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ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE
AULA 5
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CONVERSA INICIAL
CONTEXTUALIZANDO
Segundo Miranda (2013), nos anos 1990 surgiram várias abordagens do design centradas em
DesignAge, Design for All, Transgenerational Design, Healthy industrial Design, Design to Counter
decline, Design by Story-telling, The Methods Lab and Userfit, sendo que estes dois últimos são
Veremos os conceitos de design for all, design universal (DU) e design inclusivo (DI). Nesta aula,
O World Design Organization (WDO) define o design como uma área do conhecimento
transdisciplinar que utiliza processos criativos e estratégias para solucionar problemas e desenvolver
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produtos inovadores, sistemas, serviços ambientes e experiências, permitindo uma melhor qualidade
de vida para todos que dele se beneficiam, incluindo, e, em especial, as pessoas com deficiência
(WDO, 2016).
um conhecimento capaz de produzir uma interação entre várias disciplinas, mas não se restringindo
diferentes conteúdos.
pessoas com deficiência, fazendo uso de abordagens para desenvolvimento de projetos de produtos,
serviços, ambientes e sistemas que nortearam o ordenamento jurídico, por meio de leis e decretos a
naturalidade aspectos de outros campos do saber. É apto para contribuir com soluções em diferentes
contexto de uso para o desenvolvimento de soluções, muitas mudanças ainda precisam ser
abordagem, é ter a sensibilidade e empatia com o outro e interpretar literalmente a frase “Nada para
Sassaki (2007) fez um estudo acerca dessa frase, analisando sua gênese e contexto histórico para
mostrar que, muito mais do que uma frase, “Nada para nós sem nós” é um alerta para a atenção e
necessidade de respeito ao se propor soluções em qualquer contexto para pessoas com deficiências,
desde um planejamento até um projeto, artefato, produto, processo, serviço, ambiente etc., devendo,
assim, necessariamente inclui-los, dando ouvido às suas falas quanto às suas necessidades.
NADA quer dizer “Nenhum resultado”: lei, política pública, programa, serviço, projeto, campanha,
recreação, esportes, turismo, cultura, artes, religião. SOBRE NÓS, ou seja, “a respeito das pessoas
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com deficiência”. Estas pessoas são de qualquer etnia, raça, gênero, idade, nacionalidade,
naturalidade etc., e a deficiência pode ser física, intelectual, visual, auditiva, psicossocial ou
múltipla... SEM NÓS, ou seja, “sem a plena participação das próprias pessoas com deficiência”. Esta
participação, individual ou coletiva. “Nenhum resultado a respeito das pessoas com deficiência
haverá de ser gerado sem a plena participação das próprias pessoas com deficiência” (Sassaki,
2007, p.1)
Com base nessa percepção, entende-se o motivo de tantas abordagens de design e de outras
áreas que têm por objetivo suprir o maior espectro possível de situações e problemas, a fim de trazer
Cada abordagem possui sutis diferenças que ocorrem de acordo com a época e a cultura em
que foram desenvolvidas, mas seus princípios foram testados e validados em diferentes contextos.
Várias terminologias para o design for all foram adotadas por diferentes países e culturas. A
Dinamarca, a Finlândia e a Suécia associam o design for all com a acessibilidade. A Noruega utiliza a
expressão utforming universell (UU) com foco mais direcionado aos negócios (Bendixen; Benktzon,
2014).
atualmente uma realidade. Embora o mundo de hoje seja um lugar complexo para se viver, é uma
das nossas missões ter a possibilidade – e a responsabilidade – para instruir os nossos designers
nos princípios da Inclusão. O “Design para Todos” é o design para a diversidade humana, para a
inclusão social e para a igualdade. Esta abordagem inovadora e holística constitui um desafio ético
e criativo para todos os projetistas, designers, empresários, administradores e dirigentes políticos
(EIDD, 2004, p. 2)
De acordo com a The Design for All Foundations (DAF), organização internacional sem fins
uma intervenção em ambientes, produtos e serviços que visa assegurar que qualquer pessoa,
incluindo as gerações futuras, independentemente da idade, sexo, capacidade ou formação cultural,
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De acordo com a DAF ([201?]), os princípios de design para todos devem ser:
Respeitosos: devem respeitar a diversidade dos usuários. Ninguém deve se sentir marginalizado
Seguros: devem ser livres de riscos para todos os usuários. Isso significa que todos os
elementos que fazem parte de um ambiente devem ser projetados com a segurança em mente;
Saudáveis: não devem constituir um risco para a saúde nem causar problemas a quem sofre de
certas doenças ou alergias. Além disso, deve promover o uso saudável de espaços e produtos;
Sustentáveis: o uso indevido dos recursos naturais deve ser evitado para garantir que as
Apelativos: o resultado deve ser emocional e socialmente aceitável, mas sempre tendo em
Muitos livros e artigos traduziram o termo design for all como “design inclusivo”, o que causou
algumas interpretações erradas, como a de que se trataria de abordagens iguais, com os mesmos
princípios, o que identificamos que não é. Cada abordagem tem seus princípios e contexto.
O termo desenho universal não pode ser confundido com acessibilidade ou desenho acessível,
pois design universal é mais abrangente e está relacionado com a concepção de projetos em que se
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Washington (EUA) sobre o tema Barrier Free Design. O evento contou com a presença de vários
pesquisadores e profissionais que formaram uma comissão com o objetivo de trazer soluções de
projetos para equipamentos, edifícios e áreas urbanas, adequados à utilização por pessoas com
deficiência ou com mobilidade reduzida, motivado pelo grande número de soldados mutilados em
guerras. Com base nas discussões desse grupo, nasceu o conceito de design universal (Carletto;
Acessibilidade Urbana ou Brasil Acessível. Posteriormente, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência, que delineia o Estatuto da Pessoa com Deficiência, na Lei n. 13.146 (Brasil, 2015),
tanto na zona urbana como na rural, devem atender aos princípios do desenho universal, tendo
como referência as normas de acessibilidade.
§ 1º O desenho universal será sempre tomado como regra de caráter geral. (Brasil, 2015, grifo
nosso)
Entende-se que desenho aqui é sinônimo de Design Universal, consistindo em apenas uma
tradução do termo em inglês. Esta lei teve uma alteração pelo Decreto n. 9.451, de 26 de julho de
2018 (Brasil, 2018), com o objetivo de dispor sobre os preceitos de acessibilidade relativos ao projeto
acessibilidade da unidade internamente acessível; e pelo ANEXO II, que define as diretrizes para
tecnologia assistiva e ajudas técnicas disponibilizadas sob demanda para adaptação de moradias
Art. 1º Para a conversão de sua unidade autônoma em internamente acessível, o adquirente poderá
2018)
A NBR 9050 (2020) descreve e instrui a aplicação dos princípios do design universal, e, como
vimos, por força de lei, esta abordagem deve ser utilizada em projetos de arquitetura e de interiores
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Os princípios (conceitos) do design universal estão definidos conforme legislação vigente e por
normas técnicas:
Este conceito propõe uma arquitetura e um design mais centrados no ser humano e na sua
diversidade. Estabelece critérios para que edificações, ambientes internos, urbanos e produtos
atendam a um maior número de usuários, independentemente de suas características físicas,
Segundo a NBR 9050 (2020, p. 138), esses preceitos são adotados mundialmente em
1. Uso equitativo: é a característica do ambiente ou elemento espacial que faz com que ele possa
ser usado por diversas pessoas, independentemente de idade ou habilidade. Para ter o uso
equitativo, deve-se propiciar o mesmo significado de uso para todos; eliminar uma possível
segregação e estigmatização; promover o uso com privacidade, segurança e conforto, sem
grande parte das preferências e habilidades das pessoas. Para tal, deve-se oferecer diferentes
maneiras de uso, possibilitar o uso para destros e canhotos, facilitar a precisão e destreza do
que seu uso seja de fácil compreensão, dispensando, para tal, experiência, conhecimento,
habilidades linguísticas ou grande nível de concentração por parte das pessoas.
4. Informação de fácil percepção: essa característica do ambiente ou elemento espacial faz com
que seja redundante e legível quanto a apresentações de informações vitais. Essas informações
devem se apresentar em diferentes modos (visuais, verbais, táteis), fazendo com que a
legibilidade da informação seja maximizada, sendo percebida por pessoas com diferentes
elemento espacial. Para tal, é necessário agrupar os elementos que apresentam risco, isolando-
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6. Baixo esforço físico: nesse princípio, o ambiente ou elemento espacial deve oferecer
condições de ser usado de maneira eficiente e confortável, com o mínimo de fadiga muscular
do usuário, possibilitando que os usuários mantenham o corpo em posição neutra, com uso de
força de operação razoável, minimizando ações repetidas que causem fadiga muscular.
7. Dimensão e espaço para aproximação e uso: essa característica diz que o ambiente ou
elemento espacial deve ter dimensão e espaço apropriado para aproximação, alcance,
Em 2006, o Design Council (DC) desenvolveu um guia com os princípios do design inclusivo, em
que o foco foi o ambiente construído.
A forma como os lugares são projetados afeta nossa capacidade de nos mover, ver, ouvir e
comunicar de forma eficaz. O design inclusivo visa remover as barreiras que criam esforço indevido
e separação. Isso permite que todos participem igualmente, com confiança e de forma
independente nas atividades diárias. Uma abordagem inclusiva para o design oferece novos
insights sobre a maneira como nós interagimos com o ambiente construído. Cria novas
oportunidades para implantar habilidades criativas e de resolução de problemas (Cabe, 2006, p. 3.
tradução nossa)
O Design Council foi estabelecido pelo governo de Winston Churchill durante a Segunda Guerra
Mundial, em dezembro de 1944, para apoiar a recuperação econômica da Grã-Bretanha, com o
propósito fundamental de promover “por todos os meios praticáveis a melhoria do design nos
produtos da indústria britânica” (DC, [201?]).
O design inclusivo possui cinco princípios que foram traduzidos do guia CABE (2006, p. 7-15.), os
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Em 2011, o Design Council foi fundido com a Comissão de Arquitetura e Ambiente Construído
(CABE). Isso ampliou a missão da instituição para incluir o design inclusivo em projetos de ambientes
públicos e privados, colaborando com diretrizes para a criação de locais mais saudáveis e inclusivos.
contexto e maneiras de aplicação dos princípios de cada abordagem. Entendemos que as três
abordagens têm pontos em comum, um deles é a busca de soluções que permitam o acesso e
oportunidades iguais a todos, independentemente de diferenças de capacidades funcionais, idade,
Começar com esse pensamento coloca cada um de nós, profissionais de arquitetura e interiores,
na devida perspectiva para desenvolver projetos para o habitar das pessoas, em especial aquelas com
algum tipo de deficiência. Muito mais do que pensar na forma e na estética, que devem estar
presentes, é preciso priorizar a segurança, a função, a acessibilidade e a usabilidade do ambiente.
O design universal é uma abordagem que possui parâmetros para a criação de ambientes que
visam facilitar e simplificar o uso e promover segurança nos espaços privativos de imóveis,
Neste tema, nossa referência básica será a norma ABNT 9050 (2020), que define design universal
como:
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O conceito de desenho universal está definido conforme legislação vigente e pelas normas técnicas.
Este conceito propõe uma arquitetura e um design mais centrados no ser humano e na sua
diversidade. Estabelece critérios para que edificações, ambientes internos, urbanos e produtos
ergonomia para todos. Para tanto, foram definidos sete princípios do Desenho Universal [...] que
Princípio 1. Uso equitativo: está relacionado ao uso do ambiente ou elemento espacial por
qualquer pessoa, independentemente de idade ou habilidade, em que cada pessoa possa fazer
o uso do ambiente como desejar, com privacidade, segurança e conforto.
A figura 1 ilustra esse princípio, pois mostra diferentes perfis de usuário usando o ambiente em
diferentes contextos com conforto.
Princípio 2. Uso flexível: o ambiente ou elemento espacial permite diferentes maneiras de uso,
como o uso de maçanetas ou puxadores instalados de maneira que possam ser usados por
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Créditos: ImageFlow/Shutterstock.
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No exemplo da planta baixa (figura 3), é ilustrado um fluxo de circulação simples, no qual a
circulação é mais fluida, evitando manobras para acesso a outros ambientes.
com contraste adequado para maximizar com clareza as informações essenciais e vitais, seja
com sinais sonoros, verbais ou táteis, a fim de que sejam percebidas por pessoas com
diferentes habilidades.
Na figura 4, os comandos possuem instrução visual para qual direção o fluxo aumenta, os
registros possuem cores diferentes de acordo com o nível de risco e se destacam na instalação.
Princípio 5. Tolerância ao erro: é uma característica que possibilita que se minimizem os riscos
elemento espacial.
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No exemplo da figura 5, o disjuntor da chave geral é destacado com uma cor diferente dos
demais, podendo desligar as funções dos outros disjuntores. Também tem a função de desligar
automaticamente caso tenha algum problema, indicando ao usuário que algo está errado.
Este exemplo mostra também a necessidade de se agrupar os elementos que apresentam risco,
isolando-os ou eliminando-os, bem como destacar com cores ou avisos sobre risco ou erro, fornecer
opções de minimizar as falhas e evitar ações inconscientes em tarefas que requeiram atenção ao
perigo.
Princípio 6. Baixo esforço físico: o ambiente ou elemento espacial deve oferecer condições de
ser usado de maneira eficiente e confortável, com o mínimo de fadiga muscular do usuário,
possibilitando que os usuários mantenham o corpo em posição neutra, com mínimas ações
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Créditos: Madhouse/Shutterstock.
e vazão de água em uma única alavanca, de acordo com o acionamento desejado pelo usuário sem
esforço.
espacial deve ter dimensão e espaço apropriado para aproximação, alcance, manipulação e uso,
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Créditos: Halfpoint/Adobestock.
Na figura 7, observamos que os acessórios para uso estão ao alcance da usuária, podendo ser
Saiba mais
Leia também a cartilha sobre acessibilidade na cidade de São Paulo. Disponível em: <https://
www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/DESENHO_UNIVERSAL_ACESSIBILIDADE_CID
Enquanto projetos residenciais possuem um caráter mais próximo entre profissional e usuário, os
projetos comerciais e institucionais são mais complexos, pois possuem usuários internos
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tamanho do ambiente (em m²), que é proporcional ao número de atividades a serem desenvolvidas
no local e ao número de pessoas, com diferentes perfis antropométricos (Gurgel, 2020).
Ambientes comerciais podem ser definidos como aqueles em que são desenvolvidas atividades
Embora os princípios do design universal sejam os mesmos para todos os tipos de ambientes
Créditos: Andrey_Popov/Shutterstock.
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Deve-se considerar também que cada pessoa possui idade e habilidade diferentes, portanto, o
perfil do usuário, independentemente de sua deficiência, deve ser respeitado para que possa fazer o
atendem pessoas com diferentes habilidades e diversas preferências, sendo adaptáveis para
No exemplo usado na figura 9, o usuário pode ter os equipamentos ajustados de acordo com
suas características antropométricas. Portanto, o equipamento é flexível e ajustável a diferentes tipos
de usuários.
Princípio 3. Uso simples e intuitivo: requer fácil entendimento para que qualquer usuário,
Na figura 10, é ilustrado que os comandos possuem acionamento luminoso, indicando que a
função requerida foi acionada para pessoas videntes (que enxergam) e, ao lado, as informações em
braile, indicadas aos usuários com deficiência visual. Sinais sonoros também podem ser utilizados.
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Créditos: yanggiri/Adobestock.
O Símbolo Internacional de Acesso informa que aquele painel possui informações acessíveis ou
Na figura 11 são indicadas rotas accessíveis para os usuários, as quais se destacam no ambiente,
em uma altura que pode ser visualizada pela pessoa com deficiência.
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Créditos: moonrise/Adobestck.
Podem ser utilizados também sinais sonoros, verbais e táteis, ou qualquer outra maneira que
possa ser percebida por pessoas com diferentes habilidades, inclusive as que não sabem ler.
A figura 12 mostra a instalação de piso tátil na escada, indicando o início e final dos degraus.
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Créditos: RachenStocker/Shutterstock.
O piso tátil alerta o usuário por meio da instalação de barreiras e de rota acessível para o usuário
caminhar com segurança.
Princípio 6. Baixo esforço físico: o ambiente ou elemento espacial deve oferecer condições de
ser usado com o mínimo de fadiga muscular do usuário, minimizando ações repetidas que
Créditos: Anarociogf/Shutterstock.
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No exemplo da figura 13, vemos portas com sensores que se abrem sem exigir força física ou
alcance das mãos de usuários de alturas variadas ou com uso de tecnologias assistivas de apoio. Esta
solução atende tanto pessoas com deficiência quanto indivíduos em geral, incluindo as pessoas com
elemento espacial deve ter dimensão e espaço apropriados para aproximação, alcance,
manipulação e uso, independentemente de tamanho de corpo, postura e mobilidade do
usuário.
Na figura 14, todos os produtos estão dimensionados para o alcance de diferentes perfis
critérios específicos que devem ser observados em projetos. Em restaurantes, refeitórios, bares e
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similares é obrigatória por lei a reserva de pelo menos 5% do total de mesas para pessoas com
deficiência. Além disso, é previsto que haja uma rota acessível até a mesa e desta até o banheiro.
Nos locais em que são previstos balcões de autosserviço, deve-se observar os alcances possíveis
extensos e não serão descritos neste material. Por isso, sugerimos que a norma seja utilizada como
um guia de referência em cada tipo de projeto. Sua leitura é obrigatória.
de descanso e/ou entretenimento. Área de lazer é o ambiente ou espaço usado para atividades
agradáveis, prazerosas.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência estabelece que esses indivíduos tenham direito à cultura,
ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. Portanto,
deve ser garantido o acesso aos bens culturais de forma acessível, incluindo os programas de
televisão, cinema, teatro e outras atividades culturais e desportivas; acesso a monumentos e locais de
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importância cultural e a espaços que ofereçam serviços ou eventos culturais e esportivos (Brasil,
2015).
A abordagem do design universal também atende esse contexto de uso de ambientes de acordo
Princípio 1. Uso equitativo: a NBR 9050 (2020) indica que locais de prática de esporte, lazer e
turismo devem proporcionar conforto para as pessoas com deficiência, garantindo condições
de uso para todos, sem distinção.
As piscinas são utilizadas por todos (de crianças a idosos) e devem dar garantia de entrada e
saída da pessoa com deficiência de maneira equitativa para seu uso com segurança, seja por meio de
rampa como equipamento de acesso, de escada, de alças ou de banco de transferência (figura 16). O
piso do entorno das piscinas deve atender às condições da NBR 10339 em seu Anexo A para pisos
táteis.
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Em praias também é necessário proporcionar condições equitativas para banho no mar, com uso
de equipamentos (figura 17) para garantir o acesso do usuário à água e ao lazer.
Créditos: JIRMoronta/Adobestock.
Na figura 18, o usuário cadeirante pode explorar o espaço do parque que é provido de trilhas
pavimentadas da mesma forma que os praticantes de caminhadas e corrida. O uso das mesas prevê
espaço entre elas para o usuário cadeirante e também por qualquer pessoa.
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Créditos: Mark_qusev/Adobestock.
A NBR 9050 estabelece que parques, praças e locais turísticos que possuam pavimentação,
mobiliário ou equipamentos edificados ou montados devem ser dotados de rotas acessíveis,
destinando 5% de mesas em locais de refeições ou locais de jogos para pessoas com deficiência. Nas
áreas legalmente preservadas, deve-se permitir a acessibilidade com mínima intervenção no meio
ambiente, garantindo que galhos de árvores não interfiram na livre circulação.
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A academia ao ar livre (figura 19) é um bom exemplo deste uso simples e intuitivo, com
equipamentos de fácil compreensão para seu uso, independentemente da experiência dos usuários.
diferentes modos (visuais, verbais, táteis), fazendo com que a legibilidade da informação seja
maximizada (figura 20), sendo percebida por pessoas com diferentes habilidades (cegos,
surdos, analfabetos, entre outros).
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Créditos: Sheryl/Adobestock.
Todas as portas dos sanitários e vestiários devem possuir vão livre de, no mínimo, 1 metro
(ABNT, 2020).
Na figura 21, foi colocada no parque a indicação da distância de rampa, na trilha do cadeirante,
para que o usuário decida se segue ou não. As sinalizações indicam os caminhos mais seguros para
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Créditos: evgris/Adobestock.
A sinalização não diz respeito apenas à indicação do uso do ambiente, devendo indicar, também,
acesso às rotas acessíveis e possíveis obstáculos ou dificuldades para a pessoa com deficiência,
dando a possibilidade de decidir se continua ou não na rota.
Neste contexto de espaço para lazer e externo, são disponibilizadas informações com avisos de
risco ou erro com o objetivo de minimizar as consequências adversas de ações acidentais ou não
intencionais.
Princípio 6. Baixo esforço físico: nesse princípio, o ambiente ou elemento espacial deve
oferecer condições de ser usado de maneira eficiente e confortável, com o mínimo de fadiga
muscular do usuário. Para alcançar esse princípio, é necessário permitir que os usuários
mantenham o corpo em posição neutra, usando força de operação razoável, minimizando
ações repetidas e sustentação do esforço físico.
Na figura 22, os canteiros de plantas foram elevados para que os usuários, incluindo pessoas
com deficiência, pudessem fazer a prática de jardinagem.
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livre proporcionam acesso a pessoas com deficiência quando incluem também as rotas
acessíveis e remoção de obstáculos para uso dos equipamentos de lazer (figura 23).
Créditos: Marcos/Adobestock.
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Miranda (2013) informa que foi Roger Coleman quem utilizou pela primeira vez o termo inclusive
design. O design inclusivo visa à inclusão social, no entanto, observa a relação entre aspectos
econômicos e sociais.
O conceito de efêmero está relacionado a tudo que é transitório, com curto período de duração.
Na arquitetura, está relacionado a projetos temporários para eventos, stands de feiras, instalações de
exposições em museus e teatros, entre outros. São estruturas de fácil montagem, mas que
promovem experiências sensoriais para envolver o público em um curto período de tempo
predeterminado. Para alguns tipos de eventos, o local não possui nenhum tipo de instalações
permanentes, sendo totalmente montado apenas para um período rápido. Nesses casos, a atenção
deve ser redobrada, garantindo que o local se adeque às normas da NBR 9050.
Imagine que pessoas com deficiência têm necessidades fisiológicas, e, diante disso, o projeto do
evento deve definir o local para banheiros químicos, por exemplo, que devem ser adequados e
capazes de atender a todos os requisitos normativos, tais como rampas, piso tátil, sinalização em
Braille, rotas acessíveis etc. Pelo menos 5% do número total de banheiros devem ser adaptados e
identificados como femininos e masculinos, incluindo sinalização em braile. Além disso, dependendo
do tipo de deficiência, esses usuários precisam de um acompanhante, por isso as dimensões devem
ser adequadas. Todas essas questões devem ser planejadas no projeto de acordo com o tema e
especificidade do evento, garantindo o acesso da pessoa com deficiência com conforto e segurança.
Os eventos podem ser esportivos, de negócios, científicos, acadêmicos entre outros. A inclusão
em um evento começa com o planejamento, e todos os princípios do design universal vistos nesta
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Deve-se considerar que pessoas cegas têm garantido por lei a companhia de um cão-guia nos
espaços em que esteja ocorrendo o evento. Esses cães são animais treinados, dessa forma, deve-se
As saídas de emergência devem ser totalmente acessíveis, sem barreiras e providas com luzes de
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Audiodescrição;
Website adaptado;
Intérprete de libras;
Material em braile.
Turismo e eventos são um desafio para a inclusão de pessoas com deficiência no que diz
respeito à acessibilidade, no entanto, os usuários têm o papel de “avaliar os empreendimentos e
Programas de governo têm surgido para garantir às pessoas com deficiência o direito de
social e o acesso de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida à atividade turística, de
modo a permitir o alcance e a utilização de serviços, edificações e equipamentos turísticos com
reduzida, o Programa vai ao encontro de ações e iniciativas do Governo federal que buscam
defender e garantir condições de vida com dignidade, a plena participação e inclusão na sociedade,
Cabe lembrar que o Estatuto da Pessoa com Deficiência estabelece que a pessoa com deficiência
Saiba mais
2021.
TROCANDO IDEIAS
Acesse o fórum e pergunte aos seus colegas de curso se na cidade deles há pontos turísticos
com infraestrutura acessível. Comente sobre os pontos turísticos de sua cidade também.
NA PRÁTICA
descrição do elemento, descreva por que você observou determinado princípio no ambiente ou
produto analisado.
Exemplo:
design universal
1) Uso equitativo:
2) Uso flexível:
5) Tolerância ao erro:
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FINALIZANDO
Percebemos que cada uma das abordagens estudadas – design for all, design universal e design
inclusivo – possui sutis diferenças, embora todas busquem a inclusão de pessoas com deficiência no
mais amplo espectro em diferentes contextos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério Público de São Paulo (MPSP). Diretrizes do desenho universal na habitação
de interesse social no estado de São Paulo. São Paulo: MPSP Editora, 2003. Disponível em:
<http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Cartilhas/manual-desenho-universal.pdf>. Acesso em:
22 nov. 2021.
______. Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência
(Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF, 6 jul. 2015. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>. Acesso em: 22 nov.
2021.
______. Ministério do Turismo. Cartilha Programa Turismo Acessível. Brasília, DF, 2014.
______. Ministério do Turismo. Turismo Acessível: Bem Atender no Turismo Acessível. Volume III.
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23/03/2023, 17:11 UNINTER
DAF – The Design for All Foundations. Design for All is design tailored to human diversity.
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