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A IMPORTÂNCIA DOS PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DE SEGURANÇA

DO TRABALHO PARA AS EMPRESAS

Acadêmicos 1
Tutor Externo2

RESUMO

As organizações atualmente tem se preocupado na prevenção com os acidentes de


trabalho que acontecem com seus empregados, existe assim, a necessidade da
realização de programas que colaborem com as empresas nesta conjectura. O
PPRA- Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, que determina medidas que
assegura a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores e o PCMSO-
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, que tem como objetivo
identificar qualquer inconformidade que possa colocar em risco a saúde e
integridade física dos trabalhadores é instrumentos importantes para a prevenção de
acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Logo, esta pesquisa tem como
objetivo geral identificar a importância para as empresas de implantar o Programa
de Prevenção de Riscos Ambientais e o Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional e como objetivos específicos relatar sobre as normas regulamentadoras
do PPRA e do PCMSO; apresentar as características do PPRA e do PCMSO e
avaliar os benefícios que o PPRA e o PCMSO podem proporcionar para as
empresas. O estudo justifica-se, por demonstrar para as empresas, que com a
utilização dos programas, elas vão se prevenir antecipadamente dos riscos no
ambiente de trabalho, prevenindo problemas futuros para a empresa, como
afastamentos por acidente ou doenças ocupacionais. O método utilizado foi à
pesquisa dedutiva, com procedimento bibliográfico-exploratório, e como técnica de
coleta de dados, foi utilizada a documentação indireta. Através deste estudo pode-se
verificar que com a implantação dos programas, a empresa consegue identificar
antecipadamente os riscos que os trabalhadores estão expostos, promovendo para a
empresa, maior facilidade para as tomadas das medidas necessárias para reduzir ou
excluir tais riscos, ajudando a empresa também em possíveis causas trabalhistas,
promovendo uma boa qualidade de vida para seus empregados, além da empresa
estar em conformidade com a legislação vigente.

Palavras-chave: Importância; Programas de Segurança; Empresa.

1
Joilton Nascimento dos Santos; Ricardo Santos da Silva
2
TicianoVecélio Fonseca e Silva
ABSTRACT

Organizations are currently concerned with preventing occupational accidents that


happen to their employees, so there is a need to carry out programs that help
companies in this conjecture. The PPRA- Environmental Risk Prevention Program,
which determines measures that ensure the preservation of workers' health and
integrity and the PCMSO- Occupational Health Medical Control Program, which aims to
identify any non-compliance that may endanger health and safety. Physical integrity of
workers is an important tool for the prevention of occupational accidents and diseases.
Therefore, this research aims to identify the importance for companies to implement the
Environmental Risk Prevention Program and the Occupational Health Medical Control
Program and as specific objectives to report on the regulatory standards of PPRA and
PCMSO; present the characteristics of PPRA and PCMSO and evaluate the benefits
that PPRA and PCMSO can provide for companies. The study is justified by
demonstrating to companies that with the use of the programs, they will prevent risks in
the workplace in advance, preventing future problems for the company, such as sick
leave or occupational illnesses. The method used was deductive research, with
bibliographic-exploratory procedure, and as a data collection technique, indirect
documentation was used. Through this study it can be seen that with the
implementation of the programs, the company can identify in advance the risks that
workers are exposed, promoting for the company, easier to take the necessary
measures to reduce or exclude such risks, helping the company. also in possible labor
causes, promoting a good quality of life for its employees, and the company is in
compliance with current legislation.

Keywords: Importance; Security programs; Company

1. INTRODUÇÃO

É Indiscutível que e o empregador necessita resguardar a empresa referente a


acidentes de trabalho e doenças ocupacionais com seus funcionários, assim, existem
programas que colaboram com a empresa nesse contexto, o PPRA- Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais tem como objetivo implementar medidas de controle
para eliminar e/ou minimizar os riscos ambientais existentes no ambiente de trabalho e
o PCMSO- Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional que tem por objetivo
de preservar a saúde do trabalhador.
No Brasil existe muitos problemas quanto à segurança e à saúde no trabalho
dentro das entidades, quer pelo descaso de muitos empresários, ou mesmo pela falta
de conhecimento das normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego
(PEREIRA, et al., 2010).
No ano de 1991, no Brasil foi promulgada a Convenção nº 161/85 da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), que determina que as empresas tenham
a responsabilidade de identificar o risco ambiental e de saúde, a que cada trabalhador
esta exposto não de uma forma isolada, mas coletivamente. Desta forma, em 1994,
passa a ser obrigatório o desenvolvimento dos programas o PPRA – Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais, o PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional (OIT, 1985; MTE, 2013).
O PPRA- Programa de Prevenção de Riscos Ambientais é um programa que
visa à prevenção da saúde e da integridade dos trabalhadores através da antecipação,
reconhecimento, avaliação e controle da ocorrência de riscos ambientais que existem
ou que venham a ocorrer no ambiente de trabalho, tendo em vista proteção do meio
ambiente e dos recursos naturais (MTE, 2013).
O PCMSO- Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional determina
obrigatoriedade da elaboração pelos empregadores e instituições que tenham
empregados regidos pela CLT- Consolidação das Leis do Trabalho e do PCMSO, com
o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores
(NR7, 1978).
Ambos os programas são obrigatórios e é de suma importância a sua
elaboração para a organização. Eles ajudam o empregador a se proteger de possíveis
afastamentos, acidentes de trabalho, redução da insalubridade podendo gerar grande
economia às empresas (SINDIREPA, 2013).
Todavia, a elaboração destes programas, promove de certa maneira a proteção
para a empresa concernente a possíveis causas trabalhistas, evitando e prevenindo
acidentes e doenças de trabalhos.
Logo, surge a problemática deste trabalho: qual a importância da realização do
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e o Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional para as empresas?
A procura frequente pelo aperfeiçoamento do desenvolvimento das empresas
em várias áreas com o objetivo de reduzir os custos e maior lucro, resulto o aumento
no índice de acidentes de trabalho. A saúde e a integridade física do trabalhador
inclinam a ficar em segundo plano, podendo provocar perda econômica, social e
familiar, além do risco de morte (JUNIOR, 2008).
Conforme Iida (2005), a segurança do trabalho é um tema relevante, que não diz
respeito somente aos trabalhadores, mas às empresas e a sociedade em geral, haja
vista que o trabalhador acidentado, além dos danos pessoais, provoca despesas ao
sistema de saúde e passa a receber seus direitos previdenciários, que são pagos por
todos os trabalhadores e empregadores.
São vários os tipos de organizações que estão cada vez mais, conscientes para
alcançar e demonstrar um desempenho eficiente em relação à segurança e saúde de
seus trabalhadores. Isto devido ao entendimento sobre os novos programas e
estratégias sobre o assunto, assim como das crescentes exigências de legislação e
sindicatos, da preocupação de empresas na busca de maior produtividade e
competitividade e da maior conscientização da sociedade em geral quanto à
necessidade de melhorar a qualidade de vida no trabalho (ALBERTON, 1996).
A preservação e prevenção de segurança e saúde no trabalho deve ser uma
preocupação do cotidiano das empresas, para assim não terem possíveis problemas
com afastamentos de empregados, causas trabalhistas e, o principal cuidar de seu
capital humano, proporcionando condições adequadas para seus empregados.
Para evitar os constantes acidentes de trabalho é importante ter instrumentos
que auxiliam os empregadores nessa conjectura. Não sendo suficientes somente as
formas de administração de cada empresa, é fundamental o uso de dois programas
que são integrados entre si, sendo o objetivo principal de um deles resguardar a saúde
do trabalhador - PCMSO e do outro identificar precocemente os riscos a que cada
trabalhador está exposto - PPRA.
Com isso, ambos os programas são primordiais tanto para o funcionário quanto
para empresa, identificando assim o real risco que cada funcionário está exposto e
prevenindo ou diagnosticando as doenças relacionadas à função executada pelo
trabalhador.
Todavia, a presente pesquisa é relevante, para então alertar as organizações
que não fazem emprego destes programas, a começarem a elaborar os mesmos,
porque, com a elaboração dos programas as empresas lograrão benefícios com
relação à prevenção de riscos de acidente de trabalho.
Desta forma, o objetivo geral deste trabalho é identificar a importância para as
empresas de implantar o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e o Programa
de Controle Médico de Saúde Ocupacional e como objetivos específicos relatar sobre
as normas regulamentadoras do PPRA e do PCMSO; apresentar as características do
PPRA e do PCMSO e avaliar os benefícios que o PPRA e o PCMSO podem
proporcionar para as empresas.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Aspecto legal do PPRA e do PCMSO

No ano de 1972, o Ministério do Trabalho e Emprego começou o programa de


capacitação de especialistas e técnicos em saúde e segurança do trabalho, como tinha
sido publicada uma portaria fundamentada na recomendação nº 112 da OIT, de 1959,
que foi o primeiro instrumento internacional onde foram determinados de forma clara e
objetiva as funções, a empresa e os meios de ação dos serviços de medicina do
trabalho, servindo como base para as diretrizes de outras instituições pesquisa, onde a
portaria exigia as empresas a estabelecer serviços médicos para os empregados,
dependendo do tamanho e do risco da empresa (OCUPACIONAL 2013).
O MTE- Ministério do Trabalho e Emprego no ano de 1978 promulgou as
Normas Regulamentadoras (NR) relativas à segurança e à medicina do trabalho. Por
meio dessas Normas estabeleceu-se, conforme critérios de risco e quantitativo de
empregados das empresas, a obrigatoriedade de a empresa implantar serviços e
programas responsáveis pelas questões relativas a saúde e segurança no ambiente de
trabalho (OCUPACIONAL, 2013).
Dentre estas normas promulgadas existem duas importantes que visam à
segurança e a integridade da saúde do empregado dentro da organização. O PPRA-
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais NR-09 e o PCMSO- Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional NR-07 ( SALIBA, 2011).
A NR- 09 estabelece a obrigação, elaboração e realização de um programa de
higiene ocupacional – PPRA, por parte das empresas que possuem trabalhadores
como empregados. Até o surgimento da portaria n. 25, o controle dos riscos ambientais
na empresa era realizado sem planejamento, fragmentado, e apenas quando havia
perícias judiciais ou quando ocorria notificação do MTE (SALIBA, 2011).
Já a NR-7 estabelece que as empresas que admitam trabalhadores como
empregados, são obrigadas a adotar o Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional - PCMSO, com a finalidade de promover e preservar a saúde do conjunto
dos seus trabalhadores, assegurando a elaboração e efetiva implementação, cuidando
por sua eficácia, custeando todos os procedimentos sem ônus para o empregado,
recomendando o médico responsável pela sua execução, empregado ou não da
empresa (BRASIL, 2009e).
Esta norma inseriu uma visão coletiva nos procedimentos da inspeção do
trabalho na área da segurança e saúde destacando às questões sobre incidentes não
apenas sobre o sujeito, mas também sobre a coletividade de trabalhadores (MTE,
2013).

3. MATERIAL E MÉTODOS

Atendendo ao objetivo proposto, a pesquisa se classifica como básica de caráter


exploratório, bibliográfico e explicativo. Segundo Gil (1999, p.43), “pesquisas
exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo
aproximativo, acerca de determinado fato”. Para Selltiz (1974, p. 60), estudos
exploratórios:
Têm como principal objetivo a formulação de um problema de
investigação mais exato ou para a criação de hipóteses [...]
esclarecimento de conceitos; o estabelecimento de prioridades para
futuras pesquisas; a obtenção de informação sobre possibilidades
práticas de realização de pesquisas em situações de vida real [...].

A pesquisa bibliográfica, conforme Silva (2003, p. 60), “explica e discutem um


tema ou problema com base em referências teóricas já publicadas em livros, revistas,
periódicos, artigos científicos”. A principal vantagem da pesquisa bibliográfica para Gil
(1999, p. 65) 16 consiste, “no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama
de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”.
Por fim, a pesquisa explicativa preocupa-se em identificar os fatores que motivam ou
que colaboram para a ocorrência dos acontecimentos. Ou seja, este tipo de pesquisa
explica o porquê das coisas através dos resultados oferecidos. Segundo Gil (1999, p.
44), “são aquelas pesquisas que têm como preocupação central identificar os fatores
que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Este tipo de
pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o
porquê das coisas”.
O principal meio para obtenção das informações foram os livros, artigos
científicos, publicações periódicas e também em meios de comunicação e meios
informáticos como a internet.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Os Aspectos do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

O PPRA- Programa de Prevenção de Riscos Ambientais foi estabelecido pela


Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, do Ministério do Trabalho, Portaria
3214/78 por meio da Norma Regulamentadora NR-9 e é considerado em sua natureza
um programa de higiene ocupacional que deve ser implantado nas empresas
juntamente com um programa médico, o PCMSO (RAVADELLI, 2006).
Esse programa tem como característica principal estabelecer a necessidade de
medidas de prevenção quanto à saúde e integridade física do trabalhador antecipando
e reconhecendo a avaliação dos riscos ambientais que cada trabalhador está exposto
considerando a proteção do meio ambiente. Trata-se, contudo de um programa de
higiene ocupacional (SALIBA, 2011).
Todas as organizações a depender do quantitativo de empregados ou do grau
de risco que suas atividades representam, estão obrigadas a elaborar e implementar o
PPRA, que visa a prevenção e o controle da exposição ocupacional aos riscos
ambientais, isto é, a prevenção e o controle dos riscos químicos, físicos e biológicos
que estão presentes no ambiente de trabalho (RAVADELLI, 2006).
Conforme a NR-9, os agentes ambientais existentes no trabalho são os que, em
função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são
capazes de provocar danos à saúde do trabalhador. São eles, os agentes físicos: são
as diferentes formas de energia que o empregado está exposto, como ruídos, pressões
anormais, vibrações, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiação não
ionizante; agentes químicos: são as substâncias, compostos ou produtos que possam
penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas,
neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam
ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão; e
agentes biológicos: as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus entre
outros (BRASIL, 1978).

4.2 A estrutura e o desenvolvimento do PPRA

O PPRA deve ser elaborado dentro dos preceitos atuais de gestão, no qual o
empregador tem liberdade suficiente para, com responsabilidade, empregar um
conjunto de medidas e ações que forem importantes para promover a saúde e a
integridade física dos seus trabalhadores. A elaboração, implantação e avaliação do
PPRA podem ser feitas por qualquer pessoa, ou equipe de pessoas que, a critério do
empregador, sejam capazes de desenvolver o que estiver descrito na norma. Além
disso, compete à própria empresa estabelecer as estratégias e as metodologias que
serão empregadas para o desenvolvimento das ações, bem como a maneira de
registro, manutenção e divulgação dos dados gerados no desenvolvimento do
programa (RAVADELLI, 2006).
A NR-09 prevê que o PPRA deverá compreender no mínimo, a seguinte
estrutura: planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e
cronograma; estabelecimento de ações que priorizam a eliminação ou a redução dos
riscos que pode prejudicar à saúde nos ambientes de trabalho e o risco de acidentes.
Assim como, estratégia e metodologia de ação, a coleta de informações junto aos
empregados sobre seu local de trabalho e condições ou esforços que possam
prejudicar sua saúde (BRASIL, 1978).
Também estabelece que deva ter forma do registro, manutenção e divulgação
dos dados; é o que protege as informações obtidas durante o desenvolvimento do
PPRA, sendo que o registro pode ser realizado por meio de relatórios impressos ou de
maneira informatizada uma vez que, esses registros têm que ser guardados no período
de 20 anos. Determina também a periodicidade e forma de avaliação do
desenvolvimento do PPRA: deverá ser efetuada anualmente (BRASIL, 1978).
Conforme Saliba (2011) o PPRA no seu desenvolvimento será realizado com a
antecipação dos riscos ambientais, analisando novos projetos ou até mesmo
instalações com a finalidade de identificar os riscos e adotar medidas que os eliminem
ou diminuem; também será realizado o reconhecimento dos agentes ambientais para
identificar qualitativamente e quantitativamente os riscos em cada função de trabalho.
O PPRA deve determinar prioridades e metas de controle e implantação das
medidas de controle e avaliação de sua eficácia, onde serão observadas as medidas
necessárias para a prevenção dos riscos ocupacionais que podem afetar a segurança
e saúde dos trabalhadores.

4.3 A responsabilidade do empregador e do trabalhador perante o PPRA

No que se refere à responsabilidade do programa para o empregador e o


empregado, na visão de Saliba (2011), a responsabilidade de estabelecer, programar e
confirmar o cumprimento do PPRA, como programa usado constantemente na
organização é do empregador.
Continuando Saliba, (2011) relata que o empregador deverá assegurar que no
acontecimento de agentes nos lugares de trabalho que podem promover riscos para o
trabalhador, os mesmos podem parar suas atividades de imediato, informando assim o
ocorrido para o superior, para que possam ser tomadas as devidas providências.
A responsabilidade do trabalhador está associada à cooperação e participação
na realização e execução do PPRA, seguindo então as orientações recebidas nos
treinamentos e também colaborando com seu chefe transmitindo-lhe informações
quando forem identificadas por ele acontecimentos de riscos não identificadas pelo seu
superior, isso será realizado por meio de frequentes diálogos com seu líder (SALINBA,
2011).

4.4 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

A NR-07 da Portaria 3214/78 institui a obrigatoriedade da formulação do


PCMSO que representa programa médico que tem por finalidade a prevenção,
rastreamento e diagnóstico antecipado dos agravos à saúde referentes ao trabalho,
envolve também controles médicos de natureza individual e coletiva, em virtude de
características que são percebidas no âmbito dos trabalhadores, após estudo desses
controles, com os resultados, será realizado o emprego de ações preventivas de saúde
a fim de minimizar os riscos ocupacionais (FARIA, 2012).
O PCMSO é a prevenção e o reconhecimento antecipado dos problemas de
saúde relacionados ao trabalho, e o mesmo deve ser planejado e implantado com base
nas identificações de riscos à saúde de todos os empregados da empresa, sendo que
as medidas preventivas previstas no PCMSO devem contemplar o mapa de risco, o
PPRA e os planos de ações de saúde (SHERIQUE, 2004).
Todas as empresas, independente da quantidade de empregados ou do grau de
risco de sua atividade, ficam obrigadas a constituir e implementar o PCMSO, que deve
ser planejado e implantado fundamentado nos riscos à saúde dos trabalhadores,
especialmente os riscos que foram detectados nas avaliações previstas no PPRA. A lei
determina, ainda, o prazo e a periodicidade para a realização das avaliações clínicas,
assim como estabelece os critérios para a execução e interpretação dos exames
médicos complementares (RAVADELLI, 2006).
Cabe ao empregador a responsabilidade de implementar o PCMSO, conforme a
NR-07 e de indicar um médico dos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT para coordenar a realização do PCMSO,
ou se a empresa não for obrigada a manter um médico do trabalho, deverá o
empregador indicar um médico do trabalho, empregado ou não da empresa, para
coordenar o PCMSO ( BRASIL, 1978).
Para a realização do PCMSO, o mínimo é um estudo antecipado para
reconhecer dos riscos ocupacionais existentes na empresa, através de visitas aos
locais de trabalho, utilizando-se das informações compreendidas no PPRA.
Fundamentado no estudo, deve ser estabelecido um conjunto de exames clínicos e
complementares específicos para cada grupo de trabalhadores da empresa,
empregando conhecimentos científicos atualizados e em conformidade com a boa
prática médica (RAVADELLI, 2006).

4.4.1 Exames Médicos

O PCMSO deve executar obrigatoriamente exames médicos admissional,


periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função e demissional
compreendendo avaliação clínica, incluindo anamnese ocupacional, exame físico e
mental, além de exames complementares, para investigar o funcionamento de órgãos e
sistemas orgânicos, realizados conforme os termos específicos da NR 07 e seus
anexos (MTE, 2013).
O exame admissional deverá ser efetivado antes que o trabalhador assuma
suas funções sendo que o periódico deve ser realizado conforme intervalos mínimos
dependendo da idade do trabalhador, do risco que ele exerce sua função, ou segundo
orientação do Ministério do Trabalho ou se fizer parte de negociação coletiva do
trabalho.
No caso do retorno ao trabalho deve ser realizado impreterivelmente no primeiro
dia de trabalho do empregado que ficou ausente do trabalho por prazo superior a 30
dias em consequência de doença ou acidente do trabalho ou parto; na situação de
mudança de função quando ocorre a mudança do risco e o exame demissional quando
é obrigatório a sua realização desde que o último exame médico ocupacional tenha
sido feito há mais de 135 dias ou em alguns casos 90 dias (BRASIL, 1978).
A norma regulamentadora em questão estabelece que identificando qualquer
acontecimento ou agravamento de doenças ocupacionais, ou sendo identificadas
mudanças que revelem qualquer tipo de disfunção de órgão ou sistema biológico,
mesmo sem sintomas, competirá ao médico-coordenador ou encarregado solicitar à
empresa a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho -CAT; recomendar se
necessário, o afastamento do trabalhador da exposição ao risco, ou do trabalho;
direcionar o trabalhador para a Previdência Social para determinação do nexo causal,
avaliação de incapacidade e definição da conduta previdenciária em relação ao
trabalho; o empregador quanto à necessidade de adoção de medidas de controle no
ambiente de trabalho.
Avaliação clínica investiga as condições de saúde do candidato que a empresa
pretende contratar. Com a finalidade de avaliar se a condição de saúde esta conforme
as funções que o candidato realizará na empresa, bem como avaliar se a função irá
provocar alguma doença ou até mesmo piorar uma doença já existente (MIGALHAS,
2013). A mesma abrange os exames de anamnese ocupacional, exame físico e mental,
além de exames complementares.

4.5 O Custo Benefício que O PPRA E O PCMSO proporcionam para as Empresas

De acordo com Sivilan e Tonhá (2006) todas as pesquisas, inclusive as mais


pessimistas, que aborda a relação custo benefício de programas de prevenção de
doença e promoção de saúde e segurança no trabalho revelaram um retorno de no
mínimo de 20% sobre o capital investido. Todavia, verifica-se que outras pesquisas
mais otimistas, ratificam que para cada R$ 1,00 investido, pode economizar até R$
16,00.
O preço dos programas irá depender de cada organização verificando a
quantidade de funcionários e o grau de risco que a atividade oferece, obtendo-se assim
valores diferenciados para sua implantação.
Conforme Franz, (2006) o PPRA quando implantado traz as seguintes
vantagens intervenção de doenças ocupacionais e acidente de trabalho; promove
qualidade de vida dos seus colaboradores; previne indenizações trabalhistas; e previne
os dirigentes da empresa, como pessoa física, da sua responsabilidade criminal, bem
como a empresa de sua responsabilidade civil, no caso de ação judicial.
Conforme Ferreira, Teixeira e Landim (2007) o PCMSO referente aos seus
benefícios ira projetar uma imagem positiva de atenção e cuidado com a saúde do
trabalhador, fazendo com que a empresa adquira credibilidade e respeito em relação
aos trabalhadores, ao mercado de trabalho e aos órgãos estatais, entidades sindicais e
outras responsáveis pela fiscalização do cumprimento do PCMSO, prevenindo de
eventuais causas trabalhistas.

4.6 A importância do PPRA e do PCMSO para as empresas

A saúde e a segurança do trabalho são muito importantes para garantir a


dignidade da pessoa humana, sendo assim uma referência a ser conquistada, tendo no
trabalho a melhor maneira para alcançar tal objetivo. Contudo, torna-se impossível o
alcance dessa dignidade sem que no meio do trabalho haja total valorização do direito
à vida. A grande quantidade de pessoas afastadas do trabalho, sejam por acidentes ou
doenças ocupacionais, tem acontecido em paralelo ao crescente desenvolvimento
tecnológico do setor empresarial brasileiro. Percebe-se que com as novas tecnologias,
as novas atividades laborais desenvolvidas e as novas condições de trabalho, têm
surgido novas causas de afastamentos do trabalho (BAPTISTA et. al;2013).
A questão de saúde e segurança no trabalho dentro de uma empresa deve ser
tratada como uma estratégia de vida e permanência no mercado. Logo, a empresa
obterá mais facilmente, administrar e alcançar seus objetivos e conquistar uma boa
imagem junto aos clientes (BOIGUES et. al, 2006).
A verdadeira função da empresa é promover ao seu funcionário, condições que
facilitem e ofereçam proteção a sua integridade física na realização de suas atividades.
Dessa maneira, a empresa estará contribuindo diretamente, não somente para a
sociedade, mas para seu próprio bem estar econômico e financeiro (BOIGUES et.
al,2006).
A saúde e segurança representa um dos principais fundamentos para
preservação da força de trabalho apropriada. De modo geral, higiene e segurança do
trabalho compõem duas atividades relacionadas, no sentido de garantir condições
pessoais e materiais de trabalho capazes de preservar certo nível de saúde dos
empregados (CHIAVENATTO, 1994).
Para solucionar o problema da segurança e saúde no trabalho, é indispensável
a conscientização plena das organizações referente aos benefícios do investimento em
programas e processos que objetivam à diminuição ou eliminação dos riscos existentes
no trabalho (BOIGUES, 2006).
O principal ponto que deve ser respeitado, quando se fala em segurança no
trabalho é a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais que só será conseguida
se tiver o emprego de medidas de seguranças apropriadas, sendo estas medidas
aplicadas e respeitadas em equipe (CHIAVENATTO, 1994).
Desta forma, a eliminação ou a diminuição da exposição às condições de risco e
a melhoria dos ambientes de trabalho para preservar e proteger a saúde do trabalhador
é um desafio que transpõe o cenário de atuação dos serviços de saúde, requerendo
soluções técnicas, às vezes complexas e de alto custo. Em certas condições, medidas
simples e pouco dispendiosas podem ser realizadas com repercussões positivas e
protetoras para a saúde do trabalhador e o meio ambiente do trabalho (SALVADOR e
TONHÁ, 2006).
O PPRA e PCMSO podem ser tidos como instrumentos de segurança
preventivos a serem implantados pelas empresas, tendo como finalidade identificarem
antecipadamente os riscos que o ambiente de trabalho oferece para cada empregado,
tentando minimizar ou até mesmo excluir esses riscos (SALVADOR e TONHÁ, 2006).
Logo, a elaboração destes programas é de grande importância para a empresa,
por meio de sua implantação a empresa tem muitos benefícios como, à prevenção de
acidentes, prevenção de doenças ocupacionais, se antecipando assim, de prováveis
causas trabalhistas, por proporcionar a seu empregado um bom ambiente de trabalho e
estar cumprindo com a legislação vigente.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A segurança e a saúde do trabalhador tem-se tornado um fenômeno


preocupante para as empresas. A ausência da implementação dos princípios e
instrumentos de segurança e saúde no trabalho promove consequências negativas
para a população como um todo, à sociedade crescendo os dependentes da
previdência, às organizações com a perda da mão de obra e aos próprios empregados
acidentados prejudicando-os temporariamente.
Para solucionar a problemática de segurança e saúde no trabalho, é
imprescindível que as empresas se conscientizarem, em relação ao custo benefício da
utilização de programas que promovam uma redução ou até mesmo eliminação dos
riscos existentes nas atividades exercidas por seus funcionários. Desta forma, com o
emprego e implementação de tais programas, a empresa resolverá com mais facilidade
e agilidade o problema de segurança e saúde no trabalho.
O PPRA determinado pela NR 9 preconiza a prevenção da saúde e da
integridade de seus trabalhadores, investigando antecipadamente os riscos ambientais
que cada função oferece para os trabalhadores, já o PCMSO, regulamentado pela NR-
07, que determina a prevenção de doenças ocupacionais, rastreando e investigando
com antecedência as doenças que cada função oferece.
Os principais benefícios da implantação do PPRA e do PCMSO para as
empresas é prevenir a saúde e integridade física de seus trabalhares, colaborando-as
em ações trabalhistas por estarem sempre proporcionando condições adequadas de
trabalho, e assim prevenindo frequentes afastamentos de empregados devido a
doenças ocupacionais ou acidentes de trabalho, por identificar antecipadamente os
riscos oferecidos na função que cada empregado exerce.
Assim implantado os programas, com a identificação dos riscos oferecidos, a
empresa poderá tomar medidas para diminuir ou excluir tais riscos, agindo assim, a
empresa poderá assegurar um melhor desenvolvimento na produção e
consequentemente vai estar se antecipando de futuros problemas, além de estar em
conformidade com a legislação vigente.
Logo, é importante as empresas implantem tais programas, para garantir maior
segurança ao seu capital humano, evitando frequentes problemas devido aos
afastamentos devido a acidentes ou doenças ocupacionais e, evitando também ações
trabalhistas por não proporcionarem saúde e segurança a seus empregados.
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