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UNIFAESP - CENTRO UNIVERSITÁRIO

O AMBIENTE E AS DOENÇAS LABORAIS

Aluno: Euripedes Resplande Pinho


Atividade: Pesquisa sobre os serviços de medicina do trabalho, suas atribuições e
relacionamento com a engenharia de segurança do trabalho

Serviços de medicina do trabalho e suas atribuições

A medicina do trabalho pode ser definida como a especialidade médica que lida com as relações
entre a saúde dos homens e mulheres trabalhadores e seu trabalho, visando não somente a
prevenção das doenças e dos acidentes do trabalho, mas a promoção da saúde e da qualidade
de vida, através de ações articuladas capazes de assegurar a saúde individual, nas dimensões
física e mental, e de propiciar uma saudável inter-relação das pessoas e destas com seu
ambiente social, particularmente, no trabalho.

Ela atua especificamente visando a promoção e a preservação da saúde do trabalhador.


Compete ao médico do trabalho avaliar e detectar condições adversas nos locais de trabalho,
ou sua ausência.

O campo de atuação da Medicina do Trabalho é amplo, extrapolando o âmbito tradicional da


prática médica. De modo esquemático, pode-se dizer que o exercício da especialidade tem como
campo preferencial:

• Espaços do trabalho ou da produção - as empresas - (que na atualidade tem contornos


cada vez mais fluidos), como empregado nos Serviços Especializados de Engenharia de
Segurança e de Medicina do Trabalho (SESMT), como prestador de serviços técnicos,
elaboração do PCMSO; ou de consultoria na normalização e fiscalização das condições
de saúde e segurança no trabalho desenvolvida pelo Ministério do Trabalho;
• Rede pública de serviços de saúde, no desenvolvimento das ações de saúde do
trabalhador; a assessoria sindical em saúde do trabalhador, nas organizações de
trabalhadores e de empregadores;
• Perícia Médica da Previdência Social, enquanto seguradora do Acidente do Trabalho
(SAT). (Na perspectiva da privatização do SAT, este campo deverá ser ampliado); a
atuação junto ao Sistema Judiciário, como perito judicial em processos trabalhistas,
ações cíveis e ações da Promotoria Pública;
• Atividade docente na formação e capacitação profissional; a atividade de investigação
no campo das relações Saúde e Trabalho, nas instituições de Pesquisa;
• Consultoria privada no campo da Saúde e Segurança no Trabalho.

Preservar a saúde do trabalhador, bem maior de qualquer empresa: objetivo que norteia o
especialista em Medicina do Trabalho.

Medicina do trabalho X engenharia de segurança do trabalho

A segurança do trabalho trata da prevenção de acidentes no ambiente profissional. Envolve um


conjunto de medidas técnicas que devem ser incorporadas na empresa, eliminando e
prevenindo os riscos que as atividades podem apresentar à integridade física dos funcionários.
Além disso, é de responsabilidade da segurança do trabalho educar a mão de obra da empresa,
ensinando-a a respeitar as medidas preventivas determinadas para preservar sua capacidade de
colaboração.

Essas ações obedecem normas técnicas, as quais buscam proteger o trabalhador tanto dos riscos
inerentes à sua atividade (como acidentes com máquinas, contaminação por componentes
químicos etc.), quanto de riscos genéricos (como incêndios e choques elétricos).

Os profissionais aptos a atuar dentro dessa área devem ser técnicos ou engenheiros de
segurança do trabalho.

Adotar a segurança do trabalho não se trata de um diferencial, mas, sim, de uma exigência que
deve ser cumprida por todo empreendimento. Isso acontece porque as Normas
Regulamentadoras são leis que valem para todos os negócios nacionais e, portanto, devem ser
seguidas.

É claro que, dependendo do ramo ou do tamanho do estabelecimento, há necessidades


diversas. Uma grande construtora, por exemplo, terá que cumprir regras diferentes de uma
pequena startup. No entanto, todos devem conhecer a legislação.

Ao total, há 36 normas regulamentadoras válidas de maneira nacional. Elas incluem questões


como: atividades e operações insalubres; equipamentos de proteção individual; trabalho em
altura; ergonomia e assim por diante.

Por se tratar de uma obrigação prevista por lei, muitos gestores e empresários encaram os
custos com segurança e medicina do trabalho como despesas. O problema é que quando esses
elementos são vistos dessa forma, abre-se a porta para insegurança. Diante do interesse de
reduzir os gastos, condições inadequadas passam a surgir.

Quando as ações de prevenção, de conscientização e de acompanhamento são colocadas em


prática, as chances de acidentes são reduzidas. Para a empresa, isso significa menores
interrupções na produção e diminuição dos custos com indenizações, multas e absenteísmo.

Com um ambiente mais seguro e que valoriza o bem-estar dos colaboradores, os funcionários
se sentem dispostos e engajados. Dessa forma, o aumento na motivação garante uma ampliação
da produtividade e da satisfação. Ao final, o empregador é visto de um jeito melhor e
responsável.

A medicina do trabalho, por sua vez, é a área que atua preservando a saúde do empregado e é
especialmente ligada às doenças ocupacionais e profissionais. Ela age em todas as frentes,
prevenindo, diagnosticando e tratando as doenças que podem ser causadas pela atividade
exercida no emprego.

O grande objetivo da medicina do trabalho é preservar a qualidade de vida do funcionário,


incluindo sua saúde física, mental e social.

Juntamente a isso, deve-se também avaliar a capacidade colaborativa do colaborador para


exercer a atividade que lhe foi designada por meio de exames médicos ocupacionais, tais como
o admissional, demissional, periódicos e de mudança ou retorno de função.

Nesse caso, os profissionais devem ser graduados na área da saúde, como médicos, enfermeiros
e auxiliares de enfermagem.
Por definição, as doenças ocupacionais e as do trabalho são consideradas acidentes laborais. Ou
seja, evitá-las e diminuir os seus riscos é uma obrigação do empregador em relação aos seus
colaboradores.

Além de identificar e mitigar os riscos do ambiente laboral, é preciso recorrer à medicina do


trabalho. Essa abordagem tem diversas aplicações. Ela funciona desde para a promoção e a
preservação da saúde como para a diminuição das consequências das possíveis condições.

Como parte da prevenção, a aplicação da medicina do trabalho inclui a criação de programas de


vacinação, por exemplo. Já em relação à redução dos impactos, é essencial contar com
atividades de resgate quanto a emergências e com primeiros socorros. Assim, todos os
funcionários ficam protegidos.

Nessa abordagem, o médico do trabalho é o profissional mais importante. Ele detém a maior
capacidade técnica para prever, mitigar e lidar com os riscos envolvidos no ambiente ou na
execução das atividades.

Para garantir a proteção da saúde e a promoção de ações que visam ao cuidado, o profissional
tem algumas funções essenciais. Entre elas, estão: realizar consultas e atendimentos médicos
de prevenção, rotina e/ou emergência; analisar os riscos dos cargos e do ambiente para a saúde
e elaborar ações de mitigação; criar programas de prevenção e conscientização sobre a saúde;
desenvolver medidas para o controle de doenças infecciosas ou transmitidas por vetores;
realizar exames necessários de forma individual ou coletiva para garantir a segurança; elaborar
relatórios sobre as atividades, com informações pertinentes e outras ações.

Para garantir a atuação adequada dos colaboradores, é função do médico realizar alguns exames
básicos. Eles servem para acompanhar a saúde dos colaboradores e entender, de fato, quais são
os impactos no organismo de cada pessoa.

A seguir, veja quais são os exames mais importantes quando se fala em segurança e medicina
do trabalho: admissional, demissional, periódico, mudança de função e retorno ao trabalho.

Em relação à medicina, há diversas medidas que podem ser adotadas. A criação de programas
de vacinação evita a transmissão de doenças, o que faz baixar a taxa de absenteísmo e melhora
a proteção aos trabalhadores.

Também é possível desenvolver ações de conscientização. Uma em relação ao alcoolismo auxilia


a reduzir a prevalência do vício e estimula as pessoas a buscarem ajuda. Já um programa de
nutrição promove a alimentação saudável, de modo a evitar ou diminuir problemas como a
obesidade. Mesmo abordagens em relação à saúde mental são importantes, já que previnem
quadros como depressão e ansiedade.

Há, ainda, ações para abreviar certos efeitos corporais. A promoção de ginástica laboral é um
meio de evitar ou reduzir os impactos osteomusculares das atividades. Com isso, menos
trabalhadores sofrem com problemas de coluna ou com dores musculares.

Não existe uma cartilha única para lidar com a saúde dos funcionários. O recomendado é criar o
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, instituído pela CLT. Ele define quais são as
formas de colocar a medicina do trabalho em prática e quais são as ações mais importantes para
cada nível de risco.
Enquanto a medicina do trabalho se preocupa em manter e preservar a saúde e a qualidade de
vida do funcionário, a segurança garante a integridade física do mesmo e preservação da sua
vida.

Principais doenças do trabalho

As doenças ocupacionais são aquelas produzidas, adquiridas ou desencadeadas pelo exercício


da atividade ou em função de condições especiais de trabalho.

LER/DORT - Lesões por Esforços Repetitivo / Distúrbios Osteo Musculares Relacionados Ao


Trabalho (tendinites, tenossinovites e lesões de ombro).

Principais causas: movimentos repetitivos, posturas inadequadas, pressão psicológica, etc.

Prevenção: Adequação do mobiliário, redução da necessidade do número de repetições; pausas


e exercícios preparatórios e compensatórios; Definição de metas adequadas; boas relações
interpessoais, clareza sobre o que é esperado de cada profissional; Programas de incentivo à
prática regular de atividades físicas e ingestão frequente de líquidos;

Dorsalgias - Hérnias de disco, lesões na coluna.

Principais causas: movimentos repetitivos e força com uso do tronco; levantamento e


transportes de pesos; posturas inadequadas; obesidade e sedentarismo (fatores não
necessariamente ocupacionais, porém muito significativos).

Prevenção: adequação do mobiliário e equipamentos, fracionamento das cargas e do número


de repetições (redução da velocidade de execução das tarefas), pausas e exercícios
preparatórios e compensatórios, programas de incentivo à educação alimentar e à prática
regular de atividades físicas.

Transtornos mentais: depressão/ansiedade/stress pós-traumático.

Principais causas: alta demanda, imprecisão quanto às expectativas, metas inalcançáveis,


trabalho extremamente monótono, percepção de trabalho “sem importância”, violência no
trabalho, situações momentâneas e súbitas de alto nível de estresse, testemunha constante de
sofrimento humano de terceiros (profissionais de saúde, assistentes sociais).

Prevenção: definição de metas adequadas; boas relações interpessoais; melhora da


comunicação, reconhecimento do valor do trabalho realizado, programas de prevenção da
violência nas atividades com risco elevado de assaltos/envolvimento ou repressão de atos
violentos, programa de apoio e acompanhamento de profissionais vítimas de violência no
trabalho ou submetidos a situações de estresse agudo de alta intensidade e de profissionais que
lidam constantemente com o sofrimento humano de terceiros.

Transtornos das articulações

Principais causas: posturas inadequadas, movimentos repetitivos associados a cargas (membros


inferiores), obesidade e sedentarismo (fatores não necessariamente ocupacionais, porém muito
significativos).

Prevenção: adequação do mobiliário, redução da necessidade de uso da força e do número de


repetições; pausas e exercícios preparatórios e compensatórios, definição de metas adequadas;
boas relações interpessoais, programas de incentivo à prática regular de atividades físicas e
ingestão frequente de líquidos.
Varizes nos membros inferiores

Principais causas: trabalho em pé ou sentado com pouca movimentação, obesidade e


sedentarismo (fatores não necessariamente ocupacionais, porém muito significativos).

Prevenção: análise ergonômica das tarefas para adequação do mobiliário e equipamentos,


permitindo a alternância de posturas e mobilidade no posto de trabalho; exercícios
preparatórios e compensatórios, programas de incentivo à educação alimentar e à prática
regular de atividades físicas de intensidade moderada.

Transtornos auditivos (principalmente perda auditiva)

Principais causas: exposição a ruídos, trabalho com produtos químicos, principalmente


solventes (tinner, tolueno, xileno e similares).

Prevenção: proteção coletiva com isolamento das fontes de ruído (medida mais importante),
uso de protetor auditivo (medida complementar – não deve ser a única proteção), ventilação
exaustora e/ou isolamento dos processos com uso de solventes, uso de máscaras de proteção:
protetores respiratórios específicas para produtos químicos (medida complementar: não deve
ser a única proteção). (Fonte: Ministério do Trabalho)

Doenças causadas por agentes físicos, químicos e biológicos

Riscos físicos: Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam
estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações
ionizantes e não-ionizantes, vibração, etc.

Riscos químicos: Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou


produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas formas
de poeiras, fumos gases, neblinas, névoas ou vapores, ou que seja, pela natureza da atividade,
de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por
ingestão.

Riscos biológicos: Consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos,
parasitos, entre outros.

Aspectos epidemiológicos das doenças do trabalho

O perfil das doenças relacionadas ao trabalho sofre modificações constantes. Tal fenômeno é
analisado com base no conceito de patocenose de Mirko Grmek.1 No brasil constata-se, ao lado
de setores modernos, grande número de trabalhadores vinculados a atividades cujos processos
são rudimentares e com grau mínimo de tecnologia. Os acidentes de trabalho fatais, que há
cerca de duas ou três décadas mostravam fatores causais ligados mais diretamente à ocupação
exercida, atualmente apresentam causas semelhantes àquelas das mortes decorrentes de
causas externas, que atingem o conjunto da população urbana. Nas décadas de 1950 e 1960, as
dermatoses profissionais, o saturnismo e outras intoxicações constituíam-se nas doenças com
maior prevalência nos trabalhadores. Hoje, as lesões por esforços repetitivos e as perdas
auditivas ocupacionais são as dominantes. Duas doenças com estreitas relações com o trabalho,
asma e transtornos mentais, de acordo com as tendências observadas, deverão assumir
gradativamente maior relevância na nosologia ocupacional nas próximas décadas. A
globalização da economia exige novas abordagens na área de saúde do trabalhador, tanto com
relação à vigilância quanto nos aspectos da atenção médica. As circunstâncias aqui examinadas
remetem à necessidade de uma maior aproximação entre as áreas de pesquisa e de serviços. A
geração de conhecimentos deve subsidiar e direcionar continuamente as ações de saúde
pública.

Os primórdios da divisão social do trabalho coincidem com as primeiras descrições de doenças


profissionais: silicose dos mineiros e dos trabalhadores da pedra, saturnismo dos ceramistas por
contato com sulfato de chumbo utilizado como verniz, hidrargirismo dos manipuladores de
mercúrio. Na Europa, no final da Idade Média, a patologia do trabalho foi dominada pelas
doenças dos mineiros de metais preciosos, base da economia das nações. São dessa época as
clássicas publicações de Agricola e Paracelso que tratavam das doenças dos mineiros.16 A
Revolução Industrial trouxe extensas transformações em todas as áreas de atividade humana. A
siderurgia e a metalurgia avançaram com a oferta de metais sempre mais baratos e com o
desenvolvimento da tecnologia para sua fundição e purificação. Também em outros setores os
desdobramentos foram extensos. Para alimentar os fornos das siderúrgicas houve necessidade
de ampliar a produção de carvão. A força de trabalho multiplicou-se. A Revolução Industrial
concentrou dentro dos ambientes confinados das indústrias as doenças decorrentes do
trabalho. Os acidentes e as intoxicações agudas são relatos comuns da época pioneira da
industrialização.

Toxicologia

A Toxicologia Ocupacional é eminentemente preventiva, sendo-lhe fundamental a correta


avaliação do risco a que o trabalhador está exposto.

A Toxicologia estuda os efeitos danosos de substâncias químicas nos organismos vivos com
vistas à prevenção e, em caso de falha, ao tratamento dos afetados. A questão, porém, é que
não há substâncias químicas com ou sem efeitos danosos, mas sim doses com potencial nocivo
dose, neste contexto, entendida como aquela interna, ou seja, a quantidade de substância
efetivamente absorvida pelo organismo a ponto de poder afetá-lo.

A Toxicologia Ocupacional é eminentemente preventiva, sendo-lhe fundamental a correta


avaliação do risco a que o trabalhador está exposto. Para isso, o primeiro passo é a informação
qualitativa: qual(is) substância(s) está(ão) sendo utilizada(s) ou gerada(s) no processo.

Este dado, todavia, é apenas um ponto de partida e não tem muito valor em Toxicologia, que é
uma ciência essencialmente quantitativa, razão pela qual também é fundamental o
detalhamento das características físico-químico da(s) substância(s) às quais há exposição.

É indispensável ao profissional de saúde e segurança do trabalho, em especial ao médico do


trabalho e ao higienista, conhecer um pouco de química para abordar corretamente os riscos
químicos nos ambientes de trabalho. A importância deste fato pode ser exemplificada pela
necessidade de diferenciar a exposição a compostos de cromo hexavalente, carcinogênico, da
exposição a compostos de cromo trivalente, não carcinogênicos, ou aos sais de chumbo muito
hidrossolúveis mais facilmente absorvidos dos insolúveis e pouco absorvidos, ou a necessidade
de se atentar para a pressão de vapor de solventes orgânicos para estabelecer o seu potencial
de volatilidade em conjunto com a toxicidade.

Primeiros socorros

O cuidado imediato a alguém ferido ou doente, com a finalidade de: preservar a vida, promover
a recuperação ou prevenir que o caso piore, portanto trata-se de uma atenção rápida, imediata
a uma pessoa que está em perigo de vida, realizando tais cuidados para manter as suas funções
vitais e reduzindo seus agravos até que a vítima receba atendimento de emergência adequado.
Este pré-atendimento tem fundamental importância, pois evita complicações futuras e pode até
salvar vidas. Contudo, deve ser realizado pelo socorrista (profissional que vai fazer o
atendimento) que deve ter treinamento e realizar o atendimento em condições seguras para a
prestação de socorro. É importante, após realizar o primeiro atendimento, solicitar ou
encaminhar a vítima para avaliação médica.

Estes procedimentos devem ser realizados por pessoas treinadas em socorrer as vítimas.
Geralmente, as empresas possuem profissionais capacitados para dar treinamento a todos os
funcionários na prestação do atendimento básico. Este treinamento deve ser ministrado por um
profissional habilitado e que tenha noções de primeiros socorros. Deve ser utilizado por um
profissional, que tenha feito um curso para esta capacitação e, principalmente, que entenda
sobre as iniciais dos primeiros socorros ABC. Sendo A - verificar a passagem de ar da vitima, B -
observar a respiração e C - verificar a circulação. Estes são os principais passos, por exemplo,
para o atendimento em uma reanimação cardiorrespiratória (uma parada cardíaca, que exige
profissional habilitado).

Os princípios do atendimento de emergência Baseia-se nos três “R”: Rapidez no atendimento;


Reconhecimento das lesões; Reparação das lesões.

Recomenda-se procurar sempre conhecer a história do acidente, pedir ou solicitar que seja
pedido um resgate especializado enquanto os procedimentos básicos são realizados, sinalizar e
isolar o local do acidente e utilizar durante o atendimento, de preferencialmente, luvas e
calçados impermeáveis.

Os procedimentos adequados são: verificar no local do acidente se não há riscos para o


socorrista, como fios elétricos soltos, fumaças, líquidos inflamáveis e objetos cortantes que
possam ferir quem vai fazer o atendimento.; chamar um serviço médico de emergência
(geralmente todas as indústrias fornecem este serviço com profissionais da saúde); acalmar-se
e ganhar a confiança da vítima, avaliar seu estado de consciência e suas lesões e com a ausência
destas funções realizar o ABC, sendo que a massagem cardíaca requer treinamento com um
profissional responsável, caso contrário, chamar a emergência o mais rápido possível.

Os principais acidentes que ocorrem são: ferimentos em geral, entorse, fratura, hemorragias,
choque elétrico, insolação, intoxicação, queimaduras.

Os primeiros socorros variam de acordo com a lesão, por exemplo:

Ferimentos em geral: deve-se lavar com água e sabão se for um ferimento pequeno. Se a
extensão do ferimento for maior, deve-se estancar o sangramento e levar a vítima ao serviço de
emergência.

Entorse: A entorse é causada por uma "virada" numa articulação (junta). Uma vítima com
entorse sente dor intensa na articulação afetada e surge inchaço no local. Deve-se imobilizar a
articulação e colocar compressas frias no local.

Fratura: A fratura é uma lesão que quebra o osso. Ela pode ser interna (não há rompimento da
pele) e a fratura exposta (o osso perfura a pele e é exposto). Na fratura interna a vítima tem dor
intensa, deformação do local afetado, limitação de movimentos e inchaço. Nesse caso, deve se
imobilizar o local afetado com tala e acolchoá-las com pano macio, deixar na posição normal se
possível (não tente colocar o osso no lugar) e não amarrá-las no local da fratura deixando os
dedos de fora para observar a circulação e ver se está muito apertada. Na fratura exposta deve-
se proteger o ferimento com gaze ou pano limpo antes de imobilizar, para não entrar poeira ou
outras substâncias que podem favorecer infecções e imobilizar (não tentar colocar o osso no
lugar) e procurar socorro médico.

Hemorragias: pode ser hemorragia externa (ferimento com saída de sangue para o exterior) ou
interna (ferimento profundo nos órgãos internos), com sintomas de suor intenso, pele fria, sede,
tonteira. Nas hemorragias externas em geral deve-se estancar os ferimentos com pano limpo.
Com ferimentos internos deve-se encaminhar a vítima o mais rápido possível ao atendimento
de emergência médica.

Choque elétrico: não tocar na vítima sem antes desligar a corrente elétrica, se não for possível,
garantir que os pés do socorrista não estejam molhados, para então afastar a vítima do choque
elétrico. Usar um material que não conduza corrente elétrica, como borracha ou madeira seca,
não aproximar enquanto a corrente elétrica do local não for desligada. Em seguida, deitar a
vítima e verificar se está respirando, observando se a língua está obstruindo a passagem de ar e
chamar o serviço médico.

Insolação: procurar colocar a vítima à sombra, fazer compressas frias sobre a cabeça e envolver
seu corpo com pano molhado para baixar a temperatura, deitar a pessoa de costas apoiando a
cabeça e os ombros mais alto que o resto do corpo, após o socorro procurar serviço médico.

Intoxicação: Pode ser a intoxicação por fumaças, gases, agentes químicos e outros. Qualquer
intoxicação com produtos químicos e outros devem ser encaminhados rapidamente ao serviço
de emergência médica. O socorrista deve ser orientado sobre os produtos que trabalham e
utilizam, pois ao retirar qualquer produto do corpo com água, algumas substâncias pioram a
corrosão. Para evitar prejudicar ainda mais a lesão da vítima, primeiramente retirar a vítima do
local e encaminhar ao serviço médico.

Queimadura: existem queimaduras de 1°, 2° e 3° grau. A de 1° grau é a mais comum, geralmente


deixa a pele avermelhada e ressecada, pode se oferecer água a vítima, colocar compressas frias
no local ou ficar um tempo no chuveiro frio. A de 2° grau atinge um pouco as camadas profundas
da pele formando bolhas, nesses casos ofereça muito líquido a vítima, aplique compressas frias
e encaminhe à emergência. A de 3° é o caso mais grave, pois acomete todas as camadas da pele
e podem alcançar os músculos e ossos. Deve-se então, manter a vítima deitada, lavar bem as
mãos antes de tratar as queimaduras, em seguida cortar as roupas que estão próximas à região
da queimadura, mas não retirar a roupa que está em cima da queimadura, para evitar
agravamento, não fure as bolhas, não aplicar nenhuma substancia sobre a queimadura, se a
vítima estiver consciente ofereça muita água para beber (pois há perda de muito liquido) e então
chamar a emergência.

As principais Normas Regulamentadoras (NRs) que auxiliam a reduzir os riscos encontrados no


ambiente de trabalho são: NR-7 - PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional)
tem objetivo de rastrear e diagnosticar precocemente os agravos á saúde dos trabalhadores,
identificando os riscos á saúde, além de constatar a existência de doenças profissionais ou danos
irreversíveis á saúde dos trabalhadores; NR-9 - PPRA (Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais) preserva a saúde, a integridade do trabalhador, antecipa e reconhece os riscos no
ambiente de trabalho; NR-6 - EPIs (Equipamento de Proteção Individual): equipamentos
destinados à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
Referência

• http://biblioteca.cofen.gov.br/toxicologia-ocupacional/
• BRASIL. Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978 NR - 5. Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes. In: SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. 29. ed. São
Paulo: Atlas, 1995. 489 p. (Manuais de legislação, 16).
• https://blog.sst.com.br/seguranca-e-medicina-do-trabalho-qual-a-diferenca/
• Apostila do componente curricular Medicina do Trabalho. Tema: Medicina
Ocupacional. Professor Élcio Fernandes. Escola Técnica Estadual Santa Cruz. 2002.
• http://www.cmof.com.br/paginas/medicina.htm
• https://www.anamt.org.br/portal/2017/08/08/ministerio-do-trabalho-como-prevenir-
as-doencasocupacionais/
• http://www.rbmt.org.br/details/200/pt-BR/perfil-epidemiologico-dos-trabalhadores
• http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/seguranca%20e%20saude%20no%
20trabalho/Saudedotrabalhador.pdf
• https://nucleohealthcare.com.br/2017/02/01/descubra-4-doencas-laborais-comuns-
ao-ambiente-detrabalho-e-saiba-e-como-evita-las/
• http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12901995000100022
• http://trabalhoseguro-tst.comunidades.net/primeiros-socorros-no-ambiente-de-
trabalho

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