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29/03/2023, 08:45 UNINTER

ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE
AULA 6

Profª Maria Barbosa

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CONVERSA INICIAL

Nesta aula, retomaremos os conceitos da Metodologia Ergonômica para o Ambiente Construído

(MEAC) para aplicação prática em um projeto de banheiro acessível abordando os seguintes temas:

briefing e planejamento de projeto banheiro acessível;

coleta, análise, inspiração, ideação;

prevenção de riscos no banheiro acessível;


estudos de layout e de elevação; e

pré-projeto banheiro acessível.

CONTEXTUALIZANDO

Existem vários métodos para desenvolvimento de projetos de arquitetura e interiores. Cada um

dele possuem abordagens, que podem ser usados, de acordo com o contexto, com o usuário e com

o tipo de projeto ou intervenção.

Optamos pela Metodologia Ergonômica para o Ambiente Construído (MEAC), desenvolvida por

Vilma Villarouco (2011) e adaptada para aplicação ao contexto destes estudos, destacada em amarelo

(Figura 1).

Figura 1 – Síntese MEAC

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Fonte: Barbosa, 2021. Elaborado com base em Costa; Villarouco, 2016.

Esta metodologia é baseada na Análise Ergonomia do Trabalho (AET) e que consideramos como

um método adequado para projetos centrado no usuário. Possui um conjunto de parâmetros

ergonômicos, para aplicação prática de um pré-projeto de banheiro acessível (Villarouco, 2011, Costa;

Villarouco, 2016).

TEMA 1 – BRIEFING E PLANEJAMENTO PROJETO BANHEIRO


ACESSÍVEL

A definição de banheiro é: um “cômodo que dispõe de chuveiro e/ou banheira, bacia sanitária,

lavatório, espelho e demais acessórios” para ser considerado acessível, deve contemplar parâmetros

de acessibilidade definidos na NBR 9050, por questões normativas e jurídicas (ABNT, 2020, p. 3)

A NBR 9050 dispõe de diretrizes de acessibilidade, dimensões dos espaços, áreas mínimas de

circulação, de transferência e de aproximação, alcance manual, empunhadura e ângulo visual,

posicionamento e características das peças, acessórios barras de apoio, comandos e características de

pisos, itens necessários para a projetação de um banheiro (ABNT 9050, 2020, p. 82).

O planejamento de qualquer projeto de arquitetura/design de interiores se inicia pelo briefing,

sendo este o primeiro documento a ser gerado em conjunto com o cliente/ usuário.

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O briefing irá variar de acordo com a tipologia de projeto e do ambiente. Por exemplo: as

informações que deverão ser colhidas para o projeto de um banheiro são diferentes das informações

coletadas para um projeto de uma cozinha, de um quarto etc.

Está relacionado, também, com o tipo de intervenção que o cliente deseja: construção, reforma

etc. Portanto, o briefing é um documento customizável em seu formato, cabendo a cada profissional,

definir qual a melhor composição para este documento, de acordo com o projeto, cliente e contexto.

No entanto, há elementos que são constantes em projetos com foco na acessibilidade,

ergonomia e design universal: os elementos que conectam homem, máquina e ambiente. (Figura 1).

Figura 2 – Relação Homem versus Máquina versus Ambiente

Fonte: Barbosa, 2021, elaborado com base em Tietjen, 2020.

1.1 A ERGONOMIA DE CONCEPÇÃO NO PROJETO DE BANHEIRO ACESSÍVEL

No exemplo de projeto de banheiro acessível, estamos considerando uma intervenção de

concepção a partir de um ambiente construído, considerando uma estrutura básica existente: piso,

parede e teto.

Como já abordado, há diferentes tipos de intervenção ergonômica, que é definido de acordo

com o momento que ocorre.

Ergonomia de concepção: quando a ergonomia é incorporada ainda na etapa de projetação

do produto ou do ambiente.

Ergonomia de correção: ocorre em situações existentes para resolver problemas relacionados

a interação do usuário com o ambiente ou sistemas.

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Ergonomia de conscientização: ocorre para a sensibilização e para a prevenção, orientando os

usuários quanto ao uso adequado do ambiente e sua manutenção, para melhorar a

performance de uso, evitando manutenções corretivas.

Ergonomia de participação: busca envolver o próprio usuário do ambiente ou sistema para a

solução dos problemas ergonômicos, definida como co-criação do profissional e do usuário, e

pode ocorrer em conjunto com as demais.

1.2 ELABORAÇÃO DO BRIEFING DE BANHEIRO ACESSÍVEL

Em nossa prática profissional, temos utilizado o briefing como um documento central do projeto,

pois é o primeiro documento que é cocriado com o usuário e que irá nortear as decisões do projeto,

com informações do homem, da máquina e do ambiente e suas relações.

Na MEAC, o briefing é um dos documentos que são desenvolvidos na primeira etapa de

levantamento de dados, contendo as informações que precedem o projeto, contendo o

levantamento de necessidades e a análise geral do ambiente, como ilustrado na Figura 2.

Figura 3 – Etapa 1: MEAC

Fonte: Barbosa, 2021. Elaborado com base em Costa; Villarouco, 2016.

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Ao se elaborar o briefing, é necessário considerar a relação do ambiente e seu sistema de

funcionamento. Podemos considerar este sistema como todos os equipamentos e acessórios

necessários para o ambiente cumprir sua função e atender a necessidade do usuário. Por exemplo, a

necessidade básica do cliente é tomar um banho morno. Para isso, é necessário que o sistema

hidráulico, esgoto, elétrico, gás etc. operem juntos para o ambiente cumprir sua função e atender a

necessidade do usuário.

O briefing é o documento que contém informações em que o profissional conecta os pontos do


usuário (ser humano) com os equipamentos necessários (máquina) para o ambiente cumprir sua

função. A partir deste cruzamento de dados, será possível realizar as especificações técnicas dos
elementos que irão compor o ambiente para atender a necessidade do usuário e do ambiente,

garantindo a funcionalidade de todo o sistema.

O briefing é onde são anotados todos os dados relevantes para desenvolvimento do projeto e o
programa de necessidades do usuário. Este documento é elaborado junto com os usuários e

possuem duas categorias de informações:

1. Categoria humana: relacionada às características físicas e emocionais do usuário.


As características físicas estão relacionadas a antropometria. Lembrando que a

antropometria se divide em estática e dinâmica. Na dinâmica, o foco de interesse são as


medidas mínimas e máximas do alcance dos segmentos corporais no uso do mobiliário e

acessórios do ambiente. Deve-se considerar a restrição de mobilidade, ou qualquer


condição física, seja permanente ou temporária.

As características emocionais (percepção do usuário em relação a este espaço) abordam


os aspectos de hábitos de uso, estilo, cores, etc. Conhecer estas características é

necessário porque elas irão impactar no uso do ambiente e nas especificações técnicas
para composição do ambiente.

1. A categoria técnica, relacionada a:

Ambiente e seus elementos estruturais, como dimensão, abertura, acessos, elementos


hidráulicos, elétricos, etc.

Equipamento, produtos, objetos (tudo que faça parte do sistema do ambiente para que
ele atenda ao programa de necessidades do usuário).

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Villarouco e Mont’Alvão (2011) defendem que os elementos que devem ser considerados para se

compor o ambiente tendo a adequação ergonômica como foco são as que se seguem.

Conforto ambiental: lumínico, térmico e acústico.

Percepção ambiental: aspectos cognitivos e sensoriais.


Adequação de materiais: revestimentos e acabamentos, cores e texturas.

Acessibilidade, medidas antropométricas: layout, dimensionamento, orientação espacial,


comunicação, uso, fluxos e deslocamentos.

Sustentabilidade: ciclo de vida da edificação e de produtos, custos de manutenção e impactos


ambientais na etapa de edificação e de uso.

Estas questões técnicas devem estar alinhadas com os parâmetros normativos que devem ser

consultados e incorporados ao projeto de acordo com a especificidades e propósito de uso do


ambiente.

As normas que norteiam um projeto acessível são NBR 9050 complementada pelas diretrizes da

NBR 15575-1, não se limitando apenas a elas. Estas normas trazem referências de outras normas que
as complementam, com o intuito de abranger todas as especificidades que devem ser consideradas

em um projeto para o conforto, saúde e segurança do ser humano.

A NBR 15575-1 estabelece critérios de habitabilidade do ambiente.

Estanqueidade.

Desempenho térmico.
Desempenho acústico.

Desempenho lumínico.
Saúde, higiene e qualidade do ar.

Funcionalidade e acessibilidade incluindo conforto tátil e antropo dinâmico com diretrizes


expressas na NBR 9050.

Podemos então verificar que a MEAC está alinhada com as normas citadas. Em relação ao

briefing, este pode ser interativo ou presencial, para coletar as informações por meio de formulários
eletrônicos, planilhas ou impressos.

O mais importante não é o tipo de arquivo que será utilizado, mas quais as informações devem

ser levantadas no momento do briefing, pois são elas que irão nortear todas as decisões do projeto.

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TEMA 2 – COLETA, ANÁLISE, INSPIRAÇÃO, IDEAÇÃO

A etapa de levantamento/coleta das informações é o momento mais crítico para o início do

projeto e deve ser dada total atenção a este momento, pelo Arquiteto ou Designer de Interiores e
sua equipe de projeto.

2.1 COLETA E ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

As informações são o conteúdo de um briefing. A ele podem ser anexados diferentes

ferramentas e documentos, de acordo com as especificidades do projeto, tais como croquis para
levantamento de medidas, checklists, rascunho do memorial descritivo, fluxograma etc.

Sarmento e Villarouco (2020, p. 6) sugerem o modelo de tabela (Figura 4) para coleta e análise
das informações sobre um ambiente, de acordo com a proposta da MEAC:

Figura 4 – Modelo tabela coleta informações

Fonte: Sarmento e Villarouco (2020, p. 131).

Posteriormente, se realiza a análise das informações para condução das pesquisas para
especificação de produtos e serviços para o ambiente. As pesquisas para especificação de produto

para projetos ergonômicos têm a escala humana do usuário como a medida de referência para os
equipamentos e o mobiliário.

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A análise das informações levantadas permite a investigação de possiblidades para o projeto,

estudos de viabilidade considerando parâmetros normativos, legislação e aspectos econômicos. Só


então se inicia a etapa do estudo preliminar ou pré-projeto. Esta sequência está ilustrada na Figura 5,

referente a segunda etapa do MEAC, destacado em amarelo.

Figura 5 – Etapa 2: MEAC

Fonte: Barbosa, 2021. Elaborado com base em Costa; Villarouco, 2016.

2.2 INSPIRAÇÃO E IDEAÇÃO PARA BANHEIRO ACESSÍVEL

A inspiração e ideação é uma sequência lógica, considerando que, primeiramente, entendemos

as demandas do projeto e do usuário, para só então começar a busca por produtos que atendam
estas demandas.

Nesta etapa de inspiração, a criatividade flui, e esta é uma das atividades que mais nos dá prazer,
pois é quando nossas ideias e pensamentos vão tomando forma. No entanto, tudo precisa estar

alinhado com o briefing, com os parâmetros ergonômicos e com as condições de segurança do


usuário.

Estes parâmetros não podem sair do foco, pois se trata de um projeto voltado para a

acessibilidade e atendimento as necessidades especificas do usuário, uma PCD. Não podemos perder
o foco desta condição.

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Nesta fase, se estes critérios não estiverem bem claros, corre-se o risco de oferecer uma
proposta que não terá uma boa usabilidade e não atendera de maneira adequada ao usuário,

pessoas com deficiência, temporária ou permanente.

Entendemos que a inspiração e ideação, embora sejam etapas criativas, devem se manter dentro
do escopo do projeto. Outra questão é o critério de escolha dos elementos pelo profissional. Não se

pode sugerir elementos do gosto pessoal do profissional sem haver uma correlação com as
necessidades do cliente PCD.

Além disso, deve-se avaliar a questão do uso do ambiente e o desempenho das atividades que

serão realizadas habitualmente, todos os dias, considerando que as atividades desenvolvidas no


ambiente banheiro são atividades relacionadas a necessidades fisiológicas e de manutenção da

saúde e bem-estar do usuário.

Como sugestão para organização deste processo de inspiração, usa-se a ferramenta moodboard,

que é um painel síntese, com imagens que representam o estilo que se quer desenvolver para o
ambiente.

Deve-se priorizar a harmonia na escolha e distribuição dos elementos, com poucas informações

visuais para não poluir visualmente o painel com muito elementos e confundir o cliente. A palavra-
chave é harmonia.

Neste sentido, aconselhamos você a separar os elementos que compõem o ambiente em

categorias e montar duas ou no máximo três moodboards para o mesmo projeto. Por exemplo: você
pode montar um moodboard com a composição dos revestimentos (Figura 6) e, em outra, a seleção

de louças, metais e acessórios para o banheiro. Esta síntese visual será complementada com amostras
de materiais, desenhos, catálogos de produtos, etc. quando for apresentar o pré-projeto ao cliente.

Figura 6 – Moodboard revestimentos

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Crédito: Archi_Viz/shuterstook.

Estes moodboard podem vir acompanhados com pequenos textos (um parágrafo), explicado a

ideia geral e a justificativa das escolhas dos elementos que devem sempre estar coesas com o

briefing.

A prioridade para pessoas com deficiência e idosos é a funcionalidade e a segurança, mas isso
não impede de buscamos elementos criativos para compor este ambiente, aliando tecnologia e

inovação, de acordo com o orçamento previsto para o projeto, pois não adianta desenvolver um

projeto maravilhoso que não seja acessível ao bolso do usuário.

Um dos recursos que pode ser usado de forma criativa é a iluminação, pois ela aumenta a

visualização de barreiras ou riscos do ambiente, promovendo segurança. Pessoas idosas precisam de


ótima iluminação, pois, com a idade, há perda da acuidade visual.

Na Figura 7, mostramos um exemplo de uso criativo da iluminação, que atendem a função de


segurança. As luzes led que contornam a área do vaso sanitário, delimitam sua área e servem como

um auxílio para iluminar mais a área do vaso.

Figura 7 – Iluminação funcional

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Crédito: navintar/Adobe Stock.

Este é um bom recurso para idosos que precisam ir várias vezes no banheiro à noite e, muitas
vezes ainda com sonolência, não percebem os obstáculos, tropeçam no próprio vaso e podem sofrer

acidentes.

Consideramos que a área ao do vaso sanitário, do box e pia são pontos focais de acessibilidade

e, portanto, deve ser estabelecido um fluxo de circulação bem planejado para eles, considerando que

o usuário é PCD.

Segundo a NBR 9050 (2020, p. 52), toda rota acessível deve ser provida de iluminação natural ou

artificial com nível mínimo de iluminância de 150 lux medidos a 1,00 m do chão. A Norma aceita
níveis inferiores de iluminância para ambientes específicos, a exemplo de cinemas, que possuem

balizadores nas laterais das poltronas próximo ao piso.

TEMA 3 – RISCO NO PROJETO ACESSÍVEL

As especificações técnicas de produtos para projetos acessíveis devem priorizar a segurança pois

a especificação inadequada pode ser um fator preponderante para acidentes domésticos, como uso
de pisos com acabamento polidos em banheiros, que aumentam a incidência de quedas.

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Todas as informações técnicas dos produtos especificados no projeto e efetivamente instalados

no ambiente devem ser organizadas em um documento, que chamamos de memorial descritivo ou


manual do proprietário.

Nele devem constar a descrição completa das características técnicas dos materiais e diretrizes
para sua manutenção e para melhor performance de uso do ambiente.

A NBR 14037 (ABNT, 2014) estabelece diretrizes para elaboração de manuais de uso, operação e

manutenção das edificações que deve orientar ao proprietário, como o imóvel deve ser conservado,

quais as manutenções preventivas e periodicidade destas, para evitar manutenções corretivas.

Este documento, deve conter anexos com projetos elétricos e hidráulicos, detalhados e se

possível com fotos das instalações das tubulações elétricas e hidráulicas, antes do fechamento e
revestimento, para ajudar a localização quando necessário alguma manutenção (Figura 8) ou para

evitar perfurações em locais que possam causar acidentes.

Figura 8 – Tubulações aparentes

Crédito: Jovica Varga/shuterstock.

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No memorial descritivo ou manual do cliente, é necessário utilizar uma linguagem clara e de fácil

entendimento e quanto for possível, sem muito sem uso de linguagem muito técnica, que impeça o

usuário de entender a informação.

A Norma orienta a utilizar quadros com sínteses contendo a recapitulação e resumo do


conteúdo e, quando possível, acompanhada de ilustrações. Consideramos uma boa estratégia anexar

os catálogos técnicos das marcas utilizadas, como revestimentos de piso e parede, metais e

acessórios, acabamentos elétricos, etc. sem, no entanto, destacar um ou outro fornecedor.

A escolha do produto deve priorizar o atendimento das necessidades do usuário e devem ser

justificadas por questões técnicas. A NBR 15575-1 (ABNT, 2021) define as responsabilidades de

Incorporadores, Projetistas, Construtores, Fornecedores e Clientes na especificação de produto,


instalação dentre outros. Por isso, é necessário atenção quanto a especificação de produtos, para que

você, como profissional, se resguarde de questões jurídicas.

Os pontos críticos de manutenção do ambiente devem conter alertas para a manutenção de

sistemas com maior potencial de riscos. Devem ser destacados, como a periodicidade de

manutenção de equipamentos de gás, alertando inclusive, as consequências, caso não seja realizado
os procedimentos de manutenção preventiva.

No projeto de um banheiro acessível, além das diretrizes da NBR 15575-1 e NBR 9050/ 2020,

deve-se observar as diretrizes de outras normas que são elencadas nestas normas citadas. Por

exemplo, a NBR 5410 (ABNT, 2018) trata de questões relacionadas as instalações elétricas e a NBR

10898 (ABNT, 2013), traz diretrizes para sistemas de iluminação de emergência. Em geral, a
iluminação de emergência é utilizada em espaços públicos, no entanto, projetos acessíveis agregam

estas diretrizes como um reforço na segurança do usuário.

Os sistemas de alarme de emergência em banheiros acessíveis são itens obrigatórios, que devem

ser previstos no projeto elétrico, conforme diretrizes da NBR 9050 (2020, p. 50-51). Devem

obrigatoriamente ter cor que contraste com o revestimento da superfície que está sendo instalada,
para que sejam facilmente percebidos e instalados a uma altura de 40 cm do piso, conforme Figura 9

(ABNT 9050, 2020, p. 50-51).

Figura 9 – Localização instalação dispositivos de alarmes

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Fonte: ABNT NBR 9050, (2020, p. 51).

Como profissionais, é necessário que todas as questões técnicas tenham conexão com os

requisitos do usuário para interação com o ambiente construído envolvendo a segurança,


habitabilidade, sustentabilidade conforme as diretrizes da NBR 15575-1, garantindo a funcionalidade,

a ergonomia e a acessibilidade dos ambientes baseada nas diretrizes da NBR 9050 (ABNT 2013;

ABNT, 2020).

Saiba mais

Recomendamos a leitura de “Como projetar banheiros seguros para idosos?”.

Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/923320/como-projetar-banheiros-seguros


-para-idosos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all>. Acesso em: 29 nov. 2021.

TEMA 4 – ESTUDOS DE LAYOUT E ELEVAÇÃO

Nas Normas Brasileiras (NBR) relacionadas à Arquitetura, é utilizado o termo “planta-baixa”, que
é sinônimo de “layout”. O termo “layout” foi adotado por profissionais e empresas do segmento de

Arquitetura e Design de interiores, a partir da convivência e desenvolvimento de projetos para outros

países com língua inglesa.

Planta baixa é uma representação gráfica do ambiente, projetada em uma seção horizontal com

uma altura de 1,50 m do piso, podendo variar esta altura se necessário para melhor entendimento

dos elementos que compõem o ambiente (ABNT, 1995).

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4.1 CONSIDERAÇÕES PARA ESTUDOS DE LAYOUT DO BANHEIRO ACESSÍVEL

No estudo de layout de um banheiro acessível, para pessoas com deficiências temporárias, são
utilizadas muletas, bengalas ou andadores, consideradas como tecnologias assistivas em deficiências

temporárias ou permanentes. Estes elementos devem ser considerados como uma entidade única

com o usuário (Panero; Zelnik, 2012).

A NBR 9050 (2020) apresenta medidas mínimas que devem ser consideradas no planejamento

de um layout, somando-se o espaço que os usuários ocupam, em conjunto com estas tecnologias
assistivas. Atenção especial são as medidas para pessoas que utilizam cadeiras de rodas. Lembrando-

se que ambos são considerados como um elemento único.

A NBR 9050 (2020) define este elemento único, como um Módulo de Referência (M.R), que tem

suas dimensões definidas, por parâmetros antropométricos, considerando os percentis de 5% a 95%.

Estes percentis são referentes a população brasileira e considera os extremos correspondentes a


mulheres de baixa estatura (percentil 5%) e homens de estatura elevada (percentil 95%).

O M.R para pessoas em cadeira de rodas tem suas dimensões estabelecidas de 0.80x1.20m,
representadas na Figura 10. A unidade dimensional utilizada na norma é sistema métrico decimal, o

metro.

Figura 10 – Módulo de referência (M.R.)

Fonte: ABNT NBR 9050, (2020, p. 9).

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No estudo de layout de um banheiro acessível, devem ser consideradas as medidas mínimas do


M.R. com as áreas de manobras e transferência.

4.2 ÁREAS DE TRANSFERÊNCIAS E MANOBRAS NO BANHEIRO ACESSÍVEL

Áreas mínimas para manobras com M.R. para pessoas em cadeira de rodas, sem deslocamento,

tem suas dimensões representadas na Figura 11:

Figura 11 – Áreas mínimas de manobras sem deslocamento

Fonte: ABNT NBR 9050, (2020, p. 12).

Dentro de um banheiro, podemos considerar pelo menos três áreas com equipamentos/sistemas
para uso distintos:

1. área do vaso sanitário;

2. área do box; e

3. área do lavatório (pia/cubas).

A área do vaso sanitário e box precisam de áreas para transferência e manobras, e fluxo de

circulação, se possível, de um cuidador. Por isso, deve ser pensado o fluxo de circulação e manobras

em cada uma destas áreas, no estudo do layout, dentro do banheiro.

A NBR 9050 (2020 pg. 89), estabelece dimensões mínimas para áreas de transferências e
manobras para uso da bacia sanitária, conforme a Figura 12.

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Figura 12 – Áreas de transferências e manobras para uso vaso sanitário

Fonte: ABNT NBR 9050, (2020, p. 89).

No layout, o fluxo de circulação considera às áreas de manobras e transferências para uso dos

elementos do ambiente nas três áreas de atividades que definimos em nosso projeto: área do vaso

sanitário; área do box do chuveiro e área do lavatório. Para que este sistema seja completo, são

previstos acessórios de apoio para o uso destas áreas, que são exemplificadas nas elevações.

4.3 CONSIDERAÇÕES PARA ESTUDOS DE ELEVAÇÕES NO BANHEIRO ACESSÍVEL

Nas elevações, são mostrados os elementos de alcances dos membros superiores. Os acessórios

de apoio para o uso das áreas do vaso sanitário, área do box e área do lavatório são as barras e

demais acessórios para complementar o sistema de uso do ambiente acessível. Sem estes acessórios,
não seria possível o uso autônomo deste ambiente.

A NBR 9050 (2020 pg. 89) estabelece dimensões especificas para instalação de acessórios,
considerando o uso e alcances dos usuários, Estes alcances foram definidos por critérios
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antropométricos da população brasileira, para os percentis de 5% a 95%. A tolerância dimensional

para instalação de acessórios para efeitos da norma é 10 mm

Na área do vaso sanitário, a norma NBR 9050 (2020) traz diferentes tipos de vasos, como o

convencional ou com caixa acoplada e infantis. De acordo com o tipo de vaso sanitário, as medidas
para instalação dos acessórios, distâncias e alturas que devem são diferentes e devem ser

obedecidas.

As medidas para instalação destes acessórios são alteradas caso os elementos estejam próximo a

parede ou não. As dimensões para vasos sanitários, e barras de apoio, próximos de uma parede são

ilustradas na Figura 13.

Figura 13 – Instalação de barras vaso sanitário

Fonte: ABNT NBR 9050 (2020, p. 91).

Vasos sanitários distantes da parede possuem outras características, portanto, para cada tipo de

projeto, a norma apresenta especificidades para instalação de louças, metais e acessórios. Papeleiras

e dispositivos de alarmes também devem seguir as dimensões para instalação, definidas na NBR 9050

(2020).

Na área do box, a NBR 9050 (2020, p. 89) estabelece dimensões especificas. Para instalação
destes acessórios, melhor performance de uso e alcances dos elementos, eles devem ser providos de

barras de apoio no chuveiro e na parede lateral ao banco, além de ser instalada uma barra vertical.

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Figura 14 – Instalação acessórios box chuveiro

Fonte: ABNT NBR 9050 (2020, p. 108).

Na área do lavatório (Figura 15), as barras de apoio serão de acordo com o tipo de lavatório e
posição, podendo ser instalada barras horizontais e/ou verticais em uma altura 0,78m a 0,80m, a

partir do piso, acompanhando a altura do lavatório

Figura 15 – Lavatório: Layout e elevação

Fonte: ABNT NBR 9050 (2020, p. 100).

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Muitos pormenores devem ser observados em um projeto de banheiro acessível e para cada
configuração do layout há indicações diferentes.

Podemos considerar que a acessibilidade de um banheiro é composta por um conjunto de

elementos e fatores que devem ser criteriosamente observados para atender as necessidades do

usuário com deficiência.

TEMA 5 – PRÉ-PROJETO BANHEIRO ACESSÍVEL

A última etapa (Figura 16) é a da Metodologia Ergonômica para o Ambiente Construído,

baseado em princípios ergonômicos corresponde a fase de projeto, em que se toma decisões com
base em todas as informações levantadas.

Figura 16 – Etapa 3: MEAC

Fonte: Barbosa, 2021. Elaborado com base em Costa; Villarouco, 2016.

Agora, inicia-se a etapa do anteprojeto (pré-projeto), considerando os parâmetros ergonômicos

estabelecidos em normas. Não abordaremos a etapa de projeto legal e executivo. Faremos um

exemplo de aplicação do MEAC, na fase de pré-projeto de um banheiro acessível.

5.1 MEAC APLICADO EM PRÉ-PROJETO DE BANHEIRO ACESSÍVEL

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Em projetos de interiores, independentemente do método escolhido para organização e

condução do processo de projeto, temos as macros fases de levantamento, análise e projeto.

Daremos um exemplo de aplicação da Metodologia Ergonômica para o Ambiente Construído

(MEAC), destacadas em amarelo na Figura 17 para condução e organização das etapas deste projeto
de banheiro acessível.

Figura 17 – Síntese etapas MEAC

Fonte: Barbosa, 2021. Elaborado com base em Costa; Villarouco, 2016.

Conforme explicações anteriores, consideramos esta metodologia adequada para projetos


centrado no usuário e planejamento das etapas de um projeto de banheiro acessível, por sua

abordagem ergonômica e por se adequar as diretrizes estabelecidas na NBR 15575-1 e NBR 9050.

Estas normas apresentam diretrizes para garantir bom desempenho das atividades no ambiente

construído e sua pós ocupação, envolvendo a segurança, habitabilidade, sustentabilidade e


acessibilidade.

5.2 ANÁLISE GLOBAL DO AMBIENTE

A análise global do ambiente é a fase que se obtém todas as informações legais do ambiente,

contemplando também o programa de necessidades relacionadas as atividades que serão realizadas.

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Inclui-se os dados do usuário e suas características pessoais, tais como: idade, sexo, tipo de

deficiência, etc. Este compilado de informações é organizado em documento que chamamos de


briefing, para geração do escopo do projeto que irão orientar o arquiteto ou designer de interiores

na tomada de decisão de vários aspectos do projeto.

Na Análise global do ambiente se identifica claramente o ambiente no contexto geral do

imóvel. No nosso exemplo, o banheiro faz parte do grande sistema da habitação e deve ser
localizado no contexto geral, para planejamento de acessos e otimização dos fluxos na etapa de
implantação do projeto e pós ocupação.

A Figura 18 mostra um exemplo de medidas mínimas de circulação de um ambiente ligado ao


banheiro e sua localização dentro do ambiente.

Figura 18 – Localização do ambiente

Fonte: ABNT NBR 9050 (2020, p. 129).

Deve-se considerar as rotas acessíveis dentro de toda a habitação e principalmente do cômodo


imediato de acesso ao ambiente, pois a configuração, dimensões, entradas e fluxos deste cômodo

podem impactar na utilização do banheiro pelo usuário.

É necessária a marcação da localização do ambiente que será criado também para facilitar a
tomada de decisão de várias questões na fase de implantação do projeto e gestão da obra, como

entrega de produtos, formas de acesso de prestadores de serviço e outras questões que possam

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surgir e que podem ser previstas ainda na etapa de planejamento, minimizando riscos e auxiliando na
gestão da implantação do projeto.

5.3 IDENTIFICAÇÃO DA CONFIGURAÇÃO AMBIENTAL

A Identificação da Configuração Ambiental é o Levantamentos de dimensões e dados físicos

do ambiente, os pontos de alimentação elétricos e hidráulicos, aberturas etc. Neste momento se


averigua quais os condicionantes físico-ambientais, restrições e possiblidades técnicas para atender
ao programa de necessidade do usuário.

É possível fazer uma geração de alternativas de layout, considerando as atividades, as manobras


e transferência necessárias para cada as áreas do vaso sanitário, box e lavatório, com seus respectivos

equipamentos e acessórios.

Esta etapa pode ser realizada em rascunhos rápidos, feitos a mão ou programas gráficos de

sketches, pois ainda são possibilidades iniciais a serem consideradas.

Após o profissional chegar a melhor solução, de acordo com o programa de necessidade

levantado no briefing e critérios de segurança e funcionalidade, define-se um layout para seguir com
o estudo do pré-projeto que será apresentado ao cliente.

O layout da Figura 19 mostra uma alternativa selecionada para configuração de um banheiro

acessível que usaremos como exemplo.

Figura 19 – Layout banheiro acessível

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Fonte: Barbosa, 2021.

As indicações numeradas são a localização de cada área de atividade específica dentro do

ambiente e as indicações V1, V2, V3, V4 são referentes as vistas/elevações que serão apresentadas na
sequência.

5.4 AVALIAÇÃO DO AMBIENTE EM USO

A Avaliação do Ambiente em Uso é uma observação sistemáticas diante das atividades a serem

realizadas e podem ser simuladas, por meio de programas gráficos, correlacionando as atividades
com o módulo de referência em escala humana. Esta etapa também pode ser refeita posteriormente,
em uma avaliação de pós ocupação do ambiente.

Mesmo a partir do layout já é possível iniciar a Avaliação do Ambiente em Uso, proposto pela
MEAC, fazendo considerações sobre as atividades que serão realizadas no local, prevendo a

frequência de uso, medidas mínimas e máximas, considerando a escala humana. Assim, verifica-se as
conexões entre as atividades que serão realizadas e se há algum conflito com a distribuição dos
elementos dentro do ambiente e, caso encontre algum conflito, é possível reconfigurar o ambiente,

se necessário e viável, ainda na fase de projeto.

No ambiente, as atividades são realizadas de acordo com a função para o qual ele foi projetado

em consonância com as diretrizes ergonômicas, programa de necessidades, briefing e escopo do


projeto. Tudo precisa estar em concordância para se avaliar uma atividade. Por exemplo: não é

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possível se avaliar as atividades de um quarto, pelos mesmos critérios das atividades realizadas no
banheiro, são totalmente diferentes. Ou não se pode avaliar as atividades de um banheiro acessível

se ele não cumpre os requisitos de banheiro acessível.

Mesmo dentro de um ambiente, existem áreas para atividades especificas por exemplo, elevação
2 (Figura 21) observamos duas áreas distintas de atividades distintas. Elas estão separadas pela

divisória em vidro do box. Caso não existe este vidro, quais os impactos nas atividades de cada uma
destas áreas?

Figura 20 – Elevação 3: área chuveiro e lavatório

Fonte: Barbosa, 2021.

5.5 PERCEPÇÃO AMBIENTAL

A Percepção Ambiental é do ponto de vista do usuário e pode ser conhecida, a partir de um


questionário, sobre sua percepção sensorial, suas expectativas em relação ao uso do ambiente.

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Neste momento, o usuário irá relatar suas metáforas, em palavras. O profissional irá transformar
em imagens, ou amostras de materiais, cores, texturas etc. trazendo estas metáforas para o ambiente

físico, materializando a necessidade/ desejo do usuário/cliente.

Você pode elaborar um questionário com perguntas abertas, para serem respondidas em um

dialogando leve com o cliente, de maneira clara, ouvindo mais do falando. Lembre-se que este
questionário é diferente do checklist para levantamento das informações técnicas do ambiente.

Este questionário servirá para você, profissional, entender as metáforas ou conceitos que o

cliente construiu na mente dele, sobre o ambiente finalizado, como ele se imagina usando o
ambiente. Isso eliminará falsos achismos que muitas vezes pensamos a respeito das pessoas.

Por exemplo, digamos que ele expresse o desejo em ter um banheiro que inspire frescor, leveza.
O que isso quer dizer? Talvez leveza para o profissional de arquitetura e design, seja um estilo clean,
minimalista, e, para o cliente, ele visualiza mentalmente, elementos da natureza, como plantas e

revestimentos em tonalidades verdes.

Portanto, é para fazer esta tradução do que realmente o cliente está falando, que se utiliza um

questionário, conduzindo as perguntas de maneira informal, descontraída.

Após a entrevista, você pode traduzir estas metáforas, na criação do moodboard (Figura 21),

onde você, como profissional, deve trazer os elementos que materializem as metáforas do cliente,
criando conexão com o desejo do cliente e o projeto, atendendo não só as necessidades, mas
também, seus desejos.

Figura 21 – Moodboard

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Crédito: Archi_Viz/shuterstook.

Em relação aos seus desejos do cliente, é necessário não perder o foco. A composição do
ambiente par PCDs prioriza segurança e função incluindo os aspectos ergonômicos. Por exemplo:

digamos que o desejo do cliente seja ter plantas no banheiro e ele mesmo gostaria de cuidar. Para
uma pessoa que usa cadeiras de rodas, esta planta deve estar ao alcance dos segmentos corporais
superiores, como sugerido na Figura 22.

Figura 22 – Elevação 2: Nicho com planta

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Fonte: Barbosa, 2021.

É algo simples que pode impactar no projeto, pois todo centímetro para manobras no piso é
essencial. Colocar uma planta no piso pode não ser uma boa solução. Observe que este simples

exemplo de colocar uma planta no banheiro, considerando um usuário com deficiência, requer
pensar de maneira mais abrangente.

5.6 DIAGNÓSTICO E PROPOSIÇÕES ERGONÔMICAS

O Diagnóstico Ergonômico é uma avaliação técnica em concordância com todos os dados do

usuário e com os dados técnicos levantados do ambiente.

O profissional analisa o programa de necessidades do cliente/usuário, e suas metáforas,

relaciona com as questões técnicas e construtivas, identificando as atividades que serão realizadas no
ambiente, identifica possíveis fatores inadequados ou indevidos que devem ser evitados para
segurança, saúde e bem-estar dos usuários e faz o pré-projeto, considerando todos estes elementos.

Por fim, após a aprovação final do pré-projeto com todas as questões alinhadas entre
profissional e cliente, desenvolve-se o projeto legal e executivo, que será acompanhado de um

memorial descritivo, com as especificações dos produtos, recomendações e Proposições


Ergonômicas, de acordo com o propósito de utilização do local.

As proposições ergonômicas são as especificações dos itens para com quantitativos e


orientações para instalação dos itens de projeto com padrão das normas vigentes.

O memorial descritivo, as instruções para o uso correto dos itens instalados e a manutenção do
ambiente, devem ser parte integrante do projeto em consonância com a NBR 15575-1 que traz
diretrizes para garantir bom desempenho das atividades no ambiente construído e sua pós

ocupação, atendendo os critérios de segurança, habitabilidade, sustentabilidade que estão


alinhadas com a MEAC (ABNT, 2013, p.11).

O projeto legal e executivo não faz parte do escopo destes estudos e, portanto, não será
abordado. O projeto legal é aquele enviado para órgãos públicos para cumprir os requisitos legais e
receber a autorização para início das obras. O projeto executivo contém o detalhamento técnico de

todos os itens do projeto que será enviado para cada stakeholders, seja para orçamento, seja para
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execução dos itens especificados no projeto tais como projeto de paginação de revestimentos para

orçamento e instalação, projeto luminotécnico etc.

TROCANDO IDEIAS

Vá até o fórum ou grupos de redes sociais de profissionais e pergunte se eles já executaram


projetos de banheiros acessíveis e quais produtos foram especificados ou quais as maiores

dificuldades que eles tiveram.

NA PRÁTICA

1. Observe o banheiro da sua casa e imagine como você poderia mudar seu banheiro, para deixá-

lo mais acessível, fazendo uma lista de itens necessários para esta mudança.
2. Com esta lista de desejos, faça um moodboard, com referências de louças, metais, acessórios e
elementos visuais para compor seu quadro de inspiração.

3. Você poderá utilizar imagens da internet e organizar estas imagens de maneira harmônica no
powerpoint ou programa de sua preferência e pode se inspirar no modelo que vimos na aula.

O objetivo desta atividade é que você pesquise referências e organize de maneira harmônica no
painel e, assim, traduza e materialize suas metáforas do ambiente em um moodboard.

FINALIZANDO

Estudos apontam um número elevado de acidentes ocorre em banheiros. Pessoas com

deficiência e idosos estão mais expostos a estes acidentes, em função de suas condições físicas e
porque os ambientes não estão adequados ao uso destes usuários.

Esperamos que o tema desta aula, além dos conteúdos técnicos apresentados, sensibilize e
chame a atenção para a responsabilidade dos futuros profissionais de arquitetura e Design de
interiores em relação ao desenvolvimento de projetos desta natureza.

A segurança do usuário com deficiência ou idoso, e os critérios ergonômicos apresentados,


devem ser considerados prioritários, quando o profissional especificar materiais para seus projetos.

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Desta maneira, estará contribuindo para a diminuição destas estatísticas de acidentes neste

ambiente, e na autonomia deste perfil de usuário em suas atividades diárias.

REFERÊNCIAS

ABNT. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio
de Janeiro. 2020

ABNT. NBR 15575-1: Edificações habitacionais. Desempenho Parte 1: Requisitos gerais. Rio de
Janeiro. 2020

ABNT. NBR 13532: Elaboração de projetos de edificações Arquitetura. Rio de Janeiro. 1995

COSTA, A. P. L. VILLAROUCO, V.; Metodologia de configuração de ambiente construído: um


caminho para integrar a ergonomia e a arquitetura, 1º Congresso Internacional de Ergonomia
Aplicada, Blucher Engineering Proceedings, Volume 3, 2016, Pages 195-203, ISSN 2357-7592.

MONT'ALVÃO, C. e VILLAROUCO, V. (orgs.). Um novo olhar para o

projeto: a ergonomia no ambiente construído. 1. ed. v.4. Olinda, PE: Livro Rápido, 2018.

SARMENTO, T.; VILLAROUCO, V. Projetar o ambiente construído com base em princípios


ergonômicos. Ambiente Construído. (2020).

DOI: 20. 121-140. 10.1590/s1678-86212020000300421.

VILLAROUCO, V. Tratando de ambientes ergonomicamente adequados: seriam

ergoambientes? In: Um novo olhar para o projeto: a ergonomia no ambiente construído. Organização
Cláudia Mont’Alvão e Vilma Villarouco. – Teresópolis, RJ: 2AB. 2011

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