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SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO

Segurança E Higiene Do Trabalho

Higiene E Segurança No Trabalho

Administracao

Do ponto de vista da Administração de Recursos Humanos, a saúde e a segurança dos empregados


constituem uma das principais bases para a preservação da força de trabalho adequada.

De modo genérico, Higiene e Segurança do Trabalho compõem duas atividades intimamente relacio-
nadas, no sentido de garantir condições pessoais e materiais de trabalho capazes de manter certo
nível de saúde dos empregados.

Segundo o conceito emitido pela Organização Mundial de Saúde, a saúde é um estado completo de
bem-estar físico, mental e social e que não consiste somente na ausência de doença ou de enfermi-
dade.

A higiene do trabalho refere-se ao conjunto de normas e procedimentos que visa à proteção da inte-
gridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas do
cargo e ao ambiente físico onde são executadas.

Segurança e higiene do trabalho são atividades interligadas que repercutem diretamente sobre a
continuidade da produção e sobre a moral dos empregados.

Segurança do trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas, em-


pregadas para prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer instru-
indo ou convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas.

A atividade de Higiene do Trabalho no contexto da gestão de RH inclui uma série de normas e proce-
dimentos, visando essencialmente, à proteção da saúde física e mental do empregado, procurando
resguardá-lo dos riscos de saúde relacionados com o exercício de suas funções e com o ambiente
físico onde o trabalho é executado.

Hoje a Higiene do Trabalho é vista como uma ciência do reconhecimento, avaliação e controle dos
riscos à saúde, na empresa, visando à prevenção de doenças ocupacionais.

Tudo Que Você Precisa Saber Sobre Higiene E Segurança Do Trabalho

Higiene e segurança do trabalho - Conheça sua importância

Uma empresa deve oferecer toda a segurança necessária para os seus funcionários, a fim de que
eles consigam exercer suas funções sem nenhum tipo de prejuízo à sua saúde. Pensando nisso, o
conceito dos fatores de higiene foi criado para assegurar a higiene e segurança do trabalho, que
visa oferecer um ambiente mais seguro para os trabalhadores em diversos aspectos.

Segurança do trabalho é um termo mais conhecido e que já deixa claro do que se trata. É basicamen-
te prevenir acidentes. Mas e quando se fala a respeito da higiene no trabalho? A interpretação inicial
costuma ser em relação à higiene pessoal dos funcionários, como lavar bem as mãos, manter o local
de trabalho limpo, etc. Entretanto, neste contexto o significado de higiene é um pouco diferente.
Acompanhe o artigo e saiba mais sobre o tema.

Diferenças Entre Higiene E Segurança Do Trabalho

Embora sejam conceitos tratados como sinônimos e tenham um mesmo objetivo, que é oferecer um
ambiente de trabalho seguro, Higiene e Segurança do Trabalho têm definições diferentes e cada um
tem sua função. Veja quais são as diferenças entre os dois termos.

O Que É Higiene Ocupacional?

A palavra higiene é derivada do nome da deusa grega da saúde conhecida como Hygeia. Ela era filha
de Asklepios e irmã de Panacea. Enquanto seu pai e sua irmã eram ligados ao tratamento de doen-

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ças existentes, Hygeia se preocupava com a preservação da boa saúde e a prevenção de doenças.
Daí vem o significado utilizado na expressão higiene ocupacional, que é um pouco diferente do con-
ceito que utilizamos no dia a dia.

Higiene Ocupacional é a ciência que tem como principal função antecipar, reconhecer, avaliar e con-
trolar os perigos para a saúde no ambiente de trabalho com o objetivo de proteger a higidez e o
bem-estar dos trabalhadores e da comunidade em geral.

Atua na identificação de agentes perigosos, sejam eles químicos; físicos ou biológicos, no local de
trabalho e que possam causar doenças ou desconforto. O profissional responsável pela higiene ocu-
pacional da empresa irá avaliar a extensão do risco devido à exposição a esses agentes perigosos e
realizará o controle desses riscos para prevenir doenças a longo ou curto prazo.

A higiene ocupacional: visa cuidar do trabalhador em três aspectos:

Saúde Física: Cuidados para que os movimentos realizados durante o trabalho não causem lesões
ao funcionário.

Saúde Mental: Preocupa-se com o bem-estar mental do colaborador, a fim de que ele não seja ex-
posto a situações altamente estressantes ou constrangedoras que possam prejudicá-lo.

Saúde Social: Tem como objetivo promover uma boa relação entre todos os funcionários, para que
eles convivam de forma pacífica e harmoniosa.

O Que É Segurança Do Trabalho?

Entenda por Segurança do Trabalho o grupo de procedimentos que uma empresa deve adotar a fim
de prevenir acidentes. As medidas a serem tomadas são: reconhecer, avaliar e controlar todos os
tipos de riscos, dos mais simples, como colocar placas para informar que o chão está liso, aos mais
graves, como oferecer equipamentos de proteção para os funcionários que terão contato com máqui-
nas e objetos perigosos.

O ambiente deve ser avaliado de maneira minuciosa e cada risco deve ter suas possíveis conse-
quências estudadas para que se encontrem metodologias eficientes para preservar a saúde dos tra-
balhadores.

A Importância Da Higiene E Segurança No Trabalho

A preocupação com a saúde e o bem-estar dos trabalhadores surgiu por volta da década de 50. An-
tes disso, a produtividade era sempre colocada em primeiro lugar e a saúde dos funcionários ficava
em segundo plano.

Com o passar do tempo, foi-se percebendo que, além de desumano, não oferecer boas condições de
trabalho afetava a saúde e, consequentemente, a produtividade do trabalhador. Uma pessoa com
problemas de saúde, em algum momento terá que se ausentar da empresa para se tratar. Da mesma
forma que um funcionário saudável consegue trabalhar com muito mais eficiência.

Atualmente, a higiene e segurança no trabalho são vistas com muito mais seriedade pelas empresas.
Inclusive existe uma lei no Brasil que obriga as organizações com mais de 20 funcionários a terem
uma CIPA, Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Ela tem como função tudo o que citamos
no decorrer do artigo, que é oferecer um ambiente seguro e sem riscos de acidentes e doenças.

Atividades Relacionadas À Higiene E Segurança Do Trabalho

Mesmo que sua empresa não seja obrigada a ter uma comissão para prevenir acidentes, você pode
colocar em prática medidas para oferecer um ambiente mais seguro aos seus colaboradores. Ativida-
des relacionadas ao tema podem ser bastante úteis e trazer diversos benefícios.

Algumas sugestões:

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Ginástica Laboral: Trata-se de uma série de exercícios que devem ser realizados sempre no início
do expediente. Eles incluem movimentos de alongamento e relaxamento e têm como função evitar
lesões, principalmente pelos trabalhadores que fazem repetição de movimentos e que ficam em uma
mesma posição o dia todo.

Palestras: Chamar um profissional da área de segurança do trabalho para dar palestras aos funcio-
nários é uma ótima forma de mantê-los informados e atentos aos riscos.

Cursos: Cursos rápidos de noções de segurança do trabalho também trarão muitos benefícios para a
sua empresa. Em uma emergência, por exemplo, ter funcionários preparados para lidar com a situa-
ção é muito importante.

Sabendo de tudo isso, viu como é importante se preocupar com a saúde e o bem-estar dos seus fun-
cionários? Portanto, coloque estas dicas em prática e evite transtornos relacionados à negligência em
relação à segurança e a saúde dos colaboradores em sua organização. Sua empresa e seus profissi-
onais só têm a ganhar.

Higiene E Segurança No Trabalho

A higiene do trabalho compreende normas e procedimentos adequados para proteger a integridade


física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerente às tarefas do cargo e ao
ambiente físico onde são executadas.

A higiene do trabalho está ligada ao diagnóstico e à prevenção das doenças ocupacionais, a partir do
estudo e do controle do homem e seu ambiente de trabalho. Ela tem caráter preventivo por promover
a saúde e o conforto do funcionário, evitando que ele adoeça e se ausente do trabalho. Envolve, tam-
bém, estudo e controle das condições de trabalho.

A iluminação, a temperatura e o ruído fazem parte das condições ambientais de trabalho. Uma má
iluminação, por exemplo, causa fadiga à visão, afeta o sistema nervoso, contribui para a má qualida-
de do trabalho podendo, inclusive, prejudicar o desempenho dos funcionários. A falta de uma boa
iluminação também pode ser considerada responsável por uma razoável parcela dos acidentes que
ocorrem nas organizações. Envolvem riscos os trabalhos noturnos ou turnos, temperaturas extremas
- que geram desde fadiga crônica até incapacidade laboral.

Um ambiente de trabalho com temperatura e umidade inadequadas é considerado doentio. Por isso,
o funcionário deve usar roupas adequadas para se proteger do que “enfrenta” no dia-a-dia corporati-
vo. O mesmo ocorre com a umidade. Já o ruído provoca perca da audição e quanto maior o tempo de
exposição a ele maior o grau da perda da capacidade auditiva. A segurança do trabalho implica no
uso de equipamentos adequados para evitar lesões ou possíveis perdas.

É preciso, conscientizar os funcionários da importância do uso dos EPIs, luvas, máscaras e roupas
adequadas para o ambiente em que eles atuam. Fazendo essa ação específica, a organização está
mostrando reconhecimento ao trabalho do funcionário e contribuindo para sua melhoria da qualidade
de vida. Ao invés de obrigar os funcionários a usarem, é melhor realizar esse tipo de trabalho de
conscientização, pois o retorno será bem mais positivo.

Já ouvi muitos colaboradores falarem, por exemplo, que os EPIs e as máscaras incomodam e, algu-
ma vezes, chagaram a pedir aos gestores que usassem os equipamentos para ver se era bom. Ora,
na verdade os equipamentos incomodam, mas o trabalhador deve pensar o uso desses que é algo
válido, pois o ajuda a prevenir problemas futuros.

Na segurança do trabalho também é importante que a empresa forneça máquinas adequadas, em


perfeito estado de uso e de preferência com um sistema de travas de segurança. É fundamental que
as empresas treinem os funcionários e os alertem em relação aos riscos que máquinas podem signifi-
car no dia-a-dia. Caso algum funcionário apresente algum problema de saúde mais tarde ou sofra
algum acidente, a responsabilidade será toda da empresa por não ter obrigado o funcionário a seguir
os procedimentos adequados de segurança. Caso o funcionário se recuse a usar os equipamentos
que o protegerão de possíveis acidentes, a organização poderá demiti-lo por justa causa.

A prevenção dessas lesões/acidentes podem ser feitas através de:

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- Estudos e modificações ergonômicas dos postos de trabalho.


- Uso de ferramentas e equipamentos ergonomicamente adaptados ao trabalhador.
- Diminuição do ritmo do trabalho.
- Estabelecimento de pausas para descanso.
- Redução da jornada de trabalho.
- Diversificação de tarefas.
- Eliminação do clima autoritário no ambiente de trabalho. - Maior participação e autonomia dos traba-
lhadores nas decisões do seu trabalho.
- Reconhecimento e valorização do trabalho.
- Valorização das queixas dos trabalhadores.

É preciso mudar os hábitos e as condições de trabalho para que a higiene e a segurança no ambiente
de trabalho se tornem satisfatórios. Nessas mudanças se faz necessário resgatar o valor humano.
Nesse contexto, a necessidade de reconhecimento pode ser frustrada pela organização quando ela
não valoriza o desempenho. Por exemplo, quando a política de promoção é baseada nos anos de
serviço e não no mérito ou, então, quando a estrutura salarial não oferece qualquer possibilidade de
recompensa financeira por realização como os aumentos por mérito.

Se o ambiente enfatizar as relações distantes e impessoais entre os funcionários e se o contato social


entre os mesmos for desestimulado, existirão menos chances de reconhecimento.

Conforme Arroba e James (1988) uma maneira de reconhecer os funcionários é admitir que eles têm
outras preocupações além do desempenho imediato de seu serviço.

Uma outra causa da falta de reconhecimento dos funcionários na organização são os estereótipos,
pois seus julgamentos não são baseados em evidências ou informações sobre a pessoa. A partir do
momento que as pessoas fazem parte de uma organização podem obter reconhecimento positivo ou
negativo. Os grupos de trabalho, por exemplo, podem satisfazer ou frustrar as necessidades de reco-
nhecimento.

Pois, a importância do reconhecimento é que a partir do momento que a organização está preocupa-
da com a higiene e a segurança do trabalhador, ele está sendo valorizado. E quando os colaborado-
res percebem o fato de serem valorizados, reconhecidos isso os torna mais motivados para o traba-
lho.

Noções Iniciais De Segurança E Higiene Do Trabalho

A saúde e a segurança dos empregados constituem uma das principais bases para a preser-
vação da força de trabalho adequada.

Sempre ao entrar em uma nova empresa, o funcionário deve ter o conhecimento de noções iniciais
de segurança e higiene do trabalho para garantir um ambiente mais organizado e tranquilo, a fim de
desempenhar suas atividades com todas as condições possíveis, inclusive, reduzindo o risco de aci-
dentes e desconforto com um local de trabalho sujo, desorganizado e sem as condições mínimas de
higiene. Confira no post de hoje algumas dicas para manter o ambiente seguro e limpo.

Higiene No Trabalho

Entende-se por higiene no local de trabalho uma série de medidas que têm como objetivo zelar pela
integridade física de homens e mulheres no ambiente profissional. A higiene no trabalho é fundamen-
tal para evitar riscos à saúde dos funcionários e deve ser praticada preventivamente. Para tal, alguns
procedimentos devem ser analisados e aprimorados, se for o caso, para garantir um ambiente mais
confortável e seguro aos funcionários. Confira:

Verificar a ventilação e a temperatura do ambiente para evitar que doenças contagiosas se espalhem
com mais facilidade no local de trabalho;

Promover um ambiente mais agradável para toda a equipe, promovendo atividades recreativas em
conjunto, que aliviem a tensão do dia a dia;

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Exercícios: como a higiene no trabalho visa a saúde do funcionário, oferecer atividades com exercí-
cios físicos é uma boa sugestão para empresas dos mais variados segmentos de atuação;

A higiene no trabalho também deve ser prioridade em banheiros, refeitórios, salas de reunião e em
qualquer outro ambiente que reúna um grande número de pessoas. É fundamental contar com profis-
sionais ou empresas terceirizadas que realizem a limpeza de todos estes ambientes com grande fre-
quência;

Instrução à equipe: para garantir um ambiente de trabalho mais higiênico, a empresa também pode
realizar programas de conscientização junto aos funcionários, alertando sobre a importância do des-
carte correto do lixo, da limpeza de banheiros, refeitório e do posto de trabalho.

Segurança No Trabalho

Fundamental em qualquer tipo de ambiente profissional, a segurança no trabalho compreende uma


série de medidas administrativas, médicas, educacionais e técnicas para garantir um ambiente segu-
ro e tranquilo ao funcionário. Em atividades onde o risco de acidentes é maior, como em construções
civis, é exigido que homens e mulheres façam uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
para evitar contaminação, perfurações e maiores problemas.

Também é preciso que todo funcionário que irá desempenhar um trabalho de risco, como em equi-
pamentos de grande porte, passe por treinamentos específicos e conte sempre com os EPIs em per-
feito estado de conservação.

Higiene E Segurança No Trabalho, Qual A Relação?

Para o funcionário, ter um ambiente mais higiênico e seguro é essencial para o bom desempenho de
suas atividades e também da própria motivação de chegar à empresa um dia após o outro. É preciso
que a empresa ofereça condições adequadas de trabalho, evitando, assim, a queda na produtividade
em razão de descontentamentos e, principalmente, evitando o risco de acidentes, proliferação de
doenças, etc.

A Importância Da Higiene E Segurança No Trabalho

Responsável De Sector Na Jerónimo Martins

A higiene ocupacional, também conhecida como higiene do trabalho ou higiene industrial, pode ser
definida como: “A ciência e a arte devotadas à antecipação, ao reconhecimento, à avaliação e ao
controle dos fatores ambientais e agentes” tensores “originados no ou do trabalho, os quais podem
causar enfermidades, prejuízos à saúde e bem-estar, ou significante desconforto e ineficiência entre
os trabalhadores ou entre os cidadãos da comunidade”.

A Higiene, Segurança e Saúde no trabalho é um conjunto de ações que nasceu das preocupações
dos trabalhadores da indústria em meados do século 20, pois as condições de trabalho nunca eram
levadas em conta, mesmo que tal implicasse riscos de doença ou mesmo de morte dos trabalhado-
res. Numa época em que a indústria era a principal atividade económica em Portugal, os trabalhado-
res morriam ou tinham acidentes onde ficavam impossibilitados para toda a vida, simplesmente por-
que a mentalidade corrente era a de que o valor da vida humana era para apenas útil para trabalhar e
porque não existia qualquer legislação que protegesse o trabalhador.

O cenário demorou tempo a mudar e apenas a partir da década de 50/60, surgiram as primeiras ten-
tativas sérias de integrar os trabalhadores em atividades devidamente adequadas às suas capacida-
des, e dar-lhes conhecimento dos riscos a que estariam expostos aquando do seu desempenhar de
funções.

Atualmente a dimensão que encontramos neste âmbito é muito diferente, sobretudo porque a Lei-
Quadro de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho faz impender sobre as entidades empregadoras
a obrigatoriedade de organizarem os serviços de Segurança e Saúde no Trabalho.

Desta forma, para além de análises minuciosas aos postos de trabalho a empresa tem que garantir
também as condições de saúde dos trabalhadores (como a existência de um posto médico dentro de
cada empresa), e ainda garantir que são objeto de estudo as investigações de quaisquer tipos de

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incidentes ocorridos, sendo sempre analisada a utilização ou não de equipamentos de proteção indi-
vidual (vulgo EPI).

Em resumo, todas as atividades de HSST se constituem como as atividades cujo objetivo é o de ga-
rantir condições de trabalho em qualquer empresa “num estado de bem-estar físico, mental e social e
não somente a ausência de doença e enfermidade” (de acordo com a Organização Mundial de Saú-
de.)

Analisando parcelarmente este tipo de atividades temos que:

· A higiene e saúde no trabalho procura combater de um ponto de vista não médico, as doenças pro-
fissionais, identificando os fatores que podem afetar o ambiente do trabalho e o trabalhador, procu-
rando eliminar ou reduzir os riscos profissionais.

· A segurança do trabalho por outro lado, propõe-se combater, também dum ponto de vista não médi-
co, os acidentes de trabalho, eliminando para isso não só as condições inseguras do ambiente, como
sensibilizando também os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas

Dadas as características específicas de algumas atividades profissionais, nomeadamente as que


acarretam algum índice de perigosidade, é necessário estabelecer procedimentos de segurança, para
que estas sejam desempenhadas dentro de parâmetros de segurança para o trabalhador. Nesse
sentido, é necessário fazer desde logo um levantamento dos fatores que podem contribuir para ocor-
rências de acidentes, como sejam:

Acidentes devido a ações perigosas;

Falta de cumprimento de ordens (não usar E.P.I.)

Ligado à natureza do trabalho (erros na armazenagem)

Nos métodos de trabalho (trabalhar a ritmo anormal, manobrar empilhadores inadequadamente, dis-
trações).

Acidentes devido a Condições perigosas:

Máquinas e ferramentas

Condições de ambiente físico, (iluminação, calor, frio, poeiras, ruído).

Condições de organização (Layout mal feito, armazenamento perigoso, falta de Equipamento de Pro-
teção Individual – E.P.I.)

Após o processo de identificação deste tipo de condições é importante desenvolver uma análise de
riscos, sendo para isso necessária a sua identificação e mapeamento, a fim de que posteriormente se
possa estudar a possibilidade de aplicação de medidas que visam incrementar um maior nível de
segurança no local de trabalho, e que concretizam na eliminação do risco de acidente, tornando-o
inexistente ou neutralizando-o.

Por fim, importa ter ainda em conta que para além da matriz de identificação de riscos no trabalho é
imprescindível considerar o risco ergonómico que surge da não adaptação dos postos de trabalho às
características do operador, quer quanto à posição da máquina com que trabalha, quer no espaço
disponível ou na posição das ferramentas e materiais que utiliza nas suas funções.

Desta feita torna-se mais do que evidente de que o sucesso de um sistema produtivo passa inevita-
velmente pela qualidade das condições de trabalho que este proporciona aos seus colaboradores.
Nesta perspetiva, a melhoria da produtividade e da competitividade das empresas portuguesas pas-
sa, necessariamente, por uma intervenção no sentido da melhoria das condições de trabalho, ainda
que este conjunto de atividades seja visto atualmente, pela gestão das empresas, mais como um
gasto, do que propriamente um incentivo à produtividade.

Ao tornar evidentes junto dos colaboradores os riscos a que estão expostos durante o seu período de
trabalho, a Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho permite relembrar todos os colaboradores de

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que para um trabalho feito em condições é preciso que as condições permitam que o trabalho se
faça.

Do ponto de vista da Administração de Recursos Humanos, a saúde e a segurança dos empregados


constituem uma das principais bases para a preservação da força de trabalho adequada.

De modo genérico, Higiene e Segurança do Trabalho compõem duas atividades intimamente relacio-
nadas, no sentido de garantir condições pessoais e materiais de trabalho capazes de manter certo
nível de saúde dos empregados.

Segundo o conceito emitido pela Organização Mundial de Saúde, a saúde é um estado completo de
bem-estar físico, mental e social e que não consiste somente na ausência de doença ou de enfermi-
dade.

Segurança e higiene do trabalho em atividades de câmaras frias

Os trabalhos realizados em ambientes frios apresentam um grande risco à saúde dos trabalhadores

Ambientes com temperatura negativa podem causar desconforto, doenças ocupacionais, acidentes
do trabalho, e, algumas vezes, até a morte. As lesões mais graves causadas pelo frio são decorren-
tes da perda excessiva do calor do corpo, a chamada hipotermia.

O Decreto-Lei 5452/43 é taxativo para os casos em que os colaborados exercem sua atividade labo-
ral em câmeras frias e exige que haja intervalos na realização desses trabalhos:

“Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigorificas e para os que movimentam
mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 hora e 40 minutos de
trabalho continuo, será assegurado um período de 20 minutos de repouso, computado esse intervalo
como de trabalho efetivo”.

O risco de serviços realizados em câmaras frias está conectado, sobretudo, ao tipo e à quantidade do
agente, ao tempo de exposição e à sensibilidade do organismo do trabalhador.

Em serviços como os realizados em câmaras frias e em tantos outros, o Equipamento de Proteção


Individual (EPI) tem a função de proteger individualmente o empregado de possíveis lesões quando
da ocorrência de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Cumpre fixar que o EPI não evita os
acidentes em si, mas protege o empregado quando o risco estiver ligado ao exercício da função e à
exposição ao agente.

A Norma Regulamentadora 06 (NR 06) crava em texto de lei a importância do uso dos Equipamentos
de Proteção Individual e versa: “Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora – NR, con-
sidera-se Equipamento de Proteção Individual – EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual
utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a
saúde no trabalho”.

A NR 06 estabelece, ainda, as seguintes medidas:

– Proteção da cabeça, crânio, pescoço e do tronco: capuz de segurança contra riscos de origem tér-
mica e vestimenta de proteção ao tronco;

– Proteção dos membros superiores: luva de segurança para proteção contra agentes térmicos;

– Proteção dos membros inferiores: calçado, meia e calça de segurança para proteção dos pés con-
tra baixas temperaturas;

– Proteção do corpo inteiro: conjunto de segurança composto por calça e blusão ou mesmo jaqueta
ou paletó, cuja função é a proteção do tronco quanto dos membros inferiores e superiores contra
agentes térmicos.

A somatória de atitudes do empregador no quesito proteção e prevenção são fundamentais, é preciso


conscientizar os trabalhadores da importância do uso dos EPIs, oferecer a eles EPIs de qualidade,
treina-los para o correto uso e fiscaliza-los, destacando a importância de sua funcionalidade.

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Higiene E Segurança No Trabalho: O Que Diz A Legislação

A higiene e segurança no trabalho é regida em Portugal pela Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro, que
regulamenta o regime jurídico da promoção e prevenção da segurança e da saúde no trabalho, de
acordo com o previsto no artigo 284.º do Código do Trabalho.

Esta lei define as normas gerais de prevenção, as obrigações dos empregadores, a proteção de gru-
po específicos de trabalhadores (como as grávidas), e as modalidades de organização de segurança
no trabalho.

A Quem Se Aplica A Lei?

Esta lei da higiene e segurança no trabalho aplica-se a:

todos os ramos de atividade, nos sectores privado ou cooperativo e social;

trabalhadores por conta de outrem e respetivos empregadores, incluindo as pessoas coletivas de


direito privado sem fins lucrativos;

trabalhadores independentes;

serviços domésticos, quando compatível com as suas especificidades;

trabalho prestado sem subordinação jurídica, quando o prestador de trabalho se considerar na de-
pendência económica do beneficiário da atividade.

A Quem Compete A Observação Das Normas De Higiene E Segurança No Trabalho?

Cabe à ACT – Autoridade para as Condições de Trabalho – inspecionar as condições de trabalho e


realizar inquéritos em caso de acidente de trabalho.

O Instituto de Segurança Social pode promover inquéritos de doença profissional ou doutros danos
para a saúde relativos ao trabalho.

Quais São As Regras Gerais A Cumprir Pelo Empregador?

O artigo 15.º desta lei enumera as obrigações gerais do empregador. Entre elas destacam-se:

assegurar ao trabalhador condições de segurança e de saúde em todos os aspetos do seu trabalho;

zelar pelo exercício da atividade em condições de segurança e de saúde para os trabalhadores, ten-
do em consideração os princípios gerais de prevenção;

garantir que a implementação de medidas de prevenção resulta das avaliações de risco associadas
às diversas fases do processo produtivo;

fornecer informação e formação adequadas aos trabalhadores para o desenvolvimento da atividade


em condições de segurança e de saúde;

adotar medidas e dar instruções para que os trabalhadores possam cessar atividade em caso de
perigo grave e iminente;

certificar a vigilância da saúde dos trabalhadores em função dos riscos a que estes se encontram
potencialmente expostos;

estabelecer as medidas a adotar em matéria de primeiros socorros e de combate a incêndio e evacu-


ação, identificando os trabalhadores responsáveis pela sua aplicação;

organizar os meios de prevenção tendo em consideração os trabalhadores e terceiros que possam


ser suscetíveis aos riscos ligados à realização dos trabalhos;

observar as prescrições legais, gerais e específicas, de segurança e saúde a serem aplicadas na


empresa, estabelecimento ou serviço;

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suportar os encargos com a organização e funcionamento do serviço de segurança e saúde do traba-


lho e demais medidas de prevenção (exames, avaliações de exposição, etc.).

Quais São As Obrigações Do Trabalhador?

Já as obrigações do trabalhador encontram-se no artigo 17.º da mesma lei. Em traços gerais, o traba-
lhador deve:

cumprir as prescrições legais de segurança e de saúde, bem como as instruções determinadas pelo
empregador;

zelar pela sua segurança e saúde, assim como dos outros que possam ser afetados pelas suas
ações ou omissões no trabalho;

utilizar corretamente, segundo as instruções recebidas do empregador, máquinas, equipamentos,


materiais e substâncias perigosas de trabalho, assim como meios e equipamentos de proteção coleti-
va e individual;

comunicar imediatamente quaisquer avarias e deficiências que possam originar perigo ou defeitos
encontrados nos sistemas de proteção;

adotar as medidas e instruções previamente estabelecidas para essas situações em caso de perigo
grave e iminente;

comparecer aos exames determinados pelo médico do trabalho.

A Importância Da Segurança E Higiene No Trabalho

A qualidade das condições de trabalho é um dos factores fundamentais para o sucesso de um siste-
ma produtivo. Nesse âmbito, a melhoria da produtividade e da competitividade das empresas portu-
guesas passa, necessariamente, por uma intervenção no sentido da melhoria das condições de tra-
balho.

A transposição da Directiva Comunitária nº. 89/391/CEE para o ordenamento jurídico português, pelo
Decreto-Lei nº. 441/91, de 14 de Novembro, veio:

• Dotar o país de referências estratégicas de um quadro jurídico global, com vista à criação de condi-
ções de trabalho que assegurassem a efectiva prevenção de riscos e doenças profissionais;

• Dar cumprimento integral às obrigações decorrentes da ratificação da Convenção nº 155 da Organi-


zação Internacional do Trabalho, sobre Segurança, Saúde dos Trabalhadores e Ambiente de Traba-
lho;

• Institucionalizar formas eficazes de participação e diálogo de todos os interessados nesta matéria;

• Subsequentemente, muitos diplomas foram publicados, destacando-se o Decreto-Lei nº. 109/2000


de 30 de Junho, que veio redefinir o regime de organização e funcionamento das actividades de Se-
gurança, Higiene e Saúde do Trabalho (SHST), anteriormente estabelecido pelo Decreto-Lei nº.
26/94, de 1 de Fevereiro e ratificada pela Lei nº. 7/95, de 29 de Março.

A regulamentação destas actividades nas empresas levantou questões relacionadas com a qualifica-
ção dos Técnicos de Segurança e Higiene do Trabalho e do seu papel nas organizações. Estes pro-
fissionais terão como missão planear, implementar, coordenar e controlar as actividades de gestão da
prevenção e de protecção contra riscos profissionais, em consonância com o sistema de Certificação,
obrigatório desde 30 de Agosto de 2000.

O Decreto-Lei nº. 100/2000, de 30 de Junho, veio dar cumprimento ao disposto na Lei-Quadro (De-
creto-Lei nº. 441/91, de 14 de Novembro), estabelecendo normas de acesso à certificação Profissio-
nal e Homologação dos Cursos de segurança e Higiene.

O reconhecimento dos Técnicos Superiores de Segurança e Higiene no Trabalho pressupõe a aquisi-


ção e o desenvolvimento de competências, nos termos previstos naquele diploma legal, de modo a

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garantir a prática de elevados padrões de excelência numa área de importância crescente para a
qualidade como a Segurança e a Higiene no Trabalho.

Os Modelos Da Gestão Da Prevenção Dos Riscos Profissionais Na Europa

Os desenvolvimentos operados no pós-guerra nos países que englobam a União Europeia, evidenci-
aram modelos de gestão da prevenção de riscos profissionais nos locais de trabalho, centrados mais
no ambiente de trabalho (caso do Norte da Europa) ou mais no trabalhador (caso do Sul da Europa).
Desta diferente perspectiva resultou que nos primeiros países se tivesse desenvolvido mais a inter-
venção nos domínios da engenharia de segurança (no trabalho), da higiene industrial e da ergono-
mia, enquanto que nos segundos países se desenvolveu mais a medicina no trabalho.

Na actualidade, entende-se que a promoção da saúde no trabalho deve traduzir-se numa intervenção
global e integrada, envolvendo todos os trabalhadores, todos os sectores e todas as dimensões da
empresa. Assim, além dos domínios tradicionais da segurança e saúde no trabalho – os componen-
tes materiais do trabalho, o ambiente de trabalho e a vigilância médica dos trabalhadores – a preven-
ção deve ainda englobar a própria organização do trabalho e as relações sociais da empresa. Esta
perspectiva supõe, assim:

Por um lado, o desenvolvimento das metodologias específicas inerentes às principais valências impli-
cadas (a segurança, a higiene e a medicina do trabalho);

Por outro lado, o desenvolvimento das metodologias próprias das abordagens complementares, como
sejam a ergonomia, a psicossociologia do trabalho e o recurso sistemático à formação e à informa-
ção;

Por fim, o desenvolvimento da própria gestão da prevenção, como abordagem integradora na empre-
sa.

A Estratégia Da União Europeia Para A Segurança E Saúde No Trabalho

1. Directiva sobre Sinalização de Segurança

2. Atenção dada à problemática das PME

3. Obrigações para Estados, Empregadores e Trabalhadores

4. Princípios fundamentais

A segurança e saúde do trabalho inscreve-se no âmbito das políticas sociais, sendo que os tratados
originais das Comunidades Europeias, CECA, CEE e CEEA, visavam objectivos de natureza econó-
mica e comercial. É, contudo, a partir do Tratado da CEE que surge uma dinâmica no âmbito da se-
gurança e saúde do trabalho.

O Tratado CEE explicitava no seu art.º 2º a necessidade de se promover um desenvolvimento har-


monioso das actividades económicas e, também, um acelerado aumento do nível de vida. Contudo,
esta intervenção não foi, em si mesma, suficiente para garantir o desenvolvimento social que era
entendido como consequência natural do crescimento económico.

Paralelamente, os art.ºs nr.ºs 117 e 118 que contemplavam matérias inerentes à saúde e segurança,
não se mostram suficientes para desencadear o enquadramento normativo e garantir o suporte jurídi-
co adequado para o desenvolvimento destas questões.

As Directivas que apareceram sobre a segurança dos produtos eram fundamentadas no art.º 100,
visando facilitar as livres trocas comerciais, mas, na prática, tiveram um efeito perverso, pois deram
lugar a normas nacionais que, de facto, acabavam por inviabilizar a livre circulação pretendida.

Por estas razões a “oportunidade” para a segurança, higiene e saúde do trabalho surge quando, na
Conferência de Chefes de Estado e de Governo, realizada em Paris, em 1972, se formularam alguns
considerandos e princípios destinados ao estabelecimento de um programa de acção social, onde se
indicava que:

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SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO

• A expansão económica não é um fim em si mesmo, mas deve traduzir-se por uma melhoria da qua-
lidade do nível de vida;

• Uma acção vigorosa no domínio social tem a mesma importância que a realização da união econó-
mica e monetária, pelo que se convidavam as instituições comunitárias a empreenderem um progra-
ma de acção social.

A orientação base para este Programa apontou para a “melhoria das condições de vida e trabalho
que permitam a sua igualização no progresso”. E, assim, a humanização das condições de vida e de
trabalho, passa, normalmente, pela:

• Melhoria da Higiene e Segurança do Trabalho;

• Eliminação progressiva dos riscos físicos e psíquicos nos locais de trabalho.

Na sequência deste desenvolvimento, uma resolução do Conselho, de 21 de Janeiro de 1974, apon-


tava para o estabelecimento de um programa de segurança, higiene e saúde no trabalho.

E, por Decisão do mesmo Conselho, de 27 de Junho de 1974, foi criado o Comité Consultivo para a
Segurança, Higiene e Protecção da Saúde no Local de Trabalho, cujas funções se circunscrevem ao
âmbito do Tratado CEE e que serve de órgão de consulta destinado a apoiar a acção de Comissão
na matéria em causa.

Directiva Sobre Sinalização De Segurança

O desenvolvimento normativo comunitário processa-se a partir desta época, aparecendo, em 1977,


uma Directiva do Conselho sobre Sinalização de Segurança, aliás complementada por uma Directiva
da Comissão, em 1979, ambas transportadas para o direito interno português, ainda na época de pré-
adesão.

Embora seja matéria importante para a prevenção de riscos profissionais, a sinalização da segurança
foi abordada nestas Directivas de uma forma restrita e uma das suas justificações era a de que a
ajudaria a eliminar as dificuldades linguísticas para a livre circulação dos trabalhadores.

Em 1985 foi publicado um Livro Branco que tinha por objectivo equacionar as medidas preparatórias
para o Mercado Interno.

Através do Acto Único Europeu passou-se, a partir de 1987, a uma segunda etapa destinada a criar
um grande mercado sem fronteiras a partir de 1993, tornando óbvia a necessidade de dar consistên-
cia à Europa social e, simultaneamente, à Europa económica, exigindo o desenvolvimento da harmo-
nização desta regulamentação a nível de todos os Estados Membros.

Dois artigos do Acto Único Europeu, aditados ao Tratado CEE, materializam este objectivo: O artigo
nº. 100-A, relativo à segurança dos produtos, e o artigo nº. 118-A, relativo à segurança e saúde dos
trabalhadores, tendo por objectivo a harmonização no progresso das condições existentes nesse
âmbito.

Dado o desequilíbrio europeu provocado neste domínio pelas normas mais exigentes dos países da
Europa do Norte e para não prejudicar a protecção dos seus trabalhadores, são estabelecidas pres-
crições mínimas, progressivamente mais exigentes, para se garantir a harmonização plena, sem co-
locar em causa os países mais atrasados.

É de salientar que estas Directivas passam a ser adoptadas por maioria qualificada, com base nas
alterações introduzidas no artº. nº 100-A, o que, como se compreende, veio tornar o respectivo pro-
cesso de adopção muito mais rápido.

Atenção dada à problemática das PME

Em 1988 foi adoptado o terceiro programa de acção, explicitando áreas prioritárias de actuação e
dando uma atenção particular à problemática das PME.

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SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO

E, em 1989 foi adoptada (com excepção do Reino Unido) a Carta Comunitária dos Direitos Funda-
mentais dos Trabalhadores, a qual contém uma vertente consagrada à segurança e saúde no local de
trabalho.

Igualmente em 1989 foi adoptada, em 12 de Junho, a nova Directiva-Quadro (Directiva 89/391/CEE)


constituindo o primeiro acto de grande alcance social no âmbito do Acto Único e que passa a ser a
pedra angular de nova política, estabelecendo os grandes princípios que devem reger a política de
segurança e saúde no trabalho, com um significativo impacte nas legislações nacionais dos Estados
Membros.

Esta Directiva é de carácter horizontal e aplica-se, indiferenciadamente, a todos os sectores e ramos


da actividade económica, pública e privada, tendo como grandes objectivos:

• Melhorar a segurança e saúde dos trabalhadores nos locais de trabalho;

• Constituir uma componente social do mercado interno;

• Constituir o quadro jurídico de referência a ser respeitado pelas Directivas especiais que são nor-
mas jurídicas de conteúdo acentuadamente técnico;

• Estabelecer critérios gerais da política comunitária, sendo referência obrigatória para a interpretação
das restantes Directivas e das normas nacionais de harmonização.

Obrigações Para Estados, Empregadores E Trabalhadores

A Directiva-Quadro estabelece uma plataforma comum e inovadora quanto à gestão da prevenção de


riscos profissionais nos locais de trabalho, onde se evidenciam obrigações fundamentais para os
Estados, Empregadores e Trabalhadores.

Quanto aos Estados será de realçar a obrigação de adoptarem medidas legislativas, regulamentares
e administrativas, necessárias ao efectivo cumprimento dos princípios daquela Directiva e entre elas
destacam-se as que se referem à definição de:

• Capacidade dos profissionais (e outros intervenientes relevantes) de segurança e saúde no traba-


lho;

• Aptidões dos serviços externos de prevenção;

• Instrumentos de planeamento e avaliação da actividade dos serviços de prevenção da empresa;

• Critérios de dimensionamento dos recursos afectos ao desenvolvimento das actividades daqueles


serviços.

Quanto aos Empregadores o núcleo central das suas obrigações reside em:

• Assegurar a prevenção relativamente a todos os trabalhadores e a todos os riscos profissionais;

• Desenvolver as actividades preventivas de acordo com uma ordem fundamental de princípios gerais
de prevenção;

• Promover no âmbito daqueles princípios a avaliação dos riscos que não puderem ser eliminados;

• Disponibilizar a organização de meios adequados à implementação das medidas de prevenção e


protecção, de forma integrada no processo produtivo e na gestão da empresa;

• Promover um quadro de participação na empresa para potenciar a acção preventiva.

Quanto aos Trabalhadores a Directiva indica como obrigações fundamentais:

• Utilizar correctamente os meios que lhes são colocados à disposição na empresa;

• Comunicar situações de perigo grave e iminente;

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SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO

• Colaborar com o empregador, os profissionais da prevenção e as autoridades públicas na melhoria


das condições de segurança e saúde nos locais de trabalho.

A problemática da prevenção na empresa já não se pode confinar a determinados riscos específicos


ou determinados riscos específicos ou determinados trabalhadores, devendo ser assumida global-
mente quanto “a todos os aspectos relacionados com o trabalho”, incluindo a interacção dos riscos e
o conjunto dos factores psico-sociais e, ter como horizonte a promoção da melhoria da segurança, da
saúde e do bem estar dos trabalhadores.

Princípios Fundamentais

Toda a actividade de prevenção passou a ter uma matriz de referência, baseada num conjunto de
princípios fundamentais (princípios gerais de prevenção):

• Evitar os riscos;

• Avaliar os riscos que não podem ser evitados;

• Combater os riscos na origem;

• Adaptar o trabalho ao homem, agindo sobre a concepção, a organização e os métodos de trabalho


e de produção;

• Realizar estes objectivos tendo em conta o estádio da evolução da técnica;

• De uma maneira geral, substituir tudo o que é perigoso, pelo que é isento de perigo ou menos peri-
goso;

• Integrar a prevenção dos riscos num sistema coerente que abranja a produção, a organização, as
condições de trabalho e o diálogo social;

• Adoptar prioritariamente as medidas de protecção colectiva, recorrendo às medidas de protecção


individual unicamente no caso de a situação impossibilitar qualquer outra alternativa;

• Formar e informar os trabalhadores e demais intervenientes na prevenção.

Em todo o contexto, a avaliação dos riscos assume um papel fundamental, porque é a partir deste
processo que se devem determinar as abordagens preventivas, tendo em conta:

• As prioridades de intervenção;

• As necessidades de informação e formação;

• As medidas técnicas e organizativas;

• O controlo periódico das condições de trabalho;

• O grau de exposição dos trabalhadores aos riscos;

• As necessidades da vigilância da saúde dos trabalhadores.

A conjugação de todas estas abordagens supõe, naturalmente, o planeamento, para que seja garan-
tida a adequabilidade e a eficácia das medidas, a par dos seus bons resultados ao nível da gestão
empresarial.

A Directiva-Quadro aponta, assim, a necessidade das empresas desenvolverem a capacidade de


gestão, nela integrando a prevenção dos riscos profissionais, como forma do empregador reunir, or-
ganizar e rentabilizar um conjunto de meios suficientes e adequados à promoção de níveis de segu-
rança, saúde e bem estar elevados.

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SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO

Ora, é nesse contexto que surge o conceito de Serviços de Prevenção, enquanto sistema de gestão
que dê qualidade e coerência às actividades a desenvolver e obtenha a sua perfeita integração no
processo produtivo, na organização da empresa e no seu processo de desenvolvimento.

A Directiva-Quadro acentua todo este conjunto de princípios enformadores da filosofia da gestão da


prevenção, deixando aos Estados Membros a liberdade de definirem em concreto os sistemas de
organização dos serviços de prevenção na empresa.

Refira-se ainda, que esta Directiva considera como fundamental o papel que deve ser desempenhado
pelos próprios trabalhadores. Partindo da consideração de que os trabalhadores não são o objecto da
prevenção, mas, sim, actores da prevenção, define como dimensões fundamentais do seu envolvi-
mento, a informação e a formação, devendo o campo da sua participação estender-se à consulta e à
cooperação em diversos domínios das actividades preventivas.

Por fim, importa referir que após a realização do Ano Europeu para a Segurança e Saúde no Local de
Trabalho, em 1992, e já no âmbito desta Directiva e das Directivas especiais dela decorrentes, o 4º
Programa de Acção, adoptado pela Comissão em 1996 com um horizonte temporal até ao ano 2000,
vem colocar o acento tónico na informação, no apoio às PME’s, no reforço da protecção dos traba-
lhadores a par do desenvolvimento da capacidade competitiva das empresas e no papel do diálogo
social na promoção das políticas de segurança e saúde.

Os Princípios Gerais De Prevenção De Riscos Profissionais

O estabelecimento dos princípios gerais de prevenção significa que a lei (art.º 6º da Directiva
89/391/CEE e art.º 273º/2 do CT) estatui uma matriz metodológica, organizada segundo uma ordem
de precedência hierárquica que define a regra obrigatória das opções preventivas e dos respectivos
processos de decisão a concretizar. Aliás, esta regra de metodologia influencia todo o quadro norma-
tivo da segurança e saúde do trabalho. Pode, também, dizer-se que a rigorosa observância dessa
matriz permite delimitar o processo de se obter o resultado a que o empregador está obrigado: “asse-
gurar a segurança e saúde dos trabalhadores em todos aspectos relacionados com o trabalho”.

Os nove princípios gerais da prevenção:

1. Evitar os riscos;

2. Avaliar os riscos;

3. Combater os riscos na origem;

4. Adaptar o trabalho ao homem;

5. Ter em conta o estádio de evolução da técnica;

6. Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;

7. Planificar a prevenção com um sistema coerente;

8. Dar prioridade às medidas de protecção colectiva em relação às medidas de protecção individual;

Dar instruções adequadas aos trabalhadores.

Evitar Os Riscos

Evitar os riscos, constitui a atitude primeira a assumir no âmbito da prevenção.

Este princípio traduz-se, fundamentalmente, nas seguintes acções:

• Ao nível do projecto – previsão do risco e a sua supressão definitiva através de adequadas soluções
de concepção;

• Ao nível da segurança intrínseca – selecção de equipamentos, materiais, matérias-primas e produ-


tos isentos de risco;

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SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO

• Ao nível dos métodos e processos de trabalho – organização do trabalho de que resulte a ausência
de risco.

Avaliar Os Riscos

Avaliar os riscos não evitados significa que ao prescrever-se a obrigação de gerir o risco – qualquer
risco – de forma pró-activa independentemente de prescrição legal específica, coloca-se no epicentro
da gestão da segurança e saúde do trabalho a actividade de avaliação de riscos enquanto configura-
dora da acção de controlo e gestão subsequente. Muito embora sejam definidos, os contextos em
que tal actividade se desenvolve e identificados alguns dos processos e técnicas de avaliação a levar
a cabo, a lei, ou explicitamente, remete para a doutrina e para a normalização técnica e definição do
quadro metodológico necessário.

A Avaliação De Riscos Envolve:

• Identificar os perigos – o que é que poderá correr mal?

• Determinar quem poderá ser atingido, incluindo os trabalhadores, os adjudicatários, o público e o


grau de gravidade.

• Decidir o grau de probabilidade de ocorrência de acidente.

• Decidir o modo como os riscos podem ser eliminados ou reduzidos – é possível melhorar as instala-
ções, os métodos de trabalho, o equipamento ou a formação?

• Estabelecer prioridades para as medidas a tomar, com base na dimensão dos riscos, número de
trabalhadores afectados, etc.

• Pôr em prática medidas de controlo.

• Verificar se as medidas de controlo funcionam.

• Incluir no processo a consulta dos trabalhadores e fornecer informações sobre os resultados das
avaliações de risco.

A avaliação de riscos profissionais compreende um processo dinâmico dirigido a estimar o risco para
a saúde e a segurança dos trabalhadores no trabalho, decorrente das circunstâncias em que o perigo
pode ocorrer no local de trabalho. Tem-se em vista obter a informação necessária que apoie o em-
pregador na tomada de decisão apropriada sobre a adopção das medidas preventivas e sobre o tipo
de medidas que deve adoptar.

De facto, só a partir do conhecimento dos riscos é possível decidir sobre as acções adequadas a
desenvolver, designadamente ao nível da hierarquização das situações de risco a abordar, da dimi-
nuição dos trabalhadores expostos, da identificação das medidas de controlo de risco mais adequa-
das, da configuração das acções de informação e de formação.

Combater Os Riscos Na Origem

Trata-se de uma regra de opção, de entre os métodos de controlo de riscos possíveis, por aqueles
que sejam mais eficazes em função do momento em que possam emergir ou do local onde possam
formar-se. Desta forma, evita-se a propagação do risco ou reduz-se a sua extensão – os danos e as
vítimas potenciais.

Procura-se a eficácia enquanto se reduz, também, a agregação de factores causais que podem con-
duzir ou agravar as condições de produção do acidente ou da doença. Por exemplo, não é aceitável
uma sinalização de piso escorregadio quando é possível a sua substituição ou reparação (art.º 5º do
DL n.º 141/95, de 14-6), as emissões de gases, vapores e poeiras devem ser captadas o mais próxi-
mo possível de sua fonte e com uma capacidade de exaustão suficiente por relação ao seu débito
(art.º 6.º/2 do DL n.º 290/2001, de 16-11).

Substituir O Que É Perigoso Pelo Que É Isento De Perigo Ou Menos Perigoso

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SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO

Sempre que seja tecnicamente possível, deve substituir-se o que é perigoso pelo que é isento de
perigo ou menos perigoso. É o caso, por exemplo, da substituição de uma substância, preparação ou
processo por outro ou outros que, nas suas condições de uso, não seja ou seja menos perigoso para
a segurança e saúde dos trabalhadores (art.º 6º do DL nº. 290/2001, de 16-11), da não utilização ou
da não armazenagem, para além do necessário, de uma determinada substância perigosa, se ela não
é essencial ao desenvolvimento da actividade (art.º 5º do DL n.º 290/2001).

Planificar A Prevenção Com Um Sistema Coerente

A coerência da planificação implica que ela integre a técnica, a organização do trabalho, as condições
de trabalho, as relações sociais, e a influência dos factores ambientais do trabalho.

A avaliação de riscos, o controlo de riscos e a gestão de riscos não podem ser desenvolvidos de for-
ma desgarrada ou desviada da sua finalidade. Têm de ser enquadradas na definição da política de
prevenção da empresa e ser traduzidos num planeamento coerente que envolva todas as dimensões
do trabalho, todas os aspectos da vida da organização e os seus sistemas de relações internos e
externos. É por referência a este princípio e para oferecer directrizes práticas para a sua boa execu-
ção que a doutrina e a normalização técnica se tem empenhado na definição de “sistemas de gestão
da segurança e saúde do trabalho”.

Por outro lado, este princípio orienta, ainda, a adopção e a implementação de medidas preventivas,
cuja eficácia dependerá da sua integração, adequação num quadro em que se desenvolvem outras
intervenções na organização produtiva, como, por exemplo isolar/afastar a fonte de risco, elimi-
nar/reduzir o tempo de exposição ao risco e reduzir o número de trabalhadores expostos ao risco.

Será, pois, por relação a este planeamento e à sua congruência referenciada a objectivos preventi-
vos, que se pode permitir uma delimitação da legitimidade da aplicação de algumas técnicas de ava-
liação, porventura, mais invasivas da privacidade dos trabalhadores.

Dar Prioridade Às Medidas De Protecção Colectiva Em Relação Às Medidas De Protecção Indi-


vidual

Razões de eficácia no combate ao risco e mesmo de eficiência produtiva, determinam uma opção de
prioridade na aplicação de dispositivos de protecção colectiva relativamente à decisão de uso dos
equipamentos de protecção individual.

Normalmente, a protecção individual representa um incómodo para os utilizadores e um inconvenien-


te para o nível de percepção sensorial necessário para realização das tarefas.

Estas diferentes características implicam que aos dispositivos de protecção colectiva devam ser as-
sociados requisitos de estabilidade, de resistência e de permanência no espaço e no tempo, para que
reúnam as propriedades que lhes garantam a maior eficácia.

Esta ordem de prioridades não significa qualquer demérito para o equipamento de protecção indivi-
dual (EPI). Estes equipamentos devem ser utilizados em circunstâncias diversificadas, designada-
mente as seguintes:

• Sempre que se verifique a possibilidade de existirem riscos residuais;

• Sempre que for necessária a sua complementaridade face a outras medidas de controlo;

• Em caso de impossibilidade técnica demonstrada de não haver outra possibilidade preventiva;

• Em situações de permanência de curta duração em zonas de risco;

• Na execução de determinados procedimentos de emergência.

Por isso, os equipamentos de protecção individual devem reunir, cumulativamente, propriedades de


adaptação ao trabalho a realizar, aos riscos em presença e às características individuais dos traba-
lhadores.

Dar Instruções Adequadas Aos Trabalhadores

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SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO

Dar instruções adequadas aos trabalhadores constitui um instrumento fundamental para a gestão do
factor humano. Os trabalhadores devem conhecer e serem capazes de compreender os riscos a que
estão sujeitos nos locais de trabalho e saber o que fazer face a eles, face a situações de emergência
e, até, face a terceiros.

Nesta acepção, as instruções relevam de um particular tipo de informação a qual deverá reunir carac-
terísticas de novidades – não é necessário transmitir o que já se sabe ou é de conhecimento geral, de
utilidade – em função do trabalho concreto a ser desenvolvido, e disponibilidade ou seja, de acesso
fácil.

Supõe, também, a aplicação de processos adequados de comunicação que tenham em conta a es-
pecificidade e a diversidade dos seus destinatários na empresa e os momentos de alteração das
condições da prestação do trabalho. Por isso, a lei (art.º 275º/1 do CT) identifica o tipo de informação
de que os trabalhadores devem dispor de forma actualizada, a saber:

1. Os riscos para a segurança e saúde, bem como as medidas de protecção e de prevenção e a


forma como se aplicam, relativos quer ao posto de trabalho ou função, quer, em geral, à empresa,
estabelecimento ou serviço;

2. As medidas e as instruções a adoptar em caso de perigo grave e iminente;

3. As medidas de primeiros socorros, de combate a incêndios e de evacuação dos trabalhadores em


caso de sinistro, bem como os trabalhadores ou serviços encarregados de as pôr em prática.

Em termos amplos, pode falar-se da comunicação no trabalho na medida em que se pretendem atin-
gir objectivos múltiplos, a saber:

1. Transmitir instruções úteis à execução de tarefas a todos os níveis hierárquicos;

2. Facilitar o desenvolvimento das relações interpessoais (comunicação informal);

3. Envolver quer o plano operacional quer o da motivação;

4. Não restringir a informação ao domínio do formal;

5. Promover a participação das pessoas, estimulando o espírito de cooperação.

Finalmente, a qualidade pressuposta pelos mecanismos referidos, bem como a qualificação do traba-
lho de que o conhecimento sobre os riscos é parte integrante, pressupõe a aplicação de mecanismos
de formação. O empregador é obrigado, de acordo com o art.º 273/2-o do CT, a “ter em consideração
se os trabalhadores têm conhecimentos e a aptidões em matéria de segurança e saúde no trabalho
que lhes permitam exercer com segurança as tarefas de que os incumbir”.

A formação é um processo estruturado de identificação de necessidades de melhoria do desempenho


das tarefas e de transmissão de conhecimentos relativos às estratégias e metodologias de organiza-
ção e acções preventivas. Tem como objectivos gerais desenvolver a consciência de segurança, ca-
pacitar os trabalhadores para a cooperação na segurança e saúde do trabalhador, promover as com-
petências de identificar e caracterizar os riscos, bem como aprender a superá-los.

Por estas razões, o desenvolvimento da formação está na base do desenvolvimento de comporta-


mento activo em matéria de prevenção.Neste domínio, o empregador deve ter em conta os seguintes
grupos de destinatários principais da acção formativa:

1. Dos trabalhadores em geral e muito particularmente, dos recém admitidos e dos que mudam de
funções, de posto de trabalho ou cujas tarefas são alvo de alteração em razão da introdução de uma
nova tecnologia;

2. Dos trabalhadores designados para as acções de emergência (primeiros socorros, combate a


incêndios e evacuação de trabalhadores) e dos que possam ter acesso a zonas de risco grave e es-
pecífico;

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3. De técnicos de segurança e higiene do trabalho e dos representantes dos trabalhadores para este
domínio específico.

Obrigações Para Edifícios Onde Existam Locais De Trabalho

Ao abrigo do disposto no artigo 4º do DL nº. 347/96, de 1 de Outubro:

1. Os edifícios onde existam locais de trabalho devem estar constituídos de forma a assegurar as
necessárias condições de estabilidade, resistência e salubridade, assim como a garantir a segurança
compatível com as características e os riscos das actividades que neles sejam exercidas;

2. Na utilização dos edifícios referidos não devem ser exercidas as sobrecargas máximas admissí-
veis para os pavimentos;

3. A área mínima por trabalhador é de 1,80m2, depois de deduzidos os espaços ocupados por mó-
veis, objectos, máquinas e vias de circulação, bem como os espaços não utilizáveis entre os diversos
volumes existentes no local de trabalho;

4. A cubagem mínima de ar por trabalhador é de 11,50 m3, podendo ser reduzida para 10,50 m3
caso se verifique uma boa renovação;

5. A instalação eléctrica não pode comportar risco de incêndio ou de explosão e deve assegurar que
a sua utilização não constitua factor de risco para os trabalhadores por contacto directo ou indirecto;

6. A concepção, a realização e o material da instalação eléctrica devem respeitar as determinações


constantes na legislação específica aplicável, nomeadamente o Regulamento de Segurança e Insta-
lação de Utilização de Energia Eléctrica;

7. As vias normais e de emergência têm de estar permanentemente desobstruídas e em condições


de utilização, devendo o respectivo traçado conduzir, o mais directamente possível, a áreas ao ar
livre ou a zonas de segurança;

8. Quando as vias normais ou de emergência apresentarem risco de queda em altura, devem existir
resguardos laterais com a altura mínima de 0,9m e, se necessário, rodapés com a altura mínima de
0,14m.

9. A instalação de cada posto de trabalho deve permitir a evacuação rápida e em máxima segurança
dos trabalhadores;

10. As vias e saídas de emergência devem estar sinalizadas de acordo com a legislação sobre sinali-
zação de segurança em vigor;

11. As portas de emergência não podem ser de correr, nem rotativas, nem estar fechadas à chave,
devendo abrir sempre para o exterior de forma rápida e facilmente acessível a qualquer pessoa;

12. Os meios de detecção e combate contra incêndios devem ser definidos em função das dimensões
e do tipo de utilização dos edifícios onde estão instalados os postos de trabalho, das características
físicas e químicas dos materiais e substâncias neles existentes, bem como do número máximo de
pessoas que neles possam encontrar-se;

13. Sempre que necessário, devem existir dispositivos de detecção de incêndios e de alarme, apropri-
ados às características das instalações, de acesso e manipulação fácil, caso não sejam automáticos;

14. O material de combate a incêndio deve encontrar-se em perfeito estado de funcionamento e em


locais acessíveis, nos termos da legislação específica aplicável, existindo durante os períodos nor-
mais de trabalho um número suficiente de trabalhadores devidamente instruídos sobre o seu uso;

15. O material de combate contra incêndios deve ser objecto de sinalização de segurança;

16. Os locais de trabalho fechados devem dispor de ar puro em quantidade suficiente para as tarefas
a executar, atendendo aos métodos de trabalho e ao esforço físico exigido;

17. O caudal médio de ar puro deve ser de, pelo menos, 30 m3 a 50 m3 por hora e por trabalhador;

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SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO

18. O ar puro pode ser obtido por processos naturais ou artificiais, devendo os respectivos equipa-
mentos ser mantidos em bom estados de funcionamento e dispor de controlo de avarias;

19. A temperatura e a humidade das salas de convívio destinadas ao pessoal, bem como das instala-
ções sanitárias, cantinas e instalações de primeiros socorros, devem estar de acordo com os fins
específicos desses locais;

20. As janelas, as clarabóias e as paredes envidraçadas não devem permitir uma excessiva exposição
ao sol, tendo em conta o tipo de trabalho e a natureza do local de trabalho;

21. Sempre que necessário, devem ser colocados resguardos para proteger os trabalhadores contra
radiações intensas de calor provocadas por tubagens, radiadores, sistemas de aquecimento ou
quaisquer outras fontes nocivas de calor;

22. Os locais de trabalho devem dispor, na medida do possível, de iluminação natural adequada;

23. Nos casos em que uma avaria da iluminação artificial possa expor os trabalhadores a riscos, deve
existir iluminação alternativa de intensidade suficiente;

24. Os postos de trabalho devem estar instalados em locais com isolamento térmico compatível com o
tipo de actividade desenvolvida e o esforço físico exigido aos trabalhadores;

25. Os pavimentos, paredes e tectos devem ser construídos de forma a permitirem a limpeza, o res-
tauro e a pintura das suas superfícies;

26. O acesso a coberturas constituídas por materiais sem resistência suficiente só é permitido desde
que sejam fornecidos equipamentos ou dispositivos que garantam a execução do trabalho em condi-
ções de segurança, nos termos da legislação específica aplicável;

27. As portas e os portões de correr devem ter um dispositivo de segurança que os impeça de saltar
das calhas ou cair;

28. As portas e os portões de funcionamento mecânico não devem constituir factor de risco para os
trabalhadores, devendo possuir dispositivos de paragem de emergência facilmente identificáveis e
acessíveis.

29. Em caso de falha de energia, as portas e os portões de funcionamento mecânico devem poder
abrir-se automaticamente ou por comando manual;

30. Na imediação de portões destinados à circulação de veículos devem existir portas para peões,
sinalizadas e permanentemente desobstruídas;

31. As vias de circulação, incluindo escadarias e escadas fixas, devem permitir a circulação fácil e
segura das pessoas, para que os trabalhadores não corram qualquer risco nas suas proximidades;

32. A largura mínima das vias de circulação é de 1,20m;

33. As vias de circulação destinadas a veículos devem estar distanciadas das portas, dos portões, das
passagens para peões, dos corredores e das escadas de modo a não constituírem risco para os seus
utilizadores;

34. Destinando-se as vias de circulação, simultaneamente, ao trânsito de pessoas e veículos, a sua


largura deve ser suficiente para garantir a segurança de uns e de outros;

35. Os cais e as rampas de carga devem ser adequados à dimensão das cargas neles movimentadas
e permitir a circulação fácil e segura das pessoas;

36. Os cais de carga devem ter, pelo menos, uma saída; quando o seu cumprimento for superior a
25m e tal seja tecnicamente possível, devem ter uma saída em cada extremidade;

37. Sempre que a segurança ou a saúde dos trabalhadores o exija, deve existir um local de descanso
facilmente acessível;

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SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO

38. As superfícies mínimas dos locais de descanso são:

- 18,5 m2 até 25 trabalhadores;

- 18,5 m2 + 0,65 m2 por pessoa a mais, entre 26 e 74 trabalhadores;

- 50 m2 + 0,55 m2 por pessoa a mais, entre 75 e 149 trabalhadores;

- 92 m2 + 0,50 m2 por pessoa a mais, entre 150 e 499 trabalhadores;

- 225 m2 + 0,40 m2 por pessoa a mais, entre 500 ou mais trabalhadores.

39. Os locais de descanso devem ter uma zona destinada a fumadores;

40. Às mulheres grávidas e às mães lactantes deve ser proporcionado um local onde possam esten-
der-se e descansar em condições apropriadas;

41. Mostrando-se necessária a existência de vestiários, estes devem estar situados em local de aces-
so fácil e ser separados ou de utilização separada por sexos;

42. No caso de haver mais de 25 trabalhadores, a área ocupada pelos vestiários, chuveiros e lavató-
rios deverá corresponder, no mínimo, a 1 m2 por utilizador;

43. O número de instalações de primeiros socorros em cada local de trabalho é determinado em fun-
ção do número de trabalhadores, do tipo de actividade e da frequência dos acidentes;

44. As instalações devem ter os equipamentos e materiais indispensáveis ao cumprimento das suas
funções, permitir o acesso fácil a macas e ter sinalização de segurança, de acordo com a legislação
aplicável.

Síntese

O Ponto-chave de uma organização passa pela qualidade condições de trabalho que se traduz em
benefícios. Benefícios esses que passam por:

• Redução dos acidentes de trabalho;

• Melhoria da qualidade de vida no trabalho;

• Melhoria na produtividade;

• Melhoria da qualidade;

• Melhoria da imagem externa da empresa.

Directiva 89/391/CE – Modelo Europeu para a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho ---- DL
441/91 – transpõe para o direito interno a anterior directiva comunitária criando o enquadramento
jurídico da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho:

• A empresa assegura a saúde e segurança dos trabalhadores;

• A empresa assegura a criação e manutenção dos serviços de prevenção e emergência;

• Reforço da informação e formação no domínio da segurança e saúde;

• Reforço da consulta e participação dos trabalhadores em aspectos relacionados com a segurança e


saúde;

• Maior competitividade empresarial;

• Baixa de sinistralidade laboral, menor absentismo, mais saúde, satisfação e bem-estar;

• Maior produtividade – melhor qualidade;

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• Maior harmonia nas relações de trabalho;

• Melhor imagem da empresa;

• Diminuição dos custos com as seguradoras.

Obrigações Das Entidades Patronais

Organização De Serviços De Protecção E De Prevenção:

A organização destes serviços constitui, em si mesma, uma obrigação legal e é condição indispensá-
vel para que o empregador possa garantir a realização das actividades com segurança. (art. 13 do DL
441/91 de 14 de Novembro).

É de notar que:

Se uma empresa recorrer a entidades exteriores (pessoas ou serviços) isso não a isenta da sua res-
ponsabilidade neste domínio.

(art. 9 nº. 2 do DL 26/94)

Estas medidas devem ser tomadas com base nos seguintes princípios gerais de prevenção:

• Evitar riscos;

• Avaliar os riscos que não possam ser evitados;

• Combater os riscos na origem;

• Adaptar o trabalho ao homem – na concepção dos postos de trabalho, na escolha dos equipamen-
tos de trabalho e nos métodos de trabalho e produção;

• Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;

• Dar prioridade às medidas de protecção colectiva em relação às medidas de protecção individual;

• Dar instruções adequadas aos trabalhadores.

Informação Dos Trabalhadores

Quer os trabalhadores, quer os seus representantes devem dispor de informação actualizada sobre:

• Os riscos profissionais que correm;

• Que medidas de protecção e prevenção são tomadas;

• Medidas de primeiros socorros;

• Medidas de combate a incêndio e de evacuação de trabalhadores.

Consulta E Participação Dos Trabalhadores

As entidades patronais devem consultar os trabalhadores e/ou os seus representantes e devem pos-
sibilitar a sua participação em todas as questões relativas à segurança e saúde no trabalho.

Esta obrigação implica:

• A consulta dos trabalhadores;

• O direito dos trabalhadores e/ou seus representantes apresentarem propostas;

• A participação equilibrada de acordo com a legislação e/ou práticas nacionais

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Formação dos trabalhadores:

As entidades patronais devem garantir que cada trabalhador receba uma formação (art. 9 nº. 2 do DL
441/91, de 14/11) simultaneamente suficiente e adequada em matéria de segurança e de saúde, no-
meadamente sob a forma de informações e instruções por ocasiões:

• Da sua contratação;

• De qualquer transferência ou mudança de um equipamento de trabalho;

• Da introdução ou de uma modificação de um equipamento de trabalho;

• Da introdução de uma nova tecnologia.

Esta deve ser suportada pela empresa e deve estar especificamente relacionada com o seu posto de
trabalho ou com a sua função.

Obrigações Dos Trabalhadores

Cada trabalhador deve, na medida das suas possibilidades, cuidar da sua segurança e saúde, bem
como da segurança e saúde de outras pessoas afectadas pelas suas acções ou omissões no traba-
lho, de acordo com a sua formação e as instruções dadas pela entidade patronal.

Assim devem os trabalhadores:

• Zelar pela sua segurança e saúde, bem como pela segurança e saúde das outras pessoas que pos-
sam ser afectadas pelas suas acções ou omissões;

• Utilizar e manusear correctamente substâncias perigosas, máquinas, equipamentos e outros meios;

• Utilizar e manusear correctamente o equipamento de protecção individual posto à sua disposição e


cuidar da sua conservação e arrumação;

• Não interferir arbitrariamente com os dispositivos de segurança de máquinas e equipamentos, utili-


zando-os correctamente;

• Comunicar imediatamente à entidade patronal e/ou aos trabalhadores qualquer situação de trabalho
sobre a qual tenham motivo plausível para pensar que representa perigo grave e imediato;

• Colaborar com os trabalhadores desempenhando funções específicas em matéria de segurança e


saúde, para possibilitar o cumprimento de todas as tarefas ou exigências impostas, a fim de proteger
a segurança e a saúde dos trabalhadores nos locais de trabalho;

• Colaborar com a entidade patronal permitindo que esta assegure condições de segurança e saúde
nos locais de trabalho (art. 15, nº 5 do DL 441/91, de 14/11).

Acidentes De Trabalho E Doenças Profissionais

• Proceder à análise e investigação dos acidentes de trabalho de maneira a determinar as causas que
o originam;

• Implementar acções que visem evitar a sua repetição.

Benefícios Provenientes Da Análise E Investigação De Acidentes:

• Reduzir lesões e doenças relacionadas com o trabalho;

• Identificar riscos potenciais nos postos de trabalho;

• Implementar um sistema de comunicação de incidentes eficaz;

• Avaliar os controlos implementados;

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• Prevenir acidentes e lesões em operações semelhantes.

Método Dos Porquês:

• Porquê que o trabalhador se lesionou?

• Porquê que a máquina falhou?

• Porquê que a protecção estava inactiva?

E assim sucessivamente, lançando inúmeros “porquês” de modo a obter todas as respostas.

Sinalização De Segurança E Saúde Nos Locais De Trabalho

A sinalização de Segurança e Saúde, devidamente aplicada nos locais de trabalho e harmonizada em


todo o espaço da União Europeia, através das prescrições mínimas, constantes da Directiva nº.
92/58/CEE, de 24 de Junho, já transportada para o quadro normativo português através do Decreto-
Lei nº. 141/95 de 14 de Junho e da Portaria 1456-A/95, de 11 de Dezembro, é uma condição básica
essencial de prevenção dos riscos profissionais.

A sinalização consiste num conjunto de estímulos que condicionam a actuação do indivíduo que os
recebe, perante situações – riscos – para as quais se pretende chamar a atenção.

A sinalização adequada em cada caso, constitui uma efectiva medida de prevenção dos riscos profis-
sionais.

Conheça os sinais, previna o risco de acidentes de trabalho.

Testemunho - Engº José Carlos Sá

Consultor e Formador em Planeamento e Gestão de Produção, Qualidade, Higiene e Segurança

Qual É A Importância Da Aplicação Das Normas De HST Nas Empresas?

A importância sobre a parte de Higiene e Segurança no Trabalho, tendo em atenção quando falamos
em HST temos que ter a ideia de que estamos a falar sobre a vida das pessoas, estamos a falar so-
bre o seu bem estar, sobre o seu estado de saúde e, mesmo, sobre uma situação extrema, que é a
continuação da vida do trabalhador.

Quando se cria os postos de trabalho deve-se ter tudo isso em atenção, ou seja, máquinas em movi-
mento, ruído, iluminação, ambiente térmico, entre outras situações. O objectivo de HST é fazer com
que o trabalhador desenvolva as suas actividades, para as quais ele está integrado na empresa, sem
que essas actividades resultem em problemas de saúde ou risco de vida para o trabalhador. Em su-
ma, o objectivo é eliminar tudo que seja mau para o trabalhador.

Considera Que As Empresas Portuguesas Estão Sensibilizadas Para A Utilização Destas Nor-
mas?

Na minha opinião ainda não, porque os empresários ainda olham muito para a parte de HST como
um custo, ou seja vêem como dinheiro que sai e que acham que não tem retorno. A ideia que eles
têm é que situações de risco, situações de corte e situações de intoxicação, que são situações nor-
mais e que não há nada a fazer, ou seja, é uma ideia que eles têm construída nas suas mentes, que
as pessoas que estão ligadas à Higiene e Segurança no Trabalho, têm que alterar.

As empresas que começam a aceitar, fazem-no ou porque já foram inspeccionadas pelo IGT ou pelo
ISHST, ou porque sabem de histórias de empresas que levaram contra-ordenações por não cumpri-
mento, ou porque tiveram um acidente dentro de portas por não cumprirem algumas regras, ou seja
ainda não vêem a HST como um investimento, como um investimento que a médio longo prazo terá
um retorno, e não será difícil perceber que se um trabalhador tiver condições de Higiene e Segurança
no trabalho, sem colocar em risco a sua vida e a sua saúde, acaba por ser mais produtivo. De que
forma? Não faltando ao trabalho devido a acidentes de trabalho, não faltando devido a doenças pro-
fissionais e, também, não faltando por falta de motivação.

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É difícil termos um trabalhador motivado na sua empresa se esse mesmo trabalhador sentir que a
entidade patronal não tem em conta as suas condições e o vêem como um mero objecto que apenas
está ali para trabalhar.

É Fácil Convencer Os Trabalhadores A Adoptarem Essas Normas?

Não, os mais antigos não. Eles têm ideias preconcebidas e depois começam a usar preconceitos de
situações. Por exemplo, há algumas situações caricatas de trabalhadores que dizem que não querem
usar protectores auriculares porque lhes provocam tonturas, ou senhoras que dizem que usar calçado
de segurança não é confortável e preferem continuar a usar chinelos abertos à frente. É complicado
convencer as pessoas sobre as mais valias de cumprirem as normas de segurança e de utilizarem
calçado apropriado, protectores auriculares, máscaras, entre outros.

Quais São As Principais Falhas Que Detecta, Como Consultor E Como Técnico, Nas Empre-
sas?

No meu ponto de vista, a grande falha que detecto prende-se inicialmente, em matéria de segurança,
com a falta de protecção das máquinas, ou seja vêem-se as máquinas que trazem sistemas e dispo-
sitivos de segurança e os trabalhadores, a primeira coisa que fazem é tentar verem de que forma
conseguem ludibriar o sistema de segurança, sistemas bi-manuais de comando, e o que tentam fazer
é ver a forma como conseguem trabalhar só com uma mão e alimentar a peça com a outra mão.

Se o objectivo dos comandos bi-manuais é que o trabalhador tenha ambas as mãos ocupadas quan-
do a lâmina ou a prensa está a trabalhar, não é para eles apenas trabalharem com uma mão, resulta-
do, a entidade patronal adquire uma máquina que cumpre normas de segurança e entretanto perde
essas propriedades, o que provoca acidentes, lesões nos membros superiores, amputações, e lá se
vai o investimento. Quem diz isso, diz máquinas em movimento, que também têm protecção, e acon-
tece a mesma situação.

Sob o ponto de vista da área de higiene, os riscos essenciais pendem-se com o ruído e com a parte
associada aos contaminantes químicos e poeiras, ou seja determinados tipos de indústria que têm a
libertação de gases nos processos produtivos, como soldaduras e outro tipo de contaminantes como
os existentes em pinturas, e as pessoas não são muito receptivas à utilização de máscaras. Essenci-
almente essas são as grandes áreas.

Actualmente as empresas começam a dar alguns passos nessas áreas, mas isso é porque existe
uma componente comercial no mercado muito grande, como por exemplo o enorme número de em-
presas que comercializam extintores, que vendem sinalética para tudo, o que faz com que quase toda
a gente tenha extintores. O problema que se verifica aqui, é que são vendidos extintores que não se
adequam aos locais. Quando falamos por exemplo de outros meios de combate a incêndios, como
mangueiras, bocas-de-incêndio, etc., isso vê-se muito pouco nas empresas.

Quais Os Principais Sectores, Que Destaca, Como Incumpridores, Das Normas De Higiene E
Segurança No Trabalho?

Quando se fala em higiene e segurança, o sector que se destaca sempre é o da Construção Civil,
porque infelizmente é aquele que tem o maior número de acidentes de trabalho registados, mas pelo
aquilo que eu sei, não é o que tem o maior número de acidentes. O sector com maior número de aci-
dentes existentes, mas não registados, é o da agricultura, porque com o tipo de agricultura familiar
existente em Portugal, normalmente as pessoas não pedem baixa porque foram atropeladas por um
tractor, ou por caíram de uma vinha.

Dos acidentes registados de facto, o sector da Construção Civil surge “à cabeça”, embora sendo a
actividade que tem maior cumprimento, continua a ser a actividade onde os trabalhadores estão mais
expostos. O maior cumprimento surge por um motivo muito simples, porque é o sector onde se verifi-
ca maior fiscalização, ou seja há uma série de procedimentos e normas, como a elaboração de Pla-
nos de Segurança e Saúde, outra das obrigatoriedades é, por exemplo, alvarás a partir de classe 5,
têm que ter um técnico superior nos seus quadros, são algumas das obrigações que este sector têm
que os outros não têm.

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Outras empresas, como por exemplo a nível da indústria, algumas empresas de referência, aplicam
normas, porque têm como modelos empresas nórdicas, que são sempre exemplos de referência a
nível de cumprimento de normas.

Como Consultor, Que Conselhos Daria Aos Empresários De Forma A Persuadi-Los Para Que
Implementem Normas De HST?

É um pouco complicado, porque todas as empresas têm riscos específicos. Mas podemos salientar
alguns riscos que se verificam na maior parte delas, tais como o ruído, que é um dos agentes na par-
te de higiene mais presente em todas as organizações, podendo ou não atingir o nível inferior de
acção, os 80db A e o nível superior 85dbA, a partir dos quais, com a nova legislação, é obrigatório
utilizar protectores auriculares.

Tudo começa com um diagnóstico à situação da empresa, ou seja, é um bocado difícil dizer que a
empresa tem que fazer isto ou aquilo, mas, regras básicas passam pela aplicação e elaboração de
um Plano de Emergência, quanto aos outros agentes podemos salientar, por exemplo, se as empre-
sas tiverem máquinas, metalomecânica, têxteis, calçado, etc., deve sempre socorrer-se da parte de
Segurança de Máquinas, ou seja, olhar para a directiva Máquina, que está transposta no direito inter-
no através do DL 320/2001 de 12/12, olhar para a segurança das máquinas e fazer com que os traba-
lhadores executem trabalhos com as máquinas de forma segura, sabendo onde é que as têm que
ligar e desligar, qual o tipo de informação que têm as máquinas, o que significa os sinais sonoros, ou
seja, o chamado Manual de Segurança da Máquina. Se forem máquinas modernas, o fabricante for-
nece o manual, se forem máquinas antigas, como as que predominam em Portugal, a entidade patro-
nal tem que obrigatoriamente elaborar as fichas de segurança.

Sob o ponto de vista de higiene, o que recomendo é a realização de uma Avaliação de Risco para
analisar quais são as falhas e, em caso de dúvida, recorrer a um laboratório devidamente acreditado
para fazer ensaios através da norma NP ISO 17025, em que a entidade patronal pede ao laboratório
para realizar os ensaios, quer sejam de iluminação, ruído, agentes químicos, vibrações… para ver
qual o valor dos agentes em causa, para depois de acordo com a legislação saberem se necessitam
ou não de adoptarem medidas, e caso necessitem, saber qual o nível de adopção dessas medidas.

As empresas variam de tal forma, que posso encontrar 20 riscos dentro de uma empresas e 1 em
outra. O que aconselho vivamente é o Plano de Emergência e, todas as empresas têm que ter obriga-
toriamente.

Há Muitas Empresas Que Não Cumprem Normas Tão Básicas Como A Sinalização E A Coloca-
ção De Extintores. Acha Que É Uma Tendência Permanente Ou Que Está A Sofrer Alterações?

No que toca aos extintores, já vai sendo hábito por parte das entidades patronais colocarem extinto-
res. Relativamente à sinalização, quase que não existe, é muito pouca e apesar de já ir existindo
alguma, as pessoas esquecem-se de que quando a colocam, e isto também diz respeito aos extinto-
res, acabam por não fazer a sua actividade completa, porque a legislação do DL 441/91 e o próprio
Código de Trabalho, afirma que a entidade patronal é obrigada a dar formação aos trabalhadores
sobre os riscos aos quais eles estão expostos e sobre como devem desenvolver as suas actividades
em condições.

Não vale a pena colocar sinalização na empresa se não explicar aos trabalhadores o que é que aqui-
lo significa, não vale a pena colocar extintores se não der formação aos trabalhadores sobre o modo
de utilização, se não acontecem situações caricatas como uma que ocorreu, que durante um incêndio
numa empresa um trabalhador pegou no extintor, atirou-o para o meio do fogo e fugiu, ou seja, eu
não posso partir de uma ideia preconcebida de que se eu sei, ele também tem que saber.

Há uma falha muito grande ao nível da formação, porque se colocam as coisas e não se explicam o
seu significado, e as pessoas olham para o sinal com uma seta verde, o que é que significa aquele
armário com uma cruz num fundo verde, é necessário explicar às pessoas, que por exemplo, na se-
gunda situação é onde se encontram as malas de primeira emergência e que a seta significa uma
situação de obrigação.

Ou seja, uma das ideias que nós podemos transmitir aos empresários, e aproveitando esta situação
das horas obrigatórias de formação que são obrigadas pelo Código de Trabalho, porque às vezes dá-
se muita formação nas empresas que não servem para nada e só servem para dar cumprimento à lei,

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podendo-se aproveitar muitas vezes esse tipo de formação para dar formação de HST, explicar o que
significam os sinais, o que é um Plano de Emergência, explicar o que é o Ponto de Encontro. Se não
se explicar, os empresários gastam dinheiro em equipamentos que acabam por não ter efeito, porque
as pessoas não sabem para que servem e como utilizar.

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