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CURSO: ACESSIBILIDADE FÍSICA NO

AMBIENTE CONSTRUÍDO

Arq. Zilsa Maria Pinto Santiago

QUIXADÁ
2008
2

ACESSIBILIDADE FÍSICA NO
AMBIENTE CONSTRUÍDO

Arq. Zilsa Maria Pinto Santiago1

Objetivo: O curso objetiva introduzir noções relacionadas à acessibilidade e desenho


universal de forma a informar, conscientizar e capacitar profissionais de áreas diversas
para atuarem em mercado de trabalho que inclua pessoas com deficiência,
fomentando a inclusão social.

Ementa:Conceitos e definições que situam a deficiência em um contexto amplo;


noções sobre como planejar e executar projetos adequados à diversidade humana, em
especial para pessoas com alguma deficiência ou mobilidade reduzida, apresentando
padrões de soluções técnicas, existentes no Brasil e exterior, bem como atendendo
aos critérios técnicos da NBR 9050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT, bem como a referência do Decreto Federal 5.296/04 que garante a
acessibilidade a todos os componentes do ambiente urbano e das edificações.

Data: 25 de julho de 2008


Local: Câmara Municipal de Quixadá/CE
Carga Horária: 6 horas/aula

Público Alvo: arquitetos, engenheiros, estudantes, profissionais envolvidos com


órgãos ligados às políticas públicas urbanas, educacionais, de saúde, de transporte
profissionais de áreas de tecnologia, design e afins que trabalham nas prefeituras
municipais ou desenvolvem atividades como profissionais liberais.

Programa: Mobilidade e Acessibilidade no Ambiente Construído (5h)

- Vivência/ percurso monitorado utilizando acessórios para ter sua mobilidade reduzida
(muletas, vendas, cadeira de rodas, etc.)
1. Cidadania e Acessibilidade
2. Categorias de acessibilidade
3. As pessoas com deficiência
4. Legislação e normas técnicas.
5. Análise das dificuldades do ser humano
6. Introdução ao desenho universal
7. Principais barreiras arquitetônicas
8. Soluções de acessibilidade nos espaços construídos como em residências,
edifícios de escritórios e edifícios públicos
9. Comunicação e sinalização
10. Acessibilidade no espaço urbano e mobiliário urbano

1
Arquiteta Graduada pela Universidade Federal do Ceará – UFC (1981). Mestre em
Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo – USP (2005). Professora Assistente do Departamento
de Arquitetura e Urbanismo da UFC. Coordenadora do Projeto de Extensão -
Acessibilidade em Escolas de Ensino Fundamental e Médio das Redes Públicas
Estadual e Municipal. Integrante da Coordenação do Projeto UFC Inclui. Membro do
movimento VIDA. Coordenadora Adjunta do Grupo de Trabalho em Planejamento e
Acessibilidade (GTPA/CREA).
3

11. Noções de acessibilidade no design, móveis e materiais de acabamento


12. Acessibilidade nos transportes

1. CIDADANIA E ACESSIBILIDADE

Cidadania é um conceito complexo, amplamente discutido pelas ciências sociais e


pelo primeiro setor (Estado), no sentido da criação legislativa e do estabelecimento de
políticas públicas, tanto universais como específicas.

A construção da cidadania pode se dar a partir de sua organização em três grandes


conjuntos de direitos individuais. Cidadania é uma situação social que inclui três tipos
distintos de direitos, especialmente em relação ao Estado:

1) direitos civis, que incluem o direito de livre expressão, de ser informado do que está
acontecendo, de reunir-se, de organizar-se, locomover-se sem restrição indevida e
receber igual tratamento perante a lei;

2) direitos políticos, que incluem o direito de votar e disputar cargos em eleições livres;

3) direitos socioeconômicos, que incluem o direito ao bem-estar e à segurança social,


a sindicalizar-se e participar de negociações coletivas com empregadores e mesmo o
de ter um emprego. A questão sociológica fundamental sobre cidadania é de que
forma os vários grupos são dela incluídos ou excluídos [...]

(MARSHALL apud JOHNSON,1997, p. 34).

INCLUSÃO SOCIAL

[...] o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus
sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e,
simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade. A
inclusão social constitui, então, um processo bilateral no qual as pessoas,
ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria, equacionar problemas,
decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos.
Sassaki (1997, p. 41)

2. CATEGORIAS DE ACESSIBILIDADE

Acessibilidade

Condição de acesso aos serviços de informação, documentação


e comunicação, por parte do portador de necessidades
especiais. (Aurélio Eletrônico)

Na definição de acessibilidade, segundo as normas brasileiras (ABNT/NBR 9050/2004,


p.2), “possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização
com segurança e autonomia, de edificações, espaço, mobiliário e equipamento urbano
e elementos” são salientados dois fatores: segurança e autonomia.
4

Categorias de acessibilidade:

Bahia et al. (1998, p. 12) consideram cinco categorias de acessibilidade:

1. o acesso como a capacidade de se chegar a outras pessoas - numa


visão dos espaços coletivos, considerando como espaços de trocas entre entes
sociais.
2. o acesso a atividades-chaves – equiparação de oportunidades como
processo pelo qual o meio físico e cultural e todos os serviços se tornam
acessíveis a todos.
3. o acesso à informação – mediante a comunicação sensorial, reprodução
dos símbolos e signos expressos em cada espaço e mobiliários urbanos, é
possível realizar um sistema de sinalização acessível a qualquer pessoa.
4. autonomia, liberdade e individualidade – a acessibilidade pressupõe a
liberdade de escolha ou a opção individual no ato de relacionar-se com o
ambiente e a vida.
5. o acesso ao meio físico – o planejamento da cidade pode possibilitar a
construção de uma sociedade que assimile progressivamente a idéia de
inclusão social e espacial das pessoas com todas as suas diferenças. Ressalta-
se o papel importante dos transportes coletivos na integração das diversas
atividades desenvolvidas na cidade.

3. AS PESSOAS COM RESTRIÇÃO DE MOBILIDADE E DEFICIÊNCIA

Ver legislação mais recente Decreto nº. 5.296/2004.

Em função da idade, estado de saúde, estatura e outros condicionantes, muitas


pessoas têm dificuldades para receber informações, chegar aos terminais ou a uma
parada de ônibus, entrar num transporte coletivo, ou simplesmente se deslocarem
pelos espaços públicos urbanos. São estas pessoas que são consideradas de
pessoas com ‘com dificuldade de locomoção’ ou pessoas ‘com restrição de
mobilidade’ e neste grupo estão incluídas as pessoas com deficiência.

As deficiências podem ser apresentadas em cinco grandes grupos:


• Deficiência física
• Deficiência mental
• Deficiência sensorial (visual e auditiva)
• Deficiência orgânica
• Deficiência múltipla (associa mais de duas deficiências)

No censo de 2000, o Brasil apresentou 14,5% de pessoas possuem algum tipo de


deficiência, ou seja, 26,5 milhões de pessoas. Além disso 8,5% são idosos.
As dificuldades encontradas por estas pessoas levam a um quadro de desvantagem,
impedem que elas desempenhem o papel na sociedade.

“A desvantagem está, por conseguinte, em função da relação entre pessoas


incapacitadas e seu ambiente. Ocorre quando as ditas pessoas enfrentam barreiras
culturais, físicas ou sociais que as i mpedem de ter acesso aos diversos si stemas da
soci edade à disposição dos demais cidadãos. A desvantagem é, portanto, a perda ou
a limitação das oportunidades de participar na vida da comunidade na igualdade de
condições com os demais”. (ONU/1982/Brasil, CORDE , 1997)
5

4. LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS.

A legislação pertinente ao tema é bastante vasta. O principal problema é


sua completa implementação e cumprimento.

A Legislação referente aos direitos das pessoas com deficiência e


acessibilidade aos espaços públicos, bem como normas pertinentes ao
assunto estão listadas no Anexo 1 (CDROM)

Em 1985, é criada a Norma Técnica Brasileira 9050 da Associação Brasileira de


Normas Técnicas (ABNT), relativa à acessibilidade intitulada: “Adequação das
Edificações. Equipamentos e Mobiliário Urbano à pessoa portadora de deficiência –
NBR 9050”. Além da revisão de 1994, foi promulgada pela ABNT a revisão da NBR-
9050 com novo enunciado: “Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos”. Junho/2004

DECRETO Nº. 5.296 DE 2/12/2004 – Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de


novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e
10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos
para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida, e dá outras providências.

Comentários de alguns pontos importantes do Decreto 5.296/2004:

Capítulo I/ Disposições preliminares/

Art 2º: Ficam sujeitos ao cumprimento das disposições deste Decreto, sempre que
houver interação com a matéria nele regulamentada:
I - a aprovação de projeto de natureza arquitetônica e urbanística, de
comunicação e informação, de transporte coletivo, bem como a execução de
qualquer tipo de obra, quando tenham destinação pública ou coletiva;
II - a outorga de concessão, permissão, autorização ou habilitação de qualquer
natureza;
III - a aprovação de financiamento de projetos com a utilização de recursos
públicos, dentre eles os projetos de natureza arquitetônica e urbanística, os tocantes
à comunicação e informação e os referentes ao transporte coletivo, por meio de
qualquer instrumento, tais como convênio, acordo, ajuste, contrato ou similar.

Art. 4º: O Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência, os


Conselhos Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, e as organizações
representativas de pessoas portadoras de deficiência terão legitimidade para
acompanhar e sugerir medidas para o cumprimento dos requisitos
estabelecidos neste Decreto.

CAPÍTULO II
DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO

Art. 6º § 1º - O tratamento diferenciado inclui, dentre outros:


I - assentos de uso preferencial sinalizados, espaços e instalações acessíveis;
II - mobiliário de recepção e atendimento obrigatoriamente adaptado à altura e à
condição física de pessoas em cadeira de rodas, conforme estabelecido nas normas
técnicas de acessibilidade da ABNT;
6

III - serviços de atendimento para pessoas com deficiência auditiva, prestado por
intérpretes ou pessoas capacitadas em Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e no trato
com aquelas que não se comuniquem em LIBRAS, e para pessoas surdocegas,
prestado por guias-intérpretes ou pessoas capacitadas neste tipo de atendimento;
IV - pessoal capacitado para prestar atendimento às pessoas com deficiência visual,
mental e múltipla, bem como às pessoas idosas;
V - disponibilidade de área especial para embarque e desembarque de pessoa
portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida;
VI - sinalização ambiental para orientação das pessoas referidas no art. 5o;
VII - divulgação, em lugar visível, do direito de atendimento prioritário das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida;

5. ANÁLISE DAS DIFICULDADES DO SER HUMANO

• Diversidade humana: homem ideal e homem comum

O estudo das medidas e proporções


humanas ideais remonta à Antigüidade.
O arquiteto romano Marcus Vitrúvius
(Séc. I a.C.), em sua obra Los Diez
2
Libros de Arquitectura, usa as
relações do corpo humano como
correspondência formal, estética e
estrutural para a concepção do espaço
edificado. Entre suas observações
sobre o corpo humano, está a de que a
altura de um homem “bem constituído”
é igual ao que seus braços estendidos
alcançam. Figura 1: Proporções Humanas – Leonardo Da Vinci
Fonte: DOCZI, György. El poder de los límites. Buenos
Aires, Argentina: Editorial Troquet (2004, p. 93)

A “Carta de Atenas” em 1941, na França, cujos princípios urbanísticos foram


estabelecidos no IV Congresso Internacional de Arquitetura (CIAM), realizado em
Atenas, 1933. A Arquitetura moderna fundamenta-se nos princípios da Carta de
Atenas. Ela representa uma das primeiras intenções de buscar orientação e
parâmetros para projetar ou organizar a cidade de forma a melhorar as condições e
qualidade de vida de seus habitantes. E afirma que:

2
Tradução do latim e comentado por Dom Joseph Ortiz y Sanz. Madrid: Imprensa Real, 1787.
7

[...] somente pela escala humana pode reger-se o


dimensionamento de todas as cousas dentro do dispositivo
urbano. A medida natural do homem deve servir de base a
todas as escalas que se encontram em relação com a vida e
as diversas funções do ser.
....................................................................................................
[...] Para o arquiteto, ocupado em tarefas de urbanismo, o
instrumento de medida será a escala humana. A arquitetura,
depois dos extravios dos últimos cem anos, deve ser posta a
serviço do homem.

É também na década de 1940 que Le Corbusier apresenta, em seu trabalho “Le


Modulor”, um sistema de dimensões a partir da escala humana, aplicável
universalmente à Arquitetura e à Mecânica, baseado nas medidas de um homem com
estatura de 1,83m.

Figura 2 .2: Le Modulor – Le corbusier

Fonte: Girsberger e Boesiger. Le Corbusier 1910-65 (1971, p. 291)

Na literatura relativa à antropometria, vão sendo acrescentados novos padrões:

• Dreyfuss (1955)3 apresenta medidas das posições estáticas do homem, da


mulher e da criança.

• Goldsmith (1976)4 exibe dados antropométricos de pessoas com diferentes


idades, crianças, idosos, inclusive em cadeira de rodas.

• Panero e Zelnik (1989)5 confirmam que muitos são os fatores de variação de


medidas do corpo humano, sejam por idade, sexo, raça ou grupos sociais.
Apresentam, também, um capítulo sobre anciãos e pessoas portadoras de
deficiência física ambulatorial, incluindo desenhos de pessoas utilizando
órteses e em cadeira de rodas.

3
Em Designing for People.
4
No livro Designing for Disabled.
5
No livro Las Dimensiones Humanas em los Espacios Interiores.
8

O cotidiano das pessoas com deficiência é repleto de confrontações com obstáculos


no espaço edificado trazendo sentimentos que a todo o momento precisam ser
superados – como a raiva, medo, tristeza.

Final do séc. XX e início do séc. XXI – novos paradigmas:

European Concept for Acessibility (ECA – 2003) – Luxemburgo, Bélgica.

• diversidade dimensional – diferenças entre as pessoas relativas a estatura,


peso, proporções corpóreas, etc;
• diversidade perceptiva – diz respeito não somente as várias gradações de
deficiências visuais, mas também às olfativas, auditivas e táteis;
• diversidade motora – refere-se às pessoas com problemas de mobilidade dos
mais diversos, desde os usuários de cadeiras de rodas, os que usam muletas,
bengalas, ou andadores, como também as pessoas com perna mais curta que
a outra, as que têm problemas de reumatismo e se deslocam devagar, os mais
idosos que têm dificuldade de se equilibrar e portanto de se locomover, dentre
outros;
• diversidade cognitiva – mudanças cognitivas podem afetar a habilidade de
captar e processar informações, a memória, a orientação espacial e temporal,
e a fala.

Picture 009 > Anthropometric table - © Design for All Toolkit by Francesc Aragall
Fonte: ECA_full.PDF

O entendimento da diversidade humana leva ao conhecimento das dificuldades em


relação ao meio físico de pessoas que não se enquadram aos padrões estabelecidos
anteriormente (até meados do séc. XX).
9

Isto requer dos profissionais das áreas de Urbanismo, Arquitetura e Design, uma
modificação conceitual e a concepção de espaços edificados e objetos produzidos,
apontando para um projeto mais responsável e compromissado; ou seja, trabalhar no
sentido de atender a uma gama cada vez maior de usuários.

ACESSIBILIDADE FÍSICA

Garantir a todos o direito de ir e vir, sem o qual nenhuma pessoa pode realizar
atividades cotidianas, obter os benefícios e usufruir o direito à saúde, à educação, ao
trabalho, à cultura e ao lazer.

6. INTRODUÇÃO AO DESENHO UNIVERSAL

Dreyfuss (1955, p. 24) já afirmava que:


Nós temos em mente que o objeto sobre o qual trabalhamos
será conduzido, sentado, olhado, comunicado, ativado,
operado, ou de alguma outra maneira usado por pessoas
individualmente ou em massa. Se o ponto de contato entre o
produto e o indivíduo se torna um ponto de fricção, então o
designer fracassou. Por outro lado, se as pessoas se sentirem
mais seguras, eficientes e confortáveis – ou simplesmente
mais felizes – em contato com o produto, então o designer foi
bem sucedido. [Traduziu-se]

Segundo Steinfeld (1994)6, o conceito de Desenho Universal

[...] abrange produtos e edifícios acessíveis e utilizados por


todos, inclusive por pessoas portadoras de deficiências. [...]
Lida com a adaptação para toda uma gama de capacidades
ou habilidades [...] e não é uma tecnologia direcionada apenas
aos que dela necessitam, é desenhado para todas as
pessoas.

Decreto 5.296/2004,

Desenho universal: concepção de espaços, artefatos e


produtos que visam atender simultaneamente todas as
pessoas, com diferentes características antropométricas e
sensoriais, de forma autônoma, segura e confortável,
constituindo-se nos elementos ou soluções que compõem a
acessibilidade. (Decreto 5.296/2004 – Capítulo III, inciso IX)

6
Palestra proferida pelo arquiteto Edward Steinfeld, In: Anais do VI Seminário sobre
Acessibilidade ao Meio Físico - VI SIAMF. Brasília: CORDE, 1994, p. 87.
10

Sete princípios apresentados e adotados pelo Centro de Desenho Universal7 (1997)


dos Estados Unidos:
1 Uso eqüitativo. O design é utilizável por qualquer grupo de pessoas.
2 Uso Flexível. O design acomoda uma larga faixa de preferências e
habilidades individuais.
3 Uso simples e intuitivo. O design é de fácil compreensão, independente das
necessidades do indivíduo.
4 Informação de fácil percepção. O design comunica efetivamente as
informações necessárias ao usuário, independente das condições do meio
ambiente e das habilidades sensoriais do usuário.
5 Tolerância ao erro. O design minimiza riscos e conseqüências adversas de
ações acidentais ou não intencionais.
6 Baixo esforço físico. O design pode ser utilizado eficientemente e
confortavelmente com o mínimo de fadiga.
7 Dimensão e espaço para acesso e uso. São providos dimensão e espaço
apropriados para o acesso, o alcance, a manipulação e o uso,
independentemente do tamanho do corpo do usuário, da postura ou
mobilidade.

Para se atingir a aplicação destes princípios, é preciso uma mudança de atitudes de


todos os agentes sociais envolvidos: o usuário, o consumidor, as empresas, o
arquiteto e outros profissionais envolvidos, como também as instituições
governamentais.

7. PRINCIPAIS BARREIRAS (segundo Decreto 5.296)

Barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade


de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade de as pessoas se
comunicarem ou terem acesso à informação, classificadas em: classificadas em:
urbanísticas, nas edificações, nos transportes, nas comunicações e informações.

a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos espaços de uso


público;

- Desníveis e revestimentos inadequados nas calçadas.


- Calçadas estreitas.
- Falta de rebaixamento do meio-fio nas passagens de pedestres.
- Inexistência de vagas especiais nos estacionamentos.
- Mobiliário urbano inadequado ao uso das pessoas com deficiência

Exemplos:

7
Cambiaghi (2004, p. 51-54) faz um estudo detalhado sobre os sete princípios do Desenho
Universal.
11

Foto: J.A. Lanchoti


Fonte: CadernoBrasil Acessivel2280705.pdf

i% transversal

Foto: J.A. Lanchoti


Fonte: CadernoBrasil Acessivel2280705.pdf

b) barreiras nas edificações (arquitetônicas): as existentes no entorno e interior das


edificações de uso público e coletivo e no entorno e nas áreas internas de uso comum
nas edificações de uso privado multifamiliar;

- Escadas como único acesso


- Inexistência de rampas de acesso
- Portas e circulações estreitas
- Elevadores pequenos / sem sinalização
- Inexistência de banheiros acessíveis
- Balcões de atendimento altos
12

Fonte: Zilsa Santiago – Arquivo pessoal

c) barreiras nos transportes: as existentes nos serviços de transportes

Dificuldades ou impedimentos encontrados pela falta de adaptação dos meios de


transporte particulares ou coletivos, terrestres, marítimos, fluviais, aéreos, às
necessidades do usuário.
Ressalta-se o papel importante dos transportes coletivos na integração das diversas
atividades desenvolvidas na cidade. Lembrar dos transportes alternaticos (vans) que
invadiram o mercado, tendo que ser considerado

Foto: J.A. Lanchoti


Fonte: CadernoBrasil Acessivel2280705.pdf

d) barreiras nas comunicações e informações: qualquer entrave ou obstáculo que


dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio
dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem
como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação;

Deve-se evitar qualquer referência


adjetiva ao Símbolo Internacional de
Acesso. Ela pode
transformar um ambiente acessível em um
ambiente discriminatório.

Foto: J.A. Lanchoti


Fonte: CadernoBrasil
Acessivel2280705.pdf

e)Barreiras no Mobiliário urbano/ edificações: dificuldade encontrada no acesso,


alcance ou manuseio de objetos ou equipamentos
13

Foto: J.A. Lanchoti Fonte: CadernoBrasil Acessivel2280705.pdf

8. SOLUÇÕES DE ACESSIBILIDADE NOS ESPAÇOS CONSTRUÍDOS


COMO EM RESIDÊNCIAS, EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS E EDIFÍCIOS
PÚBLICOS.

Tópicos a serem avaliados:

- Acessos no entorno da edificação (sinalização, faixa de


pedestres, rebaixamento de guias);
- áreas livres da edificação (acessos, desníveis, estacionamento
,pavimentações, quadra de esportes e parque infantil);

Acessos à edificação

- sinalização (SIA- Símbolo Internacional de Acessibilidade)


- acesso a todos os ambientes (largura de portas/maçaneta);
- circulação interna dos ambientes;
- largura de circulação/rampas/inclinação/corrimão;
- alcance de balcão de atendimento público - cantina/secretaria;
- condições de uso de mesa de refeitório;
- acesso a banheiro/lavatório/sanitário;
- alcance de equipamentos: telefone público e bebedouro;
- piso alerta/tátil; - comunicação em Braille;

Inicialmente, é preciso adotar um módulo para se trabalhar com os espaços


arquitetônicos, atendendo às necessidades mencionadas, no que diz respeito aos
acessos, circulações, manobras etc.

Figura 3.13: Módulo de projeção pessoa em cadeira de roda (medidas em m)


Fonte: extraída da ABNT/ NBR 9050/2004
14

Dimensões referenciais pessoas em pé

Fonte: ABNT NBR 9050/2004

Alem disso, verificar os parâmetros de alcance manual

Alcance manual frontal adulto em pé Alcance manual frontal – pessoa sentada


Fonte: ABNT NBR 9050/2004
15

Alcance manual frontal – cadeira de rodas


Fonte: ABNT NBR 9050/2004

Alcance manual lateral adulto em cadeira de rodas Alcance no


plano horizontal
Fonte: ABNT NBR 9050/2004
16

CIRCULAÇÃO
ABNT NBR 9050, 2004

Circulação Vertical – Rampas

ABNT NBR 9050, 2004


17

ABNT NBR 9050, 2004

Guarda-corpo e corrimão em duas alturas


Fonte: Projeto USP LEGAL Informativo Técnico nº 12 Rampas

Guarda-corpo e corrimão em duas alturas


Fonte: Projeto USP LEGAL Informativo Técnico nº 12 Rampas
18

Guarda-corpo e corrimão em duas alturas


Fonte: ABNT NBR 9050:2004

MANOBRA S/ DESLOCAMENTO
Fonte: ABNT NBR 9050:2004

MANOBRA C/ DESLOCAMENTO
Fonte: ABNT NBR 9050:2004
19

Área de transferência e manobra


Fonte: ABNT NBR 9050:2004

Barras de apoio Sanitário


Fonte: ABNT NBR 9050:2004

Manobras com deslocamento – portas


Fonte: ABNT NBR 9050:2004
20

Porta Vaivém com Visor


Fonte: ABNT NBR 9050:2004

Altura de comandos e controles


Fonte: ABNT NBR 9050:2004

Alcance visual é utilizado na


elaboração de curvas de visibilidade
em auditórios, abertura de janelas/
visuais

Alcance auditivo
Os alarmes sonoros devem emitir
sons com intensidade de no mínimo
15 dB acima do ruído de fundo.
21

Locais acessíveis

Fonte: ABNT NBR 9050:2004

Fonte: ABNT NBR 9050:2004

Decreto 5.296/04 – Seção II


Das Condições Específicas

Art. 18. A construção de edificações de uso privado multifamiliar e a construção,


ampliação ou reforma de edificações de uso coletivo devem atender aos preceitos da
acessibilidade na interligação de todas as partes de uso comum ou abertas ao público,
conforme os padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT.

Parágrafo único. Também estão sujeitos ao disposto no caput os acessos, piscinas,


andares de recreação, salão de festas e reuniões, saunas e banheiros, quadras
esportivas, portarias, estacionamentos e garagens, entre outras partes das áreas
22

internas ou externas de uso comum das edificações de uso privado multifamiliar e das
de uso coletivo.

Art. 19. A construção, ampliação ou reforma de edificações de uso público deve


garantir, pelo menos, um dos acessos ao seu interior, com comunicação com todas as
suas dependências e serviços, livre de barreiras e de obstáculos que impeçam ou
dificultem a sua acessibilidade.

§ 1o No caso das edificações de uso público já existentes, terão elas prazo de trinta
meses a contar da data de publicação deste Decreto para garantir acessibilidade às
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

§ 2o Sempre que houver viabilidade arquitetônica, o Poder Público buscará garantir


dotação orçamentária para ampliar o número de acessos nas edificações de uso
público a serem construídas, ampliadas ou reformadas.

Art. 20. Na ampliação ou reforma das edificações de uso púbico ou de uso coletivo, os
desníveis das áreas de circulação internas ou externas serão transpostos por meio de
rampa ou equipamento eletromecânico de deslocamento vertical, quando não for
possível outro acesso mais cômodo para pessoa portadora de deficiência ou com
mobilidade reduzida, conforme estabelecido nas normas técnicas de acessibilidade da
ABNT.
Art. 21. Os balcões de atendimento e as bilheterias em edificação de uso público ou de
uso coletivo devem dispor de, pelo menos, uma parte da superfície acessível para
atendimento às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida,
conforme os padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT.

Parágrafo único. No caso do exercício do direito de voto, as urnas das seções


eleitorais devem ser adequadas ao uso com autonomia pelas pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida e estarem instaladas em local de votação
plenamente acessível e com estacionamento próximo.

Art. 22. A construção, ampliação ou reforma de edificações de uso público ou de uso


coletivo devem dispor de sanitários acessíveis destinados ao uso por pessoa
portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.

§ 1o Nas edificações de uso público a serem construídas, os sanitários destinados ao


uso por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida serão
distribuídos na razão de, no mínimo, uma cabine para cada sexo em cada pavimento
da edificação, com entrada independente dos sanitários coletivos, obedecendo às
normas técnicas de acessibilidade da ABNT.

§ 2o Nas edificações de uso público já existentes, terão elas prazo de trinta meses a
contar da data de publicação deste Decreto para garantir pelo menos um banheiro
acessível por pavimento, com entrada independente, distribuindo-se seus
equipamentos e acessórios de modo que possam ser utilizados por pessoa portadora
de deficiência ou com mobilidade reduzida.

§ 3o Nas edificações de uso coletivo a serem construídas, ampliadas ou reformadas,


onde devem existir banheiros de uso público, os sanitários destinados ao uso por
pessoa portadora de deficiência deverão ter entrada independente dos demais e
obedecer às normas técnicas de acessibilidade da ABNT.

§ 4o Nas edificações de uso coletivo já existentes, onde haja banheiros destinados ao


uso público, os sanitários preparados para o uso por pessoa portadora de deficiência
23

ou com mobilidade reduzida deverão estar localizados nos pavimentos acessíveis, ter
entrada independente dos demais sanitários, se houver, e obedecer as normas
técnicas de acessibilidade da ABNT.

Art. 23. Os teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte, casas de


espetáculos, salas de conferências e similares reservarão, pelo menos, dois por
cento da lotação do estabelecimento para pessoas em cadeira de rodas, distribuídos
pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade, próximos aos corredores,
devidamente sinalizados, evitando-se áreas segregadas de público e a obstrução das
saídas, em conformidade com as normas técnicas de acessibilidade da ABNT.

Exemplos:

Foto: J.A. Lanchoti


Fonte: Fonte: CadernoBrasil Acessivel2280705.pdf

BENS TOMBADOS

Todos os projetos de adaptação para acessibilidade de bens tombados devem


obedecer às condições descritas nesta Norma, porém atendendo aos critérios
específicos a serem aprovados pelos órgãos do patrimônio histórico e cultural
competentes (INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 1, DE 25 DE NOVEMBRO DE 2003.
Dispõe sobre a acessibilidade aos bens culturais imóveis acautelados em nível federal,
e outras categorias, conforme especifica.

• Nos casos de áreas ou elementos onde não seja possível promover a


adaptação do imóvel para torná-lo acessível ou visitável, deve-se garantir o
acesso por meio de informação visual, auditiva ou tátil das áreas ou dos
elementos cuja adaptação seja impraticável.

• No caso de sítios considerados inacessíveis ou com visitação restrita, devem


ser oferecidos mapas, maquetes, peças de acervo originais ou suas cópias,
sempre proporcionando a possibilidade de serem tocados para compreensão
tátil. (Fonte:NBR 9050)

No que diz respeito a acessibilidade de uma edificação, é importante lembrar que a


pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida requer, muitas vezes, uma orientação
para deslocamento e facilitação de sua mobilidade tanto de entrada, percurso e saída
de uma edificação, mesmo os que tenham acompanhantes. Neste sentido a “rota
acessível”(1) bem como a “rota de fuga”(2), são elementos que devem ser lembrados
na concepção ou adaptação de edificações públicas e/ou coletivas.

(1) Rota acessível


É o “trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que conecta os ambientes externos ou
internos de espaços e edificações, e que pode ser utilizado de forma autônoma e
segura por todas as pessoas, inclusive aquelas com deficiência. A rota acessível
24

externa pode incorporar estacionamentos, calçadas rebaixadas, faixas de travessia de


pedestres, rampas etc. A rota acessível interna pode incorporar corredores, pisos,
rampas, escadas, elevadores etc.”.

(2) Rota de fuga


É o “trajeto contínuo, devidamente protegido proporcionado por portas, corredores,
antecâmaras, passagens externas, balcões, vestíbulos, escadas, rampas ou outros
dispositivos de saída ou combinações destes, a ser percorrido pelo usuário, em caso
de um incêndio de qualquer ponto da edificação até atingir a via pública ou espaço
externo, protegido do incêndio”.

9. COMUNICAÇÃO E SINALIZAÇÃO

A comunicação e a sinalização são essenciais na questão da acessibilidade tanto


urbana quanto nas edificações. Faz parte da comunicação a utilização correta dos
símbolos internacionais de acessibilidade. Para ser completa deve abranger: 1
Comunicação Visual (É realizada através de textos ou figuras); 2 Comunicação Tátil (É
realizada através de caracteres em relevo, Braille ou figuras em relevo); 3
Cominicação Sonora (É realizada através de recursos auditivos).

Símbolo Internacional de Acesso (SIA)

Símbolo Internacional de Acesso Proporções do SIA


Fonte: NBR 9050/2004

A correta colocação do símbolo Internacional de Acesso nesta parte mais baixa do


balcão de atendimento indica a possibilidade de atendimento a uma pessoa com
deficiência.

Em alguns casos o Símbolo Internacional de As variações do desenho adotado como


Acesso deverá vir acompanhado de outro Símbolo Internacional de Acesso são
pictograma para complementar a informação a proibidas para se evitar confusão na
que ser pretende oferecer. compreensão da informação.
25

Deve-se evitar qualquer referência adjetiva ao Símbolo Internacional de Acesso. Ela


pode transformar um ambiente acessível em um ambiente discriminatório.

Símbolo usado na vertical, nas áreas de


estacionamento reservado para veículos
autorizados.

Na sinalização da via pública, as reservas de vaga de estacionamento, além


da vertical, é necessária também a marcação no piso.

Fonte: NBR 9050/2004


26

A adoção do Símbolo Internacional de Acesso aconteceu pela Lei Federal nº 8.160 de


1991.

SÍMBOLO INTERNACIONAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL


Fonte: NBR 9050/2004

SÍMBOLO INTERNACIONAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA


(SURDEZ)

Fonte: NBR 9050/2004

Representam, respectivamente, as possibilidade de cores sendo pictograma branco


em fundo azul, pictograma branco em fundo preto ou pictograma preto em fundo
branco.

Sinalização nos pisos dos degraus/ sinalização de piso de alerta antes e


no final dos degraus
Fonte: NBR 9050
27

Sinalização tátil de alerta Sinalização tátil direcional


Fonte: NBR 9050

Composição de sinalização tátil de alerta e direcional


Fonte: NBR 9050

Sinalização tátil de alerta em obstáculos suspensos


Fonte: NBR 9050

Sinalização tátil de corrimão


Fonte: NBR 9050
28

10. ACESSIBILIDADE NO ESPAÇO URBANO E MOBILIÁRIO URBANO

O espaço é o local da ação e da possibilidade social da ação. Não se pode reduzi-lo a


três domínios: produção, consumo e troca, usados na economia política marxista
(GOTTDIENER, 1993 apud PEREIRA, 2006).

Como ressalta Pereira (2006) a produção do espaço urbano reflete contradições entre o uso
produtivo/reprodutivo do capital e o da força de trabalho.
No caso do uso produtivo do espaço, este será determinado pelas
características do processo de reprodução do capital; é o caso da localização
da indústria apoiada pelas atividades financeiras, comerciais, de serviços e
da rede de circulação que auxiliam a produção e realização da mais-valia.
No pólo oposto, o espaço da reprodução da força de trabalho que se
manifesta no uso residencial, incluindo o lazer e a infra-estrutura
necessária: escolas, creches, hospitais, pronto socorros, transporte e
serviços em geral - que são os meios de consumo coletivo (CARLOS, 1994,
p. 50-51 apud PEREIRA, 2006).

E como trabalhar a acessibilidade neste espaço urbano já segregado?

Acessibilidade: condição para utilização, com segurança e


autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e
equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de
transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de
comunicação e informação, por pessoa portadora de
deficiência ou com mobilidade reduzida. (Decreto 5.296/2004 –
Capítulo III, inciso I)

Decreto 5.296/2004 – Seção II


Das Condições Específicas

Art. 14. Na promoção da acessibilidade, serão observadas as regras gerais previstas


neste Decreto, complementadas pelas normas técnicas de acessibilidade da ABNT e
pelas disposições contidas na legislação dos Estados, Municípios e do Distrito
Federal.

Art. 15. No planejamento e na urbanização das vias, praças, dos logradouros, parques
e demais espaços de uso público, deverão ser cumpridas as exigências dispostas nas
normas técnicas de acessibilidade da ABNT.

§ 1o Incluem-se na condição estabelecida no caput:


I - a construção de calçadas para circulação de pedestres ou a adaptação de
situações consolidadas;
II - o rebaixamento de calçadas com rampa acessível ou elevação da via para
travessia de pedestre em nível; e
III - a instalação de piso tátil direcional e de alerta.

§ 2o Nos casos de adaptação de bens culturais imóveis e de intervenção para


regularização urbanística em áreas de assentamentos subnormais, será admitida, em
caráter excepcional, faixa de largura menor que o estabelecido nas normas técnicas
citadas no caput, desde que haja justificativa baseada em estudo técnico e que o
acesso seja viabilizado de outra forma, garantida a melhor técnica possível.
29

Foto: J.A. Lanchoti


Fonte: Fonte: CadernoBrasil Acessivel2280705.pdf

Pisos utilizados para circulação de pedestres:

Aplicação do modelo de Instalação de piso tátil Aplicação de pisos


piso tátil direcional, direcional no meio do táteis de alerta e direcional
estabelecido na NBR-9050 e passeio público para facilitar em um mesmo projeto,
implantado próximo à o percurso de pessoas com demonstrando a
grelha de água pluvial que é deficiências visuais. preocupação com a questão
obliqua em relação ao sentido da acessibilidade.
da circulação
do pedestre (correto).
Foto: J.A. Lanchoti - Fonte: CadernoBrasil Acessivel2280705.pdf

Mobiliário Urbano

Decreto 5296/2004 – Seção II


Das Condições Específicas

Art. 16. As características do desenho e a instalação do mobiliário urbano devem


garantir a aproximação segura e o uso por pessoa portadora de deficiência visual,
mental ou auditiva, a aproximação e o alcance visual e manual para as pessoas
portadoras de deficiência física, em especial aquelas em cadeira de rodas, e a
circulação livre de barreiras, atendendo às condições estabelecidas nas normas
técnicas de acessibilidade da ABNT.

§ 1ºIncluem-se nas condições estabelecida no caput:

I - as marquises, os toldos, elementos de sinalização, luminosos e outros elementos


que tenham sua projeção sobre a faixa de circulação de pedestres;
II - as cabines telefônicas e os terminais de auto-atendimento de produtos e serviços;
III - os telefones públicos sem cabine;
IV - a instalação das aberturas, das botoeiras, dos comandos e outros sistemas de
acionamento do mobiliário urbano;
V - os demais elementos do mobiliário urbano;
VI - o uso do solo urbano para posteamento; e
VII - as espécies vegetais que tenham sua projeção sobre a faixa de circulação de
pedestres.
30

§ 2º A concessionária do Serviço Telefônico Fixo Comutado - STFC, na modalidade


Local, deverá assegurar que, no mínimo, dois por cento do total de Telefones de Uso
Público - TUPs, sem cabine,com capacidade para originar e receber chamadas locais
e de longa distância nacional, bem como, pelo menos, dois por cento do total de
TUPs, com capacidade para originar e receber chamadas de longa distância, nacional
e internacional, estejam adaptados para o uso de pessoas portadoras de deficiência
auditiva e para usuários de cadeiras de rodas, ou conforme estabelecer os Planos
Gerais de Metas de Universalização.

§ 3o As botoeiras e demais sistemas de acionamento dos terminais de auto-


atendimento de produtos e serviços e outros equipamentos em que haja interação com
o público devem estar localizados em altura que possibilite o manuseio por pessoas
em cadeira de rodas e possuir mecanismos para utilização autônoma por pessoas
portadoras de deficiência visual e auditiva, conforme padrões estabelecidos nas
normas técnicas de acessibilidade da ABNT.

Art. 17. Os semáforos para pedestres instalados nas vias públicas deverão estar
equipados com mecanismo que sirva de guia ou orientação para a travessia de
pessoa portadora de deficiência visual ou com mobilidade reduzida em todos os locais
onde a intensidade do fluxo de veículos, de pessoas ou a periculosidade na via assim
determinarem, bem como mediante solicitação dos interessados.

Exemplos:

H max cx correio + 1,20m piso de alerta


Foto: J.A. Lanchoti
Fonte: Fonte: CadernoBrasil Acessivel2280705.pdf

11. NOÇÕES DE ACESSIBILIDADE NO DESIGN, MÓVEIS E MATERIAIS


DE ACABAMENTO

• Manejo e empunhadura
MANEJO – “é a forma de ‘engate’ que ocorre entre o homem e a máquina,
pelo qual, torna-se possível, ao homem, transmitir movimentos de comando à
máquina. O manejo geralmente é feito com os membros superiores ou
inferiores e tem uma grande influência no desempenho do sistema homem-
máquina”. (IIDA, 1997, p. 178 - 179)
31

Portanto, o manejo e a empunhadura são elementos-chave, dentre os


requisitos de acessibilidade, no auxílio de utilização de componentes construtivos e
equipamentos por pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

TIPOS DE MANEJO -

1. manejo fino – executado com a ponta dos dedos,

2. manejo grosseiro – , em que os dedos têm a função de prender, e os


movimentos são realizados pelo punho e braço (Figura 3.21).

Figura 3.21: Dois tipos básicos de manejo


Fonte: IIDA, 1999, p. 180

Exemplos de desenho universal

Foto: J.A. Lanchoti


Fonte: Fonte: CadernoBrasil Acessivel2280705.pdf

12. ACESSIBILIDADE NOS TRANSPORTES

Em relação ao sistema de transportes, buscam-se as palavras de Ubierna (1994),


[...] o primeiro sistema de transporte é o do pedestre. Muitas
vezes esquecemos disso quando planejamos as nossas
cidades. O objetivo é trabalhar por uma rede eficaz de
transporte público, constituída por sistemas e modos
confiáveis, seguros, confortáveis, em harmonia com o meio
ambiente, não poluentes e plenamente acessíveis a qualquer
usuário, tenha ou não, em determinado momento, problemas
de interação com seu ambiente, mobilidade ou comunicação
reduzidas. (UBIERNA, In: Anais do VI Seminário sobre
Acessibilidade ao Meio Físico - VI SIAMF. Brasília: CORDE,
1994, p. 109)
32

Conforme o Decreto 5.296/2004, a acessibilidade nos meios de transporte deverá


contemplar:
• Embarque sem desnível, favorecendo pessoas idosas, de baixa estatura, com
dificuldade de locomoção e em cadeira de rodas;
• Veículos e abrigos de transporte coletivo com espaço para cadeira de rodas e
assentos para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida;
• O complexo que envolve o transporte coletivo: acesso aos terminais,
terminais, estações, pontos de parada, vias principais.

Foto: J.A. Lanchoti


Fonte: Fonte: CadernoBrasil Acessivel2280705.pdf

BIBLIOGRAFIA

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Urbana – SEMOB. PROGRAMA BRASILEIRO DE ACESSIBILIDADE URBANA –
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BRASIL. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade


Urbana – SEMOB. PROGRAMA BRASILEIRO DE ACESSIBILIDADE URBANA –
33

BRASIL ACESSÍVEL. Caderno 3 – Implemento do Decreto nº 5.296/04 para


construção da cidade acessível. Brasília: 2006.
BRASIL. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade
Urbana – SEMOB. PROGRAMA BRASILEIRO DE ACESSIBILIDADE URBANA –
BRASIL ACESSÍVEL. Caderno 4 – Implementação de políticas municipais de
acessibilidade. Brasília: 2006.
BRASIL. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade
Urbana – SEMOB. PROGRAMA BRASILEIRO DE ACESSIBILIDADE URBANA –
BRASIL ACESSÍVEL. Caderno 5– Implantação de Sistemas de Transportesacessíveis.
Brasília: 2006.
BRASIL. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade
Urbana – SEMOB. PROGRAMA BRASILEIRO DE ACESSIBILIDADE URBANA –
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ACCESSIBILITY – CCPT. European concept for accessibility. Holland: CCPT, 1990.

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PEREIRA, Silvia Regina. Percursos urbanos: mobilidade espacial, acessibilidade e o


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SANTIAGO, Zilsa M. P. Acessibilidade física no ambiente construído: o caso das


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