Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
APLICADA
Introdução
O desafio dos arquitetos em “projetar para todos” impulsionou estudos,
pesquisas e propostas de soluções inclusivas nas últimas décadas do
século XX. O termo desenho universal surgiu nos Estados Unidos, a partir
de um importante centro de estudos na Carolina do Norte, o Center of
Universal Design (Centro de Desenho Universal [CUD]), que instituiu os
sete princípios do desenho industrial. Esses princípios, somados às normas
técnicas voltadas para a acessibilidade, consistem em uma ferramenta
imprescindível para o projeto arquitetônico universal (ou inclusivo).
Neste capítulo, você vai estudar as deficiências que acarretam restri-
ções espaciais a muitos indivíduos e as soluções propostas para projetar
incluindo todos os usuários.
A área de atuação e pesquisa que surgiu oficialmente a partir dos anos 1980 objetiva
criar espaços, ambientes e produtos que oportunizem a inclusão de pessoas com
deficiência. Atualmente, a denominação mais difundida e aceita no Brasil é conhecida
como desenho universal, conforme leciona Dischinger (2012).
(Continua)
4 Noções de desenho universal
(Continuação)
Além das deficiências mencionadas, Cambiaghi (2011) alerta para o usuário com restrição
ou limitação temporária, denominado como “ambulante” pela autora. Ocasionalmente,
qualquer um pode ser ambulante: gestantes, obesos, crianças, idosos, usuários de
prótese e órtese, pessoas carregando volumes ou carrinhos de bebê.
Em 2016 entrou em vigor a Lei nº. 13.146, de 6 de julho de 2015, a Lei Brasileira
de Inclusão da Pessoa com Deficiência — Estatuto da Pessoa com Deficiência —,
que visa garantir direitos à acessibilidade, à educação, à saúde e à participação
social e política, além de aplicar punições a condutas discriminatórias. No seu
art. 3º, inciso II, o desenho universal é concebido como “Concepção de produtos,
ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem
necessidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos de
tecnologia assistiva” (BRASIL, 2015, documento on-line).
8 Noções de desenho universal
[...] Homem, mulher, criança, ter qualquer idade, altura ou peso; ter visão
reduzida ou ser cego; capacidade de audição e fala alterada; capacidade de
compreensão, memória ou linguagem limitada, ter reflexos lentos, dificuldades
para sentar-se e levantar, não ter mãos ou apenas uma delas, usar próteses,
órteses ou ajudas técnicas; dificuldade para andar, usar muletas, bengalas,
andadores, cadeira de rodas, entre outros.
Princípio 1
Uso equitativo
(igualitário)
Princípio 2
Uso flexível
(adaptável)
Princípio 3
Uso simples e intuitivo
(óbvio)
Princípio 4
Informação de fácil percepção
(conhecido)
Princípio 5
Tolerante ao erro
(seguro)
(Continua)
Noções de desenho universal 13
(Continuação)
Princípio 6
Baixo esforço físico
(sem esforço)
Princípio 7
Dimensão e espaço para
aproximação e uso
(abrangente)
Leituras recomendadas
ALVAREZ, E.; CAMISÃO V. Guia operacional de acessibilidade para projetos de de-
senvolvimento urbano com critérios de desenho universal. Banco Interamericano de
Desenvolvimento, 2007. Disponível em: <http://www.iab.org.br/sites/default/files/
Guia%20BID%20Vers%C3%A3o%20Portugu%C3%AAs.pdf>. Acesso em: 26 out. 2018.
BUXTON, P. Manual do arquiteto: planejamento, dimensionamento e projeto. 5. ed.
Porto Alegre: Bookman, 2017.
CHING, F. D. K. Arquitetura de interiores ilustrada. Porto Alegre: Bookman, 2013.
DORNELES, V. G.; AFONSO, S.; ELY, V. H. M. B. O desenho universal em espaços abertos:
uma reflexão sobre o processo de projeto. Gestão e Tecnologia de Projetos, São Paulo,
v. 8, n. 1, p. 55-67, jan./jun. 2013. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/gestao-
deprojetos/article/view/62203/65031>. Acesso em: 26 out. 2018.
Noções de desenho universal 27