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Segurança, Higiene e Saúde no

Trabalho

Designação do módulo
Objetivos

Explicar os conceitos relacionados com


a segurança, higiene e saúde no
trabalho.

Reconhecer a importância da segurança,


higiene e saúde no trabalho.

Identificar as obrigações do
empregador e do trabalhador de acordo
com a legislação em vigor.
Conteúdos Pedagógicos

SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO


CONCEITOS BÁSICOS RELACIONADOS COM A SHST

- Trabalho, saúde, segurança no trabalho, higiene no


trabalho, saúde no trabalho, medicina no trabalho,
ergonomia, psicossociologia do trabalho, acidente de
trabalho, doença profissional, perigo, risco
profissional, avaliação de riscos e prevenção

ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST

- Obrigações gerais do empregador e do trabalhador


ACIDENTES DE TRABALHO

- Conceito de acidente de trabalho


- Causas dos acidentes de trabalho
- Consequências dos acidentes de trabalho
- Custos diretos e indiretos dos acidentes de trabalho

DOENÇAS PROFISSIONAIS

- Conceito
- Principais doenças profissionais
Conceitos Básicos de SHST
A segurança e higiene são duas
atividades que estão intimamente
relacionadas com o objetivo de garantir
condições de trabalho, capazes de
manter um nível de saúde dos
trabalhadores.
Segurança no trabalho

Conjunto de metodologias adequadas à prevenção de acidentes


de trabalho, tendo como principal campo de ação o
reconhecimento e o controlo dos riscos associados aos
componentes materiais do trabalho.

Higiene no trabalho

Conjunto de metodologias não médicas necessárias à prevenção


das doenças profissionais, tendo como principal campo de ação
o controlo da exposição aos agentes físicos, químicos e
biológicos presentes nos componentes materiais do trabalho.
Esta abordagem assenta fundamentalmente em técnicas e
medidas que incidem sobre o ambiente de trabalho.
Saúde no Trabalho

Abordagem que integra, além da vigilância médica, o controlo


dos elementos físicos, sociais e mentais que possam afetar a
saúde dos trabalhadores, representando uma considerável
evolução face às metodologias tradicionais da medicina do
trabalho.

Medicina no trabalho

Especialidade da medicina cujo objetivo é a vigilância e o controlo


do estado de saúde dos trabalhadores.
Ergonomia

É, segundo a definição oficial adotada pela Associação Internacional


de Ergonomia em 2000, a disciplina científica que tem por objetivo
as interações entre os homens e os outros elementos de um sistema
e a profissão que aplica a teoria, os princípios, os dados e os
métodos na conceção, de modo a otimizar o bem-estar humano e o
desempenho geral do sistema.

Psicossociologia no trabalho

Ramo da Psicologia Aplicada que estuda o comportamento humano


no trabalho, orientado para a seleção de pessoal, para a preparação
profissional, para a melhoria das relações humanas e para aceitação
das regras de prevenção de riscos profissionais.
Acidente de trabalho

Acidente de trabalho o sinistro é entendido como acontecimento


súbito e imprevisto, sofrido pelo trabalhador que se verifique no
local e no tempo de trabalho. A expressão "durante o tempo de
trabalho " é entendida como no "decorrer da atividade
profissional ou durante o período em serviço”.

Doença profissional

A Doença profissional é aquela que resulta diretamente das


condições de trabalho, consta da Lista de Doenças Profissionais e
causa incapacidade para o exercício da profissão ou morte.
Perigo

Propriedade intrínseca de um componente do trabalho


potencialmente causador de dano para o trabalhador ou para o
ambiente ou local de trabalho ou uma combinação destes.

Risco profissional

O Risco é a possibilidade de um trabalhador sofrer um


determinado dano provocado pelo trabalho. Combinação da
probabilidade de ocorrência do dano e da sua gravidade.
Prevenção

Conjunto de políticas e programas públicos, bem como disposições


ou medidas tomadas ou previstas no licenciamento e em todas as
fases de atividade da empresa, do estabelecimento ou do serviço,
que visem eliminar ou diminuir os riscos profissionais a que estão
potencialmente expostos os trabalhadores.

Proteção
Conjunto de meios e técnicas para controlar os riscos mediante:
 A adaptação de sistemas de segurança (dispositivos e
resguardos);
 Equipamentos de proteção individual;
 Normas de segurança e sinalização de riscos;
 Disciplina e incentivos.
Avaliação de riscos

A avaliação de riscos constitui a base de uma gestão eficaz da


segurança e da saúde e é fundamental para reduzir os
acidentes de trabalho e as doenças profissionais. Se for bem
realizada, esta avaliação pode melhorar a segurança e a
saúde, bem como, de um modo geral, o desempenho das
empresas.
Controlo de riscos
Na prevenção e no controlo dos riscos, importa ter em conta os
seguintes princípios gerais de prevenção:
 Evitar os riscos;
 Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos
perigoso;
 Combater os riscos na origem;
 Conferir às medidas de proteção coletiva prioridade em relação às
medidas de proteção individual (por exemplo, controlar a
exposição a vapores através de ventilação do local em vez de
recorrer a máscaras respiratórias);
 Adaptar-se ao progresso técnico e às mudanças na informação;
 Procurar melhorar o nível de proteção.
Enquadramento legislativo nacional da SHST
Obrigações gerais do empregador e do trabalhador

Obrigações gerais do empregador

O empregador deve assegurar ao trabalhador condições de


segurança e de saúde em todos os aspetos do seu trabalho.

O empregador deve zelar, de forma continuada e permanente,


pelo exercício da atividade em condições de segurança e de saúde
para o trabalhador, tendo em conta os seguintes princípios gerais
de prevenção:
a) Identificação dos riscos previsíveis em todas as atividades da
empresa, estabelecimento ou serviço, na conceção ou construção
de instalações, de locais e processos de trabalho, assim como na
seleção de equipamentos, substâncias e produtos, com vista à
eliminação dos mesmos ou, quando esta seja inviável, à redução
dos seus efeitos;
b) Integração da avaliação dos riscos para a segurança e a saúde
do trabalhador no conjunto das atividades da empresa,
estabelecimento ou serviço, devendo adotar as medidas adequadas
de proteção;
c) Combate aos riscos na origem, por forma a eliminar ou reduzir a
exposição e aumentar os níveis de proteção;
d) Assegurar, nos locais de trabalho, que as exposições aos agentes
químicos, físicos e biológicos e aos fatores de risco psicossociais
não constituem risco para a segurança e saúde do trabalhador;
Adaptação do trabalho ao homem, especialmente no que se refere
à conceção dos postos de trabalho, à escolha de equipamentos de
trabalho e aos métodos de trabalho e produção, com vista a,
nomeadamente, atenuar o trabalho monótono e o trabalho
repetitivo e reduzir os riscos psicossociais;

f) Adaptação ao estado de evolução da técnica, bem como a novas


formas de organização do trabalho;

g) Substituição do que é perigoso pelo que é isento de perigo ou


menos perigoso;

h) Priorização das medidas de proteção coletiva em relação às


medidas de proteção individual;

i) Elaboração e divulgação de instruções compreensíveis e


adequadas à atividade desenvolvida pelo trabalhador.
Sem prejuízo das demais obrigações do empregador, as medidas de
prevenção implementadas devem ser antecedidas e corresponder ao
resultado das avaliações dos riscos associados às várias fases do
processo produtivo, incluindo as atividades preparatórias, de
manutenção e reparação, de modo a obter como resultado níveis
eficazes de proteção da segurança e saúde do trabalhador.

Sempre que sejam confiadas tarefas a um trabalhador, devem ser


considerados os seus conhecimentos e as suas aptidões em matéria
de segurança e de saúde no trabalho, cabendo ao empregador
fornecer as informações e a formação necessárias ao
desenvolvimento da atividade em condições de segurança e de
saúde.
Sempre que seja necessário aceder a zonas de risco elevado, o
empregador deve permitir o acesso apenas ao trabalhador com aptidão
e formação adequadas, pelo tempo mínimo necessário.

O empregador deve adotar medidas e dar instruções que permitam ao


trabalhador, em caso de perigo grave e iminente que não possa ser
tecnicamente evitado, suspender a sua atividade ou afastar -se
imediatamente do local de trabalho, sem que possa retomar a
atividade enquanto persistir esse perigo, salvo em casos excecionais e
desde que assegurada a proteção adequada.

O empregador deve ter em conta, na organização dos meios de


prevenção, não só o trabalhador como também terceiros suscetíveis de
serem abrangidos pelos riscos da realização dos trabalhos, quer nas
instalações quer no exterior.
O empregador deve assegurar a vigilância da saúde do trabalhador em função
dos riscos a que estiver potencialmente exposto no local de trabalho.

O empregador deve estabelecer em matéria de primeiros socorros, de combate a


incêndios e de evacuação as medidas que devem ser adotadas e a identificação
dos trabalhadores responsáveis pela sua aplicação, bem como assegurar os
contactos necessários com as entidades externas competentes para realizar
aquelas operações e as de emergência médica.

Na aplicação das medidas de prevenção, o empregador deve organizar os


serviços adequados, internos ou externos à empresa, estabelecimento ou
serviço, mobilizando os meios necessários, nomeadamente nos domínios das
atividades técnicas de prevenção, da formação e da informação, bem como o
equipamento de proteção que se torne necessário utilizar.
As prescrições legais ou convencionais de segurança e de saúde
no trabalho estabelecidas para serem aplicadas na empresa,
estabelecimento ou serviço devem ser observadas pelo próprio
empregador.

O empregador suporta os encargos com a organização e o


funcionamento do serviço de segurança e de saúde no trabalho e
demais medidas de prevenção, incluindo exames, avaliações de
exposições, testes e outras ações dos riscos profissionais e
vigilância da saúde, sem impor aos trabalhadores quaisquer
encargos financeiros.
Obrigações do trabalhador

Constituem obrigações do trabalhador:

a) Cumprir as prescrições de segurança e de saúde no trabalho


estabelecidas nas disposições legais e em instrumentos de
regulamentação coletiva de trabalho, bem como as
instruções determinadas com esse fim pelo empregador;

b) Zelar pela sua segurança e pela sua saúde, bem como pela
segurança e pela saúde das outras pessoas que possam ser
afetadas pelas suas ações ou omissões no trabalho, sobretudo
quando exerça funções de chefia ou coordenação, em relação
aos serviços sob o seu enquadramento hierárquico e técnico;
c) Utilizar corretamente e de acordo com as instruções transmitidas
pelo empregador, máquinas, aparelhos, instrumentos, substâncias
perigosas e outros equipamentos e meios postos à sua disposição,
designadamente os equipamentos de proteção coletiva e individual,
bem como cumprir os procedimentos de trabalho estabelecidos;

d) Cooperar ativamente na empresa, no estabelecimento ou no


serviço para a melhoria do sistema de segurança e de saúde no
trabalho, tomando conhecimento da informação prestada pelo
empregador e comparecendo às consultas e aos exames
determinados pelo médico do trabalho;
e) Comunicar imediatamente ao superior hierárquico ou, não
sendo possível, ao trabalhador designado para o desempenho de
funções específicas nos domínios da segurança e saúde no local
de trabalho as avarias e deficiências por si detetadas que se lhe
afigurem suscetíveis de originarem perigo grave e iminente,
assim como qualquer defeito verificado nos sistemas de
proteção;

f) Em caso de perigo grave e iminente, adotar as medidas e


instruções previamente estabelecidas para tal situação, sem
prejuízo do dever de contactar, logo que possível, com o superior
hierárquico ou com os trabalhadores que desempenham funções
específicas nos domínios da segurança e saúde no local de
trabalho.
Acidentes de trabalho

Conceito de acidente de trabalho

É acidente de trabalho aquele que se verifique no local e no tempo


de trabalho e produza direta ou indiretamente lesão corporal,
perturbação funcional ou doença de que resulte redução na
capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte.

Um acidente de trabalho não é um acontecimento fortuito, cuja


responsabilidade se possa imputar a um acaso, a uma “fatalidade”.
Um acidente de trabalho tem sempre origem em uma ou mais
causas.
Devemos no entanto distinguir entre:

 Incidente - Acontecimento não intencional que em


circunstâncias ligeiramente diferentes poderia provocar danos
corporais, danos materiais ou perdas de produção.

 Acidente - Acontecimento não intencional que provoca danos


corporais, danos materiais ou perdas de produção.

Sempre que um dano corporal necessitar de cuidados médicos ou


de enfermagem é um acidente, mesmo que o acidentado, por
razões diversas, não tenha procurado esses cuidados.
Causas dos acidentes de trabalho

As causas dos acidentes de trabalho devem ser investigadas.


Elas devem ser corretamente identificadas e prontamente
eliminadas ou minimizadas de forma a evitar a ocorrência de
novos acidentes de trabalho.
Fator humano

A causa pessoal está relacionada com o conjunto de conhecimentos e


habilidades que cada um possui para desempenhar uma tarefa num
dado momento.

Existem diversas características no indivíduo que o tornam mais ou


menos propenso para o acidente:

 Sexo;
 Idade;
 Características genéticas;
 Maior ou menor aptidão para o trabalho que realiza;
 Ignorância dos riscos, dos perigos inerentes ao trabalho;
 Determinados tipos de personalidade e de inteligência;
 Demasiada segurança em si próprio;
 Estado de saúde;
 Maior ou menor experiência;
 Maior ou menor tendência para a fadiga;
 Falta de proteção individual eficaz – acha que não é
necessário;
 Maior ou menor motivação para o trabalho;
 Outros.
Fator material

A causa mecânica diz respeito às falhas materiais existentes no


ambiente de trabalho, como por exemplo:

 Materiais defeituosos
 Equipamentos em más condições
 Ambiente físicos ou químico não adequado
 Localização imprópria das máquinas
 Roupa e calçado não apropriados
 Instalações elétricas impróprias ou com defeito
Fator organizacional

Os fatores organizacionais relacionam-se com a estrutura e


organização do trabalho da própria entidade, como sendo por
exemplo:

 Conflito de metas (pressões que possam ser exercidas para


atingir uma determinada meta, sem considerar os potenciais
conflitos)
 Má distribuição de horários e tarefas.
Fator ambiental

As causas dos acidentes de trabalho podem existir no ambiente de


trabalho, entendendo-se por ambiente de trabalho um todo que
rodeia o trabalhador e no qual se integram, também, as
características individuais do próprio trabalhador.

Exemplos:

 Ambientes de trabalho pouco saudáveis


 Iluminação pouco adequada
 Elevado nível de ruído
 Ventilação não adequada
 Stress térmico.
Consequências dos acidentes de trabalho

As consequências podem ser categorizadas em:

 Simples assistência médica - o segurado recebe atendimento médico


e retorna imediatamente às suas atividades profissionais;

 Incapacidade temporária - o segurado fica afastado do trabalho por


um período, até que esteja apto para retomar sua atividade
profissional.
 Incapacidade permanente - o segurado fica incapacitado de
exercer a atividade profissional que exercia à época do
acidente. Essa incapacidade permanente pode ser total ou
parcial. No primeiro caso o segurado fica impossibilitado de
exercer qualquer tipo de trabalho e passa a receber uma
reforma por invalidez. No segundo caso o segurado recebe uma
indemnização pela incapacidade sofrida, mas é considerado
apto para o desenvolvimento de outra atividade profissional;

 Morte - o segurado falece em consequência do acidente de


trabalho.
Danos humanos e materiais com custos para as empresas:

 Custos diretos: custos de seguros e respetivos agravamentos,


vencimento e subsídios referentes ao dia do acidente, diferença
de vencimentos.
 Custos indiretos: danos materiais e patrimoniais, diminuição da
produtividade, indemnização a clientes por não cumprimento de
prazos, imagem da empresa, substituição do sinistrado,
formação do trabalhador substituto, tempos de paragem de
outros trabalhadores, tempos de deslocação de terceiros a
estabelecimentos hospitalares, tempos de investigação dos
acidentes pela hierarquia e outros, mau ambiente de trabalho.
Custos diretos e indiretos dos acidentes de trabalho
A nível internacional

Todos os anos na União Europeia cerca de 5 milhões de pessoas são


vítimas de acidentes de trabalho que ocasionam ausências
superiores a 3 dias, num total de aproximadamente 146 milhões de
dias de trabalho perdidos:

 Ocorre 1 acidente de trabalho em cada 5 segundos, na EU;


 Morre 1 trabalhador a cada 2 horas, vítima de acidente de
trabalho, na EU;
 Dois terços das 30 000 substâncias químicas mais utilizadas na
EU, não foram submetidas a testes toxicológicos completos e
sistemáticos;
 Um quinto dos trabalhadores da UE - 32 milhões de pessoas –
estão expostos a agentes cancerígenos;
Em Portugal
Doenças profissionais

Conceito

Doença profissional é aquela que resulta diretamente das


condições de trabalho, consta da Lista de Doenças Profissionais
prevista na legislação em vigor e causa incapacidade para o
exercício da profissão ou morte:

 Doenças profissionais são aquelas que são adquiridas na


sequência do exercício do trabalho em si.

 Doenças do trabalho são aquelas decorrentes das condições


especiais em que o trabalho é realizado. Ambas são
consideradas como acidentes do trabalho, quando delas
decorrer a incapacidade para o trabalho.
A Lei também considera que a lesão corporal, a
perturbação funcional ou a doença não incluídas
na lista serão indemnizáveis, desde que se provem
serem consequência, necessária e direta, da
atividade exercida e não representem normal
desgaste do organismo.

As doenças profissionais em nada se distinguem


das outras doenças, salvo pelo facto de terem a
sua origem em fatores de risco existentes no local
de trabalho.
Principais doenças profissionais

As perturbações músculo-esqueléticas
As perturbações músculo-esqueléticas ou doenças osteo-
musculares e do tecido conjuntivo relacionadas com o trabalho
têm uma origem multifatorial complexa, sendo estes fatores
geralmente subdivididos em três categorias, muitas vezes
interrelacionáveis:
 Fatores relacionados com exigências biomecânicas do trabalho
(trabalhos que implicam, por exemplo, movimentos mecânicos
repetidos por períodos de tempo prolongados, utilização de
ferramentas vibratórias, posições forçadas e cargas
excessivas);
 Fatores psicossociais e de organização do trabalho;
 Fatores individuais
As perturbações auditivas

Outra doença profissional relativamente frequente em Portugal


é a surdez profissional que tem impactos físico-funcionais
consideráveis para o indivíduo, são as lesões provocadas pelo
ruído que atualmente adquirem maior importância no conjunto
de todas as doenças profissionais, embora se possa ainda
afirmar que este valor está subestimado.

Quando a exposição ao ruído ultrapassa determinados limites


quer de exposição prolongada (duração) quer de exposição a
sons de grande intensidade, poderá provocar lesões auditivas,
algumas irreversíveis.
Os traumatismos cranioencefálicos
Os traumatismos cranioencefálicos podem ocorrer aquando de um
acidente de trabalho, provocando disfunções neurológicas temporárias
ou permanentes. Muitos dos custos e incapacidades que estes
traumatismos causam permanecem escondidos e, por vezes, não há
provas físicas evidentes nos sobreviventes.

Mas podem efetivamente mudar severamente e permanentemente a


vida de um indivíduo, resultar em ruturas familiares, em perda de
rendimento e de potencial de ganho, muitos destes traumatismos
resultam de acidentes rodoviários e de quedas.

As consequências de um traumatismo cranioencefálico verificam-se a


vários níveis:
Consequências neurológicas (motor, sensorial e automático)
 Redução da capacidade motora – coordenação, equilíbrio,
marcha, discurso, gestos
 Perda sensorial – gosto, tato, audição, visão, olfato
 Perturbação do sono – insónia, fadiga
 Outras complicações médicas - Ex. epilepsia pós-
traumática.
 Disfunção sexual
Alterações cognitivas
 Redução da memória, dificuldades na aprendizagem,
alterações na atenção e concentração;
 Redução da fluidez do discurso e da flexibilidade do
processamento do pensamento; dificuldades nas
competências de resolução de problemas;
 Problemas no planeamento, organização e tomada de
decisão;
 Problemas ao nível da linguagem – afasia, problemas na
evocação de palavras, dificuldades de leitura e de escrita;
 Problemas ao nível do julgamento e crítica e da avaliação do
perigo.
Mudanças comportamentais e de personalidade
 Dificuldades sociais, redução da autoestima;
 Alterações no controlo emocional, baixa tolerância à
frustração e dificuldades na gestão da raiva, negação e
egocentrismo;
 Redução da capacidade de intuir;
 Desinibição, impulsividade;
 Perturbações psiquiátricas – ansiedade, depressão,
desordem de stress pós-traumático, psicoses.
A depressão e a ansiedade
A depressão e a ansiedade são dois problemas de saúde, muitas
vezes relacionados com o trabalho, que apesar de muitas vezes
não serem consideradas doenças profissionais pela dificuldade em
estabelecer nexo de causalidade, acarretam impactos físico-
funcionais consideráveis para o indivíduo, nomeadamente:
 Redução da capacidade de adaptação,
 Redução da capacidade de lidar com a mudança,
 Dificuldades na aprendizagem e memória,
 Diminuição da autoestima,
 Dificuldades de relacionamento interpessoal,
 Irritabilidade ou passividade,
 Apatia,
 Diminuição da produtividade.

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