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A medicina do trabalho pode ser definida como a especialidade médica que lida com as relações
entre a saúde dos homens e mulheres trabalhadores e seu trabalho, visando não somente a
prevenção das doenças e dos acidentes do trabalho, mas a promoção da saúde e da qualidade
de vida, através de ações articuladas capazes de assegurar a saúde individual, nas dimensões
física e mental, e de propiciar uma saudável inter-relação das pessoas e destas com seu
ambiente social, particularmente, no trabalho.
Preservar a saúde do trabalhador, bem maior de qualquer empresa: objetivo que norteia o
especialista em Medicina do Trabalho.
Essas ações obedecem normas técnicas, as quais buscam proteger o trabalhador tanto dos riscos
inerentes à sua atividade (como acidentes com máquinas, contaminação por componentes
químicos etc.), quanto de riscos genéricos (como incêndios e choques elétricos).
Os profissionais aptos a atuar dentro dessa área devem ser técnicos ou engenheiros de
segurança do trabalho.
Adotar a segurança do trabalho não se trata de um diferencial, mas, sim, de uma exigência que
deve ser cumprida por todo empreendimento. Isso acontece porque as Normas
Regulamentadoras são leis que valem para todos os negócios nacionais e, portanto, devem ser
seguidas.
Por se tratar de uma obrigação prevista por lei, muitos gestores e empresários encaram os
custos com segurança e medicina do trabalho como despesas. O problema é que quando esses
elementos são vistos dessa forma, abre-se a porta para insegurança. Diante do interesse de
reduzir os gastos, condições inadequadas passam a surgir.
Com um ambiente mais seguro e que valoriza o bem-estar dos colaboradores, os funcionários
se sentem dispostos e engajados. Dessa forma, o aumento na motivação garante uma ampliação
da produtividade e da satisfação. Ao final, o empregador é visto de um jeito melhor e
responsável.
A medicina do trabalho, por sua vez, é a área que atua preservando a saúde do empregado e é
especialmente ligada às doenças ocupacionais e profissionais. Ela age em todas as frentes,
prevenindo, diagnosticando e tratando as doenças que podem ser causadas pela atividade
exercida no emprego.
Nesse caso, os profissionais devem ser graduados na área da saúde, como médicos, enfermeiros
e auxiliares de enfermagem.
Por definição, as doenças ocupacionais e as do trabalho são consideradas acidentes laborais. Ou
seja, evitá-las e diminuir os seus riscos é uma obrigação do empregador em relação aos seus
colaboradores.
Nessa abordagem, o médico do trabalho é o profissional mais importante. Ele detém a maior
capacidade técnica para prever, mitigar e lidar com os riscos envolvidos no ambiente ou na
execução das atividades.
Para garantir a proteção da saúde e a promoção de ações que visam ao cuidado, o profissional
tem algumas funções essenciais. Entre elas, estão: realizar consultas e atendimentos médicos
de prevenção, rotina e/ou emergência; analisar os riscos dos cargos e do ambiente para a saúde
e elaborar ações de mitigação; criar programas de prevenção e conscientização sobre a saúde;
desenvolver medidas para o controle de doenças infecciosas ou transmitidas por vetores;
realizar exames necessários de forma individual ou coletiva para garantir a segurança; elaborar
relatórios sobre as atividades, com informações pertinentes e outras ações.
Para garantir a atuação adequada dos colaboradores, é função do médico realizar alguns exames
básicos. Eles servem para acompanhar a saúde dos colaboradores e entender, de fato, quais são
os impactos no organismo de cada pessoa.
A seguir, veja quais são os exames mais importantes quando se fala em segurança e medicina
do trabalho: admissional, demissional, periódico, mudança de função e retorno ao trabalho.
Em relação à medicina, há diversas medidas que podem ser adotadas. A criação de programas
de vacinação evita a transmissão de doenças, o que faz baixar a taxa de absenteísmo e melhora
a proteção aos trabalhadores.
Há, ainda, ações para abreviar certos efeitos corporais. A promoção de ginástica laboral é um
meio de evitar ou reduzir os impactos osteomusculares das atividades. Com isso, menos
trabalhadores sofrem com problemas de coluna ou com dores musculares.
Não existe uma cartilha única para lidar com a saúde dos funcionários. O recomendado é criar o
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, instituído pela CLT. Ele define quais são as
formas de colocar a medicina do trabalho em prática e quais são as ações mais importantes para
cada nível de risco.
Enquanto a medicina do trabalho se preocupa em manter e preservar a saúde e a qualidade de
vida do funcionário, a segurança garante a integridade física do mesmo e preservação da sua
vida.
Prevenção: proteção coletiva com isolamento das fontes de ruído (medida mais importante),
uso de protetor auditivo (medida complementar – não deve ser a única proteção), ventilação
exaustora e/ou isolamento dos processos com uso de solventes, uso de máscaras de proteção:
protetores respiratórios específicas para produtos químicos (medida complementar: não deve
ser a única proteção). (Fonte: Ministério do Trabalho)
Riscos físicos: Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam
estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações
ionizantes e não-ionizantes, vibração, etc.
Riscos biológicos: Consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos,
parasitos, entre outros.
O perfil das doenças relacionadas ao trabalho sofre modificações constantes. Tal fenômeno é
analisado com base no conceito de patocenose de Mirko Grmek.1 No brasil constata-se, ao lado
de setores modernos, grande número de trabalhadores vinculados a atividades cujos processos
são rudimentares e com grau mínimo de tecnologia. Os acidentes de trabalho fatais, que há
cerca de duas ou três décadas mostravam fatores causais ligados mais diretamente à ocupação
exercida, atualmente apresentam causas semelhantes àquelas das mortes decorrentes de
causas externas, que atingem o conjunto da população urbana. Nas décadas de 1950 e 1960, as
dermatoses profissionais, o saturnismo e outras intoxicações constituíam-se nas doenças com
maior prevalência nos trabalhadores. Hoje, as lesões por esforços repetitivos e as perdas
auditivas ocupacionais são as dominantes. Duas doenças com estreitas relações com o trabalho,
asma e transtornos mentais, de acordo com as tendências observadas, deverão assumir
gradativamente maior relevância na nosologia ocupacional nas próximas décadas. A
globalização da economia exige novas abordagens na área de saúde do trabalhador, tanto com
relação à vigilância quanto nos aspectos da atenção médica. As circunstâncias aqui examinadas
remetem à necessidade de uma maior aproximação entre as áreas de pesquisa e de serviços. A
geração de conhecimentos deve subsidiar e direcionar continuamente as ações de saúde
pública.
Toxicologia
A Toxicologia estuda os efeitos danosos de substâncias químicas nos organismos vivos com
vistas à prevenção e, em caso de falha, ao tratamento dos afetados. A questão, porém, é que
não há substâncias químicas com ou sem efeitos danosos, mas sim doses com potencial nocivo
dose, neste contexto, entendida como aquela interna, ou seja, a quantidade de substância
efetivamente absorvida pelo organismo a ponto de poder afetá-lo.
Este dado, todavia, é apenas um ponto de partida e não tem muito valor em Toxicologia, que é
uma ciência essencialmente quantitativa, razão pela qual também é fundamental o
detalhamento das características físico-químico da(s) substância(s) às quais há exposição.
Primeiros socorros
O cuidado imediato a alguém ferido ou doente, com a finalidade de: preservar a vida, promover
a recuperação ou prevenir que o caso piore, portanto trata-se de uma atenção rápida, imediata
a uma pessoa que está em perigo de vida, realizando tais cuidados para manter as suas funções
vitais e reduzindo seus agravos até que a vítima receba atendimento de emergência adequado.
Este pré-atendimento tem fundamental importância, pois evita complicações futuras e pode até
salvar vidas. Contudo, deve ser realizado pelo socorrista (profissional que vai fazer o
atendimento) que deve ter treinamento e realizar o atendimento em condições seguras para a
prestação de socorro. É importante, após realizar o primeiro atendimento, solicitar ou
encaminhar a vítima para avaliação médica.
Estes procedimentos devem ser realizados por pessoas treinadas em socorrer as vítimas.
Geralmente, as empresas possuem profissionais capacitados para dar treinamento a todos os
funcionários na prestação do atendimento básico. Este treinamento deve ser ministrado por um
profissional habilitado e que tenha noções de primeiros socorros. Deve ser utilizado por um
profissional, que tenha feito um curso para esta capacitação e, principalmente, que entenda
sobre as iniciais dos primeiros socorros ABC. Sendo A - verificar a passagem de ar da vitima, B -
observar a respiração e C - verificar a circulação. Estes são os principais passos, por exemplo,
para o atendimento em uma reanimação cardiorrespiratória (uma parada cardíaca, que exige
profissional habilitado).
Recomenda-se procurar sempre conhecer a história do acidente, pedir ou solicitar que seja
pedido um resgate especializado enquanto os procedimentos básicos são realizados, sinalizar e
isolar o local do acidente e utilizar durante o atendimento, de preferencialmente, luvas e
calçados impermeáveis.
Os principais acidentes que ocorrem são: ferimentos em geral, entorse, fratura, hemorragias,
choque elétrico, insolação, intoxicação, queimaduras.
Ferimentos em geral: deve-se lavar com água e sabão se for um ferimento pequeno. Se a
extensão do ferimento for maior, deve-se estancar o sangramento e levar a vítima ao serviço de
emergência.
Entorse: A entorse é causada por uma "virada" numa articulação (junta). Uma vítima com
entorse sente dor intensa na articulação afetada e surge inchaço no local. Deve-se imobilizar a
articulação e colocar compressas frias no local.
Fratura: A fratura é uma lesão que quebra o osso. Ela pode ser interna (não há rompimento da
pele) e a fratura exposta (o osso perfura a pele e é exposto). Na fratura interna a vítima tem dor
intensa, deformação do local afetado, limitação de movimentos e inchaço. Nesse caso, deve se
imobilizar o local afetado com tala e acolchoá-las com pano macio, deixar na posição normal se
possível (não tente colocar o osso no lugar) e não amarrá-las no local da fratura deixando os
dedos de fora para observar a circulação e ver se está muito apertada. Na fratura exposta deve-
se proteger o ferimento com gaze ou pano limpo antes de imobilizar, para não entrar poeira ou
outras substâncias que podem favorecer infecções e imobilizar (não tentar colocar o osso no
lugar) e procurar socorro médico.
Hemorragias: pode ser hemorragia externa (ferimento com saída de sangue para o exterior) ou
interna (ferimento profundo nos órgãos internos), com sintomas de suor intenso, pele fria, sede,
tonteira. Nas hemorragias externas em geral deve-se estancar os ferimentos com pano limpo.
Com ferimentos internos deve-se encaminhar a vítima o mais rápido possível ao atendimento
de emergência médica.
Choque elétrico: não tocar na vítima sem antes desligar a corrente elétrica, se não for possível,
garantir que os pés do socorrista não estejam molhados, para então afastar a vítima do choque
elétrico. Usar um material que não conduza corrente elétrica, como borracha ou madeira seca,
não aproximar enquanto a corrente elétrica do local não for desligada. Em seguida, deitar a
vítima e verificar se está respirando, observando se a língua está obstruindo a passagem de ar e
chamar o serviço médico.
Insolação: procurar colocar a vítima à sombra, fazer compressas frias sobre a cabeça e envolver
seu corpo com pano molhado para baixar a temperatura, deitar a pessoa de costas apoiando a
cabeça e os ombros mais alto que o resto do corpo, após o socorro procurar serviço médico.
Intoxicação: Pode ser a intoxicação por fumaças, gases, agentes químicos e outros. Qualquer
intoxicação com produtos químicos e outros devem ser encaminhados rapidamente ao serviço
de emergência médica. O socorrista deve ser orientado sobre os produtos que trabalham e
utilizam, pois ao retirar qualquer produto do corpo com água, algumas substâncias pioram a
corrosão. Para evitar prejudicar ainda mais a lesão da vítima, primeiramente retirar a vítima do
local e encaminhar ao serviço médico.
• http://biblioteca.cofen.gov.br/toxicologia-ocupacional/
• BRASIL. Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978 NR - 5. Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes. In: SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. 29. ed. São
Paulo: Atlas, 1995. 489 p. (Manuais de legislação, 16).
• https://blog.sst.com.br/seguranca-e-medicina-do-trabalho-qual-a-diferenca/
• Apostila do componente curricular Medicina do Trabalho. Tema: Medicina
Ocupacional. Professor Élcio Fernandes. Escola Técnica Estadual Santa Cruz. 2002.
• http://www.cmof.com.br/paginas/medicina.htm
• https://www.anamt.org.br/portal/2017/08/08/ministerio-do-trabalho-como-prevenir-
as-doencasocupacionais/
• http://www.rbmt.org.br/details/200/pt-BR/perfil-epidemiologico-dos-trabalhadores
• http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/seguranca%20e%20saude%20no%
20trabalho/Saudedotrabalhador.pdf
• https://nucleohealthcare.com.br/2017/02/01/descubra-4-doencas-laborais-comuns-
ao-ambiente-detrabalho-e-saiba-e-como-evita-las/
• http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12901995000100022
• http://trabalhoseguro-tst.comunidades.net/primeiros-socorros-no-ambiente-de-
trabalho