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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO EM


ENFERMAGEM DO TRABALHO
HIGIENE E SEGURANÇA DO
TRABALHO
Sumário
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 4

1. SAÚDE OCUPACIONAL – CONCEITOS E OBJETIVOS ................................................. 5

2. MAPEAMENTO DOS RISCOS AMBIENTAIS ................................................................... 5

3. CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS NO AMBIENTE DE TRABALHO - RISCOS FÍSICOS .. 6

3.1 RUÍDO ............................................................................................................................. 6

3.2 VIBRAÇÃO...................................................................................................................... 7

3.3 RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE......................................................................................... 7

3.4 RADIAÇÃO IONIZANTE ................................................................................................. 8

3.5 FRIO ................................................................................................................................ 8

3.6 CALOR ............................................................................................................................ 9

3.7 PRESSÕES ANORMAIS ................................................................................................. 9

3.8 UMIDADE ...................................................................................................................... 10

4. CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS NO AMBIENTE DE TRABALHO - RISCOS QUÍMICOS


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5. CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS NO AMBIENTE DE TRABALHO - RISCOS


BIOLÓGICOS ...................................................................................................................... 11

6. CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS NO AMBIENTE DE TRABALHO - RISCOS DE


ACIDENTES ........................................................................................................................ 11

7. SEGURANÇA DO TRABALHO....................................................................................... 12

8. CONCEITO DE ACIDENTE DE TRABALHO .................................................................. 12

9. CAUSAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO ................................................................. 13

10. BIOTIPO E O TRABALHO ............................................................................................ 14

11. CONDIÇÕES INSEGURAS ........................................................................................... 15

12. COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO (CAT): DEFINIÇÃO,


PREENCHIMENTO E ENVIO JUNTO AO INSS .................................................................. 16

13. E-SOCIAL...................................................................................................................... 16

14. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVO (EPI-EPC): TIPOS,


UTILIZAÇÃO, ARMAZENAMENTO .................................................................................... 17

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15. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA): ORGANIZAÇÃO E
FUNCIONAMENTO ............................................................................................................. 18

16. PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA) ............................ 18

17. SINALIZAÇÃO (NR 26) ................................................................................................. 19

18. PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS (NR 23) ................................................................ 19

19. PREVENÇÃO DE ACIDENTES E AGRAVOS RELACIONADOS AO TRABALHO ...... 20

19.1 NOÇÕES DE BIOSSEGURANÇA: ESTRUTURA, ORGANIZAÇÃO, NORMAS E


ROTINAS ............................................................................................................................ 20

19.2 NORMAS DE BIOSEGURANÇA NO BRASIL............................................................. 21

20. CONTROLE DE POLUIÇÃO DO AR E ÁGUAS NOS LOCAIS DE TRABALHO .......... 22

20.1 POLUIÇÃO DA ÁGUA ................................................................................................ 22

20.2 POLUIÇÃO DO AR ..................................................................................................... 22

21. CONTROLE E TRATAMENTO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS ..................................... 23

21.1 ISO 14000 ................................................................................................................... 24

21. 2 NOÇÕES GERAIS DE ESTATÍSTICA ........................................................................ 24

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................. 25

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 26

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INTRODUÇÃO

Desde que as organizações passaram a contemplar áreas voltadas


exclusivamente para cuidar dos trabalhadores, com foco na saúde e segurança, abriu-
se uma oportunidade no mercado de trabalho para muitos profissionais com este
perfil, o de cuidado.
Ainda que a presença dos profissionais de saúde e segurança do trabalho
tenha uma obrigatoriedade por norma, muitas empresas buscam ir além da norma,
incluindo estas áreas em posições estratégicas do negócio.
Ao longo dos anos e com o aprimoramento dos trabalhos realizados por estes
profissionais, as organizações começaram a colher as vantagens de se investir em
saúde e segurança, muito além de somente evitar multas. E com isto o mercado de
trabalho cada vez mais vem buscando profissionais que tenham a paixão pelo cuidado
das pessoas e queiram contribuir para o sucesso de organização. Esta relação de
ganha-ganha é a oportunidade que não pode deixar de ser fomentada.
Esta disciplina de Higiene e Segurança do Trabalho tem como objetivo preparar
os profissionais que estão se especializando em Enfermagem do Trabalho para
atuarem muito além das rotinas de Saúde. Vão conhecer as principais interfaces que
terão com a área de Segurança do Trabalho e de que forma o papel da Enfermagem
do Trabalho pode contribuir com o cuidado ativo da saúde dos trabalhadores e na
prevenção de acidentes de trabalho.

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1. SAÚDE OCUPACIONAL – CONCEITOS E OBJETIVOS

A Saúde Ocupacional é um ramo da medicina que precisa ser considerado


dentro das organizações, independentemente do tamanho. Ela tem como objetivo a
prevenção de acidentes e doenças e problemas relacionados ao trabalho, que podem
ser tanto físicos como mentais, causados pela rotina e/ou ambientes laborais.
Para isso, são desenvolvidos mecanismos para proporcionar as condições
ideais de trabalho e assegurar a sanidade e qualidade de vida. Por exemplo: a
realização de exames admissionais e periódicos para avaliar o impacto do ambiente
de trabalho na saúde do trabalhador, campanhas de incentivo a prática de exercícios,
promoção de ginástica laboral, oferta de alimentação saudável e até mesmo oferecer
trabalhos de psicólogos, médicos dentro do ambiente de trabalho, para realização de
consultas etc. (UNIMED S.J. RIO PRETO, 2021).
A Legislação exige que as empresas tenham um programa para garantir a
saúde do trabalhador. Todas as empresas privadas ou públicas, com funcionários
registrados sob regime da CLT, devem possuir o PCMSO – Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional. Basicamente este deve ser elaborado por um médico
do trabalho (próprio ou contratado) e exige que a organização realize exames médicos
no ato da contratação, periódico, retorno ao trabalho após afastamento (gestação,
acidente etc.), na mudança de função e na demissão.

2. MAPEAMENTO DOS RISCOS AMBIENTAIS

Independente do ramo de atuação da organização, para preservar a saúde e


segurança é importante conhecer os riscos dos ambientes de trabalho. Ao conhecer
os riscos será possível estimar quais são mais críticos, planejar ações para que estes
sejam controlados e, consequentemente, evitar acidentes ou doenças ocupacionais.
Este processo é o chamado de “mapeamento dos riscos ambientais”.
Os Riscos Ambientais são classificados nas seguintes categorias: Físicos,
Químicos, Biológicos, Acidentes ou mecânicos e Ergonômicos.
A Higiene Ocupacional é uma ciência responsável pelo mapeamento dos riscos
ambientais.

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Segundo SGS Group (2021), a Higiene Ocupacional tem como finalidade
antecipar, reconhecer, avaliar e controlar os riscos ocupacionais nos ambientes de
trabalho. Essas ações são relacionadas à redução dos riscos e prevenção de doenças
ocupacionais causadas por agente ambientais. Os agentes mapeados pela Higiene
são:
• Físicos: Gerados por equipamentos ou condições físicas do ambiente de trabalho.
(ex: calor, frio, radiações, ruídos etc.);
• Químicos: Provenientes de substâncias químicas em seu estado líquido, sólido
ou gasoso. (ex: poeira, gases, vapores, etc);
• Biológicos: Causados por microrganismos capazes de provocar doenças, (ex:
bactérias, fungos, vírus etc).

Os agentes ambientais estudados pela Higiene Ocupacional não são os únicos


existentes nos ambientes de trabalho. Temos também os agentes de riscos
ergonômicos e de acidentes, que são estudados por normas específicas e
gerenciados pela Segurança do Trabalho.

3. CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS NO AMBIENTE DE TRABALHO -


RISCOS FÍSICOS

São chamados de riscos ambientais todos aqueles que podem colocar em risco
a saúde do trabalhador durante a sua jornada.
Os riscos físicos são aqueles provocados por algum tipo de energia no
ambiente e que interage com o trabalhador.
São exemplos de riscos físicos: ruído, calor, frio, vibração, pressões anormais,
radiação ionizante e não ionizante e umidade.

3.1 RUÍDO

A palavra ruído no senso comum significa som, poluição sonora, barulho. Tem
uma conotação negativa, não desejada ou desagradável.

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O ruído pode estar presente nos ambientes de trabalho, com possibilidade de
também gerar uma situação desagradável, de desconforto e, até mesmo afetar a
saúde do trabalhador. Justamente por isso, o ruído é considerado um risco. O
principal dano à saúde é o de perda auditiva.
Quando a avaliação ultrapassar o Limite de Tolerância as ações de proteção
são obrigatórias, incluindo medidas de atenuação como protetor auditivo (EPI) ou
isolamento acústico (EPC). E ainda se faz necessário implantar o PCA – Programa de
Conservação Auditiva. (SST ONLINE, 2021).

3.2 VIBRAÇÃO

A vibração consiste em qualquer movimento que o corpo executa em torno de


um ponto fixo, podendo ser regular ou irregular, transmitida por intermédio das partes
do corpo que entram em contato direto com a fonte, geralmente as mãos, os braços e
os pés.
A vibração, encontrada em postos de trabalho, máquinas e equipamentos
portáteis e que pode comprometer o desempenho, a segurança e a saúde do
trabalhador.
Ela pode ser transmitida ao corpo inteiro ou a partes dele. (MUNDO
HUSQVARNA, 2021).
O corpo humano reage às vibrações de diferentes maneiras. A exposição
ocupacional continuada das vibrações pode causar efeitos diretos sobre o corpo, tais
como: perda do equilíbrio e falta de concentração, desordens gastrointestinais,
síndrome dos dedos brancos ou doença de Raynaud, causada pelo espasmo das
artérias digitais, que limita o fluxo sanguíneo nos dedos, sendo que, em casos
extremos, pode causar danos permanentes ou gangrena. (MUNDO HUSQVARNA,
2021).

3.3 RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE

A radiação não ionizante é uma modalidade de radiação de baixa frequência e


baixa energia, mas que ainda assim exige medidas de controle, pois tem a capacidade
de quebrar moléculas e ligações químicas, causando danos à saúde.
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Este tipo de radiação pode ser proveniente de fontes naturais (como os raios
ultravioleta emitidos pelo sol) e artificiais (dispositivos emissores de radiofrequência,
micro-ondas, equipamentos de laser, dentre outros). (SST ON LINE, 2021)
A radiação não ionizante atua de forma lenta no organismo e os efeitos
dependem da intensidade/concentração que o corpo foi exposto.
Todos nós somos expostos a radiação não ionizantes, sejam elas por meio de
fontes naturais ou produzidas pelo homem.
A reação mais comum da pele após exposição aos raios solares é o eritema,
também chamado de queimadura solar. A pele e os olhos são as principais áreas de
risco à saúde decorrentes da exposição à radiação. (INCA, 2021)
Para a exposição às fontes artificiais, as consequências são diversas e podem
variar de acordo com a atividade que expõe o trabalhador ao risco, tais como;
vermelhidão, inchaço e hemorragias oculares, danos ao sistema nervoso central,
dentre outras. (SST ON LINE, 2021)

3.4 RADIAÇÃO IONIZANTE

As radiações ionizantes e as tecnologias delas derivadas, possuem múltiplas


aplicações profissionais, sobretudo na área da saúde, nos estudos científicos e nas
indústrias.
Na medicina temos o emprego do raio-X, tomografia computadorizada,
tratamento por radioterapia.
Nas indústrias a radiação ionizante está presente em atividades de medição de
níveis, espessuras, como radiografia de peças metálicas por exemplo.
Os efeitos à saúde causados pelas radiações ionizantes são: náuseas,
fraqueza, perda de cabelo, queimaduras na pele ou diminuição da função orgânica e
como efeito crónico alterações no DNA. (INCA, 2021)

3.5 FRIO

O frio é a percepção da temperatura do ambiente, quando está abaixo da


temperatura do corpo humano, ou quando o corpo perde calor rapidamente.

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Na grande maioria, o frio está presente em locais resfriados artificialmente, tais
como: frigoríficos, câmaras e caminhões frigoríficos e ambientes onde o frio pode estar
presente de forma natural: agricultura, pesca, construção civil, etc.
O principal dano à saúde é a hipotermia, que ocorre de imediato quando o
trabalhador fica exposto ao frio sem a devida proteção.

3.6 CALOR

Os efeitos da sobrecarga térmica (ou estresse térmico), que um trabalhador


está submetido em uma área de trabalho quente, dependem de fatores ambientais e
de características individuais do trabalhador, tais como idade, peso e,
condicionamento físico, especialmente do aparelho cardiocirculatório. (EHS
SEGURANÇA, 2021)
As ocupações com maior risco de exposição ao calor incluem os cozinheiros,
padeiros, fundidores de metais, fabricantes de vidros, mineiros, entre outros. Os riscos
aumentam com a umidade elevada, que diminui o efeito refrescante da sudorese, e
com o esforço físico prolongado, que aumenta a quantidade de calor produzido pelos
músculos. (EHS SEGURANÇA, 2021)
Os principais danos à saúde são: a desidratação, cãibras, erupções na pele e
fraqueza.

3.7 PRESSÕES ANORMAIS

As pressões anormais estão presentes nos trabalhos sob condições de alta


pressão (condições hiperbáricas), como os de trabalhadores de minas, construção
civil com túneis pressurizados ou submerso (mergulho), etc.
Os efeitos à saúde das pressões anormais podem ser graves, tais como:
doença descompressiva, muito conhecida pelos mergulhadores. Ocorre quando
sangue literalmente borbulha quando no retorno à superfície.

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3.8 UMIDADE

A umidade pode ser definida como a quantidade de vapor de água presente na


atmosfera.
A umidade pode ser benéfica ou maléfica para nosso corpo, tudo dependerá
de como ela está presente no ambiente em maior ou menor quantidade e de como
nos expomos a ela. (SEGURANÇA DO TRABALHO NWN, 2021)
Um dos efeitos mais comuns gerados pela umidade são doenças de pele, tais
como: frieiras, dermatites.

4. CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS NO AMBIENTE DE TRABALHO -


RISCOS QUÍMICOS

Os agentes de riscos químicos são substâncias, compostos, produtos que, ao


penetrar no organismo dos trabalhadores pelas vias respiratórias, pele ou ingestão,
podem ocasionar danos à saúde. Tais danos podem ser: irritações na pele, olhos,
queimaduras químicas, asfixia, lesões nos pulmões e no sistema nervoso central etc.
Os compostos químicos podem causar uma infinidade de males ao organismo,
dependendo do quão agressivo é o agente, a frequência, o tempo de exposição e
forma de manuseio. (EHS SEGURANÇA, 2021)
Os produtos químicos, dependendo do seu estado físico (sólido, líquido ou
gasoso) e forma como podem penetrar no organismo, podem ser classificados como:

• Aerodispersóides: o agente que se desprende e vai para o ar. Se um agente não


se dispersa no ar, não existe exposição ocupacional pela via respiratória. São
partículas sólidas ou líquidas. No estado sólido temos fumos, poeiras, fibras e
líquidos temos névoas e neblinas. (ANALÝTICS BRASIL, 2021)
• Gases e vapores: estão no estado gasoso no ar. Pelas características de funções
químicas são: orgânicos, ácidos, alcalinos, inertes.
Ficha de Informação de Segurança do Produto Químico: É o documento que
contém todas as informações importantes sobre o produto químico, composição, seus

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riscos, medidas de controles (quais EPIs são adequados), ações a serem tomadas
em caso de contato acidental (1º socorros), cuidados no armazenamento, manuseio
e transporte.
Todo fabricante de produto químico deve elaborar a FISPQ para cada produto.
É um documento obrigatório para a comercialização.

5. CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS NO AMBIENTE DE TRABALHO -


RISCOS BIOLÓGICOS

Risco biológico é quando há exposição do trabalhador a algum organismo vivo.


Este organismo vivo, pode causar inúmeras doenças no corpo humano. São
exemplos: vírus, bactérias, bacilos, protozoários, fungos, parasitas etc.
As principais atividades que expõem os trabalhadores a riscos biológicos são
aquelas na área da saúde (clínicas, hospitais, laboratórios etc.), coleta de lixo urbano
e tratamento de resíduos (reciclagem, por exemplo), fabricação de vacinas,
laboratórios que manipulam organismos vivos, contato com animais em abatedouros
etc.
A Norma Regulamentadora NR 32 detalha os riscos biológicos e os classifica
em níveis de exposição de 1 a 4, considerando 3 fatores: risco individual, risco de
propagação à coletividade e profilaxia/tratamento eficaz.

6. CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS NO AMBIENTE DE TRABALHO -


RISCOS DE ACIDENTES

Em um ambiente de trabalho facilmente podem surgir situações que ofereçam


riscos de acidentes. A categoria de risco de acidente também pode ser chamada de
risco mecânico. Resultam de condições existentes no local de trabalho, tais como:
arranjo físico inadequado; máquinas e equipamentos sem proteção; ferramentas
inadequadas ou defeituosas; iluminação inadequada; trabalhos com eletricidade;
manuseio de substâncias perigosas, que podem ocasionar incêndio ou explosão;
armazenamento inadequado; animais peçonhentos.

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É um tipo de risco que demanda uma avaliação constante, pois a qualquer
momento uma situação pode ser modificada e um risco pode ser criado ou modificado.
Por esta complexidade é que existem normas regulamentadoras para
atividades e riscos específicos, detalhando as medidas de controle obrigatórias, para
mitigar/impedir acidentes.

7. SEGURANÇA DO TRABALHO

Segurança do Trabalho é um conjunto de práticas de prevenção para proteger


o colaborador de riscos ocupacionais e acidentes de trabalho, proporcionando um
ambiente laboral saudável, a fim de que tenha condições de executar suas tarefas da
melhor forma possível.
É composto por diversas atividades, normas, programas e legislações
nacionais. (METADADOS, 2021)
Entre as suas atribuições, estes profissionais executam levantamentos
técnicos, analisam a exposição dos trabalhadores no seu ambiente laboral,
reconhecendo os riscos que possam ocasionar um acidente de trabalho ou levar a
uma doença ocupacional e desenharão ações para prevenir acidentes e para
maximizar a qualidade de vida entre os colaboradores. (METADADOS, 2021)
Todas as empresas devem fazer cumprir as normas de segurança do trabalho
aplicáveis. Em algumas organizações, considerando o tipo de atividade e número de
funcionários, a legislação brasileira torna obrigatório ter profissionais da área de saúde
e segurança do trabalho. Estes irão compor o SESMT – Serviço Especializado de
Segurança e Medicina do Trabalho da organização.

8. CONCEITO DE ACIDENTE DE TRABALHO

Acidente de trabalho é o evento que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço


de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados
(produtor rural, arrendatário rural; pescador artesanal), provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho. (PROTEÇÃO, 2021)

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Além dos atos acidentais, a lei também classifica como acidente de trabalho as
doenças ocupacionais, que acontecem em decorrência a exposição contínua do
trabalhador aos fatores de risco, que podem ser: físicos, químicos e outros.
(ONSAFETY, 2021)
Segundo a Constituição Federal, o segurado que sofreu o acidente, possui
direito, primeiramente ao Auxílio-doença acidentário, que é um benefício pecuniário
pago pelo INSS, após 15 dias de afastamento (em caso de afastamento que dure mais
do que 15 dias), após o fim desse auxílio, o empregado possui direito a um ano de
estabilidade no emprego.
É importante destacar que os períodos destinados ao almoço, ao descanso e a
outras necessidades fisiológicas, também são considerados como período em que o
funcionário está em exercício do trabalho. (ONSAFETY, 2021)
Já o acidente de trajeto é aquele sofrido pelo trabalhador no percurso da
residência para o local de trabalho e vice-versa. Pode ser por meio de transporte
público ou veículo próprio. Está previsto no Artigo 21, inciso “IV”, letra d, da Lei
8.213/91. Neste mesmo artigo o acidente de trajeto é equiparado ao acidente de
trabalho, assegurando ao trabalhador os mesmos direitos que o acidente típico.
(ONSAFETY, 2021)

9. CAUSAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO

Todo acidente, seja patrimonial, pessoal, ambiental, possuem causas e estas


muitas vezes são multifatoriais. O mais importante é entender que não existe
fatalidade quando se trata de acidente.
Uma das funções dos profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho é
garantir que os acidentes sejam investigados e suas causas identificadas.
Existem diversas teorias para nortear a identificação das causas dos acidentes.
Neste material abordaremos a Teoria do Queijo Suíço de James Reason, que se
tornou muito utilizada para análise de erros e incidentes. (PORTAL ABPG, 2021)
James Reason, psicólogo britânico especialista em comportamento humano
definiu o modelo do queijo para explicar os riscos atrelados aos processos que podem
ocasionar um acidente. (PORTAL ABPG, 2021)

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O modelo propõe que todo perigo possui barreiras e salvaguardas. E cada
barreira possui fragilidades (furos do queijo). Estas fragilidades são inconstantes.
Quando os buracos estão alinhados, o perigo gera o dano, que pode ser pessoal,
ambiental etc. (PORTAL ABPG, 2021)
Quando ocorre um acidente é importante entender como e por que as barreiras
falharam.
Esta teoria chama a atenção para a necessidade de se ter barreiras mais
robustas, efetivas. (PORTAL ABPG, 2021)

Reason trouxe algumas percepções:


• Os acidentes geralmente são causados pela coincidência, ou convergência, de
múltiplos fatores;
• Os fatores podem variar de atos individuais a erros organizacionais, ou sistêmicos;
• As falhas que podem contribuir para um evento catastrófico não têm impacto
significativo quando ocorrem isoladamente;
• Os seres humanos são propensos a erros operacionais e por isso requerem
sistemas adequadamente projetados para mitigar esses riscos;
• Muitos fatores contribuintes para um acidente ficam latentes, ou seja, às vezes
eles estão alinhados, mas ficam inativos, esperando o gatilho que os fará serem
acionados a qualquer momento. (BLOG DA QUALIDADE, 2021)

10. BIOTIPO E O TRABALHO

Na gestão de saúde e segurança, a prevenção de acidentes e doenças


ocupacionais precisam também observar as orientações voltadas para as questões
ergonômicas, que não só tem influência na prevenção dos acidentes e doenças, como
também na melhoria do bem-estar no ambiente de trabalho.
A Ergonomia objetiva modifica os sistemas de trabalho para adequar a
atividade nele existente às características, habilidades e limitações das pessoas com
vistas ao seu desempenho eficiente, confortável e seguro. (ERGONOMIA - UFPR,
2021)
A ergonomia divide-se nas áreas: cognitiva e física. A cognitiva trata da carga
mental do trabalho. Já a ergonomia física trata do estudo do corpo humano e suas
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características antropométricas. A Ergonomia física (Antropometria), mais
especificamente o estudo do corpo - antropometria junto ao ambiente de trabalho e
seus riscos.
A Antropometria trata das medidas físicas do corpo humano. Todas as
populações humanas são compostas por indivíduos de diferentes tipos físicos, ou
biotipos.
A intenção é classificar biotipos e, a partir deles, dimensionar equipamentos,
máquinas e ferramentas de trabalho. Dessa forma, encontram-se equipamentos que
se adaptam às capacidades do ser humano de operá-los, levando em conta fatores
fisiológicos e psicológicos. (BEECORP, 2021)
As medidas do corpo humano podem mudar muito de uma pessoa para outra.
Estas medidas são influenciadas pela raça, idade, peso, sexo altura, estilo de vida etc.
Os estudos sobre antropometria chegaram a 3 biotipos: Ectomorfo,
Mesomorfo e Endomorfo. (PROEDU, 2013)

11. CONDIÇÕES INSEGURAS

As Condições Inseguras são aquelas situações presentes no ambiente de


trabalho e que colocam em risco a integridade física e/ou a saúde das pessoas. São
os defeitos, falhas, irregularidades técnicas e falta de recursos de segurança.
Acontece sem a interferência do trabalhador, pois ele está vulnerável a essas
condições.
Alguns exemplos: máquinas e equipamentos sem as devidas proteções, falta
de treinamento e de informações dos funcionários, instalações elétricas defeituosas,
fios e cabos desencapados, ausência de sinalizações de riscos etc. (SEGURANÇA
TEM FUTURO, 2021)
A busca pela redução de riscos, de uma forma geral, sempre foi uma das
maiores missões dos profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho. O desafio de
se ter ações efetivas para que o risco não volte a aparecer fez surgir o conceito de
hierarquia de controle de riscos.
Este conceito basicamente remete que, para que um risco não volte a aparecer
as ações mais efetivas são aquelas que seguem a priorização abaixo: começando
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pela mais efetiva para a menos efetiva: eliminação, redução, controle ou engenharia,
administração, Equipamento de Proteção Individual (EPI). (ERPLAN, 2021)

12. COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO (CAT):


DEFINIÇÃO, PREENCHIMENTO E ENVIO JUNTO AO INSS

A sigla CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho é um documento criado


pela Previdência Social para que as empresas informem quando na ocorrência de um
acidente de trabalho, acidente de trajeto ou doença ocupacional. Tem caráter
informativo e está previsto no Art. 22 da Lei 8.213/91 e no Art.169 da CLT. (CHC
ADVOCACIA, 2021)
A CAT deve ser emitida em até 1 dia útil da ocorrência do acidente (típico ou
de trajeto) ou doença ocupacional. Em caso de óbito a comunicação deve ser feita de
imediato ao tomar conhecimento da morte.
Para os casos de doença ocupacional o prazo é válido a partir do momento em
que se inicia a incapacidade laborativa, ou do dia do afastamento, no caso de
enfermidade contagiosa ou incapacidade total ou do dia da realização do diagnóstico.
(CHC ADVOCACIA, 2021)
Desde junho de 2021 passa a ser obrigatório o envio da CAT através do e-
social, conforme portaria SEPRT 4334 DE 2021 para as empresas do 1º grupo de
envio de eventos.
Os dados de preenchimento na plataforma do e-social são iguais aos para
preenchimento no site da Previdência. (METADADOS, 2021)

13. E-SOCIAL

O e-social surgiu para centralizar as informações das empresas, facilitando a


vida dos empregadores, empregados e do governo.
É um sistema de escrituração digital que tem como objetivo integrar as
informações de origem fiscal, trabalhista e previdenciária e algumas rotinas de
trabalho de processos gerenciais, tais como recursos humanos, financeiro, custos,
etc.
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Além da integração das informações, o e-social traz alguns outros benefícios,
tais como: evitar sonegação de impostos, informações mais precisas e garantir que
os trabalhadores recebam seus direitos trabalhistas.
Os eventos de Saúde e Segurança do Trabalho a serem reportados são: S-
2210 – Comunicação de Acidente de Trabalho, S-2220 – Monitoramento da Saúde do
Trabalhador, S-2240 – Condições Ambientais do Trabalho. (ON SAFETY, 2021)

14. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVO


(EPI-EPC): TIPOS, UTILIZAÇÃO, ARMAZENAMENTO

Os EPC’s são utilizados nos ambientes onde ocorrem os trabalhos e tem como
função proteger todos os trabalhadores expostos a um determinado risco.
Os EPI’s são materiais disponibilizados para cada trabalhador individualmente.
Uma vez entregues, serão de responsabilidade de cada indivíduo tanto seu uso
correto, como manutenção, solicitações de trocas ou reparos.
Tanto os EPIs como EPC’s são necessários quando não é possível tomar
medidas que permitam eliminar completamente os riscos do ambiente. Isso quer dizer
que, mesmo após todos os EPC’s e EPI’s serem executados, os trabalhadores ainda
estarão submetidos ao perigo, pois não foi viável eliminá-los.
A definição de qual equipamento utilizar deverá levar em conta a Hierarquia de
Controle de Riscos. Neste caso o EPC deverá ser priorizado em relação ao EPI.
São exemplos de EPIs: capacete, balaclava, capuz, óculos de segurança,
protetor auditivo, protetor facial, luvas, mangotes, calçados, botas, avental, macacões,
respiradores, etc.
São exemplos de EPCs: linha de vida, guarda-corpo, exaustores, sirenes,
capelas, placas, cones, chuveiro e lava-olhos de emergência etc. (THIAGO AQUINES,
2021)

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15. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA):
ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO

CIPA é uma comissão formada por empregados da empresa para trabalhar em


busca de saúde e segurança do trabalho. O foco da comissão é: prevenir acidentes e
doenças ocupacionais, controle dos riscos, fiscalizar a organização quanto ao
cumprimento legal.
A CIPA é formada por trabalhadores representantes do empregador e
representantes dos empregados.
Os membros da CIPA através de reuniões mensais debatem os problemas de
segurança do trabalho que foram encontrados na empresa e buscam soluções
diretamente com o empregador e com o setor de segurança do trabalho da empresa
(se houver). (SEGURANÇA DO TRABALHO, NWN, 2021)

16. PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA)

É programa exigido pela Norma Regulamentadora NR 9 e tem como principal


objetivo estabelecer ações que garantam a preservação da saúde e segurança dos
trabalhadores, considerando os riscos que possam estar presentes nos ambientes de
trabalho.
Os riscos que são avaliados sob a ótica do PPRA são os riscos físicos, químicos
e biológicos. Os riscos de acidentes e ergonômicos não estão presentes neste
programa.
Toda empresa, seja ela pública ou privada, que tenha trabalhadores registrados
sob regime da CLT, independentemente do número de funcionários e ramo de
atividade, devem ter PPRA. (GESTÃO DE SEGURANÇA PRIVADA, 2021)

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17. SINALIZAÇÃO (NR 26)

A sinalização utiliza de cores, frases e pictogramas para divulgar uma


mensagem. Para evitar conflitos e confusões de informações, a NR 26 estabeleceu
padrões:
• Vermelho: para distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de proteção e
combate a incêndio e botões de parada obrigatória, botões de emergência em
máquinas.
• Amarelo: deverá ser empregado para indicar cuidado. Usado para sinalizar locais
onde as pessoas possam bater, contra tropeçar, etc.
• Branco: passarelas e corredores de circulação, por meio de faixas, direção e
circulação, localização e coletores de resíduos, localização de bebedouros, áreas
em torno dos equipamentos de socorro de urgência.
• Verde: cor da segurança e deve ser utilizado para caixas de equipamento de
socorro de urgência, caixas contendo máscaras contra gases, chuveiros de
segurança, macas, lava-olhos, etc.
• Laranja: partes móveis de máquinas e equipamentos, partes internas das guardas
de máquinas que possam ser removidas ou abertas. (REVISTA CIPA, 2021)

Quando o assunto é sinalização de produtos químicos a legislação brasileira


passou a adotar o padrão internacional – GHS “Sistema Harmonizado Globalmente”.
O GHS é uma espécie de mecanismo adotado por várias legislações
internacionais para identificar se um produto é perigoso ou não à segurança e saúde
dos trabalhadores. (IUS NATURA, 2021)

18. PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS (NR 23)

Entre as normas regulamentadoras que dão diretrizes específicas sobre como


trabalhar com segurança, existe uma que ajuda a proteger contra incêndios e evitar
tragédias com fogo, que é a NR 23.

19
A NR 23 traz orientações específicas de proteção contra incêndios. Ela tem por
objetivo guiar as empresas com respeito ao que elas precisam fazer, quais tipos de
instalações realizar e melhores práticas de trabalho para prevenir ou conter situações
de fogo. (SIENGE, 2021)

19. PREVENÇÃO DE ACIDENTES E AGRAVOS RELACIONADOS


AO TRABALHO

Os trabalhadores compartilham os perfis de adoecimento e morte da população


em geral, em função de sua idade, gênero, grupo social ou inserção em um grupo
específico de risco. Além disso, os trabalhadores podem adoecer ou morrer por
causas relacionadas ao trabalho, como consequência da profissão que exercem ou
exerceram, ou pelas condições adversas em que seu trabalho é ou foi realizado. (FIO
CRUZ, 2021)
Muitos acreditam que doença profissional e doença do trabalho são a mesma
coisa, entretanto não são. A doença do trabalho está relacionada ao ambiente de
profissional, já doença profissional é desencadeada pela atividade profissional e seus
riscos. (OKUP, 2021)
Os recursos e instrumentos para investigação das relações de saúde – trabalho
– doença devem considerar os relatos dos trabalhadores, tanto individual como
coletivo.
Importante também considerar para o diagnóstico correto do dano uma
anamnese ocupacional, que faz parte da entrevista médica. (FIO CRUZ, 2021)

19.1 NOÇÕES DE BIOSSEGURANÇA: ESTRUTURA, ORGANIZAÇÃO, NORMAS


E ROTINAS

A biossegurança é um conjunto de medidas que busca reduzir os riscos


inerentes a uma determinada atividade. Essa área de conhecimento é definida pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como: “condição de segurança
alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou

20
eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana,
animal e o meio ambiente”.
Esses riscos não são apenas aqueles que afetam o profissional que
desempenha uma função, mas também, aqueles que podem causar danos ao meio
ambiente e à saúde das pessoas. Dessa forma, se tratando dos profissionais da
saúde, a biossegurança tem a preocupação com as instalações laboratoriais, as boas
práticas em laboratório, os agentes biológicos aos quais o trabalhador está exposto e,
até mesmo, a qualificação da equipe de trabalho.
A biossegurança é indispensável, pois, nesses laboratórios, há uma frequente
exposição a agentes patogênicos, além de riscos físicos e químicos. A questão
fundamental, portanto, é garantir que qualquer procedimento científico seja seguro. (I
FOPE, 2021)

19.2 NORMAS DE BIOSEGURANÇA NO BRASIL

No Brasil, a regulamentação sobre os temas de biossegurança está presente


na legislação como uma maneira de destacar a importância de manter a vida e
promover mais segurança em qualquer tipo de atividade, além de direcionar
competências e normatizações, como disposto na Lei de Biossegurança 11.105 de 24
de março de 2015.
Essa lei trata sobre os riscos relativos às técnicas de manipulação de
organismos que foram geneticamente modificados, como os alimentos transgênicos,
assim como a segurança em diversos ambientes de trabalho como hospitais,
indústrias, laboratórios, hemocentros, centros de pesquisa e universidades. (I FOPE,
2021)
Além da Lei de Biossegurança, existem também a Norma Regulamentadora
NR 32, que trata de Segurança nas atividades dos Serviços de Saúde.
Neste módulo serão abordados especificamente os tópicos da NR 32, tais
como: higienização corporal, com atenção especial às mãos; higienização do
ambiente; vacinação; descarte de resíduos; equipamentos de segurança;
procedimentos operacionais padrão; conscientização dos profissionais. (BLOG
RADCARE, 2021)

21
20. CONTROLE DE POLUIÇÃO DO AR E ÁGUAS NOS LOCAIS DE
TRABALHO

Poluição é a degradação do meio ambiente gerada pelo lançamento de


substâncias. Além dos danos ao meio ambiente, podem afetar também a saúde e
bem-estar dos seres humanos, problemas econômicos por atividades que são diretas
ou indiretamente atingidas pelo dano ambiental.
Existem diversas formas de poluição, do ar, hídrica, sonora, entre outras. Neste
módulo serão abordadas as poluições da água e ar nos locais de trabalho.

20.1 POLUIÇÃO DA ÁGUA

A poluição da água ocorre pela presença de substâncias nas águas que


causam contaminação de corpos hídricos e prejuízos aos seres vivos. São exemplos
destas substâncias: agrotóxicos, rejeitos (efluentes) indústrias, esgoto doméstico não
tratado, lixões a céu aberto que podem gerar chorume e atingir lençol freático etc. Tais
substâncias podem desde eliminar o oxigênio da água, prejudicando a vida aquática,
como esgoto doméstico gerar doenças na população em geral.
Outro problema relacionado à poluição da água é que também pode afetar o
solo e lençóis freáticos. (CONFOR, 2019)
Toda água consumida por atividades domésticas e econômicas devem passar
por tratamento antes de retornar para o meio ambiente. É obrigação da fonte geradora
tratar e controlar os parâmetros da água antes de lançá-la em corpo hídrico.
É muito comum nas empresas com atividades potencialmente poluidoras a
existência de estações de tratamento de efluentes, com acompanhamento periódico
da qualidade da água tratada. Estes dados são essenciais para emissão e renovação
de licença de operação, alvarás etc. (CONFOR, 2019)

20.2 POLUIÇÃO DO AR

Diversos problemas de saúde são gerados pela poluição do ar, desde


problemas respiratórios, irritação na visão, alergias etc. Além destes, o aumento das

22
atividades industriais tem impacto na poluição do ar e podem ainda gerar mudanças
climáticas, redução na camada de ozônio, e efeito estufa.
As fontes de poluição podem ser: fixas, chaminés, fornos, caldeiras de
indústrias e veículos movidos a combustão. (CONFOR, 2019)
Todos estes aspectos devem ser observados pelas atividades potencialmente
poluidoras, pois fazem parte de condicionantes para renovação de licença ambiental,
além de multas pelo não cumprimento.

21. CONTROLE E TRATAMENTO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS

Resíduo industrial é toda “sobra” da produção industrial que não pode ser
descartada sem controle e exige um método específico para sua eliminação. Isto
porque, uma vez que os resíduos são originados de processos industriais, sua
composição é mista e, muitos deles, podem ser perigosos, trazendo consequências
negativas não só para o meio ambiente, mas também para a saúde pública.
No Brasil, para classificar os resíduos, adota-se a NBR 10.004, que os divide
da seguinte forma: Classe I (perigosos); Classe II A (não inertes); Classe II B
(inertes). (TERRA AMBIENTAL 2016)
Desta forma pode-se observar a importância da separação adequada dos
resíduos no momento da sua geração, no transporte. Resíduos perigosos quando
misturados a não perigosos podem contaminá-los, passando ambos a serem
classificados como perigosos, gerando maior volume para tratamento adequado.
As atividades relacionadas aos serviços de saúde, pelo potencial impacto, tanto
para o meio ambiente como para o ser humano, têm uma legislação específica para
tratar dos resíduos gerados.
Para entendimento de qual resíduo é considerado como resíduo de serviço de
saúde, a ANVISA enquadrou as atividades abaixo como potenciais geradoras de tais
resíduos, através das legislações RDC 222 de 2018 da ANVISA e a Resolução
CONAMA 358 de 2005: serviços relacionados com o atendimento à saúde humana
ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo;
laboratórios analíticos de produtos para a saúde; necrotérios; etc. (VG RESÍDUOS,
2017)

23
Todos os empreendimentos que se enquadram nas atividades acima precisam
ter um gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde e ter elaborado um PGRSS
– Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde.

21.1 ISO 14000

A série de normas ISO 14000 editada pelo organismo ISO (International


Organization for Standardization) são normas que apresentam diretrizes para
implementação de um sistema de gestão ambiental em qualquer tipo de
empreendimento, com auditorias, avaliação de desempenho, entre outros processos.
A norma ISO 14001 é a norma mestra, que especifica os requisitos relativos a
um sistema de gestão ambiental.
Permite que uma organização formule uma política, objetivos, metas,
programas e procedimentos para implementação de uma gestão ambiental,
considerando suas atividades, seus aspectos e impactos ambientais.
Os objetivos principais de implementar um sistema de gestão ambiental é o de
desenvolver as atividades utilizando práticas sustentáveis e controlar os impactos das
atividades sobre o meio ambiente.

21. 2 NOÇÕES GERAIS DE ESTATÍSTICA

A estatística é uma ciência que está presente no dia a dia sob várias formas,
sendo frequentemente utilizada em noticiários, estudos diversos de interesses
coletivos.
Para compreender o uso da estatística é necessário conhecer alguns conceitos
básicos, tais como população, amostra, frequência, variável etc.
Os dados podem ser organizados em forma de tabela e gráficos.
Existem diversos modelos de gráficos cada um tem uma funcionalidade para
apresentação de dados.
Assim como os mapas indicam uma representação espacial de um
determinado. (MUNDO EDUCAÇÃO, 2021)
Os modelos mais comuns de gráficos são: gráfico de barras e colunas, pizza,
linha e Pareto.
24
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta disciplina foi elaborada para preparar os profissionais que atuarão na área
de Enfermagem do Trabalho nas organizações, com os conhecimentos que serão
requisitados no seu dia a dia e que tem forte interface com a área de Segurança do
Trabalho.
Os assuntos foram aprofundados, conforme a relevância para os trabalhos que
serão requisitados. Foram citados exemplos de situações que ocorrem nas
organizações, trazendo as normas regulamentadoras para o cotidiano e destacados
os pontos mais críticos.
Conhecer de que forma o profissional da Enfermagem do Trabalho pode
contribuir para a promoção da saúde e prevenção de acidentes de trabalho nas
organizações foi o objetivo principal desta disciplina.

25
REFERÊNCIAS

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vapores. Disponível em: <https://www.analyticsbrasil.com.br/blog/vapores/>. Acesso
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