaptação de espaços e processos às características humanas, as organizações não só
preservam a saúde física e mental dos seus colaboradores, mas também fortalecem um ambiente em que o
capital humano é valorizado como um recurso estratégico. Em outras palavras, um conhecimento profundo da
biomecânica e dos fatores que permeiam a fisiologia do trabalho é essencial para criar um ambiente de trabalho
saudável e produtivo.
A intersecção dos aspectos cognitivos, da organização do trabalho, da prevenção do bullying e da análise
ergonômica constitui a base de uma abordagem holística à gestão de recursos humanos. Ao priorizar o bem-
-estar dos colaboradores e promover práticas que respeitem a complexidade humana, as organizações não só
criam um ambiente propício ao crescimento profissional, mas também criam uma sociedade mais igualitária e
centrada no respeito mútuo.
Buscar constantemente estratégias que integrem efetivamente esses elementos é um compromisso firme
com a qualidade de vida no trabalho e o desenvolvimento sustentável das organizações.

Biossegurança Vigilância e Promoção da saúde do trabalhador: Noções conceituais


em biossegurança, vigilância e promoção da saúde do trabalhador e da trabalhadora.
Conceitos de perícia médica ocupacional. Reabilitação ocupacional. Noções conceituais
em gestão de riscos relacionadas a programas prevencionistas. Ferramentas e técni-
cas de reconhecimento e análise de riscos e adoção de medidas de proteção e contro-
le. Prevenção e controle de riscos em máquinas, equipamentos, instalações e serviços.
Prevenção e controle dos riscos psicossociais; gestão integrada de saúde, segurança e
meio ambiente. Elenco de programas, laudos, ensaios e perícias em segurança e saúde
no trabalho. Registros administrativos em segurança e saúde no trabalho

A biossegurança7 é uma estratégia de desenvolvimento sustentável que promove ações de prevenção para
eliminar os riscos oriundos das novas tecnologias para a saúde.
As discussões sobre a importância da biossegurança iniciaram-se, no Brasil, na década de 1970. Nessa
época, começou-se a perceber a relevância de desenvolver programas de proteção e segurança dos trabalha-
dores, principalmente daqueles envolvidos em pesquisas com microrganismos.
A partir disso, começaram as discussões sobre o processo de exposição ocupacional, alinhado ao conceito
de biossegurança. O foco inicial eram os trabalhadores dos laboratórios de análise de material biológico, consi-
derando-se a incidência, nesses profissionais, de doenças como tuberculose e hepatite B.

7 SANTOS, S. V. M.; et al. Saúde do Trabalhador. Porto Alegre: Sagah, 2019.

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Todavia, a biossegurança foi instituída no Brasil somente na década de 1980, com a participação do país
no programa de treinamento internacional em biossegurança, organizado pela Organização Mundial da Saúde
(OMS). A partir daí, iniciou-se a implantação de medidas para acompanhar os avanços tecnológicos na área de
biossegurança.
A partir de 1985, começaram a ser oferecidos cursos de biossegurança no país, com a finalidade de imple-
mentar medidas de segurança como parte do processo de trabalho de profissionais da saúde. Nesse mesmo
período, o Ministério da Saúde começou um projeto de capacitação científica e tecnológica para doenças emer-
gentes e reemergentes, com a finalidade de capacitar as instituições de saúde em biossegurança.
No entanto, foi somente na década de 1990 que foi instituída a primeira Lei de Biossegurança, na forma da
Lei n°. 8.974, de 5 de janeiro de 1995, a qual foi revogada pela Lei n°. 11.105, de 24 de março de 2005.
No Ministério da Saúde, a biossegurança é controlada pela Comissão de Biossegurança em Saúde, que foi
criada em 2003, pela Portaria GM/MS n°. 1.683, de 28 de agosto de 2003. Essa comissão tem o papel de defi-
nir estratégias de avaliação, atuação e acompanhamento das ações relacionadas à biossegurança no território
nacional. As suas principais atribuições são as seguintes:
- Participar e acompanhar, nos âmbitos nacional e internacional, a elaboração e reformulação de normas de
biossegurança;
- Proceder ao levantamento e à análise das questões referentes à biossegurança, visando a identificar os
seus impactos e as suas correlações com a saúde humana;
- Propiciar debates públicos sobre biossegurança, por meio de reuniões e eventos abertos à comunidade;
- Estimular a integração de ações dos diversos órgãos do Sistema Único de Saúde nas questões de biosse-
gurança em saúde;
- Assessorar as atividades relacionadas à formulação, atualização e implementação da Política Nacional de
Biossegurança.
A partir desse contexto, a biossegurança tem trazido resultados relevantes e consideráveis para a saúde
dos profissionais da saúde. Essas ações necessitam de maior reconhecimento e divulgação junto aos trabalha-
dores e às instituições, uma vez que promovem menores riscos ocupacionais de contaminação do trabalhador
durante o seu processo de trabalho.
Outro avanço da biossegurança, em termos de segurança e saúde dos trabalhadores da saúde, foi a regula-
mentação da Norma Regulamentadora (NR) n°. 32, pelo Ministério do Trabalho, em 2005. Essa norma estabe-
leceu diretrizes básicas e fundamentais para a prática de implementação de medidas de proteção, segurança
e saúde dos trabalhadores que atuam em ambientes que prestam serviços de saúde, tanto em atividades de
promoção como de assistência à saúde em geral.
Obs.: as contaminações pelos vírus das hepatites B e C e pelo vírus HIV são as principais causas de conta-
minação sofridas por profissionais da saúde. A prevenção de acidentes com exposição ocupacional é o principal
caminho para evitar a transmissão dos vírus.
A NR 32 trouxe diversos avanços para a promoção da saúde dos trabalhadores de instituições de saúde.
Ela preconiza que essas instituições devem implantar ações de promoção, proteção e recuperação da saúde
dos seus trabalhadores, com vistas aos riscos ambientais presentes nas atividades laborais. A NR 32 possui
três eixos:

1. Capacitação contínua dos trabalhadores;

2. Definição dos programas que abordam os riscos ocupacionais;

3. Determinação das medidas de proteção contra os riscos.

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A biossegurança promove, nos dias atuais, maior controle dos riscos ambientais presentes nas atividades
laborais dos profissionais da saúde. Além disso, promove a consolidação das ações e das competências nessa
área, em prol de uma maior segurança e saúde no trabalho, bem como a qualidade de vida e saúde dos traba-
lhadores. Por isso, é importante manter a discussão sobre a biossegurança no local de trabalho, a fim de reduzir
os riscos ocupacionais, os acidentes e as contaminações dos trabalhadores.
Riscos Ocupacionais nos Ambientes de Trabalho
Os trabalhadores têm enfrentado diversos obstáculos para desenvolver as suas atividades laborais. Além
das pressões administrativas e da sobrecarga de trabalho, eles ainda enfrentam dificuldades relacionadas ao
ambiente de trabalho. Muitos ambientes laborais oferecem riscos ocupacionais nas atividades exercidas, em
função das necessidades do trabalho.
Os riscos ocupacionais fazem parte da vida diária do trabalhador. Por isso, todos precisam conhecer e ficar
atentos a tais fatores de riscos. Ao identificar os fatores de risco ocupacional, é possível promover a maior se-
gurança no trabalho.
Entre os riscos ocupacionais que podem prejudicar a saúde e o trabalho do indivíduo, os riscos físicos são
os mais presentes nos ambientes laborais. Além disso, tem-se investigado muito a exposição dos trabalhadores
aos agentes químicos nos ambientes de trabalho. Esses dois riscos são responsáveis por muitos acidentes e
doenças advindas das atividades laborais.
Mapa de Riscos Ambientais

Grupo 1 Grupo 3
Grupo 2 Vermelho Grupo 4 Amarelo Grupo 5 Azul
Verde Marrom
Riscos Físi- Riscos Bio- Riscos Ergonômi-
Riscos Químicos Riscos de Acidentes
cos lógicos cos
- Esforço físico inten-
so - Arranjo físico inadequa-
- Levantamento e do
transporte manual de - Máquinas e equipamen-
- Ruídos peso tos sem
- Vibrações - Exigência de postu- - Ferramentas inadequa-
- Radiações - Poeiras ra inadequada
- Vírus das ou defeituosas
ionizantes - Fumos - Controle rígido de
- Bactérias - Iluminação inadequada
- Radiações - Névoas produtividade
não ionizan- - Gases - Protozoá- - Imposição de ritmos - Eletricidade
rios - Probabilidade de incên-
tes - Vapores excessivos - Trabalho
- Fungos dio ou explosão proteção
- Frio - Substâncias, com- em turno noturno
- Parasitas - Armazenamento inade-
- Calor postos ou produtos - Jornadas de traba-
- Bacilos quado
- Pressões químicos em geral lho prolongadas - Animais peçonhentos
anormais - Monotonia e repeti- - Outras situações de
- Umidade tividade risco que poderão contri-
- Outras situações buir para a ocorrência de
causadoras de acidentes
estresse físico e/ou
psíquico

Riscos Físicos
Os riscos físicos são aqueles capazes de modificar o ambiente de trabalho dos indivíduos. São efeitos ge-
rados por máquinas, equipamentos e condições físicas características do local de trabalho que podem causar
prejuízos à saúde do trabalhador.
Esses riscos são identificados por três principais características: necessitam de um meio de transmissão;
agem mesmo sobre pessoas que não têm contato direto com a fonte e podem ocasionar lesões crônicas.
Ruído
- Características: sons presentes no ambiente de trabalho que, ao atingir níveis excessivos, podem provo-
car sérios prejuízos à saúde, dependendo do tempo de exposição, nível sonoro e da sensibilidade individual;

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- Consequências: baixa concentração, baixo rendimento, má comunicação, acidentes, desconforto, perda
auditiva, alterações na pressão sanguínea.
Vibração
- Características: são agentes físicos nocivos, produzidos por máquinas ou equipamentos vibrantes que
atuam por transmissão de energia mecânica, emitindo oscilações com amplitudes perceptíveis;
- Consequências: danos na região espinal, alterações no sistema circulatório e/ou urológico e neurológico,
fadiga, insônia, dor de cabeça, tremor, vômitos, respiração irregular, alterações neurovasculares e articulares
nas mãos, problemas nas articulações de mãos e braços, osteoporose.
Radiação
- Características: são formas de energia transmitidas por ondas. São divididas em dois grupos: ionizantes
e não ionizantes;
- Consequências
Radiação ionizante: os efeitos imediatos são eritema, queda de cabelos, necrose de tecido, esterilidade
temporária ou permanente. Os efeitos tardios são catarata, câncer, anemia;
Radiação não ionizante: os efeitos são perturbações visuais, queimaduras, lesões, insolação, fadiga.
Umidade
- Características: atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade
excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores;
- Consequências: doenças do aparelho respiratório, quedas, doenças de pele, doenças circulatórias, efei-
tos metabólicos e endócrinos.
Temperatura extrema
- Características
Calor: fatores ambientais podem afetar o trabalhador exposto ao calor excessivo;
Frio: atividades laborais que expõem os trabalhadores aos danos provocados pelo frio.
- Consequências
Calor: desidratação, erupção da pele, câimbras, fadiga física, distúrbios psiconeuróticos, problemas cardio-
circulatórios, insolação, hipertermia;
Frio: feridas, rachaduras e necrose na pele, enregelamento, agravamento de doenças reumáticas, predispo-
sição para acidentes, predisposição para doenças das vias respiratórias, hipotermia e Síndrome de Raynaud.
Pressão anormal
- Características: atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a pressões ambientais acima ou abaixo
das pressões normais.
- Consequências
Hipobáricas (baixas pressões): irritabilidade, diminuição da capacidade motora e sensitiva, alterações do
sono, fadiga muscular, hemorragias na retina, edema cerebral, edema agudo do pulmão, hipóxia.
Hiperbáricas (altas pressões): convulsões, ruptura do tímpano, liberação de nitrogênio nos tecidos, necrose
óssea.
A prevenção aos riscos físicos é a melhor forma de evitar as consequências que o trabalho pode causar ao
trabalhador devido à exposição direta aos agentes. A promoção de medidas de proteção individual pode ajudar
no combate à exposição aos riscos físicos.
Nota: as pressões hiperbáricas são aquelas acima da pressão atmosférica normal. Elas ocorrem em traba-
lhos realizados em tubulações de ar comprimido, máquinas de perfuração, caixões pneumáticos e trabalhos
executados por mergulhadores. Já as pressões hipobáricas são aquelas abaixo da pressão atmosférica normal,
que ocorrem com trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes, como em arranha-céus, ou em pi-
lotos e astronautas.

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Riscos Químicos
Os riscos químicos são causados por exposição a substâncias sólidas, líquidas ou gasosas, compostas por
produtos químicos capazes de penetrar no organismo, como poeira, fumo, gases, vapores, entre outros.
Esses riscos são representados pelas substâncias químicas que se encontram nas formas líquida, sólida ou
gasosa e que, quando absorvidas pelo organismo, podem produzir reações tóxicas e danos à saúde.
Existem três vias de penetração no organismo: respiratória (inalação pelas vias aéreas), cutânea (absorção
pela pele) e digestiva (ingestão).
Algumas das características e das consequências da exposição aos riscos químicos são apresentadas na
tabela abaixo:

Risco Químico Características Agentes Consequências


Poeiras minerais Provêm de diversos Sílica, asbesto, carvão, Silicose (quartzo),
minerais. minerais. asbestose (amianto)
e pneumoconiose dos
minérios de carvão.
Poeiras vegetais São produzidas pelo Algodão, bagaço de Bissinose (algodão),
tratamento industrial cana de açúcar. bagaçose (cana de
açúcar).
Névoas, gases e vapo- São causados por Irritantes: ácido clorí- Irritação das vias aére-
res agentes irritantes, asfi- drico, ácido sulfúrico, as superiores.
xiantes e anestésicos. amônia, soda cáusti- Dores de cabeça, náu-
ca, cloro. Asfixiantes: seas, sonolência, con-
hidrogênio, nitrogênio, vulsões, coma, morte.
hélio, metano, acetile- Ação depressiva sobre
no, dióxido de carbono, o sistema nervoso, da-
monóxido de carbono. nos aos diversos órgãos
Anestésicos: butano, e ao sistema formador
propano, aldeídos, ceto- do sangue.
nas, cloreto de carbono,
benzeno, álcool.
Poeiras alcalinas Provêm, em especial, Calcário. Doença pulmonar obs-
do calcário. trutiva crônica e enfise-
ma pulmonar.
Fumos metálicos Provêm do uso indus- Cobre, alumínio, chum- Doença pulmonar
trial de metais. bo, solda. obstrutiva crônica, febre
de fumos metálicos e
intoxicação específica,
de acordo com o metal.

A prevenção aos riscos químicos é a melhor forma de evitar danos à saúde decorrentes do trabalho. Para
isso, é necessário conhecer as suas principais fontes e consequências, possibilitando assim a implementação
de barreiras para contenção da exposição do trabalhador.
As medidas de proteção individual são as melhores maneiras de evitar essa contaminação. Dessa forma,
elas devem ser adotadas, monitoradas e incentivadas pelo setor de saúde ocupacional.
Riscos Ergonômicos no Ambiente de Trabalho
Os riscos ergonômicos presentes no ambiente de trabalho são responsáveis por diversas doenças osteo-
musculares. Eles estão presentes na maioria das atividades ocupacionais e relacionam-se a posturas inade-
quadas na execução das tarefas e tempo prolongado na mesma posição no processo de trabalho.
O objetivo principal da ergonomia é manter a satisfação, a segurança e o bem-estar do trabalhador em seu
ambiente laboral. É importante atentar às tarefas, aos equipamentos e ao melhor comportamento entre as equi-
pes, assim como à adaptação do ambiente e do processo de trabalho.
Os riscos ergonômicos são regulamentados pela NR 17 e fazem parte dos mapas de riscos dos ambientes
de trabalho. Esses riscos são divididos de acordo com as suas características:

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Esforço físico intenso
- Características: esforço físico demandado por algumas tarefas, sem uso de equipamento adequado;
- Consequências: dores, fadiga, esgotamento profissional (Burnout), cansaço.
Levantamento e transporte de peso
- Características: levantar ou transportar cargas pesadas;
- Consequências: lesões na coluna, ombro e braço.
Postura inadequada
- Características: posição inadequada em que o trabalhador executa a sua atividade;
- Consequências: dores nas costas, enfraquecimento e lesões em várias partes do corpo, como ombros e
pulsos, Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT).
Controle da produtividade
- Características: cobrança excessiva para um trabalho acelerado, com mais esforço físico do trabalhador;
- Consequências: estresse físico e mental, transtorno de ansiedade, fadiga, esgotamento profissional (Bur-
nout).
Ritmos excessivos
- Características: excesso de tarefas e cobranças;
- Consequências: estresse físico e mental, hipertensão arterial, transtorno de ansiedade, depressão, doen-
ças do trato gastrintestinal.
Jornada de trabalho prolongada
- Características: horários de trabalho prolongados, prática de horas extras ou duplo vínculo de trabalho;
- Consequências: fadiga, estresse, esgotamento profissional (Burnout).
Monotonia e repetitividade
- Características: movimentos repetitivos, como trabalhar no computador ou operar máquinas, e a prática
de atividades sempre iguais;
- Consequências: tendinites, lesão por esforço repetitivo (LER), dores e limitação de movimentos, transtor-
no de ansiedade, depressão.
Iluminação inadequada
- Características: redução da segurança no ambiente de trabalho por não enxergar direito em ambiente
com iluminação insuficiente;
- Consequências: acidentes, fadiga visual, olhos vermelhos, doloridos e lacrimejantes.
Os riscos ergonômicos precisam ser analisados de acordo com as características físicas do trabalhador,
ou seja, sexo, idade, peso, altura, entre outros. Assim, torna-se mais fácil direcioná-lo para uma atividade que
tenha características que o agradem e que não provoquem doenças ou acidentes. Além disso, é necessária a
adoção de medidas que previnam as doenças ergonômicas, como a prática de atividade física e alongamento
antes de iniciar as atividades laborais.
O dinamismo do local de trabalho atual apresenta desafios significativos relacionados com riscos psicosso-
ciais que afetam diretamente a saúde mental e emocional dos colaboradores. Para abordar estas complexida-
des, a gestão integrada da saúde, segurança e ambiente, combinando esforços para promover ambientes de
trabalho saudáveis e sustentáveis, torna-se uma abordagem importante.
— Compreendendo os riscos psicossociais: uma revisão ampla
No contexto dinâmico do ambiente de trabalho atual, os riscos psicossociais tornam-se mais complexos do
que apenas as exigências físicas. Consiste em uma complexa rede de fatores que afetam diretamente o estado
emocional, mental e social dos colaboradores. Dentre esses fatores, as demandas excessivas de trabalho des-
tacam-se como um dos grandes desafios que podem causar estresse cognitivo e emocional excessivo.

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Além disso, a falta de controle sobre as tarefas atribuídas e as relações interpessoais adversas são fatores
adicionais que contribuem para o surgimento de riscos psicossociais. Sentir-se desamparado diante de deman-
das excessivas ou incapaz de influenciar decisões no trabalho pode levar à insatisfação e à perda de motivação.
Relações interpessoais deficientes podem levar a situações de conflito, isolamento social e até confusão
moral. Os efeitos negativos dessa condição estendem-se além do ambiente profissional e atingem a esfera
pessoal, afetando as relações familiares, a qualidade do sono e a saúde geral.
Compreender esta complexidade é importante porque estes elementos não funcionam de forma indepen-
dente. Muitas vezes estão inter-relacionados, criando um ambiente propício ao desenvolvimento de condições
como estresse, fadiga, ansiedade e até depressão. Esta situação não só afeta o bem-estar de cada trabalhador,
mas também afeta o desempenho da organização, levando à diminuição da produtividade, ao aumento do ab-
sentismo e ao aumento da rotatividade de funcionários.
Portanto, uma visão abrangente do risco psicossocial é essencial para desenvolver estratégias de preven-
ção e controle que levem em conta as inter-relações desses fatores. Isto inclui não só abordar os sintomas
óbvios, mas também identificar e abordar as causas profundas que estão a afetar a dinâmica do local de tra-
balho. Investir na promoção de relacionamentos interpessoais positivos e ao mesmo tempo criar um ambiente
saudável que valorize o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é um passo importante na construção de
uma organização mais resiliente e sustentável.
— A importância da gestão integrada de saúde, segurança e meio ambiente: Construindo um am-
biente organizacional sustentável
A gestão integrada de saúde, segurança e meio ambiente é um salto além da conformidade regulatória.
O objetivo é criar um ecossistema organizacional que não só garanta a segurança física dos colaboradores,
mas também promova ativamente a preservação da sua saúde mental e emocional. Esta abordagem holística
baseia-se numa compreensão fundamental das inter-relações essenciais entre a saúde dos trabalhadores, a
segurança no trabalho e a responsabilidade ambiental e reconhece que estes elementos estão fundamental-
mente interligados.
A segurança física é fundamental, mas é apenas um aspecto do bem-estar geral dos funcionários. Os cui-
dados integrados reconhecem que a saúde mental e emocional desempenha um papel igualmente importante
na produtividade e na satisfação no trabalho. Ao criar estratégias e políticas que abordam esses aspectos, as
organizações não apenas cumprem suas obrigações éticas, mas também promovem um ambiente propício
para o florescimento pessoal e profissional.
Além disso, essa abordagem holística vai além das fronteiras da organização, estendendo-se ao compro-
misso com a responsabilidade ambiental. A gestão integrada reconhece que práticas sustentáveis não apenas
preservam o meio ambiente, mas também contribuem para a criação de um ambiente de trabalho saudável.
Isso inclui a conscientização sobre o consumo consciente de recursos, a minimização de resíduos e a promo-
ção de práticas que visam a sustentabilidade a longo prazo.
Ao adotar essa perspectiva integrada, as organizações fortalecem não apenas seu capital humano, mas
também constroem uma imagem sólida perante a sociedade. Colaboradores engajados, motivados e saudáveis
contribuem significativamente para a consecução dos objetivos organizacionais. Da mesma forma, a responsa-
bilidade ambiental não apenas atende às expectativas da sociedade contemporânea, mas também prepara o
terreno para um futuro onde a harmonia entre a atividade humana e a preservação ambiental é uma realidade
tangível.
Assim, a gestão integrada de saúde, segurança e meio ambiente transcende os limites tradicionais da ad-
ministração, transformando-se em um compromisso em nutrir ambientes organizacionais que prosperam em
todos os aspectos. Essa abordagem não apenas responde às demandas do presente, mas também pavimenta
o caminho para uma trajetória sustentável e equitativa para as gerações futuras.
— Práticas Efetivas de Prevenção e Controle dos Riscos Psicossociais
Avaliação Holística: realizar avaliações regulares que identifiquem e analisem os riscos psicossociais es-
pecíficos presentes no ambiente de trabalho é um ponto de partida crucial. Esta análise aprofundada fornece
uma compreensão mais precisa das áreas que requerem intervenção.

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Intervenção proativa: é importante desenvolver um programa de intervenção proativa. Isso inclui a imple-
mentação de estratégias que abordem aspectos como carga de trabalho, gerenciamento de tempo e promoção
de relacionamentos interpessoais saudáveis. A prevenção é uma ferramenta poderosa para reduzir os riscos
antes que eles aumentem.
Cultura organizacional saudável: é importante criar uma cultura organizacional que valorize não só a
eficiência, mas também o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Esta cultura promove o respeito, a comu-
nicação aberta e o apoio mútuo, que são elementos essenciais do bem-estar psicossocial.
Educação e Conscientização: investir em programas de educação e conscientização em saúde mental é
uma poderosa estratégia de prevenção. Fornecer aos colaboradores ferramentas e recursos para reconhecer e
gerir o stress e outras questões psicossociais pode contribuir muito para a promoção do bem-estar.
Monitoramento contínuo: para avaliar a eficácia das medidas adotadas, é importante implementar um
sistema de monitorização contínua. Este processo contínuo permite-nos adaptar e melhorar as nossas formas
de trabalhar, proporcionando uma abordagem ágil à dinâmica do nosso ambiente de trabalho.
O cenário dinâmico do ambiente de trabalho atual destaca a necessidade essencial de estratégias eficazes
para garantir a segurança e a saúde dos colaboradores. Num ambiente onde a integridade física e mental dos
trabalhadores é considerada uma prioridade clara, a implementação de programas estruturados, relatórios pre-
cisos, testes rigorosos e conhecimentos especializados são respostas críticas aos desafios atuais.
1. Funções básicas dos programas de segurança e saúde ocupacional
Um programa dedicado de saúde e segurança ocupacional é essencial para construir a base de uma cul-
tura organizacional focada na proteção dos funcionários. Esta iniciativa não é apenas um conjunto de regras e
procedimentos, mas sim diretrizes gerais que abrangem todos os níveis da empresa.
— Treinamento profissional: treinamento de Segurança
Uma parte importante do programa é a formação específica que visa proporcionar aos colaboradores as
competências e conhecimentos necessários para enfrentar os desafios do local de trabalho. Isto não só inclui
orientações sobre procedimentos de segurança específicos, mas também promove a consciência da importân-
cia da prevenção e do papel ativo de cada indivíduo para se manter seguro e saudável.
— Campanha de conscientização: construindo uma cultura de cuidado
Além do treinamento, as campanhas de conscientização são um componente-chave dos programas de
saúde e segurança ocupacional. O objetivo da campanha é criar consciência coletiva sobre a importância das
práticas de segurança e incentivar uma cultura onde os colaboradores se sintam responsáveis não só pela sua
própria segurança, mas também pela segurança dos seus colegas.
Uma abordagem proativa para identificar e mitigar riscos: o programa foi projetado para identificar e
mitigar riscos de forma proativa. Isto significa não apenas responder a incidentes, mas também antecipar e
prevenir situações potencialmente perigosas. Integra sistemas de avaliação contínua de riscos e faz os ajustes
necessários para garantir a eficácia das medidas de segurança em um ambiente de trabalho em constante
mudança.
Análise crítica utilizando registros administrativos: a análise crítica dos registros administrativos rela-
cionados com este programa é um passo importante para melhorar a eficácia das atividades implementadas.
Os registros fornecem uma imagem detalhada da implementação do programa ao longo do tempo e identificam
áreas de sucesso e potenciais lacunas. A partir dessa análise, as empresas podem ajustar suas estratégias,
aperfeiçoar treinamentos e direcionar recursos para áreas que requerem atenção mais especial.
Orientação futura através de estratégias de melhoria: os programas não são estáticos e a melhoria
contínua é uma parte importante disso. A análise crítica dos registros administrativos não só avalia o passado,
mas também orienta futuras estratégias de melhoria. Esta abordagem interativa e baseada em dados permite
que as empresas adaptem os seus programas para enfrentar novos desafios e se adaptarem às mudanças nas
condições de trabalho.

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Simplificando, um programa de saúde e segurança ocupacional é mais do que apenas diretrizes. Isto de-
monstra claramente o compromisso da organização com o bem-estar dos seus colaboradores. Que se trate da
capacitação através de formação específica, da criação de uma cultura de sensibilização ou da antecipação e
mitigação de riscos, estes programas são essenciais para a criação de um ambiente de trabalho seguro, sau-
dável e sustentável.
— Relatórios precisos: Informações detalhadas sobre a saúde do seu ambiente de trabalho
A preparação de relatórios por peritos profissionais não é apenas uma obrigação regulamentar; É uma ferra-
menta importante para compreender e promover a saúde e a segurança no local de trabalho. Este documento
fornece uma análise abrangente, identifica perigos potenciais, condições não conformes e sugere ações corre-
tivas. Ao contrário de uma visão superficial, o relatório fornece uma radiografia detalhada do seu ambiente de
trabalho, permitindo-lhe tomar decisões informadas sobre como melhorar significativamente as suas condições
de trabalho.
Compreensão mais profunda dos relatórios e Melhoria contínua: além de cumprir os requisitos regula-
mentares, uma compreensão profunda dos relatórios fornece orientações valiosas na implementação de me-
lhorias importantes. Os profissionais responsáveis pela saúde e segurança ocupacional podem utilizar este re-
latório como ferramenta estratégica. Ao interpretar o relatório de forma holística, as empresas podem identificar
padrões, tendências e questões específicas. Esta abordagem promove a implementação de ações corretivas
específicas e fomenta uma cultura de melhoria contínua.
— Ensaios Rigorosos: Garantir a eficácia das medidas de segurança
Testes rigorosos são uma parte importante da validação das medidas de segurança. O objetivo destes tes-
tes é garantir a conformidade com as normas regulamentares, bem como garantir que as condições de trabalho
atendam aos mais altos padrões de segurança possíveis. Testes abrangentes, incluindo simulação de aciden-
tes, avaliação de equipamentos e monitoramento ambiental, fornecem uma visão holística do desempenho do
local de trabalho em diversas situações. Esta abordagem não só identifica potenciais lacunas, mas também
orienta os ajustamentos em curso.
Compreensão profunda dos resultados dos testes: tal como acontece com a interpretação de relatórios,
é importante compreender cuidadosamente os resultados dos testes. Estes testes podem fornecer aos gesto-
res de saúde e segurança ocupacional informações valiosas ao avaliar a eficácia das medidas de segurança
existentes. Os resultados não são apenas números. Esta é uma visão valiosa sobre áreas que podem precisar
de melhorias ou ajustes. Com este profundo conhecimento, as empresas podem ajustar e dedicar continua-
mente recursos a áreas críticas para criar ambientes de trabalho cada vez mais seguros.
— Habilidades Especiais: Iluminando eventos e desafios complexos
Quando ocorre um incidente grave ou surge um problema complexo, a expertise surge como uma resposta
educacional. Especialistas altamente treinados assumem o papel de investigadores especializados e realizam
análises detalhadas para determinar a causa. Essas análises não apenas fornecem resposta imediata a inci-
dentes, mas também fornecem insights profundos para evitar recorrências. Uma compreensão profunda de
conhecimentos específicos não só ajuda a responder eficazmente a incidentes, mas também promove um ciclo
de aprendizagem contínuo para melhorar continuamente as suas práticas de segurança.
Registros administrativos: os registros administrativos de SST (Segurança e Saúde no Trabalho) de-
sempenham um papel estratégico na documentação e análise de eventos, formação e outras atividades re-
lacionadas. Esses registros fornecem uma imagem abrangente do compromisso de uma organização com a
segurança, servindo como um espelho confiável das práticas aceitas. Uma compreensão abrangente desses
registros não é apenas uma prática de conformidade, mas também uma ferramenta poderosa para análise
crítica. Ao mapear o progresso ao longo do tempo, os registros de gestão fornecem um cronograma claro para
as ações tomadas, permitindo às organizações antecipar potenciais problemas e prosseguir estratégias proati-
vas. A análise cuidadosa desses registros não apenas destaca as realizações, mas também identifica áreas de
oportunidade para impulsionar a melhoria contínua. No complexo campo da saúde e segurança ocupacional,
onde a eficiência é essencial, programas estruturados, relatórios precisos, testes rigorosos e conhecimento
especializado são essenciais.

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Em resumo, a gestão integrada, os registros administrativos, o profundo entendimento dos relatórios, os
testes e o conhecimento são pilares que sustentam uma cultura organizacional focada na proteção dos colabo-
radores. Ao registar o progresso, antecipar problemas e responder claramente aos incidentes, as organizações
não só cumprem os requisitos regulamentares, mas também criam um ambiente de trabalho seguro, saudável
e em constante melhoria. A busca pela excelência em segurança e saúde ocupacional torna-se, portanto, uma
jornada de aprendizado e desenvolvimento contínuo, garantindo a integridade tanto dos colaboradores quanto
do ambiente de trabalho em que atuam.

Agravos relacionados ao trabalho: conceitos, aspectos legais, protocolos de atenção


e notificação

— Conceitos
Acidente de trabalho
Qualquer incidente não natural envolvendo acidentes e violências (Capítulo XX da CID-10 V01 a Y98) que
ocorra no ambiente de trabalho ou durante o exercício do trabalho, enquanto o trabalhador está desempenhan-
do atividades relacionadas à sua função, a serviço do empregador (Típico) ou no percurso entre a residência e
o trabalho (Trajeto). Esse incidente provoca lesão corporal ou perturbação funcional, podendo resultar na perda
ou redução temporária ou permanente da capacidade de trabalho e até mesmo na morte.
Acidente de trabalho com exposição a material biológico
Qualquer ocorrência que envolva acidente de trabalho com todas as categorias profissionais, incluindo a
exposição direta ou indireta do trabalhador a material biológico (orgânico) potencialmente contaminado por pa-
tógenos (vírus, bactérias, fungos, príons e protozoários), através de material perfurocortante ou não.
Transtornos mentais relacionados ao trabalho
Qualquer caso de sofrimento emocional, manifestado de diversas formas, como choro fácil, tristeza, medo
excessivo, doenças psicossomáticas, agitação, irritação, nervosismo, ansiedade, taquicardia, sudorese, inse-
gurança, entre outros sintomas. Esses sintomas podem indicar o desenvolvimento ou agravamento de trans-
tornos mentais, utilizando os CID-10: Transtornos mentais e comportamentais (F00 a F99), Alcoolismo (Y90 e
Y91), Síndrome de Burnout (Z73.0), Sintomas e sinais relativos à cognição, à percepção, ao estado emocional
e ao comportamento (R40 a R46), Pessoas com riscos potenciais à saúde relacionados com circunstâncias
socioeconômicas e psicossociais (Z55 a Z65), Circunstância relativa às condições de trabalho (Y96) e Lesão
autoprovocada intencionalmente (X60 a X84). Esses transtornos têm como elementos causais fatores de risco
relacionados ao trabalho, resultantes da organização e gestão do trabalho ou exposição a determinados agen-
tes tóxicos.
Câncer relacionado ao trabalho
Qualquer caso de câncer em que a exposição a fatores, agentes e situações de risco presentes no ambiente
e processo de trabalho seja um dos elementos causais, mesmo após a cessação da exposição.
Dermatoses ocupacionais
Toda alteração na pele, mucosas e anexos, direta ou indiretamente causada, agravada ou mantida pelo
trabalho, relacionada à exposição a agentes químicos, biológicos ou físicos, bem como a quadros psíquicos.
Pode ocasionar afecções do tipo irritativa (a maioria) ou sensibilizante, confirmadas por critérios clínicos, epi-
demiológicos ou laboratoriais.
Pneumoconioses
Todas as doenças pulmonares causadas pela inalação e acúmulo de poeiras inorgânicas nos pulmões, com
reação celular à presença dessas poeiras, devido à exposição no ambiente ou processo de trabalho. Exemplos
de pneumoconioses incluem asbestose, silicose, beriliose, estanhose, siderose, entre outras.
PAIR (Perda Auditiva Induzida pelo Ruído)

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Todos os casos de PAIR caracterizados pela diminuição gradual da acuidade auditiva, resultante da expo-
sição contínua ao ruído, associada ou não a substâncias químicas, no ambiente de trabalho. É sempre neu-
rossensorial, geralmente bilateral, irreversível e passível de não progressão uma vez cessada a exposição ao
ruído.
LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho)
Todas as doenças, lesões e síndromes que afetam o sistema musculoesquelético, causadas, mantidas ou
agravadas pelo trabalho (CID-10 G50-59, G90-99, M00-99). Caracterizam-se geralmente pela ocorrência de
vários sintomas inespecíficos, concomitantes ou não, como dor crônica, parestesia, fadiga muscular, manifes-
tando-se principalmente no pescoço, coluna vertebral, cintura escapular, membros superiores ou inferiores.
Aspectos legais, protocolos de atenção e notificação
O conhecimento dos riscos e agravos à saúde relacionados ao trabalho é crucial para o planejamento de
ações de assistência, vigilância e intervenção nos ambientes laborais.
Os sistemas destinados a notificar/registrar casos de doenças e agravos relacionados ao trabalho incluem o
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde e o Sistema de Informações
em Saúde do Trabalhador (SIST/RS), que tem um enfoque epidemiológico e abrange casos suspeitos e confir-
mados de relações com o trabalho, independentemente do vínculo laboral.
A notificação de doenças e agravos relacionados ao trabalho é compulsória para médicos e outros profissio-
nais de saúde, bem como para responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, conforme estabeleci-
do pela Lei nº 6.259/1975, art. 8º. A notificação compulsória deve ocorrer diante da suspeita ou confirmação de
doença ou agravo, sendo essencial implementar a notificação compulsória dos agravos à saúde relacionados
ao trabalho na Rede de Atenção à Saúde do SUS e na rede privada.
A Resolução CIB 189 de 2020 institui a notificação universal de todos os agravos de notificação compulsória
relacionados ao trabalho no Rio Grande do Sul.
As doenças e agravos relacionados ao trabalho notificados no SINAN incluem acidente de trabalho, cân-
cer relacionado ao trabalho, dermatoses ocupacionais, exposição a material biológico, intoxicações exógenas
relacionadas ao trabalho, LER/DORT, perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR), pneumoconiose e transtornos
mentais relacionados ao trabalho.
Outros agravos relacionados ao trabalho, sem ficha específica no SINAN, devem ser notificados no SIST
por meio do Relatório Individual de Notificação de Agravos (RINA).
O processo de notificação pelos serviços de saúde é fundamental para a vigilância em saúde do trabalha-
dor, contribuindo para o conhecimento do território e o planejamento de ações. A notificação faz parte dos indi-
cadores de saúde no Rio Grande do Sul, especificamente o Indicador RS 4 – Taxa de notificação de agravos e
doenças relacionados ao trabalho.
Diversos protocolos e documentos orientativos estão disponíveis para facilitar a notificação de diferentes
agravos, como acidentes de trabalho, câncer relacionado ao trabalho, dermatoses ocupacionais, intoxicações
exógenas, LER/DORT, perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR), pneumoconiose e transtornos mentais rela-
cionados ao trabalho. Esses recursos visam a padronização e eficácia do processo de notificação, fornecendo
diretrizes claras para os profissionais de saúde.

Conceitos de insalubridade e periculosidade, sua caracterização e controle

A Norma Regulamentadora 16 é a norma que garante o pagamento do adicional de insalubridade para


profissionais que desempenham funções insalubres. Existe uma diferença entre periculosidade e insalubridade.
Periculosidade trata-se de uma definição momentânea, definindo os perigos imediatos que aquele trabalhador
poderá encontrar conforme desempenha sua função. Enquanto isso, a insalubridade está relacionada a riscos
de saúde, nem sempre momentâneos e imediatos, que poderão ser desenvolvidos por conta de sua função
desempenhada.

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A NR16 determina quais são as obrigações do empregador em relação ao seu empregado no desempenho
da sua função quando perigosa. Ela também descreve e classifica as funções de acordo com os níveis
de periculosidade. Ela também garante um adicional de 30% do valor do salário base do trabalhador, sem
acréscimos de bonificações.
Trata-se de medidas de segurança, devendo ser aplicadas quando desenvolvidas atividades e operações
perigosas, sendo que entende-se por atividades perigosas aquelas que envolvem explosivos, inflamáveis,
radiação ionizante e substâncias radioativas, exposição à violência física, energia elétrica e uso de motocicletas.
O e-social consiste no portal do Ministério do Trabalho e Previdência destinado a comunicação de empresas
diretamente com o governo, contendo informações referentes aos trabalhadores, seus vínculos empregatícios,
folha de pagamento, comunicação de acidentes de trabalho e outras informações previdenciárias.
A tabela 28 disponibilizada pelo e-social dispõe a respeito das atividade perigosas, insalubres e/ou especiais.
Sendo elas:
*TABELA RETIRADA DO PORTAL DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA*
Tabela 28 - Atividades Perigosas, Insalubres e/ou Especiais
CÓD. ATIVIDADE
ATIVIDADES COM EXPOSIÇÃO A RISCOS BIOLÓGICOS

01.001 Trabalho ou operações, em contato permanente com pacientes em isolamento por doenças infecto-
contagiosas, bem como objetos de seu uso, não previamente esterilizados.

01.002 Trabalho ou operações, em contato permanente com carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos,
couros, pelos e dejeções de animais portadores de doenças infecto-contagiosas (carbunculose, brucelose,
tuberculose).

01.003 Trabalho ou operações, em contato permanente com esgotos (galerias, fossas e tanques).

01.004 Trabalho ou operações, em contato permanente com lixo urbano (coleta e industrialização).

01.005 Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com material infecto-
contagiante, em hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de vacinação e outros
estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana.

01.006 Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com material infecto-
contagiante, em hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados ao
atendimento e tratamento de animais (aplica se apenas ao pessoal que tenha contato com tais animais).

01.007 Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com material infecto-
contagiante, em contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e outros produtos.
Inclui os trabalhos com animais infectados para tratamento ou para o preparo de soro, vacinas e outros produtos.

01.008 Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com material infecto-
contagiante, em laboratórios de análise clínica e histopatologia. Inclui os trabalhos em laboratórios de autópsia,
de anatomia e anátomo-histologia.

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01.009 Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com material infecto-
contagiante, em gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplicase somente ao pessoal
técnico).

01.010 Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com material infecto-
contagiante, em cemitérios (exumação de corpos).

01.011 Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com material infecto-
contagiante, em estábulos e cavalariças.

01.012 Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com material infecto-
contagiante, em resíduos de animais deteriorados.

01.013 Trabalho de exumação de corpos e manipulação de resíduos de animais deteriorados.

01.014 Esvaziamento de biodigestores.


ATIVIDADES COM EXPOSIÇÃO A RISCOS QUÍMICOS

02.001 Extração e manipulação de arsênico e preparação de seus compostos.

02.002 Fabricação e preparação de tintas à base de arsênico.

02.003 Fabricação de produtos parasiticidas, inseticidas e raticidas contendo compostos de arsênico.

02.004 Pintura a pistola com pigmentos de compostos de arsênico, em recintos limitados ou fechados.

02.005 Preparação do Secret.

02.006 Produção de trióxido de arsênico.

02.007 Bronzeamento em negro e verde com compostos de arsênico.

02.008 Conservação e peles e plumas; depilação de peles à base de compostos de arsênico.

02.009 Descoloração de vidros e cristais à base de compostos de arsênico.

02.010 Emprego de produtos parasiticidas, inseticidas e raticidas à base de compostos de arsênico.

02.011 Fabricação de cartas de jogar, papéis pintados e flores artificiais à base de compostos de arsênico.

02.012 Metalurgia de minérios arsenicais (ouro, prata, chumbo, zinco, níquel, antimônio, cobalto e ferro).

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02.013 Operações de galvanotécnica à base de compostos de arsênico.

02.014 Pintura manual (pincel, rolo e escova) com pigmentos de compostos de arsênico em recintos limitados
ou fechados, exceto com pincel capilar.

02.015 Empalhamento de animais à base de compostos de arsênico.

02.016 Fabricação de tafetá “sire”.

02.017 Pintura a pistola ou manual com pigmentos de compostos de arsênico ao ar livre.

02.018 Trabalho permanente com carvão no subsolo em operações de corte, furação e desmonte, de
carregamento no local de desmonte, em atividades de manobra, nos pontos de transferência de carga e de
viradores.

02.019 Atividades permanentes com carvão do subsolo compreendendo serviços, tais como: operações de
locomotiva, condutores, engatadores, bombeiros, madeireiros, trilheiros e eletricistas.

02.020 Atividades permanentes de superfície com carvão nas operações a seco, com britadores, peneiras,
classificadores, carga e descarga de silos, de transportadores de correia e de teleférreos.

02.021 Fabricação de compostos de chumbo, carbonato, arseniato, cromato mínio, litargírio e outros.

02.022 Fabricação de esmaltes, vernizes, cores, pigmentos, tintas, unguentos, óleos, pastas, líquidos e pós
à base de compostos de chumbo.

02.023 Fabricação e restauração de acumuladores, pilhas e baterias elétricas contendo compostos de


chumbo.

02.024 Fabricação e emprego de chumbo tetraetila e chumbo tetrametila.

02.025 Fundição e laminação de chumbo, de zinco velho cobre e latão.

02.026 Limpeza, raspagem e reparação de tanques de mistura, armazenamento e demais trabalhos com
gasolina contendo chumbo tetraetila.

02.027 Pintura a pistola com pigmentos de compostos de chumbo em recintos limitados ou fechados.

02.028 Vulcanização de borracha pelo litargírio ou outros compostos de chumbo.

02.029 Aplicação e emprego de esmaltes, vernizes, cores, pigmentos, tintas, unguentos, óleos, pastas,
líquidos e pós à base de compostos de chumbo.

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02.030 Fabricação de porcelana com esmaltes de compostos de chumbo.

02.031 Pintura e decoração manual (pincel, rolo e escova) com pigmentos de compostos de chumbo (exceto
pincel capilar), em recintos limitados ou fechados.

02.032 Tinturaria e estamparia com pigmentos à base de compostos de chumbo.

02.033 Pintura a pistola ou manual com pigmentos de compostos de chumbo ao ar livre.

02.034 Fabricação de cromatos e bicromatos.

02.035 Pintura a pistola com pigmentos de compostos de cromo, em recintos limitados ou fechados.

02.036 Cromagem eletrolítica dos metais.

02.037 Fabricação de palitos fosfóricos à base de compostos de cromo (preparação da pasta e trabalho nos
secadores).

02.038 Manipulação de cromatos e bicromatos.

02.039 Pintura manual com pigmentos de compostos de cromo em recintos limitados ou fechados (exceto
pincel capilar).

02.040 Preparação por processos fotomecânicos de clichês para impressão à base de compostos de cromo.

02.041 Tanagem a cromo.

02.042 Extração e preparação de fósforo branco e seus compostos.

02.043 Fabricação de defensivos fosforados e organofosforados.

02.044 Fabricação de projéteis incendiários, explosivos e gases asfixiantes à base de fósforo branco.

02.045 Emprego de defensivos organofosforados.

02.046 Fabricação de bronze fosforado.

02.047 Fabricação de mechas fosforadas para lâmpadas de mineiros.

02.048 Destilação do alcatrão da hulha.

02.049 Destilação do petróleo.

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02.050 Manipulação de alcatrão, breu, betume, antraceno, óleos minerais, óleo queimado, parafina ou outras
substâncias cancerígenas afins.

02.051 Fabricação de fenóis, cresóis, naftóis, nitroderivados, aminoderivados, derivados halogenados e


outras substâncias tóxicas derivadas de hidrocarbonetos cíclicos.

02.052 Pintura a pistola com esmaltes, tintas, vernizes e solventes contendo hidrocarbonetos aromáticos.

02.053 Emprego de defensivos organoclorados: DDT (diclorodifeniltricloretano), DDD (diclorodifenildicloretano),


metoxicloro (dimetoxidifeniltricloretano), BHC (hexacloreto de benzeno) e seus compostos e isômeros.

02.054 Emprego de defensivos derivados do ácido carbônico.

02.055 Emprego de aminoderivados de hidrocarbonetos aromáticos (homólogos da anilina).

02.056 Emprego de cresol, naftaleno e derivados tóxicos.

02.057 Emprego de isocianatos na formação de poliuretanas (lacas de desmoldagem, lacas de dupla


composição, lacas protetoras de madeira e metais, adesivos especiais e outros produtos à base de poliisocianetos
e poliuretanas).

02.058 Emprego de produtos contendo hidrocarbonetos aromáticos como solventes ou em limpeza de peças.

02.059 Fabricação de artigos de borracha, de produtos para impermeabilização e de tecidos impermeáveis


à base de hidrocarbonetos.

02.060 Fabricação de linóleos, celuloides, lacas, tintas, esmaltes, vernizes, solventes, colas, artefatos de
ebonite, guta-percha, chapéus de palha e outros à base de hidrocarbonetos.

02.061 Limpeza de peças ou motores com óleo diesel aplicado sob pressão (nebulização).

02.062 Pintura a pincel com esmaltes, tintas e vernizes em solvente contendo hidrocarbonetos aromáticos.

02.063 Fabricação e manipulação de compostos orgânicos de mercúrio.

02.064 Operações que desprendam poeira de silicatos em trabalhos permanentes no subsolo, em minas
e túneis (operações de corte, furação, desmonte, carregamentos e outras atividades exercidas no local do
desmonte e britagem no subsolo).

02.065 Operações de extração, trituração e moagem de talco.

02.066 Fabricação de material refratário, como refratários para fôrmas, chaminés e cadinhos; recuperação
de resíduos.

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02.067 Exposição ou contato, por qualquer via com 4-amino difenil (p-xenilamina).

02.068 Produção de Benzidina.

02.069 Exposição ou contato, por qualquer via com Betanaftilamina.

02.070 Exposição ou contato, por qualquer via com 4-nitrodifenil.

02.071 Operações com Éter bis (cloro-metílico).

02.072 Operações com Benzopireno.

02.073 Operações com Berílio.

02.074 Operações com Cloreto de dimetil-carbamila.

02.075 Operações com 3,3’-dicloro-benzidina.

02.076 Operações com Dióxido de vinil ciclohexano.

02.077 Operações com Epicloridrina.

02.078 Operações com Hexametilfosforamida.

02.079 Operações com 4,4’-metileno bis (2-cloro anilina).

02.080 Operações com 4,4’-metileno dianilina.

02.081 Operações com Nitrosaminas.

02.082 Operações com Propano sultone.

02.083 Operações com Betapropiolactona.

02.084 Operações com Tálio.

02.085 Produção de trióxido de amônio.

02.086 Ustulação de sulfeto de níquel.

02.087 Aplicação a pistola de tintas de alumínio.

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02.088 Fabricação de pós de alumínio (trituração e moagem).

02.089 Fabricação de emetina e pulverização de ipeca.

02.090 Fabricação e manipulação de ácido oxálico, nítrico sulfúrico, bromídrico, fosfórico, pícrico.

02.091 Metalização a pistola.

02.092 Operações com o timbó.

02.093 Operações com bagaço de cana nas fases de grande exposição à poeira.

02.094 Operações de galvanoplastia: douração, prateação, niquelagem, cromagem, zincagem, cobreagem,


anodização de alumínio.

02.095 Telegrafia e radiotelegrafia, manipulação em aparelhos do tipo Morse e recepção de sinais em fones.

02.096 Trabalhos com escórias de Thomás: remoção, trituração, moagem e acondicionamento.

02.097 Trabalho de retirada, raspagem a seco e queima de pinturas.

02.098 Trabalhos na extração de sal (salinas).

02.099 Fabricação e manuseio de álcalis cáusticos.

02.100 Fabricação e transporte de cal e cimento nas fases de grande exposição a poeiras.

02.101 Trabalhos de carregamento, descarregamento ou remoção de enxofre ou sulfitos em geral, em sacos


ou a granel.

02.102 Trabalhos no subsolo com exposição a manganês.

02.103 Trabalhos na superfície com exposição a manganês.


ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM EXPLOSIVOS

03.001 Armazenamento de explosivos.

03.002 Transporte de explosivos.

03.003 Operação de escorva dos cartuchos de explosivos.

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03.004 Operação de carregamento de explosivos.

03.005 Detonação de explosivos.

03.006 Verificação de detonações de explosivos falhadas.

03.007 Queima e destruição de explosivos deteriorados.

03.008 Operações de manuseio de explosivos.


ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM INFLAMÁVEIS

04.001 Produção, transporte, processamento e armazenamento de gás liquefeito.

04.002 Transporte e armazenagem de inflamáveis líquidos e gasosos liquefeitos e de vasilhames vazios


não-desgaseificados ou decantados (todos os trabalhadores da área de operação).

04.003 Reabastecimento de aeronaves (todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área
de risco).

04.004 Operações nos locais de carregamento de navios-tanques, vagões-tanques e caminhões tanques


e enchimento de vasilhames, com inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos (todos os trabalhadores nessas
atividades ou que operam na área de risco).

04.005 Operações nos locais de descarga de navios-tanques, vagões-tanques e caminhões-tanques com


inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos ou de vasilhames vazios não-desgaseificados ou decantados (todos
os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco).

04.006 Serviços de operações e manutenção de navios-tanque, vagões-tanques, caminhões-tanques,


bombas e vasilhames, com inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, ou vazios não desgaseificados ou
decantados (todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco).

04.007 Operações de desgaseificação, decantação e reparos de vasilhames de inflamáveis não


desgaseificados ou decantados (todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco).

04.008 operações de testes de aparelhos de consumo do gás e seus equipamentos (todos os trabalhadores
nessas atividades ou que operam na área de risco).

04.009 transporte de inflamáveis líquidos e gasosos liquefeitos em caminhão-tanque (motorista e ajudantes).

04.010 transporte de vasilhames (em caminhões de carga), contendo inflamável líquido, em quantidade total
igual ou superior a 200 litros (motorista e ajudantes).

04.011 transporte de vasilhames (em carreta ou caminhão de carga), contendo inflamável gasosos e líquido,
em quantidade total igual ou superior a 135 quilos (motorista e ajudantes).

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04.012 operação em postos de serviço e bombas de abastecimento de inflamáveis líquidos (operador de
bomba e trabalhadores que operam na área de risco).

04.013 Trabalho em poços de petróleo em produção de gás (círculo com raio de 30 metros, no mínimo, com
centro na boca do poço).

04.014 Trabalho em unidade de processamento das refinarias (Faixa de 30 metros de largura, no mínimo,
contornando a área de operação).

04.015 Operações com inflamáveis em refinaria, em estado de volatilização ou possibilidade de volatilização


decorrente de falha ou defeito dos sistemas de segurança e fechamento das válvulas (Faixa de 15 metros de
largura, no mínimo, contornando a área de operação).

04.016 Operações em tanques de inflamáveis líquidos (Toda a bacia de segurança).

04.017 Operações em tanques elevados de inflamáveis gasosos (Círculo com raio de 3 metros com centro
nos pontos de vazamento eventual (válvula registros, dispositivos de medição por escapamento, gaxetas)).

04.018 Carga e descarga de inflamáveis líquidos contidos em navios, chatas e batelões (Afastamento de 15
metros da beira do cais, durante a operação, com extensão correspondente ao comprimento da embarcação).

04.019 Abastecimento de aeronaves (Toda a área de operação).

04.020 Enchimento de vagões - tanques e caminhões - tanques com inflamáveis líquidos (Círculo com raio
de 15 metros com centro nas bocas de enchimento dos tanques).

04.021 Enchimento de vagões-tanques e caminhões-tanques inflamáveis gasosos liquefeitos (Círculo com


7,5 metros centro nos pontos de vazamento eventual (válvula e registros)).

04.022 Enchimento de vasilhames com inflamáveis gasosos liquefeitos (Círculos com raio de 15 metros com
centro nos bicos de enchimentos).

04.023 Enchimento de vasilhames com inflamáveis líquidos, em locais abertos (Círculo com raio de 7,5
metros com centro nos bicos de enchimento).

04.024 Enchimento de vasilhames com inflamáveis líquidos, em recinto fechado (Toda a área interna do
recinto).

04.025 Manutenção de viaturas-tanques, bombas e vasilhames que continham inflamável líquido (Local de
operação, acrescido de faixa de 7,5 metros de largura em torno dos seus pontos externos).

04.026 Desgaseificação, decantação e reparos de vasilhames não desgaseificados ou decantados, utilizados


no transporte de inflamáveis (Local da operação, acrescido de faixa de 7,5 metros de largura em torno dos seus
pontos externos).

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04.027 Testes em aparelhos de consumo de gás e seus equipamentos (Local da operação, acrescido de
faixa de 7,5 metros de largura em torno dos seus pontos extremos).

04.028 Abastecimento de inflamáveis (Toda a área de operação, abrangendo, no mínimo, círculo com raio
de 7,5 metros com centro no ponto de abastecimento e o círculo com raio de 7,5 metros com centro na bomba
de abastecimento da viatura e faixa de 7,5 metros de largura para ambos os lados da máquina).

04.029 Armazenamento de vasilhames que contenham inflamáveis líquidos ou vazios não desgaseificados
ou decantados, em locais abertos (Faixa de 3 metros de largura em torno dos seus pontos externos).

04.030 Armazenamento de vasilhames que contenham inflamáveis líquidos ou vazios não desgaseificados,
ou decantados, em recinto fechado (Toda a área interna do recinto).

04.031 Carga e descarga de vasilhames contendo inflamáveis líquidos ou vasilhames vazios não
desgaseificados ou decantados, transportados pôr navios, chatas ou batelões (Afastamento de 3 metros da
beira do cais, durante a operação, com extensão correspondente ao comprimento da embarcação).
ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM RADIAÇÕES IONIZANTES OU SUBSTÂNCIAS
RADIOATIVAS

05.001 Produção, utilização, processamento, transporte, guarda, estocagem, e manuseio de materiais


radioativos, selados e não selados, de estado físico e forma química quaisquer, naturais ou artificiais (Minas e
depósitos de materiais radioativos. Plantas-piloto e usinas de beneficiamento de minerais radioativos. Outras
áreas sujeitas a risco potencial devido às radiações ionizantes), incluindo:
a) Prospecção, mineração, operação, beneficiamento e processamento de minerais radioativos (Lixiviação
de minerais radioativos para a produção de concentrados de urânio e tório. Purificação de concentrados e
conversão em outras formas para uso como combustível nuclear);
b) Produção, transformação e tratamento de materiais nucleares para o ciclo do combustível nuclear (Produção
de fluoretos de urânio para a produção de hexafluoreto e urânio metálico. Instalações para enriquecimento
isotópico e reconversão. Fabricação do elemento combustível nuclear. Instalações para armazenamento dos
elementos combustíveis usados. Instalações para o retratamento do combustível irradiado Instalações para o
tratamento e deposições, provisórias e finais, dos rejeitos radioativos naturais e artificiais);
c) Produção de radioisótopos para uso em medicina, agricultura agropecuária, pesquisa científica e
tecnológica (Laboratórios para a produção de radioisótopos e moléculas marcadas);
d) Produção de Fontes Radioativas (Instalações para tratamento do material radioativo e confecção de
fontes. Laboratórios de testes, ensaios e calibração de fontes, detectores e monitores de radiação, com fontes
radioativas)
e) Testes, ensaios e calibração de detectores e monitores de radiação com fontes de radiação (Laboratórios
de ensaios para materiais radioativos. Laboratórios de radioquímica);
f) Descontaminação de superfícies, instrumentos, máquinas, ferramentas, utensílios de laboratório,
vestimentas e de quaisquer outras áreas ou bens duráveis contaminados com material radioativo (Laboratórios
para descontaminação de peças e materiais radioativos Coleta de rejeitos radioativos em instalações, prédios
e em áreas abertas. Lavanderia para roupas contaminadas. Transporte de materiais e rejeitos radioativos,
condicionamento, estocagens e sua deposição);
g) Separação isotópica e processamento radioquímico (Instalações para tratamento, condicionamento,
contenção, estabilização, estocagem e deposição de rejeitos radioativos. Instalações para retenção de rejeitos
radioativos);

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h) Manuseio, condicionamento, liberação, monitoração, estabilização, inspeção, retenção e deposição
de rejeitos radioativos (Sítio de rejeitos. Instalações para estocagem de produtos radioativos para posterior
aproveitamento).

05.002 Atividades de operação e manutenção de reatores nucleares (Edifícios de reatores; Edifícios de


estocagem de combustível), incluindo:
a) montagem, instalação, substituição e inspeção de elementos combustíveis (Instalações de tratamento e
estocagem de rejeitos radioativos);
b) Manutenção de componentes integrantes do reator nuclear e dos sistemas hidráulicos mecânicos e
elétricos, irradiados, contaminados ou situados em áreas de radiação (Instalações para tratamento de água de
reatores e separação e contenção de produtos radioativos; Salas de operação de reatores; Salas de amostragem
de efluentes radioativos);
c) Manuseio de amostras irradiadas na operação e manutenção de reatores nucleares (Laboratórios de
medidas de radiação);
d) Experimentos utilizando canais de irradiação na operação e manutenção de reatores nucleares (Outras
áreas sujeitas a risco potencial às radiações ionizantes passíveis de serem atingidas por dispersão de produtos
voláteis);
e) Medição de radiação, levantamento de dados radiológicos e nucleares, ensaios, testes, inspeções,
fiscalização e supervisão de trabalhos técnicos na operação e manutenção de reatores nucleares (Laboratórios
semiquentes e quentes; Minas de urânio e tório; Depósitos de minerais radioativos e produtos do tratamento de
minerais radioativos);
f) Segregação, manuseio, tratamento, acondicionamento e armazenamento de rejeitos radioativos na
operação e manutenção de reatores nucleares (Segregação, manuseio, tratamento, acondicionamento e
armazenamento de rejeitos radioativos).

05.003 Atividades de operação e manutenção de aceleradores de partículas (áreas de irradiação de alvos),


incluindo:
a) Montagem, instalação, substituição e manutenção de componentes irradiados ou contaminados (Oficinas
de manutenção de componentes irradiados ou contaminados; Salas de operação de aceleradores);
b) Processamento de alvos irradiados (laboratórios para tratamento de alvos irradiados e separação de
radioisótopos);
c) Experimentos com feixes de partículas (laboratórios de testes com radiação e medidas nucleares);
d) Medição de radiação, levantamento de dados radiológicos e nucleares, testes, inspeções e supervisão de
trabalhos técnicos (Áreas de tratamento e estocagem de rejeitos radioativos);
e) Segregação, manuseio, tratamento, acondicionamento e armazenamento de rejeitos radioativos
(Laboratórios de processamento de alvos irradiados).

05.004 Atividades de operação com aparelhos de raios-X, com irradiadores de radiação gama, radiação beta
ou radiação de nêutrons (Salas de irradiação e de operação de aparelhos de raios-X e de irradiadores gama,
beta ou nêutrons), incluindo:
a) diagnóstico médico e odontológico (Laboratórios de testes, ensaios e calibração com as fontes de radiação
descritas);
b) Laboratórios de processamento de alvos irradiados;
c) Radiografia industrial, gamagrafia e neutronradiografia (Manuseio de fontes);
d) Análise de materiais por difratometria (Manuseio do equipamento);

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e) Testes, ensaios e calibração de detectores e monitores de radiação (Manuseio de fontes e amostras
radioativas);
f) Irradiação de alimentos (Manuseio de fontes e instalações para a irradiação de alimentos);
g) Esterilização de instrumentos médico-hospitalares (Manuseio de fontes e instalações para a operação);
h) Irradiação de espécimes minerais e biológicos (Manuseio de amostras irradiadas);
i) Medição de radiação, levantamento de dados radiológicos ensaios, testes, inspeções, fiscalização de
trabalhos técnicos (Laboratórios de ensaios e calibração de fontes e materiais radioativos).

05.005 Atividades de medicina nuclear (Salas de diagnóstico e terapia com medicina nuclear).

05.006 Manuseio e aplicação de radioisótopos para diagnóstico médico e terapia (Enfermaria de pacientes,
sob treinamento com radioisótopos. Enfermaria de pacientes contaminados com radioisótopos em observação
e sob tratamento de descontaminação).

05.007 Atividades de medicina nuclear: Manuseio de fontes seladas para aplicação em braquiterapia (Área
de tratamento e estocagem de rejeitos radioativos).

05.008 Atividades de medicina nuclear: Obtenção de dados biológicos de pacientes com radioisótopos
incorporados (Manuseio de materiais biológicos contendo radioisótopos ou moléculas marcadas).

05.009 Atividades de medicina nuclear: Segregação, manuseio, tratamento, acondicionamento e estocagem


de rejeitos radioativos em medicina nuclear (Laboratórios para descontaminação e coleta de rejeitos radioativos).

05.010 Descomissionamento de instalações nucleares e radioativas (Áreas de instalações nucleares e


radioativas contaminadas e com rejeitos) que inclui:
a) Todas descontaminações radioativas inerentes (Depósitos provisórios e definitivos de rejeitos radioativos);
b) Gerenciamento dos rejeitos radioativos existentes, ou sejam: tratamento e acondicionamento dos rejeitos
líquidos, sólidos, gasosos e aerossóis; transporte e deposição dos mesmos (Instalações para contenção de
rejeitos radioativos. Instalações para asfaltamento de rejeitos radioativos. Instalações para cimentação de
rejeitos radioativos).

05.011 Descomissionamento de minas, moinhos e usinas de tratamento de minerais radioativos (Tratamento


de rejeitos minerais. Repositório de rejeitos naturais (bacia de contenção de rádio e outros radioisótopos).
Deposição de gangas e rejeitos de mineração).
ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM EXPOSIÇÃO A ROUBOS OU OUTRAS ESPÉCIES DE
VIOLÊNCIA FÍSICA NAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PESSOAL OU PATRIMONIAL

06.001 Vigilância patrimonial: Segurança patrimonial e/ou pessoal na preservação do patrimônio em


estabelecimentos públicos ou privados e da incolumidade física de pessoas.

06.002 Segurança de eventos: Segurança patrimonial e/ou pessoal em espaços públicos ou privados, de
uso comum do povo.

06.003 Segurança nos transportes coletivos: Segurança patrimonial e/ou pessoal nos transportes coletivos
e em suas respectivas instalações.

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06.004 Segurança ambiental e florestal: Segurança patrimonial e/ou pessoal em áreas de conservação de
fauna, flora natural e de reflorestamento.

06.005 Transporte de valores: Segurança na execução do serviço de transporte de valores.

06.006 Escolta armada: Segurança no acompanhamento de qualquer tipo de carga ou de valores.

06.007 Segurança pessoal: Acompanhamento e proteção da integridade física de pessoa ou de grupos.

06.008 Supervisão/fiscalização Operacional: Supervisão e/ou fiscalização direta dos locais de trabalho para
acompanhamento e orientação dos vigilantes.

06.009 Telemonitoramento/telecontrole: Execução de controle e/ou monitoramento de locais, através de


sistemas eletrônicos de segurança.
ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM ENERGIA ELÉTRICA

07.001 Atividades ou operações em instalações ou equipamentos elétricos energizados em alta tensão.

07.002 Atividades ou operações com trabalho em proximidade de instalações ou equipamentos elétricos


energizados em alta tensão.

07.003 Atividades ou operações em instalações ou equipamentos elétricos energizados em baixa tensão no


sistema elétrico de consumo - SEC.

07.004 Atividades, constantes no item 4.1 da NR 16, de construção, operação e manutenção de redes de
linhas aéreas ou subterrâneas de alta e baixa tensão integrantes do SEP, energizados ou desenergizados, mas
com possibilidade de energização acidental ou por falha operacional.

07.005 Atividades, constantes no item 4.2 da NR 16, de construção, operação e manutenção nas usinas,
unidades geradoras, subestações e cabinas de distribuição em operações, integrantes do SEP, energizados ou
desenergizados, mas com possibilidade de energização acidental ou por falha operacional.

07.006 Atividades de inspeção, testes, ensaios, calibração, medição e reparos em equipamentos e materiais
elétricos, eletrônicos, eletromecânicos e de segurança individual e coletiva em sistemas elétricos de potência
de alta e baixa tensão.

07.007 Atividades de treinamento em equipamentos ou instalações integrantes do SEP, energizadas ou


desenergizadas, mas com possibilidade de energização acidental ou por falha operacional.
ATIVIDADES PERIGOSAS EM MOTOCICLETA

08.001 Atividades laborais com utilização de motocicleta ou motoneta no deslocamento de trabalhador em


vias públicas.

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65
ATIVIDADES ESPECIAIS POR EXPOSIÇÃO A AGENTES FÍSICOS

09.001 Trabalhos com perfuratrizes e marteletes pneumáticos.

09.002 Extração e beneficiamento de minerais radioativos.

09.003 Atividades em minerações com exposição ao radônio.

09.004 Realização de manutenção e supervisão em unidades de extração, tratamento e beneficiamento de


minerais radioativos com exposição às radiações ionizantes.

09.005 Operações com reatores nucleares ou com fontes radioativas.

09.006 Trabalhos realizados com exposição aos raios Alfa, Beta, Gama e X, aos nêutrons e às substâncias
radioativas para fins industriais, terapêuticos e diagnósticos.

09.007 Fabricação e manipulação de produtos radioativos.

09.008 Pesquisas e estudos com radiações ionizantes em laboratórios.

09.009 Trabalhos em caixões ou câmaras hiperbáricas.

09.010 Trabalhos em tubulões ou túneis sob ar comprimido.

09.011 Operações de mergulho com o uso de escafandros ou outros equipamentos.


OUTRAS ATIVIDADES

10.001 Operações em atmosfera IPVS.

10.002 Operações em espaço confinado.

10.003 Operações em áreas classificadas.

10.005 Atividade sob ar comprimido.

10.006 Atividade submersa.

10.007 Bombeiro Civil.

10.008 Atividade portuária conforme Lei nº 4.860/1965.

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66
10.009 Atividades executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade excessiva.
ATIVIDADES ESPECIAIS POR ASSOCIAÇÃO DE AGENTES

11.001 Mineração subterrânea cujas atividades sejam exercidas afastadas das frentes de produção.

11.002 Trabalhos em atividades permanentes no subsolo de minerações subterrâneas em frente de produção.


AUSÊNCIA DE CORRESPONDÊNCIA

99.999 Ausência de correspondência.

Noções conceituais em engenharia da segurança no trabalho relacionadas a proteção


coletiva e individual do trabalho: Saneamento ambiental. Gestão de resíduos e meio am-
biente. Sinalização. Organização do trabalho. Ferramentas da qualidade e certificações

A engenharia de segurança industrial é uma disciplina importante que garante um ambiente de trabalho se-
guro e saudável. O artigo explora conceitos conceituais relacionados à proteção coletiva e individual, abrangen-
do temas importantes como higiene ambiental, gestão de resíduos e meio ambiente, sinalização, organização
e ferramentas do trabalho e certificação de qualidade.
— Higiene ambiental: Garantir um ambiente livre de riscos
A higiene ambiental desempenha um papel importante na manutenção da saúde e segurança dos traba-
lhadores quando aplicada ao ambiente de trabalho. Estas práticas vão além do conceito tradicional de limpeza
física para incluir medidas estratégicas destinadas a prevenir doenças profissionais e promover a saúde geral.
O descarte adequado de resíduos é um dos pilares para garantir o descarte adequado de substâncias perigo-
sas e prevenir a contaminação do ambiente de trabalho. Além disso, manter sempre a limpeza e a higiene no
local de trabalho não só cria um ambiente mais confortável, mas também reduz a possibilidade de acidentes
e a propagação de patógenos. Ao programar práticas de higiene ambiental, as organizações não só cumprem
os requisitos legais, como também investem no bem-estar dos seus colaboradores, contribuindo para um am-
biente saudável e livre de riscos.
— Gestão de Resíduos e Meio Ambiente: Responsabilidade e Sustentabilidade
A gestão adequada de resíduos no local de trabalho vai além do cumprimento das normas regulamentares
e é um compromisso proativo com a responsabilidade ambiental e a sustentabilidade. O processo envolve uma
abordagem estratégica desde a geração dos resíduos até a disposição final. A triagem adequada é uma etapa
essencial na identificação e triagem de resíduos recicláveis, orgânicos e perigosos. As coleções individuais
fortalecem esse compromisso ao ajudar a reduzir o impacto ambiental ao direcionar os materiais para destinos
adequados. O descarte ecologicamente correto é a etapa final no tratamento ou descarte de resíduos de uma
forma que minimize os impactos negativos ao meio ambiente. Ao adotarem práticas de gestão de resíduos e
ambientais, as organizações não só aderem aos princípios de sustentabilidade, mas também criam um legado
de responsabilidade ambiental, contribuindo para um futuro mais equilibrado e ambientalmente consciente.
— Sinais: Comunicação Visual para Segurança
No contexto da segurança no trabalho, a sinalização é uma ferramenta importante que vai além da simples
estética visual. Desempenha um papel importante ao alertar as pessoas sobre perigos iminentes e fornece
informações importantes para a segurança do trabalhador. Cores, formas e mensagens específicas são estrate-
gicamente selecionadas e colocadas para alertar os trabalhadores sobre perigos potenciais e instruí-los a tomar
as precauções adequadas. A comunicação visual eficaz através da sinalização não só aumenta a consciência
de segurança, mas também cria uma linguagem universal que transcende as barreiras linguísticas. Quando
usados corretamente, os sinais podem reduzir significativamente acidentes e lesões, criar um ambiente de tra-
balho seguro e ajudar a proteger o bem-estar dos funcionários.

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— Organização do trabalho: Estratégias de eficiência e segurança
A organização do trabalho é uma parte importante da criação de um ambiente de trabalho seguro, eficiente
e saudável. Essas práticas vão além da simples atribuição de tarefas e horários e incluem a definição clara de
responsabilidades, o fornecimento de treinamento regular e a criação de um ambiente que promova a saúde
e o bem-estar dos colaboradores. Definir claramente funções e responsabilidades pode reduzir a confusão,
garantindo que cada membro da equipe entenda suas responsabilidades relacionadas à segurança. Através
de treinamentos regulares, informamos os colaboradores sobre as regras de segurança e criamos uma cultura
organizacional focada na prevenção de acidentes. Ao criar um ambiente de trabalho que dá prioridade à saúde
física e mental, as organizações de trabalho não só otimizam a eficiência, mas também fortalecem o compro-
misso dos funcionários com a sua segurança e bem-estar.
— Ferramentas de Qualidade e Certificação: Melhorando Padrões e Eficiência
Buscar a excelência em segurança industrial requer o uso de ferramentas e certificações de qualidade que
demonstrem um firme compromisso com a segurança, a eficiência operacional e a melhoria contínua. Ferra-
mentas qualitativas como gráficos de Ishikawa, brainstorming e Pareto desempenham um papel importante na
identificação, análise e resolução de problemas de segurança no local de trabalho. O uso dessas ferramentas
não apenas melhora a eficiência dos processos, mas também fortalece a capacidade da organização de prever,
prevenir e corrigir problemas de segurança.
Além disso, a obtenção de certificações específicas relacionadas à segurança ocupacional demonstra cla-
ramente o compromisso de uma organização com padrões elevados. Certificados reconhecidos internacional-
mente, como OHSAS 18001 e ISO 45001, fornecem orientações rigorosas para a implementação de sistemas
de gestão de saúde e segurança ocupacional. Ao obter e manter esta certificação, uma organização não só
demonstra conformidade com as disposições regulamentares, mas também trabalha ativamente para promover
um ambiente de trabalho seguro e saudável.
A integração eficaz de ferramentas de qualidade e certificação melhora os padrões operacionais e promo-
ve uma forte cultura de segurança. Esta abordagem não só reduz o risco de acidentes e lesões, mas também
garante fiabilidade e confiança tanto interna como externamente. Ao alinhar as práticas de segurança com di-
retrizes reconhecidas globalmente, as organizações podem não apenas atender às necessidades básicas, mas
também criar diferenciação competitiva ao construir relacionamentos de confiança com funcionários, clientes e
partes interessadas. A implementação destas ferramentas e certificações de qualidade não é simplesmente um
investimento em segurança física, mas uma estratégia abrangente para alcançar a excelência operacional e o
bem-estar sustentável dos funcionários.
Em cenários de negócios onde a excelência operacional e o compromisso com a segurança são cada vez
mais importantes, a integração de práticas fortes é essencial. Higiene ambiental, gestão de resíduos e ambien-
tes, sinalização, organização do trabalho, ferramentas de qualidade e certificações são elementos importantes
nesta jornada. A higiene ambiental e a gestão de resíduos não só contribuem para um ambiente saudável, mas
também refletem a responsabilidade e a sustentabilidade organizacional. A sinalização desempenha um papel
importante na comunicação visual de perigos, enquanto a organização do trabalho estabelece as bases para a
eficiência e o bem-estar.
Por fim, as ferramentas e certificações de qualidade elevam o padrão, demonstrando um compromisso com
a segurança superior, bem como com a conformidade regulatória. A sinergia destes elementos não só reduz
os riscos, mas também cria um ambiente de trabalho que combina eficiência, segurança e melhoria contínua.
Ao elevar os padrões e incorporar práticas de qualidade, as organizações não só cumprem os requisitos regu-
lamentares, mas também promovem uma cultura que vai além da segurança física para alcançar a excelência
operacional e um compromisso contínuo com o bem-estar dos funcionários. Esta abordagem integrada não é
apenas um investimento na segurança, mas também um catalisador para o sucesso sustentável e o bem-estar
organizacional.

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Gestão epidemiológica no trabalho: Conceitos e objetivos de epidemiologia. Aplica-
ção da epidemiologia para a higiene ocupacional. Estudo de acidentes de trabalho à luz
da epidemiologia. Notificação compulsória de agravos relacionados ao trabalho e seus
instrumentos

A investigação epidemiológica de doenças e agravos relacionados ao trabalho, como acidentes de trabalho,


acidentes com exposição a material biológico, perda auditiva induzida por ruído (PAIR), dermatoses ocupacio-
nais, câncer relacionado ao trabalho, pneumoconioses, transtornos mentais relacionados ao trabalho e lesões
por esforço repetitivo/doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (LER/DORT), é uma atividade obri-
gatória que deve ser iniciada assim que ocorre o caso ou quando há informações sobre outros trabalhadores
expostos aos mesmos fatores de risco no ambiente de trabalho. Durante essa investigação, é crucial avaliar as
circunstâncias da ocorrência da doença ou agravo, bem como sua relação com o trabalho.
Os casos de doenças e agravos relacionados ao trabalho mencionados anteriormente devem ser notifica-
dos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação apenas após a confirmação da relação com o trabalho
por meio da investigação epidemiológica. A notificação de intoxicações exógenas suspeitas e confirmadas re-
lacionadas ao trabalho também é obrigatória e deve ser realizada por meio da ficha do Sistema de Informação
de Agravos de Notificação. Ressalta-se que a notificação no Sistema de Informação de Agravos de Notificação
tem caráter estritamente epidemiológico e de vigilância.
É fundamental registrar os antecedentes epidemiológicos nas fichas específicas de investigação, com aten-
ção especial para o preenchimento dos campos “Ocupação” (conforme Classificação Brasileira de Ocupações
em vigência), “Atividade econômica” (de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas vigen-
te) e “Evolução do caso”. No preenchimento do campo “Ocupação”, deve-se evitar o registro de ocupações não
classificáveis, como estudante, dona de casa, aposentado/pensionista, presidiário e desempregado crônico, ou
quando a ocupação habitual não puder ser obtida.
Informações adicionais, como histórico ocupacional atual e pregresso, exposição a fatores de risco à saúde
relacionados ao trabalho, antecedentes mórbidos, dados do exame clínico e físico, descrição da doença ou do
agravo, causas, condições, objeto e agentes que contribuíram para a ocorrência dos eventos, devem ser regis-
tradas no campo “Informações complementares e observações”.
A gravidade do evento relacionado ao trabalho condiciona a urgência na condução da investigação epide-
miológica e na implementação de medidas de controle. É crucial observar o preenchimento obrigatório do cam-
po “Foi emitida a Comunicação de Acidente no Trabalho – CAT” nos casos em que se aplica a emissão da CAT.
Para obter mais informações sobre a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho, recomenda-se con-
sultar as instruções fornecidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (Ministério da Economia) e no Caderno
de Atenção Básica n.º 41 – Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora do Ministério da Saúde (BRASIL, 2018b).

A psicopatologia do trabalho: Sofrimento e prazer no trabalho. Processo de trabalho


e adoecimento

A psicopatologia do trabalho é uma área de estudo que investiga as relações entre a saúde mental e as
condições de trabalho. No campo da enfermagem, essas questões são particularmente relevantes, dado o
ambiente de trabalho desafiador, o contato direto com situações de sofrimento e a necessidade de lidar com
situações de alta pressão.
— Organização do Trabalho
A organização do trabalho refere-se à maneira como as tarefas são distribuídas, como o trabalho é estruturado
e como os recursos são alocados. Quando mal gerenciada, a organização do trabalho pode levar a situações
de estresse ocupacional, sobrecarga de trabalho e, eventualmente, ao esgotamento profissional (burnout).

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O ritmo acelerado, os turnos prolongados, a necessidade constante de atenção aos detalhes e a tomada de
decisões rápidas e críticas podem contribuir para um ambiente de trabalho estressante para os profissionais de
enfermagem. Além disso, a distribuição desigual de tarefas e responsabilidades pode levar a sentimentos de
injustiça, o que pode aumentar ainda mais o estresse.
— Sofrimento Psíquico no Trabalho
O sofrimento psíquico no trabalho pode ser o resultado de uma organização de trabalho inadequada, bem
como de outros fatores como falta de apoio dos colegas e superiores, assédio moral ou falta de recursos
adequados para realizar o trabalho.
Os sintomas do sofrimento psíquico podem incluir ansiedade, depressão, insônia, irritabilidade, entre outros.
No caso dos profissionais de enfermagem, o sofrimento psíquico pode também levar à diminuição da capacidade
de atendimento aos pacientes, erros de medicação e outros problemas que podem comprometer a qualidade
do cuidado.
— Estratégias para Minimizar o Sofrimento Psíquico no Trabalho
– Promover um Ambiente de Trabalho Saudável: Um ambiente de trabalho que promova o respeito mútuo,
a colaboração e o apoio entre colegas pode contribuir significativamente para reduzir o estresse e o sofrimento
psíquico.
– Gerenciamento Adequado de Carga de Trabalho: As instituições devem assegurar que a carga de
trabalho dos profissionais de enfermagem seja gerenciada de forma adequada. Isso inclui a garantia de pausas
suficientes e a limitação do número de horas trabalhadas para evitar a exaustão.
– Formação e Educação Continuada: A educação continuada pode ajudar os profissionais de enfermagem
a adquirir as habilidades necessárias para lidar com o estresse e o sofrimento psíquico. Isso pode incluir
treinamento em habilidades de gestão do estresse, práticas de mindfulness e outros métodos de autocuidado.
– Suporte Psicológico: Os profissionais de enfermagem devem ter acesso a serviços de suporte psicológico
para ajudá-los a lidar com o estresse e o sofrimento psíquico.
Em conclusão, é crucial que a organização do trabalho na enfermagem seja conduzida de forma a minimizar
o sofrimento psíquico dos profissionais. Isso não só beneficia a saúde mental dos enfermeiros, mas também a
qualidade do cuidado aos pacientes.

Exercícios

1-FUNCERN - 2023
Rastrear e detectar precocemente os agravos à saúde relacionados ao trabalho, detectar possíveis expo-
sições excessivas a agentes nocivos ocupacionais e definir a aptidão de cada empregado para exercer suas
funções ou tarefas determinadas são diretrizes do(a)
(A) CIPA.
(B) PCMSO.
(C) PGR.
(D) PPRA.

2-CESPE / CEBRASPE - 2023


Em relação ao PCMSO, julgue o item subsequente.
São diretrizes do PCMSO rastrear e detectar precocemente os agravos à saúde relacionados ao trabalho,
detectar possíveis exposições excessivas a agentes nocivos ocupacionais e subsidiar a implantação e o moni-
toramento da eficácia das medidas de prevenção adotadas na organização.

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( ) Certo
( ) Errado

3-SELECON - 2022
O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) é parte integrante do conjunto mais am-
plo de iniciativas da organização no campo da saúde de seus empregados, devendo estar harmonizado com o
disposto nas demais normas reguladoras. É uma diretriz do PCMSO:
(A) detectar exposições não frequentes a agentes nocivos ambientais
(B) subsidiar o encaminhamento de empregados à Previdência Social
(C) rastrear e detectar os agravos tardios à saúde relacionados ao trabalho
(D) manter a imunização de uma amostra dos empregados, relacionada a riscos ambientais, sempre que
houver recomendação do Ministério do Trabalho

4-CESGRANRIO - 2018
Entre as doenças relacionadas ao trabalho está o(a)
(A) Hirsutismo
(B) Lúpus eritematoso
(C) Antracose
(D) Fibrose quística
(E) Ictiose lamelar

5-CESGRANRIO - 2023
A gravidade do quadro de saúde dos trabalhadores brasileiros está expressa, entre outros indicadores, pe-
los acidentes do trabalho e pelas doenças relacionadas ao trabalho.
Algumas delas são de notificação compulsória, tais como
(A) lesões por esforços repetitivos e abortos provocados
(B) intoxicações exógenas e cirurgias videolaparoscópicas
(C) acidente do trabalho fatal ou acidente com mutilações
(D) transtornos mentais relacionados ao trabalho e pneumonias
(E) dermatoses ocupacionais e doenças sexualmente transmissíveis

6-CESGRANRIO - 2018
Diversas condições nos processos de trabalho no Brasil têm sido consideradas acidentogênicas, relacio-
nadas a riscos arcaicos, a novos fatores de morbidade ou à combinação de antigos e novos fatores de adoe-
cimento.
Nesse contexto, observa-se que

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(A) o setor de construção civil, o segundo com maior número de óbitos anualmente, é responsável pela
grande maioria das mortes por conta de queda de altura, projeção de materiais e soterramentos.
(B) o estresse relacionado ao trabalho, associado às reações ao estresse grave e aos transtornos de adap-
tação, cresceu substancialmente nos últimos anos, apesar da redução do número de comunicações de
acidentes de trabalho (CAT) preenchidas.
(C) o aumento da intensidade do trabalho no setor de frigoríficos, onde o controle das máquinas e o am-
biente de trabalho são rígidos, pode ser o fator principal do crescimento do número de trabalhadores com
incapacitação permanente.
(D) a terceirização, apesar de ser uma estratégia de contratação diretamente associada à intensificação e
precarização do trabalho, não gerou elevação dos agravos ocupacionais.
(E) as doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT), associadas à intensidade das tarefas
repetitivas e à pressão no trabalho, representam um dos maiores fatores para emissão de comunicação de
acidentes de trabalho (CAT).

7-CESGRANRIO - 2022
Em um acidente com derretimento do núcleo acontecem fenômenos de transporte, de deposição e de libe-
ração de substâncias radioativas que se espargem do reator para o circuito primário e do circuito primário para
a contenção. As substâncias liberadas passam a integrar o denominado termo fonte, composto por uma variada
gama de radionuclídeos que poderiam ser liberados ao Meio Ambiente em caso de uma falha da contenção.
São avaliadas diversas interações entre materiais que contribuem para aumentar a probabilidade de falha da
contenção, com liberação de substâncias radioativas ao Meio Ambiente.
Uma interação importante, considerada nos modelos de Análise Probabilística de Segurança (APS), é a
interação entre
(A) amerício-241 e concreto
(B) criptônio-85 e concreto
(C) núcleo fundido e ácido bórico
(D) núcleo fundido e concreto
(E) núcleo fundido e hidrogênio

8-CESGRANRIO - 2018
A prevenção da intoxicação, em toxicologia ocupacional, é feita em três etapas fundamentais que são:
(A) auditoria, pontuação e inspeção
(B) reconhecimento, avaliação e controle
(C) monitorização, marcação e supervisão
(D) inspeção, manutenção e retroalimentação
(E) limite de tolerância, exposição extralaboral e limites de tolerância biológica

9-CESGRANRIO - 2023
O trabalho na indústria do setor de petróleo e gás envolve potencial exposição ocupacional a agentes
químicos, capazes de causar danos à saúde dos trabalhadores. Os fundamentos da Toxicologia e as Normas
Regulamentadoras fornecem os requisitos técnicos e legais para o desenvolvimento das ações de saúde e
segurança no trabalho.

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As medidas de avaliação, prevenção e controle das exposições ocupacionais aos agentes químicos com-
preendem o(a)
(A) uso de indicadores biológicos de exposição (IBEx), que são utilizados para medir diretamente a quanti-
dade efetiva de agente químico presente no ambiente de trabalho.
(B) limite de tolerância, que é a concentração que causará dano à saúde do trabalhador.
(C) monitoramento do ambiente, que consiste na medição dos metabólitos de agentes químicos presentes
em tecidos, secreções, excreções ou no ar exalado.
(D) adoção do nível de ação, que é o valor acima do qual devem ser implementadas ações de controle
sistemático para minimizar a probabilidade de que as exposições ocupacionais ultrapassem os limites de
exposição.
(E) avaliação quantitativa dos agentes químicos, que é realizada durante a etapa de identificação dos peri-
gos existentes no ambiente de trabalho.

10-CESGRANRIO - 2018
O desenvolvimento de tumores pode ocorrer em uma fase da intoxicação denominada
(A) absorção
(B) biotransformação
(C) exposição
(D) toxicocinética
(E) toxicodinâmica

11-O que é a FISPQ?


(A) Formulário de Informação Sintética sobre Produtos Químicos
(B) Ficha de Informações sobre Produtos Químicos
(C) Fórum Internacional de Segurança em Produtos Químicos
(D) Fábrica de Informação sobre Produtos Químicos

12-O que é essencial para o armazenamento seguro de produtos químicos?


(A) Utilizar qualquer recipiente disponível
(B) Armazenar produtos incompatíveis juntos
(C) Segregação por compatibilidade e uso de recipientes adequados
(D) Armazenar produtos químicos ao ar livre

13-CESGRANRIO - 2018
A análise ergonômica do trabalho, feita por um profissional capacitado para tal, é responsabilidade do
(A) sindicato
(B) empregado

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(C) empregador
(D) enfermeiro do trabalho
(E) engenheiro de segurança

14-CESGRANRIO - 2018
A qualidade de vida no ambiente de trabalho visa a
(A) analisar o desempenho de cada funcionário em função das atividades que ele desempenha, das metas
e resultados a serem alcançados por ele e do seu potencial no exercício dessas atividades.
(B) facilitar e satisfazer as necessidades do trabalhador ao desenvolver suas atividades na organização
através de ações para o desenvolvimento pessoal e profissional.
(C) garantir que os protagonistas da organização desempenhem seus papéis de forma eficiente, alcançan-
do a eficácia organizacional.
(D) promover a satisfação das necessidades da empresa ao provocar atitudes que resultam no aumento da
produtividade do trabalhador.
(E) promover e aumentar o aprendizado entre os funcionários de uma empresa, visando, particularmente, à
aquisição de habilidades para um determinado cargo.

15-Qual é o objetivo da análise ergonômica em relação ao uso de ferramentas no trabalho?


(A) Aumentar os riscos de lesões
(B) Ignorar a relação entre trabalhadores e ferramentas
(C) Minimizar riscos de lesões e promover o conforto
(D) Priorizar a eficiência operacional acima do conforto

16-CESGRANRIO - 2018
Para atividades que envolvam risco biológico, os empregadores devem tomar medidas de segurança, tais
como, por exemplo, a capacitação de seus empregados.
Como deve ser essa capacitação, de acordo com a NR 32?
(A) Deve-se treinar para o uso dos EPC e dos EPI, podendo o treinamento ocorrer em eventos específicos
em finais de semana, fora da jornada de trabalho.
(B) Deve incluir obrigatoriamente medidas de prevenção de acidentes e dados estatísticos sobre as conta-
minações por HIV e hepatite B.
(C) Deve ser ministrada com periodicidade mínima semestral e incluir orientações sobre medidas a serem
adotadas em casos de acidentes.
(D) Deve ser ministrada com periodicidade mínima de 2 anos, por profissional habilitado na área de biosse-
gurança.
(E) Deve ser ministrada por profissionais familiarizados com os riscos inerentes aos riscos biológicos, du-
rante a jornada de trabalho.

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17-CESGRANRIO - 2023
A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora integra a promoção, a proteção da saúde e
a redução da morbimortalidade decorrentes dos processos produtivos, além de enfatizar as ações de Vigilância
em Saúde do(a) Trabalhador(a) (Visat).
Nesse sentido,
(A) recomenda-se a integração da Visat com os demais componentes da vigilância em saúde e com a aten-
ção básica.
(B) orienta-se que a Visat atue de forma independente, por se tratar de um grupo populacional com carac-
terísticas próprias.
(C) compreende-se a Visat como um conjunto de práticas sanitárias que analisa os processos de trabalho
sem articulação com as demais áreas.
(D) entende-se que a Visat constitui-se num conjunto de ações e práticas sanitárias independentes que
realiza intervenções sobre as doenças e os agravos à saúde.
(E) entende-se que os princípios norteadores da Visat são a precaução, a hierarquização e a descentrali-
zação.

18-CESGRANRIO - 2023
No que se relaciona à saúde e à segurança do trabalho, inserida nas Normas Reguladoras, a NR-7 regu-
lamenta aspectos decorrentes da relação jurídica prevista na Lei, qual seja, a saúde do trabalhador, sem estar
condicionada a outros requisitos, como atividades, instalações, equipamentos ou setores e atividades econômi-
cos específicos. Essa norma aplica-se às organizações e aos órgãos públicos da administração direta e indire-
ta, bem como aos órgãos dos poderes legislativo e judiciário e ao Ministério Público, que possuam empregados
regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT –, devendo operar em conformidade com um programa
que tem por objetivo principal promover a saúde dos trabalhadores, incluindo a realização de exames médicos:
admissionais, periódicos, de retorno ao trabalho, de mudança de função ou demissionais.
Como é conhecido esse programa?
(A) PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(B) PPPP – Programa do Perfil Profissiográfico Previdenciário
(C) PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos
(D) PLTIP – Programa do Laudo Técnico de Insalubridade e Periculosidade
(E) PLCAT – Programa do Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho

19-Qual é o objetivo dos ensaios em segurança e saúde no trabalho?


(A) Decifrar causas e efeitos
(B) Realizar perícias especializadas
(C) Documentar condições de trabalho
(D) Avaliar a eficácia de medidas de segurança

Apostila gerada especialmente para: Maria Antonia de Sousa Silva 022.708.962-62


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20-O que abrange o saneamento ambiental no contexto da Engenharia da Segurança no Trabalho?
(A) Ordem e disciplina
(B) Promoção da saúde e prevenção de doenças
(C) Redução de jornadas de trabalho
(D) Aumento da produção industrial

Gabarito

1 B
2 CERTO
3 B
4 C
5 C
6 E
7 D
8 B
9 D
10 E
11 B
12 C
13 C
14 B
15 C
16 E
17 A
18 A
19 D
20 B

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