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A ELABORAÇÃO DE UM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO


PARA O ENTENDIMENTO DA ACESSIBILIDADE NOS
PROJETOS ARQUITETÔNICOS

Greice Nágela Romano Rodrigues¹


Curso de Pós-Graduação MBA em Gestão de Projetos
Polo de Bauru, SP

RESUMO

Este artigo objetiva parametrizar a elaboração de um curso para profissionais da


área de Arquitetura e Urbanismo focado na acessibilidade dos espaços, com o
intuito de expandir o conceito do Desenho Universal e sua real aplicabilidade no
desenvolvimento dos projetos arquitetônicos. Será abordado o caminho percorrido
pela busca do reconhecimento da necessidade do atendimento à pessoa com
deficiência (PcD) através dos Planos Nacionais e da criação ao longo dos anos de
setores públicos especializados, além de analisar as leis e normas referentes ao
tema em questão e por fim assegurar a importância de se ter técnicos / profissionais
com uma visão ampliada da relevância da Acessibilidade, capazes de promover a
inclusão social através de seus projetos.

Palavras-chaves: Acessibilidade. Projeto Acessível. Curso Livre.

________________________
¹ Arquiteta e Urbanista graduada pela UNESP - Campus Bauru (FAAC) e certificada
em Acessibilidade pela ABNT.
2

INTRODUÇÃO

Há alguns anos, o termo Acessibilidade tem-se tornado recorrente no


vocabulário das pessoas. Segundo o dicionário Michaelis, acessibilidade é “1.
Facilidade de acesso; qualidade do que é acessível. 2. Facilidade de aproximação,
de procedimento ou de obtenção”; ou seja, algo de acesso fácil.
Busca-se a plena realização deste conceito na Arquitetura e Urbanismo
onde o espaço público ou coletivo seja objeto de uso com autonomia e segurança de
todos os usuários principalmente dos deficientes, sejam eles: físicos, intelectuais,
auditivos, visuais ou com mobilidade reduzida, conseguido através de mudanças na
concepção dos novos espaços e/ou adaptações dos espaços existentes.
Um projeto acessível é aquele desenvolvido para ser utilizado, visitado ou
alcançado por todas as pessoas. A caracterização de um projeto acessível é a
materialização do Desenho Universal.
Apesar da existência de Normas Técnicas, cartilhas específicas e artigos
que descrevem o que é e como se aplica a acessibilidade, pode-se afirmar que os
técnicos/profissionais não apresentam uma noção real da profundidade do tema e
de suas implicações. Acreditam que trata-se apenas de atendimento à norma.
Segundo Cambiaghi (2012, p. 87) “Pensar acessível desde a concepção de um
projeto é uma prática ainda não muito difundida e destituída de amparo técnico em
nossas universidades”.
Há também a dificuldade por parte dos técnicos / profissionais em entender
o conteúdo da NBR 9050 de uma maneira conceitual e ampla no sentido do senso
comum, e a partir daí estabelecer critérios que auxiliam na elaboração de projetos
que atendam todos os tipos de seres humanos, sejam eles pessoas com
deficiências, gestantes, crianças, idosos, canhotos, obesos, etc...
“Trabalhar cada um em sua esfera de competência e segundo suas
possibilidades para uma casa e uma cidade mais humanas, para uma cidade que
seja capaz e organizada arquitetonicamente para todos os homens, inclusive [para
que] os que usam cadeira de rodas possam circular plenamente, livremente...” (LE
CORBUSIER, p.06 apud CAMBIAGHI, 2012, P.159).
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Apesar do conceito amplamente divulgado, o conhecimento prático ainda é


motivo de análise e aprimoramento técnico. Portanto, o objetivo deste artigo é
trabalhar junto aos técnicos / profissionais o entendimento do conceito de
Acessibilidade, tendo como princípio o Desenho Universal e seu aprofundamento
técnico, através de um Curso sobre Acessibilidade com uma abordagem didática
para profissionais da área de Arquitetura e Urbanismo.
Técnicos / profissionais mais bem informados sobre os conteúdos
específicos e com uma visão ampliada do verdadeiro sentido da palavra
Acessibilidade, serão capazes de formular critérios que nortearão a elaboração de
projetos melhores, inserindo nestes o novo conceito de pensar o ambiente urbano e
a estreita relação entre espaço e usuário de uma maneira generalizada.
A metodologia adotada foi fundamentada em pesquisa bibliográfica (livros,
artigos, blogs), além da análise técnica sobre leis e normas técnicas vigentes
referentes à temática do artigo, tendo como foco principal a NBR 9050/2015 e seus
principais indicativos para elaboração de um curso que versa sobre a parte técnica e
a prática (vivência).
A estruturação do artigo divide-se em 02 tópicos, sendo a primeira parte
voltada para o aspecto histórico da Acessibilidade no Brasil, bem como suas
importantes datas de referência e na segunda parte será abordado a forma como se
aplica a acessibilidade nos projetos, provendo assim uma visão geral do curso a ser
implementado.

1. ACESSIBILIDADE: O CAMINHO PERCORRIDO

A melhoria nas condições de vida das pessoas aumentou consideravelmente


nas últimas décadas, sejam elas econômicas; na área da saúde; na área
educacional e também no lazer, inclusive para as pessoas deficientes que, de forma
inédita estão conseguindo ter chances reais de serem os agentes de sua própria
história, sem assistencialismo; uma vez que as tecnologias e o desenvolvimento
econômico dão o suporte para se autossustentarem, fazendo com que não se
limitem mais ao âmbito familiar ou governamental, podendo estudar, trabalhar,
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constituir famílias, usufruindo plenamente de seu direito de ir e vir. Esta parcela da


população em atividade, mesmo com dificuldades que a deficiência impõe, precisa
ser considerada.
De acordo com o Censo 2010 (IBGE), 23,9% da população no Brasil
apresenta algum tipo de deficiência (visual, auditiva, motora e intelectual). São mais
de 45,6 milhões de pessoas, sendo que quase 38,5 milhões estão na área urbana.

Figura 1 – Cartograma 2: Percentual de pessoas com pelo menos uma das


deficiências investigadas no Censo 2010

Fonte: IBGE (2010).


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Figura 2 – Atlas do Censo Demográfico 2010 – Pessoas com Deficiência


(Intelectual – Motora)

Fonte: IBGE (2010).

Figura 3 – Atlas do Censo Demográfico 2010 – Pessoas com Deficiência


(Visual – Auditiva)

Fonte: IBGE (2010).

Porém a organização do território urbano elaborada pelo Poder Público não


tem sido muito eficiente. Ao longo de décadas, as cidades tem sofrido um
crescimento desordenado e sem planejamento, acarretando deficiências em
diversos setores, mas principalmente no que diz respeito ao uso do espaço urbano,
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impossibilitando ao cidadão o direito real à cidade, gerando assim, barreiras


arquitetônicas, culturais, sociais, etc...
Historicamente, “a origem do uso do termo para designar às condições de
acesso a pessoas com deficiência está no surgimento de reabilitação física e
profissional no final da década de 40” (SASSAKI, 2006, p. 01).
Na década de 50 surgiram as primeiras campanhas neste sentido no Brasil,
apesar de serem ações setoriais e dispersas, e junto com elas foram criados
Decretos, os quais foram paralisados e até mesmo extintos a partir de 1964, porém
deixaram um legado de debates sobre educação especial fazendo com que em 1973
fosse criado o CENESP (Centro Nacional de Educação Especial) e nele foram
concentradas as discussões sobre a pessoa com deficiência no Brasil. Dele foi
criado em 1985, o Comitê Nacional para Educação Especial, com o objetivo de
traças políticas públicas de ações conjuntas para aprimorar a educação especial e
integrar à sociedade as pessoas com deficiência e superdotadas. As discussões e
debates do Comitê resultaram no Plano Nacional de Ação Conjunta par Integração
da Pessoa Deficiente.
Neste ponto, houve um consenso que o Comitê trataria apenas de pessoas
com deficiência, excluindo assim do Plano, ações voltadas para os superdotados e
também para as pessoas com desvios de conduta.
A Política Nacional de Ação Conjunta definida pelo Plano tinha dois
objetivos: detalhar e especificar as ações a serem desenvolvidas e propor a criação
de uma coordenadoria destinada a viabilizar o plano. Portanto, em 1986 foi instituída
a CORDE (Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência), que atuou na elaboração de leis, decretos, programas e planos, sendo
um deles a Lei Federal n° 7.853/89 que dispõe sobre a integração social das
pessoas com deficiência. Ela foi regulamentada pelo Decreto Federal n° 3.298/99
que alterou a Política Nacional para Integração da Pessoa com Deficiência, que
havia sido instituída pelo Decreto Federal n° 914/93.
As Câmaras Temáticas criadas pela CORDE a partir da década de 90
tinham por objetivo discutir e sistematizar ações visando a formulação de programas
a serem desenvolvidos no Brasil. Foi em 1999 que o Conselho Consultivo foi abolido
e em seu lugar foi criado o Conselho Deliberativo – o CONADE.
Em 2009, a CORDE recebeu o status de Subsecretaria Nacional de
Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, através do Decreto
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Federal n° 6.980/09 e em 2010, o Decreto Federal n° 7.256, a transformou em


Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência,
subordinada à SDH/PR -Secretaria dos Direitos Humanos/Presidência da República.
É importante ressaltar que a participação do Brasil na Convenção de Nova
York em 2007, acarretou avanços para a implantação da acessibilidade no país,
mesmo já havendo leis específicas para a promoção de ações neste sentido. São
elas, as Leis Federais n° 10.048 e 10.098, ambas de 2.000, onde “dá prioridade de
atendimento às pessoas que especifica” e “estabelece normas gerais e critérios
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência
ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências”, respectivamente. Ambas
regulamentadas pelo Decreto Federal nº 5.296/2004.
A partir daí, apresentou-se a Norma Brasileira de Regulamentação (NBR)
9050/2004 que é vista como a Bíblia da Acessibilidade, pois através dela criou-se os
parâmetros construtivos da aplicabilidade em projetos. A mesma foi atualizada em
2015, sendo esta sua versão vigente.
O Plano Viver sem Limites apresentado pelo Governo Federal em 2.014 é o
resultado do acordo firmado na Convenção de Nova York e suas ações. Além de ser
a base para a Lei Federal nº 13.146/2015 – Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência: Estatuto da Pessoa com Deficiência, a chamada Lei da
Acessibilidade.
Somente este aparato jurídico não é suficiente, apesar de importante e
necessário, é preciso iniciar uma mudança de conceito e cultural nas pessoas,
principalmente nos profissionais de Arquitetura e Urbanismo, pois é deles que parte
o início de uma cidade organizada e estruturada, incorporando a inclusão social no
espaço físico, gerando cidades e edifícios mais humanos e eficientes, com sua
interligação espacial através da eliminação das barreiras que impedem a Mobilidade
Urbana.

2. O CONCEITO DE ACESSIBILIDADE NA ESTRUTURA DO


PROJETO E NA ORGANIZAÇÃO DAS CIDADES
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O “pensar acessível” é algo que deve ser difundido logo no início do


conhecimento acadêmico. Tendo em vista que hoje ainda existem dificuldades em
compreender o espaço acessível como um todo, esta lacuna deve ser preenchida
mesmo que o profissional já esteja habilitado nas suas funções técnicas.
O conceito de se criar meios de estudo onde o técnico/profissional possa
aprimorar seus conhecimentos e compreender que um projeto elaborado tendo
como base o Desenho Universal e que sejam projetos coerentes e adequados,
transforma não só o espaço inserido no contexto urbano, como a interação do
usuário que se apodera do espaço em seu verdadeiro sentido de uso, tornando este
trabalho de pesquisa primordial para a melhora na vida da população que utiliza os
espaços e equipamentos público-coletivos, além da inclusão social.
O início para esta nova visão do apoderamento do espaço físico se dá a
partir do momento em que o público-alvo percebe a necessidade de olhar a
contextualização do projeto pensando no resultado final que é a satisfação do cliente
e/ou usuários e sua ampla utilização.
Tal necessidade tem se apresentado a todos os profissionais e técnicos da
área, mas são poucos os que nutrem este interesse em se aprofundar neste tema,
pois a grande maioria ainda acredita ser necessário criar espaços adaptáveis e não
acessíveis. Para tanto, faz-se necessário uma estratégia de marketing que desperte
no público-alvo a visão da necessidade tão real, mas tão ignorada.
A abordagem inicial é o tema do curso; ou seja, a definição do escopo deste
projeto. É evidenciar o aspecto mais importante de forma clara e objetiva, para
quaisquer ações que se faça a partir dele.
A identificação do público-alvo vem na sequência, uma vez que a partir do
momento que se define o tema de um curso é necessário definir para quem ele será
ministrado. A mensagem direta e objetiva a ser transmitida pelo curso deve acarretar
efeito imediato no desenvolvimento do processo criativo destes profissionais. Por
isso, sequencialmente a sensibilização do tema junto aos órgãos representativos da
categoria, bem como os meios acadêmicos torna-se o próximo passo na elaboração
e montagem deste curso. Buscar através das mídias eletrônica, impressa, visuais e
participativas ou até mesmo redes sociais é o caminho para apresentar o conteúdo
de forma sintática e instigante, onde o profissional sinta que tal conhecimento lhe faz
falta e para tanto deverá buscar um avanço no seu modo de pensar.
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Tendo o tema, o público-alvo e o marketing já definidos, é prioritário a


elaboração da Proposta do Projeto; ou seja, a concretização da realização do curso:
como o tema será abordado, quais recursos serão utilizados e quantas pessoas
estarão envolvidas neste projeto.
Equalizar as necessidades externas para a concretização da realização do
curso, como por exemplo, definir a quantidade de alunos a serem atendidos, a
escolha do espaço para comportar a quantidade de usuários pré-estabelecida,
definir as mídias que serão empregadas durante as apresentações, a escolha do
material de apoio a ser empregado, além dos horários a serem disponibilizados.
Estabelecendo estes critérios e o conteúdo do Programa, o próximo passo é
fazer uma avaliação dos riscos que envolvem a elaboração de um curso específico.
Pode-se ater ao não-atendimento da quantidade esperada de usuários, o local
escolhido é de difícil acesso, os horários disponibilizados não atendem o público-
alvo, etc. Somente de posse desta avaliação é possível criar uma Plano de
Mudanças e Estratégias para eliminar estes riscos e gerar o sucesso do curso a ser
aplicado.
O êxito do curso também está relacionado no valor cobrado. Deve-se
considerar todos os custos diretos e indiretos e para isso é necessário criar uma lista
de identificação destes custos e mensurá-los. Com o valor do custo e a definição do
lucro, é hora de partir para estratégias de vendas, empregando os conhecimentos de
abordagem de marketing, as quais poderão ser terceirizadas, desde que tal custo
seja alocado no valor do custo.
A partir de então, inicia-se a elaboração do curso propriamente dito, com a
criação do Programa de Atividades ao longo do período pré-estipulado para o
desenvolvimento das apresentações. Como as apresentações deverão ocorrer e
suas sequências subdivididas em temas a serem abordados e pausas, de forma
didática, criando assim o Conteúdo Programático e a partir daí, o tempo do
desenvolvimento do curso está definido.
Com o Programa em mãos, é recomendável que seja feita uma revisão
bibliográfica de todo o conteúdo programático para possíveis atualizações de leis,
normas e informações recentes sobre o assunto que se apresentem necessárias.
Um breve histórico das necessidades surgidas ao longo das últimas
décadas e o não-acompanhamento generalizado do Projeto Arquitetônico e
Urbanístico deverá guiar as apresentações. O entendimento torna-se mais eficiente
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quando for apresentado para análises projetos com e sem a aplicação do Desenho
Universal. Mas a maneira mais eficaz de analisar o “universo deficiente” é
(re)conhecendo o espaço através das diversas deficiências (auditivas, visual e
motora) e aplicando na prática as dificuldades encontradas pelos deficientes junto às
barreiras físicas, a chamada “vivência”. É através do “sentir na pele” que as
necessidades tornam-se evidentes e a partir dela um novo olhar para o espaço é
estabelecido.
São ações práticas que levam a melhoria do desenho acessível e por
consequência, o desenvolvimento de projetos melhores na questão de
acessibilidade.
Pré-estabelece que tal apresentação tornará os projetos futuros melhores;
porém somente através de uma avaliação qualitativa junto ao público-alvo que esta
máxima será obtida. Torna-se, portanto, necessário um retorno dos profissionais ao
final do curso e dele sairá as necessidades de aprimoramento e ajustes para a
melhoria constante das apresentações.
Finalmente, é feita a abordagem final sobre a alteração de paradigmas dos
profissionais de maneira conceitual a partir da participação do curso empregado. É
através desta alteração que quaisquer projetos solicitados a estes profissionais,
sejam elaborados de maneira eficaz, com um peso arquitetônico respaldado no
saber técnico e social, atendendo o verdadeiro objetivo da Arquitetura que é “modo
como se dispõem as partes ou elementos de um edifício ou de um espaço urbano,
tendo em vista a criação de espaços agradáveis de vivência e experimentação”.
(DICIONÁRIO MICHAELIS, on line, item 3.)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Trabalhar não só o conceito, mas elevar o conhecimento a outro patamar


que passe pela provação, pelo auto-conhecimento e pelo choque do saber alheio. É
com estas premissas que se pretende tirar o profissional da sua zona de conforto
acadêmica e bibliográfica para o mundo real, o mundo de problemas a serem
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solucionados, de expectativas a serem atendidas e de projeções de um espaço


físico mais humanizado.
Nesse contexto, a criação de um curso específico que apresenta parâmetros
para uma evolução no desenvolvimento do modo de pensar acessível torna-se
relevante e pertinente. Para tanto é necessário desenvolver um gerenciamento deste
projeto (curso) com ações que empregarão técnicas de metodologia, as quais
deverão ser definidas a partir do modelo escolhido, para o êxito do projeto.
Atualmente as boas práticas de gestão tem sido amplamente difundidas e
com elas diversos modelos, cada qual com sua especificidade, tornaram-se
disponíveis para análise e implementação. O mais utilizado é o PMBOK, que apesar
de não ser considerado uma metodologia, é definido como um padrão para
Gerenciamento de Projetos pois apresenta processos e áreas de conhecimento, os
quais identificam etapas e regras que nortearão o sucesso do projeto.
Estas áreas de conhecimento estão presentes na elaboração do curso que é
o tema deste artigo e facilmente identificadas: Integração entre as áreas, Escopo,
Tempo, Custos, Riscos, Recursos Humanos, Qualidade, Comunicação, Aquisições e
Partes Interessadas (Stakeholders) e culminam no processo de formalização das
ações para definição, integração e coordenação chamado de Plano de
Gerenciamento de Projetos, que se utiliza de 47 processos agrupados em 05
grupos: Iniciação – Planejamento – Execução – Monitoramento e Controle –
Encerramento.
Mediante as técnicas empregadas para a elaboração de um curso (projeto)
focado em atender profissionais dispostos a alterar sua visão do espaço a ser
projetado e edificado, conclui-se que para o sucesso deste empreendimento é
imprescindível a aplicabilidade da Gestão de Projetos.
Vale lembrar que todo o processo ao longo da programação do curso
envolve a busca por colocar-se no lugar daquele que se pretende atender e passar a
ter sua visão da cidade projetada e construída, bem como seus edifícios
intransponíveis, seus acessos negados, sua participação reduzida o que pode-se
determinar como exercício de categoria didática.
É ter a certeza de que suas ações geram reações e para tanto, faz-se
necessário que o saber-projetar envolva a maior parcela de indivíduos que se pode
atender. Só assim, haverá projetos acessíveis e não adaptáveis.
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